Produção de nanocompósitos de indometacina intercalada em HDL: um potencial medicamento coadjuvante anticâncer.
Câncer. HDL. Indometacina. Coprecipitação.
A Indometacina (INDO) possui mecanismo de ação baseado na inibição da atividade da ciclooxigenase de ácidos graxos durante o processo de inflamação. Entretanto, esse mecanismo de ação estaria correlacionado a uma possível atividade anticâncer, porém sua alta toxicidade em tecidos normais tem dificultado a terapia. O carreamento do fármaco em matriz híbrida de Hidróxidos Duplos Lamelares (HDL), por método de coprecipitação, diminuiria esses efeitos indesejados promovendo redirecionamento quimioterápico. A escolha de matrizes de HDL é economicamente viável por apresentar baixo custo de produção além da capacidade de alojar moléculas orgânicas aumentando sua biodisponibilidade, e reduzindo os níveis indesejáveis de efeitos colaterais. Por isso, uma série de HDL, de magnésio (Mg) e alumínio (Al), foram sintetizados para intercalação da INDO utilizando tempo de envelhecimento de partículas de 8, 16, 24, 48 e 72 horas; temperaturas de 50, 70, e 90ºC; e proporções variadas de HDL:INDO (2:1, 4:1, 6:1 e 8:1) e pH contante próximo a 10. O produto obtido foi caracterizado pelas técnicas de Difração de Raio-X (DRX), Espectroscopia do Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Espectroscopia de Absorção no Ultravioleta e visível (UV-vis); Distribuição do Tamanho de Partícula por Difração à Laser e Análise Termogravimétrica e Diferencial (TGA/DTA). Os resultados demonstram a influência direta da temperatura e do tempo de envelhecimento de partículas sob o método de coprecipitação pH constante 10, na intercalação de INDO em matrizes de HDL. Diferentes graus de intercalação do fármaco foram obtidos sendo o tempo de 16h-50ºC, na proporção 2:1, como melhor condição para intercalação. Resultados in vitro foram realizados para comprovar potencial de viabilidade celular e atividade anticâncer da amostra HDL-INDO (16h-50ºC) em linhagens de câncer gástrico, câncer de mama, melanoma, fibroblasto de pulmão e tecido gástrico não neoplasico, por ensaio de MTT. Houve inibição da proliferação celular, demonstrando maior e menor toxicidade contra linhagens de mana e melanoma, respectivamente. Por fim, cálculos de docagem e dinâmica molecular e ainda, de energia livre de ligação, foram realizados com a INDO e derivados da INDO na enzima Tubilina, a qual é um potencial alvo molecular para o desenvolvimento de agentes anti-câncer. Com base em todos os resultados experimentais e teóricos obtidos, propõem-se um novo e inédito redirecionamento clínico da INDO carreada como fármaco anticâncer integrante e coadjuvante no tratamento quimioterápico ao câncer.