A dimensão fenomenológica da linguagem como possibilitadora do ser-aí histórico
Linguagem. Ser-aí. Volk.
Na tentativa de exibir a essência da linguagem, através da clarificação da essência do ser do ser humano, e, a conexão interna entre ambas, Heidegger fará uma tentativa de exibição do “que” e do “como” o ser do ser humano “é” (existe). Em suma, a indagação sobre a essência do ser do ser humano deve ser um tipo de investigação em que o próprio ser daquele que investiga,ou seja, o ser humano, deve inquirir pessoalmente e contundentemente para descobrir a resposta da pergunta “quem nós mesmos somos ?”. A resposta á pergunta “quem nós mesmos somos?”, é fundamentada na maneira de como nosso ser mesmo é ,ou seja, um-com-outro,na medida em que faz referencia á indagação de sua própria essência. Heidegger está em busca de uma identidade originária para aquele ser que questiona sua essência (Wessen) de forma genuína e radical sendo um-com-outro. A efetivação de ser-um-com-outro é manifesta na possibilitação e, efetivação da constituição do Volk (povo). O Volk (povo) não é um fato sociológico e/ou político em última análise, não que não seja isto,mas em ultima análise transcende essas esferas,não se esgota nelas,mas as possibilita. Volk (povo), tampouco é um aglomerado de pessoas unidos por questões linguísticas, nacionalistas,ou algo do gênero. Volk não é algo mensurável através de um escopo cientifico-social. Volk é constituído em torno de uma decisão do ser-aí (Da-sein) em relação ao contexto de doação que o ser (Seyn) lhe oferece. Esta decisão requer do ser-aí (Da-sein) uma resolução, um estar afinado, uma abertura á doação de ser (Seyn). Em suma, Heidegger caracteriza a essência do ser humano em virtude desta abertura á doação de ser (Seyn),tendo a resolução como o possibilitador para tal abertura, como sendo um ser histórico.