MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA: DENÚNCIA E REDE DE ATENDIMENTO NO MUNICÍPIO DE TRACUATEUA, PARÁ
Violência; relações de gênero; poder; Amazônia.
Tracuateua, conhecida como a cidade dos ipês, ocorre várias manifestações culturais e religiosas simbolicamente reconhecidas: a começar pela marujada de dois santos (São Sebastião e São Benedito), pela produção de farinha, pelo festival junino – um dos maiores do Estado do Pará – festival do trabalhador, entre outras manifestações culturais e religiosas. Assim como em muitos municípios, especialmente aqueles fora dos grandes centros, Tracuateua estrutura-se visivelmente nas relações do patriarcalismo, em que o homem é socialmente a figura central, valorada e referencial. Os papéis sociais de homens e de mulheres são, de modo geral, reproduzidos e demarcados pela socialização, através das brincadeiras, das profissões, dos lugares que estes ocupam e frequentam, seja na instituição familiar, como em outras instituições presentes no contexto local. A violência, de forma geral, é resultado da hierarquização e subordinação existente entre vítima e agressor (FALEIROS, 2006) e está imbricada em suas diversas formas de relações humanas. A violência precisa ser evidenciada enquanto fenômeno social relacionado com processos históricos, sociais e econômicos do contexto nacional. Esses processos foram delimitando marcadores sociais, como gênero, raça, etnia, classe social que tendencialmente são mais abrangidos por essa violência institucionalizada e estrutural. Essas categorias ‘vítima’ e ‘agressor’ fazem parte do léxico utilizado pelo sistema judiciário, as polícias inclusas.