Protágoras e a paidéia como possibilidade de conhecimento para além da techné
Filosofia Antiga, Protágoras, Paidéia, Conhecimento
Pretende-se de maneira geral com a presente pesquisa tratar do sofista Protágoras como figura de grande importância para a história da filosofia a partir de sua atividade pedagógica no período áureo de século V a.C. na antiga Grécia. Os acontecimento de ordem econômica e sobretudo política em Atenas, são a base essencial que possibilitaram o surgimento do movimento sofista na pólis grega e tem-se na imagem de Protágoras, como o primeiro e notável representante do movimento, um sentido de revaloração à cultura e ao pensamento grego tradicional, pelo qual o sofista aplicou o seu plano de ensinamentos. A notoridade de Protágoras está, nesse sentido, no que mais o sofista se dedicou em sua pedagogia: relativizar os valores tradicionais e as ideias de natureza absoluta segundo os princípios da filosofia antiga, particularmente com Sócrates, Platão e Aristóteles. De maneira específica, busca-se uma possibilidade de conhecimento para além da techné grega, quando Protágoras busca, em suma, por um processo educativo de reavaliação que tem em grande medida a razão e a crítica, uma formação no sentido humanístico e não meramente técnico, pelas quais os cidadãos estavam inseridos nas escolas tradicionais com o ensino da música, da ginástica, da literatura etc. Acredita-se que Protágoras vai além desse padrão de ensinamentos em busca de uma formação integral, quando, além de uma capacitação para a atuação nas diligências da pólis – maior, porém, não a única atividade do sofista - os cidadãos atenienses estariam entregues às instruções de natureza humana no sentido mais amplo. Dessa maneira, tenta-se, sobretudo através de comentadores da história da filosofia, ressaltar o sofista Protágoras como perspectiva de uma figura que leva a um conhecimento para além dos limites da techné grega.