RIZOBACTÉRIAS COM AÇÃO ANTAGONISTA FRENTE A Fusarium oxysporum E SEUS EFEITOS SOBRE O METABOLISMO DE Piper nigrum DURANTE O BIOCONTROLE DA MURCHA AMARELA
pimenta-do-reino, controle biológico, RPCP, antibiose
A pimenta-do-reino (Piper nigrum) é uma especiaria de grande valor comercial, sendo o Brasil o segundo maior produtor mundial. Atualmente, o Pará é o segundo maior produtor nacional, com produção média de 30 toneladas e rendendo cerca de 500 mil reais. No entanto, a espécie é suscetível a doenças severas como a murcha amarela causada pelo Fusarium oxysporum, como agravante, não há fungicidas químicos eficazes. O uso de microrganismos, especialmente rizobactérias, pode ser alternativa promissora no biocontrole de fitopatologias. Deste modo, o presente estudo busca a identificação de rizobactérias com potencial antagonista ao fungo F. oxysporum e capazes de promoverem o crescimento de P. nigrum. As bactérias foram isoladas da rizosfera de P. nigrum e o potencial antifúngico in vitro contra o F. oxysporum foi avaliado pelo método de cultura dupla e pela produção da enzima protease. Além disso, foi avaliado potencial das rizobactérias isoladas quanto a promoção de crescimento de plantas através dos testes de solubilização de fosfatos, produção de sideróforos, produção do fitormônio ácido indol acético (AIA) e biofilme. Seis isolados apresentaram atividade antagonista ao F. oxysporum com percentuais de inibição acima de 50%, os quais foram codificados como PN1 05 (65,4%±5,8), PN1 26 (66,3%±5,2), PN1 32 (53,1%±1,1), PN2 45 (72,9%±6,9), PN3 61 (51,2%±2,1) e PN3 72 (64,3%±1,9). A produção de protease foi detectada em todas as cepas com potencial antagonista. Quatro isolados solubilizaram fosfato com índices variando de 1,3 a 3,4. Dezessete cepas mostraram capacidade de produzir biofilme e nove siderofóros. Quanto a síntese bacteriana do fitohormônio AIA oitenta e nove bactérias apresentaram algum nível de produção de AIA variando de 0,02 a 14,82 µg/mL. Apenas a rizobactéria PN1 22 apresentou resultado positivo para todos os ensaios de promoção de crescimento analisados. O sequenciamento do gene do 16S revelou que as cepas PN1 26, PN1 32, PN2 45, PN3 61 e PN3 72 pertencem ao gênero Bacillus e a cepa PN1 05 Lysinibacillus. Até o momento, foram avaliados a produção de VOCs das cepas PN1 26, PN1 32 e PN3 72; foram identificados oito compostos das classes de álcoois e aldeídos. As substâncias majoritárias identificadas em cada estirpe foram: PN2 26 - dodecanal (67,4%), trans-Dodec-2-en-1-ol (11,73%), 2-etil-Hexanol (5,31%); PN1 32 - 2- etil-hexanol (95,03%); PN3 72 - dodecanal (77,81%), undecanal (6,95%) e 2-etil-Hexanol (4,05%)