A concepção de corpo em Nietzsche: interpretação e pluralidade de forças
Corpo. Nietzsche. Interpretação. Forças. Modernidade.
A presente pesquisa visa desenvolver uma interpretação acerca da concepção de corpo em Nietzsche, levando em consideração o viés perspectivista e a dimensão instintiva do todo corpóreo, bem como a multiplicidade de forças inerentes à investigação do corpo. Tendo vista que, segundo a assimilação de Nietzsche, a noção de corpo coloca-se enquanto fio condutor de suas elucubrações, sobretudo porque a retomada de tal problemática se demonstra pertinente para se pensar o corpo no decurso do pensamento ocidental, desde a concepção dos gregos antigos, passando pelo socratismo estético, platonismo e moral cristã, até a modernidade e suas reverberações no que tange ao processo do niilismo. Posto isso, faz-se mister empreender uma crítica da má compreensão do corpo erigida pela filosofia tradicional, sem deixar de ressaltar a apropriação do platonismo pela moral cristã, que resultou na depreciação do corpo e degenerescência dos instintos e impulsos corpóreos mais vitais, tornados doentes, fato este que concorreu ao adoecimento e apequenamento do homem na modernidade. Para tanto, pretende-se analisar a noção de corpo atravessada pelas valorações instituídas, tanto de ordem estética, quanto moral, cultural e filosófica, especialmente nos textos O nascimento da tragédia, Humano Demasiado Humano, Além de bem e mal, Genealogia da Moral e Assim falou Zaratustra, basilares para situar a questão do corpo nas dimensões que possibilitaram sua ascensão e decadência. Destarte, a pesquisa sagra-se relevante uma vez que possibilita o aprofundamento em uma questão que se coloca de forma latente no contexto do pensamento ocidental: a noção de corpo, tida, a partir do viés proposto pelo filósofo alemão, como campo de forças e conflito na modernidade.