Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • LEONARDO BALENA QUEIROZ
  • ESTADO E VIRTUDE: O PERFECCIONISMO PLURALISTA DA NOVA TEORIA DA LEI NATURAL

  • Orientador : VICTOR SALES PINHEIRO
  • Data: 17/04/2024
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  • Resumo: A presente pesquisa objetiva investigar a relação entre o Estado e a virtude humana à luz do perfeccionismo pluralista defendido pela Nova Teoria da Lei Natural, a fim de verificar se essa teoria pode oferecer um alicerce para a garantia e a proteção de direitos fundamentais mais seguro do que o de suas concorrentes. Para tanto, por meio de revisão bibliográfica nacional e estrangeira, será analisada, em primeiro lugar, a base metaética advinda da reinterpretação da teoria da lei natural da década de 60 do século XX, especificando o papel da razão prática, dos bens humanos básicos e da moralidade. Em seguida, serão examinados os resultados para a esfera política dos princípios formulados com base no raciocínio prático, com ênfase nos conceitos de comunidade, bem comum político, subsidiariedade e autoridade. Posteriormente, é proposta uma abordagem dialética preliminar do antiperfeccionismo, arguido por John Rawls e Ronald Dworkin, com o intuito de promover uma reflexão crítica à luz da teoria a ser averiguada. Em ato contínuo, deverá ser analisado o perfeccionismo pluralista defendido pela Nova Teoria da Lei Natural, bem como seus limites principiológicos e prudenciais. Por fim, um estudo de caso será apresentado a fim de verificar a aplicação da teoria perfeccionista ao direito à liberdade religiosa.

  • GUILHERME WILSON SOUZA CRUZ DE CASTILHO
  •  POR UMA JUSTIÇA NEGOCIAL CONSTITUCIONALMENTE ORIENTADA: Um diálogo possível entre o Acordo de Não Persecução Penal e o Garantismo Jurídico-Penal.

  • Orientador : ANA CLAUDIA BASTOS DE PINHO
  • Data: 12/04/2024
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  • A presente dissertação se insere no âmbito da justiça negocial e sua tendência de expansão no Brasil. No cenário nacional, a grande imersão no universo da justiça consensual se deu por meio da criação do instituto do Acordo de Não Persecução Penal, trazido pela Lei nº. 13.964/2019 – Lei Anticrime. Ante tal cenário, questiona-se: Como o garantismo penal pode ser utilizado como referencial teórico que possa aproximar o instituto do Acordo de Não Persecução Penal ao modelo de processo penal desenhado na Constituição da República? A hipótese aqui posta é que a Teoria do Garantismo Jurídico-penal pode ser utilizada como referencial teórico para estabelecer um critério de deslegitimação e de redução de danos capaz que aproxime o instituto do Acordo de Não Persecução Penal e o modelo de processo penal desenhado na Constituição da República. Nesse contexto, a investigação aqui proposta objetiva investigar como o garantismo jurídico-penal pode ser utilizado como referencial teórico que aproxime o instituto do Acordo de Não Persecução Penal ao modelo de processo penal desenhado na Constituição da República. A pesquisa ora apresentada se justifica pela necessidade de compreensão da expansão de novos mecanismos de direito negocial tanto no Brasil se sua adequação aos ordenamentos jurídicos dos Estados Democráticos de Direito. Para tal investigação, utilizou-se o método hipotético-dedutivo, por meio da utilização das técnicas de pesquisa bibliográfica e de pesquisa documental. Ao final, entende-se que, muito embora os modelos de justiça negocial não possuam compatibilidade com o modelo acusatório previsto na Constituição, não se pode ignorar a sua expansão, devendo-se, assim, estabelecer medidas de mitigação dos descompassos antidemocráticos do referido instituto de justiça negocial.

  • TAINA FERREIRA E FERREIRA
  • Título da dissertação/tese REFLEXÕES SOBRE O SISTEMA PENAL BRASILEIRO: uma pauta pelo desencarceramento por meio de uma crítica criminológica e garantista

  • Orientador : ANA CLAUDIA BASTOS DE PINHO
  • Data: 05/04/2024
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  • Basta olhar para o sistema penal brasileiro que facilmente é possível notar como se trata de um dos campos mais distanciados daquilo que a Constituição Federal brasileira estabelece como ideal democrático. A legislação ainda vigente pertence à década de 1940 e o perfil da massa carcerária também se mantem quase que homogêneo. As mudanças, legislativas e no campo prático, têm sido pequenas e com pouco impacto na efetiva compatibilização do sistema com os direitos contidos na carta constitucional. A necessidade por um olhar crítico para essa realidade é constante e há diversas searas de pesquisa que se debruçam sobre a problemática. Essa pesquisa centrou-se em conhecer os principais nós do sistema penal brasileiro e traçar estratégias de enfretamento de tais problemas, partindo, para tanto, de dois campos teóricos: garantismo penal e criminologia crítica. A problemática se debruçou sobre a possibilidade de se estabelecer estratégias, ao sistema penal brasileiro, voltadas ao enfrentamento das tendências panpenalistas através de um diálogo entre o Garantismo penal e a Criminologia Crítica de Alessandro Baratta. Ao longo da pesquisa, percebeu-se que ambos os autores trazem análises robustas sobre o funcionamento do sistema penal e que também constroem propostas que visam a tornar esse campo menos violento. Diante disso, notou-se que há diferenças inconciliáveis entre as teorias, porém um diálogo se torna possível quando toma por base o ponto em comum entre os autores analisados: a defesa do Estado Democrático de Direito e dos Direitos Humanos.

  • ARTHUR DE OLIVEIRA SOUZA
  • O PLURALISMO JURÍDICO E A CONSTRUÇÃO DA PROTEÇÃO MULTINÍVEL DE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL

  • Orientador : PAULA REGINA BENASSULY ARRUDA
  • Data: 05/04/2024
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  • O presente trabalho buscou demonstrar como o pluralismo jurídico possibilita a construção da proteção multinível de Direitos Humanos no contexto brasileiro. Dessa maneira, para a exequibilidade da pesquisa, foi utilizado o método hipotético-dedutivo, com abordagem qualitativa, com o objetivo descritiva, utilizando-se como procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica, documental e jurisprudencial para compreender como o cenário brasileiro se apresenta frente à perspectiva dialógica exigida pelas correntes do pluralismo jurídico e da proteção multinível. Assim, o problema que norteia a presente pesquisa é: de que modo o pluralismo jurídico possibilita a construção da proteção multinível de direitos humanos no Brasil? Desse modo, a pesquisa parte da hipótese de que as relações entre os ordenamentos jurídicos se constroem de forma compartilhada e conjunta, onde os ordenamentos se complementam e se integralizam para o cumprimento de suas funções constitucionais e suas obrigações com os tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil. Nesse plano, dada que a característica primordial da proteção multinível de direitos humanos é o aspecto dialógico e integrativo entre ordens jurídicas, o pluralismo jurídico se manifesta como elemento construtivo para a proteção multinível no contexto brasileiro. Com isso, o objetivo geral é analisar como o pluralismo jurídico possibilita o fortalecimento da proteção multinível no contexto brasileiro de proteção de direitos humanos, enquanto os específicos são (i) Explanar como o pluralismo jurídico se desenvolve no contexto latino-americano, especialmente no Brasil. (ii) Apresentar o conceito de Proteção Multinível de Direitos Humanos a partir da sua interação de níveis jurisdicionais possíveis para o Brasil e (iii) Verificar como o pluralismo jurídico pode garantir a proteção multinível de direitos humanos no cenário brasileiro no contexto brasileiro a partir da dialogicidade e integração jurisdicionais. Nesse sentido, a pesquisa demonstrou que o pluralismo jurídico se apresenta necessário para a cooperação entre as ordens normativas, mas que a perspectiva multinível ainda enfrenta desafios frente à atuação estadocêntrica do ordenamento jurídico brasileiro.

  • CAMILA LOURINHO BOUTH
  • “CRIAS DE FAMÍLIA”: ESCRAVIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA NOS CASOS DE TRABALHO INFANTIL DOMÉSTICO, UM ESTUDO NO ESTADO DO PARÁ.

  • Orientador : VALENA JACOB CHAVES
  • Data: 28/03/2024
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  • A escravidão contemporânea e o trabalho infantil são ilícitos laborais capazes de violar a dignidade dos seus sobreviventes em nível existencial. No entanto, no contexto brasileiro as continuidades históricas do escravismo reproduzidas pelas práticas sociais e as desigualdades socioeconômicas condicionam situações de vulnerabilidade que conduzem a exploração laboral de pessoas aliciadas pela necessidade de sobrevivência. Para a compreensão das injustiças sociais, portanto, é necessário considerar todos os atravessamentos que se cruzam em uma compreensão interseccional. Nesta pesquisa voltamos nosso olhar à realidade regional na Amazônia, e centramos análise em desvelar as injustiças sociais por detrás do costume de migração informal de crianças para fins de servidão doméstica, em uma relação de “crias de família”, referenciando o termo cunhado pela antropóloga Maria Angélica Motta-Maués. Esse é um fenômeno social que atinge a vida de meninas – pessoas do sexo feminino menores de 18 anos- das classes sociais mais baixas, racializadas e oriundas de comunidades tradicionais, situação essa que em uma perspectiva local assume traços culturais que conduzem à naturalização e à tolerância social. Mas, por um olhar da técnica jurídica, temos como hipótese que a situação de “crias de famílias” condiciona meninas à condição de escravidão contemporânea no Trabalho Infantil Doméstico, por jornadas exaustivas, servidão por dívidas e condições degradantes. O problema versa sobre o questionamento de se os casos de “crias de famílias” são juridicamente e judicialmente reconhecidos como forma de escravização contemporânea que atinge meninas no Trabalho Infantil Doméstico. Como barreira de reconhecimento, enfrentamos as práticas culturais reiteradas e o discurso afetivo de que tal relação seria um ato de caridade, e “como se fosse” familiar. O objetivo desta pesquisa então é analisar qual o tratamento judicial dado aos casos concretos que constituam relações de “crias de família” no âmbito das decisões proferidas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Pará e Amapá), considerando a competência sobre a jurisdição local; e perpassa pela compreensão das relações históricas e sociais que conduzem à naturalização e tolerância; pela delimitação dos parâmetros jurídicos de TID e de TEC; e, por fim, pela análise de casos amoldáveis julgados pelo Judiciário Trabalhista. O estudo é exploratório, por método bibliográfico-documental, e adota como procedimento o levantamento de bibliografias, a análise de casos judiciais, e a coleta de dados secundários. A pesquisa judicial foi realizada por consulta ao banco de cisões públicas do TRT 8ª, e resultou na análise de 04 casos, um de tutela coletiva, e três por tutela individual. A observação nos permitiu perceber que o argumento de afetividade foi recorrentemente levantado com o intuito de desconstituir a relação laboral, e que os ilícitos de TID e TEC combinados não foram adequadamente enfrentados, e reforçam a invisibilidade institucional do problema por interferência de aspectos de tolerância cultural. Portanto, é necessário que esse fenômeno social seja visibilizado como um problema decorrente de desigualdades interseccionais, que precisa ser nomeado, como caminho ao enfrentamento adequado. Sempre com a compreensão de que falamos sobre vidas reais e que estas precisam ter as suas vozes ouvidas.

  • ADRIELY ALESSANDRA ALVES DE LIMA
  • VIOLAÇÕES AOS DIREITOS HUMANOS DE MULHERES REFUGIADAS NA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

  • Orientador : CRISTINA FIGUEIREDO TEREZO RIBEIRO
  • Data: 27/03/2024
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  •  No ano de 2023, o índice de refugiados no mundo superou a marca de 110 milhões de pessoas, estima-se que, aproximadamente, metade são mulheres, entre as causas dos deslocamentos estão as violações dos Direitos Humanos. Diante desse cenário de migrações forçadas, a presente pesquisa enfoca no Sistema Interamericano de Direitos Humanos visando responder o seguinte: em que medida o Sistema Interamericano de Direitos Humanos enfrenta as violações a Direitos Humanos de Mulheres Refugiadas na região? O objetivo geral é analisar como o Sistema Interamericano de Direitos Humanos enfrenta as violações aos Direitos Humanos de mulheres refugiadas. Quanto à abordagem, se utilizou o método hipotético-dedutivo, desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica, quanto ao tipo e as técnicas utilizadas, trata-se de uma pesquisa exploratória, qualitativa mediante análise de conteúdo do processo relativo ao Caso I.V. Vs. Bolívia (2016) que tramitou perante a Comissão e a Corte Interamericana de Direitos Humanos e documental com análise de relatórios e base de dados estatísticos oriundos da CIDH e do ACNUR. Diante disso, observou-se que os princípios da igualdade e não discriminação são fundamentais no contexto das migrações internacionais, ademais, evidenciou-se a relevância de observar a complementariedade entre os ramos do Direito analisados tanto na construção das normativas internacionais quanto no reconhecimento dos direitos derivados da interpretação dos instrumentos jurídicos.

  • NILVYA CIDADE DE SOUZA
  • LUZ, CÂMERA, PIXAÇÃO: As percepções dos artistas da crew veni vidi vici sobreosprocessos de criminalização perpetrados pelo sistema de justiça nos anos de 2018 a 2022emBelém do Pará.

  • Orientador : MARCUS ALAN DE MELO GOMES
  • Data: 26/03/2024
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  • O presente trabalho apresenta o resultado da pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade Federal do Pará, na linha Sistema Penal e Direitos Humanos, sob orientação do Prof. Dr. Marcus Alan de Melo Gomes. Por meio dela investigou-se como os artistas membros do grupo Veni Vidi Vici percebem a atuação do sistema de justiça criminal sobre a prática da pixação em Belém, nos anos de 2018 a 2022. Os procedimentos realizados foram a pesquisa bibliográfica no sítio do Instituto Brasileiro de Criminologia e dos trabalhos constantes no portal de periódicos da Capes usando as palavras-chave: grafite, graffiti, pixação, pichação, quando relacionadas aos termos grafite e criminologia, graffiti e criminologia, criminologia cultural e graffiti/grafite, pixação/pichação e punitivismo, além de pesquisa livre com os mesmos termos em sites como Plataforma Sucupira, Google Academico e Academia.edu; pesquisa documental sobre leis, relatórios nacionais de pixação/Graffiti, e no código postura de postura de Belém do Pará para compreender como a prática é recepcionada pela legislação, além de pesquisa de campo através de oito entrevistas com membros da crew de graffiti Veni, Vedi, Vici. Como resultados temos a compreensão de que a criminalização seletiva antecede a prática do graffiti/ pixação, por uma separação social histórica cujos reflexos são percebidos ainda hoje pelos sujeitos selecionados para serem os excluídos. Todavia através da própria arte criminalizada é possível construir novas realidades, mais inclusivas, que promovam a dignidade da comunidade, a participação na construção da cidade e reduzam a violência nos bairros periféricos.

  • GABRIEL DE QUEIROZ COLARES
  •  O PAPEL DA PROTEÇÃO DAS ÁREAS PÚBLICAS NA AMAZÔNIA NO COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.

  • Data: 25/03/2024
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  • O presente trabalho aborda o papel crucial da proteção das áreas públicas, especialmente na Amazônia, no combate às mudanças climáticas. Destaca-se a importância da conservação de ecossistemas naturais e da adoção de medidas de proteção para mitigar os impactos negativos das atividades humanas no clima. Ratifica a significância dos serviços ecossistêmicos, como a purificação do ar e da água, controle de enchentes, e proteção contra erosão do solo, enfatizando o papel vital da biodiversidade na estabilidade dos ecossistemas e resiliência às mudanças climáticas. A presente dissertação sublinha a importância dos povos indígenas na preservação dessas áreas, reconhecendo seus direitos originários à terra. A captura de carbono por ecossistemas como florestas e manguezais é destacada como essencial para a redução de emissões de gases de efeito estufa, com a manutenção dessas áreas públicas sendo fundamental para a estabilização do clima global. Analisa-se a importância de acordos internacionais sobre o clima e sua recepção pelo Brasil na região amazônica. Chama-se atenção, ainda, para a necessidade de implementação de mecanismos legais e políticos eficazes para proteger essas áreas, promovendo a conscientização e participação pública no processo. A pesquisa visa a contribuir para o fortalecimento das políticas de proteção das áreas públicas, oferecendo subsídios para a tomada de decisões e implementação de estratégias eficazes de combate às mudanças climáticas e promoção da sustentabilidade ambiental.

  • LARISSA LASSANCE GRANDIDIER
  • O DIREITO AO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM CRIANÇAS: O LUGAR DOS GRUPOS VULNERABILIZADOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 11/03/2024
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  • A pesquisa busca contribuir com os direitos das crianças e das pessoas com deficiência. Através de uma interpretação interseccional e regional do problema de pesquisa, pretende-se averiguar se as políticas públicas no Estado do Pará promovem o direito ao diagnóstico precoce do TEA em crianças. Inicialmente, contribui-se para a descolonização dos direitos das crianças com Transtorno do Espectro Autista, com o intuito de resistir aos parâmetros legais e sociais que incapacitam estes atores como sujeitos de direitos. Em seguida, executa-se a análise do estado da arte do TEA através do diálogo de fontes com outras áreas de concentração e, com base no diagnóstico precoce como um direito inserido no eixo saúde, analisam-se as legislações que o promovem, visando compreender como sua inefetividade compromete, social e juridicamente, o sujeito em longo prazo. Por fim, testam-se as hipóteses desenvolvidas nas seções anteriores por meio da coleta e análise de dados sobre o quantitativo de políticas públicas promovidas após a publicação da Política Estadual dos direitos da pessoa com TEA, tendo como análise central o direito ao diagnóstico precoce do TEA em crianças. Para responder ao problema, utiliza-se o método dedutivo, realizando uma pesquisa exploratória e bibliográfica por meio do levantamento sistemático das principais obras e documentos, nacionais, internacionais e regionais, que abordam os direitos das crianças e direitos das pessoas com deficiência. Quanto ao tipo de pesquisa, adota-se a pesquisa empírica na internet que, através da realidade regional, investiga o quantitativo de políticas públicas que incentivam o direito ao diagnóstico precoce, ainda que inconclusivo, como inerente ao desenvolvimento infantil e alicerce para o alcance de seus potenciais e habilidades em igualdade de condições.

  • CELYNE DA FONSECA SOARES
  • MAIS QUE UM TETO E 4 PAREDES”: A MEDIDA PROTETIVA DE AFASTAMENTO DO AGRESSOR DO LAR E A SEGURANÇA NA POSSE DAS MULHERES EM TERRENOS DE MARINHA EM BELÉM-PA

  • Data: 04/03/2024
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  • A presente dissertação busca analisar se as medidas protetivas de afastamento do agressor do lar podem assegurar alguma das dimensões da segurança da posse de moradia das mulheres em áreas de terrenos de marinha e acrescidos na cidade de Belém-Pará. A temática é pertinente porque permite a observação da violência doméstica localizada no elemento físico da ameaça da perda da propriedade/posse (patrimonial) e como essas relações permitem certo nível ou alcance de determinada dimensão da segurança na posse de moradia para mulheres. A hipótese arguida foi que a medida protetiva de afastamento do agressor do lar, prevista na Lei Maria da Penha, pode assegurar uma ou mais dimensões da segurança na posse da moradia para mulheres em situação de violência doméstica e familiar na medida em que pode obrigar o agressor a sair de casa com proibição de regresso e permite que as mulheres mantenham o vínculo com a moradia, trabalho, comunidade e a terra que ocupa, sem medo de ser despejada ou sofrer algum tipo de violência, proporcionando tempo para que ela desenvolva estratégias para manutenção da posse. Para tanto, apresentou-se o processo de apossamento de terras do espaço brasileiro, bem como as denominadas áreas de terrenos de marinha e seus acrescidos que surgiram meio que de forma concomitante, partindo de uma visão nacional para a local (Belém-Pará). Trouxe-se a lume a luta das mulheres pela moradia e como ela é histórica, compreendendo a (má) distribuição das terras sob um viés de gênero para que se possa entender o porquê da maioria das mulheres, em especial as negras e pobres, contemporaneamente, morarem em espaços compreendidos como favelas. Por fim evidenciou-se a Lei Maria da Penha e a sua inovação na medida protetiva de afastamento do agressor do lar e como impacta sobre as formas de manifestação no espaço urbano, mormente a moradia. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica e documental, com abordagem quantitativa e método hipotético-dedutivo, realizando uma triangulação de métodos com revisão de literatura integrativa e mensuração com dados coletados na Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e Companhia de Desenvolvimento da área Metropolitana. Analisam-se na pesquisa os dados empíricos adquiridos junto à CEVID; CODEM e 2ª VJVDF de Belém. Tem-se uma revisão bibliográfica sistemática integrativa entre a temática da segurança na posse da moradia e a medida protetiva de afastamento do agressor do lar prevista na Lei Maria da Penha, demonstrando os trabalhos existentes e como a presente discussão vem sendo realizada nas pesquisas científicas brasileiras e se há um entrelaçamento entre essas duas vertentes temáticas. E, por fim, a partir dessas duas primeiras abordagens faz-se o entrelaçamento dos dados empíricos com a teoria. E deste ínterim, obteve-se como núcleo de resposta para a problemática da pesquisa, a positividade para a garantia de uma ou mais dimensões da segurança da posse de moradia através da medida protetiva de afastamento do agressor do lar, prevista na Lei Maria da Penha. As medidas majoritárias encontradas na revisão de literatura foram a sexta e a primeira dimensão, as quais ficaram com 09 (nove) e 06 (seis), respectivamente, dos 10 (dez) trabalhos levantados e que suscitaram a sua garantia por intermédio das medidas protetivas. Todos os que foram encontrados perfazem o caminho da moradia digna e seus 07 (sete) elementos, trabalhando a segurança na posse tão somente como um desses pilares, sem observar a autonomia e relevância que ele possui. O que denota o caráter de pertinência e ineditismo do que foi explanado aqui e o horizonte ainda a ser explorado em pesquisas futuras.

     

  • PRUDENCIO HILARIO SERRA NETO
  • TRABALHO ESCRAVO NO SÉCULO XXI: POR UMA NOVA FERRAMENTA DE ANÁLISE E ENFRENTAMENTO.

  • Data: 23/02/2024
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  • O objetivo geral deste estudo é, partindo do estado da arte sobre escravidão, dignidade e aspectos considerados estruturais, tais como, raça e gênero, sistematizar uma ferramenta, chamada de donut do trabalho escravo, que facilite a percepção da existência deste tipo de trabalho em casos concretos e possibilite, não somente um melhor entendimento sobre o tema, como, principalmente, auxilie em seu combate. Para isso, um dos principais referenciais teóricos utilizados, relativo ao modelo original do donut, proposto por Raworth (2019), considera que se deve estabelecer metas a longo prazo para a humanidade e, daí, buscar o pensamento econômico mais condizente com o que fora estabelecido, tais metas, são construídas a partir de uma ideia de donut. Com relação a dignidade humana, assume-se que, o ponto de partida para sua análise, são os contextos de violações, concebendo-a, a partir do pensamento de Matos (2019), a partir de um ponto de vista negativo, contingente, consistindo em uma espécie de direito de não ser humilhado. Para a criação de um donut sobre trabalho escravo, foi necessário articular essa percepção sobre dignidade com elementos estruturais, como gênero e raça, considerados fundamentais para compreender essa forma de trabalho de maneira mais completa. Como última etapa, antes da proposição da ferramenta de análise e combate, foram analisados os modos de execução do tipo penal, inscritos no art. 149 do Código Penal, através de recurso a pesquisa e coleta de dados sobre os resgates realizados no Pará, Amapá e Maranhão, no ano de 2022, para a elaboração de casos que demonstrem esse tipo de crime, assim, como, definir o conjunto de elementos legais que estarão contidos no donut. Por fim, estabeleceu-se uma série de critérios, chamados de “base social” e “teto econômico, social e ambiental”, deslocando-se a partir de um núcleo central, o espaço justo e seguro para o trabalhador. Estes elementos permitem, não apenas indicar, com precisão, casos de violação como, também, apresentar um conjunto de situações que podem propiciar situações de vulnerabilidade ao aliciamento para o trabalho escravo. Além disso, a demanda de informações necessárias para o seu preenchimento, aumenta o volume de dados que podem ser reunidos sobre as vítimas, de modo a buscar novos focos de investigação, traçar estratégias de enfrentamento, campanhas de conscientização, subsidiar demandas jurídicas, pressionar o Estado e realizar denúncias, demonstrando-se, assim, o grande relevo social envolvendo a temática desse estudo.

  • POLLYANA ESTEVES SOARES
  • “SELO VERDE” DA PECUÁRIA PARAENSE: O SOCIOAMBIENTALISMO COMO UMA POSSÍVEL ALTERNATIVA DE COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO E ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.

  • Data: 21/02/2024
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  • Ainda que essencial à economia brasileira, encontram-se na pecuária graves mazelas sociais e ambientais. Dado esse panorama, a busca por uma maior sustentabilidade não deve negligenciar o fator humano desse contexto, pois, além de ser um dos maiores agentes para as mudanças climáticas, é o setor que mais utiliza trabalho análogo ao de escravo no Brasil. Diante disso, políticas públicas que incentivam boas práticas neste setor, como a plataforma de rastreio de fornecedores “Selo Verde”, implantada no Pará em 2021, apresentam-se como importantes mecanismos de eixo socioambiental. Portanto, questiona-se em que medida os critérios socioambientais do Selo Verde contribuem ou podem contribuir para o combate às mudanças climáticas e erradicação ao trabalho análogo ao de escravo na cadeia produtiva da pecuária no Pará. De modo geral, objetiva-se determinar, a partir de um prisma socioambiental, a eficácia do Selo Verde como política de rastreamento da cadeia produtiva da pecuária paraense e forma de combate às mudanças climáticas oriundas do desmatamento ilegal e da utilização de trabalho análogo ao de escravo. Especificamente, pretende-se compreender como a escravidão contemporânea e as mudanças climáticas se relacionam ao desenvolvimento imposto à Amazônia para o alcance de uma via alternativa à exploração e dependência; delimitar os aspectos conceituais dos selos de qualidade e sua importância para cadeias produtivas, como no caso do Selo Verde na cadeia produtiva da carne no Pará; por fim, verificar a eficácia do Selo Verde para o controle das mudanças climáticas e para a erradicação do trabalho análogo ao de escravo na pecuária paraense. Para isso, utiliza-se do método hipotético-dedutivo e do levantamento bibliográfico de obras do Direito Ambiental, Direito do Trabalho, sociologia e economia política, bem como a coleta de dados secundários. Conclui-se que o Selo Vede é uma plataforma de rastreamento recente e, consequentemente, dotada de fragilidades, mas que podem ser superadas com adaptações e aperfeiçoamentos, devendo ser acolhida pelas redes de combate ao trabalho escravo contemporâneo e de reivindicação pela justiça ambiental, uma vez que é mais uma ferramenta aliada à ratificação dos Direitos Humanos e da proteção natureza.

  • YGOR DA SILVA SARMANHO VASCONCELOS
  • “A DITADURA MILITAR ACONTECEU AQUI”: PROTEÇÃO MULTINÍVEL DO DIREITO À MEMÓRIA E VERDADE E O CASO DA COMISSÃO DA VERDADE DO ESTADO DO PARÁ

  • Orientador : PAULA REGINA BENASSULY ARRUDA
  • Data: 09/02/2024
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  •  Durante cerca de 21 anos o Estado brasileiro viu-se envolvido no contexto de uma Ditadura Militar, fruto de um Golpe Civil-Militar instaurado nos meses iniciais de 1964. O período supracitado instala um contexto de repressão, vigilância e censura, espalhado por todo país de modo institucionalizado; resultando em graves violações de Direitos Humanos. A finalização desde momento de nossa história ocorre em 1965, por meio de uma reabertura lenta e gradual que culmina na redemocratização do país, com um projeto de reconciliação baseado em uma Anistia ampla e irrestrita. As medidas de reabertura política e redemocratização do Estado são manifestações de um conceito do Direito Internacional dos Direitos Humanos denominado Justiça de Transição, que no caso brasileiro acaba sendo realizado de modo tardio e inexato. O contexto histórico narrado baseia o presente estudo, que busca investigar a Justiça de Transição brasileira a partir da Proteção Multinível dos Direitos Humanos, uma teoria que busca a interseção entre campos protetivos que vão desde o polo internacional até a aplicação nacional e subnacional. A pesquisa possui como problema norteador a seguinte indagação: “em que medida a Comissão Estadual da Verdade do Pará atua na Proteção Multinível do direito à Memória e Verdade no Brasil?”, objetivando verificar a verticalização da construção de Memória e Verdade no país a partir da experiência paraense. Para tanto, ao longo dos três momentos desta dissertação, realizaremos uma investigação da Justiça de Transição no Brasil e seu procedimento, resultando em um processo multinível focado na construção de Memória e Verdade. Como modo de explicitar essa ocorrência, será feito um estudo de caso da Comissão da Verdade do Estado do Pará; como forma de demonstrar a relação entre os níveis internacional; nacional e subnacional para construção de Memória e Verdade no país. Ao longo do estudo foi aplicado o método de pesquisa dedutivo, com abordagem historiográfica, utilizando uma revisão bibliográfica, jurisprudencial e documental como meio de pesquisa.

  • DIENNY ESTEFHANI MAGALHAES BARBOSA RIKER
  • O CONCEITO DE INSTITUIÇÃO NO PARADIGMA NEOCLÁSSICO DA LEI NATURAL DE JONH FINNIS: UMA CONSTRUÇÃO A PARTIR DA TEORIA CLÁSSICA DA INSTITUIÇÃO DE MAURICE HAURIOU E DO NEOINSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO DE NEIL MACCORMICK

  • Orientador : VICTOR SALES PINHEIRO
  • Data: 29/01/2024
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  • Tendo por principal referencial teórico a obra de John Finnis, a presente tese tem um objetivo duplo: primeiro, temos por finalidade construir uma teoria institucional no paradigma neoclássico, em um diálogo crítico com a corrente clássica de Hauriou, e com a principal e mais atual corrente representante deste tema, encontrada nos trabalhos de Neil MacCormick; em seguida, pretendemos usar esse paradigma institucional para refletirmos sobre a caracterização dos direitos nas diversas realidades institucionais, verificando seus elementos gerais e essenciais para que possamos ter instituições eficientes na concretização do respeito aos direitos, principalmente os direitos humanos, mantendo a ordem e respeitando o bem comum e a justiça. Finalmente, acreditamos que uma teoria institucional neoclássica, por seu suporte metaético cognitivista, é superior e mais favorável à conceituação e à fundamentação dos direitos fundamentais no seio das instituições do que a atual proposta normativista neoinstitucional.

2023
Descrição
  • ADRIANO CARVALHO OLIVEIRA
  • ENTRE PROTETOR-RECEBEDOR E PROTETOR-PAGADOR: ESTUDO SOBRE OS PRINCÍPIOS QUE FUNDAMENTAM A COMPENSAÇÃO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

  • Orientador : LISE VIEIRA DA COSTA TUPIASSU MERLIN
  • Data: 20/12/2023
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  •  A teoria da economia ambiental neoclássica (ou economia ambiental), que emerge no contexto pós sociedade industrial, onde se passa questionar o modelo de desenvolvimento vigente por se apresentar socialmente injusto e ecologicamente nefasto, passou-se a desenvolver um sistema de controle ambiental a partir da inserção de instrumentos econômicos para conciliar eficiência ambiental e eficiência econômica. O emprego de tais instrumentos, conduzidos essencialmente pelas teorias desenvolvidas por Pigou (1959) e Coase (1960), deu origem ao surgimento do princípio do poluidor-pagador (PPP) e do protetor-recebedor (PPR). Esses princípios encontram guarida na Constituição Federal brasileira diante do sistema normativo forjado para aliar a economia ao meio ambiente, com a finalidade de, dentro de um modelo de Estado de Direito Ecológico, se alcançar um desenvolvimento sustentável (pautado nas dimensões econômica, social e ambiental). Nessa tensão entre o Direito e a Economia é que se desenvolve a presente tese, cujo propósito central é elucidar, considerando as bases teóricas dos princípios que regem a eficiência econômica ambiental, em que medida estes devem ser aplicados aos pagamentos ou compensações por serviços ambientais de forma tal a assegurar a eficiência das dimensões econômica, ambiental e social do desenvolvimento sustentável. A partir da avaliação da realidade brasileira quanto a aplicação concreta dos princípios do poluidor-pagador e protetor-recebedor, verificou-se um quadro de ineficiência estatal na internalização de externalidades negativas, bem como a caracterização de duas categorias distintas de remunerações por serviços ambientais vigentes no ordenamento jurídico (para internalização de externalidades ambientais positivas), uma em razão de serviços ambientais de caráter obrigatório e outra frente a serviços de natureza voluntária, ao que denominou-se de PSA Indenizatório e PSA Recompensatório, respectivamente. Esse fato desencadeou uma reflexão acerca da real adequação dos instrumentos de remuneração por serviços ambientais no Brasil aos seus fundamentos principiológicos de base, onde constatou-se que a remuneração por serviços ambientais prestados em caráter obrigatório (por obrigação legal) não é alcançada pelos preceitos do princípio do protetor-recebedor, estando tal pagamento inserido na lógica do princípio do protetor-pagador (protetor-indenizador), este oriundo do Direito francês. Reconhecendo-se, que a aplicação ótima (ideal) dos princípios, no sentido de serem definidas métricas que justifiquem a prevalência de um em detrimento a outro, em um modelo de Estado de Direito Ecológico, atrai a aplicação dos primados da economia ecológica. Pelo que, considerando a eficiência multidimensional a partir do propósito constitucional de promoção do desenvolvimento sustentável, foi estabelecido que um menor potencial de eficiência em relação ao princípio do protetor-pagador em relação ao protetor-recebedor. Estabelecendo-se, dessa forma, uma nova percepção e aplicação dos princípios que regem os instrumentos direcionados à promoção da eficiência econômico-ambiental no Brasil.
     
  • JULIANA MATOS MARTINS
  •  O ORÇAMENTO PÚBLICO MUNICIPAL ENTRE RESERVA DO POSSÍVEL E ESCOLHAS PÚBLICAS: Gastos sociais e melhoria na qualidade da educação fundamental da rede pública municipal em Santarém/PA

  • Data: 14/12/2023
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  • Resumo: Esta tese de doutorado teve como objetivo analisar quais foram as escolhas públicas adotadas pelo município de Santarém, Pará, para a educação fundamental municipal, no período de 2018 e 2021, em face da escassez de recursos e da emergência de saúde pública ocasionada pelo coronavírus. O direito à educação fundamental, que abrange o ensino obrigatório de crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 14 anos, com duração mínima de 9 anos, é um direito público subjetivo previsto constitucionalmente. Sua realização é prioritária para os municípios, que devem alocar receitas de acordo com o que foi estabelecido pela norma constitucional e infraconstitucional, de modo que as escolhas públicas abarquem a implementação de serviços educacionais variados e bem distribuídos para o melhor desempenho municipal nas avaliações de desenvolvimento educacional. Desta forma, as ações e programas governamentais devem ter como finalidade essencial garantir o acesso, a permanência e aprendizagem adequados, a infraestrutura, o transporte e a alimentação escolares de qualidade, a valorização dos profissionais do magistério e o fortalecimento dos conselhos de gestão democrática deste setor. No caso do ensino fundamental da rede pública de Santarém, várias características territoriais e sociais interferem diretamente na quantidade de recursos destinados para o serviço, bem como na forma como eles são distribuídos, devendo ser consideradas no momento da escolha pública por se tratar de um município localizado do interior da Amazônia, cuja gestão política abrange áreas urbanas e rurais (ribeirinhas, de várzea, e de planalto), com grande extensão territorial e necessidades distintas. Assim, verificou-se como foram organizadas as prioridades para o ensino fundamental no orçamento público municipal no período supracitado, de modo a compreender, com base na realidade local, como a escassez de recursos foi enfrentada e se as estratégias adotadas significaram avanços na qualidade da rede de ensino fundamental pública municipal, esclarecendo como tais conceitos teóricos – reserva do possível e escolhas públicas – interferiram na realidade municipal. Desse modo, em relação aos procedimentos metodológicos, foram analisados documentos produzidos pelos poderes executivo e legislativo santarenos, de modo a identificar as escolhas públicas para, após, compará-las aos resultados obtidos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Os resultados desta tese apontam que durante o período analisado, houve um aumento significativo nos investimentos na área da educação, devido à implementação de políticas públicas emergenciais para garantir a continuidade do ensino por meio da modalidade de educação a distância necessária em um contexto de pandemia. Observou-se ainda que a maior parte desses gastos não foi distribuído proporcionalmente entre todos os segmentos essenciais para o fortalecimento do ensino e a formação abrangente dos alunos. Tendo ficado à margem dos objetivos de valorização dos profissionais do magistério, o fortalecimento dos conselhos sociais, a promoção de atividades culturais e esportivas, bem como a adequação da alimentação escolar, entre outros aspectos importantes.

  • QUESIA PEREIRA CABRAL
  • FACÇÕES CRIMINOSAS: UM CAMINHO CONCEITUAL.

  • Data: 11/12/2023
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  •  A presente tese aborda o tema das facções a partir da antropologia de documentos e do cotejo com uma entrevista semiestruturada, utilizando como artefato paradigmático a investigação conhecida como “Operação First”, realizada pela Polícia Civil do Estado do Pará, a qual descobriu a existência da facção autodenominada “Bonde dos 30”. O trabalho busca responder à seguinte pergunta de pesquisa: em que medida é possível identificar características do “Bonde dos 30” que podem ser aplicadas à construção de um caminho conceitual para facções criminosas? Levanta-se a hipótese de que, ao ampliar o olhar sobre as facções criminosas, enxergando-as como um fenômeno complexo e carente de conceituação legal e acadêmica, à medida que a visão da racionalidade administrativa é afastada, emergem do que os próprios membros dizem sobre si as características que marcam esses grupos. O objetivo geral da tese é apresentar um caminho conceitual para facções criminosas, materializando objetivos específicos: estabelecer a diferença conceitual entre organizações criminosas e facções; descrever a forma escolhida pela racionalidade administrativa para produzir conhecimento sobre a facção “Bonde dos 30”; identificar aspectos da facção “Bonde dos 30” que foram desprezados pela investigação policial; esboçar um diálogo com a literatura pertinente para integrar características sobre facções. Os principais interlocutores para o desenvolvimento da tese foram Geertz (2014), Shimizu (2011), Gomes (2019), Lourenço (2022), Biondi (2018) e Agamben (2002). O resultado obtido foi a construção de um caminho conceitual para facções criminosas, a partir da interação entre os parâmetros identificados na literatura sobre o tema e os elementos apresentados no estudo sobre o “Bonde dos 30”, com a criação de duas categorias: estruturas de proteção e recrutamento.

  • JORGE AURENIO RIBEIRO JUNIOR
  • PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS: FUNDAMENTOS DA AUDIÊNCIA PÚBLICA E DA INFORMAÇÃO

  • Data: 05/12/2023
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  • O título trata a respeito de “Pagamento por Serviços Ambientais Hídricos: Fundamentos da Audiência Pública e da Informação”. A dissertação está fundamentada em 4 perspectivas: 1) Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); 2) Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e a Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos; 3) Políticas Públicas; e 4) Holismo. Como Objetivo Geral queremos saber em que medida a cobrança pelo uso dos recursos hídricos pode contribuir na aplicação do pagamento por serviços ambientais hídricos. Como Objetivos Específicos tentaremos: 1) Analisar o pagamento por serviço ambientais em sua fundamentação teórica; 2) Entender o pagamento por serviços ambientais em sua fundamentação prática; e 3) Estudar o vínculo existente entre pagamento por serviços ambientais, audiência pública e informação. O problema que pretendemos solucionar é o seguinte: Em que medida a cobrança pelo uso dos recursos hídricos pode contribuir na aplicação do pagamento por serviços ambientais hídricos? Para alcançar tal fim utilizaremos o procedimento metodológico dedutivo partindo das premissas maiores até chegar às premissas menores. Na primeira seção realizaremos uma Introdução ao tema descrevendo a justificativa e o procedimento metodológico. Na segunda seção buscaremos a Fundamentação Teórica do Pagamento por Serviços Ambientais. Na terceira seção descreveremos a Fundamentação Prática do Pagamento por Serviços Ambientais. Como Conclusão-Hipótese destacaremos que é possível avançar na cobrança pelo uso dos recursos hídricos, mas, desde que o viés seja por meio da economia ecológica e de políticas públicas. Porque caso se torne uma mera cobrança pelo uso dos recursos hídricos sem uma visão das peculiaridades regionais, locais ou nacionais essa mesma cobrança poderá causar distorções sociais ainda maiores e, por conseguinte macular a imagem do instituto do pagamento por serviços ambientais resultando em dificultosa aplicabilidade tanto prática quanto teórica.

  • BEATRIZ BERGAMIM DUARTE
  • O reflorestamento como mecanismo de mitigação das mudanças climáticas: uma análise de sua regulamentação no Estado do Pará.

  • Data: 23/11/2023
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  • A presente dissertação se propõe a compreender a regulamentação do reflorestamento como instrumento de mitigação das mudanças climáticas no Estado do Pará. A problemática da pesquisa se apresenta uma vez que as taxas do desmatamento no Estado do Pará estão na contramão das suas metas de redução de emissões dos gases do efeito estufa, sendo necessário o desenvolvimento de mecanismos de mitigação das mudanças climáticas. Diante disso, o reflorestamento como instrumento de remoção e redução dos gases do efeito estufa se configura como um mecanismo importante na implementação de projetos de carbono, sendo necessário analisar o panorama legislativo deste instrumento no Estado, sobretudo na sua política de clima. Para isto, utiliza-se do método dedutivo e, como procedimentos de coleta e análise, a pesquisa bibliográfica, análise da legislação nacional e subnacional e normas e tratados internacionais em relação a temática. Ainda, a pesquisa apresenta uma abordagem multidisciplinar das áreas do Direito, Ecologia e Ec

  • NATALIA ALTIERI SANTOS DE OLIVEIRA
  • REGIME ENFITÊUTICO NO MUNICÍPIO DE BELÉM: ANÁLISE DA CONSOLIDAÇÃO DA POSSE NO SÉCULO XIX A PARTIR DOS REGISTROS DE AFORAMENTO, TRANSPASSE E RATIFICAÇÃO DE POSSE (1839-1891)

  • Data: 01/11/2023
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  • Objetiva este trabalho apresentar um estudo acerca da consolidação da posse na cidade de Belém durante o século XIX por meio do instituto da enfiteuse, tendo como objetivo principal o estudo da consolidação das posses registradas e descritas nos contratos de aforamento. Tem como objetivos específicos o estudo acerca da estrutura fundiária de Belém nos períodos colonial e imperial; a compreensão do regime enfitêutico no Brasil e sua aplicação pelo poder local; e a aplicação do referido instituto na cidade de Belém a partir dos registros de transpasses, aforamentos e ratificações durante os anos de 1839 a 1891. Estabelece como metodologia utilizado a coleta, leitura e análise dos registros consignados nas Freguesias da Sé, Trindade e Sant’Anna, além das legitimações e ratificações de posse existentes nos arquivos da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (CODEM), bem como dos transpasses e os pedidos de primeiro aforamento, cujo as conclusões foram extraídas com base no método interpretativo histórico. Justifica este trabalho em razão da importância do entendimento sobre como a posse se consolidou em Belém durante o século XIX, antes e depois da Lei de Terras, de 1850. Identifica que o principal mecanismo de consolidação das posses foi o regime enfitêutico, que se manteve presente desde o período colonial e após o período estudado no presente trabalho. Averigua ademais que apesar do mercado de terras formalmente ter sido introduzido no Brasil a partir de 1850, antes já era possível verificar a existência de transferências por ato inter vivos e causa mortis de bens imóveis.

  • EMY HANNAH RIBEIRO MAFRA
  • “MEU PAI MATOU MINHA MÃE”: AS CRIANCAS E ADOLESCENTES NOS PROCESSOS CRIMINAIS DE FEMINICÍDIO DA COMARCA DE ANANINDEUA/PA.

  • Data: 18/10/2023
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  •  A presente pesquisa se propõe a analisar um eixo específico dos crimes de feminicídio, no que tange aos sujeitos diretamente afetados por esse crime. Investiga-se, nas ações penais de feminicídio em tramitação na Comarca de Ananindeua/PA qual a atenção dada pelo judiciário às crianças e adolescentes que perderam suas mães. A relevância do tema se deu pela ausência de trabalhos que estudem os efeitos da violência de gênero para os filhos da vítima no contexto do feminicídio. A pesquisa é do tipo bibliográfica e documental, o método é o indutivo e a técnica de pesquisa é a de análise de conteúdo. O trabalho se divide em três partes: inicialmente contextualiza-se a construção da categoria “feminicídio” na América Latina e sua inserção no Código Penal Brasileiro. Em seguida, debruça-se sobre o conceito de vítima e a possibilidade de entender as crianças e adolescentes, enquanto sujeitos de direito, como vítimas indiretas do feminicídio, mapeando as previsões legais que garantem seus direitos, além das inovações de legislações que preveem auxílio financeiro a pela sua condição. Ao final, busca-se analisar os dados coletados dos processos judiciais que apuram o crime de feminicídio na Comarca de Ananindeua/PA para identificar que tipo de atenção é dada aos filhos da vítima no processo penal, verificando-se como aparecem nos documentos dos autos a partir de seis categorias: testemunhas, observadores, mencionados nos depoimentos de terceiros, aumento de pena, vítimas indiretas atingidas pela violência e vítimas de crime autônomo. Verificou-se ainda a existência ou não de pedidos de indenização a serem fixados na sentença condenatória. A análise dos dados foi feita de forma qualitativa, permeando-se pelos marcadores sociais (raça, classe e gênero) e pelas influências em torno da questão da violência de gênero que vai além da morte de uma mulher. Por fim, as poucas menções aos filhos das vítimas nas ações penais permitiram compreender que mesmo quando presenciam o crime, as crianças e adolescentes são vítimas invisíveis, silenciadas e esquecidas, não havendo indicativos de que tenham sido beneficiados por qualquer programa de acolhimento no processo de luto após a violência vivenciada. Assim, os filhos são reduzidos a mero fator de aumento de pena – e até mesmo nesse ponto as falhas do Judiciário são evidenciadas pela ausência de inclusão da qualificadora do artigo 121, §7º, inciso IV do Código de Processo Penal.

  • SOFIA SEWNARINE NEGRAO
  • A ELABORAÇÃO DO TRATADO SOBRE DIREITOS HUMANOS E EMPRESAS: UMA ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO CONCEITO DE JURISDIÇÃO EXTRATERRITORIAL À LUZ DO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO.

  • Data: 11/10/2023
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  •  No âmbito dos Sistemas Internacionais existem iniciativas para conferir maior responsabilização às Empresas Transnacionais (ETNs) por meio da atribuição da jurisdição extraterritorial, tais como a Agenda da ONU que culminou com a criação dos Drafts para a construção de um instrumento juridicamente vinculante em matéria de Direitos Humanos e Empresas e, na esfera do Sistema Interamericano, a Opinião Consultiva nº 23/2017. Ambas as construções apresentam avanços normativos, embora conservem um paradigma estatocêntrico de responsabilidade. Nesse sentido, por meio de estudo comparado aliado aos métodos e técnicas de pesquisa documental e bibliográfica, a pesquisa buscou responder a seguinte pergunta problema: De que forma o conceito de jurisdição extraterritorial empregado na elaboração do tratado sobre Direitos Humanos e Empresas apresenta congruências com o disposto no Sistema Interamericano sobre a matéria? Mediante a cognição entre as principais semelhanças ou contrastes na normativa sobre o tema nos referidos Sistemas, concluiu-se que, apesar de no Sistema Interamericano haver posicionamento mais restritivo sobre a aplicação da jurisdição extraterritorial do que aquele previsto nos rascunhos do tratado, o SIDH pode apresentar complementações sobre a interpretação e implementação normativa. Ademais, o posicionamento do referido Sistema a fim de conferir obrigações diretas à ETNs no que tange às medidas de reparação, são avanços sensíveis na normativa internacional e podem modificar a visão despersonalizada das empresas. Por outro lado, a perfuração do “véu corporativo” continua como entrave para a atribuição de responsabilidade ao longo das cadeias de valor. 

  • CAROLINA MARIA DE JESUS ROSSO
  • A COMUNIDADE QUILOMBOLA ABACATAL E OS ATERROS SANITÁRIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM: análise sobre a utilização do protocolo de consulta prévia, livre, informada e de boa-fé e os possíveis impactos ambientais das atividades dos aterros face à comunidade quilombola Abacatal/Aurá, Pará

  • Data: 10/10/2023
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  •  A presente pesquisa analisa a utilização do Protocolo de Consulta Prévia, Livre, Informada e de Boa-fé para a Comunidade Quilombola Abacatal/Aurá, nos processos administrativos de licenciamento dos aterros da Região Metropolitana de Belém-RMB: Aterro Sanitário do Aurá (Lixão do Aurá) e Aterro Sanitário de Marituba. Neste sentido, a análise da pesquisa buscou contextualizar a problemática vivenciada pela comunidade do Acabacal, seus processos de titulação, retificação e acréscimo, verificando as demandas judiciais requeridas pela comunidade, em que se requeiram reparação ou indenização por danos ambientais, ou a anulação do processo de licenciamento dos aterros em razão da ausência de Protocolo de Consulta Prévia, Livre, Informada e de Boa-fé da comunidade. As justificativas do presente projeto de pesquisa têm relação às problemáticas vividas pela comunidade do Abacatal, fruto do descaso político e social, o engrandecimento jurídico sobre a questão, tendo em vista o debate acerca da necessidade de observância à Convenção OIT-169 e ao direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como, o engrandecimento pessoal, em razão de ser um tema de familiaridade, voltado para área de atuação profissional, referente à políticas públicas urbanas, garantindo-se assim sua relevância social, jurídica e pessoal, respectivamente. Foi utilizado o método hipotético dedutivo de pesquisa, através da técnica qualitativa de pesquisa em que se realizou a análise documental dos processos judiciais e administrativos ambientais referentes a comunidade quilombola do Abacatal, bem como, dos empreendimentos privados que tenham participado da instalação e operação dos aterros sanitários, assim como, a pesquisa bibliográfica com o levantamento de textos e trabalhos acadêmicos sobre o tema.

  • QUEILA DA COSTA COUTO DO COUTO
  • DIREITO AO TERRITÓRIO E OS IMPACTOS DA NÃO TITULAÇÃO DAS COMUINDADES QUIOLOMBOLAS NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 05/10/2023
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  • O presente trabalho busca analisar o direito ao território e os impactos da não titulação das comunidades Quilombolas do Estado do Pará. O lócus da pesquisa será os procedimentos administrativos utilizados no INCRA e no ITERPA, visando comparar essas duas estruturas administrativas para o reconhecimento dos direitos territoriais quilombolas. Se a demora na finalização do processo de titulação é uma questão da lei ou do procedimento administrativo. Analisar ainda, a demanda de processos existentes para titulação nos dois órgãos fundiários (estatal e federal) no Estado do Pará. E por último investigar como a espera pela titulação tem refletido juridicamente dentro das comunidades quilombolas do Estado do Pará. Nesse sentido busca responder quais as dificuldades jurídicas, técnicas e administrativas enfrentadas pelos referidos órgãos que retardam o reconhecimento de direitos Territoriais dos quilombolas no Estado do Pará. O objetivo geral consiste em analisar violações jurídicas da não titulação dos territórios quilombolas do Estado do Pará, tendo como base os processos administrativos em trâmite no INCRA e no ITERPA; Específicos: compreender como se dá o processo de titulação das comunidades quilombolas no Estado. Para tanto, se faz necessário analisar a legislação atinente ao tema, tanto a nível federal quanto no âmbito estatual; analisar quais os entraves jurídicos e técnicos administrativos que inviabilizam a emissão de título de domínio coletivo das comunidades quilombolas; verificar quais caminhos o processo percorre desde o início até sua finalização; verificar quais violações de direitos essas comunidades quilombolas vivenciam diariamente diante morosidade no processo de titulação. Trata-se do método pesquisa-ação, desenvolvida através da coleta de dados dos órgãos fundiários que atuam no Estado do Pará. A metodologia utilizada é a análise do procedimento de titulação realizado pelo INCRA e pelo ITERPA, no que tange a regularização fundiária de territórios quilombolas a partir do questionamento das dificuldades enfrentadas pelos órgãos no processo de titulação. Na dissertação utiliza-se o raciocínio dedutivo com o levantamento bibliográfico, legislativo, Jurisprudência e doutrina. O trabalho está dividido em três seções: trabalhamos o direito ao território das comunidades quilombolas a partir das garantias legislativas que abarcam o tema e a busca pela (in)visibilidade jurídica dessas comunidades na luta pela regularização fundiária de suas terras, como também a definição de território quilombola e a efetivação deste a partir da Constituição Federal de 1988. Analisamos ainda, a autodeclaração das comunidades quilombolas, amparada pela convenção 169 da OIT e Decreto nº 4.887/2003, bem como a análise da ADI nº 3.239/2004. Na segunda seção analisamos os mecanismos para titulação das comunidades quilombolas em âmbito federal e estadual, que é incumbência dos órgãos fundiários INCRA e do ITERPA. Na terceira seção analisamos os entraves que inviabilização a conclusão dos processos de titulação dos territórios quilombolas, em tramite no INCRA e no ITERPA. Compreendendo-se a importância do direito ao território quilombola formalmente assegurado nos planos internacional e nacional, afirmamos que se faz acadêmica e socialmente relevante a discussão sobre os obstáculos à conclusão dos processos de reconhecimento das terras quilombolas enquanto uma violação aos direitos humanos.

  • FRANCISCO GERALDO MATOS SANTOS
  • PROCESSO PENAL E CENA JUDICIAL: ANÁLISE ETNOGRÁFICA DAS AUDIÊNCIAS CRIMINAIS NA JUSTIÇA PARAENSE.

  • Data: 29/09/2023
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  • A presente tese de doutorado, cujo título refere-se ao seguinte: entre privilégios e desamparo na justiça criminal paraense: como a cultura jurídico-processual demonstra que a Justiça não é uma, foi desenvolvida com base em uma pesquisa teórica no campo dos Estudos Críticos do Direito, linha de pesquisa a qual estou vinculado no PPGD/UFPA, e etnográfica nas audiências de instrução e julgamento no campo processual penal. A questão problemática que deu origem à discussão que se apresenta pela presente escrita refere-se a observância das práticas judiciárias e como as referidas estão sendo executadas de forma a diferenciar o tratamento direcionado ao acusado detentor de capital financeiro e aquele desprovido de tal capital, de uma forma comparativa entre a Justiça Comum Estadual e a Justiça Comum Federal. O aporte teórico utilizado demasiadamente fora o da literatura (jurídica, filosófica e sociológica) crítica. Utilizamos da teoria da práxis de Bourdieu para fundamentar nossas discussões acerca do campo jurídico, assim como, do conceito de Dispositivo de Foucault e Agamben para compreender o Código de Processo Penal. Além disso, movimentamos as discussões decorrentes do teste das hipóteses a luz da sociologia relacional, de forma que propomos uma análise muito mais prática que teórica.

  • CLAUDIO MARCIO LOPES DO NASCIMENTO
  •  QUILOMBOLAS DO PARÁ: MOBILIZAÇÕES, ORGANICIDADE E RESISTÊNCIAS NA LUTA ANTIRRACISTA PELO DIREITO À TERRA NA AMAZÔNIA PARAENSE.

  • Data: 27/09/2023
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  •  Este projeto intenciona analisar o protagonismo do Movimento Quilombola do Estado do Pará a partir das mobilizações político-jurídicas que deram ensejo a sua organicidade como forma de resistência na luta antirracista pelo direito à terra na Amazônia paraense. O locus da pesquisa é a Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos (MALUNGU), organização que é referência na luta em defesa dos direitos (humanos) fundamentais das comunidades quilombolas no Estado do Pará e representa tal movimento em nível estadual. O objetivo consiste em compreender não apenas como foram os primeiros tempos que resultou na organicidade deste movimento, mas também saber em que medida as mobilizações políticas e jurídicas têm fortalecido a luta de tal movimento na defesa e garantia do direito à terra das comunidades quilombolas no Pará de lá para cá. O tempo compreendido na presente pesquisa abrange desde o período pré-constituinte e constituinte (1987/1988) até o primeiro semestre de 2023. O estudo parte do conceito de mobilização político-jurídica, apresentado por Boaventura de Sousa Santos, Cecília MacDowell Santos e César Rodriguez. Neste trabalho de pesquisa, precisamente da primeira a terceira seção, empregar-se-á o storytelling como técnica metodológica, aliado ao uso de pesquisa exploratória (qualitativa), bibliográfica e documental, com a realização de entrevistas para se alcançar os objetivos da pesquisa. O trabalho está estruturado em quatro seções. A primeira seção é dedicada à discussão teórica sobre os conceitos de mobilização político-jurídica, teoria crítica da raça, storytelling; Movimento Negro e Movimento Quilombola, e direito à terra. A segunda seção é dedicada à narrativa sobre a importância do Movimento Negro para os primeiros passos do Movimento Quilombola. A terceira seção é palco para discorrer sobre a criação da MALUNGU como instrumento de resistência na luta antirracista pelo direito à terra na amazônia paraense. Por fim, a quarta seção é dedicada ao protagonismo da MALUNGU na defesa do direito à terra no Pará. Como resultado, afirma-se que as mobilizações político-jurídicas, orquestradas pela MALUNGU, constituem uma forma específica de incidência político-jurídica, que se baseia em elementos da teoria crítica da raça e da própria história do Movimento Quilombola no Brasil e são resultado de uma importante estratégia de luta antirracista para o Movimento Quilombola, com vistas à garantia do direito à terra das comunidades quilombolas do estado do Pará.

  • MANOEL RUFINO DAVID DE OLIVEIRA
  • Poder, raça e morte: análise da recepção dos conceitos de bio/tanato/necropolítica nos estudos sobre genocídio negro no Brasil

  • Orientador : JEAN FRANCOIS YVES DELUCHEY
  • Data: 26/09/2023
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  • O propósito deste estudo é examinar a recepção dos conceitos e autores relacionados à bio/tanato/ necropolítica nos estudos sobre genocídio negro no Brasil. Metodologicamente, optou-se pela realização de uma Revisão Integrativa de Literatura (RIL), na qual foram selecionadas 110 teses e dissertações da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, além de 176 artigos científicos do Portal de Periódicos CAPES. A busca foi realizada com base nos descritores “genocídio negro” e "extermínio negro". Todos esses trabalhos foram cuidadosamente examinados e classificados de acordo com critérios de qualidade, considerando sua relevância para a temática do genocídio da população negra brasileira, bem como sua utilização dos conceitos de biopolítica, tanatopolítica e necropolítica, e da sua referência aos filósofos Michel Foucault, Giorgio Agamben e Achille Mbembe como fundamentação teórica. Com o intuito de desenvolver essa temática, inicialmente, delimitou-se a problemática do genocídio da população negra no contexto brasileiro. Além disso, apresentou-se o método de pesquisa adotado neste estudo, a Revisão Integrativa de Literatura (RIL) sobre genocídio negro no Brasil, descrevendo-se as cinco etapas realizadas nesse protocolo de pesquisa. Em seguida, a análise se concentrou na evolução do conceito de biopolítica dentro do corpus teórico de Michel Foucault e na forma como esse conceito tem sido recebido nos estudos brasileiros sobre o extermínio das populações negras no país. Posteriormente, discutiu-se como o filósofo italiano Giorgio Agamben desenvolveu seu conceito de tanatopolítica no contexto da biopolítica, e como esse conceito tem sido recepcionado nos estudos brasileiros sobre o genocídio negro. Na sequência, foi apresentado o conceito de necropolítica proposto por Achille Mbembe, e analisada a recepção desse conceito nos estudos brasileiros sobre o genocídio negro. Ao final, confirmou-se a hipótese de pesquisa de que os estudos sobre genocídio negro no Brasil utilizam apenas alguns dos conceitos relacionados à biopolítica, optando por combinar as teorias de Michel Foucault e Achille Mbembe para abordar o extermínio da população negra no país. Contudo, a teoria de Giorgio Agamben não obteve a mesma recepção nos referidos estudos, se comparado aos dois autores anteriores.

  • EYMMY GABRIELLY RODRIGUES DA SILVA
  • GEODIREITO DOS TERRITÓRIOS TRADICIONAIS: uma proposta normativo-metodológica como instrumento de visibilidade dos territórios de Povos e Comunidades Tradicionais no estado do Pará

  • Data: 25/09/2023
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  • O objetivo geral desta pesquisa é analisar de que forma uma proposta normativo-metodológica crítica, a qual se denomina geodireito dos territórios tradicionais, pode garantir a visibilidade de direitos territoriais dos Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) no Estado do Pará. Os objetivos específicos consistem em 1) Apresentar a revisão bibliográfica sobre o Geodireito no âmbito internacional e nacional brasileiro bem como a importância de se realizar a interseção entre Geografia e Direito, especialmente em disciplinas como Direito Constitucional, Urbanístico, Agrário, Fundiário, Ambiental e Socioambiental; 2) Discorrer sobre o conceito de territórios tradicionais, a partir de uma perspectiva antropológica (quem são os sujeitos), jurídica (o que é) e geográfica (onde estão); 3) Apresentar a proposta de uma metodologia geojurídica dos territórios tradicionais, indicando as premissas geográficas e jurídicas a serem utilizadas. A presente pesquisa pretende confirmar a hipótese de que, diante da demora no reconhecimento oficial dos direitos territoriais de PCTs, o geodireito, baseado em uma metodologia crítica, pode auxiliar na elaboração de uma norma que garanta a visibilidade desses territórios, e que possa auxiliar no seu reconhecimento pelo Estado. Utiliza-se o geodireito como técnica, a partir do geoprocessamento de dados geoespaciais de territórios tradicionais disponibilizados em sites oficiais, bem como epistemologia, adotando como fundamento a Geografia Jurídica Crítica, com base no pluralismo jurídico e na cartografia social e participativa, de modo a apresentar a referida proposta. Conclui-se que, a partir de princípios como a autodeterminação dos PCTs, o direito à geoinformação como instrumento de cidadania, a interoperabilidade entre diferentes sistemas de informações geográficas e a utilização do mapeamentos participativos, é possível construir uma norma que regulamente o art. 21, inciso XV da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/1988), em conformidade com os artigos 215 e 231 da CRFB/1988, art. 68 do ADCT, Convenção 169 da OIT e ao Decreto Federal nº 6.040/2007. No que tange à metodologia, em razão das diferentes categorias de territórios tradicionais já reconhecidas e em reconhecimento, é importante que o automapeamento, seja, em um primeiro momento, geral, e a partir das especificidades e de debates entre os comunitários, sejam desenvolvidos elementos específicos a partir das experiências das próprias comunidades.

  • LARISSA COSTA OLIVEIRA LIMA
  • DIREITO À MORADIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES NEGRAS

  • Data: 19/09/2023
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  •  O presente trabalho buscou verificar as dinâmicas entre o direito à moradia e as normativas nacionais de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres, tendo como foco a mulher negra. Trata-se de uma pesquisa exploratória e bibliográfica, cujo método de abordagem aplicado foi o hipotético-dedutivo, com o uso da técnica de pesquisa bibliográfica e documental. Com a finalização do levantamento bibliográfico e documental, os dados foram selecionados e analisados ante à técnica de análise de conteúdo. Nesse sentido, o problema de pesquisa norteador foi: Como as normativas nacionais de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres tratam do direito à moradia? Assim, a hipótese foi a de que o direito à moradia não recebe a devida atenção em mecanismos de proteção às violências contra as mulheres, como a Lei Maria da Penha, o que impacta diretamente na qualidade de vida de quem é alvejada por alguma forma de violação, principalmente as mulheres negras. o objetivo geral foi analisar como as normativas nacionais de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres negras tratam do direito à moradia, enquanto que os objetivos específicos foram: a) identificar as normativas nacionais de enfrentamento às violências cometidas contra às mulheres; b) avaliar como o direito à moradia impacta diretamente na vida das mulheres negras brasileiras; e c) refletir os efeitos da violência doméstica em relação à efetividade do direito à moradia. Desta forma, a pesquisa buscou realizar um panorama histórico da situação da terra no Brasil, de maneira a compreender o acesso de mulheres negras à moradia. Ainda, foi realizada uma retomada histórica das políticas públicas de combate e enfrentamento à violência doméstica, com a finalidade de verificar se o direito à moradia e o marcador racial vêm sendo pontuados nos documentos que tratam da proteção da mulhe

  • MARIA DELMA PORTILHO BRITO
  • DIREITO A AUTODETERMINAÇÃO E AO BEM VIVER: Processos de construções de Protocolos de Consulta em Comunidades Quilombolas no Baixo Tocantins

  • Data: 31/08/2023
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  • O presente trabalho, teve como objetivo o processo de elaboração de Protocolo de Consulta Previa, Livre, Bem Informada e de Boa Fé do quilombo São José do Icatu, localizado na região do Baixo Tocantins, Amazônia Paraense. Da mesma forma, intenta ainda identificar, para além das lideranças de frente do processo, os demais, tem compreendido o direito de consulta. Destarte, ao salientar como esse processo de elaboração do protocolo de consulta do Quilombo de São José do Icatu impulsionou outros quilombos da região do Baixo Tocantins, Amazonia Paraense, a tais elaborações. Nas últimas décadas, muito se discute sobre a necessidade de adotar medidas para reduzir os impactos e enfrentar as ameaças que os povos e comunidades tradicionais na Amazônia Brasileira vêm sofrendo em virtude do avanço do agronegócio e suas ações desordenadas. Como forma de resistência os povos e comunidades tradicionais, vêm adotando estratégias e de forma autônoma constroem seus instrumentos de lutas e defesa, na perspectiva de inibir os processos de destruição, que continua em ritmo acelerado e aumenta a cada dia. Para a realização deste estudo, buscou-se apoio teórico-metodológico nas reflexões de alguns autores trabalhado no curso, e outros que abordam as temáticas relacionadas ao tema, analise documental. Da mesma forma, realizou-se pesquisa de campo, mediante a observação participante, e coletas de narrativas com os demais comunitários. Diante do alcance dos resultados esperados, observa-se que a comunidade quilombola de são José de Icatu, exerceram todos os seus esforços para elaborar o seu protocolo e após inúmeros sacrifícios chegaram à versão final, o processo teve uma boa compreensão, pela maioria na comunidade, tanto que não se fala em outro assunto no quilombo. A elaboração incentivou significativamente os demais quilombos na região, a tais elaborações na região do Baixo Tocantins, Amazonia Paraense. Observa-se, também que os processos de organizações e mobilizações precisam ser fortalecidos diante dos antagonismos que se estabelece, e quanto que processo de formações e informações sobre seus direitos fundamentais tem sido basilar e, de cunho importante para (re)construção políticas e (re)afirmação de identidade social, como barreiras de proteção do bem comum, do bem viver. A partir da elaboração do Protocolo do quilombo São José do Icatu podemos concluir que o envolvimento de toda a comunidade é essencial e que isso pode ajudar as demais comunidades quilombolas da região, que quando todos se unem em uma causa comum, a pratica UBUNTU, se concretiza.

