A INFÂNCIA SOBRE TRONCOS E BARRANCOS NA AMAZÔNIA MARAJOARA: diálogos sobre abuso e exploração sexual infanto-juvenil e o currículo escolar
Enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil. Currículo. Silenciamento.
As violências fazem parte do cotidiano das crianças e adolescentes marajoara. Na lista de violência encontra-se no topo uma das mais cruéis e violenta – a violência sexual. Nesse sentido, esta pesquisa analisa o panorama das ações de enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil na região do Marajó ocidental e a sua relação com o contexto escolar, com um recorte para a realidade de Portel (PA). Metodologicamente, para responder as questões de nossa pesquisa assumimos às abordagens qualitativa e quantitativa, considerando que as diferenças de ambas podem ser articuladas, ou melhor que a pesquisa quantitativa é também qualitativa. As análises revelam que a violência sexual de crianças e adolescente ocorrem num jogo de interdições e poder, cujo silenciamento é a regra, ao qual se amplia para além das vítimas, chegando em diversas instâncias, seja por ameaças, medo e vergonha das vítimas; seja por omissão de dados, o não registro deles, falta de formação nesta área e ou até mesmo pelo professor que não aborda o tema em sua sala de aula porque não encontra espaço no conteúdo de sua disciplina, entre tantas outras. isso tem implicações e efeitos devastadores para a sociedade, em sentido mais amplo, e para a escola e estudantes de maneira mais imediata. Outro, fator que contribui para isso, são ações de enfrentamento dessa violência sexual ocorrerem isolada e esporadicamente, em torno do dia 18 de maio. Contudo, a pesquisa concluir resultados animador, identificamos que seus docentes, gestores e coordenadores pedagógicos estão empenhados e dispostos a aprender mais sobre o tema, no sentido de dar novos rumos às ações que desempenham. Nesse sentido, vemos que uma das diversas maneiras de acabar ou pelos diminuir essa a violência é quebrando com a cultura da impunidade e do silêncio, para isso é imperativo que a temática do enfrentamento da violência sexual infantojuvenil seja incorporada no currículo escolar, de forma integrada ao planejamento e a gestão escolar, uma vez que a qualidade do enfrentamento da violência depende de ações planejadas, contextualizadas ao contexto escolar. Além da realização de formação específica e continuada aos professores de forma regular.