PROCESSOS DE INTERAÇÕES ENTRE SUJEITOS SURDOS E OUVINTES NA COMUNIDADE DO CARANÃ, BRAGANÇA PARÁ
Surdo, Ouvinte, Interações Sociais, Língua de Sinais.
O presente estudo analisa que processos de interação uma família de surdos estabelece com a comunidade ouvinte. A pesquisa tem como referencial teórico metodológico Bakthin (2004) e LUZ (2011).Para alcançar os processos de interações entre surdos e ouvintes, sintetizou-se as seguintes formulações: Quem São Os Sujeitos? Quais Os Contextos Do Ato Comunicativo? Quais Signos São Usados Para Comunicação? E Quais Estratégias São Usadas Para Efetivar A Comunicação? Estes suportes fomentaram as dimensões e estruturas do campo de análise do presente estudo. A coleta dos dados desenvolveu-se a partir da observação participante, que possibilitou compreender as relações estabelecidas pelos sujeitos surdos em três espaços sociais: a) Família; b) Trabalho c) Comércio de Bragança. O corpus de análise foi organizado dentro da estrutura de cenas de Luz (2011), que potencializou identificar os sujeitos e os contextos de interação entre sujeitos Surdos e Ouvintes, para identificar quais estratégias são utilizadas por eles para efetivar a comunicação responsiva com ouvintes, à luz da análise dos processos dialógicos de Bakthin(2004). Os resultados possibilitam aferir que esses sujeitos receberam de sua mãe também surda, um vasto conhecimento de mundo, percebido por ela, que apesar de estarem imersos em uma sociedade ouvintista, não se sentem limitados ou incapazes, mas sim diferentes na forma de perceber tudo o que lhes rodeiam. Nessa família ser surdo é normal, pois aprenderam com a mãe que podem falar com as mãos, mesmo estando em contato com o mundo ouvinte e quando não conhecem o sinal em Libras, superam as limitações comunicacionais e utilizam-se de diversas estratégias para efetivar a comunicação como: combinação da linguagem oral, de sinais, datilologia e apresentação de imagens ou objetos concretos. Apesar de haver respeito entre os sujeitos nas interações, é notório que os sujeitos surdos apresentavam maiores desejos na interação com os ouvintes. Pois se não conseguem se comunicar com os ouvintes, as implicações na materialidade da comunicação não prejudicam o ouvinte, mas sim o surdo, que é estigmatizado como aquele que não consegue entender.