De volta ao Caeté: Dessouvenirs da personagem Miguel de Santana em Andra, Andar - memórias do nunca mais.
Narrativa. Memória. Personagem. Espaço.
A pesquisa tem como objeto a obra Andar, andar : memórias do nunca mais (2018),
que foi escrita por Alfredo Garcia, cuja história centra-se no retorno do narrador-
persongem Miguel de Santana à cidade do seu tempo de infância Arraial do Caeté,
cerca de trinta anos após a sua mudança para a capital Belém, junto da sua esposa
Conceição. A trama inicia com a sua chegada ao lugar, e, diante do espaço
modificado, ele reconstrói a sua imagem pela memória. A pesquisa versa sobre
teorias que compõem o fenômeno da lembrança na presente narrativa. É do tipo
descritiva, cuja abordagem é qualitativa, na qual foram utilizadas as técnicas de
revisão bibliográfica e entrevista estruturada com o autor. Problematizou-se: de que
forma se dá o processo de desconstrução da imagem atual da cidade por
intermédio das lembranças do narrador?, possui como objetivo geral: analisar as
reminiscências de Miguel de Santana e específicos: explicar como a memória é o
elemento de coesão entre o passado e o presente nesta ficção; identificar no espaço
da narrativa os elementos que conduzem o narrador às lembranças, e também
destacar fragmentos intertextuais presentes na obra. Foi possível concluir que
Miguel se utiliza da memória para dar prosseguimento a contação da sua história
como protagonista, cuja a constante desconstrução da imagem da cidade ocorre por
razão do seu afastamento, uma vez que não participou das mudanças ocorridas no
local, ele desperta apenas para o que esteve presente, buscando se encontrar no
lugar pela lembrança. Ele tenta, novamente, habitar o espaço de maneira a se
proteger identitáriamente. Para isto, apoia-se em monumentos e pessoas que
estiveram presentes nos dois períodos de tempo.