MEMÓRIA E SABERES INTERGERACIONAIS SOBRE A HANSENÍASE NA COLÔNIA DO PRATA-IGARAPÉ-AÇU-PA
Hanseníase; memória; saber; intergeracionais.
Esta pesquisa visa compreender e restituir as memórias dos sujeitos afetados pela hanseníase, que viveram e vivem no antigo Leprosário do Prata, de forma a entender como essa a experiência de isolamento propiciou a invenção do cotidiano. Construo uma micro história de diversos fenômenos, que envolvem poder e saber, mas também, novos sentidos sobre tratamento e cura. Entre as memórias dos mais velhos e das novas gerações, percebo mudanças e permanências que envolvem estigma, resistência e reinvenção da realidade. Para bem precisar os contextos e as narrativas dos sujeitos, adoto três maneiras de interpretar as fontes: a primeira baseia-se em analisar os documentos históricos no sentido de compreender a história das instituições e as políticas públicas de saúde e seus impactos; a segunda se apoia nas narrativas das famílias que viveram a experiência do pré e pós isolamento; a terceira pela aproximação e convivência pessoal com alguns jovens da escola, já que habito e atuo como professora no mesmo ambiente que eles. Pude perceber durante o estudo que, apesar da dor, as pessoas reconstroem seus laços, criam seus sentimentos de pertença e identidade e aprendem a resignificar a doença. As novas gerações, adquirem, por outro lado, novas ferramentas de enfrentamento e superação do estigma.