A questão da objetivação do conhecimento e a deposição do sujeito na epistemologia de Popper
Popper. Psicologismo. Objetividade. Três mundos. Crítica intersubjetiva.
O objetivo do presente trabalho é analisar como se dá a objetivação do conhecimento em Popper e como o sujeito não tem um papel fundamental neste processo. Para esclarecer tal temática pretendemos, primeiramente, elucidar o caráter da epistemologia popperiana, que ele define como sendo sem sujeito conhecedor, em oposição a tradição epistemológica que tem valorizado o sujeito no processo de conhecimento. Pretendemos mostrar também, que sua concepção de conhecimento objetivo está alicerçada em sua teoria dos três mundos, na qual o mundo 3, é fundamental, pois é neste que estão os produtos do sujeito, ou seja, o conhecimento objetivo. Iremos mostrar ainda, que este mundo 3 é linguístico e a importância da linguagem para que o conhecimento se objetive. Em segundo lugar, analisaremos como se dá a objetivação do conhecimento por meio da crítica intersubjetiva. Para isso, pretendemos esclarecer as condições lógico-empíricas que Popper considera como necessárias para a objetivação do conhecimento. E por fim, iremos apresentar as críticas de Michael Löwy e Thomas Kuhn a concepção de objetividade de Popper. Para estes autores, Popper parece ignorar que fatores subjetivos e sociais possam influenciar no processo de escolhas de teorias e, logo, na objetivação do conhecimento.