  • ROBERTA CAROLINA ARAUJO DOS REIS
  •  A JUDICIALIZAÇÃO DOS DIREITOS TERRITORIAIS INDÍGENAS E A LITIGÂNCIA SOCIOAMBIENTAL: Uma análise dos processos judiciais do TRF1 e a demora da demarcação das terras indígenas

  • Data: 31/08/2023
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  • A demora na demarcação de terras indígenas é um problema que se alastra por décadas na história brasileira, prejudicando diversos povos, que veem suas terras tradicionalmente ocupadas serem exploradas de forma predatória cada vez mais, assim buscam a tutela jurisdicional para garantir seus direitos. Nesse ínterim, a presente dissertação tem como objetivo geral estudar a judicialização como forma de sanar a demora na demarcação de terras indígenas no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e sua eficácia jurídica quanto à garantia de direitos territoriais indígenas. Os objetivos específicos delineados são a) apresentar os direitos territoriais indígenas, o seu contexto histórico a partir da sua proteção constitucional, normativas brasileiras e internacionais; b) apresentar a legislação atual sobre terras indígenas e o procedimento da demarcação de terras indígenas no Brasil a partir dos conceitos doutrinários nacionais; c) apresentar o problema da morosidade administrativa nos processos de demarcação e a violação a duração razoável do processo com a discussão sobre as causas e consequências desse problema; d) analisar a judicialização como meio de solução para a demora na demarcação da terra indígena, a partir da análise os acórdãos relacionados a essa matéria estão no TRF-1. A metodologia da pesquisa trata-se de uma pesquisa mista embasada nas técnicas do estudo de caso múltiplo utilizando-se de uma abordagem qualitativa, na qual será feito o levantamento bibliográfico e documental. Utilizou-se como fonte doutrina baseada na temática indigenista para abordar a problemática em questão, conjuntamente com a trajetória histórica da política indigenista brasileira, aspectos atuais dos direitos territoriais indígenas e o problema da morosidade administrativa. Além disso, houve a consulta aos autos dos processos judiciais do TRF1 que compatibilizaram com o objetivo do estudo. Obtendo como principal conclusão de que mesmo que a judicialização da demora na demarcação de terras indígenas, com a denuncia a omissão do Poder Público, pode ser um meio hábil para a obtenção de uma eficácia jurídica positiva quanto ao problema, uma vez que a postura adotada pelo TRF1 é favorável aos direitos dos povos indígenas, ainda há entraves estruturais a serem enfrentados para a efetiva garantia da demarcação de terras indígenas em tempo hábil.

  • LUCIÉTE DUARTE ARAUJO
  • COMUNIDADE QUILOMBOLA DO SUBAÉ E O LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE LINHA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA NA BAHIA: violação ao direito da consulta prévia, livre e informada.

  • Data: 30/08/2023
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  • A pesquisa propõe identificar os mecanismos utilizados por órgãos federais, Municípios e Sterlite Power Grid Ventures Limited que favoreceram a violação do direito à consulta prévia, livre, informada e de boa-fé previsto na Convenção nº 169 da OIT no licenciamento ambiental da LT 500 kV Porto de Sergipe (SE) - Olindina (BA) - Sapeaçu (BA) C1 Subestações Associadas, a partir do estudo do Quilombo Subaé. Toma-se como ponto de partida o disposto no art. 68, do ADCT da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que assegura o direito de propriedade das comunidades quilombolas. O processo de licenciamento ambiental do referido empreendimento, encontra-se em trâmite no escritório do IBAMA na Bahia, sob o n.º 02001.022704/2018-96 e já consta a liberação das licenças prévia e instalação da LT 500 kV. Para tanto intenta-se compreender a(s) lógica(s) que orienta(m) as decisões, em termos de referências legais. Entende-se que o parâmetro adotado pelo Estado brasileiro em licenciamento ambiental de projeto dessa natureza é o de mercado e mercadoria, sendo a vida, o bem viver e os direitos humanos defesos na CRFB/88 e em Tratados Internacionais de que o Brasil é signatário relativizados em nome do desenvolvimento. Quanto à metodologia, trata-se de um Estudo de Caso, a pesquisa seguirá, em regra, o método de abordagem hipotético-dedutivo e, quanto aos procedimentos técnicos adotados, configura-se como pesquisa bibliográfica e documental. Adotamos uma matriz teórica com viés antirracista para evidenciar que o Estado brasileiro, assim como, outros Estados modernos originaram-se de um processo histórico e político do projeto capitalista-colonial de países europeus fundamentado na inferiorização do sujeito negro de tal forma que, ainda, na atualidade neoliberal esses sofrem a violência do racismo estrutural que persiste nas sociedades e; de teoria crítica do direito para relembrar que este enquanto sistema de regulação social hierarquizada possibilita que algumas instituições jurídicas reproduzam ações arbitrárias de poder que culminam por impossibilitar a justiça social e racial. Assim, as estruturas do Estado têm como essência a exclusão, opressão e discriminação. Consideradas essas justificativas, entendemos a negligência oriunda de alguns órgãos do país com o Quilombo Subaé no Município de Antônio Cardoso/BA, como um típico caso de racismo ambiental.

  • ALEXANDRE JULIÃO DA SILVA JÚNIOR
  • ABREM-SE AS CORTINAS DO TEATRO DE GUERRA: a “Chacina de Belém” e o assassinato de homens negros em cena.

  • Data: 28/08/2023
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  • A pesquisa propõe uma análise dos sentidos do assassinato de homens negros no seio da “Chacina de Belém”, compreendida como expressão radical da violência letal direcionada a populações periféricas. Por meio de metodologia indutiva, foi realizada análise de registros documentais oficiais sobre o caso, trazendo à tona os contornos do conflito social que envolve tal acontecimento. Buscou-se, deslindar o acontecimento e as dimensões da violência empregada, obervando a forma com que a violência face homens negros assumiu aspectos políticos que encontram sentido nos contextos local e geral. Ao fim, foram alcançadas informações relevantes sobre a forma com que o aparato estatal da força se encontra direcionado segundo raça e gênero para a produção de controle social por meio da violência.

  • JOÃO APARECIDO DOS SANTOS OLIVEIRA
  • DIREITOS EDUCACIONAIS QUILOMBOLAS E OS DESAFIOS PARA SUA EFETIVAÇÃO NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE INHANHUM

  • Data: 28/08/2023
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  • Os direitos atualmente reconhecidos a população negra, no ordenamento jurídico brasileiro, são resultados das lutas do povo negro, com suas diferentes formas de organizações e reivindicações. A efetivação desses direitos perpassa pela continuidade das lutas no enfrentamento ao racismo institucional estruturado na sociedade brasileira e nas ações de intervenções sociopolíticas, junto ao estado brasileiro. O presente trabalho analisa os desafios para efetivação dos direitos educacionais quilombolas no Território Quilombola de Inhanhum. O objetivo geral, é analisar os desafios existentes para efetivação dos direitos educacionais quilombolas no Quilombo de Inhanhum. Para alcançar esse objetivo, o trabalho tem como objetivou específico: compreender o acesso a educação pelo negro(a) na história do brasil; destacar a hitória de luta dos quilombos, para conquistar direitos no território brasileiro; e identificar os principais desafios para efetivação dos direitos educacionais quilombolas no Território de Inhanhum. Além da revisão bibliográfica e análise documental, a pesquisa foi desenvolvida também a metodologia da etnografia e a observação participante. Haja vista que o pesquisador é membro do Quilombo de Inhanhum - inserido no contexto da pesquisa. Por essa razão, o não distanciamento da realidade pesquisada é intencional, pois enriquece e qualifica o trabalho. Na primeira seção, analisamos o acesso à educação formal pelo negro(a), na história do Brasil, considerando a regulamentação jurídica da educação formal e o tratamento à pessoa negra, para fins de acesso ou não ao serviço educacional. Em seguida, realçamos como os direitos educacionais quilombolas estão reconhecidos na legislação brasileira. Na segunda seção, descrevemos a realidade de resistencia e luta hsitórica dos quilombos, para conquistar direitos no Brasil e dissertamos sobre a luta do Quilombo de Inhanhum, contra o projeto da Barragem de Riacho Seco e pelo direito de permanecer no seu território. Na terceira seção, dissertamos sobre a educação formal na história da Comunidade Quilombola de Inahnhum e sobre o processo de organização da comunidade no âmbito da autodefinição. Ao analisar os desafios para efetivação dos direitos educacionais dos quilombolas de Inhanhum, identificamos que o principal desafio é o desinteresse do Governo Municipal de Santa Maria da Boa Vista de implementar a educação escolar quilombola no Território Quilombola de Inhanhum.

  • HAMANDA DE NAZARE FREITAS MATOS
  • INCLUSÃO E FINANÇAS PÚBLICAS: ISENÇÕES DE IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS) E IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (IPVA), NA AQUISIÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR POR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, NO ESTADO DO PARÁ

     

  • Data: 28/08/2023
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  • A presente pesquisa aborda os fundamentos dos critérios de concessão de benefícios fiscais para pessoas com deficiência no estado do Pará, com foco nas isenções de IPVA e ICMS, tributos de competência estatal. Pelo fato dos impostos estaduais serem objeto de estudo desta investigação, ficam de fora os tributos municipais ou federais, que também podem incidir no custo de automóveis, como o Imposto sobre Produtos Industrializados. Isto porque compreende-se que o estado do Pará, assim como os demais estados-membros da federação e o Distrito Federal, deve fazer o uso de sua competência para instituir impostos estaduais de acordo com sua política, mas que não poderá contrariar os limites constitucionais do exercício da tributação ou as normas de responsabilidade fiscal. Por meio de investigação bibliográfica, legislativa e documental, foi feito um estudo com enfoque nos direitos humanos, em um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, qual seja o da busca por erradicar a pobreza e a marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais. Desta forma, buscou-se demonstrar como poderá o Estado do Pará conceder benefícios fiscais sobre os tributos relativos ao transporte de pessoas com deficiência de modo responsável proporcionando uma maior objetividade nos critérios de concessão, a partir do tipo ou grau de deficiência a que se destina, considerando que cada tipo ou grau de deficiência possui suas próprias particularidades. Ao final concluiu-se que as ponderações deverão ser feitas com base nos critérios objetivos de concessão do benefício, por intermédio, principalmente, do exame de finalidade, determinando a finalidade constitucional do tratamento diferenciado às pessoas com deficiência e as formas pelas quais o fisco deverá exercer o controle orçamentário, de modo a oferecer transparência às contas públicas.

  • JOAO RENATO RODRIGUES SIQUEIRA
  • "JURISDIÇÃO: UMA PERCEPÇÃO A PARTIR DAS TEORIAS DOS CONFLITOS E DAS TEORIAS DAS NECESSIDADES HUMANAS".

  • Data: 28/08/2023
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  •  A atual crise do judiciário coloca em xeque a finalidade da jurisdição. Por outro lado, os estudos da conflitologia têm demonstrado a relação entre conflitos e necessidades na identificação e tratamento daquele. Diante do exposto, questiona-se: em que medida a adoção das teorias do conflito que tenham como base as necessidades humanas possibilitam uma gradual modificação do conceito de jurisdição? Para responder a presente pergunta, a metodologia utilizada foi de cunho teórico, com abordagem qualitativa do problema, de forma descritiva-explicativa quantos aos objetivos, com método hipotético dedutivo, meio de investigação experimental e pesquisa bibliográfica como técnica de investigação. A hipótese do presente trabalho é que adotar as necessidades humanas enquanto base do conflito e, portanto, elevar seu atendimento à finalidade da jurisdição implica em carregá-la de um conteúdo metajurídico. Ainda, sendo esta a finalidade, não há vedação para que outros entes, além do Estado exerçam esta função, isto é, atendam necessidades, que não pressupõe a substituição dos sujeitos, mas, ao contrário, pode ser realizado pelos próprios sujeitos em conflito, de forma, inclusive, cooperativa. Portanto, para os fins deste trabalho, a jurisdição é conceituada como uma função estatal ou não-estatal (I) de administrar os conflitos, os problemas e as insatisfações sociais (CPIS) (II) por intermédio de um terceiro que pode agir em substituição ou em cooperação aos sujeitos envolvidos (III) para o atendimento das necessidades humanas (IV).

  • LETICIA VITORIA NASCIMENTO MAGALHAES
  • O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES COM DEFICIÊNCIA NA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS (APAE) E NA ASSOIAÇÃO PARAENSE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (APPD)

  • Data: 18/08/2023
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  • Os movimentos sociais de pessoas com deficiência foram essenciais para o alcance de normas protetivas para essas pessoas em nível internacional e nacional. As organizações desses movimentos e suas edificações em associações e entidades fomentaram mais direitos e políticas públicas de participação social para a população com deficiência. A partir das contribuições das feministas, passaram-se a discutir novas categorias associadas à deficiência, como são os casos de gênero, classe e raça gerando uma perspectiva interseccional. Nesse sentido, a partir da grave problemática da violência contra mulheres com deficiência, a pesquisa buscou compreender como a Associação Paraense das Pessoas com Deficiência (APPD) e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) têm atuado no enfrentamento às violências contra as mulheres com deficiência. Para tanto, a pesquisa se baseou no método indutivo sob uma perspectiva qualitativa, partindo de estudos bibliográficos e documentais. A pesquisa contou, ainda, com entrevistas de profissionais de ambas as associações para analisar a história e as especificidades de suas atuações junto às pessoas com deficiência, especialmente às mulheres com deficiência vítimas de violência. Com base na Análise de Conteúdo, constatou-se, dentre outros aspectos, que ambas as associações atendem diariamente mulheres com deficiência e suas cuidadoras que vivenciaram vários tipos de violência, apesar disso, compreendeu-se que o tema violência contra mulheres com deficiência não faz parte de uma frente estruturada nas associações de defesa de pessoas com deficiência no estado do Pará.

  • CAMILLE DE AZEVEDO ALVES SIQUEIRA
  • COMUNIDADES LABORAIS RESTAURATIVAS: um olhar sobre o assédio moral no trabalho a partir da Justiça Restaurativa e dos Círculos de Construção de Paz

  • Data: 10/08/2023
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  • Os casos de assédio moral no trabalho podem possuir dimensões individual, institucional e estrutural. Todavia, os procedimentos usualmente adotados não trabalham as dimensões coletivas e estruturais e, no âmbito individual, resultam apenas em compensação financeira, permitindo a perpetuação da violência. É neste contexto que se propõe pensar as práticas restaurativas, e mais especificamente os Círculos de Construção de Paz, questionando: em que medida a Justiça Restaurativa permite um novo olhar sobre o fenômeno do assédio moral no trabalho e, pela adoção dos Círculos de Construção de Paz, pode construir comunidades laborais restaurativas? Para respondê-la, a pesquisa adotou o método de abordagem hipotético-dedutivo e o método de investigação experimental. Em um primeiro momento, a pesquisa foi de cunho teórico exploratória e adotou-se a técnica da pesquisa bibliográfica. Em seguida, avançou-se para uma pesquisa de campo de tipo exploratória mediante a observação participante de intervenções restaurativas, mais especificamente na aplicação de Círculos de Construção de Paz de diálogo sobre assédio moral laboral, em comunidades laborais, analisando-se as experiências da pesquisadora enquanto facilitadora dos círculos. Conclui-se que a Justiça Restaurativa, pela aplicação do método dos Círculos de Construção de Paz, permite a identificação de outras possíveis dimensões do assédio moral laboral existentes no caso concreto, pois foca na reparação do dano e no atendimento das necessidades de todos os envolvidos, trazendo a comunidade ao diálogo (e não apenas a laboral), devolvendo o protagonismo aos indivíduos para que possam reconhecer sua corresponsabilidade e assumir obrigações na construção de comunidades laborais restaurativas.

  • MICHELLE MARIA FREIRE DE MELO
  • DIREITOS HUMANOS E DESPOLITIZAÇÃO

  • Orientador : RICARDO ARAUJO DIB TAXI
  • Data: 10/07/2023
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  •  A presente pesquisa aborda a temática dos Direitos Humanos e despolitização, a partir do questionamento “de que maneira é possível recuperar a dimensão política do discurso dos direitos humanos constantes nas declarações de direitos que inauguram a modernidade?”. Com vistas a responder esse questionamento, será feito um diagnóstico da despolitização no contexto das declarações de direitos proclamadas no ideário revolucionário burguês e inspirados pela filosofia iluminista, em seguida, será demonstrado de que maneira a despolitização implica na dissolução dos conflitos judiciais em conflitos meramente jurídicos, onde é apagada quase que totalmente a dimensão política da luta dos direitos e, por fim, será proposta uma forma de releitura dos discursos de direitos humanos de modo a incluir a participação ativa da coletividade na afirmação política desses direitos, como condição de sua efetivação e emancipação de grupos sociais excluídos pela lógica tradicional universalista, sobretudo com a utilização dos argumentos de Judith Butler sobre a noção de performatividade e corpos em aliança.

  • LUCAS GABRIEL LOPES PINHEIRO
  • O ARRANJO JURÍDICO-INSTITUCIONAL DOS FUNDOS PATRIMONIAIS: uma análise de legislação comparada entre Brasil e EUA

  • Data: 06/07/2023
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  • Os fundos patrimoniais são instrumentos construídos com vista a fortalecer a sustentabilidade financeira de organizações da sociedade civil e podem ser interpretados como fatores de concretização dos direitos fundamentais. O instituto possui experiência paradigmática no arranjo jurídico-institucional dos Estados Unidos, em que há previsão de incentivos tributários federais no Internal Revenue Code e regras voltadas à gestão e às políticas de investimento e gasto no Uniform Prudent Management of Institutional Funds Act. Distintamente, no arranjo jurídico-institucional do Brasil, os fundos patrimoniais foram previstos pela Lei n.º 13.800/2019, com centralidade em regras rígidas sobre a gestão e estrutura de governança adotadas. Diante das distinções entre os arranjos, investiga-se de que forma uma análise de legislação comparada entre Brasil e Estados Unidos sobre o arranjo jurídico-institucional dos fundos patrimoniais pode contribuir para a captação de recursos com vista ao custeio de direitos fundamentais. Para tanto, faz-se uso de método de procedimento comparativo funcional, com investigação de microcomparação e pesquisa documental e bibliográfica. Em um primeiro momento, são apresentados os conceitos de fundos patrimoniais, arranjo jurídico-institucional e custos de transação, que fundamentam o recorte sobre incentivos fornecidos em áreas consideradas fundamentais para a captação de recursos para o custeio de direitos. Sob tal enfoque, são analisados os arranjos jurídico-institucionais dos fundos patrimoniais nos ordenamentos do Brasil e dos Estados Unidos. Por fim, realiza-se exame crítico sobre o exercício comparativo efetuado, considerando as distinções existentes entre ambos os arranjos. Conclui-se que uma pesquisa de legislação comparada entre Brasil e Estados Unidos da América sobre o arranjo jurídico-institucional dos fundos patrimoniais contribui, sob a perspectiva da captação de recursos com vista ao custeio de direitos fundamentais, ao ressaltar similaridades e diferenças entre o arranjo local e uma experiência paradigmática em torno do instituto, de modo a visualizar o que é corrente na regulação de áreas-chave para incentivar a criação de fundos patrimoniais, a realização de doações, e a realização de investimento por e/ou mediante tais fundos.

  • EMERSON VICTOR HUGO COSTA DE SA
  • NEM TUDO QUE RELUZ É OURO: ANÁLISE DA ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA EM GARIMPO DE OURO NA AMAZÔNIA

  • Data: 05/07/2023
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  • O estudo analisa quais são as características do trabalho escravo contemporâneo no garimpo de ouro na Amazônia paraense. A sistematização abrange o conteúdo dos relatórios da fiscalização trabalhista e a compreensão do funcionamento da cadeia produtiva. A pesquisa buscou contribuir para ações de prevenção e repressão necessárias às políticas públicas voltadas ao enfrentamento da questão. São objetivos específicos: levantar indicadores e perfil das vítimas nos casos de configuração do trabalho escravo contemporâneo na atividade garimpeira de ouro no estado do Pará; estudar a dinâmica da garimpagem de ouro na Amazônia paraense, à luz da normatividade referente ao Direito Minerário, Ambiental e Trabalhista; e investigar quais medidas podem ser adotadas para adequação das condições laborais às diretrizes de proteção do trabalhador, no âmbito da mineração artesanal de ouro. A metodologia consistiu em abordagem analítico-descritivo-propositiva, que envolveu a elaboração de diagnóstico, a partir da análise de relatórios da fiscalização trabalhista de ações em que houve identificação e resgate de trabalhadores em situação de escravidão contemporânea, no contexto do garimpo de ouro na Amazônia paraense. Realizou-se interpretação propositiva e análise baseada em evidências, com abordagem indutiva. A partir do recorte menor, o escopo permite a compreensão do fenômeno e a aplicabilidade dos achados em casos semelhantes. Ao fim, confirmou-se a hipótese de que as condições laborais observadas pelas equipes de fiscalização nas ações que promoveram resgate de trabalhadores escravizados no garimpo de ouro referem um conjunto de irregularidades quanto a direitos relacionados à dignidade humana no meio ambiente de trabalho, e a superação desse contexto demanda melhorias no modo como a atividade é desenvolvida e investimento no adequado cumprimento das normas trabalhistas.

  • FERNANDA NEVES FERREIRA
  •  VALORANDO E VALORIZANDO O CONHECIMENTO ECOLÓGICO TRADICIONAL: a conservação do saber local no instrumento de acesso e repartição de benefícios da biodiversidade

     

  • Data: 30/06/2023
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  • O Acesso e Repartição de Benefícios da Biodiversidade (ARB) é um instrumento de política ambiental, que provém do terceiro objetivo da Convenção da Diversidade Biológica. No seu âmbito, o ARB recorre também aos conhecimentos tradicionais na busca pela conservação da diversidade biológica. Em 2018, a Conferência das Partes reforçou a necessidade de valorizá-los e de evitar impactos culturais na implementação do ARB. Nota-se, então, que o termo biodiversidade é atrelado a um contexto que vai além da preocupação com a diversidade biológica, envolvendo a conservação das relações cultura-natureza de certas coletividades. Porém, o instrumento de ARB tem sido embasado em abordagens que transformam a diversidade biológica e cultural em mercadorias. Esta pesquisa questiona, portanto, se e como a abordagem da economia ecológica pode contribuir para a manutenção da resiliência do saber tradicional por meio do ARB. Os objetivos específicos são: a) analisar o papel dos conhecimentos tradicionais no contexto de produção de benefícios imateriais ofertados pela biodiversidade e a valoração dessa relação cultura-natureza por meio do ARB; b) relacionar a noção de resiliência com a conservação do saber local das comunidades tradicionais; c) incorporar as orientações da economia ecológica para a integração da complexidade das práticas que ligam o social e o ecológico a uma escala local no ARB de modo a fomentar a resiliência do saber tradicional; d) indicar estratégias que possam garantir a resiliência do saber local na implementação do ARB. Para atingir os objetivos propostos, esta pesquisa adotou o método hipotético-dedutivo e as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental para a construção de estudos de caso de ARB brasileiro, norte-americano e europeu. Além disso, o modelo brasileiro de ARB foi avaliado pelo método SWOT para possibilitar a elaboração de um plano de ação. Como resultados, identificou-se a necessidade de ampliar o debate sobre a biodiversidade para além da sua acepção tradicional a fim de apoiar as ações de conservação das relações cultura-natureza que fomentem a conservação das espécies e seus usos sustentáveis. Na lógica do ARB, o saber local funciona como o elo entre os recursos naturais e os seres humanos, sendo fundamental para a produção dos diversos benefícios ofertados pela biodiversidade. A pesquisa também constatou que a abordagem da resiliência permitiu uma mudança de perspectiva sobre a conservação do saber local. Mas, ela ainda é insuficiente para lidar com aspectos cruciais do ARB. O trabalho encontrou no subcampo da economia socioecológica um suporte para conduzir a investigação de estratégias em favor da resiliência do saber local no instrumento de ARB. No modelo brasileiro de ARB, diversas fraquezas e ameaças foram identificadas pelo método SWOT. Em relação às experiências estrangeiras, o Canadá adota estratégias que reconhecem e valorizam a capacidade de auto-gestão das comunidades tradicionais. A França optou pela criação de pessoas jurídicas de direito público para representar as comunidades em todas as etapas do procedimento de ARB. Mas é na experiência peruana que se encontra uma forte proteção não somente do conhecimento tradicional como também da diversidade cultural e étnica. Concluiu-se que a economia ecológica contribuiu para a reflexão jurídica sobre a resiliência do saber local no ARB enquanto uma visão pré-analítica de pesquisa.

  • AILSON DOS SANTOS
  • Povos indígenas e acesso à Saúde o caso do povo Truká

  • Data: 22/06/2023
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  • Tratar do acesso dos povos indígenas aos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), via o subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do SUS, instituindo por força da Lei nº. 9.836/99, de 23 de setembro de 1999, é o objetivo da Dissertação. A partir do Povo Truká reunimos a vivência e os argumentos teóricos para demonstrar que o subsistema jamais poderá substituir os diversos saberes indígenas e, menos ainda, os sistemas de saúde dos povos originários. O sistema de ação para a saúde tradicional deve ser usado de maneira intercultural com o subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS, o qual ficará na retaguarda do atendimento para garantir o acesso aos estabelecimentos públicos de saúde nos níveis de média e alta complexidade, considerando, respeitando e fazendo respeitar as mais diversas formas de organizações internas dos povos com vista promover a intermedicalidade que deve se dar respeitando as crenças culturais e práticas terapêuticas articuladas aos interesses e costumes de cada povo indígena, adequando as práticas dos estabelecimentos públicos para garantir formas de acolhimento com vistas à equidade sem prejuízo das demais normas estabelecidas de forma constitucional. Na Dissertação, considera-se os conhecimentos e a vivência do povo Truká que reside na terra indígena Truká Tapera, no hoje, município de Orocó, em Pernambuco no antigo aldeamento da Missão de Santa Maria.

  • ABEL GABRIEL GONCALVES JUNIOR
  • DIREITO À SAÚDE INDÍGENA: AS BARREIRAS QUANTO AO PROCESSO DE RECONHECIMENTO DOS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS ORIUNDOS DOS CONHECIMENTOS TRADICIONAIS

  • Data: 01/06/2023
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  • A tese desenvolveu-se por meio do eixo temático central do direito humano à saúde para os Povos Indígenas e tem como objetivo identificar em que medida os aspectos legais impedem o reconhecimento dos medicamentos fitoterápicos oriundos dos conhecimentos tradicionais. Emerge como problemática a análise das possíveis barreiras existentes quanto ao processo de regulamentação dos fitoterápicos a partir da legislação brasileira. No tocante ao tipo de pesquisa, é essencialmente bibliográfica e documental, realizada por meio de leituras de várias obras, com fichamentos que reúnem os elementos chave para a visão defendida na tese. Consoante aos resultados alcançados, destacamos: O processo de regulamentação dos medicamentos fitoterápicos precisa reconhecer e valorizar o conhecimento tradicional e promover melhorias nas condições de saúde das comunidades que os utilizam, valorizando a diversidade cultural e o diálogo intercultural. A cientifização dos saberes indígenas pode ser uma barreira a essa regulamentação, pois não há uma abordagem justa e equitativa quanto as distintas dimensões dos sabres ao mundo científico, tecnológico ou produtivo. A mentalidade neocolonial e a prática da biopirataria são problemas que afetam a proteção dos direitos das comunidades detentoras de conhecimentos tradicionais e recursos biológicos. Não há uma política pública que promova a participação ativa e informada dessas comunidades. A matriz do poder colonial relaciona-se à falta de políticas públicas voltadas para a saúde dos povos indígenas, gerando desigualdade e marginalização dessas comunidades. A Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho reconhece o direito de autodeterminação dos povos indígenas, relevante no contexto da regulamentação de fitoterápicos provenientes das comunidades tradicionais, porém o Ministério da Saúde não propõe ações para fomentar o uso de fitoterápicos pelo SUS e desburocratizar o processo de regulamentação para que os próprios indígenas regulamentem os fitoterápicos provenientes de suas comunidades. A inclusão dos fitoterápicos pelo SUS pode contribuir para garantir o direito à saúde dos povos indígenas. Apesar de existir uma Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas que reconhece a importância da medicina tradicional indígena, a falta de explicitação de como ocorrerá a articulação entre os sistemas de saúde tradicionais indígenas e os serviços de saúde pode gerar dificuldades. A regulamentação dos fitoterápicos é um processo moroso e burocrático, o que dificulta o acesso dos povos indígenas aos trâmites regulamentários. Diante das barreiras legais à regulamentação desses medicamentos fitoterápicos tradicionais, é sugerido, para um novo modelo de regulamentação que atenda às especificidades dos povos indígenas, que se considere os princípios universais de liberdade e igualdade, interligados e interdependentes no contexto dos direitos dos povos indígenas; o direito à autodeterminação e o direito à cultura, relacionados aos direitos humanos e fundamentais para a preservação da identidade e da existência dos povos indígenas. É importante a interculturalidade e decolonialidade no processo de elaboração do marco regulatório para os fitoterápicos tradicionais utilizados pelos povos indígenas, para que sejam inseridos na lista do SUS de modo a garantir o direito à saúde. Esperamos ter contribuído para o estudo e aperfeiçoamento do modelo de regulamentação dos medicamentos fitoterápicos oriundos do conhecimento tradicional indígena.

  • THAÍS MAGNO GOMES
  • O PETICIONAMENTO DAS VÍTIMAS DE DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA CONVENCIONAL DAS NAÇÕES UNIDAS

  • Data: 29/05/2023
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  • O Sistema Global de Direitos Humanos pode ser subdividido em dois ramos: Sistema Convencional e Sistema Extraconvencional. A presente dissertação se ocupa do primeiro e tem por objetivo estudar os mecanismos de peticionamento individual, sobretudo o procedimento de Comunicações Individuais. Parte-se da hipótese central de que a variedade de tratados, regulamentos e Comitês de monitoramento existentes dentro do sistema podem representar em obstáculos na apresentação de queixas por vítimas de direitos humanos. À vista de que somente foram registrados 6 (seis) casos brasileiros, a importância desse estudo repousa na necessidade de desmistificar como funciona o acesso de vítimas ao Sistema Convencional de Direitos Humanos, a fim de ampliar seu conhecimento e sua utilização como uma alternativa viável à sociedade brasileira, todas as vezes o Estado se mostrar omisso em seu dever de proteger os direitos humanos. Nesse escopo, utilizou-se o método de trabalho dedutivo e qualitativo, utilizando-se como metodologia de pesquisa a análise bibliográfica e documental, examinando especialmente a jurisprudência dos Comitês de monitoramento, documentos oficiais e publicações da Organização das Nações Unidas. O estudo parte da exposição do Sistema Convencional de Direitos Humanos, analisando sua formação e desenvolvimento, identificando os 10 (dez) Comitês de monitoramento ou órgãos de tratados criados ao longo dos anos, bem como seus mecanismos de monitoramento. Posteriormente, examinam-se os mecanismos de peticionamento individual, analisando a problemática quanto à nomenclatura, o trâmite de uma petição apresentada no procedimento de Comunicações Individuais e no mecanismo de Ação Urgente, explicitando seus requisitos de admissibilidade. Na seção de desfecho, estuda-se de modo geral e comparativo a jurisprudência dos Comitês de monitoramento com competência sobre o Brasil, bem como apresentam-se os 6 (seis) casos brasileiros registrados, exemplificando-se, a partir deles, a dificuldade ou não do acesso ao sistema. Em conclusão, revela-se a complexidade do Sistema Convencional, o que tende a ocasionar entraves ao acesso de vítimas de direitos humanos.

  • SUZANA MELO DE OLIVEIRA
  •  A FORMAÇÃO CULTURAL DO JURISTA BRASILEIRO NA OBRA DE LIMA BARRETO

  • Data: 26/05/2023
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  • Trata-se de um trabalho na linha dos estudos de Direito e Literatura, que por meio do amplo espectro das teorias críticas do direito, busca construir uma reflexão sobre a formação histórico-cultural do jurista brasileiro, tomando-se como ponto de partida a vida e obra do escritor Lima Barreto. Parte-se da hipótese de que sua narrativa literária é capaz de abrir novas perspectivas e buscar alternativas a categorias construídas socialmente, que determinam, em grande medida, o universo simbólico e cultural constituinte do imaginário social daqueles que exercem o Direito. Compreende-se que, a experiência do autor reveladas em suas obras de realismo literário, engajadas com as questões sociais, pode ser uma referência importante para o debate sobre as relações de opressão e arbitrariedades invisibilizadas na prática jurídica. Assim, no lugar de análises dogmáticas, ou exclusivamente baseadas na teoria social ou na teoria da história, o trabalho procura fazer uma crítica contra-hegemônica da formação jurídica, de modo a promover uma atuação transformadora em prol de grupos vulnerabilizados.

  • ANA LUISA SANTOS ROCHA
  • FAZENDA PINHEIRO EM BELÉM: história, gestão e destinação de terras de um bem provincial/estadual na transição do séc. XIX para o séc. XX na Amazônia

  • Data: 23/05/2023
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  • A presente tese tem como objetivo geral discutir em que medida se deu a consolidação da propriedade moderna na Amazônia na transição do século XIX para o século XX. Para tanto, tem-se como objeto de pesquisa o processo de gestão e destinação de terras públicas da Fazenda Pinheiro para particulares, entre os anos de 1870 a 1916, operadas pela Província do Pará e pelo Estado do Pará (pós-1891). Os objetivos específicos traçados são: a) compreender em que medida se operou a consolidação da propriedade moderna no Brasil; b) examinar os aspectos histórico-jurídicos que nortearam o processo de destacamento de terras públicas para particulares na Fazenda Pinheiro; c) analisar o conteúdo, os instrumentos e os elementos legitimadores das relações proprietárias reconhecidas nas concessões de títulos pela Província e pelo Estado do Pará aos particulares beneficiados com lotes de terras da antiga Fazenda Pinheiro (1870-1916). A hipótese norteadora da pesquisa era que o processo de titulação de lotes de terras da antiga Fazenda Pinheiro a particulares, refletir-se-ia como experiência jurídica local do processo de consolidação da propriedade moderna no Brasil. Quanto ao delineamento metodológico, trata-se de pesquisa histórico-jurídica, de vertente empírica e com método de abordagem hipotético-dedutivo. Baseando-se em perspectivas teóricas historiográfico-jurídicas críticas quanto ao direito de propriedade, os dados foram coletados a partir pesquisa bibliográfica e documental. Como fontes documentais tem-se: legislação imperial e estadual; livros-talonários do acervo fundiário do Instituto de Terras do Pará (ITERPA); falas, relatórios e mensagens da Presidência da Província do Pará e do Governo do Estado do Pará, dirigidos, respectivamente, à Assembleia Legislativa Provincial e ao Congresso Legislativo Estadual; jornais e periódicos de circulação local, contendo expedientes do governo provincial/estadual, além de atas e discussões parlamentares; obras raras de direito civil e de direito administrativo do séc. XIX. Em relação aos procedimentos metodológicos de interpretação e análise dos dados coletados, a pesquisa configura-se como quanti-qualitativa, com a construção de banco de dados, transcrições de documentos e análise de conteúdo. Tendo em vista os objetivos específicos, a tese é estruturada em quatro seções: a) “O regime fundiário no Brasil e a Fazenda Pinheiro: notas sobre o período colonial e o início do séc. XIX”; b) “Política imperial de terras e as implicações histórico-jurídicas quanto às terras da Fazenda Pinheiro”; c) “As terras da ‘antiga’ Fazenda Pinheiro ao final do Império”; d) “O regime fundiário paraense e a destinação das terras estaduais do Pinheiro na transição para o século XX (1891 a 1916). Ao final, concluiu-se: a) os instrumentos jurídicos de gestão e de destinação de terras da antiga Fazenda Pinheiro, especialmente até 1889, só pode ser compreendido sob a premissa de que a fazenda configurava-se como um “próprio provincial” e que, apesar da égide da Lei de Terras de 1850, o caso possui especificidades próprias não só quanto aos instrumentos provinciais de transferência de direitos de propriedade a particulares, como também ligados a disputas políticas e ao controle do espaço locais; b) perceber a Província do Pará e o Estado do Pará como sujeitos proprietários em relação às terras da Fazenda Pinheiro, confirma o que outros estudos em história social da propriedade e história do direito de propriedade abordam: o processo de consolidação da propriedade moderna no Brasil, para além do aspecto estritamente jurídico do vínculo entre pessoas e terras, ignorou a realidade social e local. A leitura cuidadosa dos dados indica que havia, para além da política oficial de transferência de terras pela Província e pelo Estado do Pará, grupos sociais que ocupavam as matas, as olarias e as margens dos rios. A falta de menção explícita e de reconhecimento jurídico às práticas sociais nas terras da antiga Fazenda Pinheiro, indica que o processo analisado na presente tese, representa (mais) uma experiência de negação das relações de propriedade coletiva dos povos amazônicos.

  • GABRIEL SANTOS LIMA
  • DIREITO DE DANOS E REPARAÇÃO CIVIL AMBIENTAL: O FUNDAMENTO DE TEORIA DE DIREITO PRIVADO DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL BRASILEIRA

  • Data: 19/05/2023
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  • A presente pesquisa trata da responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, avaliando um possível realinhamento teórico do direito privado na aplicação da reparação civil. O trabalho é divido em três partes. Na primeira parte se apresenta inicialmente os modelos corretivo e distributivo da responsabilidade civil, no intuito de entender o estado da arte da discussão relativa ao direito de danos. Na segunda etapa, é feita uma análise doutrinária dos elementos da responsabilidade civil objetiva brasileira, bem como do possível desafio apresentado pela aplicação do instituto no caso de danos ambientais. Na terceira e última parte, analisam-se os conceitos de vulnerabilidade, em consonância com a concepção de novo direito privado defendida por Cláudia Lima Marques e Bruno Miragem, de justiça distributiva, com base na teoria de Diego M. Papayannis, bem como eventual repercussão da responsabilidade civil ao regime de tutelas coletivas, com base na ideia de processo coletivo de Sérgio Cruz Arenhart. Verifica-se que tais conceitos podem ser decisivos para a atribuição de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente. Ainda nessa última seção, utilizase o caso da obsolescência programada de produtos para testar a hipótese. Concluise que a responsabilidade civil por danos ao meio ambiente pode se valer da vulnerabilidade e da justiça distributiva para promover uma verdadeira mudança na lógica jusprivatista

  • GILBERTO GUIMARAES FILHO
  • DIREITO COLONIAL E POLÍTICAS DE MORTE NO GRÃO-PARÁ (1616-1822): formas jurídicas do escravismo e do genocídio colonial no Estado do Pará.

  • Data: 19/05/2023
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  •  Pesquisa sobre o direito colonial e os dispositivos/práticas de genocídio e escravismo colonial na Capitania do Grão-Pará do ano de 1616 a 1822. Tais dispositivos respondem à forma concreta da ação colonial portuguesa no Estado do Grão-Pará e Maranhão enquanto colônia distinta do Estado do Brasil com legislação e práticas coloniais próprias. A pesquisa encontra-se no campo dos estudos críticos do direito e o método utilizado é o genealógico enquanto análise histórica das formas jurídicas coloniais que instituíram um modelo de exploração econômica segue em curso no Estado do Pará. O problema apresentado é de que forma o sistema jurídico colonial, através da sua duplicidade de leis para brancos e leis para não-brancos estabeleceu a legitimidade jurídica das práticas de extermínio e escravismo na Capitania do Grão-Pará. Como resultado apresenta-se a linha do tempo em que foram identificadas as práticas de maior impacto e a forma jurídica com que foram estabelecidas, sendo estas: a redução/extermínio colonial; escravização por guerra justa; resgates; descidas/descimentos; Compra de trabalhadores escravizados por tráfico atlântico ou de outras Capitanias; reprodução forçada; Militarização e trabalho compulsório; além de formas clandestinas de extermínio e escravização. Compreender a forma jurídica colonial mostra-se como caminho importante à compreensão da forma jurídica dos modos de trabalho e exploração econômica no Estado do Pará. A pesquisa conclui que as formas do genocídio/etnocídio e do escravismo colonial atravessam toda a formação econômica e política do Estado do Pará no período colonial, cujos rastros continuam nas práticas presentes de exploração econômica.

  • FLÁVIA SILVA DOS SANTOS
  • AUTONOMIA E PROTEÇÃO TERRITORIAL QUILOMBOLA: análise de conflitos trabalhistas e a integridade espacial das comunidades quilombolas no estado do Pará / Brasil

  • Data: 18/05/2023
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  • Considerando os riscos à autonomia espacial das Comunidades Quilombolas Médio Itacuruçá, localizada na zona rural do município de Abaetetuba e da Comunidade Quilombola São Manoel, localizada na zona rural do município de Moju, ambas do estado do Pará e com título coletivo outorgado pelo Instituto de Terras do mesmo estado, que tiveram parte de suas terras coletivas apresentadas como garantia em processos trabalhistas e levadas à leilão, sendo que parte de seus imóveis foram arrematados no âmbito da Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região – Comarca de Abaetetuba, objetivou-se analisar a possibilidade de penhora de bens pertencentes às associações quilombolas com território titulado, em ações trabalhistas. Busca refletir que tipo de propriedade coletiva se configura o quilombo, além de analisar a natureza jurídica dos mesmos; a legitimidade dos membros do quilombo, da associação e sua representação para alienar ou dar os bens do quilombo como garantia de dívida e as repercussões para a autonomia e integridade dos territórios quilombolas. Para tanto se utilizou predominantemente o estudo de caso, estudo empírico de conflitos judiciais que envolveram as duas comunidades quilombolas e complementarmente a abordagem qualitativa, pesquisa bibliográfica, documental, legislativa e jurisprudencial. Desse modo, se observou a legitimidade da autonomia das comunidades no uso e manejo de seu território, assegurado tanto na legislação internacional, quanto a Carta Constitucional e as legislações infraconstitucionais, o que permitiu concluir que dentro dos casos analisados foi fundamental as comunidades terem concretizado o direito à titulação, a mobilização das comunidades para assegurar o seu chão, através de seus regramentos e costumes internos e o despertar para a necessidade de seguir o debate sobre a proteção territorial quilombola que corriqueiramente é ameaçada.

  • ALINE RODRIGUES DE OLIVEIRA CALDAS
  • DEFENSORIA PÚBLICA E APLICAÇÃO DE MÉTODOS EXTRAJUDICIAIS NOS ESTADOS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL NOS PERÍODOS 2006-2008 e 2018-2021.

  • Data: 17/05/2023
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  • A promoção da solução extrajudicial de conflitos é atribuição institucional da Defensoria Pública. É a única função que recebe, no rol de atribuições constantes na lei orgânica, o acréscimo da palavra “prioritariamente”. Trata-se de atividade estabelecida na redação original da referida lei (e consistia em promover extrajudicialmente a conciliação entre as partes), e que desde o advento da Lei Complementar nº 132/09 abrange as diversas técnicas de composição e administração de conflitos, e figura como função institucional prioritária. Entretanto, inúmeros fatores podem impedir ou obstacularizar o cumprimento dessa missão institucional, como o déficit de defensores públicos, a ausência de capacitação em formação específica, o volume de trabalho, a falta de recursos orçamentários, dificuldades estruturais (materiais, de pessoal de apoio etc), a imprescindibilidade da atuação junto ao Judiciário (defesa em juízo), a deficitária cobertura dos serviços, ambiente inadequado, dentre outros. Assim, tendo em vista as dificuldades enfrentadas e considerando que trata-se de função prioritária determinada em lei, a presente pesquisa tem como objetivo investigar a aplicação prática dos métodos extrajudiciais de tratamento de conflitos pela Defensoria Pública nos atendimentos realizados pela instituição, e adota como recorte espacial as Defensorias Públicas da região norte do Brasil. Para tanto, analisa a proporcionalidade/desproporcionalidade e a continuidade/descontinuidade existente entre os casos recepcionados pelas Defensorias Públicas e o número de acordos extrajudicias celebrados (e não homologados judicialmente). O método utilizado é o hipotético-dedutivo, com pesquisa qualitativa e quantitativa do tipo descritiva analítica e explicativa, e posteriormente inferencial. Na pesquisa qualitativa utiliza-se pesquisa bibliográfica e documental. Na condução da pesquisa quantitativa, a fonte principal de dados é a Pesquisa Nacional da Defensoria Pública (2022), e o recorte temporal o período correlato ao banco de dados utilizado (2006-2021).

  • BRUNO BRASIL DE CARVALHO
  • A reparação civil dos danos existenciais decorrentes de abandono afetivo paterno: uma análise sobre a possibilidade do resgate de vidas nuas.

     

  • Data: 20/04/2023
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  • A tese procura responder se é possível, por meio da responsabilidade civil, resgatar vidas nuas – desqualificadas politicamente – pelo abandono afetivo paterno. O trabalho foi estruturado nas seguintes hipóteses: de que a afetividade, enquanto mudança paradigmática das relações familiares, precisa ser analisada sob a ótica do cuidado e da divisão social e sexual do trabalho; de que a tutela ressarcitória da responsabilidade civil não é suficiente para reparar os danos decorrentes de abandono afetivo – por sua natureza de danos existenciais, sendo necessário que os juristas fundamentem suas decisões de forma mais criativa e adensada, com a integração entre a tutela ressarcitória e a tutela satisfativa; de que a vida do filho abandonado é desqualificada politicamente pela negligência afetiva, em regra paterna, sendo preciso ressignificar as estruturas do sistema-mundo capitalista, o que não é possível apenas por meio do ordenamento jurídico. Para tanto, foram analisados o Recurso Especial n.º 1.159.242/SP, do Superior Tribunal de Justiça, e a Apelação Cível n.º 2014.3.015267-3, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

  • EDUARDA GOUVEIA COSTA TUPIASSÚ
  • A FUNÇÃO INDUTORA NO DIREITO TRIBUTÁRIO

  • Data: 05/04/2023
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  • O presente estudo busca identificar e analisar a função indutora no Direito Tributário, que tem como objetivo incentivar determinados comportamentos pelos indivíduos, por meio da utilização da extrafiscalidade. Pretende demonstrar a insuficiência de se analisar o fenômeno jurídico tributário a partir de uma concepção eminentemente estrutural do Direito, evidenciando a importância e a necessidade de se perquirir quais os fins pretendidos pelas normas, que direitos visam proteger ou fomentar, a fim de averiguar a sua validade e pertinência. No primeiro capítulo, identificamos o que é sanção no Direito e de que modo pode ser entendida nas acepções negativa e positiva, a partir do cotejo entre as teorias de Hans Kelsen e Norberto Bobbio. Diferenciamos normas punitivas e de dissuasão de normas premiais e de incentivo, apresentando a noção de função promocional do Direito. No segundo capítulo, apresentamos a função como um novo paradigma interpretativo, conceituando a extrafiscalidade e identificando de que modo as normas tributárias podem servir a outros fins que não apenas a arrecadação. Também tratamos sobre a possibilidade de intervenção estatal na Economia, por meio de ações indiretas, que não proíbem ou obrigam uma conduta, mas facilitam ou a obstaculizam, discutindo as funções da tributação e a sua relação com a teoria da neutralidade econômica dos tributos. No terceiro capítulo, apresentamos o conceito de normas tributárias indutoras, quais os seus fundamentos e de que modo estas podem ser utilizadas como meios para induzir comportamentos nos agentes econômicos com vistas a realizar direitos fundamentais. Analisamos alguns instrumentos para a concessão de incentivos ficais e indicamos algumas das principais críticas ao incentivo por indução. Por fim, propomo-nos a examinar a função indutora no Direito Tributário, como se organiza no ordenamento jurídico brasileiro, além de reflexões para o seu aperfeiçoamento.

  • JOÃO VITOR MENDONÇA DE MOURA
  • A TECNOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE OTIMIZAÇÃO DA TUTELAEXECUTIVA CIVIL BRASILEIRA

  • Data: 05/04/2023
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  • O quadro de inefetividade no cumprimento das decisões judiciais pode ser enfrentado, pelo menos parcialmente, por meio do emprego da tecnologia na fase de execução, desde que sua utilização seja fundamentada em dados, esteja preocupado com a interoperabilidade entre os sistemas e com design centrado no usuário, que empodera e gera autodeterminação, sem perder de vista a necessidade de transparência, responsabilização (accountability), confiança e experiência de justiça procedimental ou processual aos litigantes. Assim, percebe-se a necessidade de que toda melhora tecnológica implementada pelo poder público ao Poder Judiciário tenha objetivos e resultados esperados amplamente declarados, bem como façam parte de um plano macroestrutural que permitam entender se, dentro do microssistema de instrumentos que essas ferramentas representam, verifica-se uma adequada comunicação e construção rumo a um modelo constitucional de processo. A tecnologia deve ser utilizada para o autoconhecimento do sistema de justiça, para planejamento e governança e não somente para a sua sobrevivência, para gerar produtividade (neoliberalismo processual). Assim, o problema que a pesquisa pretende responder é: de que modo a tecnologia pode auxiliar na otimização da execução civil brasileira? Para fazê-lo, utilizou-se do método hipotético-dedutivo, do tipo qualitativa, baseada em material bibliográfico, documental, legislativo e estudos empíricos-estatísticos, para análise de dados secundários. O objetivo geral fixado foi o de analisar o quadro de inefetividade da execução civil brasileira e apresentar propostas para que, por meio do emprego da tecnologia, seja possível o aprimoramento do processo e da tutela jurisdicional executiva civil.

  • MARIA EDUARDA DIAS FONSECA
  • A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O CRIME DE DESACATO NO BRASIL À LUZ DO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS

  • Data: 28/03/2023
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  • Considerando a importância do direito à liberdade de expressão para a consolidação de uma sociedade democrática, sobretudo no que diz respeito ao controle democrático das atividades estatais, tem-se a necessidade de discutir acerca dos entendimentos relativos a este direito e as formas de sua restrição. Neste sentido, a proposta da presente dissertação é estudar o conteúdo do direito à liberdade de expressão à luz do Sistema Interamericano de Direitos Humanos. A partir disso, pretende-se observar os entendimentos da Corte Interamericana de Direitos Humanos e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos no que diz respeito à liberdade de expressão, definindo seu conteúdo e os critérios elencados para que sua restrição não configure uma violação de Direitos Humanos, visando entender os pontos em que os entendimentos desses órgãos são convergentes ou divergentes, o que pode ser melhor observado quando se trata do uso da via penal como uma forma de restrição da liberdade de expressão. Em seguida, pretende-se analisar se o delito de desacato tipificado na legislação brasileira é compatível com a proteção da liberdade de expressão. Para observar de que forma as disposições internacionais sobre o tema são aplicadas no direito interno, serão estudados os argumentos utilizados pelo Supremo Tribunal Federal na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental n.o 496, que versa sobre a convencionalidade do delito de desacato, a fim de analisar se aqueles são condizentes com a proteção da liberdade de expressão e com o entendimento do Sistema Interamericano. Desse modo, pretende-se responder ao seguinte problema de pesquisa: qual o posicionamento dos órgãos do Sistema Interamericano de Direitos Humanos sobre o direito à liberdade de expressão e o uso da via penal e de que forma o Supremo Tribunal Federal se utiliza deste entendimento para decidir sobre a convencionalidade do desacato na ADPF 496/2020? O que será realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, a fim de auxiliar na definição de conceitos, e documental, sobretudo por meio da análise de documentos do Sistema Interamericano, dando enfoque às sentenças da Corte que versam sobre a proteção da liberdade de expressão e os respectivos relatórios de mérito da Comissão.

  • FRANCISCO JOSE MONTEIRO JUNIOR
  • TRABALHO E SOCIEDADE DIGITAL: discriminação algorítmica na pré-contratação para o emprego e propostas para uma inteligência artificial confiável de acordo com a LGP

  • Data: 20/03/2023
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  • O presente estudo tem por objeto analisar as mudanças ocorridas na atual sociedade digital, suas repercussões no mundo laboral, especialmente voltadas para a utilização da Inteligência Artificial (IA) na pré-contratação para o emprego, com foco na discriminação algorítmica. O objetivo geral consiste na indicação de propostas para o manejo responsável da IA em etapas prévias à admissão para o trabalho, de acordo com a LGPD, ambicionando a não discriminação e a salvaguarda do trabalhador. Tenciona-se responder ao seguinte problema: Qual a proteção jurídica do trabalhador que participa da seleção para o emprego efetuada por meio do uso da IA? Para tanto será abordada e contextualizada a sociedade digital, o conceito de IA e suas aplicações, definição de discriminação e suas modalidades, menção dos desafios enfrentados pelos Direitos Humanos, discriminação algorítmica na pré-contratação laboral digital, seu diagnóstico e solução para o manejo confiável sob o manto da LGPD. Para esse fim será empregada a pesquisa do tipo analítica, por meio de revisão bibliográfica e documental, além da abordagem qualitativa e do manejo do método hipotético-dedutivo. A investigação resultou na percepção de uma trilha que guiará a aplicação da IA de forma confiável, com apoio na LGPD, pautada em dois eixos, humano e máquina, com o intuito de evitar a discriminação algorítmica no processo seletivo para o emprego.

  • JULIANA ANDREA OLIVEIRA
  • DESPEJOS E REMOÇÕES FORÇADAS EM IMÓVEIS PÚBLICOS URBANOS: O RECONHECIMENTO DA POSSE URBANÍSTICA

  • Data: 10/03/2023
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  • As ocupações irregulares de imóveis públicos urbanos por pessoas em situações de vulnerabilidade social é, ainda, uma situação muito presente na realidade fundiária brasileira, especialmente no contexto amazônico. Essa situação irregular reflete na insegurança do exercício da posse por tais ocupantes, mantendo-os num círculo de precariedade em que a ameaça ou a concretização de despejos e remoções forçadas se apresente cotidianamente. Assim sendo, a presente pesquisa intenta analisar a possibilidade de reconhecimento de direitos possessórios sobre imóveis públicos urbanos aos ocupantes vulneráveis, independentemente de ato administrativo específico, isto é pelo simples exercício da posse, sob o prisma dos direitos fundamentais e humanos e das normas de direito urbanísticos. Utilizando o método dedutivo, analisa a proteção jurídica nas remoções forçadas urbanas no plano internacional e nacional, para então promover uma nova compreensão da relação jurídica entre Estado e cidadão, em que tal posse é tida como expressão do direito humano e fundamental de moradia, direito subjetivo, definitivo e vinculante, conforme a ótica da teoria dos direitos fundamentais de Robert Alexy, bem como sob a ótica da teoria de desenvolvimento humano proposta por Amartya Sen. Sob esse pensamento, finaliza a investigação deslindando a existência de um fenômeno possessório na esfera urbana, que denominamos de “posse urbanística”, semelhante às posses autônomas reconhecidas na esfera agraria, do qual decorre obrigações negativas e positivas por parte do Estado em face do cidadão, especialmente delineadas no âmbito da proteção nacional e internacional contra despejos e remoções forçadas.

  • THAYNÁ MONTEIRO REBELO
  • A TEORIA TRIDIMENSIONAL DA JUSTIÇA DE NANCY FRASER E OS OBSTÁCULOS DO CAPITALISMO FINANCEIRIZADO NEOLIBERAL

  • Data: 07/03/2023
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  • A presente dissertação objetiva analisar os aspectos que, segundo a teoria crítica de Nancy Fraser, as dimensões de justiça de redistribuição, de reconhecimento e de representação política são obstaculizadas pelo capitalismo financeirizado neoliberal. Para tanto, tem como principal referencial teórico a teoria da justiça e do capitalismo financeirizado neoliberal de Fraser, bem como as contribuições de Wendy Brown, David Harvey, Wolfgang Streeck, Pierre Dardot e Cristian Laval, Silvia Federici, Verónica Gago, Saad Filho e Lécio Morais, Marcos Nobre, Jessé Souza e Flávia Biroli, enquanto interlocuções importantes para complementar e acrescentar aos pensamentos da autora. O estudo coloca-se no prisma da Teoria Crítica, trazendo novas discussões que congregam justiça, feminismo, capitalismo neoliberal, neoconservadorismo e democracia. A pergunta problema apresenta-se da seguinte maneira: em quais aspectos, segundo a teoria crítica de Nancy Fraser, as dimensões de justiça de redistribuição, de reconhecimento e de representação política são obstaculizadas pelo capitalismo neoliberal? Metodologicamente a pesquisa segue o método dialético, os tipos de pesquisa utilizados quanto aos procedimentos é o bibliográfico, quanto à abordagem qualitativo e quanto aos objetivos explicativo. Desse modo, é uma pesquisa teórica ao pretender analisar conceitos por meio de uma compreensão crítica. O primeiro objetivo especifico corresponderá ao primeiro capítulo, o qual apresentará a teoria da justiça de Fraser por meio das suas dimensões e contextos. O segundo capítulo satisfará ao segundo e terceiro objetivos específicos e propõe-se a compreender o capitalismo financeirizado neoliberal como ordem social institucionalizada, bem como aprofundará os entendimentos sobre neoliberalismo pelos interlocutores selecionados, inclusive acerca da realidade brasileira e os desdobramentos enquanto uma racionalidade. O terceiro capítulo refletirá ao quarto objetivo específico e discute os aspectos em que, segundo a teoria crítica de Fraser, as dimensões de justiça são obstaculizadas pelo capitalismo financeirizado neoliberal. Os resultados refletem que a dimensão de redistribuição é incompatibilizada pelo aspecto concorrencial da financeirização; o reconhecimento não é assegurado pelo aspecto multifacetado do neoliberalismo - ora progressista-meritocrática ora reacionário-neoconservador -; a representação política é incompatibilizada em vista da imposição da tecnocracia neoliberal e da marginalização democrática; e a exploração e a expropriação neoliberal apresentam-se como formas concretas de desigualdades econômicas, socioculturais e políticas que impedem a concretização das dimensões de justiça.

  • AGENOR CASSIO NASCIMENTO CORREIA DE ANDRADE
  • O SANEAMENTO COMPARTILHADO NO PROCESSO ESTRUTURAL COMO INSTRUMENTO DE PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA NA CONSTRUÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL

  • Data: 02/03/2023
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  • A presente pesquisa investiga a técnica do saneamento compartilhado como instrumento de democratização das decisões no contexto dos processos estruturais. Diante das atuais demandas envolvendo conflitos cada vez mais complexos, que exigem do magistrado uma visão de toda amplitude do problema, faz-se necessário pensar em como a sociedade civil organizada pode, dentro dos processos estruturais, contribuir para a superação de graves quadros de violações de direitos fundamentais, visto que se percebe na atualidade uma grande crise de efetividade do Poder Judiciário quando de trata de resolução de conflitos envolvendo alto grau de complexidade, principalmente abrangendo políticas públicas. A partir deste panorama, o objetivo da pesquisa é analisar em que medida a utilização da técnica do saneamento compartilhado pelo magistrado nos processos estruturais pode contribuir para fortalecer ainda mais a legitimidade democrática das decisões judiciais ao possibilitar aos sujeitos e aos interessados no processo enriquecerem o debate, auxiliando o juízo a ter uma visão mais apropriada do problema estrutural. Por isso, a fase do saneamento compartilhado passa a ser muito importante no cumprimento da principal finalidade do processo que é a construção de procedimentos de forma cooperativa para a busca da superação do estado de desconformidade estrutural. Na presente pesquisa será adotado o método dedutivo e a técnica de pesquisa bibliográfica, visto que a proposta é construir um estudo acerca do desenvolvimento de um diálogo da atuação judicial no controle de políticas públicas, dentro dos processos estruturais, a partir do saneamento compartilhado previsto no art. 357, § 3º, do CPC, tendo como vetor os princípios do modelo cooperativo de processo. Os resultados evidenciaram que a técnica do saneamento compartilhado possibilita a realização de uma atividade saneadora democrática e efetiva, em benefício de todos os sujeitos do processo, e já vem sendo utilizada em alguns casos de processo estrutural, como nas ações coletivas que tratavam sobre a falta do abastecimento de água do município de Altamira/PA, que resultou na celebração de acordo de diversos processos, demonstrando, portanto, um aprimoramento e efetividade da atividade jurisdicional.

  • MARCOS WAGNER ALVES TEIXEIRA
  • A NATUREZA COMO SUJEITO DE DIREITOS NO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS

  • Data: 02/03/2023
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  • O presente trabalho busca demonstrar a evolução da proteção da natureza, desde as primeiras cartas de direitos civis e políticos, chegando as decisões do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, especialmente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), para verificar se na Jurisprudência mais recente do Sistema Interamericano dos Direitos Humanos a Natureza é considerada sujeito de direitos. Se utilizou para tanto a análise jurisprudencial de 9 (nove) casos julgados pela Corte IDH de 2001 à 2018, relacionados com comunidades tradicionais e proteção do meio ambiente. A metodologia empregada foi a qualitativa-quantitativa, por meio de revisão de literatura e documental, bem como estudo empírico da jurisprudência Corte IDH. Inicialmente buscamos realizar uma análise sobre a ética da Natureza, assim, aportando a mesma sob a perspectiva antropocêntrica, biocêntrica e ecocêntrica, e os pontos de contato entre as várias teorias. Na sequência, passamos a estudar a evolução do constitucionalismo da América Latina, com destaque para as constituições do Equador e Bolívia, colocando a Natureza em outro patamar ao protegê-la constitucional e legalmente como sujeito de direito. Ao investigar a proteção do meio ambiente no cenário internacional, mais especificamente no Sistema Interamericano de Direitos Humanos, analisamos a Opinião Consultiva nº 23/2017, uma vez que a mesma estabelece parâmetros para o Sistema na proteção ambiental. Verificamos que de certa forma a proteção da natureza também está presente nas próprias decisões da Corte Interamericana, não à-toa, a preservação ambiental, mesmo de forma reflexa, passou a ter guarida no Sistema, na proteção dos territórios indígenas e de comunidades tradicionais, diante da interrelação desses com os bens corpóreos e incorpóreos, para se concluir, que em que pese na Opinião Consultiva nº 23/2017 tenha se estabelecido que o caminho natural seria a Natureza ter reconhecido o status de sujeito de direitos, as decisões não concluem dessa forma, aproximando a mesma mais da teoria biocêntrica.

  • JORGE MIGUEL CALANDRINI DE AZEVEDO NETO
  • A PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS DO CONSUMIDOR NO CIBERESPAÇO À LUZ DA TEORIA DA CONFIANÇA: um diálogo entre o Código de Defesa do Consumidor e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais

  • Data: 01/03/2023
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  • O objeto é o estudo da proteção de dados sob a ótica da teoria da confiança. O objetivo geral é analisar a aplicação da teoria da confiança na tutela dos dados pessoais, especialmente, no que tange a interpretação dos contratos de tratamento, assim como pela possibilidade de responsabilização em razão de frustração das legítimas expectativas do titular nos casos de vazamento de dados e desvio de finalidade do tratamento das informações pessoais. A pesquisa divide-se em quatro seções: a primeira apresenta a conjuntura da sociedade tecnológica, seus riscos e efeitos aos consumidores. A segunda investiga a evolução da matéria de proteção de dados, perpassando pelas gerações, marcos normativos até a consolidação da matéria como Direito Fundamental no ordenamento jurídico brasileiro. Assim como dedica-se a apresentar a teoria da confiança do direito privado, demonstrando seu desenvolvimento pelo Direito Privado. A terceira seção busca trazer a perspectiva da tutela dos dados pessoais alicerçada pela teoria da confiança, buscando expandir novas interpretações benéficas ao usuário vulnerável, especialmente, na valorização dos direitos de informação, transparência e responsabilização. A quarta busca apontar maneiras de tutela positiva da confiança. Neste sentido, apresenta-se os artifícios maliciosos utilizados pelas plataformas para manipular a fides do vulnerável e possíveis antídotos para dirimir tamanhas assimetrias. Além disso, compreende-se que para a instituição desses deveres de conduta é indispensável a atuação qualificada da Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais, apontando a necessidade de uma Política Nacional de Proteção de Dados para um diálogo entre os atores do comércio eletrônico e entre os órgãos e instituições de Defesa do Consumidor.

  • SAMILLA CAVALCANTE BATISTA
  • FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL COMO INSTRUMENTO PARA O CUMPRIMENTO DO MÍNIMO EXISTENCIAL ECOLÓGICO.

