Mensuração anual dos anticorpos neutralizantes de bovinos imunizados com vacinas recombinantes trivalentes alfa, beta e épsilon de Clostridium perfringens
imunologia, biotecnologia, curva de anticorpos, proteína recombinante alfa, proteína recombinante beta, proteína recombinante épsilon, soroneutralização, protocolos vacinais.
As toxinas alfa (CPA), beta (CPB) e épsilon (ETX) de Clostridium perfringens são responsáveis por causar enfermidades de difícil erradicação e com potencial de letalidade em animais de produção, sendo a vacinação dos rebanhos ainda a melhor estratégia de controle. Atualmente as vacinas recombinantes clostridiais apresentam resultados significativos na indução de títulos de anticorpos neutralizantes e demostram ser uma alternativa viável frente a produção convencional de toxóides clostridiais comerciais. Entretanto são necessários estudos em relação a longevidade da resposta imune humoral induzida pelas proteínas recombinantes nos animais imunizados. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi mensurar a resposta imune humoral de bovinos imunizados com vacinas trivalentes contendo as proteínas recombinantes alfa (rCPA), beta (rCPB) e épsilon (rETX) de C. perfringens, em três diferentes concentrações (100, 200 e 400 µg) de cada uma das proteínas, durante um período de 12 meses. A vacina recombinante contendo 400 µg (VR3) obteve melhor desempenho em relação as demais formulações testadas, pois induziu uma média de títulos de anticorpos neutralizantes mais elevados e detectáveis por até 180 dias, enquanto que VR2 (200 µg) seria a formulação mais econômica e viável para produção em escala industrial. No entanto, nenhuma das vacinas testadas induziu a produção de títulos de anticorpos detectáveis até os 365 dias de experimento, período este de revacinação normalmente indicado nos protocolos de vacinação animal, reiterando a necessidade e a importância das pesquisas na área de biotecnologia e imunologia a fim de estabelecer maior longevidade da resposta imune humoral contra essas toxinas clostridiais nos animais, além da necessidade de discussão sobre os calendários e protocolos vacinais adotados na bovinocultura.