A objeção de Kant aos argumentos teístas na Dialética Transcendental da Crítica da Razão Pura: uma crítica a partir da filosofia analítica da religião
argumento ontológico; argumento cosmológico; argumento físico-teológico; Kant.
Uma das investigações teológicas críticas de Kant é acerca das denominadas provas teístas: os argumentos ontológico, cosmológico e físico-teológico. Kant conclui, na Dialética Transcendental da Crítica da razão pura (1787), que provas satisfatórias são impossíveis a partir de tais argumentações da razão teórica. Isso se dá, de acordo com o filósofo, porque o argumento ontológico falha e, em última análise, as provas cosmológica e físico-teológica dependem dele, o que implica na impossibilidade de todas as tentativas de demonstrar a existência de Deus. Historicamente, isso levou ao abandono das provas teístas na filosofia. Entretanto, estes argumentos ressurgiram com a chamada filosofia analítica da religião, através de filósofos como Alvin Plantinga (1974, 2012), Charles Malcolm (1960), Richard Swinburne (2019) e William Lane Craig (1979). Diante desta recente recepção crítica da Dialética Transcendental, a presente pesquisa questiona se as objeções de Kant realmente impossibilitam os argumentos teístas da razão teórica. Com isso em vista, o objetivo geral desta dissertação é realizar uma crítica analítica às objeções de Kant contra os argumentos teístas da razão teórica, mostrando que a objeção de Kant aos argumentos teístas não consegue demonstrar a impossibilidade de tais argumentos.