O FAZER PANELÃO DE BARRO EM UMA ILHA DA AMAZÔNIA, NORDESTE PARAENSE
Panelão de barro. Quatipuru-Mirim. Saberes tradicionais. Cultura material. Amazônia.
Esta pesquisa se propôs a conhecer a produção dos panelões, visibilizando quais saberes apreendidos, utilização e representação dos panelões para a comunidade, além de observar sua representatividade sociocultural e a divisão social do trabalho na construção desse artefato. O estudo foi desenvolvido na Comunidade Praia de Quatipuru-Mirim, Município de Tracuateua, situado na mesorregião do nordeste paraense, Amazônia oriental. A pesquisa possui abordagem qualitativa, desenvolvida através da técnica da triangulação. Para a coleta de dados, aplicou-se o uso de três distintos métodos: a observação direta; a história oral de vida - também denominada de entrevista aprofundada, e a aplicação de questionários. Por se tratar de em estudo de cunho social e cultural, o processo de análise dos dados foi realizado por meio da análise discursiva. Dentre os resultados alcançados, constatou-se que o trabalho com o barro é um trabalho que demanda atenção, espera, preparo e tempo. É um trabalho desenvolvido especialmente por mulheres, é ela quem constrói, tempera e modela o barro, e detém todo o conhecimento na ciência do barro, o homem cumpre a função de ajudante. O conhecimento é compartilhado ou transmitido através do saber transgeracional, atualmente, este conhecimento encontra-se paralisado, pois as fazedeiras não produzem mais, e não vem sendo incentivado e perpetuado entre as gerações futuras. Apesar de vivermos na bacia hidrográfica do mundo, a bacia Amazônica, ainda existem povos que sofrem com a escassez da água e buscam alternativa para sobrevivência.