  • Data: 01/03/2023
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  • As questões agrárias carecem de respostas políticas e jurídicas, pois são fruto de cinco séculos de ocupação desordenada do solo brasileiro. No cerne do debate jurídico está o desafio para a efetivação do princípio da função social da propriedade. A utilização desenfreada dos recursos naturais – em desacordo com as normas e legislações de proteção ambiental, e a ocupação indevida das áreas rurais, ocasionam lacunas jurídicas e consequências incalculáveis não apenas a seus proprietários e possuidores, mas à sociedade como um todo. A Constituição Federal de 1988 prevê requisitos indispensáveis e cumulativos ao cumprimento da função social da propriedade rural. Além dessa previsão legal, o texto constitucional disciplina o instituto em diversos dispositivos legais espraiados pela Carga Magna. A presente pesquisa destina seus esforços à abordagem de uma interpretação extensiva dos critérios atinentes à função social da propriedade rural, ao abordá-la como ferramenta ao cumprimento do mínimo existencial ecológico, com intuito de obstar o retrocesso socioambiental. O trabalho destina seus intentos à análise jurisprudencial dos tribunais pátrios quanto ao mínimo existencial ecológico e de que forma a função social da propriedade pode se tornar um instrumento à efetivação do mínimo existencial ecológico por meio da implementação de políticas públicas

  • ELDEN BORGES SOUZA
  • O ESTADO DE DIREITO NA NOVA TEORIA DA LEI NATURAL: FUNDAMENTOS E RELEVÂNCIA AVALIATIVA PARA O MODELO DE ESTADO BRASILEIRO

  • Data: 27/02/2023
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  • Os modelos de Estado de Direito predominantes na contemporaneidade, seja no contexto alemão, francês, anglo-americano ou brasileiro, possuem particularidades e funcionam como exemplares reais (casos particulares) de um tipo ideal (significado focal) de Estado de Direito. Dessa forma, podem ser avaliados como casos centrais ou casos periféricos a partir da concepção de Estado de Direito apresentada pela Nova Teoria da Lei Natural, à medida em que se aproximem ou se afastem das características de seu significado focal, especialmente a racionalidade presente na legalidade e no devido processo legal e a proteção e promoção dos bens humanos básicos, de forma a possibilitar um ambiente que favoreça o florescimento humano. Por isso, a concepção de Estado de Direito sustentada pela Nova Teoria da Lei Natural apresenta-se como uma relevante possibilidade de avaliação dos principais modelos concretos de Estado de Direito estabelecidos na contemporaneidade, incluindo no Brasil atual. Destarte, a presente tese tem por objetivo analisar de que forma a concepção do Estado de Direito sustentada pela Nova Teoria da Lei Natural, em sua dimensão formal e substancial, possibilita avaliar o modelo de Estado Democrático de Direito estabelecido no Brasil pela atual Constituição Federal (1988). Em primeiro lugar, a pesquisa apresenta os conceitos distintivos da Nova Teoria da Lei Natural que possibilitam a fundamentação de um modelo de Estado de Direito, especialmente no que diz respeito aos bens humanos básicos e à compreensão da comunidade política. Em seguida, são discutidos os pressupostos à caracterização do Estado de Direito, especialmente no que tange ao tipo de autoridade que o define e sua diferença em relação ao Estado de arbítrio, destacando o papel da racionalidade para a autoridade política, o significado de supremacia do direito e o papel do controle sobre as autoridades. Tendo em vista essa caracterização mais geral, torna-se possível apresentar as dimensões formal e substancial que o compõem o Estado de Direito, segundo a Nova Teoria da Lei Natural, situando a legalidade, o devido processo legal e os bens humanos básicos na sua justificação. Por fim, é realizada uma exposição e comparação entre os modelos de Estado de Direito anglo-americano, francês e alemão para, assim, caracterizar o Estado Democrático de Direito inaugurado pela Constituição do Brasil de 1988. Dessa forma, será possível avaliar o modelo brasileiro a partir do significado focal de Estado de Direito sustentado pela Nova Teoria da Lei Natural, destacando aproximações e afastamentos no que tange tanto à dimensão formal, quanto à dimensão substancial. A pesquisa terá um caráter bibliográfico a respeito do conceito de Estado de Direito e sua manifestação a partir de casos concretos, tomando como marco teórico John Finnis e adotando como principais métodos de procedimento o comparativo, o tipológico e o monográfico.

  • RENATA DE CÁSSIA BRITO FIGUEIREDO
  • A TESE DO MARCO TEMPORAL E A VIOLAÇÃO DO DIREITO TERRITORIAL DE POVOS INDÍGENAS À LUZ DAS DECISÕES EM AÇÕES POSSESSÓRIAS NO ÂMBITO DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO 

  • Data: 08/02/2023
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  • O trabalho teve como objetivo geral analisar em que medida a tese do marco temporal viola o direito territorial de permanência dos povos indígenas, considerando a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em demandas possessórias, no intervalo de 2009 e 2020. Inicialmente, o trabalho parte do estudo acerca dos direitos territoriais indígenas, a partir da legislação brasileira e estândares internacionais, visando compreender no que consiste o direito de permanência, previsto no art. 231, §5º, CF. Em continuidade, a dissertação analisa a tese do marco temporal como precedente estabelecido no julgamento da Petição 3.388, conhecida como Caso Raposa Serra do Sol, e perpassando pelos julgamentos realizados pelo STF envolvendo a tese, até a discussão atual, com o caso do povo Xokleng. Por fim, investiga-se a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em ações possessórias, durante o período de 2009-2020, visando identificar de que forma a tese do marco temporal é aplicada para violar o direito territorial de permanência dos povos indígenas. Assim, a partir de uma abordagem qualitativa-quantitativa, por meio de revisão de literatura e documental, bem como estudo empírico da jurisprudência do TRF1.

  • VALESKA DAYANNE PINTO FERREIRA
  • “O BRASIL DE TRÊS SUPREMOS? Conjuntura política e cultura jurídica na definição do comportamento judicial do Supremo Tribunal Federal”.

  • Data: 27/01/2023
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  • A presente dissertação se propõe a compreender como se estrutura o comportamento judicial do Supremo Tribunal Federal dentro do sistema político brasileiro. A problemática da pesquisa se apresenta diante da constatação da incompletude dos estudos jurídicos que se destinam a investigar a atuação do STF ao longo do tempo, uma vez que se apresentam de maneira isolada e retrospectiva, não dialogando com os elementos da conjuntura política e cultura jurídica. Trata-se de pesquisa do tipo explicativa, de abordagem qualitativa e procedimento bibliográfico, desenvolvida de modo interdisciplinar, considerando estudos no campo do Direito Constitucional e da Ciência Política. Com base nesta metodologia, é formulada uma nova categoria analítica para o comportamento judicial da Corte, denominada de conjuntura político-constitucional. A partir disso, o trabalho constata que a atuação do STF dialoga com a conjuntura política e a cultura jurídica que se desenvolvem em paralelo, de maneira que a construção do seu comportamento judicial esteja relacionada à compreensão que o próprio Tribunal estabelece sobre o papel que deve desempenhar na democracia constitucional brasileira, diante das diferentes conjunturas político-constitucionais que se apresentam.

  • GIOVANNA FACIOLA BRANDÃO DE SOUZA LIMA
  • "PANDEMIA COMO GUERRA CIVIL NO BRASIL: a despolitização da cidadania e politização da vida a partir de Giorgio Agamben.

  • Data: 27/01/2023
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  • Esta dissertação tem como escopo analisar a pandemia do coronavírus, enquanto guerra civil, como um paradigma (bio)político, a partir da filosofia de Giorgio Agamben. Trata-se de uma pesquisa explicativa do tipo bibliográfico, de abordagem qualitativa e de método hipotéticodedutivo. O principal referencial teórico desta pesquisa é o filósofo italiano Giorgio Agamben, especialmente no que tange à sua noção de guerra civil enquanto paradigma, biopolítica, soberania, vida nua e seus alertas sobre a pandemia do coronavírus. Os escritos de Michel Foucault também foram utilizados como fundamento teórico desta pesquisa, precisamente no que concerne aos cursos em que desenvolve sua noção de biopolítica, biopoder e sociedade da segurança. Motivada pela discussão filosófica desencadeada pelos textos de Agamben sobre a COVID-19, a problemática norteadora desta dissertação é a seguinte: em que medida as políticas de combate à COVID 19 no Brasil podem ser pensadas como guerra civil enquanto paradigma biopolítico? A partir do estudo da teoria de Giorgio Agamben, foi possível compreender que a guerra civil enquanto paradigma não se trata de um conflito bélico ou entre Estados, mas de um dispositivo de controle e vigilância da população e que representa o limiar em que o impolítico se politiza e o político se economiza. E as interlocuções com o pensamento de Michel Foucault revelaram que isso só foi possível a partir da tomada da vida pelo poder através de uma série de técnicas que incidem sobre todas as esferas do indivíduo. As razões de segurança, nesse contexto, aos rastros das investigações de Foucault e dos alertas agambenianos, assumiram papel fundamental como justificativa para a adoção de medidas de exceção permanentes, mas não somente em nome da preservação dos indivíduos, mas para instaurar um estado de insegurança generalizado de modo a manter os cidadãos sempre em combate. Nesse sentido, foi possível identificar que a forma que a guerra civil assumiu hoje é a pandemia do coronavírus, manifestando-se na forma do terror de modo que qualquer um pode ser considerado fonte de contágio. Por fim, identificamos que no Brasil as medidas de combate ao vírus podem ser interpretadas como guerra civil, enquanto dispositivo de controle de vida dos cidadãos, ao mesmo tempo em que o governo adotou uma espécie de política de morte em nome do funcionamento ininterrupto do mercado e do capital. 

  • YASMIM PAMPONET SA
  • TRÁFICO DE CRIANÇAS: O EXERCÍCIO DO BIOPODER NECROPOLÍTICO SOBRE CORPOS INFANTIS

  • Data: 13/01/2023
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  • Esta dissertação, desenvolvida na linha de pesquisa Estudos Críticos do Direito, do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (PPGD/UFPA), visa analisar em que medida o tráfico de crianças constitui manifestação do exercício do biopoder necropolítico sobre corpos infantis. Para responder à questão, a pesquisa se estrutura a partir de três eixos temáticos principais: a legislação e os estudos sobre o tráfico de pessoas e as migrações infantis, a biopolítica enquanto ferramenta teórica apresentada para a análise de fenômenos sociais e as relações de poder neles inscritas, e os aportes da necropolítica e da crítica feminista enquanto categorias para a análise do tráfico de crianças, considerando as especificidades do contexto latino-americano e a consequente necessidade de um olhar decolonial sobre o problema. Assim, os objetivos específicos foram estruturados da seguinte forma: estudar a construção da legislação nacional e internacional acerca do crime de tráfico de pessoas; apresentar um panorama do tráfico de crianças e migrações infantis, analisando suas rotas, finalidades e dinâmicas; e analisar a influência do tráfico de pessoas sobre os corpos e existências infantis, a partir das óticas da biopolítica e da necropolítica. O método de abordagem utilizado foi o método indutivo e os procedimentos adotados foram as pesquisas bibliográfica e documental. A partir do arcabouço teórico estudado e dos dados disponíveis sobre o problema, concluiu-se que a necropolítica evidencia os processos de vulnerabilização que atingem estas crianças e que tal forma de exercício do biopoder se inscreve em seus corpos e existências por meio de uma série de dispositivos e estratégias atuantes sobre a infância.

  • NILTON CARLOS NORONHA FERREIRA
  • CRIMINOLOGIA CRÍTICA E APAGAMENTO POLÍTICO NA COMPREENSÃO DO ENCARCERAMENTO NO BRASIL

  • Data: 05/01/2023
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  • O presente trabalho buscou compreender em que medida ocorre o apagamento político dos sujeitos em contexto de encarceramento no que tange as gramáticas do cárcere e as dinâmicas de luta por direitos. Trata-se de uma pesquisa do tipo explicativa e qualitativa, cujo método de abordagem utilizado foi o dedutivo, com o uso da técnica de pesquisa bibliográfica. A hipótese trabalhada na pesquisa consistiu em considerar que, de um lado, o exercício do poder punitivo mobiliza diversas gramáticas que sustentam o cárcere e, nesse contexto, promovendo um esvaziamento político dos sujeitos encarcerados ao entabulá-los numa posição de sujeição ao poder exercido sobre eles. De outro lado, considerando-se uma perspectiva analítica, parte-se da ideia de que a criminologia crítica tem formulado premissas que reafirmam essa lógica, em primeiro lugar, ao empreender uma incorporação limitada do aporte marxista e, em segundo lugar, ao não haver desenvolvido de forma consistente uma análise da forma como os sujeitos alcançados pelos processos de criminalização lidam com isso. O objetivo geral seria investigar em que medida ocorre o apagamento político dos sujeitos encarcerados no bojo da compreensão das gramáticas do cárcere, considerando-se um contexto de luta por direitos, ao passo que os objetivos específicos são: a) verificar os desafios envolvidos na compreensão do apagamento político pela criminologia crítica de base marxista; b) suscitar os discursos que conformam as gramáticas do cárcere, a fim de vislumbrar qual papel lhe é atribuído; e c) analisar o encarceramento a partir de uma perspectiva de conflito, buscando compreender as articulações que visam a luta por direitos no contexto de cárcere. Nesse sentido, a pesquisa apresenta um panorama inicial que propõe articular questões epistemológicas e analíticas acerca das projeções de discursos sobre o cárcere em face das mobilizações políticas empreendidas por sujeitos que são submetidos às lógicas de encarceramento, dentro ou fora dos muros das prisões.

2022
Descrição
  • GIULIA SANTOS DE VASCONCELOS
  • "A COMPLEXIDADE FUNDIÁRIA NA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA: Estudo de Caso da “Gleba C” da Universidade Federal do Pará na Terra Firme, em Belém"

  • Data: 20/12/2022
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  • Esta dissertação aborda o processamento da regularização fundiária urbana a partir da existência de sobreposições territoriais. Dentro dessa temática, a existência de conflitos de competência entre entes públicos diante de sobreposições não é abordada. Por isso, o problema que orienta esta pesquisa é compreender como a sobreposiçãode áreas públicas em registros imobiliários impacta na regularização fundiária urbana da “Gleba C” no bairro da Terra Firme em Belém - Pará? A “Gleba C” é uma das cinco áreas que compõem o patrimônio institucional do campus da Universidade Federal do Pará, formada a partir da desapropriação parcial da Posse Jupatituba em 1964, e que foi objeto de ocupação irregular a partir da década de 80. Os objetivos específicos incluem: demonstrar como ocorreu a consolidação do bairro da Terra Firme por meio dos processos de regularização fundiária, correlacionando-as ao modo de produção do urbano almejado por essas políticas públicas (1); discutir o atual marco legal da regularização fundiária urbana, a Lei Federal n º 13.465/2017, diferenciando o regime geral de regularização fundiária urbana (reurb) e o regime especial de regularização fundiária urbana (reurb) para terras da União (2) ; e explicar como surgiram as sobreposições territoriais a partir do histórico legal de acesso à terra no Brasil e pelas múltiplas interpretações de órgãos públicos no caso da “Gleba C”, para posteriormente discutir se e como o atual marco de regularização fundiária fundiária urbana recepciona essa questão, e por último apresentar os parâmetros internacionais de interpretação do direito à moradia, e sua correlação enquanto finalidade do instrumento da regularização fundiária urbana. A pesquisa possui como método de abordagem o raciocínio dedutivo e utiliza como método de procedimento o estudo de caso único. As técnicas de pesquisa utilizadas foram a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental, e as entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam que no caso da “Gleba C” na qual se verifica sobreposição de áreas públicas, a legislação fundiária não impõe soluções voltadas aos moradores, e reconhece a arbitrariedade dos bens públicos em cumprirem sua função social, a depender da ação ou inação dos órgãos competentes, que podem dialogar e fazer avançar o processo de regularização fundiária urbana ou simplesmente paralisá-lo por ausência de articulação. A conclusão do trabalho é de que apesar dos avanços teóricos da temática, persiste uma supervalorização da propriedade, inclusive pública, em prol da moradia.

  • LORENA SANTIAGO FABENI
  • A adoção da Justiça Restaurativa pelo Poder Judiciário nas violências cometidas contra as mulheres

  • Data: 19/12/2022
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  • O objetivo desta tese foi analisar de que maneira o Poder Judiciário está utilizando a justiça restaurativa nos casos de violência doméstica cometida contra as mulheres, a partir de três relatórios institucionais do Conselho Nacional de Justiça. Trata-se de uma matéria controversa, já que a Justiça Restaurativa é um paradigma em construção e que o tema da violência doméstica e familiar cometida contra as mulheres passou por um processo de grande demanda punitiva em âmbito judicial. Este estudo teve o contributo da criminologia, do direito penal, dos estudos feministas e da teoria das lentes no campo restaurativo. O percurso metodológico foi orientando pelo método indutivo porque partiu da experiência de casos particulares para a universalização e foi utilizada a pesquisa bibliográfica e documental. Os capítulos contextualizam a Justiça Restaurativa, interseccionando com o enfrentamento das violências domésticas, tendo o Poder Judiciário como promotor. Conclui-se que a Justiça Restaurativa pode ser utilizada no âmbito do Poder Judiciário, para enfrentar a violência doméstica, desde que este troque as lentes para enxergar a complexidade deste tipo de violência e encontre o caminho restaurativo. Destaca-se também que o Poder Judiciário não deve ser o centro irradiador da política restaurativista nacional, sob pena de estar viciando a própria concepção de Justiça Restaurativa.

     

  • CARLOS ALBERTO SCHENATO JUNIOR
  • A SECURITIZAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS: parâmetros constitucionais e de responsabilidade fiscal

  • Data: 19/12/2022
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  • A presente pesquisa investiga a constitucionalidade e legalidade da adoção da securitização como forma de antecipar a receita decorrente de recebíveis tributários. O Estado, por meio de sua atividade financeira, busca atribuir adequadamente os recursos para a consecução das normas programáticas constitucionais, especialmente os direitos fundamentais. Contudo, as políticas fiscais e crises orçamentárias, somadas a uma ineficiência dos mecanismos ordinários de arrecadação tributária, resultam em grave endividamento público. A instrumentalidade do direito financeiro enquanto meio para alcançar os objetivos constitucionais passa pela adoção de regras de responsabilidade fiscal com a finalidade de atender a um compromisso intergeracional, compromisso que evita penalizar as gerações futuras por condutas financeiras inadequadas no presente. Como problema de pesquisa, questiona-se: em que medida a securitização do crédito público tributário viola as disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição Federal? O trabalho adota o método hipotético-dedutivo, de abordagem qualitativa em caráter bibliográfico. Como fontes de pesquisa, se utilizará de relatóriostécnicos, dissertações, teses, artigos, legislações, livros e outros projetos de pesquisa em curso, partindo de uma revisão bibliográfica e de uma análise textual discursiva como ferramenta analítica. Dividido em três capítulos, o trabalho analisa inicialmente a função da arrecadação tributária no denominado Estado Fiscal Social, o custo dos direitos, a intervenção do Estado no domínio econômico e a mitigação dos princípios da indisponibilidade do interesse público e supremacia do interesse público sobre o privado. Em um segundo momento, conceitua o instituto da securitização, sua origem no capitalismo contemporâneo enquanto política pública inicialmente voltada à moradia nos Estados Unidos, bem como sua recepção pelo ordenamento jurídico brasileiro, especialmente a partir da teoria do negócio jurídico. Por fim, em um terceiro momento, a pesquisa analisa os limites constitucionais e de responsabilidade fiscal na aplicação da operação, sua classificação enquanto operação de crédito e repercussões no endividamento público, a (im)possibilidade de delegação da capacidade ativa, o respeito às transferências intergovernamentais essenciais ao Federalismo e o compromisso intergeracional. Em conclusão, admite-se a constitucionalidade e legalidade da operação, respeitados os critérios e requisitos abordados.

  • RODRIGO LINS LIMA OLIVEIRA
  • A PERSECUÇÃO DA VERDADE E O NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL: análise do negócio jurídico processual que tenha como objeto a persecução da verdade

  • Data: 28/11/2022
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  • O trabalho tem como objetivo aferir a validade do negócio jurídico processual que tenha como objeto as ferramentas de persecução da verdade. Trata-se de trabalho iminentemente teórico, em que são apresentadas teorias e textos normativos para, a partir do método dedutivo, determinar a validade ou não do negócio jurídico processual com tal objeto. As principais referências teóricas são: Michele Taruffo, Luiz Guilherme Marinoni, Sergio Arenhart, Daniel Mitidiero e Sandoval Alves da Silva (temas “verdade” e “persecução da verdade”); Pontes de Miranda, Marcos Bernardes Mello e Pedro Henrique Nogueira (temas “fato jurídico”, “negócio jurídico” e “negócio jurídico processual”). A conclusão a que se chega é que, por existir um mandamento expresso de persecução da verdade, o negócio jurídico processual que reduz as ferramentas do magistrado para a efetivação desse mandamento é inválido, pela antijuridicidade ou ilicitude do objeto; já o negócio jurídico processual que amplia as ferramentas para a persecução da verdade precisa ser avaliado segundo o caso concreto, com ponderação entre os direitos fundamentais envolvidos no caso concreto.

  • JESSICA RIBEIRO BARRETO
  • A ANÁLISE DO PAPEL DO SISTEMA DE MONITORAMENTO DA CDPD PARA A PROTEÇÃO DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM FACE DA ORDEM JURÍDICA BRASILEIRA E INTERNACIONAL.

  • Data: 22/11/2022
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  • O presente estudo busca analisar em que medida o sistema de monitoramento da CDPD exerce um papel para a proteção dos direitos das pessoas com deficiência nos sistemas internacionais (onusiano e interamericano) e na ordem jurídica brasileira.Desse modo, tal assunto é relevante para a área do Direito, em especial alinha temática de Direitos Humanos, uma vez que analisa o acompanhamento da execução das normas que tutelam essa parcela populacional. Para responder o problema de pesquisa apresentado o método indutivo será utilizado, com o tipo de pesquisa exploratória,uma vez que investiga um assunto pouco abordado sobre a temática de direitos das pessoas com deficiência. Será utilizadaa técnica de pesquisa bibliográfica, a qual será realizada a busca de artigos científicos sobre o tema, em plataformas onlinee bancos de dados, com as palavras-chave: “sistema de monitoramento”; “direitos humanos”; “pessoas com deficiência”, “políticas públicas” e a documental para analisar as normas internacionais e nacionais sobre o assunto e os relatórios periódicos da CDPD.Inicialmente, a primeira parte do trabalho analisará a importância da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência para uma nova era inclusiva de direitos, apresentando o sistema de monitoramento e sua importância para os direitos internos desse grupo no país. A segunda parte tratará da relação do mencionado sistema com a Organização das Nações Unidas e com o Sistema Interamericano. Por fim, a última parte buscará compreender o impacto do sistema de monitoramento da CDPD para o desenvolvimento de políticas públicas no Estado Democrático de Direito brasileiro.Infere-se, que o sistema de monitoramento da CDPD pode ser uma ferramenta de promoção de diálogo entre a ordem jurídica brasileira e os órgãos da ONU, bem como um instrumento de análise acerca do cumprimento dos direitos e obrigações previstos no tratado e um modo de fazer pressão social para a implementação de políticas voltadas para a inclusão de pessoas com deficiência

  • BERNARDO BRITO DE MORAES
  • "A POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA COOPERAÇÃO (JUDICIÁRIA) INTERINSTITUCIONAL EM PROCESSOS ESTRUTURAIS PELA DEFENSORIA PÚBLICA COMO FORMA DE GARANTIR O DIREITO HUMANO DE ACESSIBILIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA"

  • Data: 21/11/2022
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  • O discurso universalista dos direitos humanos, quando analisado por um viéscrítico, pelo menos no campo fático, não consegue proteger uma boa parcela da sociedade, que se enquadra no conceito de grupos sociais minoritários e vulneráveis. Entre eles, está o de pessoas com deficiência, já que são historicamenterelegadas e excluídas do convívio social.Apesar da edição, nos últimosanos, de uma série de instrumentos jurídicos internacionais e nacionais de caráter protetivo e que têm o objetivo principal de garantir inclusão social àquelas pessoas, ainda assim,vários de seus direitos não conseguem ser asseguradosno cotidiano, em face de uma multiplicidadede barreiras. Nesse ambiente, ganha importância odireito de acessibilidade, quetem papel centralna transformação social, sendo tratado como direito fundamental principal e,também,instrumental, pois é salvaguarda parausufruto de outros direitos. A Defensoria Pública,em razão de sua missão constitucional de garantir acesso à justiça a cidadãos e grupos em situação de vulnerabilidade social, é a Instituição democrática que melhor se aproxima emser palco de acolhimento e em dar ampla e efetiva voz às pessoas com deficiência, e, para tal, precisa fazer uso de todos os meios jurídicos disponíveis, dentre eles a utilização da tutela coletiva. Ocorre que oprocessocoletivo, como tradicionalmente conhecido, não é mais suficiente para dar vazão a todos os tipos de problema. Na esteira de valorização da interpretação e de aplicação de princípios constitucionais e processuais ao caso concreto, pode-se dizer que o chamado processo estruturalpassa a ganhar relevo e importância, demonstrando ser um caminho viável paracombater a faltade acessibilidade,já que este é um problemacom característicasde complexidade,multipolaridade, coletividade e necessidade de um rearranjo institucional. Dentre as várias técnicas atualmente disponíveis quanto ao manejo desses processos,a cooperação(judiciária)interinstitucional merece um papel de destaque, já que aumenta e democratiza o acesso à justiça, bem como auxilia nabusca por uma solução dialogada e eficiente entre os diversos atores envolvidos.

  • ANELISE TRINDADE DE NAZARE
  • "ESSE PROCESSO ME DEIXA DE CABEÇA QUENTE”: estudo de caso sobre a experiência de uma migrante haitiana em Belém/PA

  • Data: 14/11/2022
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  • A pesquisa proposta ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA) consiste em estudo de caso da experiência de Luzia (nome fictício), migrante haitiana de 26 anos, que foi forçada a residir em Belém/PA no ano de 2018 a 2020 e a responder um procedimento judicial relacionado à sua condição migratória. Ao declarar que “esse processo me deixa de cabeça quente”, frase que intitula a presente pesquisa, Luzia destaca não somente as violências às quais foi submetida em território brasileiro, como também o receio das consequências de burocracias estatais que podem obstaculizar os seus planos de buscar uma vida melhor para os integrantes de sua família que ainda residem no Haiti. A pesquisa tem como objetivo analisar como trâmites processuais podem impactar a vida de uma migrante haitiana em Belém/PA. A partir do método do estudo de caso e de técnicas etnográficas, foram realizadas pesquisas do tipo bibliográfico, documental e de campo. Para coleta de dados, as técnicas de pesquisas realizadas foram levantamento de documentos, especificamente, processos administrativos e judiciais, observação-participante e entrevista semi-estruturada com Luzia e com profissionais que atuam diretamente com migrantes e refugiados no Estado do Pará no período de 2020 e 2021. De início, introduz-se a vida de Luzia no Haiti e os seus planos até ser forçada a permanecer no Brasil e também se apresentam categorias específicas do universo da migração haitiana, sendo a principal delas a diaspora. Também se abordam a sua prisão em Belém do Pará e a busca do refúgio ao Brasil enquanto um instrumento de regularização documental. Luzia sofreu violações diretamente relacionadas com o fato de ser mulher, migrante, negra e pobre, aspectos vinculados a uma lógica colonial de controle de corpos que insere negros e pobres dentro de uma subjetividade colonial de inferioridade e dominação, a qual, em matéria migratória, determinará quais serão os seus espaços e não-espaços no território brasileiro. Trabalha-se, ainda, a questão do trabalho doméstico que, se no Brasil é uma atividade atribuída a mulheres negras, nos países centrais da economia capital, é uma função atribuída a mulheres migrantes negras como Luzia. Expõe-se, também, a questão da precariedade das ações de acolhimento e assistência social a pessoas migrantes na capital paraense e o quanto isso contribuiu para que Luzia se encontrasse em situação de vulnerabilidade econômica. Ademais, também se discute a manipulação das regras jurídicas como manutenção de relações hierárquicas de poder, uma vez que, no processo em que Luzia responde, há uma imbricação entre racismo, xenofobia e aporofobia. Por fim, conclui-se que, apesar de o processo ainda não ter tido sentença absolvendo-a de acusações ou punindo-a à privação de liberdade, Luzia sofre desde o ano de 2018 a restrição de sua mobilidade, o que configura uma grave violação de direitos humanos.

  • VICTOR ANTONIO DOS SANTOS FERREIRA
  • TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS: Construção histórica, teórica e jurisprudencial do direito de propriedade dos remanescentes de comunidades quilombolas

  • Data: 24/10/2022
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  • A presente pesquisa escrutina à função social da propriedade dos territórios ocupados por remanescentes de comunidades quilombolas e a eficácia da legislação a qual estão sujeitos, em especial o Art. 68, do ADCT e os ditames da Convenção 169, da OIT, bem como julgados de tribunais superiores e legislação pátria pertinente ao tema. Para tanto, será escrutinado o surgimento das primeiras formas de propriedade, o histórico da fundação das primeiras comunidades quilombolas e o desdobramento da legislação brasileira no tocante ao reconhecimento, identificação e titulação das comunidades em comento, com o fito de demonstrar a importância da proteção dos territórios quilombolas. Adotar-se-á como referencial teórico de livros sobre os fundamentos da propriedade e sua atualização como justificativa para o respeito do direito ao território destas comunidades como condição de sua liberdade a ser respeitada pelo Estado. A pesquisa se desenvolverá por meio de pesquisa qualitativa e bibliográfica, utilizando livros e jurisprudências pátrias e da Corte Interamericana de Direitos Humanos, assim como diversos documentos e relatórios sobre a temática em voga, a fim de se chegar em conclusões satisfatórias, quais sejam: a de que as normas vigentes que regulam a titulação de terras quilombolas devem ser interpretadas conforme a interpretação teleológica, considerando não apenas a matéria da terra, mas, mais do que isso, o valor sentimental, religioso e fraternal que os territórios quilombolas representam para os seus remanescentes; e que é necessário a criação de políticas públicas capazes de mitigar a marginalização histórica.

  • ERICA PINHEIRO DE ALBUQUERQUE LEAL
  • "O PLANEJAMENTO URBANO INTEGRADO E A ATUAÇÃO DA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA ÁREA METROPOLITANA DE BELÉM (CODEM) NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM (1970-1990)".
  • Data: 19/10/2022
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  • Essa dissertaçãotrata sobre o processo de institucionalização do planejamentourbano no Brasilna Região Metropolitana de Beléme, principalmente, na cidade de Belém. O objetoda pesquisa é a atuação da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belémnesse processo,no período do ano de1970 até 1990. O objetivo da pesquisa é de investigar em que medida a companhia, instituição criada para prestar auxílio técnico e execução do planejamento urbano metropolitano, assumiu responsabilidadesno planejamento no cenário regional e quais papéis ela desempenhou no cenário local.Apesar da sociedade de economia mistatercolaborado com a implementação da metodologia interdisciplinar na elaboração de planos, sua atuação foi diversificada no decorrer dos anos das décadas de 1970 e 1980. Para isso, foi necessária a contextualização da institucionalização do planejamento urbanono Brasil e na Região Metropolitana de Belém, com a identificação da origem e do contexto histórico de inserção dos planos de forma integrativa, para efetuar a análise da importância da CODEM no desenvolvimento de planos integrativos e na função de braçoexecutivodoconselho pertencente ao Sistema Estadual de Planejamento.Desde a apresentação demudanças com perfil reformista devido às transformações políticas e institucionais à assunção da assistência técnica ao município de Belém. Desse modo, a partirdo método dedutivo, com abordagem qualitativa e técnicade pesquisa bibliográfica em primeiro momento para basear a análise do papel da CODEM na institucionalização do planejamento urbano integrado. Diante disso, a pergunta que norteou a realização da pesquisa foi:“Qual foi o papel que a CODEM desempenhou no planejamento urbano integrado na Região Metropolitana de Belém, no período de 1970 a 1990?”. Para responder essa questão foi efetuado em segundo momento o levantamento documental, resgatando as atividades e asexperiênciasdos planos e ações da CODEM na Região Metropolitana de Belém e na capital do estado, por meio da análise dos relatórios anuais da companhia e das Mensagens enviadas à Câmara pela PrefeituraMunicipal. O exame desse material auxiliouna compreensão que o esgotamento das instituições do planejamento urbano em nível federal e a desestruturação em nível estadual não foram as únicas problemáticas enfrentadas pelaCODEM, pois deteve um resultado de voltar-se mais para a aplicação das políticas urbanas no cenário de Belém devido ao contexto de descentralização e flexibilização administrativa, com a retirada do poder de decisão das anteriores estruturas.

  • LORENA MEIRELLES ESTEVES
  • UM ESTUDO DO DANO EXTRAPATRIMONIAL DECORRENTE DA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA NO ÂMBITO DOMÉSTICO E FAMILIAR CONTRA A MULHER.

  • Data: 03/10/2022
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  • A presente pesquisa foi realizada com o objetivo de investigar de que forma o Tribunal de Justiça do Estado do Pará interpreta e aplica os danos extrapatrimoniais decorrentes de casos de violência psicológica doméstica e familiar e quais os critérios e fundamentos utilizados para a quantificação desses danos. Para tanto, foi realizado estudo acerca do dano e da necessidade de fornecer autonomia conceitual ao dano extrapatrimonial existencial, o qual entende-se incidir sobre os casos de violência psicológica doméstica e familiar para que, a partir de então, seja possível possibilitar o seu tratamento jurídico adequado, a fim de conceituar e quantificar esses danos a partir de critérios coerentes, a fim de garantir proteção e tutela dos direitos dessas vítimas e lhes conceder um efetivo combate às violências e um devido acesso à justiça. Para isso, foi necessário, desde logo, identificar a origem e a construção histórico social que fornece elementos à existência da desigualdade de gênero e que resulta em um sistema institucional e social machista que oprime e exclui as mulheres, estas, entendidas enquanto toda e qualquer mulher que se identifica e se reconhece enquanto tal, incluindo-as em suas diferentes individualidades, subjetividades e interseccionalidades. Nesse cenário, diante das várias formas de violências perpetradas em face de mulheres ao longa da história, este estudo se debruçou, especificamente, sobre as violências psicológicas sofrida por elas, no âmbito doméstico e familiar, nos termos descritos no inciso II do artigo 7º da Lei Maria da Penha, perpetradas por parceiros ou ex-parceiros afetivos que praticam ato danoso e que culmina em um dano existencial, o qual, para sua caracterização e quantificação, deve levar em consideração não somente o seu aspecto histórico, mas também, as consequências danosas à vida, ao projeto de vida, à dignidade e à saúde dessas vítimas. Dessa forma, através do método dedutivo, com base em referencial teórico e normas legais, foi realizada pesquisa junto ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça do Pará e do Jusbrasil, em complementação, e a partir da análise qualitativa das decisões identificadas, evidenciou-se que o referido tribunal não tem se utilizado dos conceitos e métodos adequados à classificação, conceituação e quantificação do dano extrapatrimonial oriundo de violências psicológicas doméstica e familiar perpetradas em face de mulheres, resultando em uma falha prestacional quanto à efetiva compensação, prevenção e punição à vítima, afastando-se do cumprimento das funções da responsabilidade civil e, consequentemente, à tutela e proteção aos direitos das mulheres, comprometendo sua dignidade e acesso à justiça.

  • SAMARA TIRZA DIAS SIQUEIRA
  •  MULHERES NEGRAS NO PALCO DO DEBATE SOBRE CRIMES RACIAIS: uma análise das ofensas racistas no Tribunal de Justiça do Pará

  • Data: 28/09/2022
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  • Nesta pesquisa, investigarei quais são as violências impostas às mulheres nos insultos racistas presentes nos acórdãos do Tribunal de Justiça do Pará, publicados entre os anos de 2009 e 2020. Para tanto, analisarei a composição racial do Tribunal, as ofensas racistas julgadas nos acórdãos selecionados, os estudos sobre a criminalização do racismo e as normas de enfrentamento à violência de gênero e violência racial. Como metodologia, empregarei o método indutivo e colorido. Além disso, usarei pesquisa jurisprudencial, documental, bibliográfica e análise de conteúdo das decisões selecionadas. Primeiramente, abordarei o perfil racial do Tribunal, com base nas informações do censo realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ, 2018), à luz dos estudos sobre branquidade refletindo sobre a ausência de mulheres negras na magistratura. Em um segundo momento, classificarei as ofensas examinadas em categorias, com o escopo de verificar as violências que influenciam os insultos racistas contra as mulheres negras. Por fim, explanarei sobre a invisibilização das mulheres negras nos estudos acerca da criminalização do racismo, bem como na elaboração de políticas de enfrentamento à violência de gênero e à violência racial. Ao final, percebi que as mulheres negras sofrem um processo de vitimização específico no contexto dos crimes raciais. Demais disso, há a necessidade de reconhecer o seu sofrimento e considerá-las como sujeitas autônomas nas discussões e na criação de políticas de combate à violência racial e à violência de gênero, sob o risco de perpetuar violações, excluindo-as do âmbito de proteção das medidas criadas.

  • FERNANDO ALBERTO CAVALEIRO DE MACEDO BARRA
  • GARANTISMO, EXECUÇÃO PENAL E EMERGÊNCIA: o caso privilegiado da Operação Lava Jato

  • Data: 27/09/2022
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  • De acordo com dados oficiais, o Brasil é um dos países que mais encarceram no mundo. Essa afirmação carrega dentro de si um dos grandes desafios da política criminal desde a redemo-cratização, a saber: a profunda crise em que está imersa a execução da pena privativa de liber-dade neste país. Do entrecruzamento entre um sistema de justiça criminal inquisitorialmente esculpido e uma tradição jurídico-penal marcadamente autoritária, construiu-se tijolo-a-tijolo, o palco prisional atual. A presente dissertação teve como escopo compreender, justamente, que tensões, epistemológicas e normativas, há entre o garantismo penal, enquanto uma teoria cons-titucional que radicaliza a força dos direitos fundamentais e da democracia, e a política crimi-nal de emergência no campo da execução penal, especificamente, durante o período que vai da deflagração da Operação Lava Jato até a entrada em vigor da Lei 13.964/2019. A fim de exa-minar tal questão, o trabalho foi dividido em três capítulos. No primeiro, buscou-se apresentar um conceito de política criminal de emergência, bem como analisar o contexto da Operação Lava Jato, após sua deflagração no ano de 2014, chamando atenção para sua influência no campo político legislativo, a partir da atuação destacada de seu principal expoente, Sérgio Mo-ro. Além disso, realizou-se um estudo acerca do novo desenho legislativo promovido pela Lei Anticrime no campo da execução penal, com destaque para as mudanças legislativas ocorridas no âmbito da Lei de Execução Penal, do Código Penal, da Lei de Transferência de Presos para Presídios de Segurança Máxima e da Lei de Organizações Criminosas. No segundo capítulo, foi realizado uma análise do garantismo penal, em alguns de seus pontos específicos, através das lentes do seu principal teórico, Luigi Ferrajoli, a fim de apresentar o estatuto epistemológi-co garantista e o seu programa político criminal minimalista. No terceiro e último capítulo, bus-cou-se empreender uma crítica de lege ferenda contra o modelo político criminal emergencial na execução penal, promovido pela Lei Anticrime, primeiramente, evidenciando as tensões no espectro epistemológico e após no campo normativo, tomando como objeto de análise, em seguida, as disposições legais concretas que (re)desenharam a execução penal por meio da Lei Anticrime. O método utilizado para a abordagem da pergunta de pesquisa foi o método dedu-tivo, com ênfase no estudo bibliográfico e documental para o desenvolvimento do trabalho acadêmico.

  • ANTONIO JOSÉ MARTINS FERNANDES
  • Em busca da mancha: a atuação policial nos bairros do Jurunas e da Batista Campos

  • Data: 26/09/2022
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  • O presente trabalho busca refletir de que forma se diferencia a atuação da Polícia Militar dentro dos bairros do Jurunas e da Batista Campos, da cidade de Belém-Pará. Para a execução da pesquisa, foram adotados os métodos indutivo e comparativo, a partir das técnicas de levantamento bibliográfico e documental, bem como da realização de entrevistas semiestruturadas com policiais militares que trabalham diretamente nos bairros estudados. A pesquisa objetivou, na primeira parte de seu desenvolvimento, analisar a formação histórica dos territórios dos bairros e a relação com os marcadores sociais de raça e classe. A partir disso, na segunda seção, tencionou também a compreensão da atuação policial nessas áreas e como esta se diferencia conforme o território, bem como quais os aspectos mais evidentes dessa diferenciação. Na última parte do desenvolvimento, a análise se voltou para a relação desses principais aspectos de diferenciação com as estruturas de classe, raça e, principalmente território e como isso altera a atuação da PM. Com isso se chegou à conclusão de que a PM, estruturada a partir das desigualdades de raça, classe e território, funciona como um braço armado nas ruas para garantir os interesses da elite enquanto promove o controle da população vulnerabilizada.

  • AMANDA FERREIRA DOS PASSOS
  • O COMPARTILHAMENTO DE COMPETÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO A PARTIR DA COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA: O CASO DA CENTRALIZAÇÃO DAS EXECUÇÕES TRABALHISTAS.

  • Data: 23/09/2022
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  • O objetivo geral da pesquisa consiste em demonstrar a possibilidade de compartilhamento da competência jurisdicional, por meio da cooperação judiciária nacional, no direito processual do trabalho. Especificamente, busca-se discutir os pressupostos do instituto da competência, de modo a investigar seus fundamentos teóricos e legais que vão desde a teoria da separação dos poderes até as características que circundam o sistema de competência. Em um segundo momento, enfrenta-se o princípio da competência adequada, como um dos fundamentos teóricos necessários para a possibilidade de flexibilização e compartilhamento da competência– haja vista a necessidade de se estabelecer uma relação de adequação legítima entre o órgão jurisdicional e a atividade judicante a ser exercida, de modo a definir o juízo que melhor se adeque ao caso, a partir do primado da eficiência, em razão disso torna-se um pressuposto teórico fundamental na presente pesquisa. Além disso, investiga-se se o instituto da cooperação judiciária nacional pode funcionar como fundamento legal para a possibilidade de compartilhamento e flexibilização da competência. Em seguida, aborda-se se é possível esse compartilhamento de competência, de modo que, se demonstra, por meio de situações jurídicas havidas no cotidiano forense, que esse exercício jurisdicional compartilhado já ocorre na prática. Na última seção, aborda-se se os fundamentos da cooperação judiciária são compatíveis com o direito processual do trabalho, para tanto utiliza-se uma interpretação sistematizada da legislação, especialmente a subsidiariedade do diploma processual civil à Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, considerando o art. 15 do CPC. Após, enfrenta-se se a cooperação judiciária nacional compatibiliza-se ao processo do trabalho. O último tópico traz como caso de análise as centralizações das execuções trabalhistas, como meio de compartilhamento de competência que já ocorre na seara juslaboralista, muito antes da regulamentação trazida pelo CPC. Outro objetivo específico buscado é demonstrar a possibilidade de negociação sobre a competência processual na tutela coletiva, por meio da cooperação judiciária de modo a identificar que tal perspectiva não viola o princípio do juiz natural. Na presente pesquisa adotou-se o método dedutivo, considerando que trata-se de abordagem que parte de um contexto geral para um particular, uma vez que se pretende analisou-se a partir da acepção tradicional do sistema de competência jurisdicional, sendo esta a premissa maior ou geral, a sua possibilidade de compartilhamento no direito processual do trabalho por meio da cooperação judiciária em atendimento ao princípio do juiz natural, premissa menor ou particular. Para tanto, será utilizou-se o tipo de pesquisa bibliográfica, em razão da necessidade de analisar as premissas teóricas e principiológicas do instituto da competência a partir da teoria do direito e do processo. Ademais, a pesquisa chegou-se ao resultado pretendido, que consistia em demonstrar que a competência jurisdicional pode ser compartilhada no direito processual do trabalho, tendo como fundamento legal o instituto da cooperação judiciária nacional. Chegou-se também ao resultado de que as centralizações das execuções trabalhistas se mostram como uma situação processual onde ocorre o compartilhamento no exercício das competências.

  • JAIR SÁ MAROCCO
  • EFICÁCIAS E DECISÕES-PRODUTOS DO STF: ENTRE TESES JURÍDICAS E PRECEDENTES JUDICIAIS, análise à luz do CPC/2015.

  • Data: 23/09/2022
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  • Este trabalho analisa a eficácia das decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, com enfoque nas reformas operadas pela Lei n.º 13.105/2015 (Código de Processo Civil brasileiro) e sua pretensão de normatizar um sistema de vinculação a decisões de órgãos superiores. O objeto, portanto, situa-se na análise da eficácia expansiva das decisões do STF, no sentido de perquirir de que maneira elas impactam na definição do direito e de outras demandas análogas submetidas ao judiciário. Pretende-se demonstrar que, ao contrário do que quis a reforma, a maneira de ingresso da ação judicial na Corte é de menor importância, sendo o modo deliberativo para o julgamento da demanda e seu resultado que realmente impactam no produto-decisório final. A partir de análise da doutrina especializada, principalmente no contexto das reformas operadas pelo CPC, e do levantamento jurisprudencial das decisões emitidas pelo órgão, verificou-se que o Tribunal tem-se valido de fórmulas sintéticas que resumem a questão jurídica discutida a partir dos casos analisados, chamadas teses de julgamentos ou teses jurídicas. Estas teses jurídicas careciam de um estudo que lhe dedicassem atenção, porquanto não podem ser igualadas, segundo o ponto de vista defendido, à noção de precedente judicial. Desta feita, embora a preocupação do Código, segundo a doutrina majoritária, tenha sido a de consagrar um sistema de precedentes judiciais, com forte influência das categorias processuais presentes nos países do common law, verifica-se que, também, as decisões-produtos do Supremo podem ser classificadas como teses jurídicas, categoria a ser vista autonomamente, que possui, conforme teorizado neste trabalho, requisitos próprios de validade e eficácia e que, além disso, tem prevalecido, como produto decisório, na dinâmica judicante da Corte.

  • MARIA LUIZA FAVACHO FURLAN
  • GÊNERO E MIGRAÇÕES NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO INTERSECCIONAL DO DESLOCAMENTO DE MULHERES WARAO DA VENEZUELA PARA BELÉM/PA

  • Data: 15/09/2022
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  • Esta dissertação, desenvolvida na linha de pesquisa Estudos Críticos do Direito do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (PPGD/UFPA), tem por objetivo analisar de que maneira a interseccionalidade evidencia o contexto de vulnerabilidade do deslocamento de mulheres Warao da Venezuela para Belém/PA. Para responder à questão, a pesquisa se estrutura a partir de três eixos temáticos principais: os estudos sobre a migração, a interseccionalidade enquanto ferramenta teórica e metodológica apresentada pelas epistemologias feministas negras e as especificidades étnicas da população Warao em contexto de deslocamento. O método de abordagem utilizado foi o método hipotético-dedutivo e os procedimentos adotados foram as pesquisas bibliográfica e documental. A partir do arcabouço teórico estudado e dos relatos de violências sofridas por mulheres migrantes Warao da Venezuela em Belém, concluímos que a interseccionalidade evidencia os processos de vulnerabilização que atingem estas mulheres, a partir do entrecruzamento dos marcadores de raça, gênero e etnia. Por fim, entendemos que devem ser realizados estudos interseccionais sobre as migrações, a fim de que este cenário de exclusão e múltiplas opressões seja combatido.

  • JOÃO PAULO BAETA FARIA DAMASCENO
  • AS IMPLICAÇÕES DA MULTIPLICIDADE DE INCIDENTES DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS SOBRE MESMAS QUESTÕES: A NECESSIDADE DE PROTEÇÃO À ISONOMIA E À SEGURANÇA JURÍDICA

  • Data: 05/09/2022
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  • Este estudo versa a respeito do incidente de resolução de demandas repetitivas, mais precisamente sobre a multiplicidade de IRDR´s sobre mesma questão em tribunais distintos e as implicações que pode ocasionar à isonomia e à segurança jurídica. A pesquisa é construída por meio da apresentação do instituto, com uma breve análise sobre suas origens e as suas influências, prosseguindo para a demonstração da plausibilidade de coexistência de teses jurídicas divergentes a respeito de uma mesma questão. A partir disto, busca-se traçar conceitos elementares sobre federalismo, isonomia e segurança jurídica, para estabelecer um diálogo entre todos esses pontos. A metodologia empregada consiste na revisão bibliográfica sobre o tema e, também, no emprego de pesquisa empírica para investigar determinados aspectos apurados por meio de dados coletados ao longo deste estudo, como, por exemplo, na predominância do processamento de temas com repercussão federal pela via do IRDR. Apresentada a conclusão sobre a incoerência do IRDR e a possibilidade de gerar inconsistências ao sistema de justiça, a pesquisa avança para pretensiosas correções de percurso, com auxílio de institutos inovadores, pautados na compreensão de que toda análise seja feita por meio de uma ótica panprocessual, isto é, atenta às variadas influências que orbitam o sistema de justiça. Preocupado com a necessidade de equacionar as garantias constitucionais e processuais com a eficiência processual pretendida pelo legislador, verifica-se a tutela coletiva, por meio do devido processo legal coletivo, como o meio mais adequado para o a melhoria do sistema judiciário, sem atrito às garantias democráticas e constitucionais. Todavia, afastando-se de romantizações, e ciente que as escolhas do legislador são pragmáticas, tendo em vista a composição da bancada do Congresso Nacional, são apresentadas algumas formas de conformar o IRDR, a fim de que o mesmo se estabeleça sob um viés mais coerente, sem distorcer seus próprios objetivos, quais sejam isonomia e a segurança jurídica. Contudo, a conclusão da dissertação aponta no sentido de que a tutela coletiva é o único caminho apto a salvaguardar as garantias constitucionais processuais em uma política processual voltada a garantir a eficiência do sistema jurídico brasileiro.

  • LEONARDO COSTA NORAT
  • SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E A FUNÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO: o poder de controle e os graus de interferência do Estado
  • Data: 31/08/2022
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  • O objeto é o estudo da sociedade de economia mista aliada ao poder de controle societário estatal. O problema da pesquisa se centra na seguinte questão: quais são os elementos que compõem a fattispecie da sociedade de economia mista e, a partir da identificação dos graus de interferência estatal nas estruturas societárias, como isso repercute nas participações minoritárias estatais? O objetivo geral é investigar quais os elementos que compõem a fattispecie da sociedade de economia mista e, a partir da identificação dos graus de interferência estatal nas estruturas societárias, como isso repercute nas participações minoritárias estatais. Divide-se em três seções: a primeira analisa o regime jurídico da atuação empresarial do Estado, a partir da Constituição Federal e da legislação correlata, estudadas como fontes aliadas à doutrina e à jurisprudência, levando em conta o estado da arte para o desenvolvimento do referencial teórico. A segunda investiga a função e a estrutura da sociedade de economia mista, diante do seu regime jurídico, para delimitar quais são elementos essenciais que compõem sua fattispecie. A terceira estuda o poder de controle e os graus de interferência estatal através das participações societárias e como isso repercute na fattispecie das sociedades de economia mista. Adota-se o método hipotético-dedutivo, com técnicas de pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso. Os casos foram o Acórdão 1220/2016, TCU e a Medida Cautelar na ADI 5.624, STF, em abordagem indutiva com exame dos votos e julgamentos. A hipótese é que a sociedade de economia mista é categoria negocial típica e que a lei autorizativa não compõe sua fattispecie. Em considerações finais, aponta-se que os elementos essenciais das sociedades de economia mista são (i) contribuição de capital público e privado, (ii) exercício de atividade econômica (escopo-meio), (iii) partilha de resultados (escopo-fim) e (iv) a busca do interesse público pelo controle estatal (escopo justificatório), qualificando-se como um contrato plurilateral. A repercussão nas participações societárias minoritárias do Estado se dá segundo o grau de interferência estatal decorrente dos direitos de sócio, que será (a) máximo, (b) médio ou (c) mínimo, conforme atribua, ou não, poder de controle societário, cuja gradação varia caso o acionista estatal interfira (a) pelo poder de controle na condução das atividades, ou no poder de controle de outrem por (b) exercício de influência significativa em certas decisões do controlador ou (c) recurso a garantias legais de tutela da minoria societária, pela conduta proativa do sócio, enquadrando-se, respectivamente, como sociedade de economia mista, sociedade controlada ou empresa com participação estatal.

  • OLINDA MAGNO PINHEIRO
  • “O EXERCÍCIO DOS DIREITOS DE ACESSO AMBIENTAL COMO GARANTIDORES DE DEMOCRACIA AMBIENTAL E DIREITOS HUMANOS: os impactos socioambientais, após a duplicação da Estrada de Ferro Carajás na cidade de Marabá - Pará”.

  • Data: 30/08/2022
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  • Nesta tese investigou-se, seguindo a gênese normativa das Convenções Internacionais e legislação nacional sobre meio ambiente e Direitos humanos, a extensão e aplicação dos chamados Direitos de acesso à informação, participação e acesso à justiça em questões ambientais, e de que forma têm sido efetivados, ou não, o exercício desses direitos na realidade dos bairros Araguaia e Nossa Senhora Aparecida, situados na rota da Ferrovia “EFC”, na área urbana de Marabá. Defendeu-se e comprovou-se, como hipótese principal, que a negação destes direitos de acesso abre espaço não só para a violação dos direitos inerentes ao meio ambiente saudável, mas também contribuem para a mitigação da percepção da população sobre os impactos socioambientais. Nisso, seguiu-se para esta análise, principalmente, o referencial teórico do Estado de Democracia Ambiental e adotou-se como método científico o hipotético-dedutivo, o qual aliou-se à técnica de pesquisa bibliográfica e documental, juntamente à pesquisa de campo desenvolvida nestes bairros, em que vários impactos socioambientais foram amplamente suscitados, principalmente a partir da duplicação do ramal ferroviário entre os anos de 2012-2016, repercutindo, ainda na atualidade, uma diversidade de impactos negativos ligados à exploração e escoação de minério através do ramal ferroviário. Considerou-se, assim, a viabilidade desta tese, cujo problema central foi pesquisar: em que medida, o exercício individual ou coletivo dos direitos de acesso ambiental, tem contribuído para a percepção e prevenção de impactos socioambientais, em especial nos bairros Araguaia e Nossa Senhora Aparecida, na área urbana de Marabá, situados na rota da EFC (Estrada de Ferro Carajás). Concluindo que, em comunidades como as estudadas nesta pesquisa, o exercício dos direitos de acesso ambiental, em suas três modalidades, é de fundamental importância para a defesa do meio ambiente e de outros direitos humanos, mas é plenamente observável que há um desequilíbrio de forças entre as populações afetadas diante do grande capital, representado pelas empresas e suas estratégias de controle de riscos sociais e sobre a população, afetando o exercício da democracia ambiental e a garantia de outros direitos humanos.

  • MANUEL ALBINO RIBEIRO DE AZEVEDO JUNIOR
  • NEGÓCIAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL NA EXECUÇÃO: Análise da possibilidade de constituição de títulos executivos extrajudiciais

  • Data: 29/08/2022
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  • O objetivo desta dissertação é analisar a possibilidade de criação de títulos executivos extrajudiciais por negócios jurídicos processuais. Iniciaremos pelo reconhecimento do novo paradigma de processo civil, fomentado a partir da atual legislação vigente e os fundamentos principiológicos previstos no processo, os quais permitem identificar a presença do exercício da liberdade das partes no processo. Partiremos então para analisar os negócios jurídicos processuais, verificando seus requisitos e que estes encontram limites nas questões de ordem pública processual, que na atual legislação ganham novos contornos, reconhecendo o processo civil com aspectos de direito público e de direito privado. Concluiremos esta seção analisando a incidência dos negócios jurídicos processuais dentro do processo executivo e sua compatibilidade com o sistema executivo, diante dos princípios e normas processuais vigentes que tornam a execução espaço fértil para o exercício da autonomia das partes. No capítulo seguinte, apresentaremos o conceito de título executivo e sua evolução histórica, permitindo identificar que o título executivo extrajudicial foi concebido como uma técnica que proporcione executividade imediata a documentos, evitando que tenham de passar pela árdua fase de conhecimento. Assim, o título executivo é formado por requisitos intrínsecos e extrínsecos, e que dentro do aspecto material encontra-se a obrigação contida no título, que deve ser certa, liquida e exigível, ao passo que os aspectos formais balizadores do instrumento com a legislação o tornam apto a embasar um processo executivo, Na última sessão abordaremos acerca da possibilidade de constituição de títulos executivos extrajudiciais através de negócios jurídicos processuais, para flexibilizar os requisitos formais formadores do título, permitindo que os sujeitos possam adaptar os aspectos formais ao caso e a relação concreta que possuam. Por fim, apresentaremos que a conjugação do princípio constitucional à liberdade, do princípio processual do respeito ao autorregramento da vontade no processo e a previsão normativa expressa do 190 do CPC são arcabouço normativo suficiente para permitir o reconhecimento da criação de títulos executivos extrajudiciais a partir de negócios jurídicos processuais.

  • PALOMA SA SOUZA SIMOES
  • AGAMBEN CONTRA O NEOLIBERALISMO: Contribuições dos conceitos de vida nua e homo sacer para o debate sobre a governamentalidade neoliberal

  • Data: 29/08/2022
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  •  Esta dissertação tem como objetivo investigar as contribuições dos conceitos de vida nua e homo sacer, da teoria política de Giorgio Agamben, para a discussão a respeito do neoliberalismo enquanto governamentalidade. Trata-se de uma pesquisa explicativa do tipo bibliográfica, com abordagem qualitativa e de método hipotético-dedutivo. O referencial teórico central da pesquisa é a teoria política de Giorgio Agamben, especificamente os seus conceitos de vida nua e homo sacer. Também como fundamento teórico da pesquisa temos Michel Foucault, especialmente os seus conceitos de biopolítica e governamentalidade neoliberal, bem como Wendy Brown e sua interpretação do neoliberalismo a partir da ideia de sacrifício e cidadão sacrificial. A problemática de pesquisa desta dissertação se apresenta da seguinte maneira: qual a contribuição dos conceitos agambenianos de vida nua e homo sacer para a discussão do neoliberalismo enquanto governamentalidade? As análises decorrentes da interlocução entre a teoria agambeniana e o tema do neoliberalismo revelaram que, apesar de Agamben não dedicar em sua teoria política um debate direto a respeito da governamentalidade neoliberal, os conceitos de vida nua e homo sacer auxiliam na compreensão desse fenômeno contemporâneo a partir da intermediação da teoria do filósofo com a de Foucault e Brown. Também, tem-se por hipótese que a análise de Brown a respeito do neoliberalismo com ênfase na característica do sacrifício e na identificação do cidadão sacrificial exemplificam aquilo que Agamben identifica como a relação de exceção que inclui por exclusão a vida nas relações jurídico-políticas. Nesse sentido, foi possível identificar que o neoliberalismo funciona a partir dessa relação, de modo que o cidadão sacrificial descrito por Brown pode ser considerado um paradigma contemporâneo da vida nua, uma vida que é inserida no funcionamento do neoliberalismo a partir da sua exclusão, decorrente da perda e minimização de direitos, estando na condição de abandono e suscetível a um poder constante de morte.

  • ISABELLE DE ASSUNÇÃO RODRIGUES
  • OS DESAFIOS DE SER MULHER CONSUMIDORA NO BRASIL: um estudo sobre as desigualdades nas relações de consumo.

  • Data: 26/08/2022
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  •  A presente pesquisa discute as desigualdades, contradições e discriminações sofridas pelas mulheres brasileiras nas relações de consumo, a partir de noções de gênero não biologizantes. Evidencia-se os desafios que são enfrentados pelas consumidoras ao longo da vida, da infância à senioridade; do consumo analógico ao digital, os quais provocam violações ora na esfera patrimonial, ora na esfera moral das mulheres. Dos meios de comunicação tradicionais aos inovadores, as campanhas publicitárias envolvendo mulheres são, historicamente, observadas ora como hipersexualizadoras, ora como estereotipadas. No consumo digital, especificamente, há a discriminação algorítmica, praticada especialmente em face das mulheres. Assim, o fundamento jurídico da igualdade e não discriminação, bem como os conceitos de “dano de conduta” (LEAL, 2018) e “estado de danosidade” (FONSECA, 2019), tornam-se fundamentais para a compreensão das mulheres brasileiras enquanto consumidoras hipervulnerabilizadas, suscitando-se como algumas soluções possíveis a aplicação da teoria do diálogo das fontes como forma de compatibilizar os diversos instrumentos normativos existentes para proteção das mulheres; as iniciativas do Poder Público e, especialmente, a união das mulheres mediante associações consumeristas. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica jurídica e transdisciplinar, de áreas como a sociologia, filosofia, dentre outras correlatas, com a utilização de dados e estudos recentes.

  • CHIARA DE SOUSA COSTA SOARES
  • RAZÃO PRÁTICA E ALTERIDADE: A TEORIA DA LEI NATURAL À LUZ DA ÉTICA DA FRATERNIDADE

  • Data: 25/08/2022
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  • O objeto da filosofia moral, intrigante para as teorias de justiça existentes, diz respeito às razões pelas quais se reúnem as pessoas em sociedade, porque essa é a chave para a legitimação da organização política e jurídica. Este trabalho conclui que é a ética da fraternidade o que vai ao encontro da realização humana integral e que corresponde à potência humana associativa. Argumenta-se que mesmo as instituições mais sofisticadas em termos de ordem e de organização política e jurídica não se sustentam legitimamente se deixarem de ter como referência a ética da fraternidade, pois ela é o fundamento da moralidade, presente na razão prática e na alteridade, ambas formas de manifestação da lei natural, o que possibilita a aferição de critérios objetivos para a concretização do bem comum instrumental, que constitui a própria fraternidade, o bem comum substancial.

  • ARTHUR LAERCIO HOMCI DA COSTA SILVA
  • O TRIBUNAL DEVE MANTER A SUA JURISPRUDÊNCIA ÍNTEGRA, E AGORA? A INTEGRIDADE DOS PRECEDENTES COMO GARANTIA DO DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA.

  • Data: 23/08/2022
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  • O objetivo do presente estudo é responder a seguinte questão: o dever de integridade da jurisprudência atribuído aos tribunais brasileiros pode contribuir para a garantia do direito fundamental de acesso à justiça? A hipótese central da pesquisa é que um dos elementos aptos a garantir o direito fundamental de acesso à justiça é a atuação dos tribunais brasileiros a partir da observância da integridade da sua jurisprudência, de acordo a jurisdição precedentalista que se almeja no Brasil. A pesquisa justifica-se, pois ainda carecemos de uma investigação aplicada do valor jurídico da integridade para possível solução dos problemas da nossa comunidade, relativos ao acesso à justiça. Para alcançarmos o objetivo geral são elaborados quatro capítulos, cada qual correspondendo a um objetivo específico do estudo. No primeiro capítulo, demonstramos como está acontecendo o movimento de precedentalização do direito brasileiro, afirmando que a nossa tradição, historicamente mais identificada com a tradição do civil law, não constitui um impedimento a esse movimento, mas impõe vários desafios à consolidação do direito numa perspectiva precedentalista. No segundo capítulo expomos como o sistema normativo brasileiro está regulando a aplicação de precedentes vinculantes, especialmente a partir do CPC de 2015, passando por alguns conceitos básicos da teoria dos precedentes, e analisamos como se dá a participação da sociedade na formação de precedentes vinculantes. No terceiro capítulo investigamos o papel da integridade nesse cenário, buscamos justificar a inserção da expressão “jurisprudência íntegra” na redação do artigo 926 do Código de Processo Civil, e sustentamos que a teoria do direito como integridade de Ronald Dworkin pode ser uma forma de interpretar o sentido desta expressão e a importância dela para o nosso sistema jurídico. No último capítulo, estabelecemos dois objetivos: expor as faces do acesso à justiça na jurisdição contemporânea, e avaliar se o Supremo Tribunal Federal, particularmente nos julgamentos que envolvem questões relativas ao acesso à justiça, considera o princípio da integridade como um valor relevante ao nosso ordenamento jurídico. Na conclusão, discorremos como a prática do Supremo deve ser um relevante guia para a atuação de todos os juízes e tribunais brasileiros. A pesquisa transita entre os métodos dedutivo, decorrente da análise bibliográfica dos autores estudados, e indutivo, a partir da análise dos precedentes do STF e a sua aplicação concreta. O objetivo da metodologia empregada é realizar uma pesquisa de caráter científico, buscando na teoria do direito, na teoria dos precedentes e nas vivências práticas as respostas para a problemática apresentada.

  • ANA THALITA GOMES FERREIRA CHAMMA DE CASTRO
  •  TRABALHO DECENTE E QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: a problemática dos crowdworkers

  • Data: 18/08/2022
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  • A quarta Revolução Industrial traz consigo a instituição de novas tecnologias à produção de bens e serviços, refletindo diretamente no modo de organização trabalhista. A utilização dos dispositivos online, da conexão instantânea, dos algoritmos computacionais, da big data e da inteligência artificial ao mundo do trabalho, que, como todas as inovações disruptivas, causam abalo na estrutura do modelo anterior. Entre as relevantes mudanças no modo de trabalhar, as empresas de plataforma que oferecem tarfas de crowdwork chamam atenção pela quantidade de trabalhadores que recrutam, mesmo sem reconhecerem a existência de empregados formais. O presente trabalho busca entender quem são e o que fazem os crowdworkers, bem como em que medida o trabalho por eles desenvolvido se enquadra no conceito de trabalho decente promovido pela Organização Internacional do Trabalho. Trata-se de pesquisa bibliográfica escrita sob a forma de dissertação.

  • MAÍRA RUFFEIL ALVES
  • NANOTECNOLOGIAS E MEIO AMBIENTE LABORAL: safe-by-design como técnica mitigadora de riscos ocupacionais

  • Data: 12/08/2022
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  • O objetivo geral da presente pesquisa consiste em investigar a aplicação do fenômeno nanotecnológico no meio ambiente de trabalho, haurindo desdobramentos práticos de incidência dos vetores axiológicos prevenção-precaucional para a redução de riscos ocupacionais à saúde do trabalhador, mais especificamente com a utilização da ferramenta safe-by-design para a concretização de um desenvolvimento sustentável e de um meio ambiente do trabalho nanotecnológico equilibrado. Para tanto, a pesquisa pretende apontar as características e peculiaridades da nanotecnologia, a fim de apresentar o novo ‘nanomundo’ já presente no cotidiano da maioria das pessoas, mas conhecido por poucos. Em seguida, evidencia-se a discussão sobre os riscos que permeiam a nanociência, bem como sua regularização, por meio da análise de instrumentos jurídicos e marcos regulatórios, nacionais e internacionais, dando ênfase à busca de dispositivos que abordem a saúde e segurança do trabalhador. A partir de então, compreende-se a aplicação dos princípios jusambientais da prevenção-precaução no meio ambiente de trabalho nanotecnológico, especialmente por meio da prática do safe-by-design, identificando de que modo essa ferramenta é capaz de controlar e diminuir os riscos à saúde e segurança do trabalhador. Assim sendo, propõe-se medidas protetivas e construções jurídicas viabilizadoras de análise, regulamentação e controle de riscos ocupacionais à saúde e ao meio ambiente, oriundos das nanotecnologias.

