Edgar Morin e a Teoria dos Sistemas Complexos: princípios metodológicos de uma nova epistemologia
Ciência; método; Complexidade; Edgar Morin; Modernidade.
O presente trabalho tem por objetivo demonstrar os principais elementos metodológicos do pensamento complexo elaborado por Edgar Morin em contraste com os princípios do método moderno de Descartes. Desta forma, o problema a ser aqui tratado é o seguinte:como ocorre a fundamentação epistemológica do paradigma da complexidade em relação à ciência moderna cartesiana e quais as suas repercussões epistemológicas e éticas? A hipótese que defendemos é que os princípios da complexidade se fundamentam a partir das limitações do método científico moderno, e a maneira que este último repercute na ciência e na ética, conforme aponta Morin, é ambivalente. Metodologicamente, dissertamos, inicialmente, sobre a concepção de ciência e método na modernidade, iniciando pelos argumentos que precedem e formulam a organização de um método quantitativo do conhecimento. Como eixo central do primeiro capítulo, apresentamos as contribuições de Descartes, onde recorremos, dentre várias obras, às seguintes: Discurso do método (1952); Regras para direção do espírito (1952); Meditações (1952); Princípios da filosofia (1952); Objeções e respostas (1952). Finalizamos o capítulo apresentando os discursos modernos posteriores ao de Descartes, em especial o método de Newton e Vico, no intuito de apresentar os argumentos utilizados no segundo capítulo, sobre a complexidade. A segunda parte do texto volta-se para a concepção de ciência e método segundo as contribuições do paradigma da complexidade, especialmente segundo a visão de Edgar Morin, onde apresentamos os principais princípios da sua teoria: o princípio dialógico, o princípio recursivo, o princípio hologramático. As obras de Morin que serviram de base para o segundo capítulo foram: O método (2011, 2015, 2016), ciência com consciência (1996), Inteligência da complexidade (2000), Introdução ao pensamento complexo (2015).