Perfil de consumo e percepção em relação a comercialização de açaí no Arquipélago de Marajó, estado do Pará
consumidor, doença de chagas, fraude, segurança alimentar
O açaí, fruto do açaizeiro, é utilizado na obtenção do suco ou polpa de açaí e seus derivados. Este produto está enraizado na gastronomia da população do Pará e incorporou-se ao marketing do turismo do estado, com destaque ao Arquipélago de Marajó. Porém, embora venha sendo estudado por vários autores, não há até o momento relatos sobre o perfil de consumo do açaí na região em questão. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar o perfil de consumo do açaí e derivados nos municípios de Soure e Salvaterra, Arquipélago de Marajó – PA, quanto ao perfil sociodemográfico e a percepção dos consumidores a respeito de diversos aspectos associados ao consumo do açaí. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa - CEP do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará. Para o desenvolvimento deste estudo, foram aplicados questionários para 382 voluntários (192 de Soure e 190 de Salvaterra) escolhidos ao acaso. Os dados foram analisados de forma descritiva e posteriormente submetidos à Análise de Correspondência Múltipla (ACM). Nossos resultados demonstraram que a maioria dos entrevistados foram moradores locais, do sexo masculino, acima de 40 anos, que moram no perímetro urbano e que possuem ensino médio completo. A maioria prefere consumir a polpa ou suco do açaí ao invés dos derivados, sendo o produto adquirido principalmente de batedores artesanais. As pessoas que se declararam da área rural foram associadas ao consumo do açaí batido em casa. Em ambas as cidades foi observado o conhecimento sobre contaminação de alimentos e fraude alimentar. Grande parte dos entrevistados demonstraram ter conhecimento a respeito da Doença de Chagas e relataram que obtiveram a informação principalmente pela televisão. Concluímos que nos municípios estudados, o açaí é um produto muito consumido e que os entrevistados demostraram conhecimento sobre os riscos associados ao seu consumo, especialmente por influência dos meios de comunicação.