O REI DOM SEBASTIÃO E PEDRA DO GURUPI: AS NARRATIVAS MÍTICAS EM VISEU-PA
Quarta Morada. Sebastianismo. Pajés. Narrativas.
A presente dissertação de Mestrado, intitulada o Rei Dom Sebastião e a Pedra do Gurupi: As Narrativas Míticas em Viseu-PA, desenvolvida no Programa Pós-Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, traz elementos que visam descrever crenças por meio da Pajelança de que a Pedra do Gurupi é tida como a Quarta morada do rei Sebastião. Logo, os principais são os e as Pajés em/de Viseu-PA, que mantêm dizem possuir contato mais assertivo com as entidades que habitam esse lugar sagrado, tendo o rei Dom Sebastião como Caruana e encantado-mor, “dono” deste local mítico e místico. A opção pela metodologia própria das narrativas, aos olhos da pesquisadora, foi a mais viável para atingir o objetivo e o objeto, as narrativas míticas sobre a crença sebastianista e a pajelança, do presente estudo. Os/as Pajés foram selecionados/as a partir de um esforço de campo, onde o/a Pajé consultada fazia a indicação de outros/as que também referenciavam a mesma crença, o que culminou na seleção de sete Pajés. As visitas foram realizadas e um roteiro de perguntas elaboradas e realizadas serviu como escopo da pesquisa individual para cada pessoa selecionada. Os dados de campo acessaram informações como: algumas formas de crenças e manifestações no contexto sócio antropológico das práticas sociais do referido município; possíveis aparições da figura mítica do Dom Sebastião; seus lugares de manifestações e os tipos de agrado; prováveis filhos de rei Sebastião nestes locais a partir das narrativas míticas. A principal conclusão aponta para a comprovação de que as narrativas míticas favorecem as memórias e lembranças dos narradores e possibilitam a (des)construir uma realidade presente, que algumas vezes, são negadas pelos padrões culturais perpetuados. As moradas discutidas neste estudo, além de fazerem parte do imaginário amazônico, elas se confirmam na presença das encantarias brasileiras e pelos encantados, caboclos e pajés como se fosse uma dimensão concebida no imaginário cristão como “céu”.