O LEGADO DE KARO SAKAYBU: CANTOS E MITOLOGIA NA COSMOVISÃO MUNDURUKU
Cântico, Mitologia; Cosmovisão; Munduruku; Educação Escolar.
Este estudo aborda o cântico como objeto de estudo, na condição de elemento mnemônico, da mitologia e da ancestralidade Munduruku. Tem-se como fundamento teórico Viveiros de Castro (2004), isso porque a obra facilita a compreensão sobre a perspectiva subjetiva dos Munduruku, a relação que mantém com a natureza, os seres espirituais animados e inanimados e o legado de Karo Sakaybu. O trabalho é de cunho metodológico descritivo, bibliográfico, documental e pesquisa-participante, tendo, como fonte de pesquisa, literaturas, documentos, compilado de cânticos, materiais audiovisuais, registros, áudios e outros arquivos afins, isso devido o período de pandemia ter mudado totalmente a orientação metodológica. O cântico é ato de expressão da cosmologia, cosmovisão, cosmogonia e cosmopolítica do mundo antigo Munduruku. Nesse período ancestral, ele era usado como instrumento de comunicação com espíritos, visando ao bem estar, à paz, harmonia e à fartura. Na antiguidade, quando os espíritos estavam alegres, os humanos também estavam em paz e com fartura, pois há uma relação de dependência entre os seres e que toda ação humana causa reação da natureza. Essa é a perspectiva dos Munduruku. Aos poucos os cânticos foram drasticamente comprometidos, resultado do contato interétnico e muitos elementos da tradição se extinguiram. Aldeias foram abandonadas, assim como os legados, a língua, foram subjugadas e impostas as novas aprendizagens.