O ENSINO DA LINGUA INGLESA A RESPEITO DAS PRÁTICAS SOCIOCULTURAIS AFRO-BRASILEIRO EM ESCOLAS DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS NA AMAZONIA MARAJOARA
Ensino de Língua Inglesa; Escolas quilombolas; Formação deProfessoras.
Esta pesquisa foi desenvolvida em Escolas das Comunidades Quilombolas de Vila União, Mangueiras e Pau Furado e também na Secretaria de Educação do município de Salvaterra, na Amazônia Marajoara, no Estado do Pará. A princípio foi realizado uma leitura dos documentos oficiais da Secretaria Municipal de Educação de Salvaterra, dos Projetos Político-Pedagógicos a fim de perceber os discursos manifestados neles sobre a prposta para uma Educação Escolar Quilobola. Objetivo principal desta pesquisa é analisar as discursividades de Professoras do componente curricular Língua Inglesa que atuam nas Escolas destas Comunidades Quilombolas sobre o ensino das práticas sociosculturais afro-brasileiro com base no que é estabelecido nos documentos legais, como Carta Magna de 1988, Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (Lei de Diretrizes e Base da Educação Brasileira de 1996; as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (DCNEB) de 2013; as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (DCNEEQ) de 2013. Neste estudo é assumido a teoria da Línguística Aplicada defendida principalmente por Moita Lopes. A geração dos dados ocorreram por meio da técnica da entrevista de abordagem qualitativa. Metodologicamente, organizei os dados gerados por perguntas, descrevendo cada entrevista e agrupando os enunciados em eixos temáticos com base no princípio da análise dialógica do discurso da corrente russa do círculo de Bakhtin, que privilegia a linguagem como interação viva e historicamente datada e situada no contexto verbal e extraverbal. Os resultados apontam avanços nas discussões do ensino de Língua Inglesa de modo interdisciplinar, mas indicam que não há um planejamento articulado aos documentos oficiais e nem ao PPP das Escolas pesquisadas. De outro modo, há um interesse das professoras em articular o ensino da língua estrangeira a história da população negra, todavia, não é traduzida por elas no documento de identidade de cada escola quilombola. Concluo, que é preciso avançar nessas discussões no município de Salvaterra, na implementação de uma proposta de educação para uma Educação Escolar Quilombola, sobretudo, em uma diretriz educacional de Escolas do/no Quilombo com a participação das moradoras e moradores dessas territorialidades marajoara.