  • BRAULIO MARQUES RODRIGUES
  • SLOTERDIJK E A ESFEROLOGIA: poéticas e cartografias da tecnopolítica.

  • Data: 10/08/2022
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  • Com as “Esferas” (Sphären I, II e III), Peter Sloterdijk lança um núcleo para uma multiplicidade de teorias interpenetrantes. Contra Heidegger, para o ‘enfant terrible’ da filosofia contemporânea, nenhum Deus pode nos salvar da armação da técnica [Gestell]. Ao oferecer uma onto-genealogia do sapiens, a esferologia é apresentada como uma série de poéticas e cartografias da tecnopolítica. A tese compreende a poética na disposição explicativa do espaço colossal e a cartografia na tendência antropogênica para envelopar o monstruoso [Monströs]. Ao atravessar as tipologias do homem e as topologias da esfericidade, o objetivo geral é analisar como a esferologia pode oferecer uma expressão civilizatória a partir do paradigma imunológico. Por este paradigma, imunizar a biosfera implica uma agenda pós-humanista e pós-epistolar na iminência de uma catástrofe climática. Para um programa ético-político no tempo do Antropoceno, introduz o conceito de tecno-heterotopia e salienta a urgência de uma gramática dos comportamentos enraizada na homeotécnica. A saber, aposta no cooperativismo de comunidades emancipadas do poder pastoral e aponta para uma agência relacional baseada na generosidade e na criatividade da cidadania planetária. Em síntese, a problemática da tese é formulada nas seguintes perguntas: Se o modelo político de soberania derivado do Estado de bem-estar social corre o risco da desterritorialização, qual deverá ser o princípio para a reterritorialização de uma república sustentável? Qual o sentido geral da comunidade e como este sentido pode ser gerador de uma ética para a coexistência com a Terra? Qual a função política da coimunidade frente a imunodeficiência das energias coletivas? A hipótese propõe um novo modelo de soberania: o Estado de imunidade comum. Por meio da revisão crítica de “Tens de mudar de vida” (Du mußt dein Leben ändern), o chamado ‘coimunismo’ [Koimmunismus] é analisado a partir de interlocuções com Deleuze e Guattari, além de Foucault. Como resultado, lança uma governança em nuvem para a república dos espaços [Republik der Räume] e o regime das espumas é fundado no direito ambiental de resistência para o exercício de tão novas quanto viáveis formas de vida.

  • ALEPH HASSAN COSTA AMIN
  • ÁGUA COMO UM BEM COMUM: UMA PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA

  • Data: 14/04/2022
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  • A crise da água, além de outros fatores, é uma crise de gestão. A Lei da Política Nacional Hídrica trata da necessidade de se ter uma gestão integrada dos instrumentos jurídicos ali presentes, possibilitando descentralização e participação nos níveis decisórios, o que, até hoje, na prática, não aconteceu. Ao pensar a água como um bem comum, percebe-se que esta falta de integração pode inviabilizar o acesso a ela para muitos, o que desencadeia uma tragédia comum. Por esta razão, este trabalho questiona se seria possível alcançar a gestão integrada segundo os preceitos que orientam a gestão dos bens comuns. Objetiva-se demonstrar que a aplicação dos princípios de gestão dos bens comuns e o modelo institucional desenvolvido por Ostrom podem auxiliar na efetivação desta diretriz normativa. Assim, por meio de uma pesquisa qualitativa e dedutiva, que tem como procedimento técnico a revisão bibliográfica e o levantamento documental, é apresentado o conceito de bem comum demonstrando que a água se insere nestes critérios conceituais, possibilitando a utilização do IAD como modelo de gestão. São analisados, portanto, todos os níveis deste IAD, que são os níveis metaconstitucional, constitucional, de escolha coletiva e operacional. Além disso, reconhece-se o acesso à água como um direito humano fundamental e analisam-se os instrumentos jurídicos de gestão legalmente previstos. Destacam-se o papel do Comitê de Bacia e a necessidade de modernizar os indicadores hídricos segundo o conceito de água virtual. Conclui-se que é possível alcançar uma gestão hídrica integrada pela efetivação da autogovernada da água, tendo como referência a proposta apresentada de gestão integrada da água como um bem comum.

  • AIANNY NAIARA GOMES MONTEIRO
  • REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E O DIREITO TERRITORIAL DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS NA AMAZÔNIA: Análise da Lei nº 13.465/2017 a partir dos parâmetros interpretativos das decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

  • Data: 08/04/2022
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  • Os Projetos de Assentamento Ambientalmente diferenciados são instrumentos jurídicos destinados ao reconhecimento e regularização dos territórios coletivos das comunidades tradicionais na Amazônia. A Lei nº 13.465/2017 alterou o regramento jurídico de regularização fundiária rural tornando mais difícil a titulação coletiva destes territórios. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar as implicações da referida legislação e seus decretos regulamentadores, procurando responder a seguinte pergunta: em que medida a legislação federal vigente sobre regularização fundiária garante o direito territorial das comunidades tradicionais e a efetivação desse direito nos Projetos de Assentamento Ambientalmente Diferenciados na Amazônia? Para responder a questão norteadora, utilizou-se a Convenção nº 169, sobre povos indígenas e tribais, da Convenção Internacional do Trabalho (OIT), pela aproximação entre o conceito de “povos tribais” e de “comunidades tradicionais”, da qual o Brasil é signatário e estabelece especial proteção aos territórios coletivos e a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH), das quais derivam parâmetros interpretativos, que representam importantes standards de proteção dos direitos territoriais de povos indígenas e tribais, relacionadas ao direito ao território comunal, à titulação coletiva e ao reconhecimento da personalidade jurídica coletiva, que são os principais pontos alterados pela referida legislação federal. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, pois foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os conceitos sobre os instrumentos fundiários disponíveis para a regularização da posse e/ou propriedade dos territórios de povos e comunidades tradicionais; e documental com análise da legislação pertinente e das decisões da CorteIDH. Conclui-se que, para além da mera criação de obstáculos que dificultam a titulação coletiva de territórios tradicionais nas modalidades de Projetos de Assentamento Ambientalmente Diferenciados, a Lei nº 13.465/2017 inviabiliza qualquer possibilidade de que sejam criados novos assentamentos diferenciados que resguardem o território na sua integralidade. Portanto, não é possível falar em garantia ou efetividade no direito à propriedade comunal, coletiva ou comunitária da terras tradicionais na vigência da atual legislação de regularização fundiária.

  • LUIZE CRISTINA DE OLIVEIRA ALVES
  • RECONHECIMENTO PESSOAL E VERDADE NO PROCESSO PENAL: uma discussão à luz do Garantismo de Luigi Ferrajoli

  • Data: 31/03/2022
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  • O objetivo da presente pesquisa é, por meio de revisão bibliográfica, estabelecer relação entre a questão da verdade no processo penal e a produção da prova de reconhecimento de pessoas. Utilizou-se como principal fundamento teórico o Garantismo Penal de Luigi Ferrajoli e como marco legislativo a positivação de garantias trazida pela Constituição da República de 1988. O que se pretendia era avaliar se o reconhecimento pessoal, nos moldes em que atualmente está previsto no art. 226 do CPP e nas formas de sua realização prática, atende (ou não) a perspectiva ferrajoliana de verdade no processo. Deste modo, fez-se necessário demonstrar a importância do debate acerca da verdade processual e situar a posição de Luigi Ferrajoli sobre esta questão. Buscou-se ainda verificar em que medida a previsão legal e a prática cotidiana de realização deste procedimento estão em consonância com a produção científica sobre o tema. Concluiu-se que há uma discrepância entre o modelo de reconhecimento de pessoas que se tem atualmente no processo penal brasileiro (no art. 226 do CPP e na prática) e as balizas mínimas indicadas pela psicologia do testemunho, já adotadas por diversas legislações internacionais. Assim, a partir das contribuições e dos conhecimentos deste ramo da psicologia, especialmente no que tange ao funcionamento da memória humana, intenta-se apontar mecanismos, consubstanciados em garantias processuais, que permitam maior controle racional do ato de reconhecimento a fim de satisfazer a busca por uma verdade aproximada (concepção ferrajoliana) nas identificações de autoria

  • EDUARDO NEVES LIMA FILHO
  • Dispositivo Drogas e Governamentalidade Neoliberal: funções estratégicas para o exercício do poder sobre os corpos e a população

  • Data: 14/03/2022
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  • O presente estudo se desenvolve com objetivo de analisar o papel estratégico do dispositivo drogas na governamentalidade neoliberal evidenciada no Brasil e sua função estratégica para o exercício do poder sobre os corpos, sobre a população e o exercício do poder de morte. Para tanto, parte-se das ferramentas teórico-metodológicas desenvolvidas por Michel Foucault, em especial sua analítica do poder, incluindo seus estudos sobre os discursos, e suas pesquisas sobre a governamentalidade neoliberal. Assim, o trabalho parte da ideia de que é possível nos valermos das pesquisas de Michel Foucault sobre o poder e os saberes, bem como seus estudos sobre a governamentalidade neoliberal para compreender a dinâmica do combate às drogas no contexto neoliberal e sua função no exercício das referidas dinâmicas de exercício do poder. Com base na abordagem foucaultiana, o problema de pesquisa corresponde a indagar em que medida o dispositivo drogas é manejado no contexto neoliberal a partir de sua utilidade para satisfazer determinadas necessidades de grupos detentores do capital, possibilitando o controle dos corpos, da população e o exercício do poder de morte. Para responder à pergunta, o trabalho inicia com a descrição crítica dos instrumentos metodológicos desenvolvidos por Michel Foucault, em especial em seus estudos sobre o saber e sua analítica do poder, que são fundamentais para pensar as políticas de combate às drogas a partir das relações de poder e as formas de resistência no contexto neoliberal. Em seguida, analisa o neoliberalismo e suas relações com o biopoder, destacando-se que Foucault não reduz sua análise do neoliberalismo a uma questão exclusivamente econômica e é isso o que há de específico e singular em sua posição. É tratado também da política de combate às drogas, iniciando com uma análise das drogas como um dispositivo no sentido foucaultiano. Em seguida, é realizada uma análise genealógica do proibicionismo das drogas, sem a pretensão de realizar uma abordagem que universalize a questão. A análise se dá por meio de um corte voltado para a compreensão da atual política de repressão às drogas no Brasil - sem ignorar as fortes influências internacionais - a partir das rupturas ocorridas ao longo dos anos e das mudanças conjunturais das relações de poder e resistência, em especial a partir da ascensão e consolidação do neoliberalismo. Por fim, é demonstrado o papel estratégico da política de guerra às drogas na governamentalidade neoliberal, em especial no Brasil, concluindo que dispositivo drogas é apto a viabilizar e justificar o exercício do poder disciplinar, da biopolítica e do poder soberano, principalmente sobre determinados grupos vulneráveis por sua condição econômica constantemente agravada e precarizada pelas políticas neoliberais, bem como é demonstrado que as alterações, desencadeadas no contexto neoliberal, no que tange ao exercício do racismo de Estado e sua intima relação com a política de drogas, que possibilita exercer o poder de morte sobre os referidos grupos.

  • MARIA CLAUDIA BENTES ALBUQUERQUE
  • DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E PROCESSO DECISÓRIO MUNICIPAL: estudo de caso sobre a participação cidadã no processo de licenciamento urbanístico-ambiental de um empreendimento comercial de impacto no entorno do Centro Histórico de Belém (PA)

  • Data: 16/02/2022
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  • Esta tese discute a participação cidadã no processo decisório municipal, no contexto do Estado Democrático de Direito, a partir do estudo de um emblemático caso envolvendo o processo de licenciamento urbanístico-ambiental de um empreendimento comercial de impacto (supermercado) localizado no entorno do Centro Histórico de Belém (PA), em zona de orla. Avalia-se, qualitativamente, a participação cidadã no processo decisório municipal, no caso estudado, por meio da metodologia proposta pelo Observatório Internacional da Democracia Participativa (2007), visando explicar os resultados da prática, no período de 2016 a 2020, à luz da Teoria Constitucional da Democracia Participativa, de Bonavides (2003). A pesquisa foi norteada pelo seguinte problema: Como ocorreu a tomada de decisão no processo de licenciamento urbanístico-ambiental no emblemático caso de um empreendimento comercial de impacto (supermercado) localizado no entorno do Centro Histórico de Belém (PA), em zona de orla? O objetivo geral consistiu em analisar em que medida o processo decisório municipal no processo de licenciamento urbanístico-ambiental no emblemático caso de um empreendimento comercial de impacto (supermercado) localizado no entorno do Centro Histórico de Belém (PA), em zona de orla, ocorreu em conformidade com o direito à participação cidadã na gestão democrática da cidade. O estudo qualitativo tem abordagem analítico-descritiva e contou com a aplicação de pesquisa documental, pesquisa de processos e observação direta. Como resultado, verificou-se déficit de legitimidade e de funcionalidade no processo participativo, visto que 91% dos critérios qualitativos testados resultaram em conceito insuficiente e ausente. Os resultados do processo não foram substantivos, pois não influenciaram na decisão municipal, apresentando divergência com o marco teórico, normas constitucionais, infraconstitucionais e tratados internacionais sobre cidadania política. Conclui-se que o processo decisório municipal ocorrido no âmbito do processo de licenciamento urbanístico-ambiental, no período de 2016 a 2020, não propiciou a realização do direito à participação cidadã na gestão democrática da cidade de Belém (PA)

  • DIEGO FONSECA MASCARENHAS
  • UMA TEORIA DO MODELO DE RESPONSABILIDADE ULTERIOR AO DANO DA LIBERDADE DE IMPRENSA NA DEMOCRACIA BRASILEIRA

  • Data: 21/01/2022
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  • Esta tese pretende analisar criticamente como a liberdade de imprensa é tratada no ordenamento jurídico brasileiro, a partir do estudo sobre a insuficiência do modelo de responsabilidade posterior ao dano dos canais de comunicação, proposto na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n. 130/2009, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em razão desse conceber que qualquer lei para regulamentar a atividade midiática implica automaticamente em incidir no risco da censura prévia. Sendo assim, a tese parte da consideração de que a ausência de lei no Direito brasileiro é prejudicial para os direitos da personalidade civil para o cidadão, como também é desfavorável aos meios de comunicação, porque promove a ausência de previsibilidade jurídica sem instituir quais são as definições normativas para os setores de ampla difusão de notícias que se tornam mais expostos a receberem condenações no Judiciário. Diante desse contexto, é proposto o modelo de responsabilidade ulterior ao dano da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH), para determinar balizas normativas na restrição da liberdade de expressão, que pode ocorrer desde que seja de modo proporcional, com critérios legais claros e com respeito aos princípios democráticos. A tese objetiva expor, a partir de Alexis de Tocqueville e Habermas, a origem dos veículos de notícias possuir forte ligação com a democracia, tendo a finalidade de demonstrar o motivo da fundamentação judicial do STF e da CorteIDH associar a imprensa com a democracia. Para analisar o desenvolvimento dos canais de comunicação e a sua relação no espaço público é desenvolvido o estudo como os meios de difusão de notícias são compreendidos no ponto de vista de mídia, de mediação e de midiatização. A concepção denominada mídia é abordada pela Teoria da Agenda de McCombs, a qual se baseia no processo de pré-seletividade dos dados que serão conduzidos ao espaço público e o modo como serão interpretados, enquanto o sentido de mediação, a partir de Thompson, compõe os meios de notícias como centro de transmissão não apenas de fatos, mas também de valores, cultura e educação. Adiante, a tese posiciona o surgimento da midiatização dos canais de fluxo de dados por meio de Muniz Sodré e Fausto Neto, pois trata que o receptor da informação deixa de ser sujeito passivo para participar de forma ativa no processo da comunicação, o que evidencia mudança de perspectiva do conceito tradicional de jornalismo quando há participação de pessoas dentro da linguagem do corpo editorial. Por fim, são expostas todas as decisões sobre liberdade de expressão da CorteIDH para examinar quais são os critérios ao instituir limites para o exercício da livre circulação de pensamentos e de notícias na democracia, a fim de servir como parâmetro jurídico para o sistema legal brasileiro

  • MARIANA LUCENA SOUSA SANTOS
  • VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS EM CONTEXTOS EMPRESARIAIS NA AMÉRICA LATINA: A RAÇA ENQUANTO QUESTÃO FUNDANTE E OS APORTES TEÓRICOS SOBRE A EXPLORAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO E DISPUTAS TERRITORIAIS

  • Data: 21/01/2022
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  • A dissertação analisa a raça enquanto primeiro critério apto a explicar a prevalência das violações de Direitos Humanos em contextos de atividades empresariais essencialmente extrativistas nas Américas. Para tanto, recorre aos marcos históricos de fundação do capitalismo, por ser este sistema o elemento essencial para se compreender outro grande ponto: a divisão racial do trabalho e as relações Norte-Sul Globais, presentes até os dias atuais. Nas periferias, as estratégias de acumulação de capital das grandes empresas do Norte (centro) passam, além da grande exploração da força de trabalho, pela apropriação de territórios, dado o seu interesse na extração de grandes volumes de recursos naturais, base das economias dos países da região. Tais elementos são chave para explicar a imensa pressão sofrida nos territórios, cujas populações, em sua maioria afrodescendentes e indígenas, lidam com persistentes violências, despojos e disparidades de poder. O marco atual de responsabilização empresarial nos sistemas internacionais de proteção dos Direitos Humanos, de índole liberal, não oferece capacidades de respostas adequadas de reparação e garantias de não repetição das violações, face à própria essência do capitalismo. Todavia, uma intervenção racial no discurso crítico sobre o liberalismo tende a apresentar rotas de saída para a busca de uma justiça racial nas Américas.

2021
Descrição
  • TAMIRES DA SILVA LIMA
  • O SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS E A PROTEÇÃO DO DIREITO AO TERRITÓRIO E AO BEM VIVER DAS POPULAÇÕES TRADICIONAIS: repercussões nas decisões do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Brasil

  • Data: 21/12/2021
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  • Analisa o direito ao território das Populações Tradicionais, que compreende os Povos Indígenas, quilombolas e as Comunidades Tradicionais, sob o olhar do Bem Viver. Assim, para entender melhor o tema mencionado realizamos análises das decisões do Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH), da jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) na aplicação da concepção de reconhecimento do direito territorial dos grupos vulneráveis, especificamente dos povos indígenas e das comunidades tradicionais. Concomitantemente, foram estudados alguns casos envolvendo direitos das comunidades tradicionais no âmbito do Tribunal Regional da 1ª Região (TRF1), especialmente aqueles contextualizados na Amazônia Legal, que tratam de temas sensíveis como violação ao direito de consulta prévia, livre e informada, licenciamento ambiental e demora excessiva na demarcação de territórios tradicionais. Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar as decisões do SIDH em relação à proteção do território das populações tradicionais brasileiras no uso de seus recursos naturais para constatar ou não se o Estado brasileiro adequa o seu ordenamento jurídico aos estandartes de proteção internacional dos Direitos Humanos. Como referencial teórico para compreender as temáticas de territórios tradicionais e povos e comunidades tradicionais no contexto da Amazônia realizamos uma análise crítica sobre território (ARRUDA, 1999; ALMEIDA, 2004; BENATTI, 2003 e 2018; CUNHA e ALMEIDA, 2001; HAESBAERT, 2003; MOREIRA, 2017; SANTILLI, 2005; TRECCANI, 2006, 2019, 2021) e analisamos os casos julgados no SIDH sobre o direito ao território das populações tradicionais (RIBEIRO, 2014). Na pesquisa jurisprudencial empregamos os ensinamentos da autora Eliane MOREIRA (2017) e dos autores BENATTI (2003, 2011, 2015 e 2018) e TRECCANI (2006, 2019, 2021), no tange ao SIDH foi utilizada as lições de Cristina RIBEIRO (2014), e em relação ao tema do Bem Viver, entendido como uma ideia ainda em construção, uma alternativa de um novo modelo de vida, uma plataforma a reestruturar padrões democráticos, que auxilie a encontrar soluções para os problemas da humanidade, foi utilizado a discussão realizada por ACOSTA (2009; 2016), ELBERS (2015), GUDYNAS (1995; 2011), KRENAK (2020), MAMAMI (2010) e QUIJANO (2012). A metodologia inclui o método de abordagem hipotético-dedutivo, as técnicas de pesquisa de documentação indireta, tanto bibliográfica quanto documental, o tipo de pesquisa em relação aos objetivos descritiva, quanto à abordagem é qualitativa e quantitativa, quanto aos procedimentos é documental, bibliográfica, jurisprudencial e análise de decisão. A análise trouxe dados que ratificam que o Bem Viver é uma alternativa para promover o modo de viver dos povos e comunidades tradicionais, respeitando a sua identidade cultural e resguardando o seu projeto de vida de acordo com a sua cosmovisão, bem como a CorteIDH tem avançado em relação à proteção dos territórios tradicionais dos povos indígenas e comunidades tradicionais, com a aplicação de uma interpretação ampliada sobre o direito de propriedade previsto no art. 21 da CADH (Convenção Americana de Direitos Humanos) e da invocação de outros instrumentos internacionais de proteção, em particular a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Apesar dos esforços da CorteIDH, nota-se que no âmbito dos Estados nacionais que se submetem a sua jurisdição, como é o caso do Brasil, existe formalmente um sistema de proteção aos direitos territoriais, mas que não é efetivo. Os dados do TRF1 demonstram que os entraves para o reconhecimento dos direitos das populações tradicionais estão relacionados a problemas de demora excessiva na tramitação dos processos, não observância da consulta prévia, livre e informada e autorização de 8 licenciamento ambiental em desacordo com a legislação pertinente. Portanto, tornase imprescindível que os Estados cumpram as obrigações internacionais que assumiram ao assinarem os tratados e convenções internacionais.

  • IGOR DE OLIVEIRA ZWICKER
  • GREVE AMBIENTAL INDIVIDUAL: Propostas para a sua efetividade


  • Data: 21/12/2021
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  • A Convenção n. 155 da Organização Internacional do Trabalho é um tratado internacional de direitos humanos, sem aprovação pelo quórum qualificado do artigo 5º, § 3º, da Constituição da República, pelo que ostenta posição hierárquiconormativa de supralegalidade, estando subordinada à Constituição da República, mas sendo superior à legislação infraconstitucional de posição hierárquico-normativa de legalidade, imprimindo eficácia paralisante a qualquer norma, desse “status”, que lhe contradiga, o que inclui a Lei de Greve (Lei n. 7.783/1989). A Convenção n. 155 da Organização Internacional do Trabalho prevê a possibilidade de deflagração da greve ambiental individual, autorizando que qualquer trabalhador ou trabalhadora, individualmente considerado, deflagre o movimento paredista ambiental, para se autoproteger de consequências injustificadas sempre que julgar necessário interromper uma situação de trabalho, por considerar, por motivos razoáveis, que ela envolve um risco iminente e grave para a sua vida ou a sua saúde. A presente pesquisa identifica que, em nível global, a falta de reconhecimento do direito de recusar o trabalho inseguro – e de proteção do trabalhador e da trabalhadora – como uma das “fraquezas” da Convenção. Chega-se à conclusão que é necessária a superação dessa “fraqueza”, para imprimir efetividade à greve ambiental individual e, efetivamente, salvaguardar a vida e a saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras.

  • LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
  • OS FUNDAMENTOS DA REPERCUSSÃO GERAL: AS FUNÇÕES DOS RECURSOS AOS TRIBUNAIS DE CÚPULA E O DESCONGESTIONAMENTO DO STF

  • Data: 20/12/2021
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  • Trata-se de tese que perquire quais os fundamentos teóricos e históricos que deram suporte à nova configuração do controle de constitucionalidade difuso no STF (Supremo Tribunal Federal), com a instituição da Repercussão Geral (RG). A metodologia utilizada requereu um cadenciamento argumentativo. A fim de identificar os fundamentos para a instituição da RG como filtro de admissibilidade do Recurso Extraordinário no Brasil, tratamos de cada possível fundamento em um capítulo específico. O primeiro possível fundamento considera o papel das cortes de vértice a partir da descrição da função dos juízes e dos tribunais de cúpula, diante das atuais pautas de conduta. Da constatação de que o processo evoluiu, de meio para a realização de direitos subjetivos a meio de tutela efetiva de direitos através de decisões justas e/ou da promoção da unidade do direito, o estudo analisa como deve ser concebido o processo e as funções dos tribunais de vértice. A RG ajudaria o STF a configurar-se não como uma corte de justiça, mas como uma corte de precedentes? O segundo possível fundamento supõe o reconhecimento de que há uma tendência mundial em resolver o fenômeno do congestionamento das Cortes de Vértice através da restrição de acesso, com o fim de erigi-las em verdadeiras cortes dos precedentes. A RG seria a versão brasileira nesta tendência? O terceiro possível fundamento advém da constatação do distanciamento do STF do tribunal correspondente à justificação histórica e política de sua concepção e da concepção do próprio Recurso Extraordinário, do qual a RG é atual e especial requisito de admissibilidade. Neste sentido, evidencia-se, a partir da Constituição de 1891, a destinação embrionária deste recurso à sustentação da supremacia da Constituição, da autoridade, validade e inteireza do Direito federal, da natureza e do tipo de federação brasileira. Estes escopos, hoje, poderiam ser perseguidos com o conhecimento de apenas parte relevante dos recursos extraordinários em conjunto com a operação de outros instrumentos, como as ações de controle concentrado de constitucionalidade, que não existiam em 1891? O quarto possível fundamento baseia-se nos pressupostos do modelo encontrado em Mitidiero (2015) ou Taruffo (2011), que distingue as Cortes Supremas das Cortes Superiores. Nele afirma-se que uma corte constitucional não pode ser vista como a fonte final da justiça do caso concreto, mas como corte de precedentes, e que formas de seleção de recursos segundo critérios relacionados com a importância geral das questões levantadas é um dos requisitos para que uma corte de vértice seja vista como suprema. A RG estaria consonante com este modelo? O estudo conclui que a RG junta-se a um rol de tentativas anteriores, pensadas ou implementadas, para a superação da centenária crise do STF. Que na atualidade, a RG insere-se em um contexto positivo processual (recursos repetitivos, ações coletivas...) em prol da racionalização da prática das cortes de vértice brasileiras. E que o conjunto dos fundamentos expostos deram suporte para a implementação da RG como solução para a crise do STF e como fator de direcionamento do nosso tribunal constitucional para uma ação ordenada na perseguição de suas funções nomofilática, uniformizadora e paradigmática no campo do direito constitucional.

  • LUCAS MORGADO DOS SANTOS
  • “Veio saber se a gente tá sendo reabilitado?” Usos e sentidos de reinserção social para egressos e egressas do sistema penal na Fábrica Esperança.

  • Data: 13/12/2021
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  • A pesquisa tem como objetivo investigar quais os usos e os sentidos de reinserção social para egressos e egressas da Fábrica Esperança, em Belém-PA. A partir de método indutivo, foram realizadas pesquisas de tipo bibliográfico, documental e de campo. As técnicas de pesquisa utilizadas foram, para coleta de dados, levantamento de documentos relevantes, observação-participante e entrevistas semiestruturadas com técnicas da instituição e pessoas que passaram pelo cárcere atendidas nos anos de 2020 e 2021; para análise de dados, foi utilizada análise de conteúdo. De início, são feitas incursões metodológicas e dos caminhos tomados pela pesquisa em face do cenário do sistema penitenciário paraense, em articulação com pesquisa bibliográfica para desenho do estado da arte. Após, os elementos do regime de verdade sobre reinserção social são apresentados, seja pelos aspectos dogmáticos e normativos, seja pelas dimensões do discurso institucional da Fábrica Esperança. Em seguida, as experiências de egressos e egressas são objeto de discussão, bem como as dimensões de violências que as atravessam e as políticas nacional e estadual existentes para pessoas egressas. Por fim, os dados socioeconômicos do público-alvo são elucidados: a maioria, homens, pretos/pardos, de baixa escolaridade, que têm posto de trabalho no prédio da Fábrica Esperança e desempenham função de auxiliar de serviços gerais. Por fim, os usos e sentidos de reinserção social são direta ou indiretamente articulados com o discurso institucional, mas extrapolam as expectativas da Fábrica Esperança, alcançando dimensões da vida afetiva, relações de amizade/inimizade, percepções sobre sexualidade dissidentes, bem como percepções diversas acerca dos signos do trabalho, da educação e da religião. Há códigos oficiais e extraoficiais que interagem para produzir o sentido de reinserção social, geralmente, ao largo e por fora dos termos utilizados pela própria instituição. Os usos e sentidos de reinserção social apontam para dinâmicas de reprodução de padrões hierarquizados de gênero, de raça e de classe.

  • RAFAELA TEIXEIRA SENA DAIBES RESQUE
  • INTERAÇÃO DINÂMICA ENTRE CORTES NA AMÉRICA LATINA: A DISPUTA POR AUTORIDADE E LEGITIMIDADE

  • Data: 10/12/2021
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  • A presente tese analisa a interação das altas cortes domésticas da América Latina e da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) no Procedimento de Supervisão de Cumprimento de Sentença (SCS). Dessa forma, a pergunta problema a ser respondida é: em que medida a interação entre as cortes domésticas e a CorteIDH causa mudanças no procedimento de supervisão de cumprimento de sentença, protagonizada por esta última? Assim, para desenvolver as explicações sobre este fenômeno, a tese tem como objeto geral analisar o Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH), mais especificamente, a atuação da CorteIDH no SCS, a partir do estudo comparativo de cinco países, e suas cortes domésticas, nos seguintes casos: Radilla Pacheco vs. México (2009); Gomes Lund e outros vs. Brasil (2010); Gélman vs. Uruguai (2011); Fontevecchia e D’Amico vs. Argentina (2011) e Pessoas dominicanas e haitianas expulsas da República Dominicana vs. República Dominicana (2014). Como objetivos específicos, a tese pretende identificar possíveis padrões de comportamento que as cortes domésticas e a CorteIDH assumem nesse contexto; avaliar as consequências dessas interações judiciais no SCS e discutir a aplicação das teorias do cumprimento e diálogo judicial nesta fase. Em seu percurso metodológico, a tese utiliza da pesquisa empírica em ciências sociais para mapear as diferentes reações das cortes domésticas e da CorteIDH, bem como o método da análise de discurso. Os recursos metodológicos utilizados foram o da pesquisa documental e bibliográfica. Ao realizar um diagnóstico a partir da revisão de literatura sobre cumprimento, controle de convencionalidade e diálogo judicial, e constatar limites para a explicação desse fenômeno, a tese propõe a interação dinâmica entre as cortes como proposta de teorização das interações entre os tribunais na disputa por autoridade e legitimidade no SCS, sugere tipologias que explicam as reações das cortes domésticas (engajamento, contestação, objeção persistente e backlash) e da CorteIDH (negociante, tolerante e executora), além de identificar as práticas de resiliência da CorteIDH como respostas às reações das altas cortes domésticas. Por isso, a tese é dividida em quatro capítulos, no primeiro, são apresentados o SCS e a revisão de literatura sobre cumprimento, destacando seus limites. O segundo capítulo apresenta o estado da arte sobre controle de convencionalidade e os marcos das teorias do diálogo judicial. O terceiro capítulo apresenta a interação dinâmica entre cortes e foca na primeira parte das interações que são as reações das cortes domésticas. O quarto capítulo enfatiza as reações da CorteIDH e as suas variadas formas de supervisionar o cumprimento a fim de desenvolver a segunda parte da abordagem da interação dinâmica entre cortes. Os achados permitem concluir que as cortes possuem capacidade de agência e que o SCS é uma arena de disputa sobre quem dá a ultima palavra, aonde as cortes tentam reafirmar sua autoridade e legitimidade perante o cenário nacional e internacional, sendo o cumprimento da sentença, um resultado secundário desta disputa; e sugere que se a CorteIDH quiser melhorar seu desempenho, precisa observar as posturas que as cortes domésticas assumem nesta fase.

  • FLAVIA DO AMARAL VIEIRA
  • DIREITO INTERNACIONAL EM MOVIMENTO: MECANISMOS DE RESPONSABILIZAÇÃO DE EMPRESAS TRANSNACIONAIS POR VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS

  • Data: 06/12/2021
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  • Nesta tese, investigo como operam as empresas transnacionais - especialmente no Sul Global - e a normatização desta atuação, através do direito internacional, da colonialidade, e do neoliberalismo, e as dinâmicas dos movimentos por direitos humanos que tensionam essas relações de poder. Exploro o conflito entre duas linguagens de direitos humanos, a partir dos dois tipos de propostas de responsabilização destas empresas com relação a violações de direitos humanos, as com base em instrumentos de soft law e a com base em um tratado vinculante. Analisando com profundidade essas linguagens, investiguei os desafios e os limites da produção de direitos humanos em dimensão internacional, a partir da observação das nuances operacionais da sociedade civil global na incidência pela construção de mecanismos efetivos de responsabilização corporativa por violações de direitos humanos. O enfoque é nos movimentos que incidem diretamente nas Nações Unidas na luta por um Tratado vinculante sobre o tema, assim como sobre a resistência política do Norte Global ao projeto. Nesse sentido, a tese explora o tensionamento da produção dos direitos humanos em um mundo sob governo empresarial. Verifiquei que a busca por estes recursos normativos criou o que hoje se chama genericamente de agenda de “Empresas e Direitos Humanos”, termo pelo qual vem sido reconhecida uma nova área de atuação técnica, prática e teórica no Direito. Destaco a aprovação da resolução 26/9 em 2014, hoje conhecida como “resolução do tratado”, impulsionada por Estados do Sul Global e pela sociedade civil, para em seguida analisar os sucessivos rascunhos desenvolvidos pelo Grupo de Trabalho responsável por sua negociação, e constato que as propostas não necessariamente levam em conta a geopolítica internacional e as relações históricas de imperialismo, dependência e colonialidade entre os Estados do Norte e Sul Global. Ao confrontar – ou se adequar à - o modo de produção capitalista, o debate sobre o projeto de Tratado sobre Empresas e Direitos Humanos torna-se um ponto chave deste tempo histórico, diante do anúncio de mudanças climáticas consideradas irreversíveis, e com o aprofundamento da pobreza extrema no planeta. Nesse sentido, a pesquisa buscou contribuir para as discussões relevantes em andamento, permitindo uma compreensão mais profunda das conotações e implicações das diferentes abordagens em favor da imposição de obrigações de direitos humanos às empresas.

  • FILIPE MARQUES
  • QUANDO A BRANQUIDADE ENCONTRA O CORPO NEGRO, SURGE ENTÃO O INIMIGO: Estudo Crítico sobre a presença/influência da Branquidade na violência policial

  • Data: 30/11/2021
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  • A presente dissertação trata da discussão do funcionamento da política criminal sobre corpo negro utilizando como recorte de pesquisa a violência policial. Recorre-se, portanto, ao conceito de branquidade para sustentar a hipótese da construção relacional entre corpo negro, inimigo e violência policial que advém da relação desigual fundamentada em contrato de dominação racial propostos por Charles Mills (1997;2013). Não obstante, para o desenvolvimento da resposta ao problema proposto, o percurso histórico será parte indispensável no processo argumentativo, salientando a mutabilidade do corpo negro diante das ações e propostas econômicas e políticas intergeracionais da elite branca brasileira que ainda reverberam na identidade social e são fundamentais ao modelo econômico capitalista neoliberal. Assim, discussões sobre a estética negra, negritude, democracia racial desde o processo de escravização até os dias atuais serão revisitados para salientar e servir de fio condutor para consolidação da branquidade como hipótese operacionalizadora do racismo do Estado brasileiro. Tal condição servirá para apreender que no seu gerenciamento do combate à criminalidade o estado, através da ferramentalidade da branquidade, produziu e produzirá soldados para edificar e garantir a gestão criminal mortífera contra corpos negros em razão das demandas hegemônicas. Para tal desenvolvimento se utilizará do método bibliográfico – em estado da arte -, no intuito de apresentar as categorias e propostas que permitam apresentar que a violência policial encontra na construção racial sua razão central de operacionalidade.

  • FERNANDO LOURENÇO MATOS LIMA
  • O PARADOXO HÍDRICO DA CIDADE: Uma Análise sobre o Saneamento da Região Metropolitana e a Área de Proteção dos Mananciais dos Lagos Bolonha e Água Preta

  • Data: 29/11/2021
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  • A presente dissertação objetiva analisar, sob a perspectiva jurídica, as normas jurídicas que determinam as formas de utilização de recursos hídricos e as novas regras estabelecidas pelo novo marco do saneamento básico, para saber se as regras se coadunam com a utilização e preservação dos mananciais Bolonha e Água Preta que se encontram dentro de uma unidade de conservação que não admite o uso direto dos recursos naturais. A delimitação territorial da área de estudo nos municípios de Belém e Ananindeua foi realizado por conta que são municípios limítrofes que abrigam e possuem impactos diretos na área dos mananciais. Além disso, esses são os municípios mais populosos da RMB e detém o maior quantitativo de dados sobre o saneamento básico. Para tanto, utilizou-se o método monográfico de caráter descritivo e qualitativo, sendo empregado o procedimento de pesquisa bibliográfica, documental, onde com base na investigação, analisará se é possível compatibilizar as normas de utilização dos recursos hídricos e as alterações do novo marco do saneamento, tendo em vista a preservação dos mananciais Bolonha e Água Preta que se encontram em uma unidade de conservação de proteção integral. A discussão se dividiu em três partes. Na primeira foi feita uma avaliação sobre a importância e característica dos lagos Bolonha e Água Preta para a RMB decompondo o paradoxo normativo existente. Na segunda foram estudadas as características históricas e jurídicas das UCs para confrontar e verificar o quão adequado é a APA Metropolitana de Belém e o PEUt em relação à Lei n.º 9.985/2000 que rege os espaços territorialmente protegidos. Na terceira se interpretou a possibilidade de operacionalização do novo marco do saneamento para uso dos mananciais Bolonha e Água Preta na área de unidade de conservação de proteção integral. Como resultado da pesquisa se concluiu existir um paradoxo normativo com legislações dispares para um mesmo espaço socioterritorial que se compatibilizam com o abastecimento de água na região, porém são incompatíveis com o novo marco legal do saneamento.

  • DIOGO BAPTISTA SIMOES
  • ASPECTOS ESTRUTURAIS DA INSPEÇÃO DO TRABALHO NO BRASIL E O COMBATE À ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA: UMA ANÁLISE DO TRABALHO ESCRAVO NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 26/11/2021
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  • O presente trabalho investiga a razão da redução do número de casos de trabalho análogo ao de escravo urbano, em especial no ramo da atividade da construção civil, em cotejo com a realidade estrutural da fiscalização trabalhista, com foco no trabalho dos auditores fiscais do trabalho. A partir do método de pesquisa monográfico, pesquisa bibliográfica, documental, a pesquisa busca analisar e comparar a influência da atomização institucional, especialmente pelos dados atuais do radar da inspeção do trabalho, e consequentes problemas sociais e ausência de políticas públicas. No mesmo sentido, buscar-se-á um estudo histórico/conceitual sobre a importância da devida estrutura necessária dos órgãos institucionais que combatem o trabalho análogo ao de escravo, partindo-se dos conceitos iniciais sobre o tema, até a possível materialização e aplicação prática dos direitos humanos. Portanto, por meio da presente pesquisa e seus resultados, busca-se um olhar sobre o impacto causado pelo sucateamento dos órgãos de fiscalização trabalhista, suas consequências e a necessidade de uma estrutura digna aos atores institucionais com vistas à efetividade nas fiscalizações e consequente proteção ao trabalhador, vítima da escravidão contemporânea.

  • TATIANE RODRIGUES DE VASCONCELOS
  • TERRA DE NINGUÉM .... O que será do PAE Santo Afonso com a implantação do Terminal Portuário de Uso Privado – TUP Abaetetuba? 

  • Data: 23/11/2021
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  • A pesquisa tem como referencial o reconhecimento do direito ao território para povos e comunidades tradicionais no Projeto Agroextrativista Santo Afonso, localizado na da ilha Xingu, no município de Abaetetuba/PA, no âmbito do Programa Nacional de Reforma Agraria através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-Incra em parceria com a Secretária do Patrimônio da União. Para identificar os caminhos ao reconhecimento de direitos para povos e comunidades tradicionais, a pesquisa perpassa pelos indicadores da criação do assentamento, inclusive, descreve a esparsa legislação. O objeto de análise é o enfrentamento de lutas e resistências das populações ribeirinhas na instalação do empreendimento portuário identificado como Tup-Abaetetuba-PA de propriedade da empresa Cargill no PAE Santo Afonso. O estudo apresenta a caracterização do PAE Santo Afonso no que diz respeito ao modo de vida ribeirinho e as adequações normativas, desde as Portarias de implementação, além do reflexo da Lei nº13.465/2017, com o Decreto Regulamentador nº 9.311/2018. No que diz respeito à metodologia o estudo teve um direcionamento qualitativo e quantitativo utilizandose de multimétodos, incluindo observação direta, grupos focais e sugestão de entrevistas participante. Os sujeitos da pesquisa foram os ribeirinhos da Comunidade Vilar, Xingu e outros da Associação do PAE Santo Afonso. Os dados qualitativos foram analisados a partir das referências bibliografias, documento de constituição do PAE, e da pesquisa de campo. Assim, com base nas análises de materiais coletados constata-se que o local é legalmente um Projeto Ambientalmente Diferenciado e os sujeitos que habitam no local lutam e resistem na tentativa de manutenção de moradia digna.

  • DEBORA DA SILVA VIEIRA
  • A LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA ATIVA NEGOCIAL NA TUTELA COLETIVA

  • Data: 17/11/2021
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  • A presente pesquisa objetiva repensar o instituto da legitimidade ativa na tutela coletiva, questionando a possibilidade de negociação processual sobre a legitimidade extraordinária na tutela coletiva. Trata-se de temática que busca investigar o afã perseguido pelo atual sistema processual brasileiro: a capacidade de colaboração de todos os sujeitos processuais, inclusive os que venham a se tornar por meio de convenções processuais. Para o desenvolvimento da pesquisa, localiza-se criticamente a legitimidade na teoria geral do processo, visando demonstrar a necessidade de uma perspectiva dinâmica e contemporânea sobre o instituto. Trata-se de premissa necessária para a afirmação de que a cláusula geral de negociação atípica, disposta no art. 190 do CPC, cumulada com a mudança redacional do termo “lei” para “ordenamento jurídico” no art. 18 do Código, permite que seja celebrado negócio jurídico processual que verse sobre a legitimidade ativa, inclusive na tutela coletiva. Considerando esse contexto, bem como as diretrizes referentes à negociação processual atípica, busca-se criar o sustentáculo para testar a hipótese central colocada na presente pesquisa, a qual referese à possibilidade de negociação jurídica processual sobre a legitimidade extraordinária coletiva, de tal modo que não implique, diretamente, na ampliação do rol legal de legitimados ativos, mas tão somente a interpretação dos dispositivos legais. Trata-se de hipótese a ser confirmada, não propriamente em razão da interpretação doutrinária e legal do ordenamento, mas sobretudo porque os conflitos dirimidos em sede de tutela coletiva demandam atitude colaborativa dos sujeitos envolvidos endo e extraprocessualmente, de modo que se entende que a tutela coletiva brasileira alcançou estágio de maturidade capaz de proporcionar a revisitação de seus institutos basilares, no caso, a legitimidade. Busca-se, portanto, lançar luzes contemporâneas sobre a legitimidade coletiva, a partir do estudo dos negócios jurídicos processuais

  • DANIEL FRAIHA PEGADO
  • Benefícios fiscais de ICMS em (des)acordo com o ordenamento jurídico brasileiro: análise da Lei Complementar n. 160/2017 à luz das normas com feições federativas, democráticas e republicanas prescritas na Constituição Financeira 

  • Data: 11/11/2021
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  • Como definimos se uma lei é boa ou má? Lastreados nas lições de Thomas Hobbes, podemos afirmar que as leis são boas quando expressam convergência entre os interesses do Estado e da Sociedade. Em nosso Estado de Direito, podemos dizer que boa é a lei que nasce democrática e revela-se – efetivamente – republicana. Isto é, a lei aprovada – nos termos da ordem constitucional – pelos representantes do povo e cujos efeitos aderem aos objetivos fundamentais edificadores da Federação brasileira. Boa, portanto, é a lei que segue o espírito da Constituição. Este é, pois, o desafio deste trabalho. Analisarmos em que medida os enunciados normativos sobre benefícios de ICMS, dispostos na LC n. 160/2017, são compatíveis com as normas com feições federativas, democráticas e republicanas construídas a partir da Constituição Financeira. Nossa pesquisa tem propósito exploratório, abordagem qualitativa e natureza aplicada. Adotamos o método dedutivo para guiar nossa investigação que se pauta na aplicação de procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica e documental. Nessa trilha, em nosso primeiro capítulo buscaremos precisar de que maneira as disposições normativas com feições federativa, democrática e republicana vinculam a interpretação e a aplicação das normas extraídas da Constituição Financeira e conformam o estado ideal de coisas que estruturam e organizam o Estado de Direito Fiscal Federativo, Democrático e Republicano brasileiro. Já no segundo capítulo desta pesquisa, a partir compreensão construída sobre as normas com feições federativas, democráticas e republicanas, identificaremos os limites – adjetivos e substantivos – estabelecidos no ordenamento jurídico brasileiro para concessão de benefícios de ICMS em conformidade com as normas prescritas na Constituição Financeira. Por fim, em nosso terceiro capítulo indicaremos o nível de aderência do regime jurídico, peculiar e excepcional, de convalidação dos efeitos dos benefícios fiscais de ICMS, reconhecidos e publicizados pelos Estados e pelo Distrito Federal, em desacordo com a Constituição de 1988.

  • ADRIAN BARBOSA E SILVA
  • A ILUSÃO DO CONTROLE DAS DROGAS: GUERRA ÀS DROGAS E ECONOMIA POLÍTICA DO CONTROLE SOCIAL

  • Data: 29/10/2021
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  • A presente tese confronta a temática do controle social na guerra às drogas. Em seu percurso metodológico, que conjuga as técnicas bibliográfica e documental à dialeticidade ancorada no empírico (método geral), retoma a discussão em torno do conceito de controle social para avaliar seu potencial heurístico de análise do objeto pesquisado (controle social das drogas). Ao se realizar um diagnóstico nacional a partir da revisão de literatura (penalismo e criminologia), e constatar a ausência de um debate consolidado, propõe aproximação problematizadora, em dimensão negativa (desconstrução ou crítica do controle social) e positiva (reinvenção ou controle social revisitado) em face das particularidades do contexto situado. Dessa forma, busca impulsionar a oxigenação sociológica da criminologia crítica (referente), desde uma perspectiva interacionista-materialista (metodologia específica) aberta à interdisciplinaridade, forjando-se uma aproximação conceitual fundada nas relações de poder (controle social interseccional), de Mead a Marx e Foucault (e Mbembe), desde aportes de gênero, raça e classe e, por conseguinte, nas hierarquias do capitalismo neoliberal e nos vínculos de dependência global. Toma-se o proibicionismo como case de estudo, ante a necessidade de recorte e de sua singular relevância para compreensão das questões criminal e social. Visando a testar a viabilidade de sua hipótese – que, à luz dos contributos da economia política da pena, leva a crer que as estratégias de controle social das drogas se coadunam às transformações do modo hegemônico de produção –, e as relações dela decorrentes (objetivo geral), a investigação se divide em quatro momentos (objetivos específicos): inicialmente (1o capítulo), questiona-se os limites do campo jurídico para compreensão do fenômeno e o papel da visão hegemônica construída em pesquisas sobre consumo, produção e comércio de drogas no Brasil para a manutenção de um “colaboracionismo acadêmico” securitário e defensivista, traçando-se, em reação, as balizas para uma sociocriminologia (crítica) sobre drogas e controle social; em seguida (2o capítulo), reconstrói-se o debate em torno do controle social, propondo-se uma leitura atualizada sobre o assunto, para então (3o capítulo) situar o controle social no âmbito da crítica da economia política, historicizando-o na estrutura social brasileira e em seu modo de produção e, enfim, o desenvolvimento do proibicionismo à brasileira, em ambos os aspectos, tanto a nível internacional quanto doméstico, da colônia à democracia; e, por fim, but not least (4o capítulo), desvela-se a microfísica e a macrofísica da guerra às drogas, como forma de se compreender as dimensões das relações de poder que fundam as (e quais) estratégias de controle social das drogas no atual estágio de acumulação de capital no país e, como questão de fundo, o próprio sentido do “fracasso” (e das “alternativas” a ele propostas) da war on drugs. Pretende-se, em última análise, edificar o criticismo preconizando o horizonte de uma economia política do controle social das drogas propositiva da rediscussão da metáfora da guerra à luz da soberania do capital. Trata-se de um esforço intelectivo possível para compreensão e transformação emancipatória da realidade social da multidão periférica alvo prioritário das estratégias de controle bio e necropolítico na atual ordem social.

  • ANA PAULA LIMA MONTEIRO
  • SUJEITOS SURDOS NA ESCOLA: ENTRE A INCLUSÃO FORMAL E A EXCLUSÃO REAL

  • Data: 20/10/2021
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  • O presente estudo tem como principal objetivo abordar a inclusão formal dos sujeitos surdos em escolas públicas, com base na Teoria das Representações Sociais, particularmente na perspectiva estrutural das representações. Para tanto, os objetivos específicos descrevem o processo de construção das representações partilhadas na história da escolarização das pessoas surdas, nos principais documentos nacionais e internacionais relativos aos direitos dos surdos e nos estudos empíricos realizados, em sua maioria, com professores das escolas regulares. Com base na Teoria do Núcleo Central, é possível concluir que as mudanças ocorridas na legislação brasileira, com a finalidade de incluir os surdos nas escolas em condições de igualdade com os demais alunos, constitui mudanças apenas no plano jurídico, as quais se desenvolvem no subsistema periférico, o que não altera a estabilidade do núcleo central das representações sociais dos surdos, pautadas na incapacidade, inaptidão e desqualificação de ocupar os espaços coletivos. Isso significa que, apesar de todos os avanços jurídicos, e a criação de um sistema de proteção jurídica especial, os surdos continuam excluídos, dado que, as mudanças formalmente constituídas no subsistema periférico não são suficientes para alterar os elementos cognitivos estabilizados no núcleo central. Assim, a educação fundamentada no respeito às diferenças linguística e cultural dos sujeitos surdos deve ser continuamente promovida, a fim de modificar as percepções sociais acerca deste grupo vulnerável, principalmente, nas escolas. A pesquisa utilizou-se de documentos nacionais e internacionais, bem como de livros e trabalhos publicados em periódicos nacionais qualificados sobre o tema.

  • ANA CAROLINA ALVES LOPES
  • A NEGOCIAÇÃO COLETIVA DOS TRABALHADORES DE PLATAFORMA DIGITAL SOB DEMANDA VIA APLICATIVO À LUZ DO TRABALHO DECENTE

  • Data: 28/09/2021
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  • A presente pesquisa foi realizada com o objetivo de analisar de que forma a negociação coletiva dos trabalhadores de plataforma digital sob demanda via aplicativo poderia ser um instrumento viável a ser utilizado pelos trabalhadores à luz da concepção do trabalho decente. Para tanto, buscou-se o estudo doutrinário acerca do conceito e concepção histórico-jurídica do trabalho decente e da negociação coletiva do trabalho. Analisou-se a possibilidade de realização da negociação coletiva e sua intrínseca correlação com a persecução por um trabalho mais decente para os trabalhadores. A presente pesquisa investigou ainda o cenário atual dos trabalhadores de plataforma digital, dando ênfase para o labor sob demanda via aplicativo. Foi realizada uma averiguação acerca da situação jurídica dos trabalhadores de plataforma digital sob demanda via aplicativo no Brasil, tendo sido examinados os Projetos de Lei pertinentes e jurisprudências do Tribunal Superior do Trabalho. Foram apresentados na presente pesquisa também, decisões judiciais e legislações importantes de outros países sobre a condição jurídica dos trabalhadores de plataforma digital. A presente pesquisa seguiu o método dedutivo, uma vez que o tratamento e a interpretação da bibliografia levantada se deram por meio da análise de conteúdo, em um processo interativo, no intuito de buscar explicar o fenômeno estudado. Os resultados da pesquisa evidenciaram que, apesar das dificuldades práticas encontradas no contexto dos trabalhadores de plataforma digitais sob demanda via aplicativo no Brasil, tais como sua indeterminação de natureza jurídica e, consequentemente, dos direitos assegurados, bem como, da fragmentação dos trabalhadores e diversidade de perfis e, ainda, da dificuldade deles de auto reconhecimento como uma categoria, já é possível vislumbrar uma importante mobilização coletiva dos mesmos, tanto em redes sociais, como na formação de grupos e associações profissionais, e ainda, na criação de diversos sindicatos pelo Brasil. Demonstrando assim, o intuito dos trabalhadores de ganharem maior visibilidade e apoio e, consequentemente, poderem negociar coletivamente com as plataformas digitais. Concluiu-se positivamente pela hipótese levantada na presente pesquisa, onde a negociação coletiva parece indicar ser um caminho viável para a consecução do trabalho decente dos trabalhadores de plataforma digital sob demanda via aplicativo no Brasil, sob dois principais aspectos: pela liberdade do exercício da autonomia privada coletiva per se e pelo fortalecimento negocial para promoção tanto do reconhecimento como da aplicação de direitos e melhores condições laborais.

  • JULIANA COELHO DOS SANTOS
  • DO DÉFICIT HABITACIONAL À MORADIA DIGNA: um estudo acerca da viabilidade de uma política de locação social no ordenamento jurídico brasileiro

  • Data: 24/09/2021
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  • A presente pesquisa apresenta uma reflexão acerca da política da locação social como
    instrumento de acesso à moradia digna, levando-se em consideração o aumento do déficit
    habitacional no Brasil ao longo dos últimos anos. O objetivo geral da pesquisa é analisar se a
    criação e promoção de uma política de locação social podem reduzir o déficit habitacional e
    garantir o acesso da população brasileira de baixa renda à moradia digna. Para tanto, realiza
    uma análise a respeito da situação atual da moradia no Brasil, com base no estudo do
    fenômeno do déficit habitacional, destacando-se os dados atuais, assim como os contrastes e
    problemas sociais decorrentes dessa problemática. Do mesmo modo, apresenta uma análise do
    direito à moradia digna, visando uma ampla compreensão quanto ao seu conceito e estrutura.
    Avalia o modelo de política habitacional adotado no país, sobretudo no que se refere às
    medidas adotadas pelo poder público para atender a demanda por moradia das camadas
    sociais mais necessitadas. O estudo resultou na constatação teórica quanto à viabilidade da
    implementação e consolidação de uma política de locação social no ordenamento jurídico
    brasileiro, como forma de enfrentamento ao déficit habitacional e de acesso da população de
    baixa renda não apenas ao direito à moradia digna, mas também ao direito à cidade. Com os
    resultados da pesquisa, espera-se contribuir para a reflexão acerca da necessidade de se adotar
    a locação social e outras medidas alternativas aos programas sociais de provisão da casa
    própria, eis que se mostraram insuficientes para assegurar uma habitação digna à população
    de baixa renda. A metodologia utilizada baseia-se no método dedutivo e em pesquisa
    bibliográfica e documental.

  • ARTHUR PORTO REIS GUIMARAES
  • FEDERALISMO FISCAL DA DÍVIDA PÚBLICA E O STF: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO MS nº 34.023 E DA ACO nº 3363

  • Data: 20/09/2021
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  • Descreve o sistema de federalismo fiscal da dívida pública a partir da Constituição Federal de 1988 e investiga o papel do STF nos conflitos interfederativos envolvendo a dívida pública dos Estados membros, tendo como estudo de caso o MS nº 34.023 e a ACO nº 3363.

    Objetivo geral

    Descrever o sistema de federalismo fiscal da dívida pública a partir da Constituição Federal de 1988 e investigar o papel do STF nos conflitos interfederativos envolvendo a dívida pública dos Estados membros, tendo como estudo de caso o MS nº 34.023 e a ACO nº 3363.

    Objetivos específicos

    a) Apresentar e analisar o desenho constitucional do federalismo fiscal da dívida pública na Constituição de 1988, com ênfase na exposição das funções e relações federativas desempenhas pela União, Senado e entes subnacionais.

    b) Entender o processo de reversão do federalismo fiscal cooperativo e solidário através da política econômica promovidas pela União, com alterações constitucionais que afetaram a distribuição de recursos aos Estados membros.

    c) Analisar como a dinâmica do federalismo da dívida pública tensiona as relações governamentais no Brasil.

    d) A partir de um estudo de caso, avaliar como as decisões do STF nos conflitos interfederativos modificaram o federalismo fiscal da dívida pública.

  • CYNTHIA FERNANDA OLIVEIRA SOARES
  • JUSTIÇA RESTAURATIVA: ampliando suas fronteiras para o direito de família

  • Data: 14/09/2021
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  • Os conflitos familiares são complexos e estão crescendo de forma escalonada relacionados a diversos aspectos, como psicológicos, comportamentais, morais, culturais e econômicos, acarretando a massificação da judicialização em virtude de os atores envolvidos não conseguirem chegar a uma resolução consensuada. Este fato ainda gera a possibilidade de outras condutas advindas da ausência deste consenso com consequências, inclusive de caráter criminal. Esta pesquisa objetivou verificar a possibilidade de aplicabilidade de Justiça Restaurativa nas conflitualidades de Direito de Família judicializadas ou não, observando suas especificidades para que a metodologia fosse aplicada de forma satisfatória. Como metodologia optou-se pela pesquisa empírica qualitativa com interpretação hermenêutica, na fase das intervenções de justiça restaurativa nos casos concretos, aplicou-se o método do círculo de construção de paz, conforme metodologia descrita por Pranis (2011). Primeiramente, realizouse um levantamento bibliográfico-documental a respeito de justiça restaurativa, aos conflitos familiares, às práticas restaurativas, aos projetos e à política legislativa. Em seguida, a escolha dos casos para que fossem realizadas as intervenções, sendo selecionados casos de conflito familiar que estavam sobre responsabilidade do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da Universidade Federal do Pará (UFPA); do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) de Belém, através da 4ª e 5ª vara de família; Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC), e do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) da Capital e de Ananindeua, totalizando 14 intervenções. As quais seguiram as seguintes etapas: pré-círculo, círculo de construção de paz e o pós-círculo, quando possível. Após a análise das intervenções, tivemos como resultado: cinco casos restaurativos; quatro casos parcialmente restaurativos; e cinco casos não restaurativos. Diante do exposto, observase que a resolução de conflitualidades familiares por meio de Justiça Restaurativa é plenamente possível e até recomendável, proporcionando aos atores envolvidos a oportunidade de chegar a uma solução consensuada, humanizada e democrática, com base no diálogo e na escuta ativa, possibilitando um ambiente seguro para a discussão sobre assuntos difíceis e dolorosos que atenda às necessidades das partes, gerando obrigações em relação aos danos causados, fazendo com que assumam suas responsabilidades

  • CLEILANE SILVA DOS SANTOS
  • REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO:UMA ANÁLISE DA LEI 13.465/2017

  • Data: 13/09/2021
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  • A Lei 13.465/2017 reconheceu expressamente a possibilidade de regularização
    fundiária urbana em unidades de conservação de uso sustentável, estabelecendo a
    obrigatoriedade de estudos técnicos ambientais que justifiquem a melhoria ambientais
    em relação a situação de ocupação informal anterior. Considerando a tipologia e
    objetivos das unidades de conservação de uso sustentável, trata-se de norma que
    incide sobre direitos de populações tradicionais e não tradicionais. As unidades de
    conservação, enquanto áreas protegidas, são reconhecidas legalmente como uma
    das principais estratégias de conservação da biodiversidade. Todavia, no que tange
    ao meio ambiente urbano da Amazônia, as unidades de conservação passam a ter
    especial relevância por também serem responsáveis pela proteção do meio ambiente
    que se efetiva através da qualidade da vida humana pautada na preservação da
    cultura, sobretudo, para o caso de populações tradicionais. Assim, o tema da
    regularização fundiária urbana em unidades de conservação adquire relevância por
    ser um dos principais meios para consecução da efetividade do direito à cidade para
    o meio ambiente urbano da Amazônia, o que enseja uma análise holística das normas
    legais que incidem sobre o ambiente da cidade e do direito à moradia a partir de uma
    perspectiva nacional e internacional. Nesse sentido, a análise, demonstra que a
    regularização fundiária urbana em unidades de conservação de uso sustentável, a
    partir dos termos da Lei 13.465/2018, não se adequa como instrumento eficaz para
    consecução do direito à cidade na Amazônia, ainda que para área de proteção
    ambiental, na qual as atividades que deverão ser desenvolvidas no meio ambiente,
    também deverão ser reguladas em consideração a importância da vida humana e da
    cultura como condição para efetivação do meio ambiente urbano da Amazônia.

  • THIAGO VASCONCELLOS JESUS
  • A NEGOCIAÇÃO AUTOCOMPOSITIVA EM CONFLITOS ENVOLVENDO O PODER PÚBLICO: O CASO DA CÂMARA DE NEGOCIAÇÃO, CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO PARÁ COMO INSTRUMENTO DE CONCRETIZAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS.

  • Data: 13/09/2021
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  • O objetivo geral da presente pesquisa é investigar a possibilidade de negociação autocompositiva em conflitos envolvendo o Poder Público, questionando-se a litigância excessiva e habitual nos tribunais, a partir de método dedutivo e procedimento comparativo, com técnica bibliográfica e pesquisa colaborativa com os Coordenadores das Câmaras autocompositivas de outros estados que já implementaram a autocomposição. Pretendeu-se identificar os possíveis benefícios do diálogo racional persuasivo, do sistema multiportas e da negociação autocompositiva como possíveis instrumentos de satisfação das necessidades humanas, de prevenção e de solução de conflitos. Em seguida, indicam-se o direito a procedimentos e o direito de acesso à justiça como espécies de direitos fundamentais que devem ser assegurados pelo Estado, inclusive, pelos procedimentos autocompositivos para a solução de conflitos. Questionam-se a indisponibilidade e o interesse público com uma possível ressignificação conceitual a partir do Estado Democrático de Direito, que respeite o princípio da dignidade da pessoa humana e que assegure os direitos e garantias fundamentais, entre outros, o acesso à justiça, a eficiência e o princípio democrático. Faz-se um cotejo entre a litigância excessiva e habitual nos tribunais e a autorregulação para a concretização, abordando-se a teoria da concretização, com a especificação dos seus elementos. Busca-se contextualizar e apresentar as premissas procedimentais, os princípios e as fases da autocomposição, bem como o Programa de Negociação de Harvard, como possível caminho procedimental de negociação autocompositiva. Avalia-se a autocomposição no âmbito do Estado do Pará, notadamente a Câmara de Negociação, Conciliação, Mediação e Arbitragem da Administração Pública Estadual do Pará, criada pela Lei Complementar n.o 121/2019, e os critérios de submissão à Câmara, o treinamento da chefia, uma pesquisa colaborativa com os coordenadores das Câmaras dos estados do Pará, Pernambuco, Alagoas, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além de um estudo comparativo numérico com o Estado do Rio Grande do Sul, o primeiro a implementar a Câmara estadual autocompositiva. O resultado geral da pesquisa indica a possibilidade e a progressão contínua da negociação autocompositiva no âmbito do Estado do Pará, incentivada pela criação da Câmara de Negociação, Conciliação, Mediação e Arbitragem da Administração Pública Estadual vinculada à Procuradoria-Geral do Estado do Pará, como instrumento de acesso à justiça. Recomenda-se a capacitação dos negociadores e a efetiva utilização de técnicas de negociação para aumentar as chances de satisfação dos interesses e necessidades dos envolvidos no conflito, com a conclusão e o adimplemento dos acordos, especialmente em casos de maior complexidade, ainda que os conflitos submetidos à Câmara de Negociação, Conciliação, Mediação e Arbitragem sejam majoritariamente demandas de massa e/ou de menor complexidade.

  • ELIDA DE CASSIA MAMEDE DA COSTA
  • RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS À PESSOA DECORRENTES DA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS NA ATIVIDADE AGRÁRIA: estudos teórico e jurisprudencial de decisões dos Tribunais de Justiça dos Estados brasileiros

  • Data: 25/08/2021
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  • Esta tese avalia a responsabilidade civil de usuários de agrotóxicos no Brasil diante de danos à pessoa que esta atividade efetiva e potencialmente provoca. O objetivo central é analisar os aspectos doutrinário e jurisprudencial atinentes à responsabilidade civil por aplicação de agrotóxicos que resultam em danos à pessoa. Para elaborar a análise da situação, este trabalho empregou primeiramente pesquisa teórica e qualitativa a partir de levantamento bibliográfico e da legislação referente a agrotóxicos e responsabilidade civil, enquanto a segunda etapa envolveu pesquisa documental quali-quantitativa de julgados dos tribunais de justiça dos estados brasileiros. O resultado do referencial teórico aponta para necessidade de consideração e avaliação das seguintes funções da responsabilidade civil: reparatória/compensatória, punitiva, preventiva e precaucional, bem como da consideração da aplicação de agrotóxicos como estado de danosidade e/ou dano de conduta, associado à noção de causalidade jurídica ou normativa, presunção de causalidade, responsabilidade pressuposta e aplicação da teoria do risco integral – tendentes a embasar as respectivas responsabilidades. A pesquisa de jurisprudência demonstrou que no Brasil a tendência é que o Poder Judiciário não imponha responsabilidade civil aos usuários de agrotóxicos se não estiverem presentes os elementos comprobatórios de dano direto e imediato e nexo causal nos termos das teorias generalizadoras e individualizadoras de causalidade. A conclusão é que no Brasil o evoluir doutrinário não segue acompanhado do evoluir da decisão judicial, ante a observada dificuldade de imposição judicial de responsabilidade civil pela aplicação de agrotóxicos. Dificuldade aliada à atual tendência legislativa de facilitar desde o registro para fabricação, produção, armazenamento, transporte, distribuição, comercialização e aplicação do produto – o que culmina na disseminação da aplicação irrestrita de agrotóxicos nas lavouras, e possibilita a ampliação de danos agroambientais. Assim, há necessidade de reforço à proteção agroambiental por meio de rigorosas restrições legais e a consequente amplitude do reconhecimento de responsabilidade civil nos julgados, a fomentar a aplicação responsável de agrotóxicos.

