Nietzsche e o grande estilo em Crepúsculo dos Ídolos
Dionisíaco. Grande estilo. Transvaloração.
O conceito de “grande estilo”, desenvolvido ao longo da vida produtiva de Nietzsche, será um elemento fundamental para os projetos de maturidade do filósofo, sobretudo, a transvaloração de todos os valores, objetivo maior da obra Crepúsculo dos Ídolos. Em uma situação de decadência da cultura moderna, diagnosticada pelo filósofo, ele convida a um “esforço de guerra”, uma luta a ser travada ante o que está posto: os valores da décadence. Nietzsche assim, na maturidade, assume essa “missão” acenando para a possibilidade de uma saída do estado decadente e, nesta direção, aponta para determinados “tipos” de constituição “saudável”, “homens de força”, “robustos”, que são indicativos ao conceito de “grande estilo”. Dada a abrangência de tal conceito, uma multiforme e complexa noção, que será referida por Nietzsche em vários momentos e por diferentes obras, pretendemos, nesse trabalho, investigar o que seria de fato o “grande estilo” na maturidade do filósofo, nos concentrando na obra Crepúsculo dos Ídolos. Para tanto, buscaremos explicitar os elementos seminais da estética de O Nascimento da Tragédia, assim como nos escritos e fragmentos do período, pensar a sua dinâmica, em meio a rupturas, decepções, perda dos projetos filosóficos e estéticos, que marcam a vida de Nietzsche. Tal procedimento se faz necessário, pois alguns desses elementos constituirão a base para modificações posteriores, como maior exemplo o conceito de Dioniso. O estudo sobre o “grande estilo”, assim, é baseado em uma tentativa de mostrar que os elementos principais da estética juvenil de Nietzsche se conservam na maturidade e, assim procedendo, buscaremos argumentar que o “grande estilo” pode ser entendido como uma espécie de (re-)encontro com o dionisíaco.