A noção de poder no curso A vontade da verdade, de Foucault
Poder. Parresía. sujeito. Verdade.
A questão do poder nas relações individuais e sociais, de subjetivação e cuidado de si tornou-se indispensável em análises atuais, seja no campo da política ou da ética, do ponto de vista epistemológico ou psicológico nos modos de subjetivação. Neste sentido, a presente pesquisa tem como objetivo geral compreender a noção de poder, no curso A coragem da verdade de Michael Foucault e os deslocamentos em relação a análise genealógica, na qual o poder aparece como relação de forças em sentido positivo que se manifesta enquanto práticas, exercícios, estratégias, tecnologias que produzem efeitos subjetivantes que docilizam, disciplinam e normalizam o sujeito e a sociedade para que seja útil economicamente e governável, a exemplo da confissão como técnica de governo e produção da verdade que se estendeu ao campo das ciências, sistemas penais e na política. No último curso, Foucault fez uma análise da parresía como práticas de si ao dizer-a-verdade na atitude parresiástica do indivíduo que se constitui enquanto sujeito moral, o que nos leva a problemática: como Foucault apresenta a questão do poder no curso A coragem da verdade? Ao tentar responder, se evidencia os deslocamentos de um poder que produz verdade para às práticas da verdade e da parresía como dizer verdadeiro e posteriormente discutir o cuidado e o governo de si em que o sujeito se constitui, que problematiza a liberdade no ambiente democrático e as possibilidades da ética. Aponta-se com isso, uma mudança dos modos de assujeitamento para uma compreensão mais ligada ao próprio sujeito como prática de si, que si constitui na qualidade de parresiasta da verdade, livre e senhor de si.