  • JANAINA VIEIRA HOMCI
  • OS LIMITES DO CONSENTIMENTO NA PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS DE CONSUMO

  • Data: 18/08/2021
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  • Com avanços da tecnologia da informação, a própria relação consumerista sofreu transformações. O que antes estava centrado na figura do consumidor e fornecedor na ação direta, seja na compra de um produto ou na contratação de um serviço, viu-se a reconfiguração dos agentes pela própria estrutura mercadológica da economia de dados pessoais. Através das suas próprias informações pessoais, o destinatário final torna-se a matéria-prima, uma vez que a coleta, tratamento e utilização de dados pessoais possibilitará o direcionamento publicitário, e, consequente, assédio de consumo, tendo maior propensão ao ato de consumir. A assimetria relacional, configurada pelas vulnerabilizantes observadas nesse contexto, reconfigura o sentido do consentimento. Apesar de não ser a única base autorizativa admitida para o tratamento de dados pessoais, seu concreto protagonismo impõe limitações, o que exsurge a busca da efetiva proteção do consumidor inserido nesse contexto. Assim, a pesquisa divide-se em seis seções, com duas partes bem definidas: a segunda e terceira seção destinam-se ao diagnóstico da relação de consumo de dados pessoais, analisando desde aspectos objetivos do tratamento de dados em si, aos direitos do consumidor, especialmente o reconhecimento da(s) vulnerabilidade(s), a multiformidade do conceito da privacidade, a autonomia de vontade, proteção de dados pessoais como Direito Fundamental e a liberdade para, através do diálogo entre fontes – Código de Defesa do Consumidor e Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - entender a responsabilização por uso indevido de dados e, diante da caracterização do estado de danosidade, buscar a tutela preventiva através do compartilhamento da autoridade política, com destaque o empoderamento, a atuação, ora mediadora e punitiva, do Estado, e a formulação de uma política de governança pelos fornecedores, especialmente em observância ao compliance, Privacy by Design e Accountability, onde a própria legislação estabelecerá um ambiente solidário para uma arquitetura de rede com estratégias tecnológicas e de regulação cuja privacidade figura como elemento central.

  • SHAYANE DO SOCORRO DE ALMEIDA DA PAIXAO
  • PRECEDENTES VINCULANTES NO MODELO CONSTITUCIONAL DE PROCESSO

  • Data: 18/08/2021
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  • O trabalho analisa os precedentes vinculantes no Código de Processo Civil de 2015 (CPC), especialmente os precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF). Investiga-se a vinculação formal dos precedentes, a partir da sua disposição no Código de Processo Civil, buscando compreender como isso pode revelar a defesa da vinculação apenas por um critério de autoridade da Corte que proferiu a decisão. Esse critério de autoridade, embora importante, não deve ser analisado de forma isolada, sob pena de retomar argumentos que remetem ao empirismo jurídico, corrente teórica que oferece subsídios para decisões desprovidas de fundamentos jurídicos legais. Além disso, considerando a necessária leitura do processo a partir de um modelo constitucional, a preocupação com a comparticipação dos sujeitos deve ter especial atenção quando se analisam os precedentes do STF. No trabalho, os precedentes são considerados como princípios que operam a partir da sua força gravitacional, o que conduz a sua aplicação gradual, segundo critérios formais, mas também materiais, de modo que a autoridade da Corte é apenas um deles e não o único. A prática deliberativa do STF é um ponto determinante na análise da força gradual dos precedentes.

  • RAFAELA GONCALVES BACELAR
  •   O Conteúdo do Direito à Liberdade de Expressão na Jurisprudência do STF

  • Data: 17/08/2021
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  • A presente dissertação tem por objetivo identificar o conteúdo do direito à liberdade de expressão desenvolvido pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, buscando analisar, a partir do método indutivo e da pesquisa de jurisprudência, seus fundamentos, justificativas e limites ao seu exercício. Para tanto, a pesquisa foi dividida em três capítulos. No primeiro, analisamos os acórdãos do Supremo sobre o direito em comento, os quais foram agrupados conforme categorias de discurso, identificando-se os parâmetros argumentativos adotados por seus ministros e as tendências de julgamento. No segundo capítulo apontamos as discussões teóricas que permeiam a liberdade de expressão, a fim de verificar a sua relação com o desenvolvido na jurisprudência e, por conseguinte, identificar o conteúdo do direito. A partir dessas premissas, identificamos uma moldura central argumentativa da Corte dotada de caráter abstrato e genérico, possibilitando a existência de julgados com divergências entre os ministros. Por fim, no último capítulo, analisamos a existência de fatores externos e internos que podem influenciar a postura decisória do STF e, como consequência, a construção jurisprudencial sobre liberdade de expressão, indicando outros campos investigativos para complementar as hipóteses encontradas. Como conclusão, destacamos que, não obstante haja uma moldura central argumentativa, há flexibilidade interpretativa em suas decisões, permitindo que casos judiciais posteriores sejam solucionados com base em critérios distintos dos seus precedentes.

  • JOSE EDILSIMO ELIZIARIO BENTES
  • REPRESENTAÇÃO ADEQUADA NAS AÇÕES COLETIVAS: Controle jurisdicional no Poder Judiciário Trabalhista

  • Data: 09/08/2021
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  • A presente tese tem por objetivo central a proposta sobre a possibilidade de controle jurisdicional da adequada representação dos legitimados para as ações coletivas de competência da Justiça do Trabalho. O assunto é controvertido tanto na doutrina como na jurisprudência. A razão dessa divergência é porque a legislação brasileira (CDC e LACP) prevê expressamente os entes públicos e privados que têm legitimidade para ajuizar ação coletiva em defesa de direitos de grupo ou de classe ou de algum segmento da sociedade. Por causa dessa previsão legal, o magistrado brasileiro, em tese, não tem nada a fazer a não ser aceitar o legitimado eleito pelo microssistema do processo coletivo no Brasil, ainda que esse legitimado seja incompetente e negligente na condução do processo. A ideia deste trabalho é contrária a esse entendimento. Porém, o estudo se concentra nas ações coletivas que são ajuizadas na Justiça do Trabalho, tutelando direitos individuais homogêneos de trabalhadores. Para isso, demonstra-se as tentativas que já foram feitas no sentido de normatizar a matéria, criando normas estabelecendo, de modo expresso, a possibilidade de o magistrado controlar e decidir sobre a representação adequada do legitimado. Para possibilitar a conclusão pretendida, é feito um levantamento da legislação pertinente com o intuito de firmar o entendimento no sentido de que o magistrado brasileiro, mesmo na ausência de norma expressa, já está autorizado a controlar (de lege lata) a representação para as ações coletivas, mesmo que essa outorga seja limitada a determinados legitimados. Após a definição da natureza jurídica da representação adequada, que não se confunde com a natureza da legitimidade, e tendo por base o que dispõe a Constituição e o Código de Processo Civil, é possível dizer que esse controle pode ser ampliado. A inspiração para essa investigação teve por respaldo o tratamento que é dado pelo direito comprado, em especial o direito norteamericano, que serve de modelo para os sistemas jurídicos de outros países interessados no estudo e no desenvolvimento do processo coletivo. Ao final, a tese firma o seu entendimento, relacionando os fundamentos legais, jurisprudenciais, doutrinários e principiológicos que permitem que o magistrado brasileiro em geral, e do trabalho em particular, possa fazer com firmeza o controle da representação que é exercida pelos entes legitimados pela legislação para o ajuizamento de ações coletivas. Além da legislação processual que já existe, o ponto central dos fundamentos é o princípio constitucional do devido processo legal, tanto em seu sentido substancial como no procedimental, com ênfase aos princípios ou deveres de razoabilidade e proporcionalidade como fatores de um processo adequado e justo. Por meio desse controle o magistrado vai aferir e decidir, com base nos elementos necessários, se a representação é adequada para aquele caso concreto.  

  • VICTÓRIA MEDEIROS DE REZENDE
  • VIOLÊNCIA SEXUAL EM CONFLITOS ARMADOS NO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL: uma leitura feminista interseccional

  • Data: 06/07/2021
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  • A violência sexual perpetrada em conflitos armados é um problema antigo, durante muito tempo naturalizado, considerado subproduto ou efeito inevitável do respectivo contexto. A adoção do Estatuto de Roma em 2002, que criou o Tribunal Penal Internacional permanente (TPI), foi importante marco no direito internacional, vez que incluiu violências sexuais enquanto crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio. Partindo de referencial feminista interseccional, nosso objetivo geral é analisar em que medida o TPI incorpora abordagem interseccional no julgamento de casos de violência sexual em conflitos armados. Para isso utilizamos metodologia bibliográfica, na construção de nosso aporte teórico, predominantemente a partir de obras e artigos científicos de autoras feministas, e documental, referente à análise das sentenças do TPI, desde uma perspectiva feminista interseccional. No primeiro capítulo, situamos o problema da violência sexual em conflitos armados e contextualizamos a interseccionalidade nas epistemologias feministas. No segundo, discutimos sobre os estereótipos que cercam as violências sexuais e sua reprodução no campo social, no contexto dos conflitos armados e no âmbito jurídico. No terceiro, nos dedicamos à leitura dos casos selecionadas do TPI. De forma geral, ainda existe narrativa majoritária de que as mulheres são incluídas nos conflitos armados apenas como civis e vítimas de violência sexual, enquanto homens são soldados e agressores. Porém, contra-narrativas são identificadas, de forma que o TPI parece paulatinamente quebrar certos padrões e estereótipos. Destacamos como a luta de movimentos feministas foi essencial para este contexto, devendo, portanto, manter-se constante.

  • MARIA DA CONCEICAO COSMO SOARES
  • O NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ COMO INSTRUMENTO DE ACESSO À JUSTIÇA

  • Data: 30/06/2021
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  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar a possibilidade de acesso à justiça pelos vulneráveis, econômica e socialmente, por meio do Núcleo de Prática Jurídica da Universidade Federal do Oeste do Pará (NPJ/UFOPA). O interesse pelo assunto foi despertado pela experiência prática da autora como professora de estágio, atuando junto ao NPJ/UFOPA, desde 2010. A pesquisa tem caráter descritivo e qualitativo, sendo realizada metodologicamente por meio da sistematização de referencial teórico-metodológico a partir das principais categorias analíticas: núcleos de prática jurídica, pessoa carente, acesso à justiça e assistência jurídica integral e gratuita. Por meio deste referencial, se pode visualizar o debate sobre o papel que os NPJ’s podem desempenhar dentro das medidas que buscam a solução da problemática do não acesso à justiça pelas pessoas carentes, identificando as possibilidades de acesso destes ao sistema de justiça. Abordaremos em três capítulos distintos e interligados os seguintes temas: no primeiro capítulo realizaremos o estudo do instituto do direito de acesso à justiça e sua ligação com os núcleos de prática jurídica das universidades e faculdades de direito, passando por um levantamento do sistema constitucional pertinente, assim como um estudo sobre as principais funções dos NPJ’s, e do núcleo da UFOPA, com estudo do projeto pedagógico do curso de direito e demais regimentos e formulários de rotina do órgão. Em seguida, faremos um estudo dos beneficiários da assistência jurídica integral e gratuita e sua relação com parte dos serviços prestados nos NPJ’s, apresentando as características dos beneficiários desse serviço. No terceiro e último capítulo foi destinado a apresentação da metodologia clínica, o estudo do aprender fazendo e os passos dados nesse sentido na UFOPA, por meio dos projetos de extensão e pesquisa, assim como apresentaremos o Núcleo de Prática Jurídica da UFOPA, seu funcionamento, importância para o bacharel em direito e eventuais dificuldades. Após cumprimento dos objetivos propostos, pretendemos, ao final da pesquisa, responder à pergunta que é: “Em que medida a estrutura do núcleo de prática jurídica da universidade federal do Oeste do Pará tem contribuído para a garantia do acesso à justiça aos assistidos.

  • MARIA MARLENE ESCHER FURTADO
  • ADOÇÃO INTERNACIONAL: o melhor interesse da criança e seu direito fundamental à convivência familiar em face da subsidiariedade

     

  • Data: 29/06/2021
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  • A tese ora apresentada trata da Adoção Internacional na perspectiva do melhor interesse da criança e seu direito fundamental à convivência familiar em face da sua subsidiariedade na legislação brasileira. O problema levantado nesta pesquisa foi: “em que medida a subsidiariedade da adoção internacional, no Brasil, repercute na efetivação do direito à convivência familiar da criança na perspectiva do seu melhor interesse?”. O objetivo foi: “investigar os entraves para a adoção internacional e obstáculos da efetiva convivência familiar na perspectiva do princípio da subsidiariedade”. O método utilizado foi o dedutivo e as técnicas foram a pesquisa bibliográfica; jurisprudencial, via decisões da Terceira Turma do STJ; e a de campo, onde foram realizadas visitas e entrevistas semiestruturadas junto à Autoridade Central Administrativa Federal, Comissões Estaduais Judiciárias de Adoção Internacional dos estados do Pará, Ceará, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e Mato Grosso do Sul, e, também, aplicados formulários, via e-mail, junto às Comissões Estaduais Judiciárias de Adoção Internacional de todo o Brasil, à ACAF, em Varas da Infância e Juventude, Ministério Público Estadual, como também em organismos credenciados para atuar na adoção internacional. Os principais resultados encontrados foram: que a legislação brasileira vigente coloca a adoção internacional como último recurso e, assim, não garante a efetividade do direito à convivência familiar da criança em situação de adotabilidade; que da análise das decisões do STJ, o melhor interesse da criança é a convivência familiar, sendo a sua institucionalização o último recurso; e que da análise das entrevistas e formulários aplicados, verificou-se que a maioria dos profissionais não considera que a subsidiariedade seja um entrave; no entanto foi identificado que profissionais com mais tempo de atuação na adoção internacional entendem de forma diversa, argumentando que a subsidiariedade “corre contra o tempo” e atrasa o processo adotivo da criança. A conclusão que se chegou foi de que na medida em que o princípio da subsidiariedade coloca a adoção internacional como último recurso, não é atendido o direito fundamental da criança à convivência familiar em atenção ao seu melhor interesse em ser criada e se desenvolver no seio de uma família que a cuide e a ame.

  • VICTOR HUGO FREIRE SALDANHA
  • UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E A TELEOLOGIA DO ICMS ECOLÓGICO NO PARÁ

  • Data: 28/06/2021
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  • A partir de 2013, as unidades de conservação da natureza passaram a figurar como um dos componentes do critério ecológico para a distribuição da cota-parte municipal do ICMS paraense. Diante disso, o presente trabalho analisa como o critério de repartição de receita do ICMS Verde, que leva em conta, a área municipal afetada por unidades de conservação da natureza, vem atingindo, ou não, ao conjunto teleológico que enseja a criação e manutenção da política ambiental. Para tanto, o estudo apresenta vasta pesquisa bibliográfica permitindo traçar uma visão holística acerca da teleologia do ICMS Ecológico. Considerando que o ICMS Ecológico configura-se como política alocativa, como instrumento econômico para proteção do meio ambiente, e também como mecanismo do federalismo fiscal (transferência vertical), as finalidades que orbitam em torno da respectiva repartição partem da compreensão dessas características, ou seja, de que maneira pretende a política pública alocar recursos, como instrumento econômico de que maneira intervêm para estimular ou desestimular condutas, e por fim quais as finalidades que regem essa transferência. Mediante as finalidades obtidas a partir da tripla abordagem proposta acima, verifica-se o grau de adequabilidade por meio do cruzamento do rol teleológico apresentado com a situação do fator de distribuição na realidade paraense. A análise do fator considera a evolução jurídica das unidades de conservação da natureza e os objetivos de implementação desses espaços no cenário nacional, como funciona Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a execução do critério UC pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (SEMAS-PA) e a situação relativa a consolidação de UCs paraenses mediante análise de planos de manejo disponíveis nos respectivos órgãos gestores. Em suma, far-se-á cruzamento analítico entre as finalidades da política e a situação atual das unidades de conservação paraenses, a fim de examinar até que ponto o fator atinge plenamente as finalidades apetecidas pela política ambiental.

  • DENIS LEITE RODRIGUES
  • INCLUSÃO DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – TEA, NA INSTRUÇÃO ESCOLAR DE NÍVEL INFANTIL E FUNDAMENTAL, EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS E PRIVADAS, NO MUNICÍPIO DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ, NO ANO DE 2019

  • Data: 28/06/2021
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  • A tese analisa a aplicação efetiva dos fatores de inclusão escolar de pessoas com transtorno do
    espectro autista – TEA, em instituições escolares públicas e privadas, de nível infantil e
    fundamental, no município de Belém, capital do estado do Pará, no ano de 2019. Para tal,
    foram realizadas pesquisas de variada ordem: doutrinária, tanto no campo jurídico
    (analisando, por exemplo, os princípios que norteiam o estudo, quais sejam o da dignidade da
    pessoa humana e o da universalidade do direito à educação ou instrução escolar) como em
    outras áreas de conhecimento (relativamente às noções gerais sobre as pessoas com
    deficiência em geral e as com TEA em particular); legislativa, tanto no âmbito internacional
    (tratando-se, em regra, de normas originadas da ONU e da OEA) quanto no nacional (nos
    diversos níveis federativos, envolvendo normas de caráter legislativo e administrativo); e de
    campo, direcionada a algumas das instituições escolares supramencionadas, onde se buscaram
    dados quantitativos a partir de questionários. A partir das informações colhidas na pesquisa,
    chegou-se a um panorama relativo ao contexto local, no âmbito legal e no da prática escolar,
    relativo à supracitada inclusão escolar. Ao final, foi possível concluir pelo incremento da
    conscientização dos profissionais responsáveis por viabilizar a instrução escolar nas
    instituições de ensino pesquisadas no município de Belém no ano de 2019, e, como
    consequência, de uma tendência de crescente eficácia na prática pedagógica dos supracitados
    fatores de inclusão. Por outro lado, verificou-se igualmente uma urgente necessidade de se
    viabilizar um maior esclarecimento social sobre esta problemática, que objetiva, entre outros
    fatores, uma participação mais efetiva dos responsáveis legais pelos alunos com TEA, neste
    processo.

  • VICENTE FÉRRER DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
  • AS IMPOSIÇÕES PATRIMONIAIS INCIDENTES SOBRE OS TERRENOS E ACRESCIDOS DE MARINHA E SEU IMPACTO NA AMAZÔNIA ORIENTAL: O CASO DA PRIMEIRA LÉGUA PATRIMONIAL DO MUNICÍPIO DE BELÉM/PA

  • Data: 28/06/2021
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  • O foro, a taxa de ocupação e o laudêmio são imposições patrimoniais cobradas pela União em decorrência da utilização privativa e duradora dos terrenos de marinha, aqueles situados a 33 metros, na direção do continente, contados da linha do preamar médio de 1831. A região estuarina amazônica tem uma grande incidência de terrenos de marinha, mas carece de estudos a respeito das imposições patrimoniais cobradas. Este trabalho se interessa, então, a estudar a incidência socioespacial das imposições patrimoniais sobre os terrenos e acrescidos de marinha e seu impacto na Amazônia Oriental, em especial na primeira légua patrimonial de Belém/PA, tendo por objetivo analisar em que medida a isonomia fiscal patrimonial e a capacidade contributiva do terceiro ocupante podem ser aplicadas na cobrança da taxa de ocupação incidente sobre os terrenos e acrescidos de marinha da primeira légua patrimonial de Belém/PA. Tem como objetivos específicos fazer uma revisão bibliográfica sobre os terrenos e acrescidos de marinha, os regimes de utilização, a demarcação, o regime jurídico e sua aplicação às orlas fluviais da primeira légua patrimonial de Belém/PA; analisar a inicial função arrecadatória, a regra-matriz de incidência e as transferências intergovernamentais das imposições patrimoniais; verificar a incidência socioespacial da taxa de ocupação, sua relação com a capacidade contributiva do terceiro ocupante, o respeito à isonomia fiscal e as hipóteses de isenção. Justifica-se este trabalho na necessária aplicação da justiça fiscal quanto às cobranças das imposições patrimoniais sobre os terrenos de marinha. O trabalho foi realizado a partir de um método de abordagem dedutiva, utilizado numa pesquisa qualitativa. O método de procedimento é o estudo de caso dos terrenos e acrescidos de marinha na primeira légua patrimonial de Belém/PA, efetuado através das técnicas de pesquisa documental e bibliográfica. A partir da pesquisa realizada, identifica-se que o principal regime de utilização aplicado aos terrenos de marinha situados na área de recorte metodológico é o regime de ocupação, fato gerador da taxa de ocupação, economicamente mais gravosa que o foro, cuja cobrança é concentrada em regiões majoritariamente ocupadas pela população de baixa renda. Constata-se que, apesar da exigência de aplicação da capacidade contributiva e da isonomia fiscal em relação às imposições patrimoniais, na área estudada, a taxa de ocupação incide indistintamente, mesmo para aqueles que poderiam aderir à isenção fiscal patrimonial.

  • LUIZ FELIPE DA FONSECA PEREIRA
  • Política Fiscal & inovação no brasil: Uma investigação sobre os incentivos da Lei do Bem e do Fundo Nacional de deseNvolvimento Científico Tecnológico

  • Data: 22/06/2021
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  • A inovação tornou-se palavra de ordem para sociedade e o mercado, o que enseja a
    necessidade de estimulá-la. O Brasil com esse intuito, possui dois instrumentos legais de
    incentivos fiscais à inovação, a Lei do Bem e o Fundo Nacional de Desenvolvimento
    Científico e Tecnológico FNDCT. Nesse diapasão, o presente trabalho pretende analisar o
    arranjo de incentivos à inovação dos instrumentos em comento, com escopo de identificar se
    obstruem o objetivo de contribuir para melhora do desempenho inovativo nacional. Para
    tanto, no primeiro momento analisa-se o ordenamento jurídico brasileiro, no tocante as
    disposições legais que alcançam os incentivos fiscais à inovação, pela perspectiva do realismo
    jurídico italiano. Na segunda seção, conceitua-se o que é inovação, a sua relação com os
    Direitos Humanos e o desenvolvimento econômico. Posteriormente, a Lei do Bem e o
    FNDCT são apresentados e analisados, quanto aos seus incentivos e o arranjo desses
    instrumentos fiscais. O resultado geral da pesquisa é que os presentes arranjos de incentivos
    são prejudiciais ao objetivo comum dos instrumentos, por desconsiderarem questões
    fundamentais quando se trata de ciência, tecnologia e inovação, tais como: tratamento
    especial às empresas de pequeno porte, fortalecimento do modelo de tripla hélice,
    coordenação e coerência na política pública, diálogo institucional constante com os demais
    atores envolvidos e questões correlatas.

  • RAIMUNDA REGINA FERREIRA BARROS
  • A MIRAGEM DAS PRERROGATIVAS SINDICAIS APÓS A REFORMA TRABALHISTA DE 2017

  • Data: 11/05/2021
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  • A flexibilização das normas que regem as relações de trabalho há muito é objeto de discussão e efetivação em diversas partes do mundo. No Brasil, esse tema já vem sendo pautado pelo empresariado e paulatinamente implementado pelo legislador nacional, além de também ser estudado e debatido pela doutrina trabalhista e apreciado pelo judiciário. No campo legislativo a matéria ganhou mais notoriedade no plano nacional a partir da década de 90 do século passado, ancorada no ideário neoliberal, e teve como maior expressão de sua efetividade no ano de 2017, com a aprovação e entrada em vigor da reforma trabalhista, corporificada na Lei 13.467 de 2017. O presente estudo objetiva refletir a reforma trabalhista sob o ângulo da organização sindical, compreendendo-a como um dos pilares do sistema celetista fragilizado pela Lei 13.467/17. O legislador enfraqueceu essas organizações mediante a subtração de direitos e as descredenciando como interlocutoras qualificadas. A centralidade desta tese reside no impacto da reforma sobre as prerrogativas sindicais, entendendo-se que os sindicatos como agentes autônomos e livres são indispensáveis para a plenitude do Estado Democrático de Direito. O encadeamento da investigação se dá, de início, situando-se a discussão na proteção das prerrogativas sindicais no plano normativo externo e interno; depois, o estudo recai nos movimentos pela flexibilização do Direito do Trabalho no Brasil, que culminaram na reforma trabalhista; a seguir, analisa-se a conjuntura sindical no contexto das discussões e implementações flexibilizantes no Brasil até a reforma de 2017; passando-se, em seguida, ao exame das alterações da reforma tendentes a mitigar as prerrogativas dos sindicatos profissionais; e, por fim, são verificadas outras iniciativas com o mesmo escopo da reforma de 2017 no que se refere às prerrogativas sindicais.

  • LÍVIA TEIXEIRA MOURA LOBO
  • DIREITOS HUMANOS, ALTERIDADE E FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO: A OUTRA AMÉRICA LATINA

  • Data: 05/05/2021
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  • A ideia básica da tese é persistir no estudo da alteridade enquanto fundamento ético dos direitos humanos, mas agora buscando refletir em que medida uma normatividade baseada na alteridade pode contribuir fundamentalmente com estes direitos. Introdutoriamente apresenta-se a fragilidade dos direitos humanos, seja por serem um campo de disputas éticas veladas que forjam violências, seja por serem um campo em que o conflito gera debate e, por conseguinte pensamento crítico. A América Latina, enquanto Outra, atua neste debate reivindicando uma alteridade que o direito tende a encobrir. A alteridade faz exigências que o direito não conhece. O primeiro capítulo se dedica a uma revisão de literatura acerca dos direitos humanos, indicando a porosidade desta linguagem à uma nova crítica. A origem moderna e a promessa de emancipação do sujeito contrastam com a opressão levada à frente através da moral liberal. Ao mesmo tempo trata-se de uma linguagem tão difundida que parece desperdício orientar esforços para um outro âmbito, onde não se conheçam os meios para atuar, reivindicar moral e politicamente. O segundo capítulo confrontará a alteridade de Levinas, em que o Outro é absolutamente Outro em sua exterioridade metafísica que impugna a liberdade do Eu passivo. Dussel apresenta um Outro interpelante, sugestivo, agressivo, provocador, capaz de tomar consciência de sua alteridade negada e partir à práxis da libertação. Há uma atuação independente no Outro da filosofia da libertação, ele não precisa de aprovação, o seu desamparo é frutífero, desenvolve a crítica desde a negatividade da totalidade vigente. Os princípios éticos positivos e crítico-negativos são apresentados como àquilo a que obriga, abstratamente, uma normatividade fundada na alteridade. O último capítulo se propõe a consolidar o alcance do objetivo geral, abordando a distinção basilar das filosofias de Dussel e Levinas, e o despontar da do método analético para que a Outra salte na reflexão crítica como fonte de toda transformação ética – trata-se de um momento metafísico e de volta à totalidade. A Política, que abriga o direito como instituição, subsome os princípios éticos de forma análoga, informando aos direitos humanos primeiramente sobre o seu aspecto formal de legitimidade, sobre o seu papel como linguagem de reivindicação frente à corrupção do sistema e sobre a intersubjetividade constitutiva do sujeito que os detém, tornando mais sólido o consenso predicado da participação discursiva simétrica dos que formam a comunidade política.

  • ALBERTO DE MORAES PAPALÉO PAES
  • A GÊNESE DO CULTURALISMO JURÍDICO: A RECEPÇÃO CRÍTICA DO POSITIVISMO PELA ESCOLA DO RECIFE – DE TOBIAS BARRETO A MIGUEL REALE.

  • Data: 30/04/2021
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  • A presente pesquisa tem como objetivo principal compreender como a recepção crítica do Positivismo Jurídico realizada pela Escola do Recife gerou as bases jurídico-filosóficas que originou o Culturalismo Jurídico e demarcou gênese da identidade jurídica brasileira? O trabalho elegeu como Questões Norteadoras as seguintes: a) Qual sentido será empregado para compreensão do significado de Positivismo Jurídico? b) O que se pode entender por Escola do Recife? c) Quais são as bases filosóficas e Jurídicas que influenciam a criação do Culturalismo Jurídico? d) Qual tese de Tobias Barreto de Menezes a respeito do Culturalismo? e) Qual a tese de Miguel Reale a respeito do Culturalismo? Partiremos de três hipóteses básicas: a) O Positivismo Jurídico, como preceitua Morrison (2006), constitui um número de orientações designadas para compreender o Direito enquanto um fenômeno cognoscível a partir de dados e leituras científicas na modernidade. Desse modo, nossa primeira hipótese é que uma dessas orientações, fracionada, contaminada por interpretações posteriores, é a orientação que chega ao Brasil como resposta ao Ecletismo Espirutalista e ao Direito Natural Português e que vai mediar a crítica jurídica no Brasil; b) Antônio Paim (1999) assevera que a Escola do Recife constitui o primeiro grande movimento crítico e inovador dentro do pensamento brasileiro tendo muitos autores o conceituado como um “surto de novas ideias”, a morte da metafísica de Slyvio Romero, o Germanismo em Tobias Barreto, ou seja, um cenário ideal para o florescimento de um identidade filosófico-jurídica. Nossa segunda hipótese é a de que a resposta para os problemas da recepção do Positivismo no Brasil é o desenvolvimento da tese do Culturalismo Jurídico, por fim; c) Tobias Barreto de Menezes é um dos expoentes do Culturalismo Jurídico, estabelecendo as premissas filosófico-jurídicas dessa teoria. Tal tradição vai ser estudada por diversos autores da Escola do Recife e é continuado no século seguinte com a profícua contribuição de Miguel Reale. Nossa terceira hipótese é a de que nesse debate, encoberto pelas questões atuais sobre teoria do direito, reside a gênese da identidade jurídica brasileira

  • ANNA CAROLINE FERREIRA LISBOA
  • O RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO DE PATERNIDADE À LUZ DAS RELAÇÕES DE GÊNERO: uma análise do projeto pai presente Belém

  • Data: 27/04/2021
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  • A presente dissertação estabelece um debate sobre as diferenças instituídas pelo ordenamento jurídico brasileiro quanto ao reconhecimento da paternidade em relação à maternidade, a partir da perspectiva das relações de gênero. Com o objetivo de analisar como o reconhecimento de paternidade é atravessado por padrões de gênero, a abordagem parte da ligação entre patriarcado e Estado moderno, dando enfoque a legislação do Direito de Família sobre reconhecimento de filho e aborda a interação entre pais e mães que acessam os serviços de reconhecimento paterno voluntário, como é o caso do Projeto Pai Presente em Belém. Para responder de que modo as relações de gênero interferem no processo de reconhecimento voluntário de paternidade no contexto daquele órgão, foi adotada como metodologia a revisão bibliográfica e a pesquisa de campo realizada no núcleo do Pai Presente em Belém, contando com observação de sua rotina e de atendimentos, bem como realização de entrevistas com usuários do Projeto. Como resultado da pesquisa foi identificado influências das práticas de gênero ligadas às construções de masculinidades e feminilidades no comportamento de pais e mães. Em contraponto, alguns genitores demonstraram resistência aos mesmos estereótipos, indicando como a subjetividade é relevante na constituição do parentesco paterno e materno.

  • GRACE BAETA DE OLIVEIRA
  • O RECONHECIMENTO DO DANO EXISTENCIAL INFANTOJUVENIL DECORRENTE DA PRÁTICA DE ALIENAÇÃO PARENTAL: Um diálogo entre a Responsabilidade Civil e o Direito de Família

  • Data: 26/04/2021
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  • A evolução da Responsabilidade Civil na sociedade contemporânea alcança também o Direito de Família, ao priorizar a dignidade da pessoa humana, e por conseguinte, os interesses existenciais da criança e do adolescente, figuras centrais da prática de alienação parental nos casos de divórcios litigiosos, que se tornam vítimas de pais ressentidos, os quais se apropriam do poder parental de forma abusiva, violando direitos constitucionais, como o direito de convivência. Partindo dessa nova ótica, o instituto da Responsabilidade Civil, enfrenta o desafio de contribuir para o necessário reconhecimento de novas modalidades de danos, abrangidos pela denominação genérica de dano moral, pois além da perspectiva estritamente moral, outros interesses compõem a esfera de um indivíduo, em formação, o qual necessita de tutela diferenciada e que atenda ao princípio do melhor interesse da criança e do adolescente. A presente pesquisa, portanto, apresenta a importância do reconhecimento do dano existencial, enquanto categoria autônoma de dano extrapatrimonial, nas relações familiares, a partir dos casos em que se identifique a violação ao direito de convivência, agravada pela ação do tempo, o que possivelmente poderá gerar danos às relações de vida, ao projeto da parentalidade e ao direito de identidade infantojuvenil. Assim, a partir do diálogo entre o Direito de Família e a Responsabilidade Civil, por meio do estudo do dano existencial, o objetivo primordial é demonstrar sua ocorrência nos casos em que se configure o fenômeno alienatório, e concomitantemente, averiguar se a Responsabilidade se apresenta como instituto eficaz para coibir práticas parentais abusivas ou pelo menos contribuir para a sua redução. A metodologia utilizada é bibliográfica e documental, utilizando a análise das decisões, de casos qualitativamente selecionados, e o entendimento contido em julgados sobre o dano extrapatrimonial, perante a violação ao dever de cuidado.

  • IRACEMA DE LOURDES TEIXEIRA VIEIRA
  • ICMS VERDE E FMMA: A DESTINAÇÃO DE RECURSOS ÀS POLÍTICAS AMBIENTAIS NOS MUNICÍPIOS PARAENSES

  • Data: 23/04/2021
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  • O ICMS Verde é um instrumento econômico que, no contexto do federalismo fiscal, serve de incentivo ambiental e redistribui receita tributária aos municípios. Foi instituído no Estado do Pará pela Lei nº 7.638/2012, em atendimento ao parágrafo 2º do art. 225 da Constituição do Estado do Pará de 1989 e ao art. 158, IV, parágrafo único, II da Constituição Federal de 1988. Contudo, o ICMS Verde não se trata de uma nova espécie de tributo, mas sim de uma nova forma de redimensionar os critérios de repasse da cota parte do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e serviços (ICMS), que, constitucionalmente, pertence aos municípios, para redistribuí-la a municipalidades que abrigam, em seus territórios, unidades de conservação e outras áreas protegidas. Assim, para que ocorra essa redistribuição da cota parte do imposto, a Lei Estadual inseriu critérios ecológicos, os quais devem ser cumpridos pelos municípios. Não há dúvida de que a referida Lei é de grande significado para o Estado, promulgada com a finalidade de reduzir o desmatamento ilegal no bioma Amazônia. Entretanto, determina que os municípios devem legislar sobre o destino dos recursos do Imposto recebido; além disso, dispõe que tais recursos devem ser destinados aos fundos ambientais. Assim, a presente dissertação tem como objetivo analisar criticamente tais disposições e identificar em que medida os recursos do ICMS Verde estão sendo utilizados em benefício da implementação das políticas públicas ambientais nos municípios da mesorregião do Sudeste do Pará, nos anos de 2014 a 2018. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se do método dedutivo, com uso de técnicas multimetodológicas de pesquisa, como a bibliográfica, a documental e a pesquisa de campo. Conclui-se que o ICMS Verde tem grande relevância aos municípios paraenses; no entanto, em termos de valores financeiros, pouco ou quase nada está sendo utilizado em benefício da implementação das políticas públicas ambientais. Ademais, verificou-se que as imposições do Estado fragilizam princípios constitucionais como o da autonomia municipal para legislar e o da não-vinculação da receita de impostos a fundos, uma vez que o ICMS Verde é um imposto e não foge da exceção contida no art. 167, IV da Constituição Federal de 1988, não podendo sofrer vinculação por parte do Estado sem amparo no texto constitucional.

  • ALEX GASPAR DE OLIVEIRA
  • OS REFUGIADOS AMBIENTAIS DE BELO MONTE: A violação dos direitos à cidadania indígena na perspectiva de Hannah Arendt

     
     
  • Data: 26/03/2021
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  • Os refugiados ambientais a cada dia que passa vão aumentando em número em todo o mundo e seus episódios de deslocamento forçados estão cada vez mais visíveis na sociedade nacional e internacional. Furacão Katrina em 2005, Terremoto do Haiti 2010, Catástrofe Nuclear de Fukushima em 2011 são os exemplos mais recentes à nível internacional. Em nível de Brasil , o rompimento da Barragem de Mariana em 2015, o rompimento da Barragem de Brumadinho em 2019 e na Amazônia, mais precisamente a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Mas o que todos estes acontecimentos têm em comum ? O comum a todas estas catástrofes é a extrema violação aos direitos humanos que não encontram proteção internacional e nem nacional, provocando a destruição de comunidades e culturas. Mas como compreender este fenômeno ? Para obter essa resposta é necessário voltar um pouco ao tempo e recorrer a umas das mais importantes teórico-políticas que tratou da questão dos refugiados Hannah Arendt. É inconteste a atualidade de sua teoria com a utilização de seus pressupostos teóricos como: displaced persons, direito a ter direitos, cidadania, espaço público, enfim um arcabouço de elementos teóricos que se transportam pelo tempo e espaço e chega nesse século como argumentos fundamentais para a compreensão dos fenômenos e eventos que envolvem os refugiados ambientais sobre uma ótica da pluralidade e da crise dos direitos humanos que estamos enfrentando há um bom tempo. O episódio Usina de Belo Monte guarda certa particularidade em relação aos demais, peculiaridade essa que se resume num conflito socioambiental que existe desde a época do Brasil Colônia e que tem como consequência o genocídio cultural ou mais comumente conhecido como etnocídio pela incessante necessidade de se impor uma racionalidade econômica-instrumental visando o desenvolvimento econômico do país. Assim sendo, esta pesquisa apresenta como desafio interconectar todos esses elementos mostrando como desfecho uma alternativa que vem trazendo bons resultados em países vizinhos como Equador e Bolívia, ou seja, o criação de Estado plurinacional que respeite a diversidade e promova a cidadania indígena e sua cultura por gerações. 

     
     
  • REJANE PESSOA DE LIMA OLIVEIRA
  • TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO E DANOS EXTRAPATRIMONIAIS: uma análise jurisprudencial do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região

  • Data: 05/03/2021
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  • O trabalho análogo ao de escravo ainda é uma das formas de exploração do trabalhador utilizadas na produção de capital, prática esta que enfraquece o sistema democrático-social estabelecido pela Constituição da República Federativa Brasileira. E esse delito precisa ser combatido tanto na esfera penal como na esfera trabalhista. Objetivando erradicar essa conduta, a presente pesquisa se propôs a apresentar maior visibilidade ao combate desse delito através da reparação dos danos imateriais, cuja origem provém da responsabilidade civil, um dos institutos jurídicos que mais evoluiu no direito e que precisa ser revelado, através de estudos que demonstrem esse comportamento na jurisprudência laboral regional. Os danos extrapatrimoniais, ora em comento, pela primeira vez foram normatizados com a reforma trabalhista, implementada pela Lei nº 13.467/2017, caracterizando uma das mudanças no texto da Consolidação das Leis Trabalhistas que mais trouxe divergência e descontentamento à classe trabalhadora e que, até a presente data, ainda continua tendo sua constitucionalidade questionada. Visando evidenciar a indenização por danos morais e existenciais, causados em decorrência da conduta delituosa do trabalho escravo contemporâneo, utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, principalmente de livros, publicações jurídicas, periódicos e informativos para dar sustentação teórica ao estudo, bem como para a análise da jurisprudência produzida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. Utilizou-se, ainda, a pesquisa de campo, com a finalidade de levantar a quantidade de acórdãos julgados pelo referido Tribunal nos anos de 2018 e 2019, sistematizando-os em um banco de dados, com o fim de analisar as teses produzidas pelas respectivas Turmas, contabilizando, até o término do ano de 2019, 192 (cento e noventa e dois) acórdãos. Construiu-se, ainda, várias tabelas e gráficos, o que possibilitou prospectar o resultado do processo investigatório. Esse processo utilizou o conceito e caracterização de todo arcabouço de conhecimento sobre o trabalho análogo ao de escravo, assim como de danos não patrimoniais, a fim de construir, através do método dedutivo, um saber sobre as decisões judiciais. Embora o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª região reconheça o ressarcimento dos danos morais e do mais novo positivado dano existencial, ou seja, danos ao projeto de vida e à vida de relações na prática do trabalho análogo ao de escravo, ficou evidente que nas condutas ilícitas provenientes da comprovação do respectivo dano, foram detectadas as condições degradantes de trabalho e a jornada extenuante. Comprovou-se, ainda, que essas características do trabalho análogo ao de escravo estão sendo negadas pela maioria das Turmas do Tribunal Regional do Trabalho. Deste modo, não está sendo suficiente para a condenação em danos extrapatrimoniais, o que vem demostrando uma resistência por parte da jurisprudência deste tribunal regional. Fato, este, resultado da precarização que o trabalho vem sofrendo com a realidade política, econômica e social atual que, embora busque um trabalho digno, perpassa por perdas de direitos provenientes de lutas de classes, como a jornada mínima, assim como perda de garantias de proteção ao trabalhador de modo geral.

  • BIANCA MONTEIRO PORTO DA CUNHA FERREIRA
  • Povos Indígenas & Diásporas Leituras sobre deslocamentos forçados no Relatório Figueiredo

  • Data: 25/02/2021
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar os casos de deslocamentos forçados de povos indígenas registrados no Relatório Figueiredo (RF), documento que resultou das investigações da Comissão de Inquérito Administrativo de 1967, instituída por determinação do Ministério do Interior e presidida por Jader de Figueiredo Correia - que dá nome ao documento - com a finalidade de apurar irregularidades administrativas na atuação do órgão indigenista, Serviço de Proteção aos Índios (SPI). O RF documenta, dentre outras coisas, o deslocamento forçado de coletivos indígenas de seus territórios, processos que envolveram a utilização de violência física, torturas, e, por vezes, o extermínio de grupos inteiros. Compreende-se como experiência diaspórica, pois para além da perda da terra (no todo ou em parte), os deslocamentos forçados provocavam o espalhamento e a morte de coletivos indígenas, a desagregação de famílias, a precarização de suas condições de vida, efeitos que são sentidos até os dias de hoje pelos povos que vivenciaram esse processo. A reflexão foi feita a partir da análise das sete mil páginas do RF, distribuídas em trinta volumes, analisando-se as oitivas feitas pela Comissão de Inquérito, Ordens de Serviço, Boletins Internos, atas de reunião, contratos de arrendamento, dentre outros tipos documentais, de onde foram retiradas as categorias diaspóricas que remetem aos deslocamentos forçados. Argumenta-se que a retirada dos indígenas de suas terras consistia em política de Estado com o intuito de promover a liberação das áreas para fins de exploração econômica, favorecendo elites locais e regionais, com a conivência do SPI. A política dos deslocamentos forçados, de natureza genocida, tem suas raízes nos processos de colonialidade, os quais buscam racializar grupos humanos para forjar uma hierarquia entre brancos e não brancos, de modo que a leitura dos corpos automaticamente propicie a identificação de um determinado povo ou grupo social como vencido, promovendo-se, assim, a desumanização desses indivíduos. Conclui-se, pois, que apesar do potencial genocida da política dos deslocamentos forçados, uma vez que a questão territorial consiste no cerne de todas as violações aos direitos dos povos indígenas, estes vêm, ao longo dos anos, mantendo-se em luta e vencendo as tentativas de apagamento de suas vidas, de seus coletivos e de sua história.

  • ESTELLA LIBARDI DE SOUZA
  • “TEM QUE MOVER UMA AÇÃO”: MOBILIZAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E RESISTÊNCIA INDÍGENA NO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA USINA HIDRELÉTRICA BELO MONTE

  • Data: 22/02/2021
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  • Nesta tese, analiso a mobilização, a participação e a resistência dos povos indígenas do Médio Xingu no processo de implantação da Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte, localizada no rio Xingu, nos municípios de Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo, no estado do Pará. Discuto a ação política e a resistência dos povos indígenas frente às ações para a implantação da usina, com o propósito de compreender: como os povos indígenas agem e reagem diante das perdas, dos danos e dos prejuízos aos seus territórios e modos de vida, causados pela implantação da UHE Belo Monte? Como agem para enfrentar as violações e a violência? Quais os direitos enunciados e reivindicados em sua luta política? Para o desenvolvimento da tese, utilizeimétodos da pesquisa qualitativa, como a observação participante e entrevistas, por meio da realização de trabalho de campo em Altamira/PA, em Brasília/DF e em terras indígenas, entre julho de 2015 e fevereiro de 2017. No primeiro capítulo, abordo as trajetórias históricas dos povos indígenas do Médio Xingu, a fim de compreender as especificidades das diferentes situações sociais e históricas vivenciadas por eles. No segundo capítulo, examino o contexto político e jurídico em que foi gestado o projeto de construção de hidrelétricas no rio Xingu, que deu origem à UHE Belo Monte, e exploro a cronologia e a história do projeto. No terceiro capítulo, discuto a implantação da UHE Belo Monte, enfocando o licenciamento ambiental do projeto e a (im)possibilidade de participação dos povos indígenas, tendo como fontes principais os documentos do processo do componente indígena do licenciamento ambiental, que tramita na Funai, e que constroem uma narrativa estatal sobre a implantação da usina hidrelétrica. Por fim, no último capítulo, tendo como fontes principais as narrativas de pessoas Juruna/Yudjá e Arara da Volta Grande do Xingu, analiso a mobilização e as estratégias de luta e resistência dos povos indígenas no curso do processo de licenciamento ambiental do projeto, seja para fazer reconhecer os prejuízos sofridos, para “negociar” com o Estado brasileiro e a Norte Energia as medidas de mitigação e compensação dos impactos, para pressionar pela efetivação de outras medidas estabelecidas como condicionantes das licenças ambientais ou para demandar ações que garantissem a melhoria das suas condições de vida, ainda que não previstas nas licenças ambientais.

  • AYRTON BORGES MACHADO
  • OS DIREITOS HUMANOS SEGUNDO JOHN FINNIS E AS CRÍTICAS DESDE AS CONCEPÇÕES TOMISTAS E NÃO TOMISTAS INTERNAS À TRADIÇÃO DO DIREITO NATURAL CLÁSSICO

  • Data: 19/02/2021
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  • A presente Dissertação apresenta uma investigação crítica sobre a concepção de direitos humanos em John Finnis, e o quanto ela realmente se mantém alinhada com os fundamentos da tradição do direito natural clássico. O enfoque da pesquisa, portanto, consiste em analisar os motivos, problemas e vantagens das escolhas teóricas de Finnis a respeito dos direitos humanos, tanto quanto de sua aproximação da referida tradição, quanto de seu distanciamento. A crítica a Finnis é realizada em três níveis. Primeiro, uma crítica de tomistas que são receptivos aos direitos humanos, notadamente, Ralph McInerny, Anthony Lisska, Henry Veatch, sobre a questão da falácia naturalista, a necessidade da ontologia e relação entre direitos humanos e antropologia filosófica. A segunda é uma crítica desde os tomistas não receptivos aos direitos humanos - Villey e MacIntyre -, sobre a necessidade de ser mais crítico quanto à linguagem dos direitos e dos direitos humanos. A terceira é uma crítica desde os jusnaturalistas não tomistas - Leo Strauss e Eric Voegelin -, acerca da necessidade de compreender de modo mais profundo os direitos naturais, a partir do símbolo do que é justo por natureza, bem como se aprofundar na relação entre direito natural e a definição da comunidade completa. Cada uma das críticas se empenha em mostrar a concepção clássica da tradição do direito natural clássico, a fim de confrontar com as posições de Finnis sobre sua concepção de direitos humanos, que por vezes desafiam concepções dessa mesma tradição.

  • LAÉRCIO DIAS FRANCO NETO
  • MEIOS DE GARANTIR O CUMPRIMENTO ÀS SENTENÇAS DA CORTEIDH: uma análise a partir das condenações do Estado brasileiro

  • Data: 05/02/2021
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  • A tese aborda, por meio de uma análise quantitativa e qualitativa, os fatores que levam o Brasil a cumprir ou descumprir as sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos, apontando soluções institucionais que garantam o respeito às decisões do tribunal internacional. Durante a análise das sentenças condenatórias proferidas contra o Estado brasileiro, identificou-se em cada medida de reparação proferida as razões que influíram para sua implementação. A tese demonstra que o Brasil possui um nível satisfatório de cumprimento em algumas medidas, enquanto tem dificuldades em internalizar outras, especialmente devido a questões burocráticas/políticas e de direito interno. A tese não versa apenas sobre questões procedimentais/processuais, mas também sobre o próprio direito material, já que o descumprimento da sentença da Corte Interamericana configura violação aos direitos humanos previstos na Convenção Americana. Logo, a tese reafirmou a importância do cumprimento das sentenças do tribunal interamericano como forma de concretização da jurisdição internacional, assim como da jurisdição nacional, por meio da proposta de medidas que buscam institucionalizar o procedimento interno de cumprimento das sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

  • MARCIA CRISTINA DOS SANTOS REGO
  • DEFINIÇÃO JURÍDICA DE FAMÍLIA À LUZ DOS DIREITOS HUMANOS

  • Data: 05/02/2021
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  • O objetivo central deste trabalho é investigar uma definição jurídica de família à luz dos princípios de direitos humanos. Para isso, identifica-se a tutela jurídica das famílias e a caracterização das famílias tuteladas, com o fim de relacionar direito de família e direitos humanos. Trata-se de pesquisa qualitativa, com enfoque indutivo, de cunho causal, com o objetivo de ampliar o conhecimento existente sobre os princípios que nutrem o direito de família e as famílias, em paralelo com os direitos humanos, em si. Utiliza-se literatura jurídica específica nacional e internacional, recorrendo-se à necessária transdisciplinaridade na busca por um conhecimento integrado. Estrutura-se o trabalho em três capítulos, desmembrados em tópicos para atender aos objetivos específicos da pesquisa. O capítulo intitulado a tutela jurídica das famílias, visa compreender o desenvolvimento do direito de família brasileiro e português, concentrando-se no desenho constitucional da família contemporânea e nos princípios que orientam essa tutela. O capítulo intitulado a caracterização das modalidades de famílias tuteladas, parte dos princípios para identificar as características do direito de família contemporâneo, os elementos e requisitos que caracterizam essa família, suas peculiaridades e a questão da relevância jurídica da afetividade. O capítulo final oferece um conceito de família à luz dos direitos humanos que parece capaz de viabilizar a inclusão pretendida pela cláusula geral de proteção da família, sinalizando o mosaico de circunstâncias que precisa ser considerado no momento de valorar o conceito indeterminado de família para o fim de reconhecer novos modelos. Concretizando-se a hipótese levantada de que os princípios constitucionais conferem elementos que, somados aos preceitos de direitos humanos, podem conferir tutela a todas as modalidades familiares presentes e futuras, mantendo um sistema aberto e inclusivo de regulamentação, que acomode a pluralidade e diversidade de entidades familiares, conferindo-lhes a necessária segurança jurídica, por uma conceituação jurídica inclusiva de família. 

  • JESSICA SANTOS MALCHER GILLET
  • O NEXO DE CAUSALIDADE NA RESPONSABILIDADE CIVIL: Uma transição da lógica da certeza para a lógica da probabilidade?

  • Data: 29/01/2021
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  • A presente dissertação de mestrado busca refletir sobre um dos pressupostos da responsabilidade civil - o nexo causal. Diante da atual complexidade das relações contemporâneas a responsabilidade civil é uma das disciplinas que vem se adequando e reformulando ao longo do tempo e do espaço, buscando sua atualização e compactação com a realidade social que visa tutelar. O objetivo do trabalho é uma análise do pressuposto do nexo de causalidade, verificando a necessidade do avanço das teorias clássicas para teorias contemporâneas em decorrência das mudanças de relações sociais. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e jurisprudencial, pautada no método indutivo, que buscou analisar o aporte teórico do nexo causal utilizado na jurisprudência brasileira, sua base legal e a possibilidade de avanço. Deduziu-se que a doutrina brasileira já possui duas teorias contemporâneas de nexo de causalidade em conformidade com o direito comparado, bem como a legislação brasileira, por intermédio de mecanismos presentes no Código de Processo Civil, apresentam viabilidade para a contextualização do pressuposto. Conclui-se que o suporte teórico e legal para a atualização das análises do nexo causal está avançado e em conformidade aos princípios da prevenção e precaução, produzindo um diálogo crítico, baseado na alteridade, que pode vir a produzindo uma reparação integral da vítima e a tutela de sua dignidade, em concordância com os princípios constitucionais vigentes. 

  • CLARICE COSTA TELES
  • “SE ESTA RUA FOSSE MINHA...”: UMA ANÁLISE DA PRIVATIZAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS NA CIDADE DE BELÉM E SEUS EFEITOS NO USO DEMOCRÁTICO DA CIDADE

  • Data: 27/01/2021
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  • Um fenômeno que ocorre nas capitais mais populosas do país tem sido reproduzido na cidade de Belém: o fechamento de ruas públicas para fins de apropriação privada. Tal prática chegou a ser regulamentada em janeiro de 2018, quando entrou em vigor a Lei Municipal nº 9.353/2018, que dispõe sobre a instalação de portão, cancela, correntes ou similares na entrada de vilas, ruas e/ou qualquer via denominada “rua sem saída”. Acontece que tal lei afeta diretamente o direito à cidade da coletividade. Considerando este contexto, a presente pesquisa foi norteada pelo seguinte questionamento: Em que medida os aspectos jurídicos da trajetória da organização condominial urbana vigentes no ordenamento jurídico brasileiro permitem a legalização da apropriação privada de espaços públicos na cidade de Belém? O objetivo geral da presente pesquisa é compreender a relação entre os aspectos jurídicos da trajetória da lei que rege a organização condominial urbana e a apropriação privada de espaços públicos na cidade de Belém. Os objetivos específicos consistem em apresentar a construção teórica do direito à cidade proposta por Lefebvre (2011) e a explicação da estrutura urbana capitalista sob a ótica de David Harvey (2014), além de apresentar as questões apontadas por Marcelo Lopes de Souza (2008) e Teresa Pires do Rio Caldeira (2000) quanto à pertinência dos temas segregação urbana e sensação de insegurança; apresentar a trajetória da Lei de Condomínio (4.591/1964), discutindo sua relação com a Lei de Parcelamento do Solo Urbano (6.766/1979) e de Regularização Fundiária (13.465/2017), especialmente no que tange às modalidades de arranjo espacial urbana; e analisar empiricamente o tratamento jurídico adotado nos temas de segregação urbana e insegurança, por meio de estudo de caso em ruas fechadas no Conjunto Maguari, buscando compreender a relação entre os aspectos jurídicos da ocupação urbana e a apropriação privada de espaços públicos na cidade. Na seção final serão apresentadas as considerações finais sobre a pesquisa, em que os resultados demonstram que a trajetória legislativa tem promovido a lógica de privatização de espaços que inicialmente têm destinação pública e posteriormente são apropriados por particulares. A abordagem metodológica adotada na pesquisa é dialética, utilizando-se o estudo de caso como método de investigação.

2020
Descrição
  • YA GOES DE SOUZA
  • A Efetivação da Racionalidade Ambiental na Sociedade de Risco: uma análise sobre o licenciamento do Projeto S11D

  • Data: 22/12/2020
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  • A apropriação dos recursos naturais da sociedade (pós) moderna baseia-se em um modelo produtivo utilitarista, que percebe o meio ambiente como insumo para seu desenvolvimento. Essa construção está adstrita a uma racionalidade científica, uma metodologia antropocêntrica da eficiência, cujo resultado principal é a criação autopoiética de riscos produtivos e instabilidades sociais. Nesta Sociedade de Riscos, a proteção ambiental reside em dimensões conflitantes, abordando, a um só tempo, a proteção comercial de bens necessários à continuidade da vida, o consumo de bens não renováveis e a efetiva representação de todos os seus destinatários, sem a possibilidade de furtar-se de considerar os direitos de futuras gerações. O fim último desta perspectiva, não pode ser diversa de uma catástrofe apta a extinguir a humanidade. A necessária resposta para a manutenção do habitar a Terra deve reestruturar a sociedade contemporânea, a partir da Racionalidade Ambiental, capaz de ressignificar o conceito de meio ambiente, através de uma percepção simbiótica para além de sua representação utilitarista. Dentre os instrumentos capazes de iniciar esta transição cognitiva, supõe-se que os baseados em diálogo dos saberes e democracia participativa tenham maior percentual de efetividade. A pesquisa, então, debruça-se sobre o instituto da audiência pública, especificamente as realizadas no curso de licenciamento do Projeto S11D, que por todas as especificidades, demonstra-se mais propícia à realização da tarefa. Neste sentido, a pergunta de pesquisa está estruturada da seguinte maneira: em que medida a participação popular, consciente, nas audiências públicas do projeto S11D, contribui para a primazia da “Racionalidade Ambiental”, em uma “Sociedade de Risco”?Trata-se de uma pesquisa exploratória, de abordagem quanti-qualitativa cujo método de investigação classifica-se como estudo de caso, cujas etapas foram: identificação do tema; elaboração do problema de pesquisa; elaboração de hipóteses; definição de objetivos do estudo; revisão narrativa da literatura; definição da unidade caso; definição de população e amostra; estabelecimento dos instrumentos de coleta de dados; elaboração do questionário e roteiros de entrevista; construção do banco de dados e, por fim, avaliação, análise, interpretação e discussão dos resultados. Na coleta de dados foram definidas duas técnicas: aplicação de questionário junto à população impactada e entrevista com detentores de funções públicas ou representatividade social. Além disso, foram selecionadas para análise as transcrições das audiências públicas do processo de licenciamento suprarreferido. A aplicação dos instrumentos de coleta ocorreu no mês de junho de 2015 nos municípios de incidência e em Belém. Foram aplicados, randomicamente, 40 questionários semiestruturados do tipo misto. Em relação à segunda técnica, foram realizadas 7 entrevistas do tipo não estruturadas, com perguntas abertas e focalizadas. A análise dos conteúdos seguiu os métodos respectivos: as transcrições das atas de audiência foram objeto de análise lexical, processadas pelo software IRAMUTEQ; os questionários e entrevistas submeteram-se à análise de dados nominais/ordinais quantitativa e os discursos presentes nas perguntas abertas foram objeto de análise dialética comparativa. As considerações finais delinearam sobre a possibilidade de primazia da racionalidade ambiental nos seguintes aspectos: importância atribuída ao instrumento na construção da acepção cultural da racionalidade ambiental e sobre a eficiência do procedimento atualmente utilizado.

  • EVILHANE JUM MARTINS
  • O CÓDIGO FLORESTAL E A PERSPECTIVA AMAZÔNICA: transformações paradigmáticas desde o Agro do Negócio para o Agro da Ecologia

  • Data: 21/12/2020
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  • A presente Tese objetiva de modo geral analisar a epistemologia agroecológica
    amazônica como instrumento para a releitura do Código Florestal através de uma
    investigação que parte da lógica desenvolvimentista do agronegócio para a
    perspectiva agroecológica amazônica. Para tanto, a pesquisa sustenta-se na
    seguinte problemática: Quais os limites e possibilidades para a produção de olhares
    interpretativos contra-hegemônicos acerca do Código Florestal a partir da
    agroecologia amazônica enquanto episteme? A fim de responder a problemática de
    pesquisa, a metodologia empregada obedece ao trinômio: Teoria de
    Base/Abordagem, Procedimento e Técnica. Como Teoria de Base e Abordagem a
    presente pesquisa possui uma matriz epistemológica conduzida por meio da
    perspectiva sistêmico-complexa, a qual se alicerça em autores com visão
    multidisciplinar através da conexão de ares do saber como Ecologia Política,
    Geopolítica Ambiental, Sociologia e Direito Ambiental. O Procedimento a ser
    utilizado inicialmente se ampara no método histórico, que no presente caso
    conduzirá os estudos acerca da evolução do Código Florestal no Brasil, além do
    método monográfico. A Técnica a ser utilizada projetar-se-á em quatro momentos
    interligados, os quais serão constituídos pela confecção de resenhas, resumos
    estendidos, análise de dados e produção de fichamentos. No que tange aos
    resultados, verifica-se que a agroecologia amazônica enquanto episteme se
    consubstancia não só como possibilidade, mas efetivamente como subsídio para
    uma transformação paradigmática a partir dos olhares interpretativos, de matriz
    complexa, multidimensional e contra-hegemônica acerca do Código Florestal.

  • KARIME FERREIRA MOUTA
  • CRIANÇAS REFUGIADAS E SUAS FAMÍLIAS: um estudo do atendimento socioassistencial em Belém do Pará

  • Data: 15/12/2020
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  • Esta dissertação tem como tema as crianças refugiadas e a sua prioridade absoluta nos serviços socioassistenciais do município de Belém do Pará. O atual cenário mundial de deslocamentos forçados de seres humanos representa a necessidade dessas pessoas solicitarem refúgio nos países onde consideram que terão acolhida. Na América Latina o Brasil é um dos destinos mais buscados nesse sentido, especialmente por nacionais de países vizinhos. O número de pessoas solicitantes de refúgio no Brasil cresceu exponencialmente nos últimos cinco anos, o que tem impactado na demanda por serviços socioassistenciais, que são atores centrais no acesso a direitos fundamentais como saúde e educação. As famílias com crianças devem ter suas demandas priorizadas, haja vista a obrigação constitucional dos serviços públicos as priorizarem e a sua condição de pessoa em desenvolvimento e por estarem os serviços socioassistenciais estabelecidos a partir da matricialidade sociofamiliar. O tema foi estudado nesta pesquisa de natureza qualitativa, a partir da análise documental e observação de campo como método de compreensão e  produção do conhecimento científico em relação à infância vivida pelas crianças refugiadas e sua prioridade nos serviços socioassistencias, tendo como marco a Doutrina da Proteção Integral e a aplicabilidade do Direito da Criança e do Adolescente como afirmação do Direito Internacional dos Direitos Humanos. Assim, apresentamos uma breve contextualização dos refugiados no âmbito internacional, regional e nacional, com especial destaque às crianças, sendo objetivo da pesquisa verificar em que medida os serviços socioassistenciais no município de Belém do Pará orientam o atendimento às famílias refugiadas com crianças pelo princípio da prioridade absoluta. Estudamos os principais instrumentos internacionais de proteção a pessoa refugiada e às crianças. A exemplo da Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1951 e seu respectivo Protocolo de 1967, a Declaração de Cartagena de 1984, a Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989 e em âmbito nacional as Leis 9.474/1997, 13.445/2017 e o ECA. Analisamos os relatórios e programas referentes às crianças refugiadas elaborados pelo ACNUR e UNICEF e por instituições nacionais que atuam nessas pautas, a exemplo do CONARE e CONANDA. O olhar a partir das crianças indígenas venezuelanas da etnia Warao nos possibilitou a ampliação da compreensão de que existem muitas possibilidades de se vivenciar as infâncias. Concluímos que a proteção socioassistencial de Belém as crianças Warao acontece principalmente pela oferta de serviços de alta complexidade, na modalidade acolhimento institucional de carácter emergencial. Não identificamos um contexto de proteção integral nos serviços e de priorização das crianças Warao na execução do serviço.

  • FARAH DE SOUSA MALCHER
  • “EU FIZ ISSO, MAS EU NÃO SOU ISSO”: A sujeição criminal de indivíduos monitorados eletronicamente no Estado do Pará.

  • Data: 04/12/2020
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  • Essa tese investiga o processo de sujeição e subjetivação de indivíduos sob monitoração eletrônica através das dinâmicas de rotulação, identificação e manipulação de estigmas como “perigoso” ou portadores de “personalidade criminosa”. Com base nessa perspectiva sociológica, sob marco do conceito de “sujeição criminal”, foi realizada pesquisa etnográfica no Núcleo Gestor de Monitoramento Eletrônico de Belém (NGME), órgão púbico responsável pela gestão e execução da medida de monitoramento no Pará, consistente na descrição e análise das práticas de controle da população monitorada e constitutivas de um subtipo de infrator designado de “monitorado”. Considerando o monitoramento como “dispositivo”, dois grupos de atores dessa rede de poder foram entrevistados em profundidade: a equipe psicossocial do Núcleo, formada por psicólogos e assistentes sociais; e os sujeitos monitorados. O objetivo foi analisar a sujeição criminal sob duas perspectivas: do lado de quem acusa, rotula ou reproduz a identidade desviante associada aos indivíduos; e pelo ponto de vista de quem é rotulado e vivencia reflexivamente esse processo como experiência ou trajetória de vida, interpretando-o à sua maneira. No “dispositivo de monitoramento eletrônico”, o corpo do infrator é tomado por uma conjunção de poderes (soberano, disciplinar, biopolítico e necropolítico) que o marcam física e simbolicamente, criando efeitos próprios de sujeição e estigmatização com os quais tem de lidar. A tornozeleira eletrônica foi raciocinada como “símbolo de estigma” que mediante velhas e novas técnicas, reproduz e atualiza penalidades historicamente direcionadas a negros e pobres no Brasil. A pesquisa, enfim, fornece elementos para pensar a exclusão de certos tipos sociais com base em suas subjetividades, destacando a importância de considerar o sujeito que emerge desse processo como aquele que também põe valores e cria uma experiência possível de si.

