REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE CRIANÇAS NEGRAS SOBRE A [IN]VISIBILIDADE NEGRA EM PESQUISAS CIENTÍFICAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA (2006-2021)
Crianças negras. Representações sociais. Produções científicas. Amazônia brasileira.
Esta dissertação analisa as representações sociais de crianças negras sobre a [in]visibilidade negra em pesquisas científicas na Amazônia brasileira no período de 2006 a 2021. Especificamente elencamos: a) Caracterizar as crianças negras presentes em produções científicas realizadas na Amazônia brasileira; b) Identificar as representações sociais produzidas pelas crianças negras sobre a [in]visibilidade negra em pesquisas acadêmicas; c) Analisar as informações, imagens e atitudes elaboradas pelas crianças negras que emergem das produções científicas no contexto amazônico. A pesquisa problematiza os sentidos e significados compartilhados pelas crianças negras em pesquisas científicas no território amazônico. O referencial teórico sobre crianças negras baseia-se em Rita Fazzi; Mary Del Priore; Anete Abramowicz; Eliane Cavalleiro; Ione Jovino, entre outros. O estudo baseia-se na Teoria das Representações Sociais a partir da tridimensionalidade Informação, Imagem e Atitude com base em Serge Moscovici. O método se baseia na pesquisa do tipo Estado da Arte, caracterizado pela pesquisa bibliográfica visando identificar e sistematizar a produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento com base em Norma Ferreira; Paulo Vinicius Silva, Kátia Régis e Shirley Miranda. O tipo de pesquisa é de abordagem qualitativa e quantitativa. A geração de dados ocorreu pelo mapeamento de Dissertações e Teses sobre crianças negras a partir de Programas de Pós-Graduação das áreas de Educação e Interdisciplinar, registrados na Plataforma Sucupira da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e artigos de revistas científicas, Qualis A1, A2, B1 e B2 na Amazônia brasileira. A análise dos dados baseou-se na análise do discurso fundamentada no Círculo Mikhail Bakhtin a partir dos gêneros do discurso que compreendem os enunciados relativamente estáveis na comunicação discursiva. Os resultados revelam um total de 86 produções sobre a temática crianças negras no Brasil, sendo 24 (vinte e quatro) Dissertações, 07 (sete) Teses e 55 (cinquenta e cinco) artigos. A partir desse mapeamento, encontramos 08 estudos situados na Amazônia brasileira, sendo 03 (três) Dissertações e 05 (cinco) artigos que versam sobre crianças negras em espaços escolares, asilos de acolhimento, ritos religiosos e Varas da Infância e da Juventude. Assim, observou-se um número ínfimo de pesquisas sobre crianças negras na Amazônia brasileira em relação aos estudos realizados sobre crianças e infâncias em Programas de Pós-Graduação em Educação e Interdisciplinar, bem como como em artigos científicos com Qualis A1, A2, B1 e B2. A [in]visibilidade de crianças negra em pesquisas científicas pode contribuir para a cristalização do racismo estrutural e seus corolários em diferentes espaços sociais. Concluímos que as representações sociais sobre crianças apresentam uma imagem de invisibilidade, sendo necessário a ampliação de estudos nas áreas de crianças e infâncias negras, visando contribuir para a desconstrução do racismo e a afirmação da identidade da criança negra nas sociedades amazônicas.