Pesquisa de infecções naturais por Trypanosoma cruzi, Rickettsia spp. e Borrelia spp. em carnívoros silvestres (Carnivora: Canidae, Felidae e Procyonidae) na Amazônia brasileira
agentes infecciosos, zoonoses, mamíferos silvestres, bioma Amazônia
Trypanosoma cruzi, Rickettsia spp. e Borrelia spp. são agentes etiológicos de enfermidades importantes tanto para a saúde pública quanto para a saúde animal, no entanto são poucos os estudos sobre esses agentes em carnívoros silvestres no bioma Amazônia. Portanto, o presente estudo teve como objetivos detectar a infecção natural Trypanosoma cruzi, Rickettsia spp. e Borrelia spp. em procionídeos, canídeos e felídeos silvestres no bioma Amazônia. Amostras biológicas foram coletadas de carnívoros silvestres de vida livre e cativos na Amazônia brasileira. Para a detecção de DNA T.cruzi, foi realizada Nested PCR com os iniciadores D71/72 e D75/76 e confeccionados esfregaços sanguíneos. Para a detecção de DNA de Rickettsia spp. foi realizada Nested PCR com os iniciadores 17k-5/17k-3 e 17k-1/17k-2, sendo alguns produtos sequenciados e submetidos à análise filogenética. Para a detecção de DNA de Borrelia spp. foi realizada Nested PCR com os iniciadores FlaLL/FlaRL e FlaLS/FlaRS. DNA de T. cruzi foi detectado em 38,2% (42/110) e formas tripomastigotas foram detectadas em 6,4% (7/110) dos carnívoros silvestres. DNA de Rickettsia spp. foi detectado em 3,7% (4/109) dos animais e não houve detecção de DNA de Borrelia spp. nas amostras analisadas. Conclui-se que T. cruzi e R. felis infectam carnívoros silvestres de vida livre e cativos no bioma Amazônia. Faz-se necessário a vigilância contínua da saúde desses carnívoros nos parques zoobotânicos e fragmentos florestais adjacentes para pevenir a ocorrência de novas infecções nessas populações e a transmissão desses agentes para população humana nas regiões visitadas.