  • IGOR DAVI DA SILVA BOAVENTURA
  • OS DIREITOS DA CRIANÇA NO SISTEMA INTERAMERICANO: UMA ANÁLISE DA INTERPRETAÇÃO EVOLUTIVA DO ARTIGO 19 DA CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS PELA CORTE INTERAMERICANA E PELA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

  • Data: 30/11/2020
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  • A presente dissertação tem como objeto central de análise a interpretação evolutiva do artigo 19 da Convenção Americana de Direitos Humanos pela Corte Interamericana e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e o reconhecimento de direitos da criança e obrigações estatais para com esta. A percepção da criança como sujeito de direitos é decorrente de um longo processo de mudanças no Direito Internacional, perpassando pela visão da criança como objeto do poder familiar na doutrina tutelar, até a consolidação da doutrina da proteção integral. As normativas internacionais sobre o tema criam o corpus juris de proteção dos direitos da criança, todavia, no Sistema Interamericano, não há um instrumento específco de proteção à criança, razão pela qual o entendimento da Corte Interamericana e da Comissão Interamericana são de suma importância para a proteção deste grupo no sistema regional. Foram analisadas 12 sentenças de mérito da Corte Interamericana e suas respectivas demandas pela Comissão Interamericana, cujos argumentos foram analisados e comparados. Constatou-se que em 2004 tais órgãos passaram a adotar a doutrina da proteção integral, e da análise dos dados conclui-se que a Corte Interamericana, apesar de não reconhecer nenhum “novo direito” da criança, reconhece obrigações estatais para além do que fora apresentado pela Comissão em suas demandas

  • MARIA CAROLINA BRAZ DA SILVA AZEVÊDO
  • EM BUSCA DO FIM DO SILENCIAMENTO: uma análise crítica decolonial do discurso com vistas à libertação

  • Data: 26/11/2020
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  • Temos como ponto de partida a investigação de um problema social percebido no contexto histórico da colonialidade do discurso, o que acarreta o silenciamento, a invalidação e ilegitimidade do discursos produzidos na América Latina perante o sistema mundo. Assim, nosso problema é situado na busca de alternativas de formas para decolonizar o discurso. Para isso, temos três objetivos específicos que guiam as três seções da pesquisa, realizada essencialmente em estudos teóricos e desenvolvida por meio do método hipotético-dedutivo. A primeira tarefa é investigar com Alfredo Bosi e Carl Schmitt o histórico do colonialismo e da colonialidade, as justificativas que foram e têm sido oferecidas para o exercício dessas práticas e o modo como se deu o surgimento dos pensamentos contra-hegemônicos, especificamente o latino-americano. A segunda é apresentar os estudos linguísticos críticos desenvolvidos pelas epistemologias do Norte, incluindo produções de Marx, Bakhtin, Foucault e suas relações com pensadores da Escola de Frankfurt, relacionando as tradições que contribuíram para o seu desenvolvimento a fim de compreender de que se constituem os processos de formação discursiva e como operam os mecanismos que acarretam na exclusão de discursos outros. A terceira, por sua vez, é apontar as insuficiências da teoria crítica ocidentalocêntrica e discutir formas de reduzi-las ou até mesmo eliminá-las com pressupostos críticos pensados pelas epistemologias do Sul, com Enrique Dussel, aumentando o seu potencial normativo visando à libertação e lançando um modelo ético para suprir necessidades materiais da vida humana. Portanto, compreendemos que apesar de a teoria crítica do Norte fornecer elementos para um pensar crítico sobre as práticas discursivas, tais contribuições são insuficientes para pensar a realidade de exclusão sistemática na América Latina, sendo necessário produzir um pensamento localizado comprometido com a abertura à diferença por uma ética da responsabilidade individual e coletiva para com o Outro.

     

  • JOHNY FERNANDES GIFFONI
  • PROTOCOLOS COMUNITÁRIOS OU AUTÔNOMOS DE CONSULTA E CONSENTIMENTO PRÉVIO, LIVRE E INFORMADO QUILOMBOLA E O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

  • Data: 17/11/2020
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  • Quilombolas em todo o Brasil gritam de dor! A dor da luta pela sua existência e pelo reconhecimento de suas identidades. Arrancados de sua terra ancestral, a mãe África, negros foram sequestrados e pelas mãos do colonizador europeu chegaram ao que denominamos de América Latina. No Brasil, resistiram à escravidão. Outrora, os Quilombos foram símbolo de fuga e da luta contra a opressão do sistema mundo/moderno colonial, hoje se apresentam enquanto oposição ao regime de exploração da natureza pelo capital. O presente trabalho versa sobre os “Protocolos Comunitários ou Autônomos de Consulta e Consentimento Prévio, Livre e Informado Quilombola” criados pelas comunidades enquanto instrumentos de defesa territorial e de sua identidade. Pretendem através deles exercerem seu direito à autodeterminação, externalizado pelo processo de consulta e consentimento prévio, livre e informado previstos na Convenção n. 169 da OIT, e outros instrumentos jurídicos internacionais. Através da análise do discurso e análise do conteúdo, utilizando da pesquisa teórica e de levantamento bibliográfico, nosso objeto de pesquisa compreende os Protocolos Quilombolaslevantados entre os anos de 2014 e 2019. Pretende-se investigar a natureza jurídica dos Protocolos, sua força jurídica e eficácia vinculante tendo como marco teórico o “Pluralismo Jurídico Comunitário-Participativo” de Carlos Wolkmer, bem como o discurso das instituições públicas sobre sua legitimidade e sua utilização enquanto expressão das identidades étnicas, cidadania racial, e para resolução dos conflitos socioambientais produzidos nos processos de licenciamento ambiental. Não é possível afirmar ser nosso objeto a representatividade da totalidade dos Protocolos Quilombolas. A partir de sua análise estabelecemos os elementos e os pressupostos do processo administrativo de consulta e consentimento, os quais devem ser realizados pelo governo toda vez que um ato administrativo ou uma lei vier a afetar ou impactar as Comunidades Quilombolas. Enquanto categorias centrais, utilizamos as Teorias da Identidade, da Etnicidade, da Desconstrução, da Justiça Socioambiental, da Cidadania Racial, Decoloniais, Novo Constitucionalismo e o Quilombismo de Abdias Nascimento. Boaventura nos subsidiou a entender o conflito social existente entre dogmática da modernidade colonial e a dogmática vivenciada pelos sujeitos subalternos. Os Protocolos propõem-se a ser o meio adequado a ser seguido pelo Estado na realização do processo de Consulta e Consentimento Prévio, Livre e Informado.

  • RODRIGO BAIA NOGUEIRA
  • ISONOMIA TRIBUTÁRIA NO CONTROLE DE RENÚNCIAS DE RECEITAS PELOS TRIBUNAIS DE CONTAS: ESTUDO A PARTIR DO POSITIVISMO JURÍDICO DE SCOTT SHAPIRO

  • Data: 30/10/2020
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  • O objetivo geral da presente pesquisa é investigar se os Tribunais de Contas podem apreciar, no controle externo de renúncias de receitas tributárias, violações à isonomia tributária (art. 150, II, CF), bem como os critérios a partir dos quais isso pode ser feito. O referencial adotado para a compreensão e interpretação do direito é a teoria juspositivista de Scott Shapiro. Nesse sentido, os capítulos do trabalho estão estruturados a partir dos seguintes objetivos específicos: expor a teoria o direito de Scott Shapiro; contextualizar e especificar o conceito jurídico “renúncia de receita tributária”; contextualizar e especificar as funções dos Tribunais de Contas relacionadas à fiscalização de renúncias de receitas tributárias; contextualizar e especificar o conceito jurídico “isonomia tributária”; determinar se a isonomia tributária pode ser um parâmetro da fiscalização de renúncias de receitas tributárias pelos Tribunais de Contas e, em caso afirmativo, quais critérios são adequados para isso. O resultado geral da pesquisa é que os Tribunais de Contas podem apreciar, no controle externo de renúncias tributárias, violações à isonomia tributária, e que isso pode ser feito por meio de critérios objetivos. Especificamente, conclui-se que essa fiscalização pode ser feita no parecer prévio que aprecia as contas de governo anualmente prestadas pelo chefe do Poder Executivo (art. 71, I, CF), ocasião em que as Cortes estão autorizadas a apreciar as renúncias tributárias enquanto atos normativos, o que inclusive faz parte de sua prática institucional. Outrossim, sem pretensão de exaustividade, sugere-se quatro critérios para a aplicação do parâmetro isonomia tributária: verificação da existência de objetivos declarados; verificação da clareza, simplicidade, especificidade e objetividade dos critérios de elegibilidade, os quais devem ser pertinentes aos objetivos declarados; verificação da coordenação entre os objetivos declarados dos diversos atos, especialmente para a identificação de sobreposições e redundâncias; verificação da publicação de estudos periódicos, com suposições e metodologias claras, a respeito da consecução dos objetivos declarados.

  • LORENA DA SILVA BULHÕES COSTA
  • DIGNIDADE KANTIANA E A INCLUSÃO DO OUTRO: A CONSTRUÇÃO DO SUJEITO RACIONAL EM JOHN RAWLS, MARTHA NUSSBAUM E ONORA O’NEILL

  • Data: 23/10/2020
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  • Este projeto, apresentado ao programa de pós-graduação em Direito da Universidade Federal do Pará, é dedicado à elaboração de dissertação de mestrado, cujo tema procurará analisar o conceito de dignidade kantiano, a partir da sua aplicação na filosofia política de John Rawls, considerando as críticas feitas por Martha Nussbaum e tentando oferecer uma reconstrução que consiga dar conta de seus problemas através do exposto por Onora O’Neill. Partindo da importância que o valor absoluto dos indivíduos possui na construção da ideia de direitos humanos no século XX, o esforço do presente trabalho é verificar se é possível manter a concepção kantiana de dignidade como fundamento moral de um sistema de justiça, ou se é necessário abandoná-la, levando em consideração a impossibilidade de transferi-la para o campo da filosofia política, em virtude de certas limitações, em especial, a exclusão de pessoas com deficiência. Para tanto, a pesquisa seguirá alguns passos: no primeiro momento, abordará o conceito de dignidade na filosofia de Kant, em especial, em sua parte moral. Em seguida, a filosofia kantiana, em especial os conceitos abordados na primeira parte serão analisados com referência à filosofia de John Rawls, principalmente no que diz respeito à forma como a escolha de seus princípios de justiça pode ser vista como uma versão de imperativo categórico, bem como, posteriormente, como o autor desenvolve o seu construtivismo kantiano, dele derivando um ideal de pessoa. Após este momento, considerando essa construção feita por Rawls, será realizado um estudo da forma como Martha Nussbaum critica esse ponto de vista a partir da sua filosofia política, em especial com a adoção da teoria das capacidades e de um conceito não kantiano de dignidade, focando de forma especial no caso das pessoas com deficiência. Por fim, apresentará uma reformulação, a partir de Onora O’Neill, considerando, ainda, uma visão construtivista da ética kantiana, assim como em Rawls, mas que não esteja ligada a um tipo de sujeito que depende de capacidades racionais específicas e que, em verdade, constrói o conceito de dignidade, em conjunto, considerando a autonomia e a qualidade de fim em si mesmo de todos os outros seres humanos. A partir disso, a hipótese a qual se chega é a de que a filosofia de O’Neill é capaz de apresentar uma opção à forma como a filosofia de Kant é na filosofia política contemporânea, apresentando uma leitura que parte da tolerância e que considera os sujeitos a partir de sua vulnerabilidade, não havendo mais vinculação com uma concepção idealizada de ser humano, tampouco uma ligação específica com um tipo de modelo a ser seguido dentro de uma teoria da justiça. O trabalho pertence ao campo do estudo teórico, por meio de análises de conceitos presentes tanto na filosofia moral, quanto na filosofia política, e utiliza técnica de pesquisa bibliográfica.

  • GABRIELA OHANA ROCHA FREIRE
  • O empoderamento virtual do consumidor como mecanismo de atuação cívica on-line indutor de novos padrões ao segmento empresarial

  • Data: 16/10/2020
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  • Com os avanços tecnológicos proporcionados pela globalização e a imersão digital, o ciberespaço tornou-se a principal infraestrutura de transações comerciais, gerenciamento econômico, publicidade e comunicação entre os indivíduos, com isso, um novo ator passou a figurar na sociedade pós-moderna: o consumidor 4.0. Ao contrário de um mero comprador e reflexo das amplas modificações capitalistas na cultura do consumo, do cenário mercadológico que, na maioria das vezes, prioriza por lucro e do distanciamento do Estado para com os direitos fundamentais dos consumidores, esse sujeito digital passou a portar-se cada vez mais conectado entre o on-line e off-line, estando a um passo do acesso à informação, exigindo, por consequente, um fornecedor mais responsável e com boa imagem mercadológica. Nesse sentido, a presente dissertação objetivou a análise do fortalecimento da solidariedade digital entre consumidores através dos atos de boicotes e manifestações públicas individuais ou coletivas, emitidos nas mídias sociais on-line de modo a ser percebido como mecanismo alternativo ao exercício da cidadania independente à atuação governamental. A metodologia alicerçou-se a partir de referencial teórico-bibliográfico e documental interdisciplinar, predominantemente pelo método dedutivo, utilizando-se de pesquisa qualitativa e componente empírico de caráter elucidativo, seja a análise dos casos ocorridos durante o período de 2018 a 2020 no ambiente das principais mídias sociais on-line – Facebook, Youtube, Instagram e Twitter – no intuito de infirmar as conclusões da pesquisa teórica. O estudo estruturou-se em três seções. A primeira abordou acerca da cultura do consumo e as falsas promessas da pósmodernidade sob a ótica do capitalismo mercadológico e suas intercorrências na identidade e subjetividade do consumidor. A segunda parte pontuou sobre a perspectiva do cenário estatal e o distanciamento das políticas governamentais para com o cidadão-consumidor, ponderando sobre os entraves nas três esferas de poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário –, a crise do modelo judicial individual e coletivo e a acentuação da vulnerabilidade consumerista. Na última seção, aprofundou-se a discussão sobre a imersão tecnológica e informativa do consumidor e fornecedor entre os ambientes on-line e off-line, a significação das marcas na sociedade de consumo digital, as mídias sociais e os atos de insatisfações, visualizados principalmente através dos atos de boicote ou “cancelamento virtual” percebidos nas modalidades econômico, ecológico, religioso, de minorias, labor boycott ou social, relacional, experiencial e/ou político, discutindo-se, por fim, acerca do exercício da cidadania digital através dessas manifestações de consumidores e seus entraves. Desse modo, através dos subsídios coletados, tornou-se possível a percepção de que, comportamentalmente, o consumidor tem se portado de modo mais seletivo e identitário com relação aos fatores decisórios de compra para além do preço da mercadoria, de modo a valorizar as experiências e compartilhá-las no ambiente fluído e interativo das mídias sociais, enfatizando suas virtudes cívicas de autorregulação, consciência de seu poder e liberdade de escolha, ocasionando mudanças sensíveis nesse novo espaço de interação econômica, importando, não raras vezes, em perda patrimonial do fornecedor e necessidade de readequação ou reafirmação de condutas mais responsáveis ante à maior probabilidade de ter uma imagem negativa associada à sua marca, decorrente de punições sociais perpetradas por consumidores e potenciais consumidores.

  • CYNTHIA CAMPELLO RODRIGUES DE ALMEIDA
  • TRABALHO INTERMITENTE E RISCOS PSICOSSOCIAIS: análise da lei brasileira à luz do direito fundamental ao meio ambiente do trabalho equilibrado

  • Data: 16/10/2020
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  • A presente pesquisa tem como objetivo identificar se a regência jurídica do trabalho intermitente, introduzida no ordenamento jurídico brasileiro por intermédio da Lei nº 13.467/2017 implica em riscos psicossociais intoleráveis aos trabalhadores submetidos a esta modalidade contratual. Para tanto, é feito um apanhado inicial acerca da intersecção entre o Direito Ambiental e o Direito do Trabalho, para que se defina a importância de um meio ambiente de trabalho equilibrado como garantia de tutela da saúde mental das pessoas expostas a determinados contextos jurídico-laborais. Em seguida, é analisada a regência jurídica do trabalho intermitente em experiências estrangeiras, como na Itália, no Reino Unido e em Portugal, e comparada às escolhas do legislador brasileiro, para que se perceba quais as motivações das alterações na norma, se houve flexibilização de direitos trabalhistas e se as mudanças importam em consequências para o equilíbrio do meio ambiente do trabalho e saúde dos trabalhadores intermitentes. Por fim, são analisados os riscos psicossociais implicados à regência jurídica do trabalho intermitente, qual o tratamento jurídico dispensado a estes potenciais agressores à saúde mental na legislação nacional, e quais as implicações à saúde mental dos trabalhadores intermitentes. Trata-se de um trabalho teórico, sendo que a abordagem utilizada foi a hipotético-dedutiva. A pesquisa, do tipo descritiva, foi estruturada por meio do método monográfico, utilizando técnicas de levantamento bibliográfico e legislativo, tendo os dados sido alvo de análise de conteúdo qualitativa. Os resultados alcançados evidenciaram que a regência jurídica do contrato de trabalho intermitente pela Lei nº 13.467/2017 implica em riscos psicossociais intoleráveis a esta classe de obreiros. Analisada a Reforma Trabalhista, percebe-se que a rapidez em sua aprovação e falta de estudos criteriosos sobre as mudanças a serem implementadas promoveu repercussões diretas ao equilíbrio do meio ambiente do trabalho e à saúde mental dos trabalhadores, tornando difícil a efetivação dos direitos sociais fundamentais dos trabalhadores constantes da Constituição da República de 1988. Assim, concluiu-se que a regência jurídica do trabalho intermitente brasileiro importa riscos psicossociais intoleráveis ao meio ambiente do trabalho dos obreiros que laboram exclusivamente sob a modalidade.

  • JULYANNE CRISTINE BARBOSA DE MACEDO DOS SANTOS
  • ESTUDO SOBRE O MODELO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO AOS DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS DESENVOLVIDO NA AMAZÔNIA PARAENSE

  • Data: 08/10/2020
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  • Esta dissertação apresenta um estudo sobre o modelo de proteção adotado pelo Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos do Pará (PPDDH-PA). Inicialmente, aborda uma discussão sobre o modelo de desenvolvimento imposto na Amazônia que gera as denominadas “causas estruturais de conflitos” e, em seguida, passa a debater o conteúdo do conceito “defensoras/es de direitos humanos” e as principais lutas travadas por esses sujeitos no Pará. Após, apresenta-se um diagnóstico sobre a situação de defensoras/es no Brasil, bem como os principais mecanismos de violações utilizados contra esses sujeitos e, na sequência, faz-se uma abordagem sobre a proteção de defensoras/es como política pública, passando-se a um levantamento realizado sobre o Programa de Proteção no Brasil, seus alcances e limites. Por fim, constrói-se um histórico sobre o PPDDH-PA, analisando-se o modelo de proteção adotado pelo mesmo e apresenta-se a discussão sobre possíveis alternativas frente aos limites do PPDDH. Notou-se que a implementação do PPDDH ocorreu de forma desconexa e sem um plano orientado para que alcançasse os objetivos propostos, optando-se por um modelo de proteção policial que, por si, estabelece inúmeros obstáculos para o acesso, inclusão e acompanhamento de defensoras/es em situação de ameaça. Frente a esse cenário, porém, é possível pensar alternativas para a construção de uma política de proteção integral, seja com o intermédio do Estado ou não.

  • ISABELA FEIJO SENA RODRIGUES
  • LITÍGIO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS: UMA ANÁLISE DESDE OS CASOS AMAZÔNICOS PERANTE A COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

  • Data: 01/10/2020
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  • A presente dissertação, pautada pela atribuição da CIDH de receber petições individuais para averiguar a responsabilidade internacional do Estado por violações de Direitos Humanos e emitir as recomendações que entender necessárias, objetiva analisar criticamente o litígio dos casos amazônicos formalmente admitidos pela CIDH contra o Estado brasileiro, no período de 1973 a 2019, identificando os limites e as possibilidades da atuação das partes que compõem o litígio, bem como da Comissão, que recebeu e tramitou as denúncias, a fim de avaliar se a litigância internacional perante o órgão gerou resultados no sentido de promover e proteger os Direitos Humanos nos casos da região amazônica. O estudo parte da exposição do SIDH sob o viés da Comissão Interamericana, expondo seu funcionamento e atribuições a partir de seus papéis político e adjudicatório, os quais indicam a relevância da sua atuação para a garantia e defesa dos Direitos Humanos no continente americano apontando, também, as suas debilidades institucionais. Posteriormente, examina-se o procedimento da denúncia internacional à CIDH, analisando-se o seu trâmite e como os seus requisitos foram aplicados nos casos, especialmente nos da região amazônica, os quais foram admitidos principalmente pelas exceções da regra de esgotamento dos recursos internos e apresentaram andamento moroso na Comissão, em que apenas 5 denúncias tiveram seus méritos apreciados e 2 resultaram em acordo de solução amistosa, etapas em que a CIDH emite recomendações para a proteção e promoção dos Direitos Humanos. Ademais, à luz dos 24 casos ocorridos na região amazônica, evidenciou-se em 19 deles, temáticas principais e correlatas, vinculadas às violações históricas e sistemas de direitos no Brasil, a saber: conflitos rurais, desrespeito aos territórios de povos indígenas e comunidades quilombolas, e crimes praticados contra defensores de Direitos Humanos. Nesse sentido, o último capítulo aborda que além da atuação da Comissão, o desenvolvimento e os resultados dos litígios amazônicos também estão intrinsicamente relacionados com os objetivos e estratégias desempenhas pelos peticionários, os quais, nos casos amazônicos, corresponderam majoritariamente à ONGs que adotam o uso do litígio estratégico, observando-se ainda a incidência dos fatores sociais e políticos que influenciaram na condução da litigância e repercutiram nas denúncias perante a CIDH

  • LUCIANO MOURA MACIEL
  • “Aprender a reaprender” no Bahserikowi: Colonialidade, Direitos e Conhecimentos em face da Lei n.º 13.123/2015

  • Data: 22/09/2020
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  • A tese tem o objetivo geral de analisar a Lei 13.123/2015 com base na teoria da colonialidade para problematizar as transformações jurídicas dos conhecimentos tradicionais e os conflitos destas normas com o sistema de conhecimentos e saúde indígena Ye’pamahsã (Tukano). A hipótese proposta foi de que as mudanças promovidas pela Lei 13.123/2015 que trata da regulação do acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados, aos povos indígenas e comunidades tradicionais pudessem reforçar relações de colonialidade, devido ao fato de a Lei reproduzir hierarquias e violar os direitos dos povos e comunidades tradicionais. Para a tese, defendo que, embora o colonialismo, enquanto domínio territorial e administrativo tenha findado, a relação de colonialidade permanece como forma de controle de uma minoria privilegiada sobre uma minoria oprimida e empobrecida. Estas formas de controle iniciam com a formação do capitalismo da Modernidade, praticado após a invasão dos territórios indígenas até o modo atual do capitalismo neoliberal. Tais formas de controle se estendem sobre: a) o trabalho – controle capitalista e exploração do trabalho indígena; b) da natureza – extrativismo, terra vazia com expulsão dos povos indígenas da natureza e prática do neoextrativismo; c) controle do gênero – controle do patriarcado sobre a sexualidade das mulheres e das minorias com identidades sexuais diferenciadas; d) controle da subjetividade e do imaginário do colonizado – pelo controle dos meios de comunicação que reproduzem as ideologias da minoria privilegiada praticando o colonialismo interno; e) controle do conhecimento – conhecimento científico acima dos conhecimentos tradicionais visto como folclores, senso comum ou crendices. Essas diversas formas de controle e dominação representam a colonialidade. No primeiro capítulo, apresentou-se a problemática da Lei 13.123/2015, estrutura normativa vigente que serve de base jurídica para o acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados. No segundo capítulo, a análise versou sobre a convergência do Direito e da Colonialidade, explicando que as categorias jurídicas do Estado Moderno centralizador como a única fonte de produção de normas jurídicas pouco servem para garantir os direitos constitucionais dos povos indígenas e direitos a propriedade intelectual coletiva, pois este direito é estruturado sob o modelo de homogeneidade uniformizadora do Estado com uma única nação e também as relações circulam sobre o eixo da propriedade privada e dos contratos. No terceiro capítulo, a tese se propôs a fazer uma aproximação teórica com a teoria da colonialidade do poder, para estudarmos as razões teóricas de tantas violações aos direitos dos povos indígenas. No quarto capítulo, a pesquisa de campo junto ao Centro de Medicina Indígena da Amazônia – Bahserikowi e as entrevistas com os Kumuã (Pajés), que atuam neste centro de conhecimentos, nos ajudou a conhecer outro tipo de saber sobre saúde e as etapas de formação do Kumu,(Pajé), para verificar as conflituosidades com a Lei 13.123/2015. No último capítulo, a tese apresenta os fundamentos teóricos para o jurista encontrar um “direito achado nos coletivos” com apoio dos Protocolos Comunitários. Conclui-se que para reconhecer os Kumuã como profissionais de saúde indígena, é necessário decolonizar o Estado, pois embora haja normas jurídicas e Constitucionalismo Pluralista para o reconhecimento, não há abertura de poder para os indígenas em diálogo com os agentes estatais efetuarem tais mudanças.

  • SAMUEL DE JESUS DA SILVA LOBATO
  • O EMBRIÃO HUMANO COMO PESSOA HUMANA:

    O argumento ontológico como fundamento da dignidade pessoal e do direito à vida do ser humano não nascido

  • Data: 15/09/2020
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  • A dissertação apresenta o argumento ontológico, com auxílio da lei natural, relacionado ao direito à vida embrionária. Para tanto, investiga-se a natureza biológica do embrião humano, especificando diversos pontos da sua evolução natural de ser unicelular, perpassando pelas divisões celulares e enfatizando as três primeiras semanas como indispensáveis para uma compreensão adequada da natureza humana em sua fase inicial. Posteriormente, o argumento ontológico é articulado à dignidade intrínseca entre todos os seres humanos independentemente de cor, raça, classe social, sexo ou estado de desenvolvimento, sendo, portanto, adequado a qualquer pessoa, impedindo a restrição do direito à vida do ser humano. Por fim, observa-se como a legislação brasileira, de modo geral, lida com o não nascido, e a repercussão causada por decisões internacionais que, de alguma maneira, minam a pessoalidade intrínseca presente em todos os seres humanos.

  • STEPHANIE MACHADO VIEIRA BRITO
  • “SOBREPOSIÇÃO” DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO EM TERRITÓRIO DE POVOS QUILOMBOLAS: O CASO DA RESEX DE IPAÚ-ANILZINHO

  • Data: 14/09/2020
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  • Há situações jurídicas de conflitos socioambientais denominados de “sobreposição” ou “superposição” de Unidades de Conservação em Territórios dos Povos e Comunidades Tradicionais (TPCT), especialmente dos juridicamente classificados por remanescentes de quilombos no Brasil. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 consagra o leque jurídico dos novos direitos desses povos, assegurando tanto os Direitos Humanos ao Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado (DHMAEE), no artigo 225; quanto ao Território Quilombola Tradicionalmente Ocupado (DTQTO), no artigo 68, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e na Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho. As UCs são regulamentadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Lei n.º 9.985/2000. Essa lei estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das áreas especialmente protegidas. Esta pesquisa é um estudo de caso da UC de Uso Sustentável na Reserva Extrativista de Ipaú-Anilzinho sobreposta ao TPCT dos ribeirinhos de Joana Peres e dos autodefinidos quilombolas de Anilzinho, no município de Baião, Pará. Tem por objetivo geral analisar em que medida é possível a reclassificação da Resex para Área de Preservação Ambiental (APA), considerando a existência anterior dos PCT na área em que a Resex abrangeu. Os procedimentos metodológicos orientam-se para estabelecer diálogo interdisciplinar (LEFF, 2000) entre os Direitos Humanos (WOLKMER, 2001; MARÉS, 2003; SANTILLI, 2005; SOUSA; SANTOS, 2007; HERRERA FLORES, 2009) e a Antropologia (GEERTZ, 2014; INGOLD, 2019). Esta dissertação possui como base empírica as entrevistas semiestruturadas realizadas em campo com lideranças de Anilzinho, Joana Peres, com o órgão gestor da UCUS e com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Conclui-se haver possibilidade jurídica de combinar o título de propriedade definitiva dos quilombolas de Anilzinho com a área especialmente protegida sendo reclassificada por APA.

  • MARCELA SANTOS PIMENTEL KAYEMBE
  • DIREITO À LIBERDADE RELIGIOSA, BEM COMUM E SECULARISMO: ANÁLISE A PARTIR DA NOVA TEORIA DA LEI NATURAL DE JOHN FINNIS

  • Data: 04/09/2020
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  • A presente dissertação busca analisar como o conceito de bem humano básico da religião de John Finnis impacta a defesa da liberdade religiosa enquanto direito humano, dentro de um contexto secularizado e liberal. Para tanto, pressupõe como hipótese que a religião, enquanto bem humano básico, possui um papel central e estruturante na razão prática, cuja instanciação impacta o florescimento humano individual e coletivo, e que, por isso, merece proteção especial do Estado, por meio da garantia do direito à liberdade religiosa. O trabalho visa discernir o argumento filosófico-jurídico do teológico e histórico, visto que a presente pesquisa não tem como escopo realizar uma defesa confessional de religião, ao contrário, buscar evidenciar o seu caráter essencial para a manutenção dos pressupostos ordenadores do indivíduo e da comunidade. O primeiro capítulo explicita as opções metodológicas de John Finnis para a compreensão da religião enquanto bem humano básico, assim como diferencia a compreensão prática de secularismo da proposta histórico-filosófica de Charles Taylor. O segundo capítulo discorre sobre a aproximação da concepção de direitos humanos e direitos naturais, assim como os desdobramentos do desenvolvimento do direito à liberdade religiosa fora do escopo da proteção à liberdade e autonomia individual, e alinhado com uma concepção de laicidade em consonância com os princípios da razão, assumindo-o como mecanismo para proteção e promoção do direito fundamental à religião como manifestação jurídica do bem humano básico da religião e condição para a consecução do bem comum político. Por fim, o terceiro capítulo propõe uma análise dialética entre a concepção liberal de liberdade religiosa, defendida por Ronald Dwokin, em contraste com aos argumentos jusnaturalistas, para se definir quais pressupostos atendem de maneira mais eficiente a proteção do bem humano básico da religião, vislumbrando essa defesa em uma perspectiva prática a partir da exposição dos casos envolvendo os símbolos religiosos, debatidos no âmbito da Corte Europeia de Direitos Humanos, e da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.439/2010, julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Conclui-se que a consideração da religião como bem humano básico implica no desenvolvimento desta enquanto pressuposto moral, ético e jurídico para a ação dos indivíduos, o que, necessariamente, demanda do Estado a elaboração de mecanismos protetivos para que tal bem seja protegido e promovido, visando o florescimento humano individual e coletivo.

  • DEBORA SIMOES PEREIRA
  • OS MEDIA, DIREITO E DECISÃO JUDICIAL: OBSERVAÇÃO DE SUAS OPERAÇÕES A PARTIR DA TEORIA DOS SISTEMAS DE NIKLAS LUHMANN

  • Data: 11/08/2020
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  • Esta tese discorre sobre as operações realizadas entre os media e o sistema judiciário, a partir da teoria dos sistemas de Luhmann, buscando compreender de que forma o judiciário reage aos ruídos externos provenientes dos media. Ao realizar este estudo, procurou-se trazer uma nova perspectiva sobre a temática, em virtude da relevância desta para o meio social e reconhecendo que já foi objeto de outras pesquisas. A concepção que se objetiva alcançar é desconstruir uma ideia negativa, erroneamente disseminada na sociedade, especialmente quanto ao papel dos media, em que não se reconhece a sua real importância, identificando-os como um obstáculo para a correta aplicação da lei pelos tribunais. Tendo isto em vista, estudou-se, isoladamente, cada um dos sistemas, distinguindo os seus códigos binários, seus elementos e as operações que ocorrem internamente. E, somente a partir disso, investigou-se as irritações provenientes do sistema mediático sobre o sistema judiciário, verificando de que forma isto afeta as decisões dos tribunais e a produção de certeza. Assim sendo, coube a este trabalho a tarefa de comprovar se, diante destas interferências, ocorre um acoplamento estrutural entre os dois sistemas ou uma corrupção intrassistêmica do sistema mediático sobre o sistema judiciário.

  • DAVI HAYDEE ALMEIDA LOPES
  • “MORREU? NÃO VAI DAR EM NADA, MELHOR NEM TER O TRABALHO”: uma análise dos assassinatos de travestis em Belém

  • Data: 04/08/2020
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar de que forma a atuação da Polícia Civil na investigação dos assassinatos de travestis, no ano de 2018, na cidade de Belém-PA, retrata a precariedade dessas vidas. Para isso utilizou-se um método indutivo e de uma pesquisa bibliográfica, documental e empírica que teve como foco a análise dos inquéritos policiais de quatro casos encontrados. Também foram entrevistadas travestis, representantes do movimento transexual e travesti no estado do Pará, e policiais civis. Além das entrevistas semiestruturadas, no decorrer da pesquisa, foram realizadas conversas formais e informais com membros da polícia civil, que pudessem esclarecer a questão suscitada. Em um primeiro momento, partiuse de uma pesquisa bibliográfica sobre a produção de vidas precárias e a forma como a vida humana pode ser hierarquizada e eliminada. Depois identifica-se, dentre os sistemas de produção do sujeito, o gênero e a sexualidade como regimes de poder, que estabelecem normas sobre o que é normal e o que deve ser expurgado. É possível enxergar estes elementos de precarização na identidade travesti, sendo este um dos pontos centrais da própria travestilidade. Por fim, na análise dos inquéritos, observa-se como a condição de vulnerabilidade das travestis influi para a não-resolutividade dos seus assassinatos, não tendo estes crimes indícios de autoria pela falta de material probatório. Percebe-se que a própria instituição da polícia reproduz discursos criminalizadores, que acabam por resumir a vida travesti como prostitutas, usuárias de drogas e criminosas. O mesmo discurso serve também para fundamentar o desinteresse da polícia em resolver tais questões, justificando assim a morte daquelas travestis pela sua própria existência. Conclui-se que a precariedade da vida travesti não se constrói na esfera policial, mas sim durante toda sua história, culminando em sua morte e sendo perpetuada na atuação policial.

  • ANNA MARCELLA MENDES GARCIA
  • “AS CRIAS DA CASA”: uma análise sobre a caracterização do trabalho infantil doméstico exercido em condições análogas às de escravo nos procedimentos do Ministério Público do Trabalho da 8ª Região

  • Data: 30/07/2020
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  • O presente estudo tem como escopo averiguar a ocorrência de trabalho análogo ao de escravo nos casos de trabalho infantil doméstico apurados pela Procuradoria Regional do Trabalho da 8ª Região – PRT-8/MPT, no Pará. Trata-se de pesquisa bibliográfica e documental, pautada no método dedutivo, que buscou analisar individualmente e de maneira quanti-qualitativa, 41 (quarenta e um) procedimentos catalogados pela PRT-8 como trabalho infantil doméstico, a fim de verificar se neles havia elementos caracterizadores da escravidão contemporânea. Inicialmente, foram examinadas as bases teóricas da conceituação da escravidão contemporânea no Brasil, com destaque para a influência das normas internacionais sobre o tema e da teoria kantiana sobre a dignidade humana na construção do tipo penal brasileiro. Em seguida, foi abordada a vedação legal ao trabalho infantil, a partir da apresentação das distintas noções de infância que vigoraram no país ao longo do tempo, culminando na atual compreensão da criança e do adolescente como sujeitos de direitos e pessoas em desenvolvimento, a quem deve ser aplicada a doutrina da proteção integral. Foram expostos os dados que indicam o insucesso do Brasil na erradicação efetiva do trabalho infantil, bem como o perfil das crianças e adolescentes explorados/as nestas condições. Posteriormente, foi apresentada a estrutura do MPT, seu papel no enfretamento ao trabalho escravo e ao trabalho infantil, e a problemática advinda da sua divisão em coordenadorias temáticas encontrada na pesquisa. Aqui, foi aplicada uma ficha de indicadores aos procedimentos da PRT-8, que continha, dentre outros questionamentos: a presença de um ou mais dos modos de execução do ilícito tipificado no artigo 149 do Código Penal Brasileiro, que caracterizam o tipo penal; e a classificação, pela PRT-8, da ocorrência do crime de exploração de trabalho análogo ao de escravo. Da análise dos procedimentos se extraiu que, em mais da metade dos casos, havia características de trabalho escravo infantil, porém nenhum deles foi classificado como tal pela PRT-8. Evidenciou-se também que a maioria das vítimas eram meninas não-brancas e que grande parte dos casos ocorreu na capital, Belém. A fim de examinar a relação histórica entre trabalho infantil doméstico e trabalho análogo ao de escravo com marcadores sociais como raça, gênero e classe, foram analisados dados de pesquisas empíricas sobre os temas, isolada e interseccionalmente, e produção bibliográfica a respeito. Concluiu-se que a catalogação dos procedimentos ministeriais em coordenadorias temáticas que não interagem entre si, associada à naturalização histórica do trabalho infantil doméstico exercido por meninas não-brancas no Estado do Pará, contribui para que não se considerem os mecanismos da escravidão contemporânea e, consequentemente, sejam adotadas as providências legais cabíveis, resultando na perpetuação nas lógicas de violência e discriminação.

  • PAULO ISAN COIMBRA DA SILVA JUNIOR
  • TRABALHO E VELHICE: Como ler a legislação dos trabalhadores mais velhos?

  • Data: 19/06/2020
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  • Este trabalho discute se é possível estender a proteção legal oferecida aos idosos (pessoas com 60 anos ou mais) a trabalhadores que, mesmo antes de atingirem essa faixa etária, são inferiores no mercado de trabalho por serem socialmente identificados como idosos. A análise é baseada na teoria do direito de Ronald Dworkin como integridade. Como proposição principal, ele argumenta que a melhor leitura da legislação brasileira é no sentido de estender a proteção legal garantida aos idosos a trabalhadores inferiores por causa do envelhecimento, independentemente da idade. Essa interpretação é correta porque, dadas as demandas de dignidade, é consistente com o objetivo de cancelar os efeitos do envelhecimento nas relações de trabalho.

  • CLARICE SANTOS DA SILVA
  • A LIMITAÇÃO OBJETIVA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS NO ÂMBITO DO PROCESSO CIVIL BRASILEIRO

  • Data: 06/03/2020
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  • Com o advento da ordem processual civil atual, o campo de incidência da vontade das partes no processo se fortaleceu, conduzindo o ambiente processual a se consolidar enquanto terreno propício para o exercício da liberdade. O Código de Processo Civil é direcionado a possibilitar maior equilíbrio de funções entre o juiz e as partes, realizando essa tarefa por meio da instituição de um processo cooperativo e dialógico, cuja preocupação central reside em promover uma tutela jurisdicional adequada, abrigando as necessidades das partes em equilíbrio com o caráter público da atuação do órgão jurisdicional. Nesse cenário, o instituto dos negócios jurídicos processuais recebe destaque, diante de sua considerável expansão, despertando inquietações de diversas ordens na doutrina processual. De maneira específica, o presente trabalho busca investigar os limites objetivos dos negócios jurídicos processuais em consonância com o modelo constitucional de processo, identificando os parâmetros legais e doutrinários que são compatíveis com esse fenômeno. O intento se estrutura na ideia de que a escolha legislativa, de um lado, fortaleceu o instituto dos negócios processuais, com amplas possibilidades de conformação procedimental negocial, e, de outro, trouxe acentuadas dúvidas acerca dos parâmetros para essa celebração, com o risco de comprometer a efetiva utilização do instituto. Para tanto, parte-se do reconhecimento do direito à tutela jurisdicional adequada e da ênfase às contribuições da cooperação processual. Em seguida, analisa-se a definição, terminologia e regramento jurídico dos acordos processuais, situando-os na tradição da teoria do fato jurídico, além de enfrentar com precisão a relevância da cláusula geral de negociação processual para o tema. O trabalho se desenvolve por meio de pesquisa bibliográfica e documental, utilizando-se do método dialético e hipotético-dedutivo.

  • HEITOR ANTUNES MILHOMENS
  • TUTELA DA CONFIANÇA E DA VULNERABILIDADE NA ECONOMIA DO COMPARTILHAMENTO: empoderamento do consumidor digital e mitigação da vulnerabilidade estrutural na era do hiperconsumo.

     

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  • Data: 01/02/2020
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  •  Através da presente dissertação propomos um estudo da economia do compartilhamento não apenas considerando os seus aspectos jurídicos ou econômicos e seu impacto no mercado de consumo, mas uma investigação orientado com uma sólida base interdisciplinar que busca, à partir de reflexões filosóficas e sociológicas da contemporaneidade, empreender uma investigação exploratória e reflexiva, para compreender a economia do compartilhamento, enquanto um fenômeno típico da sociedade comunicacional e de hiperconsumo, e averiguar em que medida a economia do compartilhamento pode mitigar ou maximizar a vulnerabilidade estrutural do consumidor brasileiro. O debate tem como fio-condutor a realização do princípio da dignidade da pessoa humana e a concretização de suas garantias fundamentais, propondo-se precipuamente a responder a seguinte pergunta: de que forma a promoção de um novo paradigma da confiança, tão central na economia do compartilhamento, pode ser uma ferramenta eficaz no empoderamento do consumidor e consequentemente na mitigação de espécies de vulnerabilidades do consumidor desencadeadas pelas inovações tecnológicas no mercado de consumo? A hipótese de pesquisa adotada neste estudo é que a economia do compartilhamento, no seu atual estágio, não se mostra muito além do que mais um modelo de negócio que induz o consumidor a práticas de hiperconsumo. Contudo, a construção de um novo paradigma da confiança pode impulsionar uma nova ética de consumo, mais solidária e empoderadora para a superação da vulnerabilidade estrutural do consumidor, tendo o Estado um papel central na regulação econômica para fins de sedimentar novas conquistas sociais aos consumidores nesta nova era do capitalismo.

  • RICARDO OLIVEIRA ROTONDANO
  • APARTHEID À BRASILEIRA: RACISMO E SEGREGAÇÃO URBANA EM SALVADOR/BA

  • Data: 10/01/2020
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  • A presente pesquisa investiga as relações raciais de segregação dentro do espaço urbano da cidade de Salvador, na Bahia. Salvador conta com cerca de 3 milhões de habitantes, sendo que aproximadamente 80% da sua população é composta por negras e negros autodeclarados. Historicamente, as relações raciais no contexto soteropolitano são marcadas pela opressão e exclusão em relação à população negra, cujos direitos foram cerceados pelos grupos brancos hegemônicos. Não obstante a escravidão tenha sido abolida pelo Estado brasileiro, verifica-se a continuidade do cenário de racismo e discriminação nas mais variadas vertentes. Tal panorama se reflete no espaço urbano da capital baiana, na qual os bairros com maior infraestrutura e localizados nas regiões centrais da cidade contam com uma população predominantemente branca – cerca de 65% de seus moradores –, enquanto os bairros periféricos, com menor qualidade de serviços e precária infraestrutura são habitados majoritariamente por negras e negros, em percentuais que chegam aos 95%. Tal cenário coloca em discussão um possível quadro de apartheid orquestrado na capital baiana, em que a distinção da população em bairros soteropolitanos é realizada por meio de contornos raciais. O presente trabalho propõe a investigação de uma intencional segregação da população negra do centro urbano de Salvador, demandada pela população branca economicamente abastada e em conjunto com os setores institucionais. Não obstante a Constituição Federal de 1988, os tratados e as convenções internacionais abarcarem um extenso rol de direitos para os indivíduos, verifica-se uma evidente disparidade entre a positivação e a efetiva implementação destes direitos humanos para a população negra da cidade de Salvador.

     

2019
Descrição
  • JESSYCA FONSECA SOUZA
  • A CONFIDENCIALIDADE NA MEDIAÇÃO: bases para o procedimento e limites para o ofício do mediador 

  • Data: 19/12/2019
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  • O presente trabalho busca analisar as consequências promovidas pela confidencialidade na realização da mediação e no ofício do mediador. Para tanto, buscar-se-á compreender, inicialmente, o conceito de ―conflito‖, seus limites e abrangência, e a partir dele, o reconhecimento (ou retorno) de ―novos‖ meios de tratamento de conflitos – ou ADR’s (alternative dispute resolutions) – os quais se ―desenvolveram‖ a partir de um movimento de acesso à justiça internacional. Por conseguinte, analisar-se-á o modo como tal contexto foi refletido na introdução destes mecanismos no Brasil, iniciando-se pela análise da estrutura legislativa nacional acerca do tema. Somado a isso, serão apresentadas também as (historicamente) primeiras formas de tratamento de conflitos e o modo como estes mecanismos podem ser classificados. Posteriormente, enfrentar-se-á o modo como o Brasil recepcionou a mediação, como meio de tratamento de conflitos, expondo, para isso, suas características, princípios e técnicas de realização. Por fim, iniciar-se-á um estudo específico quanto à confidencialidade, estipulando seus limites e natureza jurídica – como princípio ou de regra jurídica – e após, indicar-se-á suas repercussões na mediação (conforme as especificidades de realização na esfera pública, privada e quando envolver a Administração Pública) e no ofício do mediador, a partir do seu dever de sigilo profissional e as possíveis responsabilizações (administrativa, cível, penal) que a ele podem recair, por quebra deste dever, diferenciando-as conforme o âmbito de atuação; judicial ou extrajudicial. 

  • CORA CORALINA ALVES REIS DE SOUSA
  • DIREITO HUMANO À DEMOCRACIA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA TRADIÇÃO LIBERAL CONTEMPORÂNEA DE GRIFFIN, RAWLS E SEN

  • Data: 18/12/2019
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  • O presente trabalho tem o propósito de responder à questão se existe um direito humano à democracia. Para tanto, analisa a relação entre os direitos humanos, a dignidade da pessoa humana e a democracia no âmbito da filosofia do direito e a filosofia política da contemporaneidade. Ante a falta de conformidade sobre a fundamentação filosófica do conceito de direitos humanos, faz-se necessária a sua problematização e esse debate se estende ao longo do trabalho, com alicerce na divisão entre as teorias “moral” e “política” dos direitos humanos. De acordo com o primeiro grupo, os direitos humanos derivam direta ou indiretamente de princípios morais e não dependem de aceitação por qualquer autoridade ou mesmo de sua formulação por parte destas, pois possuem como características a generalidade, a universalidade e a superveniência. Já a concepção política parte de contingências políticas para qualificar os direitos como direitos humanos e, muitas vezes, é o sentido que é utilizado para fundamentar o limite da soberania do Estado. As diferentes concepções quanto ao modo de enxergar os diretos humanos repercutem diretamente no debate quanto a um direito humano à democracia. Esse debate guia todo o trabalho, a partir do qual são apresentados os fundamentos para a negativa do direito humano à democracia à luz da obra de James Griffin, no primeiro capítulo; para a compreensão de que a democracia é vista como instrumental à realização dos direitos humanos, de acordo com Rawls (2016) e Sen (1999); e, por fim, para a compreensão da existência de um direito humano à democracia fundamentado na dignidade humana, no princípio jurídico da liberdade (Stephan Kirste), e no processo de “interação democrática” (Seyla Benhabib). Conclui que é possível e necessário justificar e fundamentar o direito humano à democracia, o que é realizado sob a dupla fundamentação dos direitos humanos, pautada simultaneamente em subsídios morais e políticos com foco na compreensão das dimensões interna e externa do direito humano à democracia. A metodologia empregada foi a da análise conceitual, a partir da qual foram examinadas, em especial, obras da tradição liberal nos autores James Griffin, John Rawls e Amartya Sen.

  • CAMILLE DA SILVA AZEVEDO ATAIDE
  • MEDICALIZAÇÃO DA VIDA E HIPERVULNERABILIDADE: FUNDAMENTOS E PERSPECTIVAS À PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR DE SAÚDE NO DIREITO DO CONSUMIDOR

  • Data: 16/12/2019
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  • Trata-se de dissertação de mestrado que tem por objetivo demonstrar a hipervulnerabilidade do consumidor de saúde, a partir da identificação dos fatores que contribuem para o adoecimento emocional do indivíduo contemporâneo e da compreensão de como a atuação conjunta da medicina e da indústria farmacêutica tem aumentando as esferas da vida passíveis de intervenção pelo saber biomédico, acentuando a perda de autonomia da pessoa sobre o próprio corpo e o risco de danos. Para isso, busca-se analisar como alguns elementos da cultura do consumo contribuem para um estado de adoecimento do sujeito, bem como demonstrar a dimensão do Complexo Médico-Industrial no qual o consumidor de saúde encontra-se exposto em decorrência da ampla regulação médica sobre a vida e da intensa lógica mercadológica por traz da indústria farmacêutica. Por fim, propõe-se a fundamentar o reconhecimento da hipervulnerabilidade do consumidor de saúde, bem como a necessidade de sua proteção, no paradigma valorativo da Constituição de 1988 e do novo direito-privado, os quais enfatizam a proteção dos vulneráveis, da confiança e os valores da solidariedade e da dignidade humana. A
    metodologia utilizada será a pesquisa qualitativa, com viés exploratório, explicativo e interpretativo, bem como o método de abordagem transdisciplinar.

  • LEANDRO BARBALHO CONDE
  • A EQUIVALÊNCIA ECOLÓGICA COMO PRINCÍPIO PARA AS MEDIDAS COMPENSATÓRIAS AMBIENTAIS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À PRESERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO MEIO AMBIENTE DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL

  • Data: 11/12/2019
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  • OCom o reconhecimento científico da crise ambiental a partir de 1970 foram desenvolvidas diversas teorias setoriais econômicas a fim de corrigir as externalidades negativas causadas por “falhas do mercado” que resultaram na crise. Diante desse quadro, a presente pesquisa inicia demonstrando o Programa de Apoio e Incentivo a Preservação e Recuperação do Meio Ambiente, inserido na Lei 12.651/12, conhecida como novo Código Florestal, adotou a teoria setorial chamada de “economia ambiental”, a qual se operacionaliza mediante o uso de instrumentos econômicos e da imprecisão do discurso do desenvolvimento sustentável. Em seguida, é demonstrado que o citado Programa, em face de adotar a “economia ambiental”, gera um prejuízo social, pois não corrigi as “falhas do mercado” ao possibilitar a individualização e valoração do bem ambiental de acordo com os interesses dos agentes econômicos. Ao final, é constatado que os efeitos negativos do Programa podem ser mitigados, caso a “equivalência ecológica” seja institucionalizada no ordenamento jurídico nacional como um princípio para as medidas compensatórias ambientais, que viabilizam a teoria econômica absorvida pela nova Lei florestal. A pesquisa é abordada de forma descritiva utilizando como técnica, material bibliográfico e documental.

  • MARCELO CUNHA HOLANDA
  • O DIREITO HUMANO DE NÃO SER UM DESLOCADO FORÇADO AMBIENTAL: um estudo a partir dos últimos desastres ambientais em Barcarena no Pará

  • Data: 25/11/2019
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  • Ao longo da história humana, a migração sempre foi presente, inclusive pela necessidade de buscar a mantença das condições de vida. Entretanto, o fluxo migratório pode ser impulsionado por diversos fatores, entre eles por desastres ambientais. Os desastres ambientais imputam reflexos danosos a toda a sociedade. Uma das consequências dos danos oriundos de desastres ambientais é o deslocamento forçado, que obriga pessoas a migrarem dentro do mesmo país, em grande medida atingidos pelos efeitos socioeconômicos gerados pelos desastres ambientais produzidos pelo homem. O trabalho proposto objetiva defender o reconhecimento de um direito humano a não ser forçadamente deslocado, e o fará demonstrando que esse direito humano está baseado no fundamento da dignidade humana, núcleo de todos os direitos humanos. A construção teórica perpassará pela significação dos conceitos de deslocados e a abrangência de danos sociais e existenciais, no contexto da sociedade de risco. O presente trabalho terá como subsídios os dados e documentos constantes em processo judicial federal que envolve os referidos desastres, além dos dados obtidos em visitas no local atingido e balizar-se-á na doutrina nacional e estrangeira.

  • JOSE EDVALDO PEREIRA SALES
  • A TRADIÇÃO JURÍDICO-PENAL BRASILEIRA E O GARANTISMO DE LUIGI FERRAJOLI: das tensões à busca hermenêutica por diálogos perdidos

  • Data: 06/11/2019
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  • A presente pesquisa tem como objeto as tensões (incompreensões e rejeição) que se dão na tradição jurídico-penal brasileira em relação ao garantismo (penal) de Luigi Ferrajoli. O problema é investigar o que, na tradição jurídico-penal brasileira, tem provocado essas tensões, adotando-se como hipótese que tais tensões decorrem do caráter autoritário da tradição jurídico-penal brasileira, que se expressa, entre outros aspectos, sob três manifestações: a leitura invertida da Constituição, a verdade autoritária no processo penal e a democracia autoritária quanto ao direito penal. O trabalho está dividido em cinco capítulos: o primeiro ocupa-se da hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer cujos conceitos fundamentais são utilizados, principalmente Tradition/Überlieferung e Wirkungsgeschichte; o segundo e o terceiro dedicam-se a apresentar a autoritária tradição jurídico-penal brasileira e suas manifestações seguindo as razões dos códigos penais e processuais penais brasileiros; o quarto capítulo é uma exposição do garantismo (penal) de Luigi Ferrajoli a partir de sua caracterização como la legge del più debole; o último capítulo procura ir além da confirmação da hipótese para articular (im)possibilidades de diálogo com a tradição autoritária brasileira no intuito de superá-la. 

  • LIANDRO MOREIRA DA CUNHA FARO
  • QUILOMBO: Análise (de)colonial da atuação do judiciário frente aos conflitos fundiários e a disputa pelo território

  • Data: 04/11/2019
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  • A presente tese doutoral aborda a questão dos conflitos fundiários em território quilombola, no Estado do Pará, principalmente as que tramitam nas varas agrárias, com o objetivo de compreender a atuação do judiciário, dos sujeitos envolvidos e, principalmente, das próprias comunidades quilombolas. Deve-se compreender que na Amazônia legal a maior parte dos conflitos fundiários ocorrem em território dos povos e comunidades tradicionais. Fez-se levantamento de 46 processos envolvendo conflitos fundiários em território quilombola, procedendo com análise sobre os sujeitos envolvidos, os argumentos levantados e as decisões proferidas. Contudo, para que se pudesse melhor compreender tal situação, não bastava tão simplesmente observar o período atual e, por isso, tornou-se necessário investigar os efeitos da colonização e da escravidão nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais, com o intuito de verificar se as estruturas coloniais ainda estavam presentes na sociedade contemporânea. Para tanto, utilizou-se das premissas dos estudos pós-coloniais, principalmente a denominada decolonialidade, uma vez que foi pensada e refletida para a América Latina, cabendo a sua aplicação na presente tese, uma vez que os estudos indicam que o processo de colonização, mesmo diante da independência política, ainda permanece até os dias atuais, influenciando diretamente as estruturas sociais. Fez-se abordagem sobre a formação colonial e os impactos do escravismo na sociedade brasileira, porém o aspecto central perpassa pela mobilização negra escrava contra o sistema escravista, principalmente através da formação de quilombolas. Foi estudada, também, a mobilização negra na conquista dos direitos territoriais quilombolas, conforme se depreende do artigo 68 do ADCT. Nesta esteira, demostrou-se o movimento social quilombola, principalmente no Estado do Pará, e sua importância na conquista de direitos, bem como sua forte atuação no judiciário paraense.

  • ANTÔNIO CARLOS APOLINÁRIO DE SOUZA CARDOSO
  • AS INOVAÇÕES DA LEI 13.465/17 NO PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA E OS SEUS IMPACTOS SOBRE O DIREITO À MORADIA ADEQUADA: ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PROGRAMA MORADIA CIDADÃ EM MÃE DO RIO, IPIXUNA DO PARÁ E NOVA ESPERANÇA DO PIRIÁ

  • Data: 18/10/2019
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  • INTRODUÇÃO: A luta pelo direito a moradia é saga milenar, cuja trajetória acompanha a história da humanidade com relatos imperialistas, da política colonial, se aproxima dos últimos dois séculos a partir da II Guerra Mundial, atravessa a Revolução Industrial, colocando sempre o comportamento humano como o detentor das responsabilidades do resultado de perdas e conquistas pelas diversas populações do mundo. A migração, êxodo rural, grilagem, exploração do solo, deflorestação e outras situações que envolvem a posse da terra, se impõem nesta interface e torna necessário um olhar do direito de moradia, o que ainda é uma expectativa de conquista às comunidades contemporâneas. OBJETIVO: Esta dissertação teve por objeto averiguar os impactos da Lei 13.465/2017 sobre o acesso ao direito à moradia adequada nas ações de Regularização Fundiária Urbana (RFU) efetivadas em três municípios do Estado do Pará, Mãe do Rio, Ipixuna do Pará e Nova Esperança do Piriá, pelo Programa Moradia Cidadã (PMC). MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, de caráter documental, descritivo e observacional, realizado com dados do período de 2016 a 2018, adotando-se os seguintes pressupostos: a) RFU como instrumento de promoção do direito à moradia adequada e acesso à cidade que defende que seja pluridimensional de forma a integrar a regularização jurídica, urbana, ambiental e social, garantindo a permanência da população beneficiada e a melhoria da qualidade de vida dos mesmos; b) Direito à moradia adequada conforme descrito no Comentário nº 4 do Comitê dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais, que integra a segurança da posse, a disponibilidade de serviços, materiais, instalações e infraestrutura, economicidade, habitabilidade, acessibilidade, localização e diversidade cultural. Os dados foram obtidos a partir do PMC (UFPA) e de um de seus produtos que resultou em uma métrica própria para análise do impacto das ações de RFU nos municípios do PMC, o Índice de Impacto Urbano (SANTOS, 2018), adotado neste trabalho como medida de avaliação do desempenho das ações de RFU no período e nas áreas eleitas já citadas. Também foi feita análise das inovações da Lei 13.465/17, assim como a influência do pensamento do economista peruano Hernando de Soto em sua elaboração. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Com análise estruturante proposta aos três municípios, que de igual teor e formato foram estudados, foi possível observar que não houve impacto da Lei 13.465/17 nas ações RFU. Tal fato, pode ser atribuído por sua vigência ter coincidido somente com a etapa registral do procedimento. Entretanto, os resultados apontam que acaso a Lei 13.465/17 seja suplementada por legislação urbanística e ambiental tem aptidão para aperfeiçoar os procedimentos de RFU em virtude dos avanços na etapa registral e dominial verificadas.

  • EVANDRO LUAN DE MATTOS ALENCAR
  • UMA ABORDAGEM BIOÉTICA SOBRE OS DIREITOS REPRODUTIVOS: entre o utilitarismo médico e o reconhecimento da dignidade das pessoas com deficiência

  • Data: 09/10/2019
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  • Trata-se de dissertação de mestrado que tem por objeto de estudo os direitos reprodutivos das pessoas com deficiência. O presente trabalho tem por objetivo analisar, sob o enfoque da bioética e dos direitos humanos, o atual panorama biotecnológico e suas repercussões sociais, políticas e jurídicas relacionadas aos direitos reprodutivos, em especial às questões conexas aos direitos das pessoas com deficiência. Desse modo, objetivou-se especificamente descrever o estado das artes da bioética e sua correlação com os direitos humanos das pessoas com deficiência, analisar a literatura especializada sobre direitos reprodutivos e as percepções teóricas sobre vida, a existência e a dignidade humana das pessoas com deficiência e apresentar os aspectos instrumentais e práticos do avanço biotecnológico e seus reflexos em políticas públicas de saúde reprodutiva e controle populacional, em especial das pessoas com deficiência. Para enfrentar tal problema, adotou-se a metodologia de pesquisa sociojurídica, de viés qualitativo. A conclusão indica a pertinência de uma regulação bioética, com finalidade protetiva, de estabelecer limitações ao uso desregrado de novas tecnologias e de procedimentos de medicina reprodutiva, de modo que não se promova mais violações de direitos reprodutivos e direitos humanos baseadas em capacitismo e eugenia.

  • TIAGO DE LIMA FERREIRA
  • DESTINAÇÃO DE ÁREAS PATRIMONIAIS MUNICIPAIS NA ZONA DA ESTRADA DE FERRO BELÉM-BRAGANÇA: Estudo de caso do Município de Castanhal

  • Data: 27/09/2019
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  • O trabalho analisa em que medida a legislação fundiária da primeira metade do século XX, afeta ao processo de colonização da Estrada de Ferro Belém-Bragança, destinou a área patrimonial da sede de Castanhal. A primeira seção trata das normas fundiárias afetas a destinação de áreas urbanas em núcleos rurais no Brasil, desde a Colônia, passando pelo Império, até chegar à República, relacionando-as à formação dos municípios no Pará. A segunda seção discorre sobre o procedimento de destinação da área patrimonial da sede do Município de Castanhal, à luz da legislação fundiária da colonização da estrada de Ferro de Bragança. A análise historiográfica terá como método de abordagem o dedutivo e o método de procedimento o Estudo de Caso. O Decreto Estadual n. 3.546/1940 concedeu um território para a Prefeitura Municipal de Castanhal. Concluiu-se que a legislação fundiária aplicada à colonização da Estrada de Ferro Belém-Bragança possibilitou a destinação da área patrimonial da sede de Castanhal.

  • ELIANA MAGNO GOMES PAES
  • O VALOR JURÍDICO DA INTEGRIDADE DE DWORKIN COMO FUNDAMENTO AO PROCESSO ESTRUTURAL 

  • Data: 23/09/2019
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  • O presente trabalho busca analisar o valor jurídico da integridade como fundamento para o processo estrutural. Para tanto, buscar-se-á entender, inicialmente, a origem do processo estrutural, seus fundamentos e características. Nesse viés, será necessário também discorrer sobre a relação entre valores públicos e direitos fundamentais como objeto de adjudicação pelo Poder Judiciário e a legitimidade desse poder para a realização desta tarefa. Por conseguinte, analisar-se-á a integridade como modelo de jurisdição, os tipos de comunidade e o significado de valor na teoria de Ronald Dworkin. Posteriormente, enfrentar-se-á de que modo a integridade pode subsidiar a legitimidade do Poder Judiciário para o enfretamento à questão do ativismo sobre as políticas públicas. Por fim, iniciar-se-á um estudo específico quanto ao valor como virtude, a virtude da integridade, e como ela subsidia o processo estrutural e reforça a legitimidade do Poder Judiciário em um Estado democrático-liberal, como ocorre no Brasil, tendo como auxílio o estudo de casos concretos ocorridos no Estado do Pará.

  • MARIO DA SILVA RIBEIRO
  • ABORTO: fundamentos biológico-filosóficos da sua (anti)juridicidade 

  • Data: 06/09/2019
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  • A presente dissertação enfrenta o tema da prática abortiva com o objetivo último de demonstrar que esta, em regra, é intrinsecamente antijurídica. Mais precisamente, o escopo de tudo o que substancia os capítulos deste trabalho consiste em expor a comum contraposição entre o ato do aborto e o direito moral absoluto do nascituro de não ser morto por outrem. Daí o esforço nas linhas subsequentes para se destacar que, terminada a concepção ou a cisão gemelar, origina-se um ser vivo, humano, pessoal e digno; um ser dotado de uma natural titularidade jurídica tal como qualquer membro da humanidade.       Para tanto, por intermédio dos dados da biologia moderna, responde-se inicialmente a três perguntas distintas, porém complementares: O que é vida? O que é o ser humano?  Como e quando surge o ser humano? Em seguida, agora fazendo uso da filosofia tomista, trata-se tanto dessas questões quanto de duas outras igualmente tidas como centrais ao propósito visado: O que é a pessoa humana? O que é a dignidade da pessoa humana?, momento em que se enfatiza a existência de bens básicos, a obviedade de um princípio supremo da moralidade e o papel central do bem comum para o Direito Positivo. Por fim, mediante o encadeamento das informações biológico-filosóficas com ponderações amparadas na apreciação de diferentes legislações estatais, discrimina-se a prática abortiva, numa lista não exaustiva, em três modalidades – a voluntária, a persuadida e a terapêutica, disso resultando a constatação principal de que uma intrínseca antijuridicidade concerne às duas primeiras, não à última. 

  • RENÃ MARGALHO SILVA
  • O TRÁFEGO AQUAVIÁRIO E A PROTEÇÃO LEGAL DA NAVEGAÇÃO FLUVIAL DOS RIBEIRINHOS: análise da comunidade ribeirinha da Ilha do Capim, no Estado do Pará, Amazônia brasileira.

  • Data: 26/08/2019
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  • O sistema normativo que regulamenta a segurança da navegação aquaviária no Brasil é inadequado ao contexto multicultural da Região Amazônica. A navegação, para os ribeirinhos, é parte da cultura desse povo, além de possuir interfaces com a territorialidade, o lazer, a historicidade e o acesso a outros direitos humanos. Ademais, esse modelo de navegação tradicional, na maioria dos casos, é tratado pelo Poder Público como irregular, por não cumprir os requisitos impostos pela Autoridade Marítima. A proibição, decorrente dessa “irregularidade”, ou a imposição de um modelo genérico de navegação, incompatível com as peculiaridades culturais da comunidade, viola os direitos humanos garantidos a esse povoado, por meio de normas nacionais e internacionais. A presente pesquisa tem como objetivo geral, demonstrar de que forma as normas de segurança da navegação interferem no modo tradicional de viver dos ribeirinhos da Ilha do Capim. Nos objetivos específicos buscamos sistematizar as normas de segurança da navegação; analisamos como a navegação ribeirinha da Ilha do Capim integra o rol de proteção dos direitos humanos desses povos e como a Autoridade Marítima trata essa navegação. Utilizamos o método de abordagem dedutivo. Como técnicas de pesquisa, foram realizadas análises qualitativas, utilizando-se de fontes documentais primárias, secundárias e diretas, além de multimétodos, que incluem observação direta, grupos focais e entrevistas não-estruturadas de lideranças locais e moradores antigos. Como resultado, constatamos que as normas brasileiras de segurança da navegação não contemplam as multidimensões da navegação ribeirinha, sendo incompatíveis com a realidade sociocultural da Região Amazônica e potencialmente violadoras dos direitos humanos dessas comunidades ribeirinhas. Ademais, verificamos que, diante da pouca presença da Autoridade Marítima no local da pesquisa, essas normas não interferem no modo tradicional de vida dos ribeirinhos ali localizados.

