Nietzsche, Kafka e o niilismo: entre filosofia e literatura
Niilismo. Vontade de Poder. Arte. Artista.
A pesquisa procura analisar o termo filosófico niilismo na obra de Nietzsche, desde sua origem até suas vertentes no pensamento maduro do autor. Entendendo o processo da decadência como niilista, Nietzsche coloca Sócrates como o primeiro pensador da décadence, que seria perpetuada até a modernidade pelo cristianismo, tornando o tipo escravo como o homem modelo. Esboçamos a maneira como Nietzsche pretende superar esse homem, através da superação dos valores que o cultivam, procurando um novo estado fisiopsicológico mais saudável ao homem. Para isso Nietzsche coloca a vontade de poder como o centro da transvaloração, e os artistas como os mais capazes de criar algo, em detrimento de não se rebaixarem e se resignarem ao valor dado pela moral vigente. Na modernidade a burocracia ganha destaque no funcionalismo público, o que leva Nietzsche a critica-la como mais um meio de nivelamento e empobrecimento da vida. Kafka então surge em nosso trabalho como a ponta de lança de tudo o que Nietzsche compreendeu de sua época, o seu diagnóstico dos próximos duzentos anos são ilustrados através das obras de Kafka, que caracteriza o homem como o ser adoecido pelos valores que lhe são impossíveis de serem vividos ou literalmente levados a cabo. Para isso todo o entendimento da fisiologia do artista segundo Nietzsche nos leva a uma compreensão e interpretação da obra de Kafka para além de sua época.