REDESCOBRIR O SANGUE QUE SECOU NOS CÓDIGOS: a história na analítica do poder de Michel Foucault e a Crítica do Poder de Axel Honneth
a definir
A analítica do poder de Michel Foucault sempre foi tomada pela Teoria Crítica
com hesitação, senão por uma negação expressa. Em todo caso, mesmo naqueles em que
há o reconhecimento de avanços promovidos pelo francês acerca da descrição das
dinâmicas de poder, sempre parece haver uma base comum de afastamento de Foucault da
referida tradição filosófica, situada na relação entre poder e normatividade.
As chamadas confusões normativas que a analítica do poder de Foucault
possuiria, segundo Nancy Fraser (1989), fariam com que o tornasse incapaz de distinguir
entre estratégias legítimas e ilegítimas de poder. Desde então, o lugar comum de crítica às
elaborações foucaultianas sobre o poder diz respeito ao fato de que sua teoria reclamaria,
necessária e urgentemente, critérios normativos que pudessem separar as formas aceitáveis
das inaceitáveis de exercício do poder.