IMPACTOS NO PATRIMÔNIO CULTURAL (I)MATERIAL DOS ASURINÍ DO XINGU COM A CONSTRUÇÃO DA UHE BELO MONTE
Artes Indígenas. Patrimônio Cultural (I)Material. Povo Indígena Asuriní do Xingu. UHE Belo Monte
A investigação tem como objetivo compreender as transformações no fazer artístico da etnia Asuriní do Xingu, índios de origem Tupi-Guarani, que habitam a Terra Indígena Koatinemo no estado do Pará, após a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte – UHE Belo Monte. Para tanto, desenvolve-se um estudo de natureza qualitativa, de forma a possibilitar o alcance do objetivo traçado, utilizando o levantamento bibliográfico e a realização de entrevistas semiestruturadas em campo com os Asuriní, funcionários da FUNAI e Funcionários da Fundação Ipiranga. Para a análise dos resultados utiliza-se o método da Análise de Conteúdo. Os resultados demonstraram que após a unificação dos indígenas em um movimento crescente em busca de seus direitos no cenário regional e nacional com os ribeirinhos, pescadores, trabalhadores rurais e moradores de Altamira, conquistaram a elaboração de um programa, denominado Plano Básico Ambiental do Componente Indígena – PBA-CI. Conclui-se que apesar da elaboração do plano pelo Consórcio Norte Energia e execução pela Fundação Ipiranga, empresa contratada para trabalhar com o Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial do PBA-CI, houve modificações na forma do fazer artístico, devido as intervenções externas e as demandas do comércio de seu patrimônio material. Para mais, compreendeu-se que tanto os homens quanto as mulheres confeccionam os objetos constitutivos de seu patrimônio cultural (i)material, assim como o processamento da matéria prima necessária, e destinam grande parte de seu dia à confecção desses objetos. Além disso, pôde ser entendido que a arte gráfica Asuriní compõe um conjunto de expressões associadas aos diferentes sistemas de significação, como os elementos da natureza, da cultura e do sobrenatural.