TRANSAMAZÔNICA: MEMÓRIAS E SILÊNCIOS DA MIGRAÇÃO
Transamazônica, memórias, História da Amazônia, ditadura civil-militar
Com foco estabelecido entre a migração e a formação do lugar, mais precisamente o trecho entre Altamira e Medicilândia, o objeto desta pesquisa são as narrativas dos pioneiros, estampando as viagens, a chegada, a composição das agrovilas e vicinais, as inúmeras significações das impressões ficadas da migração rumo à Transamazônica. Na intenção de compreender as tensões e acomodações pioneiras procuro corroborar com a discussão de ocupação de novos espaços amazônicos. A história da Transamazônica, o desbravamento, o ofício da terra, a luta migrante, a sobrevivência dos transmigrantes diante da falência do projeto do de colonização do governo militar. Afinal, “não narrar alguém ou algo é um mecanismo eficaz de instituí-los, metaforicamente, como mortos” segundo (KOFES, 2001, p. 12), considerando que a memória escrita documenta a memória oral. A história oficial da abertura da Transamazônica relacionada ao projeto de integração nacional para desenvolver a Amazônia estampou na mídia, no início da década de 1970 mostrando para o mundo o heroísmo das autoridades que a propuseram. Pouco se despontou da bravura e esforços dos migrantes que se empenharam para construir a rodovia, desbravar a mata e ocupar as terras. Nesta oportunidade, contaremos a saga migrante, do ponto de vista daqueles que viveram o projeto, no Sudoeste paraense. Para tanto, adotamos a metodologia da história oral no colhimento das narrativas e documentação da memória.