PRÁTICAS CRIANCEIRAS: QUESTÕES DE GÊNERO, RESISTÊNCIAS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NO COTIDIANO DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM BRAGANÇA-PARÁ
Infâncias. Educação Infantil. Relações de gênero. Brinquedos. Brincadeiras.
pesquisa tem como intuito fulcral estudar as relações de gênero na(s) infância(s) numa escola pública da rede municipal de ensino, para compreender as manifestações, táticas que constituem essas relações estabelecidas pelas crianças no âmbito da educação infantil. Em termos metodológicos, fundamenta-se na etnografia com crianças e, através da observação participante foram realizados registros escritos (diário de campo); registros de conversas informais com as crianças nos mais diversos espaços-lugares da/na escola; registros fotográficos; análise de desenhos e pinturas feitas pelas crianças; gravações (roda de conversas), entrevistas com a professora da turma e com cinco mães. A pesquisa procurou evidenciar, tanto as ações em que as crianças re-produzem (do jeito delas) os estereótipos de gêneros quanto aquelas que rompem com as barreiras criadas socialmente entre eles (entre os gêneros). No que se refere à análise dos textos produzidos (narrativas), das informações coletadas, as crianças foram vistas como sujeitos ativos na pesquisa, pois as falas e experiências foram valorizadas, procurando evidenciar como acontece o processo de constituição dos gêneros nas infâncias. Em relação às teorizações, alguns campos de conhecimento foram mobilizados, a saber: os Estudos de Gênero; a Sociologia da Infância; Antropologia e Antropologia da infância (textos etnográficos e metaetnográficos); e dos Estudos Culturais, particularmente os ligados à vertente pós-estruturalista. Enfim, o estudo desvelou a necessidade emergencial do debate de gênero nas escolas de educação das/nas infâncias, sobretudo, no tempo-espaço-lugar da brincadeira na escola, na Amazônia Ocidental Brasileira, Bragança paraense, campo da pesquisa. Para que se possa, assim, re-pensar as construções/instituições de gênero, que são impostas e se querem fixas, que naturalizam tantas desigualdades e silenciam a constituição de múltiplas identidades, possíveis na relação com as outridades, diferenças que as possibilitam.
Palavras-