(TRANS) VIVER: NARRATIVAS DE RESISTÊNCIA E ESCOLARIZAÇÃO
Transexualidade. Corpo. Trans-experiências.
O presente trabalho tem como objetivo principal identificar e descrever os mecanismos de resistência que são inventados por mulheres trans para permanência, existência e conquista de espaços na escola. Para a construção dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com três mulheres negras transgênero, com idade entre 20 e 51 anos que foram chamadas a falar de si na escola. A análise dos dados se dará por meio da interlocução com diversos autores e suas proposições teóricas. Entre eles vamos destacar Michel Foucault, no que tange as relações de saber/poder estruturadas pelo discurso, alinhado com as estudiosas Guacira Lopes Louro, Simone de Beauvoir, Judith Butler, que consideram relações de corpo, gênero e sexualidade como dispositivos de saber/poder produzidos por processos históricos e sociais passíveis de reinvenção, construção e desconstrução. Nesse caminho também serão acionadas autoras como Ludmila Ribeiro, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez que serão trazidas para teorizar sobre as marcas de interseccionalidade que atravessam todas as narrativas. Por fim, pensamos que que trazer textos de autoria trans é fundamental para a construção de um trabalho que tem como objeto de estudo os discursos orais dessas mulheres. Sendo assim, discutiremos com Jaqueline Jesus, Lohana Berkins, Luma Andrade e Amara Moura para o estabelecimento de elos entre nossos textos e pensamentos para fortalecer a resistência feminina trans epistêmica.