MEMÓRIA,(AUTO) BIOGRAFIA E FICÇÃO EM MARIA LÚCIA MEDEIROS
Maria Lúcia; Memória; Ficção; Autobiografia
A dissertação Memória, (Auto)biografia e Ficção em Maria Lúcia Medeiros tem por objetivos estudar a ficção autobiográfica de Maria Lúcia Medeiros, pelo viés da memória, entrelaçando a tênue fronteira entre ficção e realidade; pretende-se ainda estabelecer relações entre o texto da escritora, suas memórias e vozes de entrevistados sobre a sua poética, considerando o estudo e análise de sua obra Quarto de Hora (1994). Nesta abordagem, procuraremos verificar como se intercruzam o texto literário, as vivências e memórias de Maria Lúcia e a versão dos entrevistados acerca de sua obra. Para tanto, utilizaremos os conceitos de mimesi, memória, ficção, autobiografia com os respectivos autores, Aristóteles (1959), Erich Auerbach (1987), Paul Ricouer (2007), Beatriz Sarlo (2007). O procedimento metodológico está pautado em descrever as bases diferenciais de uma escrita que congrega elementos reais e criação ficcional. Com base na leitura dos textos – literários e não literários – de Maria Lúcia Medeiros (contos, depoimentos) investigaremos como Maria Lúcia representa em sua escrita elementos reais que são transfigurados para a esfera da ficção por meio de uma leitura interpretativa da vida e obra da escritora. Preliminarmente, conclui-se que ao nos debruçarmos sobre uma obra memorialística representa uma forma de tentar se compreender a realidade que circunda a atmosfera do autor, os rastros de vida transpostos para a narrativa literária conduzem a experiências íntimas intrinsicamente ligadas a realidade, comportando uma obra dotada de intenção autobiográfica. A importância deste estudo para os estudos literários consiste em uma abordagem da produção desta escritora, em que se traça um paralelo entre vida e obra literária por meio da recuperação da memória, convertendo-se em fonte de pesquisa para outros estudiosos como uma nova possibilidade de reescritura do texto de Maria Lúcia.