  • PAULO ANDRE SILVA NASSAR
  • COMUNICAÇÃO JUDICIAL TRANSNACIONAL: estudo comparado entre o Supremo Tribunal Federal e a Corte Constitucional da Colômbia

  • Data: 21/08/2019
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  • Esta tese explica como os tribunais constitucionais desenvolvem diferentes mecanismos de recepção do direito internacional dos direitos humanos, com ênfase na jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Por meio de metodologias de pesquisa empírica quantitativa e qualitativa que analisou 392 sentenças, produzidas entre 1992 e 2016, demonstra-se como os mecanismos de recepção desenvolvidos pelo Supremo Tribunal Federal, do Brasil, e pela Corte Constitucional, da Colômbia, permitiram que esses tribunais assumissem posturas opostas na comunicação judicial transnacional com a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Observou-se uma postura de resistência no tribunal brasileiro e de engajamento constitucional no colombiano. Propõe-se que as variações entre os tribunais decorrem da combinação entre a posição hierárquica dos tratados internacionais de direitos humanos no ordenamento jurídico interno –status supralegal no Brasil e de bloco de constitucionalidade na Colômbia – e o desenvolvimento de técnicas de interpretação conforme, sob influência do processo deliberativo adotado pelos tribunais. Essas variações permitiram que a Corte Constitucional adaptasse instrumentos processuais concebidos para outras finalidades para promover a recepção da jurisprudência interamericana na jurisdição constitucional colombiana.

  • ROBSON HELENO DA SILVA
  • COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO E CONFISCO DE TERRAS: uma análise da Emenda Constitucional n. 81/2014 à luz de suas repercussões no Direito Agrário e das mudanças na conjuntura jurídico política brasileira. 

  • Data: 13/08/2019
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  • A presente pesquisa tem como objetivo identificar em que medida a criação do confisco por exploração de trabalho escravo, pela Emenda Constitucional nº 81/2014 pode ter gerado ou não um fortalecimento no combate ao problema. Para tanto, inicialmente, é feito um apanhado acerca da situação da exploração de trabalhadores em condições análogas às de escravo, sobretudo no meio rural brasileiro, o que desafia o Estado a formular mecanismos legais de repressão, sendo a Emenda Constitucional nº 81/2014 um destes. Em seguida, são analisadas quais as possíveis repercussões que a criação do confisco de terras por exploração de trabalho escravo pode ter ocasionado no âmbito do Direito Agrário, no que tange à desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, prevista na Constituição Federal. Por fim, são analisados aspectos relativos às recentes mudanças na conjuntura política e jurídica do Brasil, que teve como ápice a edição da reforma trabalhista, normativa com potencial para não só dificultar a caracterização do crime de trabalho escravo, como também a aplicação da regra do confisco. Trata-se de um trabalho teórico, sendo que a abordagem utilizada foi o hipotéticadedutiva. A pesquisa, do tipo descritiva foi estruturada por meio do método monográfico, utilizando técnicas de levantamento bibliográfico e documental, tendo os dados sido alvo de análise de conteúdo qualitativa. Os resultados alcançados evidenciaram que a Emenda Constitucional nº 81/2014 promoveu repercussões diretas no Direito Agrário que, embora não tenham caráter absoluto, tendem a inviabilizar, na prática, a aplicação da desapropriação do artigo 184 em situações onde houver trabalho escravo. Neste sentido, houve um enfraquecimento no combate, na medida em que não tem havido desapropriações e tampouco confiscos. Analisadas as mudanças no cenário político, identificou-se que estas contribuíram para a não aplicação da regra do confisco, na medida em que se modificou o paradigma de combate ao trabalho escravo dos anos anteriores. Não obstante, a edição da reforma trabalhista representa um elemento complicador ao confisco, na medida em que suas alterações afetam diretamente o conceito penal de trabalho escravo, tornando difícil a identificação das situações típicas. Assim, conclui-se que a Emenda Constitucional nº 81/2014 não alcançou seus objetivos. 

  • ANDRE MARTINS PEREIRA
  • POPULISMO PENAL E POLÍTICA CRIMINAL BRASILEIRA APÓS O ADVENTO DA OPERAÇÃO LAVA JATO

  • Data: 12/08/2019
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  • A pesquisa trata do populismo no exercício do poder penal e de suas manifestações na criminalização primária, bem como das implicações da Operação Lava Jato para a política criminal nacional. Objetiva analisar o processo de criminalização primária no Brasil após o advento da referida operação para depreender se houve, a partir dessa experiência, manifestação de populismo penal e, em caso positivo, examinar seus efeitos político-criminais. Para tanto, adota-se um referencial teórico centrado na criminologia crítica latino-americana, tomando-se como base autores como Eugenio Raúl Zaffaroni e Vera Regina Pereira de Andrade, para refletir sobre poder penal e política criminal, e John Pratt, para entender o populismo penal. Aplica-se o método dedutivo para o exame de dois casos considerados emblemáticos: o Projeto de Lei n.º 4.850/2016 (“Dez medidas contra a corrupção”) e os Projetos de Lei n.º 881/2019, n.º 882/2019 e 38/2019 (“Pacote anticrime e anticorrupção”). Conclui-se que os dois casos são expressão de populismo penal, produzindo impactos na criminalização primária com a tentativa de criminalização de novas condutas e de redefinição das regras que orientam os processos de criminalização secundária, além de aprofundar a política criminal no modelo eficientista, com a redução dos espaços para manifestações de respostas teóricas e práticas de contração do poder penal. 

  • BRENO NENO SILVA CAVALCANTE
  • AS SEMENTES DO CHÃO DA ALDEIA Os indígenas advogados nas fronteiras do mundo colonial

  • Data: 30/07/2019
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  • O trabalho busca compreender o papel desempenhado pelos indígenas advogados na efetivação dos direitos dos Povos Indígenas, a partir de observação participante em evento do movimento indígena e de entrevistas semi estruturadas com três indígenas advogados, a saber: Ricardo Weibe Nascimento Costa (Tapeba); Paulo Celso de Oliveira (Pankararu); e Luiz Herique Eloy Amado (Terena). O referencial teórico é a literatura sobre o pensamento decolonial, a teoria crítica dos direitos humanos e o pluralismo jurídico. A atividade profissional dos três entrevistados configura-se como advocacia indígena de fronteira, pois desafia/problematiza os paradigmas do direito estatal a partir de argumentos e ideias embasadas nas cosmovisões indígenas. A ação dos interlocutores dá-se em função da agenda política dos Povos Indígenas, a qual se materializa na ação do movimento indígena organizado, para o qual os entrevistados contribuem em três dimensões: formação, organização e luta. Diante de uma realidade contraditória, em que os direitos dos Povos Indígenas estão previstos formalmente, mas não são efetivados, a advocacia indígena de fronteira, enquanto prática jurídica insurgente, configura-se como práxis contrahegemônica de Direitos Humanos.

     

  • ALEXANDRE LUÍS CÉSAR
  • O ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO NA AMAZÔNIA LEGAL BRASILEIRA: o papel dos segmentos sociais e estatais na sua efetivação

  • Data: 27/06/2019
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  • Este trabalho tem por objetivo analisar as experiências de Zoneamento EcológicoEconômico - ZEE ocorridas na Amazônia Legal Brasileira, com foco em quatro Estados: Acre, Mato Grosso, Pará e Rondônia, e aferir sua efetividade, sob a ótica da especificação e cumprimento das atribuições e competências dos diversos segmentos da sociedade civil e do Estado, especialmente da necessidade de participação democrática em todas as suas fases, como forma de garantir os direitos socioambientais. Realiza a análise do desenvolvimento histórico e normativo desse instrumento e discute os seus objetivos e conceitos doutrinários, institucionais e normativos e a diversidade de regras e a pluralidade de conceitos. Analisa o instrumento como fenômeno jurídico, estudando os princípios do Direito Ambiental e e seus princípios específicos, seu papel no ordenamento, planejamento e gestão territorial, sua regulamentação normativa e seu papel integrador de políticas públicas. Avalia a relação do zoneamento com outros instrumentos de proteção ambiental, as diversas outras modalidades e sua interrelação. Aborda o caráter formal da lei que o institui e suas implicações, especialmente a dicotomia zoneamento vinculante ou indicativo e o direito de propriedade. Estuda o papel do ZEE na promoção e garantia dos direitos socioambientais. Relata as experiências de zoneamento nos Estados amazônicos, em especial no Acre, Mato Grosso, Pará e Rondônia e o Macrozoneamento da região. Caracteriza jurídica, ambiental e socioeconomicamente a Amazônia Legal Brasileira, analisando o modelo agroexportador de exploração e as políticas de organismos internacionais e dos entes da Federação para o seu desenvolvimento sustentável. Perquire sobre o papel dos atores sociais e estatais na efetivação do Zoneamento Ecológico-Econômico na Amazônia Legal entendendo que ele necessita de uma especificação das atribuições dos participantes na sua construção. Analisa o papel desempenhado por cada um dos segmentos, propondo que o Poder Executivo atue como promotor do diagnóstico e do consenso normativo e como gestor do produto; o parlamento, discuta e aprove as leis que o instituem quanto ao uso dos recursos naturais e à disposição da propriedade; e a sociedade civil se assegure igualdade de condições para que atue como agente promotor de consensos para a ordenação do território e sua implementação, com a participação informada e democrática de todos os interessados, em todas as fases. Apresenta a avaliação do Ministério do Meio Ambiente e de outros interessados sobre o ‘estado da arte’ do ZEE e discute os resultados de 34 entrevistas com atores que participaram dos zoneamentos federal da Amazônia e dos Estados especificados.

  • MAURO GUILHERME MESSIAS DOS SANTOS
  • A EXECUÇÃO ANTECIPADA DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA CONFIRMADA EM SEGUNDO GRAU, O PRÍNCIPIO DA NÃO CULPABILIDAD E O PRAGMATISMO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF

  • Data: 25/06/2019
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  • A partir do julgamento do HC nº 126.292/SP, em 2016, o STF, por maioria, reputou válida a execução da sentença penal condenatória confirmada em segundo grau, mesmo passível de recurso para as instâncias superiores, ao argumento de que, nada obstante a literalidade do artigo 5º, LVII, da Constituição da República, a recorribilidade no Brasil é longa como em poucos lugares do mundo, e, sobretudo por isso, responsável por vários casos de impunidade no país. Assim, questiona-se: o STF tem adotado alguma concepção de direito durante o exame do princípio da não culpabilidade, ao sacrificá-lo em prol do eficientismo do sistema penal? O objetivo geral do trabalho, portanto, é analisar a jurisprudência do STF acerca da execução antecipada da pena, e os objetivos específicos são investigar a existência de incoerências no teor dos votos dos ministros e dirigir, aos treze mais fortes argumentos empregados, as críticas do Direito como integridade em Dworkin, em contraposição ao pragmatismo de Posner. A pesquisa adota a metodologia teórico-prática e a sua hipótese é que, especialmente após 2016, a maioria dos ministros do STF vem adotando uma concepção pragmática do direito, por meio de votos com incoerências e que utilizam argumentos de política, ao invés de argumentos de princípio, negando à pessoa humana o direito fundamental ao estado de inocência. 

  • HORÁCIO DE MIRANDA LOBATO NETO
  • A ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO EM CONFLITOS POSSESSÓRIOS NO ESTADO AGROAMBIENTAL DE DIREITO: análise da função social da terra como fundamento de decisão judicial

  • Data: 24/06/2019
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  • Objetiva analisar em que condições o Poder Judiciário, por ocasião de seus pronunciamentos jurisdicionais, leva em consideração como razão de decidir o princípio da função social da terra em sede de conflitos possessórios, a partir das diretrizes traçadas pelo Estado de Direito Agroambiental. Para tanto, há três objetivos específicos, que correspondem às seções desta dissertação, a saber: analisar os pressupostos, as características e os princípios do Estado de Direito Agroambiental e sua compatibilidade com o ordenamento jurídico brasileiro; analisar o princípio da função social da terra e sua repercussão para os institutos da propriedade, da posse e para as ações possessórias; investigar a aplicação do princípio da função social como fundamento jurídico de decisão judicial. Utiliza como método de abordagem o hipotéticodedutivo e como método de procedimento o estudo de caso. Conclui-se que nas ações possessórias, a função social da terra não é utilizada como razão de decidir, especialmente pelo fato do Poder Judiciário ainda estar ligado muito fortemente a uma tradição civilista e patrimonialista, a despeito de toda a evolução humanista do direito contemporâneo, que tem na dignidade humana seu maior fundamento. Além disso, conclui-se pela necessidade de haver uma postura contra-hegemônica do Poder Judiciário, buscando-se, com isso, a proteção dos direitos fundamentais.

  • PAULO MÁXIMO DE CASTRO CABACINHA
  • QUAL O NÍVEL DO DIÁLOGO JURISDICIONAL ENTRE O BRASIL E A CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS? Um estudo sobre as congruências e incongruências entre as condenações do Brasil pela Corte IDH e jurisprudência brasileira, sob a ótica da proteção multinível dos direitos humanos. 

  • Data: 19/06/2019
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  • Este trabalho tem por objetivo aferir se as condenações da República Federativa do Brasil no seio do Sistema Interamericano dos Direitos Humanos impactaram direta ou indiretamente a jurisprudência nacional. Tendo em vista o reforço da proteção dos direitos humanos após a Segunda Guerra Mundial, com a ratificação de tratados internacionais, a criação de organismos internacionais e a alteração das constituições dos Estados nacionais, atualmente coexistem múltiplas fontes formais sobre os direitos humanos e diversos sistemas de proteção configurando a denominada “proteção multinível dos direitos humanos”. Portanto, buscou-se analisar se as (seis) sentenças condenatórias proferidas até 2018 pela Corte Interamericana de Direitos Humanos impactaram na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e dos cinco Tribunais Regionais Federais. As sentenças do tribunal internacional foram analisadas, identificando-se os principais pontos jurídicos que fundamentaram o juízo condenatório e, posteriormente foi feita uma comparação com as decisões dos tribunais nacionais citados.

  • JOÃO GABRIEL CONCEIÇÃO SOARES
  • PROTEÇÃO MULTINÍVEL E VIOLAÇÃO DO DIREITO À VIDA DE DEFENSORES E DEFENSORAS DE DIREITOS HUMANOS NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 19/06/2019
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  • Esta pesquisa objetiva analisar as violações de direito à vida realizadas contra defensores e defensoras de direitos humanos no Estado do Pará durante o período de 2008-2018 por meio do referencial teórico da proteção multinível. O tema tem a relevância de rediscutir dados de violação após a implantação do Programa Estadual de Proteção aos defensores, assim como alertar sobre os perigosos dados e altos números de violência na região. Então, buscamos compreender se esse modelo teórico da proteção multinível vem sendo eficaz perante a realidade paraense, o que demonstraremos por avanços e dificuldades de conjugação. O objeto de análise se compatibiliza com o referencial teórico da proteção multinível por ser um modelo de pluralismo constitucional que melhor compreende diferentes discursos constitucionais interatuando em mesma temática. Nesse sentido, por se tratar uma pesquisa que analisa a eficácia dessa proteção, observando ou não uma conexão entre os multiníveis, compreenderemos inicialmente a construção conceitual do que seria a proteção multinível de direitos humanos e sua delimitação como referencial teórico. Em seguida, adentraremos nas seguintes discussões: quem é o sujeito defensor, reconhecimento legislativo internacional do direito de defender direitos, estândares e obrigações estatais atinentes de proteção, panorama de violências e os consequentes métodos de violações, assim como apresentaremos diagnósticos e relatórios publicados para, por fim, analisarmos decisões judiciais dos níveis nacional e internacional. A análise multinível dessas violações será realizada tendo como base os relatórios comissionais, informes temáticos e argumentações apresentadas nas decisões proferidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em comparativo com o diagnóstico da realidade paraense publicado em 2008. A metodologia adotada é eminentemente teórico-doutrinária à formação dos conceitos básicos sobre o objeto e análise jurisprudencial para identificar elementos de afetação do direito à vida dos defensores e defensoras paraenses, com intuito de concretizar um estudo científico capaz de contribuir com a evolução dos direitos humanos e, principalmente, com a garantia da proteção integral de defensores no Estado do Pará.

  • LAYS SOARES DOS SANTOS RODRIGUES
  • PRECISAMOS FALAR SOBRE O ASSEDIO DE CONSUMO: a publicidade a serviço da indústria cultural

  • Data: 27/05/2019
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  • O assédio de consumo se impõe na sociedade atual como um dos grandes desafios para o Direito do Consumidor. Tendo em vista o poder da indústria cultural e sua capacidade para influenciar no comportamento do consumidor, identificar de que maneira essa influência pode ser materializada pela publicidade e, eventualmente convertida em uma forma de assédio de consumo praticado em âmbito pré-contratual é o grande objetivo do estudo. Por meio de uma pesquisa alicerçada no método dedutivo e levantamento bibliográfico, divide-se o estudo em três partes. A primeira é dedicada à investigação das transformações e processos sociais que levaram ao fortalecimento da sociedade de consumo tal como hoje se concebe, com especial ênfase no papel da indústria cultural e na multiplicação das acepções do consumo, demonstrando-se que este passou a ser muito mais que uma forma de satisfação das necessidades para alcançar aspectos significativos da vida em sociedade. A segunda parte, por sua vez, analisa os impactos dessas transformações à luz do novo momento do Direito Privado, abordando e revisitando importantes conceitos para o Direito do Consumidor, tais como vulnerabilidade e hipervulnerabilidade. Nesse momento, o estudo voltará a atenção, especialmente, para a vulnerabilidade enquanto noção de caráter multidisciplinar e, ainda, para o conceito de consumidor, propondo uma releitura da definição tradicional desta figura jurídica, tendo em vista o seu atual protagonismo e as novas possibilidades que a ele são oferecidas – que, de um modo tanto quanto paradoxal, resultam tanto em uma maior liberdade como em uma maior exposição a práticas abusivas. No capítulo final, serão abordados relevantes aspectos conceituais e normativos da publicidade, bem como do assédio de consumo, buscando-se, quanto a este segundo ponto, encontrar contornos mais bem definidos para este fenômeno, sugerindo-se, inclusive, um conceito próprio. Desse modo, a partir dos subsídios alcançados neste e nos capítulos anteriores, será possível, finalmente, chegar a uma conclusão sobre a relação entre a indústria cultural, a publicidade e o assédio de consumo, descobrindo-se que a eventual sobreposição da sua função persuasiva em detrimento da informativa pode converter a publicidade em um mecanismo de manipulação e, consequentemente, em um instrumento da indústria cultural na prática do assédio de consumo em âmbito pré-contratual.

  • GISLENO AUGUSTO COSTA DA CRUZ
  • A EVOLUÇÃO JURÍDICA DA GESTÃO AMBIENTAL LOCAL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O ICMS VERDE

  • Data: 24/05/2019
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  • O ICMS Verde é uma política pública ambiental aplicada no Estado do Pará, que utiliza, dentre outros, o critério de fortalecimento da gestão ambiental local como elemento para o repasse de receitas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos Municípios. Diante da relevância financeira que a gestão ambiental exercida pelos Municípios adquire no Pará, o presente trabalho tem por foco identificar o que se entende por gestão ambiental local e a evolução dos instrumentos jurídicos que reconhecem a aptidão municipal para exercê-la no Estado do Pará, bem como seus efeitos para a política do ICMS Verde. Utilizando metodologia de abordagem dedutiva, a pesquisa se pauta em procedimento bibliográfico e documental, analisando juridicamente documentos oficiais inéditos acerca do funcionamento e aferição da atuação ambiental dos Municípios. Em um primeiro momento, são abordados os fundamentos conceituais acerca da gestão ambiental e da política do ICMS Verde. Em seguida, aborda-se a evolução dos instrumentos utilizados pelo Estado para o reconhecimento do exercício da gestão ambiental pelos Municípios para, enfim, verificar sua relação com a política do ICMS Verde. O trabalho identifica alteração da estratégia estadual, que passou recentemente a garantir a autonomia municipal quanto ao tratamento das questões ambientais de interesse local, concluindo, porém, que a utilização do critério fortalecimento da gestão ambiental vem apresentando incongruências quando aplicado como fator de repasse de recursos do ICMS Verde.

  • VERA LUCIA MARQUES LEITE
  • A compra de Terra Rural Por Estrangeiros No Brasil: Possibilidade e Limites.

  • Data: 21/05/2019
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  • O presente trabalho propõe uma investigação sobre a forma como o Estado brasileiro regula a
    aquisição da propriedade agrária por estrangeiro já que, ao mesmo tempo que concede garantias
    fundamentais, efetivando a igualdade entre os brasileiros e os estrangeiros, promove limitações
    à aquisição da propriedade imobiliária rural, sejam essas pessoas físicas ou jurídicas. A questão,
    foi estudada, a partir de quatro categorias de análise: igualdade, nacionalidade, soberania e
    segurança nacional e passa por uma compreensão do embate político-ideológico, travado no
    processo sócio-histórico brasileiro de regulação da questão, onde se observou que de um lado
    estão os que defendem a necessidade de defesa a soberania estatal, buscando garantir o acesso
    à terra ao nacional e às empresas locais e de outro, estão os que ponderam que regramentos
    muito restritivos poderão afugentar quantias de capitais que seriam fundamentais para o
    desenvolvimento econômico, sugerindo mais complacência com as regras aquisitivas. Enfim,
    trata-se de uma investigação jus-filosófica que analisou por meio do método dedutivo, não
    apenas, os princípios balizadores da regulação da questão da aquisição de imóveis rurais por
    estrangeiros, mas, sobretudo, a complexidade do relacionamento imposto pela legislação
    brasileira à aquisição de imóveis rurais por estrangeiros. Ao lado disso, o estudo revelou que
    episódios contemporâneos têm denunciado o aumento do fluxo da compra de propriedades
    rurais por estrangeiros, sobretudo no Estado de Mato Grosso e, que as diferentes modulações
    realizadas pela AGU, na interpretação da Lei nº 5.709/71, tiveram repercussões na forma de
    controle sobre a aquisições de imóveis rurais. O trabalho revelou, ainda, por meio de um estudo
    de caso, que teve como lócus de observação o Estado de Mato Grosso, a necessidade do
    aperfeiçoamento da política de gestão e controle de terras rurais, por parte dos órgãos afetos a
    esse controle.

  • ROMÁRIO EDSON DA SILVA REBELO
  • ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA 

  • Data: 10/05/2019
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  • Este trabalho reúne os principais dados levantados ao longo de dois anos pesquisa bibliográfica, documental e de campo sobre o acolhimento institucional de crianças e adolescentes com deficiência em Belém (PA), desenvolvida segundo a Resolução n. 510, de 7 de abril de 2016, do Conselho Nacional de Saúde, que trata dos procedimentos metodológicos aplicáveis ao campo das ciências humanas e sociais, e mediante autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Pará. O objetivo era compreender o motivo por trás da existência dos espaços de acolhimento institucional voltados exclusivamente para esse público-alvo. Para tanto, foi necessário primeiro situar esses espaços na prática da institucionalização de crianças e adolescentes, para que depois se pudesse diferenciar aqueles que são voltados exclusivamente para crianças e adolescentes com deficiência daqueles que têm entre seu público-alvo crianças e adolescentes que não experimentem essa condição, ou mesmo que a experimentem, sem que isso leve à sua transferência e, por fim, analisar as consequências mais diretas decorrentes da manutenção desses espaços. Por meio de observações e escutas relacionadas a uma experiência mais focal – o Abrigo Especial Calabriano –, tomada como ponto de referência para a formação de conclusões mais gerais, o raciocínio indutivo se mostrou como o método científico mais adequado para testar a hipótese, que a princípio, dizia respeito às peculiaridades da condição de deficiência, que exigiria um serviço de acolhimento próprio, diferente daquele que consta na Política de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Ameaça ou Violação de Direitos e na Alta Complexidade da Atenção Especial da Política Nacional de Assistência Social, o que acabaria legitimando experiências como a do Abrigo Especial Calabriano. Mas, à medida em que foi se aprofundando os estudos sobre o acolhimento institucional de crianças e adolescentes com deficiência, uma ruptura não anunciada – e por vezes, resistida –, foi se impondo pelos fatos históricos e contemporâneos que não podiam ser ignorados, mudando drasticamente a posição anteriormente assumida. Com isso, a hipótese passou a dizer respeito às violências estruturais impostas diretamente a esse segmento populacional ou daquelas impostas a outros grupos sociais historicamente vulnerabilizados que têm negado, por exemplo, o direito de constituir vínculos familiares ou manter os filhos sob seus cuidados, cujas condições precarizadas de vida seriam simbolizadas por experiências exatamente como a do Abrigo Especial Calabriano. Assim, a conclusão a que se chegou não poderia ser tão simples quanto eventualmente pudesse parecer, ou mesmo que se esperava, já que a essa altura, não se podia induzir que a condição de deficiência seria o motivo – pelo menos não o único ou o central – por trás dos espaços de acolhimento institucional voltados exclusivamente para crianças e adolescentes que experimentam essa condição. 

  • MARIA SEBASTIANA BARBOSA PINHEIRO
  • DIREITOS TERRITORIAIS VERSUS MARCO TEMPORAL DE OCUPAÇÃO 

  • Data: 02/05/2019
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  • Nos propomos à analisar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tese do marco temporal de ocupação, a partir da metodologia da análise do discurso. Assim, foram selecionadas aqui quatro decisões da Suprema Corte que debateram sobre a aplicação de um marco temporal para demarcação de territórios indígenas e quilombolas, na data de 5 de outubro de 1988. Visamos compreender os argumentos utilizados pelos ministros para aplicação, ou não, desta tese, para por fim, compreendermos o que está em jogo na arena de disputa que é o STF. Pudemos perceber que os ministros não têm argumentos que sustentem esta tese, e que eles acabam se contradizendo quando vão aplicá-la, também necessário ressaltar que ela não é unânime entre os ministro. Portanto, concluímos que a sua aplicação não se justifica, pois não se embasa em argumentos sólidos e justificáveis, sendo prejudicial para os direitos indígenas e quilombolas

  • ANDREA FERREIRA BISPO
  • CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL:  uma análise histórica a partir da decisão do  Supremo Tribunal Federal na ADPF 54-DF 

  • Data: 04/04/2019
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  • Este trabalho versa sobre a relação entre a criminalização do aborto eletivo pelo Estado brasileiro e a autonomia das mulheres. Toma-se como ponto de partida a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 54-DF, que tratou da interrupção da gravidez no caso de anencefalia fetal, para a identificação das justificativas sobre as quais se assenta a suposta legitimidade da intervenção penal nos direitos reprodutivos das mulheres. Consideradas essas justificativas como categorias jurídicas, procede-se à sua análise histórica, articulando-as aos sentidos que a interrupção eletiva da gravidez assumiu em temporalidades diferenciadas e à situação das mulheres nesses contextos, para, ao final confrontá-las com seus fundamentos e os objetivos não declarados da criminalização do aborto, os quais, em síntese, correspondem à cristalização da maternidade como função e papel social das mulheres. 

  • RENAN DANIEL TRINDADE DOS SANTOS
  • ESTADO GERENCIAL E PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA CARCERÁRIO: um modelo de neoescravidão

  • Data: 02/04/2019
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  • O Brasil vivenciou um dos maiores e mais duradouros processos de escravização do povo africano, iniciando em meados do século XVI chegando até o final do século XIX, quando houve a abolição da escravidão em 13 de maio de 1888, com a promulgação da Lei Áurea. Diante deste cenário, não é difícil concluir que muitos setores da sociedade brasileira herdaram aspectos escravocratas, pois por quase quatro séculos nossa formação social e econômica girava em torno da exploração violenta da mão de obra africana escravizada. Entre estes setores que possuem o legado da escravidão, há o sistema penal, aqui analisado a partir do cárcere, que antigamente podia ser visto como a senzala, onde o negro era punido no âmbito privado pelos senhores. Mais tarde essa punição passou a ser executada pelo Estado, a partir da criação de leis que atingiam sobretudo negros libertos e até mesmo escravos pelos crimes de mendicância, vadiagem, capoeira, etc. Na contemporaneidade, esta herança escravagista se reflete no percentual de 64% da população carcerária ser de origem negra. A partir dessas constatações, este trabalho se propõe a discutir se o atual processo de privatização de prisões no Brasil potencializa a punição histórica e seletiva de negros. Dentre as conclusões obtidas, destaca-se que o modelo de gestão do cárcere pelo setor privado traz um modelo de neoescravidão, que fomenta a desumanização de corpos, transformando-os em uma forma de se obter lucro com mão de obra barata, sendo, por isso, um grande negócio.

  • VITÓRIA DE OLIVEIRA MONTEIRO
  • “EM UMA GUERRA, VOCÊ TEM BAIXAS DOS DOIS LADOS”: A narrativa dos policiais militares quanto à mortalidade policial na Região Metropolitana de Belém/PA

  • Data: 25/03/2019
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  • A presente dissertação objetiva analisar como os policiais militares percebem a mortalidade policial na Região Metropolitana de Belém/PA. Considerando os altos índices de mortes decorrentes de intervenção policial e de violência letal praticada contra PMs, bem como todas as permanências histórias da instituição policial no Brasil, verifica-se a importância de investigar como esses agentes policiais interpretam esse fenômeno social, estando esse contexto relacionado à forma que esses atores sociais explicam o que é “ser policial”. Logo, propôs-se o seguinte problema de pesquisa: de que forma os policiais militares explicam a mortalidade policial na Região Metropolitana de Belém/PA? Para isso, fez-se uma pesquisa de campo em que se entrevistou individualmente dez policiais militares que atuam na Região Metropolitana, bem como uma revisão bibliográfica de obras de autores como Howard Saul Becker, Alessandro Baratta, Michel Foucault e Pierre Bourdieu. Assim sendo, concluiu-se, com o presente trabalho, como os policiais naturalizam percepções e categorias próprias de uma “guerra contra o crime”, encarando a sua função policial enquanto uma missão-vocação de defesa social contra os “inimigos”. Da mesma forma, descobriu-se que esses policiais hierarquizam a vida do “bandido” e a vida do policial, de forma que não percebem a precarização da vida do policial e a exposição de seus corpos enquanto imersas no próprio funcionamento estrutural do poder punitivo, mas sim a partir de questões conjunturais, tais como: baixos salários, treinamento insuficiente e moradia inadequada.

2018
Descrição
  • LUANA ROCHELLY MIRANDA LIMA
  • TOWN MEETING: EM BUSCA DA LIBERDADE SOCIAL NO PROCESSO COLETIVO.

  • Data: 13/12/2018
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  • O trabalho tem como eixos fundamentais os valores justiça e liberdade, aplicados ao processo coletivo. Objetiva analisar o modelo processual eleito e desenvolvido no Brasil, com suas repercussões no processo coletivo, buscando uma linha alternativa para a efetivação da justiça por meio da liberdade social. Nesse sentido, discute a possibilidade de o modelo do town meeting ser instrumento concretizador da liberdade social no processo coletivo. Para tanto, aborda-se, em uma análise crítica, o problema da inefetividade do processo coletivo no Brasil. Adota-se a tipologia utilizada por Edilson Vitorelli como forma de início da superação desse problema. Tendo como alicerce a liberdade, adota-se o entendimento de Axel Honneth acerca da liberdade social, que se entende possível de aplicação no processo coletivo por meio do desenvolvimento do modelo do town meeting, que traz ao processo os envolvidos, dando-lhes voz ativa para a formação da vontade de forma democrática. Metodologicamente, é realizada revisão bibliográfica e utilizado o método dedutivo e indutivo.

  • FÁDIA YASMIN COSTA MAURO
  • O DIREITO DE SER DIFERENTE: Uma análise do direito à educação inclusiva das pessoas com deficiência

  • Data: 12/12/2018
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  • A presente pesquisa defende o direito de ser diferente na escola, analisando a perspectiva da educação inclusiva de pessoas com deficiência, para responder ao questionamento sobre qual a melhor forma de realizá-la dentro da sociedade de modo a promover os ideais de justiça distributiva que garantam em condições de igualdade o direito à educação de pessoas com deficiência.  Para responder a esse questionamento, este estudo divide-se em três capítulos. Em primeiro momento faz a definição de elementos-chave como quem é pessoa com deficiência, fenômenos sociais que levam a discriminação, entre outras definições fundamentais  a fim de que se responda quem é o destinatário do direito e porque a importância do reconhecimento à diferença. No segundo capítulo, discute o que é educação inclusiva e como esta se realiza, promovendo uma análise crítica dos principais institutos que permeiam a compreensão da temática. Por fim, este estudo faz uma defesa do direito à inclusão escolar, utilizando-se da filosofia política, mais precisamente, da teoria de “justiça como equidade” em Rawls como a que melhor cumpre a ideia de igualdade na concessão de direitos e satisfaz a premissa da educação inclusiva para pessoas com deficiência, e complementa-se com a leitura de Nussbaum das capacidades humanas, permitindo o desenvolvimento escolar desses alunos e, por conseguinte, considerando esses indivíduos a partir de suas singularidades para a concessão de um direito efetivamente justo, pautado na dignidade humana e no respeito à diferença. É um estudo que objetiva discutir a melhor maneira de promover o acesso à educação inclusiva de pessoas com deficiência, para que estas recebam ensino qualitativo e capaz de estimular suas capacidades, apoiado na perspectiva das legislações internacionais e pátrias e das teorias de justiça. A metodologia adotada é eminentemente teórica-doutrinária, utilizando levantamento bibliográfico regional, nacional e também dos referenciais filosóficos adotados na presente pesquisa, com a finalidade de concretizar um estudo científico interdisciplinar e capaz de contribuir com a evolução dos direitos humanos, principalmente voltados à pessoa com deficiência.

  • THIAGO LIMA DO NASCIMENTO
  • DIFERIMENTO DE ICMS E RENÚNCIA DE RECEITA TRIBUTÁRIA: Limites normativos para a concessão de benefícios tributários

  • Data: 04/12/2018
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  • O trabalho constrói a norma do diferimento com um enfoque nos tributos plurifásicos, mais especificamente com relação ao ICMS, trazendo não apenas as características da utilização do diferimento, puro e simples, mas indo além, classificando a sujeição passiva tributária e apresentando todos os elementos que compõem a utilização do diferimento como instrumento de modificação da relação jurídico-tributária entre o ente público e o contribuinte. Constrói, com base nas normas de competência, presentes no Sistema Tributário Nacional Brasileiro, a premissa de que a substituição tributária para trás deve, necessariamente, possuir duas normas, a primeira para fornecer os elementos necessários à constituição do termo inicial (postergação da incidência tributária) e segunda para a constituição do termo final (seja interruptivo ou de encerramento) da postergação. Como objeto de estudo e no intuito de fornecer elementos práticos, realizase uma análise sobre a legislação do Estado do Pará, concessora de diferimento de ICMS, investigando se as normas de estrutura são efetivamente cumpridas e se o termo final da postergação efetivamente ocorre. Neste contexto também serão considerados os efeitos de um diferimento sem termo final e se ele, por si só, transmuta-se em benefício tributário e, sendo o caso, tangenciando possíveis implicações para o Federalismo Fiscal Brasileiro por meio da Guerra Fiscal.

  • MICHELLE BARBOSA DE BRITO
  • REINVENÇÕES E PERMANÊNCIAS DO SISTEMA PENAL BRASILEIRO:
    A CRIMINALIZAÇÃO DOS GRUPOS DE PODER COMO NOVO MARCO DE RENOVAÇÃO E FORTALECIMENTO DO CONTROLE PUNITIVO

  • Data: 03/12/2018
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  • O sistema penal brasileiro tem apresentado nos últimos anos um movimento que, em sua aparência, demonstra certa modificação ou expansão da tendência punitiva no que diz respeito ao sujeito-alvo da atuação das agências punitivas. Os processos de criminalização têm-se intensificado em direção a sujeitos que historicamente ocupam a posição de intocáveis pelo sistema punitivo e, sobretudo, pelo dispositivo carcerário, o que coloca em relevo a necessidade de análise e de investigação acerca de uma suposta mudança na concepção da função (não declarada) do direito penal enquanto instrumento de exclusão social e de neutralização da massa indesejada. Partindo de uma perspectiva criminológico-crítica, observam-se e analisam-se dados que expressam a atuação de agentes integrantes das instâncias de controle envolvidas no processo de criminalização secundária de pessoas que, a despeito de seu poder político e/ou econômico, têm sido alcançadas pelo poder punitivo em razão da prática de crimes de colarinho branco. Examinam-se ainda alguns fatores que contribuem para a construção social da “criminalidade”, enfatizando-se os aspectos relacionados à percepção pública da questão criminal, à mídia, à política criminal e aos contextos social, político e econômico. A presente pesquisa representa uma possibilidade de leitura e de compreensão do problema considerando elementos de empreitadas punitivas historicamente situadas. Chega-se à conclusão de que o movimento observado nos últimos anos quanto ao aumento da criminalização de pessoas detentoras de parcela do poder político e/ou econômico pela prática de crimes de colarinho branco não representa uma espécie de virada punitiva tendente a igualar a incidência da intervenção penal, mas, ao revés, integra a lógica que tem marcado os contornos do exercício do poder punitivo, que agora se reinventa para se adequar às condições do sujeito criminalizado e ao contexto contemporâneo.

  • ALEXANDRE PEREIRA BONNA
  • IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL: FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL NA PERSPECTIVA JURÍDICA E ÉTICA DA LEI NATURAL

  • Data: 23/11/2018
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  • Aborda a hipótese de que a responsabilidade civil, na tarefa corrigir perdas imerecidas e danos injustos envolvendo dano moral - que é a violação a um interesse extrapatrimonial protegido juridicamente - ser fortalecida a partir de uma leitura ética no campo da identificação e quantificação. Adota como pressuposto teórico que o direito possui duas dimensões: a factual e a ideal, na esteira do que defende Robert Alexy em Teoria da Argumentação Jurídica (2014). Esclarece que no tocante ao dano moral, na primeira dimensão (factual) existe o arcabouço jurídico dos bens extrapatrimoniais protegidos juridicamente, ao passo que na segunda (ideal) defende-se que há os bens humanos básicos (ética), os quais complementam e fortalecem a análise dos bens extrapatrimoniais no tocante a identificação e quantificação do dano moral. Investiga a interface dos bens extrapatrimoniais extraídos do direito pátrio com os bens humanos básicos formulados por Bebhinn Donnelly – em A natural law approach to normativity (2007) -, Mark Murphy – em Natural law in jurisprudence and politics (2006) e Natural law and practical rationality (2001) - e John Finnis – em Lei natural e direitos naturais (2007) e Aquinas: moral, political and legal theory (2008). Tem como problema de pesquisa investigar o impacto que a relação de complementariedade entre os bens extrapatrimoniais e os bens humanos básicos possui na identificação e quantificação do dano moral, tendo por objetivos investigar a relevância e a contribuição da ética dos bens humanos básicos na identificação e na quantificação do dano moral, adensar o conteúdo dos valores existenciais que sustentam o dano moral no direito brasileiro, investigar em nível dogmático e jurisprudencial quais os parâmetros para reconhecer o dano moral indenizável, apresentar a justificativa ética do dano moral a partir dos bens humanos básicos, e realizar a fusão do estudo jurídico com o ético, desenvolvendo raciocínio ético-jurídico do dano moral em casos concretos. É orientada pelo método hipotético-dedutivo, partindo de premissas gerais e abstratas sobre a identificação e quantificação do dano moral na lei e dogmática, assim como sobre a teoria dos bens humanos básicos, para em seguida unir essas duas dimensões para o fim de alcançar conclusões particularizadas. Conclui, a partir da análise de algumas decisões judiciais envolvendo dano moral proferidas pelos juízes de primeira instância das varas cíveis e trabalhistas da cidade de Belém, que as mesmas são limitadas do ponto de vista jurídico e ético e que caso endossassem a tese aqui descrita, a responsabilidade civil poderia desempenhar um papel mais relevante na construção de comportamentos virtuosos (identificação do dano moral) e na justa quantificação do valor indenizatório em toda a magnitude do dano sofrido (quantificação do dano moral), assim como poderia ser melhor compreendida por acadêmicos e profissionais do direito, na medida em que a pesquisa em seu sentido global apresenta uma proposta de sistematização do raciocínio envolvendo responsabilidade civil por danos morais.

  • THIAGO LIMA CARNEIRO
  • PARENTALIDADE HOMOAFETIVA: um estudo sócio-jurídico sobre o direito de casais
    homoafetivos procriarem por meio de tecnologias reprodutivas

  • Data: 05/11/2018
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  • Nesta dissertação de mestrado, discute-se a questão da discriminação contra o sujeito
    homossexual mediante a relação entre homossexualidade, parentalidade e reprodução assistida.
    Busca-se analisar em que medida os direitos parentais da pessoa homossexual são vilipendiados
    pela prática social e pelos poderes estatais. Para tanto, divide-se o trabalho em três capítulos: o
    primeiro discorre sobre o papel do Estado na construção e reprodução de uma realidade social
    heterossexista, e como essa lógica dominante, baseada em um sistema de oposições, é
    determinante para o assujeitamento dos indivíduos que não seguem a ordem sexual
    hegemônica. A perpetuação dessa racionalidade se desdobra em discriminações e
    marginalizações sociais que impedem a pessoa homossexual de exercer seus direitos
    igualitariamente aos demais cidadãos. Somente nos últimos anos vislumbrou-se tratamento
    mais igualitário em relação a esses indivíduos no Brasil, com o reconhecimento de alguns
    direitos reivindicados, a exemplo da possibilidade de contrair matrimônio. O segundo capítulo
    tem como propósito avaliar a atual conjuntura familiar tutelada pelo ordenamento jurídico
    brasileiro e examinar o enquadramento dado pela decisão do Supremo Tribunal Federal ao
    reconhecer a união homoafetiva como entidade familiar. O terceiro e último capítulo aborda a
    parentalidade homoafetiva no contexto da reprodução assistida, com ênfase às especificidades
    deste cenário, à tutela jurídica e ao acesso às tecnologias reprodutivas. A pesquisa e o
    desenvolvimento da dissertação pautaram-se na construção doutrinária relativa ao tema, a partir
    de livros e artigos científicos pertinentes, na análise documental e na realização de entrevistas
    semiestruturadas direcionadas a profissionais que atuam na área de reprodução humana. Por
    fim, conclui-se que a vigência de uma ordem hegemônica heterossexista repercute
    substancialmente no gozo dos direitos parentais da pessoa homossexual, ora discriminando-a
    da dinâmica familiar, ora compelindo-a a se sujeitar aos padrões de vida dominantes,
    interferindo na sua liberdade de exercer a parentalidade.

  • CAMILA FARINHA VELASCO DOS SANTOS
  • FEDERALISMO ASSIMÉTRICO NO BRASIL: O FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES ENTRE OS ENTES MUNICIPAIS

  • Data: 26/09/2018
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  • Esta dissertação de mestrado tem a finalidade de analisar se o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) desempenha um papel redistributivo. A adoção do sistema federalista não pode gerar o tratamento uniforme de todos os entes federativos. É preciso compreender que as diversas entidades possuem realidades diferentes e, portanto, estão em diferentes patamares de desenvolvimento social e econômico. Assim, o federalismo assimétrico ganha relevância, sobretudo para justificar a adoção de assimetrias jurídicas que possam diminuir as desigualdades entre os entes federativos. Para o equilíbrio do pacto federativo, é necessária a adoção de medidas que tenham a finalidade de diminuir os desníveis existentes. Assim, a desigualdade não pode ser ignorada. O federalismo pátrio é marcado por enormes diferenças regionais. Desta forma, a fim de combater os desníveis existentes, a Constituição Federal de 1988 adotou diversos mecanismos para a redistribuição de recursos entre os entes. No âmbito municipal, diante das acentuas desigualdades, o FPM possui um importante papel. No entanto, os critérios utilizados para a redistribuição dos recursos merecem ser analisados com cautela. É necessário verificar se, de fato, o FPM é um instrumento redistributivo ou se apenas reafirma a desigualdade. 

  • JULIANO MORENO KERSUL DE CARVALHO
  • POR UMA ÉTICA DO CUIDADO AO LUGAR DO MESTRE NAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DO BRASIL 

  • Data: 30/08/2018
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  • Este trabalho tem como central o seguinte problema: Como minimizar os efeitos etnocidas das políticas culturais do Estado Brasileiro para proteção do patrimônio cultural imaterial, ou seja, como pensar ações que promovam a reprodução social do conhecimento tradicional no espaço comunitário em que é gerado respeitando a autoridade tradicional responsável em reproduzi-lo minimizando os efeitos da concorrência com a estrutura burocrática e legal  do Estado que   propõe a "patrimonialização" desse conhecimento? O método utilizado foi o hermenêutico que articula Arendt, Benjamim e Gadamer a partir da discussão epistemológica sobre a historicidade da linguagem que forma o mundo do ser e sua facticidade. A pesquisa é bibliográfica e documental. A tese é dividida em três partes: Na primeira parte explicamos o conceito de "lugar do mestre" a partir da história cultural da capoeira e da sua relação com uma música de Nara Leão. Apresentamos o direito como ferramenta central de legitimação e justificação da desestruturação das comunidades tradicionais efetuada pelos impérios europeus em suas colônias. Na segunda parte descrevemos o funcionamento do direito cultural como ferramenta etnocida a partir da análise do conceito jurídico de patrimônio cultural e explicamos como as estruturas jurídico-burocráticas etnocidas dos impérios europeus se atualizaram no Brasil do século XX Inspirados pelo ceticismo Machadiano do conto "O Alienista", em relação ao cientificismo evolucionista e a medicina social do final do século XIX, desenvolvemos a tipologia: Síndrome de Simão Bacamarte que serve basicamente para identificar agentes do Estado brasileiro que, contra-lege,  agem como devotos de Spencer, promovendo atos com grande potencial etnocida. Na busca de compreender como as atitudes etnocidas de agentes do Estado brasileiro podem sutilmente se somar gerando políticas públicas genocidas, desenvolvemos a tipologia ―Mania de Medusa‖ inspirada no conto ―Meu Tio Iauaretê "de Guimarães Rosa  que serve para identificar e classificar estes fenômenos que impactam a memória coletiva das comunidades tradicionais. Na terceira parte propomos valores que devem fundamentar a construção coletiva de  "uma ética do cuidado ao lugar do mestre" como uma reflexão prudencial para o bom uso de tecnologias jurídicas no sócio-ambiente das comunidades tradicionais. Ao fim concluímos que toda construção de uma reflexão ética se constitui numa práxis, ou seja, a análise da ação a partir de valores e propusemos quatro valores que devem orientar a ação dos agentes do Estado na relação com as comunidades tradicionais para evitar ou minimizar o processo de etnocídio: a visibilidade, a contemporaneidade, a tradicionalidade, e a responsabilidade 

  • JOSILENE BARBOSA ABOIM
  • O CAPITAL HUMANO DOS ADOLESCENTES INFRATORES: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS FALAS DA JUVENTUDE INTERNADA EM ANANINDEUA - PA

  • Data: 05/07/2018
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  • A Teoria do Capital Humano, consolidada na racionalidade neoliberal, governa e hierarquiza os sujeitos a partir de seu valor à lógica mercado-centrada. A autogestão, pautada no "empreendedorismo de si", estimula a competitividade com vistas à acumulação de capitais, responsabilizando unicamente os indivíduos pelo sucesso ou fracasso. Para verificar quais os desdobramentos da teoria nos indivíduos, optou-se como recorte metodológico a adolescência infratora, para que se compreenda em que medida os adolescentes do sexo masculino submetidos à medida socioeducativa de internação atribuem a si um valor, nos termos da Teoria do Capital Humano.

  • CAMILA FRANCO HENRIQUES
  • OS CONCEITOS DE TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO NA JURISPRUDÊNCIA BRASILEIRA E NA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS: A BUSCA DA MAIOR PROTEÇÃO AO TRABALHADOR

  • Data: 05/07/2018
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  • O objetivo geral da pesquisa é verificar os conceitos de trabalho escravo contemporâneo, tanto no âmbito interno do Brasil, quanto no internacional do Sistema Interamericano de Direitos humanos, este a partir dos parâmetros que a Corte Interamericana de Direitos Humanos utilizou no caso Fazenda Brasil Verde, primeiro julgado do Sistema Interamericano que tratou especificamente do artigo 6 da Convenção Americana de Direitos Humanos (Proibição da escravidão e da servidão). a fim de se constatar qual dessses conceitos melhor se harmoniza com o princípio pro homine, ou seja, melhor tutela o ser humano no âmbito jurídico.

  • FLAVIA SOUSA GARCIA SANZ
  • RIBEIRINHOS EXPULSOS POR BELO MONTE: NEGAÇÃO E RECONHECIMENTO DE DIREITOS SOCIOAMBIENTAIS

  • Data: 29/06/2018
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  • Trata-se de um estudo de caso sobre como os ribeirinhos expulsos com a construção da hidrelétrica Belo Monte tiveram seus direitos negados e como esses direitos estão sendo reconhecidos e efetivados no âmbito do processo de licenciamento ambiental da barragem. O estudo foi realizado através de análise bibliográfica e documental. Povos e comunidades tradicionais estão especialmente expostos e vulneráveis a conflitos socioambientais, posto que o direito ocidental foi (e é) elaborado de forma excludente daqueles que não se encaixam no padrão estabelecido e esses grupos são conceituados como culturalmente diferenciados. Assim, esses grupos costumam sofrer a negação de direitos específicos (direitos socioambientais), sendo subtraídas as condições de manutenção do seu modo de vida tradicional. Argumenta-se que os ribeirinhos foram invisibilizados no processo de licenciamento ambiental da hidrelétrica Belo Monte e, por consequência, seus direitos socioambientais foram desrespeitados. Neste sentido, destaca-se a atuação da empresa Norte Energia no sentido de invisibilizar esse grupo e violar seus direitos, somada à inação ou às falhas do órgão fiscalizador, IBAMA e do Poder Judiciário. Por fim, argumento que os ribeirinhos, junto com outros atores sociais, dentre os quais destaco o MPF e a comunidade acadêmica, por meio de lutas e resistências, conquistaram maior visibilidade e estão conquistando o reconhecimento e a efetivação de direitos violados no licenciamento ambiental da barragem.

  • NATALIA ALTIERI SANTOS DE OLIVEIRA
  • CONSOLIDAÇÃO DA POSSE NA BELÉM DOS OITOCENTOS: ANÁLISE DOS REGISTROS PAROQUIAIS E LEGITIMAÇÕES DE POSSE (1854-1891) 

  • Data: 19/06/2018
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  • Objetiva este trabalho apresentar um estudo acerca da consolidação das posses na cidade de Belém durante o século XIX, tendo como objetivo principal o estudo da consolidação das posses registradas e descritas no registro paroquial. Tem como objetivos específicos a realização de levantamento bibliográfico sobre a Belém colonial e o regime fundiário no antigo regime; a revisão bibliográfica sobre o a suspensão do sistema sesmarial, o contexto histórico do Brasil imperial e as revoltas políticas desse período, com ênfase na edição da lei de terras e a aplicação da norma nos perímetros urbanos e arrebaltes; a análise dos registros paroquiais das Freguesias de Sant’anna da Campina, da Sé e da Santíssima Trindade sobre as áreas que atualmente integram o perímetro urbano de Belém, além das ratificações de posse e dos transpasses que ocorreram no período; a verificação de quais posses consignadas nos registros paroquiais que foram identificadas e posteriormente consolidadas e por qual instrumento legal. Estabelece como método utilizado a coleta, leitura e análise dos registros consignados nas Freguesias da Sé, Trindade e Sant’Anna, além das legitimações e ratificações de posse, bem como dos transpasses, cujo as conclusões foram extraídas com base no método interpretativo histórico. Justifica este trabalho em razão da importância do entendimento sobre como a posse se consolidou em Belém nos anos de 1854 a 1891. Identifica que o principal mecanismo de consolidação das posses foi o regime enfitêutico, que se manteve presente desde o período colonial e após o período estudado no presente trabalho. Averigua ademais que apesar do Estado do Pará ter sido a província com o maior número de registros paroquiais, na cidade de Belém, seus reflexos não foram grandes para consolidação da posse.

  • KARINA DA SILVA MENESES
  • ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL CONTRA A MULHER: DA IGUALDADE QUE PRENDE À IGUALDADE QUE LIBERTA

  • Data: 14/06/2018
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  • A presente dissertação de mestrado tem como objetivo investigar a questão da discriminação de gênero através do assédio moral organizacional. Busca-se responder a indagação se o assédio moral organizacional no ambiente laboral pode reverter-se numa forma de discriminação de gênero, tendo em vista que se estabelece um padrão comportamental que deve ser seguido pelos empregados e este tem como molde a figura masculina. Para tanto, se divide em três capítulos: o primeiro deles discute questões hodiernas relativas ao sistema capitalista e o mundo do trabalho, destacando o contraponto entre os interesses das empresas e a proteção dos direitos trabalhistas. A perquirição por rentabilidade pelo empregador pode ensejar o fenômeno do assédio moral organizacional, o qual se perfaz através de um conjunto de práticas abusivas reiteradas em decorrência de relação laborativa que têm como consequência o abalo físico, psíquico ou moral de um ou mais trabalhadores, a fim de se atingir um engajamento subjetivo de todo o grupo às politicas de metas da empresa. Ainda não existe suporte legislativo para os empregados atingidos por este instituto, razão pela qual a dissertação trata das nuances principiológicas aplicadas ao caso. Por fim, aborda-se acerca da necessidade de implementação de institutos que sejam capazes de mitigar ou mesmo suprimir, os efeitos concernentes ao fenômeno em testilha, que tem se mostrado uma prática crescente e recorrente na atual quadratura social. O segundo capítulo tem como propósito apresentar a condição atual da mulher no mercado de trabalho, salientando como o assédio moral organizacional também pode se revestir em discriminação de gênero, para isso analisa a posição da mulher no mercado de trabalho e na sociedade, observando os papeis que lhe são designados como tradicionalmente “naturais” no contexto social e de que modo esta realidade acaba reforçando a construção de uma cultura machista e impositora da subordinação de gênero. O terceiro e último capítulo se propõe a demonstrar como o assédio organizacional se constitui em violação de gênero, ajudando a corroborar com a cultura paternalista imposta. A pesquisa e o desenvolvimento da dissertação pautaram-se na construção doutrinária relativa ao tema, a partir de livros, periódicos, artigos científicos e na interpretação jurisprudencial mais recente, tendo em vista a incipiência legislativa quanto ao instituto em comendo. Por fim, conclui-se que a violência de gênero pode se dar através do assédio organizacional, tendo em vista o arraigado paternalismo social que leva a adoção de padrões masculinizados de labor e, consequentemente, ao rechaço às mulheres no mercado de trabalho.


  • DIENNY ESTEFHANI MAGALHAES BARBOSA RIKER
  • RAZÃO PRÁTICA E O BEM HUMANO BÁSICO DO CASAMENTO: LEI NATURAL, BEM COMUM E DIREITO

  • Data: 29/05/2018
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  • Apresentar a progressiva desconstrução do casamento e a teoria neoclássica da lei natural como moldura pressuposta e ativa na construção de uma fundamentação para o conceito de casamento, bem como apresentar sucintamente o percurso investigativo e a metodologia do trabalho. Divide-se nas seguintes seções: [1] A recente transformação no conceito de família; [2] A moldura emotivista da ética contemporânea; [3] A teoria neoclássica do direito natural

  • EYMMY GABRIELLY RODRIGUES DA SILVA
  • TERRAS DEVOLUTAS NO PÓS 1988: Repercussões da jurisprudência dos Tribunais Superiores Brasileiros na estrutura fundiária da Amazônia Legal

  • Data: 22/05/2018
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  • Objetiva analisar de que forma a jurisprudência dos Tribunais Superiores Brasileiros nos acórdãos proferidos em ações de usucapião e discriminatórias de terras devolutas no pós-1988 repercutem na estrutura fundiária da Amazônia Legal. Para tanto, delimita três objetivos específicos, os quais correspondem às seções desta dissertação: 1) apresentar um histórico da origem das terras devolutas no Brasil e os debates acerca do seu conceito e seu regime jurídico levando em consideração o domínio público e a formação da propriedade privada no Brasil, as alterações legislativas que repercutiram na identificação dessas terras, os critérios da titularidade, funcionalidade, disponibilidade, a destinação para fins de reforma agrária e proteção dos ecossistemas naturais e as discussões sobre a impossibilidade de usucapião após a promulgação da CRFB/1988; 2) examinar o instituto da usucapião, as espécies existentes no ordenamento jurídico brasileiro, seus requisitos, a importância desse instituto aos que cumprem com a função social da propriedade, o ônus da prova nessas ações e as mudanças do instituto com a Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 e da Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017, ao dispor sobre a usucapião administrativa; 3) analisar os acórdãos dos Tribunais Superiores Brasileiros sobre usucapião e discriminatória de terras devolutas, a partir de uma leitura crítica com base em Rodriguez (2013a) e Streck (2014; 2016), identificando os casos existentes e relacionando-os com as especificidades da estrutura fundiária da Amazônia Legal. Utiliza enquanto método de abordagem o dedutivo-analítico e método de procedimento monográfico. Conclui que nas ações de usucapião, a aplicação da tese de que ausência de transcrição no registro imobiliário não gera a presunção de que a terra é devoluta, cabendo ao Estado o ônus da prova, sem maiores observações sobre as questões fáticas dos casos, como tem sido realizado pelo STJ com base em antigos acórdãos do STF, pode ocasionar graves danos ao patrimônio devoluto da Amazônia Legal através da legitimação de latifúndios improdutivos. Além disso, conclui-se pela necessidade de promover as ações discriminatórias para identificar o patrimônio devoluto, destinando-o preferencialmente para fins de reforma agrária e proteção ambiental.

  • MAILÔ DE MENEZES VIEIRA ANDRADE
  • “ELA NÃO MERECEU SER ESTUPRADA”: ESTUDO DAS MANIFESTAÇÕES DA CULTURA DO ESTUPRO EM CASOS PENAIS

  • Data: 14/05/2018
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  • As mulheres só merecem ser estrupadas em uma cultura do estupro. Esta expressão, elaborada pelo pensamento feminista, é designada e compreendida para anunciar a naturalização e normatização da violência masculina contra as mulheres, com tolerância e, por vezes, incitação do estupro, por meio de diversos comportamentos, entre os quais a desconfiança em torno da narrativa da vítima e, sobretudo, sua culpabilização pela violência sofrida. Neste cenário, a presente pesquisa pretende responder em que medida esta cultura se manifesta nos discursos dos agentes do sistema penal em casos julgados no Pará. Partindo de leituras criminológicas e feministas sobre estupro e sobre a cultura do estupro, tive como objetivo, por meio da análise de 46 acórdãos envolvendo o crime de estupro julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará no ano de 2017, discutir a convivência com o estupro ou, em outras palavras, as manifestações desta cultura, nos casos penais. A minha hipótese é a de que a violência institucional nestes casos indica a existência de uma cultura do estupro no Brasil, que é reafirmada e mantida  pelo sistema de justiça criminal e que, muitas vezes, manifesta-se no não dito.

  • JOAO VITOR PENNA E SILVA
  • A SITUAÇÃO ECONÔMICA DAS PARTES COMO CRITÉRIO DISTRIBUTIVO NA QUANTIFICAÇÃO DAS INDENIZAÇÕES

     

  • Data: 11/05/2018
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  • Este trabalho visa a analisar se a “situação econômica das partes”, como critério de quantificação de indenizações discutido na doutrina e jurisprudência brasileiras, pode ser interpretada como uma instrumentalização de princípios de justiça distributiva. Para isto, analisa a problemática da quantificação dos danos na prática jurídica brasileira, colocando possíveis formas de como a situação econômica do ofensor e da vítima pode ser levada em consideração. Após isto, analisa estas aplicações do critério com base na discussão filosófica sobre os fundamentos da responsabilidade civil, especialmente centrada no debate sobre os conceitos de justiça corretiva e distributiva. Em seguida, sustenta a hipótese de que é possível interpretar o critério como incorporando princípios de justiça distributiva, realizando uma releitura do critério com base neste conceito. Portanto, trata-se de pesquisa eminentemente teórica, uma vez que visa a interpretar, com base em conceitos filosóficos, argumentos utilizados pela doutrina e jurisprudência brasileira. Como resultado, tem-se que o critério implica em uma redistribuição dos encargos dos danos de acordo com a riqueza das partes. Conclui-se que ele não introduz contradições no sistema de Responsabilidade Civil brasileiro e defende que o critério necessita de uma apreciação conjunta da situação econômica da vítima e do ofensor.

  • RODRIGO COSTA LOBATO
  • ACORDOS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA O INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES FISCAIS E O SIGILO BANCÁRIO

  • Data: 08/05/2018
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  • O presente estudo busca identificar o fundamento constitucional que legitima os acordos internacionais para troca de informações fiscais no ordenamento jurídico brasileiro e suas implicações para o direito à privacidade e ao sigilo bancário e fiscal. O primeiro capítulo é destinado à análise do reconhecimento do dever fundamental de pagar tributos, demonstrando ser a arrecadação tributária a principal fonte de recursos para o Estado financiar a efetivação dos direitos fundamentais protegidos pela Constituição Federal. Busca-se demonstrar que o não pagamento de tributos por parcela da sociedade distorce os princípios da capacidade contributiva e da isonomia, impedindo que a justiça fiscal seja alcançada. No segundo capítulo é feita breve análise sobre as condutas e estratégias adotadas pelos contribuintes para se evadirem do pagamento tributos, bem como os países onde buscam guarida para exercerem tais práticas. No terceiro capítulo se propõe ao exame de três instrumentos de cooperação internacional que o Brasil passou a adotar como tentativa de combate à tais práticas, a Convenção Multilateral em Assistência Administrativa Mútua em Assuntos Tributários, o Foreign Account Tax Compliance Act (FATCA) e o Projeto BEPS. Em sequência, estuda-se a forma de internalização dos acordos e tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. O quarto capítulo é destinado à análise das concepções sobre sigilo bancário e fiscal no Brasil, especialmente após a introdução da Lei Complementar n. 105/2001 no ordenamento jurídico, demonstrando-se o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a sua constitucionalidade da norma. Ao final, examina-se possibilidade de relativização da proteção constitucional conferida ao direito à privacidade e ao sigilo bancário, permitindo-se o acesso direto pela Administração Tributária aos dados financeiros dos contribuintes e o intercâmbio internacional destas informações, e qual fundamento constitucional para tanto.

  • YURI IKEDA FONSECA
  • O FORMALISMO NO DIREITO E A ÉTICA DOS VALORES: TEORIA DOS VALORES EM HANS KELSEN E MAX SCHELER

  • Data: 04/05/2018
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  • filosofia dos valores (Wertphilosophie), surgida no contexto das investigações neokantianas da Escola de Baden no final do século XIX, é uma abordagem teórica focada no estudo do fenômeno chamado valor. No primeiro capítulo deste trabalho, utilizando a metodologia de história das ideias, são tratadas a ética formalista de Immanuel Kant, a origem da filosofia dos valores nas teorias de Franz Brentano e dos neokantianos Hermann Lotze, Wilhelm Windelband, Heinrich Rickert e Emil Lask, bem como a divisão da teoria dos valores em uma vertente objetivista e uma vertente subjetivista, procurando demonstrar que prevaleceu esta última por influência das concepções sobre valores de Friedrich Nietzsche. No segundo capítulo, abordam-se, representando a visão subjetivista, a ideia de Max Weber de neutralidade axiológica (Wertfreiheit) das ciências e o formalismo jurídico de Hans Kelsen, sustentado por uma teoria dos valores subjetivista e cética. Apresenta-se também o argumento de Carlos Santiago Nino contra a ideia, defendida por Kelsen, de que apenas uma concepção relativista de valores poderia promover os ideais democráticos de tolerância. O terceiro capítulo dedica-se, após uma breve consideração sobre a fenomenologia de Edmund Husserl, aos argumentos de Max Scheler contra o formalismo ético kantiano para sustentar uma axiologia objetivista a partir da noção de que os valores são conteúdos materiais cognoscíveis a priori e, portanto, aptos a fundamentar uma ética não-formal. Conclui-se que, embora a fundamentação de Scheler seja problemática ao considerar o conhecimento dos valores como uma função das emoções e não da razão, por outro lado sua formulação do a priori e de um âmbito de axiologia pura com regras semelhantes às da lógica viabilizam objeções aos pressupostos da axiologia subjetivista.

  • LUCAS DO COUTO GURJÃO MACEDO LIMA
  • A FRAGMENTAÇÃO MORAL MODERNA: CRÍTICA E ALTERNATIVAS A PARTIR DA ÉTICA DAS VIRTUDES DE ALASDAIR MACINTYRE



  • Data: 27/04/2018
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  • Os debates morais modernos são marcados caracteristicamente pela impossibilidade de se alcançar uma solução racional das questões em disputa, de modo que nos vemos privados de mecanismos para a solução dessas controvérsias. Ainda que essa situação de insolubilidade possa ser compreendida como um elemento intrínseco das argumentações morais, o filósofo escocês Alasdair MacIntyre percebe isso como um elemento particularmente moderno, fruto de uma sucessão de causas históricas e filosóficas responsáveis por nos conduzirem até esse ponto, o qual poderia ser remediado mediante a sua compreensão adequada. O presente trabalho, portanto, se propõe a investigar de que maneira esse entendimento específico de MacIntyre sobre o estado atual da moralidade lança uma luz sobre as suas principais mazelas, esclarecendo-as, bem como quais são as alternativas que se apresentam a partir de sua própria elaboração teórica, especificamente aquela contida no cerne da sua empreitada filosófica usualmente denominada de After Virtue Project.  Busca-se, então, através da análise das obras centrais de seu projeto filosófico e dos escritos dos seus principais comentadores, investigar os elementos centrais do pensamento do autor, averiguando de que maneira seus insights podem fornecer elementos aptos para, se não fornecer uma perspectiva de possível solução da problemática, ao menos contribuir significativamente para o enriquecimento dos debates filosóficos sobre questões morais e políticas. Destaca-se, dentre as conclusões obtidas, que MacIntyre apresenta uma compreensão robusta e contundente da situação da moralidade moderna e das causas responsáveis originar tal estado de desordem, fragmentação e incomensurabilidade, além de oferecer uma alternativa radical, inovadora instigante, bem como altamente controversa, a partir de concepções particulares da filosofia clássica.

