Título: EROS SERVIL E EROS LIVRE NO BANQUETE DE PLATÃO |
Platão; Banquete; Eros.
No Banquete de Platão, Diotima critica a servidão erótica em 210d, ao dizer que é
necessário que o amante filósofo não ame como um escravo para contemplar o oceano do
belo em amor inesgotável à sabedoria (philosophia aphthono). Argumento que essa crítica
é direcionada ao discurso de Pausânias, que defende um modelo erótico fundamentado
nesse tipo de servidão. Por isso, meu objetivo é demonstrar que há dois tipos de Eros no
Banquete que são incompatíveis entre si. Defendo que há um Eros servil no discurso de
Pausânias, e, a partir da crítica de Diotima, busco compreender as características desse
modelo erótico. Em oposição a esse modelo, caracterizo o modelo erótico defendido por
Diotima. A partir da análise do termo “philosophia aphthono”, mostro como a crítica ao
ciúme e à servidão estão interligadas. Isso me permite caracterizar o Eros do modelo
defendido por Diotima como livre de ciúme. Concluo que a servidão e o ciúme são
incompatíveis com a filosofia, e que o Eros platônico é um Eros que é livre de ciúme.