  • TWIG SANTOS LOPES
  • MULHERES, JUSTIÇA E CAMINHOS DE DOR: Um estudo empírico nas Varas de Violência Doméstica e Familiar de Belém – PA

  • Data: 11/04/2018
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  • A presente pesquisa tem como propósito analisar os limites e as tensões enfrentadas pelas mulheres em situação de violência a terem acesso à justiça nas Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (VVDFM) do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), tendo como base pesquisa de campo e referencial teórico referente à criminologia crítica e as teorias feministas elaboradas no campo sócio-jurídico. Para tanto, foi realizada pesquisa empírica a partir de observação de audiências de instrução e entrevistas semiestruturadas com as mulheres em situação de violência e magistrados. As entrevistas objetivaram compreender quais os caminhos trilhados pelas mulheres em situação de violência doméstica no âmbito da agência judicial, bem como a percepção que os magistrados possuem acerca de suas atuações profissionais. A discussão será permeada pelos relatos colhidos em campo, visando identificar quais os problemas envolvidos na relação entre sistema de justiça criminal e mulheres em situação de violência acarretam formas de violência institucional - revitimização -, em face dessas mulheres. A análise privilegia, sobretudo, a dimensão das narrativas das interlocutoras como forma de evidenciar as suas percepções sobre o sistema de justiça criminal e o modo como são percebidas por este sistema. O trabalho de campo permitiu identificar as dificuldades relativas a ineficácia dos mecanismos de proteção e de assistência judiciária constantes da Lei n°. 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha (LMP), além de processos de revitimização desencadeados por agentes estatais. A abordagem metodológica é de cunho qualitativo e interdisciplinar.

  • CARLOS FERNANDO CRUZ DA SILVA
  • Políticas Afirmativas, Educação e Escolas Públicas: uma análise sobre o sistema de cotas – Caso UFPA

  • Data: 10/04/2018
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  • a pesquisa apresentada discute as ações afirmativas instituídas na Universidade Federal do Pará, na modalidade cotas para cursos de graduação, destinadas a estudantes que cursaram o ensino médio em instituições escolares da rede pública. O trabalho se apoia em diferentes estudos sobre desigualdade e exclusão social de autores e autoras como: Boaventura de Souza Santos, Amartya Sen, Ingrid Robeyns e Zélia Amador de Deus. Apoia-se, ainda, em estudos sobre educação e sistemas de ensino desenvolvidos por Jan Masschelein, Marteen Simons, Dermeval Saviani, Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, afora o pensamento crítico de Michel Foucault. Desigualdade social, exclusão social, liberdades substantivas, dispositivo e reprodução foram categorias usadas com frequência durante o desenvolvimento da pesquisa. Ao logo do trabalho, são inseridas problematizações a respeito da dinâmica de transição do ensino médio para o ensino superior por intermédio das políticas de ação afirmativa investigadas, tendo como foco a situação de escola pública coordenada por instituições das forças armadas nacionais. Sustenta-se a hipótese de que as práticas escolares, administrativas e não administrativas, desenvolvidas nesse espaço, em parte, repercutem na política de cotas instituída na Universidade Federal do Pará. A partir da problematização proposta, pretende-se abrir espaço de discussão acadêmica sobre o processo transição para a educação superior no sistema de ensino brasileiro contemporâneo, o que pode ser direcionado a outras instituições e a outros contextos específicos.

  • FELIPE JALES RODRIGUES
  • A DEDUÇÃO DO VALOR DO PASSIVO AMBIENTAL NA DESAPROPRIAÇÃO POR DESCUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE RURAL

  • Data: 09/04/2018
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  • O presente trabalho tem como objetivo a abordagem acerca da possibilidade de dedução do passivo ambiental diretamente do valor da indenização recebida pelo proprietário que sofreu com a desapropriação do imóvel rural pelo descumprimento da função socioambiental. A partir de uma abordagem ambientalista, analisando o meio ambiente equilibrado como fundamental à sadia qualidade de vida, sob o aspecto dos direitos humanos, não se pode conceber a propriedade como absoluta. E o Estado, dispondo de meios de intervenção, utiliza-os para alcançar os fins colimados pela Constituição Federal de 1988. Nesse viés, a função socioambiental, como sendo integrante do direito da propriedade, é fundamental para seu exercício pleno e o seu descumprimento gera a possibilidade de desapropriação. O passivo, ao seu turno, existindo a partir de um dano ambiental, poderá ser deduzido do valor correspondente à indenização, desde que seja mensurado a partir de critérios justos e que permitam a efetiva compensação do direito de propriedade. Os Tribunais Regionais Federais e o Superior Tribunal de Justiça, nessa perspectiva, figuram como os principais atores na efetiva concretização do princípio da justa indenização, devendo, sobretudo, firmar um posicionamento sedimentado sobre a correta e justa dedução.

  • BIANCA ARAUJO DE OLIVEIRA PEREIRA
  • A PROTEÇÃO DA EDUCAÇÃO NO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS E A PRESTAÇÃO PRIVADA DESTE DIREITO: POSSIBILIDADES DE UMA ADEQUAÇÃO DOS VOUCHERS EDUCACIONAIS AOS STANDARDS DE DIREITOS HUMANOS?

  • Data: 26/03/2018
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  • O presente trabalho discute a possibilidade de conciliação de vouchers educacionais – modelo de prestação de serviços educacionais criado pelo economista Milton Friedman – com os standards para o direito à educação, a partir dos relatórios especiais para o direito à educação, realizados pelo ex-relator Kinshore Sing. Para analisar esta possibilidade, é explorada a origem da Organização das Nações Unidas e sua relação com a promoção do acesso à educação. Em seguida, são abordadas as vertentes do pensamento liberal, e o diálogo entre os críticos do liberalismo filosófico; há também a abordagem da Teoria da Escolha Pública, da Nova Gestão Pública e seus críticos. O trabalho também utiliza a abordagem empírica, a partir da revisão da literatura existente, a fim de elucidar os pontos positivos e negativos da utilização de vouchers educacionais, para então poder responder à pergunta de pesquisa proposta.

  • LUIZA GASPAR FEIO
  • O IPTU VERDE E A CONSTRUÇÃO DA CIDADE SUSTENTÁVEL

  • Data: 22/03/2018
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  • O processo de urbanização impôs novos desafios à organização das cidades a tornar essencial o debate da sustentabilidade dentro do contexto urbano e, principalmente, da criação de instrumentos que possam auxiliar na aplicação de melhorias nas cidades. Entre os instrumentos de auxílio, encontra-se a utilização do imposto predial e territorial urbano – IPTU a partir dos seus efeitos extrafiscais da isenção fiscal, a comportar-se como instrumento econômico indutor de práticas que poderão preservar o meio ambiente e ao mesmo tempo garantir o bem-estar social. Neste viés, é analisado se os requisitos de concessão de isenção fiscal do IPTU Verde, tais como, cobertura vegetal, calçadas arborizadas, incentivo à atividade hortifrutigranjeira, tecnologias sustentáveis e adoção de áreas verdes, conseguem preencher os requisitos dos pilares da cidade sustentável conceituada no Estatuto da Cidade, a partir da garantia de direitos como moradia, saneamento ambiental, transporte, trabalho e lazer. Utiliza-se o método dedutivo, pesquisa bibliográfica e compilação de legislações municipais que aplicam o IPTU Verde. E, discorre-se sobre conceitos do IPTU Verde, incentivo fiscal e pilares da cidade sustentável, sistematizando os principais critérios utilizados no IPTU Verde.

  • ANTONELA SOLEDAD BARONETTI
  • INTRODUCCIÓN DE CRITERIOS AMBIENTALES EN EL FEDERALISMO FICAL ARGENTINO.

  • Data: 22/03/2018
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  • Considerando a importância premente que a proteção ambiental vem adquirindo na atualidade, e em atenção às disposições constitucionais e normativas argentinas que determinam a atuação pública nesse sentido, este trabalho objetiva analisar de que forma os critérios ambientais podem ser incorporados na repartição de recursos fiscais entre os entes federados na Argentina. Uma vez que as análises relativas ao Federalismo Fiscal argentino se referem quase com exclusividade à relação entre a Nação e as Províncias, havendo uma lacuna na doutrina jurídica argentina a respeito das relações fiscais entre Províncias e Municípios, este trabalho optou por expandir a análise conferindo especial relevo à problemática municipal. Para tanto, a pesquisa foi dividida em cinco partes, correspondendo aos objetivos específicos da dissertação. Na primeira parte se apresenta a literatura referente ao Federalismo e suas principais características estruturais, levando em consideração suas origens e o processo de transformação, explanando especialmente os aspectos do Federalismo argentino, sua configuração e desenho constitucional. Na segunda parte, analisa-se, sob o ponto de vista teórico, o Federalismo Fiscal, partindo da Constituição Argentina e determinando a competência financeira de cada membro da federação, adentrando na evolução do mesmo no atual e Regime de Coparticipação Federal e tratando brevemente do Federalismo Fiscal Brasileiro, para contextualizar a política pública do ICMS Ecológico, a qual serve de inspiração para a proposta posteriormente formulada para o caso argentino. Na terceira parte, o trabalho expõe a atual situação do Federalismo Fiscal Provincial e Municipal argentino, seus problemas e a estrutura e configuração dos seus recursos através dos primeiros dois aspectos de abordagem: massa coparticipável e distribuição primária. Na quarta parte, apresenta-se a distribuição secundária, explanando-se os atuais critérios de distribuição das vinte e três normativas provinciais e os três informes oficiais que servem à compreensão do tema. Esta sistemática tem por objetivo agrupar e analisar os critérios de repartição de recursos na Argentina para constatar a existência ou inexistência de critérios ambientais. A análise conclui pela inexistência de critérios ambientais levando à quinta e última parte, em que se fundamenta a importância da incorporação, no Federalismo Fiscal Argentino, de instrumentos que corroborem com a necessidade de implementação de políticas públicas ambientais, apresentando-se, por fim, uma proposta para sua implementação. Conclui-se que critérios ambientais podem ser incorporados na repartição de recursos fiscais entre Provinciais e Municípios na Argentina através de um redesenho dos critérios mais utilizados para repartição de recursos das Províncias aos seus municípios, como é o caso do critério partes iguais ou do critério população de cada município, no imposto que maior arrecadação municipal gera, Imposto Provincial sobre os Ingressos Brutos.

  • DANIEL SILVA FAMPA
  • O LUCRO DO OFENSOR COMO CRITÉRIO DE QUANTIFICAÇÃO DAS INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS

  • Data: 15/03/2018
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  • O presente estudo busca analisar em que medida o lucro do ofensor pode ser considerado um critério no cálculo do quantum indenizatório em sede de danos morais. Apropria-se do método dedutivo no curso da investigação, amparando-se em pesquisa bibliográfica e levantamento jurisprudencial para confrontar as hipóteses do trabalho. Para responder à pergunta-problema, examina inicialmente a interlocução entre as funções da responsabilidade civil contemporaneamente difundidas. Considera a compensação uma dimensão da função reparatória, necessária para adaptá-la ao regramento dos danos morais, uma vez que são incompatíveis com a lógica de restituição ao status quo ante. Contextualiza a reparação de danos na sistemática constitucional de proteção primaz à dignidade da pessoa humana, aferindo os efeitos que emanam da incidência do ideal de personalização nas relações entre particulares. Mediante pesquisa no banco virtual de julgados do STF, reporta as etapas do processo de aceitação do dano moral no Brasil, desde sua irrestrita rejeição até sua inserção na Constituição Federal de 1988. Em complemento, discute as tentativas mais disseminadas de sua conceituação, considerando a proposta que o qualifica como violação à dignidade humana aquela que melhor se acopla à exigência de proteção integral do indivíduo, por ampliar o leque de possibilidades de bens jurídicos que autorizam uma compensação em caso de sua violação. Atesta que o reconhecimento da indenizabilidade de tais danos representou a efetiva porta de entrada de “novas” funções da responsabilidade civil no Brasil, tendo em vista que o arbitramento equitativo, enquanto modelo de quantificação, outorga maior liberdade ao magistrado no que se refere à estipulação do valor da indenização, possibilitando-lhe dar vazão a critérios que não podem ser reputados como reparatórios. Examina o problema da quantificação, em primeiro plano, a partir do cotejo entre os modelos do tarifamento legal e do arbitramento equitativo pelo juiz, indicando suas respectivas manifestações no plano normativo interno. Investiga os principais critérios de quantificação adotados pelas cortes brasileiras hodiernamente, inclusive no que diz respeito ao método bifásico, absorvido pela jurisprudência do STJ. Explora as conexões teleológicas que o parâmetro do lucro do ofensor guarda com as funções da responsabilidade civil, identificando as possibilidades de uma dúplice dimensão do dano suportado pelas vítimas nestes casos. Conclui no sentido de que o critério investigado possui notória finalidade reparatória em relação ao agressor, de modo que não é necessário invocar a função punitiva ou a preventiva para sustentar sua aplicabilidade. Sem prejuízo desta ideia, é factível considerar um caráter sancionatório ou dissuasório em hipóteses de dolo ou culpa grave do ofensor, sendo essencial que, ao estipular montante a título de indenização punitiva, o magistrado observe a natureza do direito lesado, essencialmente quanto ao rol de titularidade (se individual ou transindividual), o que pode interferir na definição do quantum.

  • LUIZA CRISTINA DE ALBUQUERQUE FREITAS
  • TRABALHO EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS AO DE ESCRAVO: uma análise a partir da jurisprudência do TRF 3ª Região

  • Data: 20/02/2018
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  • A presente pesquisa foi realizada com o objetivo de verificar de que forma o TRF da 3ª Região tem interpretado e aplicado o crime descrito no art. 149 do Código Penal. Para tanto, foi realizado estudo doutrinário acerca do conceito de trabalho escravo contemporâneo no Brasil e suas respectivas modalidades executivas. Também foram investigadas as correntes interpretativas existentes acerca da temática e o bem jurídico que se pretende tutelar com a referida norma penal. A pesquisa de campo foi realizada a partir do repositório de jurisprudência do TRF da 3ª Região, tendo sido feito estudo investigativo acerca da caracterização do trabalho escravo e dos elementos considerados pelo regional nos casos que lhes são submetidos. O método utilizado foi o dedutivo, realizado a partir da análise das informações obtidas na pesquisa de campo, que foram confrontadas com o referencial teórico e com as normas legais, a partir de raciocínio lógico para se obter conclusão a respeito do problema proposto. Os resultados evidenciaram que o TRF da 3ª Região tem interpretado o trabalho escravo a partir da tutela da dignidade da pessoa humana, de forma desvinculada do cerceamento da liberdade de locomoção. Contudo, apesar do elevado índice de condenações decorrentes deste tribunal, verificou-se que a pena definitiva fixada é, na maior parte dos casos, baixa, razão pela qual é, em sua maioria, substituída por pena restritiva de direitos, desconsiderando-se, portanto, a adequação e suficiência da pena à efetiva repressão da conduta.

  • TAINA FERREIRA E FERREIRA
  • DAS RUAS PARA O SISTEMA PENAL: OUTSIDERS E MÍDIA NO CONTEXTO DAS MANIFESTAÇÕES URBANAS

  • Data: 19/02/2018
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  • A fragilidade do Estado democrático brasileiro é percebida através das constantes dificuldades para a garantia de direitos fundamentais e esse cenário acaba mobilizando a população a procurar vias, ainda que informais, para manifestar suas demandas. Em 2013 e 2015, na cidade de São Paulo, ocorreram eventos que exemplificam o fenômenos de manifestações urbanas ocorridas no país nos últimos anos, e que tornaram-se pauta de segurança pública na mídia de massa. A partir destas constatações, este trabalho se propõe discutir a cobertura realizada pelos meios de comunicação de massa, durante a ocorrência desses protestos urbanos, a fim de avaliar se essa atuação pode ser considerada expressão do processo de criminalização dos sujeitos participantes. Através então, da análise de relatórios produzidos por Organizações Não Governamentais (ONGS) e entidades internacionais, busca-se a análise dos diversos processos de criminalização aos quais os sujeitos, aqui entendidos a luz do conceito de Touraine, foram expostos e qual o papel da mídia nesse contexto. Dentre as conclusões obtidas, destaca-se que a mídia, como agência informal do sistema penal, através de um trabalho que não prioriza a pluralidade de fontes e assim fomenta a criação de estereótipos colabora com a criminalização dos sujeitos envolvidos nos eventos analisados. Além disso, a existência de uma política penal no lugar de uma política criminal se mostra como obstáculo para o enfretamento de discursos de recrudescimento penal pautados na criação de inimigos.

  • FILIPE AUGUSTO OLIVEIRA RODRIGUES
  • DESACORDOS TEÓRICOS NA FILOSOFIA DO DIREITO CONTEMPORÂNEA: a influência da filosofia da linguagem no debate Hart-Dworkin e a tentativa de sua superação através da teoria dos planos de Scott Shapiro

  • Data: 08/02/2018
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  • Este trabalho tem como objetivo geral analisar influência da filosofia da linguagem no debate Hart-Dworkin e a tentativa de sua superação através da teoria dos planos de Scott Shapiro enfocando os desacordos teóricos. Este objetivo é buscado sempre pela mistura ou dialética de dois elementos ou dimensões. Em primeiro lugar, a exploração dos argumentos existentes na teoria do direito. Em segundo lugar, a relação destes argumentos com aqueles apresentados em campos da filosofia da linguagem. Nossa hipótese é a de que o estudo deste debate e desta relação nos mostra que a teoria dos desacordos de Dworkin é a melhor explicação do problema, mas, ao mesmo tempo, as teorias adversárias escolhidas utilizam de diversos elementos metodológicos que representam avanços que foram realizados na filosofia geral, como a perspectiva dos planos proposta por Michael Bratman. Tentamos demonstrar esta hipótese por meio da análise de quatro autores e suas influências. Estes autores são Ronald Dworkin, H. L. A. Hart, Jules Coleman e Scott Shapiro. Por meio desta análise, esperamos demonstrar como os fundamentos das teorias propostas foram se modificando da filosofia da linguagem para outros campos e qual é o estado da teoria do direito com este avanço. Como resultado, defendemos que a hipótese está certa e que mesmo sem ter a melhor capacidade explicativa, as novas teorias do direito precisam ser melhor analisadas e seus ganhos melhor considerados

  • ARTHUR VINICIUS BEZERRA GARCIA
  • PRECEDENTES SOB A PERSPECTIVA DAS TEORIAS DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA DE NEIL MACCORMICK E ROBERT ALEXY: da inteligibilidade dos deveres de coerência e integridade do Código de Processo Civil à análise de julgados do Supremo Tribunal Federal

  • Data: 25/01/2018
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  • O trabalho faz a apresentação de uma teoria de precedentes, com base nos teóricos da argumentação jurídica Neil MacCormick e Robert Alexy, com objetivo de defender sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro a partir da análise de dispositivos do Código de Processo Civil e decisões do Supremo Tribunal Federal. No campo legal, sustenta-se a interpretação dos dispositivos voltados ao uso de precedentes sob a perspectiva da teoria proposta, com destaque aos conceitos de coerência e integridade. No plano prático, apesar da existência de uma concepção distinta da defendida por parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal sobre o uso de precedentes, defendemos a mudança desta visão.

  • ANA LUÍSA CAMPOS CASSEB
  • A LEGITIMIDADE DA CONCESSÃO JUDICIAL DE MEDICAMENTOS DE ALTO CUSTO NA TUTELA INDIVIDUAL:
    Aspectos jurídicos, filosóficos e políticos

  • Data: 11/01/2018
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  • Este trabalho tem por objetivo geral analisar o fenômeno da judicialização das políticas públicas de saúde no Brasil, e por objetivo particular refletir sobre a legitimidade das decisões judiciais que concedem medicamentos de alto custo para indivíduos. A problemática levantada em torno destes objetivos dirige-se à seguinte questão: de que maneira tais decisões podem ser consideradas como mecanismos legítimos de justiça distributiva, considerando os aspectos jurídicos, filosóficos e políticos da legitimidade de tal circunstância? A presente pesquisa sustenta a hipótese de que as três dimensões examinadas oferecem pressupostos que são capazes de demonstrar a justeza do ato redistributivo que ocorre por meio dessas decisões. Assim, trata-se de uma investigação eminentemente teórica, de traço argumentativo, pois que busca contrastar os posicionamentos existentes sobre o tema na dogmática jurídica constitucional, na filosofia política, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, com especial atenção para os votos até então proferidos no julgamento dos Recursos Extraordinários n.º 566.471/RN e 657.718/MG. Como resultado, após articular as categorias do Rule of Law, igualdade de oportunidades e solidariedade cooperativa na perspectiva do direito à saúde, a pesquisa se consolida no sentido de afirmar a justiça presente na prática redistributiva de acesso às políticas públicas de saúde pela via judicial.

2017
Descrição
  • MARJORIE EVELYN MARANHÃO SILVA MATOS
  • GRUPO DE MULHERES NEGRAS MÃE ANDRESA: UM OLHAR À CONSTRUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES NEGRAS A PARTIR DE SUAS VIVÊNCIAS, EXPERIÊNCIAS E POSICIONALIDADES

  • Data: 05/12/2017
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  • Nesta dissertação são analisadas as vivências, experiências e posicionalidades das mulheres negras como marcações para a construção dos seus direitos humanos, a partir do olhar das membras do Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa, seguindo três dimensões: o impacto do período colonial na criação do racismo e do sexismo sociais; a geopolítica do lugar como influência para a construção dos direitos humanos das mulheres negras; e o sentido da geopolítica do lugar, onde transitam as mulheres negras sujeitas da pesquisa para suas mobilidades sociais, entendendo esse lugar como um espaço simbólico de poder ou não. O trabalho foca no Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa, junto ao qual foi realizada a pesquisa durante o ano de 2017, mas com um olhar à historicidade do grupo. A metodologia utilizada foi a história oral, a partir da qual foi possível pensar na necessidade de ocupação de espaços simbólicos de poder pelas membras do grupo, como o Centro Histórico de São Luís, no Maranhão, onde está situada sua sede, para reivindicar visibilidade e os direitos humanos das mulheres negras, ultrapassando a condição de subalternização social imposta a elas.

  • HOMERO LAMARÃO NETO
  • O LIBERALISMO IGUALITÁRIO COMO FUNDAMENTO DE DEMANDAS INDIVIDUAIS NA JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE

  • Data: 24/11/2017
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  • O presente estudo tem por escopo demonstrar a possibilidade de ajuizamento de ações individuais para postulação de prestações, como medicamentos, tratamento e insumos, para além das políticas públicas estabelecidas no âmbito do SUS, tendo o liberalismo igualitário como teoria da justiça adequada para respaldar esse entendimento em nosso ordenamento jurídico. Para tanto, indicamos a teoria de John Rawls como suficiente para embasar essa ponderação. Acreditamos que a leitura da teoria de Rawls não deve ser lida exclusivamente com uma conotação individualista, mas especialmente no âmbito da proteção dos indivíduos na sociedade de cooperação, funcionando o SUS como uma das instituições mais importantes da estrutura básica da sociedade. Defendemos que o SUS deve ser aplicado não apenas pelo acesso igualitário, mas, sobretudo, equitativo, devendo ser enfrentando pela sociedade não apenas o financiamento do sistema de saúde, mas os problemas de gestão e de corrupção responsáveis por afetar nossas receitas. Destacamos as posições tomadas pela Suprema Corte no julgamento das ações individuais postulando prestações para além do SUS e os precedentes que estão sendo firmados para solução do fenômeno da judicialização da saúde. Também destacamos o papel do CNJ a partir do Fórum Nacional do Poder Judiciário para a Saúde, a fim de que os Tribunais de Justiça pudessem otimizar a gestão processual e a solução das lides.

  • NATHALIA KAROLLIN CUNHA PEIXOTO DE SOUZA
  • A QUESTÃO DA SUPERVENIÊNCIA DO DIREITO NO MARXISMO JURÍDICO BRASILEIRO

  • Data: 20/11/2017
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  • Constatados dois polos gerais opostos da teoria marxista jurídica brasileira, buscou-se analisar qual desses dois posicionamentos possuía maior consonância com a teoria desenvolvida por Marx. Nesse aspecto, os dois grupos divergentes do pensamento brasileiro divergiam sob um aspecto fundamental: a superveniência ou não superveniência do direito ao capitalismo. Se a divergência maior entre esses grupos é a questão da superveniência ou não do direito ou, o que equivale ao mesmo, se a divergência maior entre eles é a questão relativa à especificidade ou não da forma jurídica, pode-se afirmar, por conseguinte, que a pedra de toque na análise marxista jurídica resume-se em saber se a obra teórica de Marx segue ou no sentido da atribuição de um papel revolucionário instrumental ao direito ou, ao contrário, se Marx atribuíra, na verdade, um papel conservador de manutenção da ordem burguesa, instituída a forma jurídica. Como resposta ao problema colocado, após a análise da obra de Marx, foi possível concluir que o direito é uma forma social que nasce pari passu ao nascimento da circulação universal de mercadorias; a circulação universal de mercadorias, por sua vez, somente se tornou possível com o modo de produção capitalista; logo, o direito somente foi possível com o estabelecimento do capitalismo. Nesse sentido, torna-se possível depreender que o jurídico é uma especificidade do sistema burguês. Desse modo, restou confirmada a tese da não-superveniência do direito. Torna-se impensável, diante dessas conclusões, portanto, um direito comunista. Por fim, como representantes desses dois grupos de visões contrárias sobre a temática marxismo e direito no Brasil, optou-se por analisar a obra de Lyra Filho como representante do posicionamento em defesa da tese da superveniência do direito, bem como se optou por estudar, como representantes do grupo oposto, as obras de Naves, Mascaro e Kashiura Jr.

  • FERNANDO IVAN RUIZ PERDOMO
  • LA REPRESENTACIÓN DE LA VIOLENCIA POLICIAL EN LAS MANIFESTACIONES DE JUNIO
    DE 2013. Un Análisis Crítico del Discurso de las Editoriales de los Diarios Folha de São
    Paulo y O Liberal

  • Data: 14/11/2017
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  • Pese al rimbombante declarado fin de la historia en la versión de la democracia liberal y el sistema capitalista, del fin de las ideologías y de la lucha de clases, del supuesto consenso de la humanidad sobre los derechos humanos y el progreso como norte de las sociedades y sus gobiernos, en esta segunda década del siglo XXI a lo que asistimos es a la irrupción de variados y novedosos procesos de acción política que han sacudido el mundo, como fue la primavera árabe, los "Occupy Wall Street", las manifestaciones de Ferguson contra la violencia policial en los Estados Unidos, las protestas ecologistas en Turquía, los estudiantes Chilenos, los campesinos Colombianos y el Movimiento de Pase Libre en el Brasil. Aunque sus contextos y motivaciones son variadas, cada una de ellas representó momentos de fuerte tensión al interior de sus países, como consecuencia de los embates de la violencia y la pugna de los discursos. En ese contexto internacional de agitación social se inscribe la presente investigación, centrada en el caso Brasilero, en las manifestaciones de junio de 2013 que detonaron con ocasión del aumento en el pasaje del transporte público en varias ciudades, protestas que tuvieron altas dosis de violencia y represión, con el empleo no apenas de la truculencia de los cuerpos armados destinados a preservar el orden público, sino también, del sistema judicial, de los discursos gubernamentales, de los medios masivos de comunicación, entre otros. Concomitante con el trabamiento de fuerzas en las calles entre manifestantes y cuerpos armados institucionales, se libraba la lucha simbólica, el embate de discursos, por una parte, discursos legitimadores del orden policial y del uso legitimo de la fuerza empleada para su preservación, por la otra, discursos que cuestionan el orden policial que resituan la fuerza empleada por los cuerpos armados destinados a preservar el orden público en el contexto de la dominación, para despojarla de su legitimidad y justificar sus acciones como respuesta a la violencia institucional. Desde la perspectiva del Análisis Critico del Discurso se analizaran las editoriales de los diarios O Liberal y Folha de São Paulo que de manera directa o indirecta, reseñen la violencia policial ejercida contra los manifestantes. La reflexión sobre los textos en contexto se hará a partir del análisis de una categoría y una relación, respecto de la primera, se observará la (des)construcción del “otro” mediante la revisión del léxico utilizado por los periódicos, para describir las manifestaciones y los manifestantes, así como la fuerza desplegada por los cuerpos armados encargados del control de las manifestaciones de junio en las ciudades de Belém y São Paulo, si se considera violencia o ejecución de la ley, y la justificación o condena que de ella se hace. En cuanto a la segunda, se analizará el nexo entre los discursos y la intensidad de la fuerza ejercida para el control de las manifestaciones.

  • MARLI TERESINHA DEON SETTE
  • O NOVO CÓDIGO FLORESTAL (LEI Nº 12.651/2012) E AS REPERCUSSÕES NA TUTELA DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGAL: estudo de caso nos Municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde, no Estado de Mato Grosso (BR).

  • Data: 29/09/2017
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar se as modificações ocorridas no Código Florestal de 2012 em relação ao código anterior, Lei nº 4.771/1965, causaram impactos negativos para a proteção das áreas de preservação permanente e de reserva legal. O escopo do trabalho é limitado ao período entre 2007 a 2015, com base nas experiências dos municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde, ambos do Estado de Mato Grosso/BR. A pesquisa foi feita em três partes. Na primeira parte se fez uma análise da importância da vegetação para o equilíbrio ambiental e desafios para sua proteção. Na segunda parte foram estudados os aspectos legais abordados na tese. Na terceira parte se investigou acerca da eficácia municipal na proteção da cobertura vegetal nos imóveis rurais, buscando verificar em cada município se: a) a quantidade “física” de área de reserva legal e de preservação permanente no termo ad quem e maior ou menor do que no termo a quo?; b) a quantidade de áreas regulares (formalmente) no termo ad quem e maior ou menor do que no termo a quo?; c) as respostas das perguntas “a” e “b” variam para pequenas e médias e grandes propriedades?; d) apenas como consequência das análises anteriores, traçar uma análise comparativa entre os municípios para fazer ressaltar eventual importância das políticas públicas municipais, com adoção de normas municipais. Concluiu-se que a Lei nº 12.651/2012 configurou um retrocesso legislativo e uma afronta ao princípio do não retrocesso ambiental/ecológico, na medida em que minimizou a proteção da cobertura vegetal, além de criar as áreas consolidadas, em que não exige recomposição de passivo ambiental. Com a diminuição da proteção ambiental, o estudo concluiu que a retirada da cobertura vegetal continua crescente, ou seja, a Lei menos protetiva não produziu efeitos environmental friends. Um ponto positivo advindo da vigência do novo Código é que a regularização formal dos imóveis aumentou, o que representa benefício em relação aos aspectos propriedade e economia, não obstante não represente ganho ambiental, porque ganho ambiental significa mais proteção efetiva (quantidade “física”), fato que não se revelou neste estudo. Por fim, a pesquisa concluiu que no aspecto de proteção da cobertura vegetal as políticas de regulação local não traduziram resultados significativos.

  • LUIZ ALBERTO ESTEVES SCALOPPE
  • O MEIO AMBIENTE URBANO E O DIREITO À CIDADE: FUNDAMENTOS JURÍDICO-POLÍTICOS DA PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO URBANA

  • Data: 29/09/2017
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  • O presente trabalho tem como objetivo compreender o processo de luta jurídico-política democrática quando da tomada de decisões públicas sobre as cidades, para a afirmação da democracia participativa como meio para garantia e efetivação dos direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais, enfim, direito humanos. Afirma-se que os instrumentos políticos-jurídicos devem ser democratizados para servirem como mecanismos emancipatórios com a observação da socialização do conhecimento, viabilizada pelo acesso garantido às informações adequadas e cognoscíveis. A pesquisa desenvolvida possibilitou a que no decorrer do trabalho se pudesse assimilar conceitos utilizados, tais como os de cidade e metrópole, democracia e participação, espaço e territorialidade, cidadania e emancipação, exclusão e inclusão social, econômica, cultural e ambiental, direito e política, liberalismo e marxismo. Para a definição do que são problemas urbanos, em razão da sustentação da participação popular como mecanismo eficiente para a sua solução, partiu-se das legislações federais, estaduais e municipais e do estudo e relato de dados da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (RMVRC), destacadamente das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, construindo uma lista de questões nitidamente urbanas, carentes de resolução e, provas das desigualdades sociais urbanas. Optante do relato geral para o particular, com o auxílio de autores marxistas, narra-se a estrutura de concentração do modo de produção econômico capitalista, com ênfase nas suas crises e o estímulo ao processo de urbanização como mecanismo de garantia da continuidade do processo de concentração econômica. Com o apoio de historiadores, economistas e sociólogos referenciados descreve-se o processo de urbanização brasileiro, suas causas e consequências, bem como exigências novas para afirmação da cidadania e, consequentemente, dos direitos humanos. Posto isto, apresenta-se a RMVRC e sua integração com a economia nacional e internacional e, sempre com referência ao chamado de luta pelo Direito à Cidade. Argumenta-se sobre a importância da defesa da emancipação social, econômica, cultural e ambiental e a necessidade da participação popular na execução das políticas públicas, bem como a necessidade de superação da barreira do conhecimento, do acesso à informação adequada e da capacitação cognitiva da população urbana, além do reconhecimento do valor do saber popular e local. Para sustentação teórica da participação política promove-se a sua crítica sobre concepções liberais e marxistas, representadas por autores reconhecidos, assim, apropriando-se das identidades e relatando diferenças das percepções na sustentação da defesa da participação popular como mecanismo de radicalização democrática. Com este desenvolvimento, sustenta-se que a superação das desigualdades sociais, econômicas, culturais e ambientais, em regime político democrático prescinde da participação popular, de modo à empoderar-se dos espaços administrativos, em especial, aqueles criados como condicionantes dos atos públicos, tal como as audiências públicas. Com apropriação do exemplo das audiências públicas realizadas na RMVRC, demonstra-se como se operam formas de exclusão da participação política, portanto, da existência de obstáculos à presença ativa e contributiva da maioria da população, de modo a poder influir nas ações de Estado de modo que permita a defesa de seus interesses locais e contribua para a diminuição da ineficiência administrativa. Do resultado das pesquisas tem-se que a participação popular referida é medida de necessidade para ampliação dos espaços que garantam efetivamente as igualdades formal e material, necessitando, para tanto, alterar os formatos de construção dos conteúdos, da intensidade e maneiras de dar publicidade e da realização das exposições dos atos jurídico-políticos aplicáveis, em especial com a presença dirigente de representações locais, como ato de reconhecimento da importância das exposições e dos conteúdos dos saberes locais.

  • JOÃO PAULO ROCHA DE MIRANDA
  • AS INCONVENCIONALIDADES DO MARCO LEGAL DA BIODIVERSIDADE FRENTE AO INSTITUTO DA CONSULTA PRÉVIA, LIVRE E INFORMADA: UM PROCESSO DE COLONIALISMO BIOCULTURAL

  • Data: 28/09/2017
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  • A presente tese trata sobre as incompatibilidades da Lei nº 13.123/15 com os tratados de direitos humanos, no contexto jurídico-político de acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade, denominado de colonialismo biocultural. Assim, o objetivo precípuo desta tese é investigar a convencionalidade ou inconvencionalidade do marco legal da biodiversidade. Isto é, analisar as compatibilidades ou não da Lei nº 13.123/15 com tratados internacionais jushumanistas, no aspecto do o direito à consulta prévia, livre e informada dos povos
    indígenas e comunidades tradicionais. Para tanto, esta tese utilizou os métodos dedutivo e dialógico. Dedutivo, na medida em que a investigação partiu do contexto global de colonialismo biocultural para as normas internacionais, e, destas para as normas internas e a inconvencionalidade do marco legal da biodiversidade, a Lei nº 13.123/15. Dialógico, pois as análises procuraram levar em conta a conjuntura social, político, econômico, ambiental, entre outras. Assim, a discussão quanto à inconvencionalidade do marco legal da biodiversidade foi feita de forma integrada à realidade socioambiental, jurídica e política do país e do mundo. Além disso, foi realizado um diálogo entre as diferentes fontes do direito internacional. Diante disso, foi possível chegar a conclusão de que o marco legal da biodiversidade é inconvencional, diante das várias incompatibilidades com tratados de direitos humanos de natureza supralegal ou materialmente constitucionais, a depender da tese adotada. Contudo, em qualquer um dos casos, sua inconvencionalidade é confirmada, possibilitando assim, o controle difuso de convencionalidade. O qual teria o efeito de invalidar a norma interna, menos benéfica, e incompatível com tratados de direitos humanos.

  • MARIA DAS GRACAS TAPAJOS MOTA
  • POVO TAPAJÓ E O TERRITÓRIO COBRA GRANDE: entre o direito negado e o direito à terra.

  • Data: 21/09/2017
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  • Este trabalho investiga o processo que o Estado deve promover em favor do povo Tapajó, que vive no Território Cobra Grande, a fim de se obter o reconhecimento dos seus direitos territoriais. Esse reconhecimento se faz necessário para resgatar tais direitos, cuja negação foi causada pela invasão territorial praticada pela dominação do invasor europeu desde os séculos pretéritos. Foram perscrutados os direitos indígenas fundamentais à demarcação de seus territórios na solidez ético-político garantidos nas normas nacionais e internacionais atinentes ao tema. Usou-se um conjunto de procedimentos teórico- metodológicos que proporcionou investigar e compreender a real negação desses direitos, possibilitando que esse povo fosse excluso de seu território. Partindo de um olhar axiológico constituídos na Constituição da República, na Convenção 169 da OIT e nos Direitos Humanos que asseguram a dignidade da pessoa humana, assinalou-se que o citado direito necessita de eficácia ao cumprimento das normas jurídicas correlatas. De outra monta, compreende-se que assegurar a efetividade dos direitos territoriais indígenas, na regularização fundiária do Território Cobra Grande, garante o usufruto da sustentabilidade física e cultural a esse povo. Portanto, diante do flagrante descompasso da sobreposição territorial do PAE Lago Grande ao Território Cobra Grande requerido pelo povo Tapajó, apresentam-se proposições para que seja concluída a demarcação do território indígena, com possibilidades de viver com outros grupos sociais em territórios específicos e ações compartilhadas.

  • ISADORA CRISTINA CARDOSO DE VASCONCELOS
  • A INFLUÊNCIA RELIGIOSA EM BELÉM DO PARÁ: análise das estratégias de aquisição de bens imóveis e terrenos por entidades religiosas

  • Data: 11/08/2017
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  • Analisa as estratégias usadas pelas entidades religiosas para adquirir patrimônio imóvel em Belém do Pará, de modo a conhecê-las, compreender as suas estratégias de aquisição de patrimônio imóvel pelas no Brasil e, por fim, na capital do Pará.Na primeiraparte, demonstra as interfaces entre o direito e a religião, demonstrando como ocorreu a incorporação dos conceitos de religião  pelo direito no decorrer de quatro períodos históricos, sendo eles o pré-colonial, colonial, imperial e republicano. Na segunda parte analisa as estratégias de aquisição de patrimônio imobiliário utilizadas pelas instituições religiosas no Brasil, tendo como base três períodos históricos colonial, imperial e republicano,bem como demonstrar as modalidades de aquisição de patrimônio imobiliário admitidas pelo ordenamento jurídico.Na última parte, aborda  as estratégias de aquisição de imóveis e terrenos pelas entidades religiosas em Belém do Pará, tendo como base a historiografia da capital paraense com enfoque na vida religiosa dentro dos períodos colonial, imperial e republicano, bem como na catalogação e análise de dados registrais das organizaçõesreligiosas provenientes do cartório mais antigo da cidade, o 1o Ofício de Registro de Imóveis. Por fim, concluiu que as entidades religiosas foram sendo abarcadas pela legislação a ponto de serem consideradas sociedades religiosas detentoras do direito de celebrar negócios jurídicos, como asmodalidades de aquisição imobiliária de compra e venda,doação,arrematação,adjudicação,transmissão por causa mortis, cessão e transferência do direito de ocupação e preferência, herança, aforamento com concessão de domínio útil, concessão de uso de direito real, permuta e enfiteuse com domínio útil do domínio.

  • LUCIANA CORREA SOUZA
  • EXPANSÃO DO DIREITO PENAL: OS REFLEXOS DA INFLUÊNCIA MIDIÁTICA NO PROCESSO DE CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA

  • Data: 12/07/2017
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar os reflexos da influência midiática, no processo de criminalização primária, sobre o expansionismo penal e a sua compatibilidade com o modelo de contenção da repressão penal próprio Estado Democrático de Direito estabelecido com a Constituição Federal de 1988. Para tanto, na primeira seção, se realiza a abordagem do embasamento teórico necessário para a compreensão do funcionamento dos meios de comunicação de massa, enquanto componentes da indústria cultural, bem como o estudo da mídia na sociedade do espetáculo, sob o prisma da espetacularização da notícia, a fim de evidenciar o caráter mercantil dela sobre o crime. Na segunda seção, examinam-se os processos de criminalização primária e secundária, além do desenvolvimento da noção de seletividade e reflexão sobre as funções latentes do sistema penal. Posteriormente, na terceira seção, se realiza uma apreciação do processo de construção da realidade pelos mass media, momento em que se discorre a criminologia midiática e o discurso do populismo penal midiático no Brasil. Ao final, na quarta seção, estudam-se os reflexos do populismo punitivista no plano legislativo, para tanto, explora-se o projeto de Lei n. 4.850/2016. Por fim, com base nos resultados ao longo do trabalho, analisa-se a legitimidade das manifestações do Direito Penal do inimigo, no ordenamento jurídico, com o modelo de contenção da repressão penal, próprio do Estado Democrático de Direito e, particularmente, com a Constituição Federal de 1988.

  • THAISA MAIRA RODRIGUES HELD
  • Mata Cavalo: a luta pela terra e a violação do direito à identidade cultural dos remanescentes de quilombo.

  • Data: 11/07/2017
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  • O presente trabalho tem por objetivo compreender a luta pela regularização fundiária do território da Comunidade Quilombola de Mata Cavalo, as violações de direitos humanos e as perspectivas contra-hegemônicas para a efetivação do direito ao território e seus consectários. Demonstra a estrutura ideológica da escravização do negro no período colonial e a formação de quilombos como maior símbolo de resistência no contexto nacional e no Estado de Mato Grosso. Estuda o período pósabolicionista e a invisibilidade do negro pela falta de acesso à terra diante do cenário hegemônico. Apresenta a estrutura jurídica internacional e interna de proteção dos direitos humanos quilombolas e quais as políticas públicas adotadas pelo país para a regularização fundiária das terras de quilombo, apresentando panorama nas esfera nacional e estadual sobre a regularização fundiária. A partir do estudo de caso, identifica as ameaças políticas e jurídicas aos quilombolas do Quilombo Mata Cavalo em dois momentos, sendo o primeiro anterior ao reconhecimento constitucional do direito ao território e em um segundo momento, após a Constituição Federal de 1988 no cenário de luta pela efetivação do artigo 68 do ADCT ao tempo em que aumentam as ameaças por parte de particulares e do poder público, mantendo-se em invisibilidade expropriatória enquanto não há titulação do território, agravada pelo controle hegemônico não quilombola. Aborda as violações de direitos humanos e a possibilidade de busca ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos para a salvaguarda da dignidade a partir do acesso à terra. Aponta como perspectiva contrahegemônica a utilização da Cartografia Social como instrumento de afirmação étnica, conscientização da invisibilidade expropriatória e o reforço à centenária busca da dignidade por meio do acesso efetivo à terra a ser garantido pela titulação do território quilombola.

  • LUAN PEDRO LIMA DA CONCEICAO
  • RENÚNCIAS DE RECEITA DE ICMS DESTINADAS AO SETOR MINERÁRIO NO ESTADO DO PARÁ.

  • Data: 04/07/2017
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  • O presente trabalho se insere, primordialmente, nas áreas jurídicas tributária e financeira e tem como propósito central a análise da validade jurídica das renúncias de receita atinentes ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e Comunicação (ICMS) destinadas ao setor extrativo minerário no Estado do Pará. Para tanto, inicia-se o trabalho por uma etapa eminentemente propedêutica na qual se abordam definições jurídicas fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa, sendo delimitada a base jurídica estrutural da tese. Analisam-se, também, as renúncias de receita a partir da Teoria do Direito enquanto sanções premiais ou positivas em um contexto jurídico promocional. Na segunda etapa do trabalho é exposta a atual política desonerativa destinada ao setor minerário paraense para, na terceira etapa, serem apresentados os principais encargos financeiros e tributários incidentes sobre a mineração. Na quarta etapa do trabalho, adentra-se na análise jurídica das renúncias de receita, perquirindo-se sobre a validade das desonerações apontadas.  Na última etapa da pesquisa, as desonerações são analisadas sob os enfoques da legitimidade e da economicidade, partindo-se para uma abordagem finalística tanto socioeconômica e ambiental quanto federativa. Em suma, o presente trabalho propõe-se a perquirir sobre a validade de tais renúncias em um contexto no qual o Poder Público assumiu para si a responsabilidade de efetivar direitos fundamentais, sendo a tributação a sua principal fonte de recursos para tanto. 

  • SEMÍRAMES DE CÁSSIA LOPES LEÃO
  • A EFETIVIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA NO COMBATE AO DUMPING SOCIAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

  • Data: 02/06/2017
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  • Este trabalho tem por finalidade analisar o fenômeno do dumping social nas relações de trabalho e seus efeitos sociais nocivos, propondo a utilização da tutela jurisdicional coletiva como via superior e idônea ao adequado tratamento da questão. Na consecução do objetivo exposto, a metodologia utilizada será a análise qualitativa de casos concretos e a pesquisa bibliográfica. Para tanto, inicialmente, serão apresentadas três ações judiciais coletivas, tendentes a evidenciar e a ilustrar o instituto jurídico em apreço e as suas consequências práticas, sob a perspectiva laboral, examinando a doutrina e a jurisprudência pertinentes. Em seguida, buscar-se-á demonstrar a nocividade das lesões sociais praticadas diante do Estado Democrático de Direito e dos ditames de justiça social, argumentando-se pela defesa de um modelo ético de desenvolvimento socioeconômico, que propicie a efetivação de direitos fundamentais e a necessidade de reprimenda estatal. Neste intento, importantes o escopo teórico de Amartya Sen e da corrente pós-positivista como aportes ratificadores do ideal igualitário perseguido. Por fim, se defenderá a atividade jurisdicional como instrumento concretizador de direitos e propiciador do desenvolvimento humano, através da superioridade do processo coletivo, como meio efetivo à produção de resultados e contributo real à superação do dumping social.

  • DENIS GLEYCE PINTO MOREIRA
  • DESASTRES AMBIENTAIS: PROTEÇÃO DA DIGNIDADE POR MEIO DO MODELO PROCESSUAL DIALÓGICO-COOPERATIVO.

  • Data: 02/06/2017
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  • A presente dissertação se propõe a estudar quais as condições essenciais para garantir a proteção da dignidade humana e ecológica através da cooperação em processos judicias que tratem de desastres ambientais. Dois aspectos importantes sobressaem neste estudo: o contexto de crescimento da quantidade e intensidade de desastres ambientais no mundo todo e o novo modelo dialógico-cooperativo de processo civil, adotado pelo Código de Processo Civil de 2015. Por isso, estudaremos a sociedade dos desastres e o advento do Estado Socioambiental do Direito. A dissertação demonstrará a diferença entre os tipos de modelos processuais e a evolução multidirecional do Direito que estruturou teoricamente o modelo dialógico-cooperativo, com ênfase na teoria da argumentação jurídica de Robert Alexy e na teoria do pensamento complexo de Edgar Morin. Por fim, o estudo abordará as críticas e desafios desse novo modelo processual e quais são as condições essenciais para seu sucesso, especialmente em ações coletivas ambientais. O objetivo é identificar e examinar as condições adequadas para garantir a proteção da dignidade humana e ecológica através da cooperação em processos judicias que tratem de desastres ambientais, trazendo ao debate um enfoque não só teórico, mas com proposições práticas a partir do que foi discutido.

  • BRENO LOBATO CARDOSO
  • INCENTIVOS FISCAIS DE ICMS DECLARADOS INCONSTITUCIONAIS PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PODEM SER COBRADOS DO CONTRIBUINTE?

  • Data: 18/05/2017
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  • A dissertação tem como objeto de pesquisa a questão de saber se um contribuinte pode vir a ser obrigado a devolver ao erário valores decorrentes de incentivos fiscais de ICMS declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Inicia-se apresentando o conceito, causas e desenvolvimento da guerra fiscal, analisando se essa espécie de política pública é capaz de trazer vantagens. Em seguida, analisa-se a posição do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto, que é no sentido de reconhecer a inconstitucionalidade de leis concessoras de incentivos fiscais feitas sem autorização - unânime - do CONFAZ. Discorre-se sobre os efeitos que essa declaração de inconstitucionalidade opera na esfera jurídica do contribuinte, para concluir ser necessário modular os efeitos da decisão pro futuro, em face do princípio da confiança legítima, de modo a impedir que o contribuinte venha a ser cobrado, de modo retroativo, a devolver os valores incentiviados. Critica-se a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, sob o argumento de que seria incompetente, pois a matéria é infraconstitucional e, ainda, com apoio na doutrina, de que o art. 2º, §2º, da LC 24/1975 não foi recepcionado pela Constituição. Ao final, apresenta-se proposta de mudança da legislação, que permita a concessão de incentivos fiscais de ICMS por estados das regiões norte, nordeste e centro-oeste, mediante autorização da maioria absoluta do CONFAZ.

  • LUANA NUNES BANDEIRA ALVES
  • DIREITO TERRITORIAL E REMANESCENTES DAS COMUNIDADES DE QUILOMBO: OS ENTRAVES À APLICAÇÃO DO ART. 68 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS DE 1988 NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 18/05/2017
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  • A presente pesquisa objetivou verificar a execução da política territorial quilombola a partir do diagnóstico dos entraves à aplicação do art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias de 1988. O recorte da análise é limitado ao do Estado do Pará. A área objeto do estudo denota problemáticas específicas relacionadas ao reconhecimento dos territórios tradicionalmente ocupados por remanescentes das comunidades de quilombo. Nesse sentido, para se chegar aos resultados observados ao final da pesquisa, foi realizado levantamento bibliográfico, a coleta de dados e análise dos processos nos órgãos fundiários responsáveis pela execução das políticas públicas de terras quilombolas. Os resultados da pesquisa são apresentados no decorrer das três seções da dissertação. Na primeira seção é exposto o histórico do direito territorial dos remanescentes das comunidades de quilombo no país desde o Brasil Colônia até os dias atuais, destacando as diferentes formas de atuação do Poder Público em relação aos referidos grupos. Em um segundo momento são apresentadas as diferentes possibilidades legais de acesso à terra pelos grupos quilombolas, ressaltando-se o reconhecimento dos territórios situados no estado do Pará. Na última seção são destacados os principais entraves diagnosticados durante a pesquisa relacionados à conclusão dos processos de titulação em tramitação na esfera federal no Pará. Por fim, conclui-se que, em que pese exista uma consolidada legislação que formalmente preveja a necessidade de titulação dos territórios quilombolas, no âmbito de execução desta política territorial se verificam problemas relacionados à emissão da certidão pela Fundação Cultural Palmares e elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação; à configuração de conflitos entre as próprias comunidades ou entre estas e agentes externos aos grupos; e às questões referentes à esfera de atuação dos órgãos fundiários nos âmbitos estadual e federal.

  • MANOEL RUFINO DAVID DE OLIVEIRA
  • DESPATOLOGIZAÇÃO DAS VIVÊNCIAS TRANS: O IMPACTO DA ABOLIÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE GÊNERO NOS DIREITOS DAS PESSOAS TRANS

  • Data: 10/05/2017
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  • O propósito deste estudo é arguir acerca do impacto da abolição do diagnóstico de gênero nos direitos reconhecidos às pessoas trans no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Metodologicamente, optou-se pelas pesquisas bibliográfica, embasada principalmente em autores como Berenice Bento (2006), Pierri Henri Castel (2001) e Miriam Ventura (2010), e pesquisa documental, centrada em manuais diagnósticos internacionais e em normativas brasileiras que regulamentam o Protocolo Transexualizador. Além disso, realizou-se pesquisa de campo, com coleta de dados mediante entrevistas semi-dirigidas junto às pessoas trans usuárias do Protocolo Transexualizador no âmbito do Ambulatório TT, cujas declarações compuseram o corpus do traçado empírico desta dissertação, ao mesmo tempo em que ilustraram e reforçaram a argumentação sobre o objeto de pesquisa. Para desenvolver essa temática, almejou-se, em primeiro lugar, apresentar e discutir as formulações contemporâneas sobre gênero, para compreendê-lo como uma categoria analítica e política. Com o intuito de delimitar os entendimentos de “gênero” e de “vivência trans” adotados neste trabalho, resgatou-se a tutela das demandas da população trans no Direito Internacional dos Direitos Humanos e no ordenamento jurídico brasileiro. Na segunda parte do trabalho, examinou-se o processo histórico em que foi construído o dispositivo da transexualidade, analisando-se a cronologia do “fenômeno transexual” a partir do discurso médico-científico e dos manuais diagnósticos internacionais, a fim de verificar como esse dispositivo se perpetua no Direito e na Bioética. Na terceira parte da pesquisa, foram analisadas as políticas públicas de saúde voltadas à saúde integral das pessoas trans, bem como ressaltadas as dinâmicas de exclusão social, enfrentadas pelos usuários do Processo Transexualizador do SUS em razão da patologização das vivências trans. Investigou-se como a estratégia de despatologização da transexualidade é desenvolvida no âmbito internacional e nacional, averiguando-se as implicações jurídicas e bioéticas da aplicação desse modelo de inclusão social em nosso país. Ao final, admitiu-se a viabilidade da despatologização das vivências trans como um modelo de inclusão, desde que aplicada condicionadamente a partir de um parâmetro de saúde centrado no completo bem-estar físico, mental e social do indivíduo e que os direitos das pessoas trans sejam assegurados por uma lei de identidade de gênero.

  • EDUARDO CORREIA GOUVEIA FILHO
  • AS MANCHAS AUTORITÁRIAS DO PROCESSO PENAL BRASILEIRO: Quem (bar)ganha com o engodo inquisitório?

  • Data: 03/05/2017
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  • A presente dissertação tem como objetivo desvelar o grau de autoritarismo e inquisitorialidade presente nos institutos que envolvem a barganha, mais especificamente em três deles: a confissão como circunstância atenuante genérica da pena, a delação premiada e a transação penal. Efetuou-se um necessário olhar ao passado, dirigido ao sistema penal inquisitório, como forma de traçar quais características daquele sistema permanecem, ainda hoje, presentes no atual processo penal brasileiro. Por certo, a utilização dos institutos estudados demarcam importantes aproximações com este período histórico marcado por um alto grau de autoritarismo e desrespeito à dignidade da pessoa humana. Na segunda parte do trabalho, realizou-se um recorte histórico para demonstrar que o autoritarismo ínsito ao processo penal brasileiro nasce no período do Brasil colônia, em que se admitia a prática da escravidão. A partir do exame de alguns documentos legais da época, como por exemplo: a constituição de 1824, o código criminal de 1830 e o código de processo criminal de 1832,
    percebe-se o grau de autoritarismo presente na legislação penal, o que por certo, gerou a sua naturalização por parte da sociedade brasileira, que admite, por exemplo, a presença de institutos que envolvem a barganha, notadamente violadores de direitos fundamentais e extremamente perversos com a figura do imputado. Na última parte, elegeu-se o garantismo como referencial teórico, pois é uma teoria democrática que obedece a critérios de racionalidade e que visa à contenção do poder punitivo, sendo, portanto, um freio ao descontrole punitivo experimentado no país, que fere, sob diversas formas, os mandamentos constitucionais da Carta Magna de 1988, posto que o único modelo de direito penal possível em um Estado democrático é o direito penal mínimo.

  • CAIO CESAR GADELHA MOREIRA GONÇALVES
  • O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO EM TEMPOS DE DESENVOLVIMENTO: A APLICAÇÃO DAS CONVENÇÕES Nº 148, 161 E 167 DA OIT NO CASO BELO MONTE

  • Data: 02/05/2017
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  • A transição paradigmática da efetivação dos direitos trabalhistas relacionados à saúde do empregado oferece circunstâncias que o Direito ainda reluta em atender. Este trabalho analisa os impactos da internalização das Convenções Internacionais do Trabalho n. 148, 161 e 167, advindas da Organização Internacional do Trabalho e quais mudanças são necessárias ao meio ambiente do trabalho no ordenamento jurídico brasileiro. O problema repousa na utilização das assimetrias do mercado para a construção de grandes projetos de desenvolvimento, executados a qualquer custo. A presente dissertação tem como pano de fundo a internalização das convenções da OIT como consectárias de uma inovação jurídica necessária à superação dos quadros crônicos de violações ao meio ambiente do trabalho. O uso destes instrumentos fortalece uma nova racionalidade jurídica, tendo em vista a problemática que se verifica ao levar em consideração a complexidade social, pois estes instrumentos internacionais devem ser utilizados para romper os fatores jurídicos internos que não oferecem a solução deste quadro fático. Por derradeiro, examinou-se quais são os reflexos mediante a inserção destes documentos internacionais a partir da nova racionalidade jurídica que serve de parâmetro de evolução para que o Direito Interno possa acompanhar, o fenômeno da proteção Internacional dos Direitos Humanos. Este trabalho concluiu que não vale o desenvolvimento a qualquer custo sendo que os valores dos direitos humanos e do meio ambiente de trabalho saudável atuam como um sistema de freios e contrapesos aos imperativos de mercado.

  • LUCAS RODRIGUES VIEIRA
  • O DIREITO FUNDAMENTAL AO MEIO AMBIENTE DO TRABALHO EQUILIBRADO EM FACE DA MONETARIZAÇÃO DOS RISCOS: A análise do caso dos trabalhadores do Projeto Salobo desenvolvido no Sudeste do Pará

  • Data: 26/04/2017
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  • A presente dissertação trata dos problemas relacionados à ineficácia do direito fundamental ao meio ambiente do trabalho, especialmente em razão da adoção de uma política meramente monetarizadora dos riscos que se preocupa apenas em compensar financeiramente os trabalhadores pela exposição a agentes nocivos à sua vida e saúde, como verificado nas demandas trabalhistas relativas ao Projeto Salobo desenvolvido no Sudeste do Pará. Dessa forma, o trabalho tem o objetivo principal de verificar os instrumentos jurídicos que podem ser utilizados à promoção de um habitat laboral saudável aos empregados, como forma de resguardar a integridade física-psíquica destes e, consequentemente, reduzir os índices de acidentes laborais e doenças do trabalho, em detrimento das discussões restritas à imposição dos adicionais remuneratórios (adicionais de insalubridade e de periculosidade) que não atingem a função de incentivar a adoção das normas de medicina e segurança do trabalho. Para isso, a dissertação realizou levantamento da doutrina e do ordenamento jurídico nacional e internacional, bem como analisou qualitativamente quatro processos judiciais do Projeto Salobo julgados pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª Região nos dois últimos anos. O trabalho foi construído em três capítulos. O primeiro capítulo abordou a definição, as características e as funções das normas de direito fundamental, com base nos pensamentos de Robert Alexy. Posteriormente, aspectos históricos, conceituais e legais relativos ao meio ambiente do trabalho. O segundo capítulo discutiu a formação da sociedade de risco, conforme a teoria de Ulrich Beck. Após isso, foram expostos os principais riscos decorrentes da atividade laborativa e debatida a política da mera monetarização dos riscos ambientais do trabalho. Por fim, o terceiro capítulo examinou as condições laborais dos trabalhadores do projeto Salobo desenvolvido no Sudeste do Pará, com base em processos judiciais que tramitaram perante o TRT da 8ª Região, e apontou as alternativas à efetivação do direito fundamental ao meio ambiente do trabalho equilibrado. Em conclusão, a pesquisa verificou que os trabalhadores do referido projeto estiveram expostos a riscos ao seu bem-estar, porém somente foram empregados instrumentos monetizadores que não alteraram as condições do ambiente laboral, não se fazendo uso de medidas preventivas e precaucionais, como, por exemplo, as tutelas inibitórias cumuladas com tutelas provisórias de urgência.

  • ALINE KLAYSE DOS SANTOS FONSECA
  • A PREVENÇÃO NA RESPONSABILIDADE CIVIL E A IMPUTAÇÃO PELA FORMAÇÃO DO ESTADO DE DANOSIDADE

  • Data: 24/04/2017
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  • O instituto da responsabilidade civil, inserida na metodologia do direito civil contemporâneo, passa por intensas transformações, instigando a reflexão sobre seu real sentido e sobre a efetividade dos mecanismos reparatórios em estancar ou diminuir a proliferação de condutas ilícitas que interferem na esfera jurídica do ser humano, causando lesões em suas situações existenciais, bens ou interesses jurídicos. Nesse cenário, alguns conceitos jurídicos, a exemplo do conceito de dano, pela sua própria rigidez, favorecem a continuidade de práticas danosas ou potencialmente danos e causam descompasso entre a necessária precaução e prevenção dos danos. Desse modo, o presente estudo tem como propósito central analisar a adequação conceitual do dano para inserir, coerentemente, a prevenção, no instituto da responsabilidade civil, bem como as consequências jurídicas advinda desta ampliação conceitual, bem como os mecanismos de desestimular o comportamento lesivo dos indivíduos, coibindo condutas ilícitas que, embora não causem dano concreto, formam um estado injusto de danosidade que põe em risco o ser humano, bens ou interesses jurídicos, considerados individual ou coletivamente. A pesquisa foi norteada pela hipótese de que, o conceito tradicional e rígido de dano, entendido como uma efetiva diminuição de um patrimônio compromete a prevenção e inibição de danos e perpetra práticas abusivas na sociedade atual, dada a resistência em imputar a responsabilidade ao agente que forma um estado injusto de danosidade sem que se verifique a existência de um dano concreto e atual. Porém, a adoção de um conceito de dano amplo que abarque a formação injusta do estado de danosidade permite que a responsabilidade civil efetive os seus objetivos que vão além da simples reparação, mas envolve, também, a prevenção, precaução, punição e a indução de comportamentos adequados com os valores constitucionais e infraconstitucionais

  • RICARDO EVANDRO SANTOS MARTINS
  • A ATUALIDADE HERMENÊUTICA DA CIÊNCIA DO DIREITO: uma interpretação hermenêutico-filosófica da crise do estudo científico do Direito

  • Data: 28/03/2017
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  • A tese é sobre a atualidade do debate oitocentista sobre a epistemologia das Ciências Humanas (Dilthey-Rickert) e os impactos do giro ontológico sobre este mesmo debate. Especificamente, nós estamos interessados em saber sobre as consequências do giro ontológico no pensamento regional sobre a Ciência do Direito a partir da Hermenêutica Filosófica desenvolvida por Hans-Georg Gadamer no seu Verdade e Método (1960). Nosso interesse pelo tema será justificado em tópico próprio. Portanto, a problemática geral desta atual investigação pode ser manifesta pela seguinte pergunta central: Diante da “crise das Ciências” denunciada por Heidegger e a partir de sua interpretação existencial da Ciência, quais são os impactos da Hermenêutica Filosófica de Hans-Georg Gadamer na Ciência do Direito vista como Ciência Humana? No Capítulo 1, tratamos sobre como a tradição jurídica cientificizou a antiga jurisprudentia romana. Esta tradição tem seu ápice no século XIX, quando o Positivismo cientificista alcança as Humanidades. No Capítulo 2 passamos a tratar sobre o momento de “crise das ciências” que Husserl e Heidegger identificaram no início do século XX. Exploramos o conceito de “crise” e também de “niilismo”. Falamos sobre como este período significou um momento de “declínio” cultural (Spengler), mas também de perdas significativas na relação “ciência” e “vida”. A partir disto, problematizamos a concepção de verdade tradicional, enquanto adequação, correspondência, e o modo como o Ser se desvela para a Ciência, enquanto Positum, aquilo que fora “dado” como objeto de estudo científico, derivado da verdade
    originária enquanto alétheia. No Capítulo 3, aprofundamos a noção de Positum e mostramos que a Ciência do Direito poderia ser reinterpretada a partir das “descobertas” de Heidegger a fim de recuperar a perda do caráter prático de seu conhecimento. Esta interpretação existencial somente ganhou corpo argumentativo quando invocamos a Hermenêutica filosófica de Gadamer, enquanto desenvolvimento da Fenomenologia hermenêutica aos status de Filosofia, preocupada com o “acontecimento” da compreensão na arte, nas Ciências Humanas e na Linguagem.

  • ERICA FABIOLA BRITO TUMA
  • ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE URBANAS E DIREITO À MORADIA: Estudo de Caso das Glebas Guamá II e Palheta do Município de Mãe do Rio- PA

  • Data: 24/03/2017
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  • O objetivo da dissertação é analisar o Projeto de Regularização Fundiária Moradia Cidadã destacando os direitos à moradia e ao meio ambiente equilibrado, à luz dos princípios jurídicos socioambientais. Posteriormente, o direito à moradia enquanto direito social, positivado na Constituição de 1988 e sua relação com o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Analisa-se a legislação e doutrina das Áreas de Preservação Permanente Urbanas, como instrumento de proteção ambiental. Verifica-se a legislação vigente de regularização fundiária urbana, e as modificações produzidas pela recente Medida Provisória n. 759/2016. Por fim, verifica-se, no caso concreto do município de Mãe do Rio (Pará), através da ponderação de princípios, a densidade e relevância dos princípios jurídicos socioambientais. O trabalho desenvolve-se através de pesquisas bibliográficas e documentais.

  • AGATHA GONÇALVES SANTANA
  • DANO EXISTENCIAL COMO CATEGORIA JURÍDICA AUTÔNOMA: Um aporte a partir de um diálogo com os Direitos Humanos

  • Data: 23/03/2017
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  • Hodiernamente muito se discute acerca da insurgência de novos danos observados na pós modernidade. Pode-se afirmar que tais observações, na seara jurídica, pode configurar um verdadeiro direito de danos, pedra angular do sistema de responsabilidade de determinado ordenamento jurídico. Tal situação desenvolveu-se dentro de um contexto de mudanças de paradigmas, conferindo ao sistema de responsabilidade civil uma verdadeira virada copernicana. Isso pelo fato de que a lógica econômica dos danos patrimoniais não se adequava perfeitamente à proteção integral da pessoa dentro dos ordenamentos jurídicos que reconheciam e evidenciavam a dignidade da pessoa humana e o personalismo ético. Os danos à pessoa, uma vez não possuindo caráter patrimonial, visivelmente necessitavam de uma tutela especial diferenciada. O grande passo foi dado quando do reconhecimento do dano moral como categoria de dano extrapatrimonial compensáveis, quando provocasse dor, angústia, vexação, humilhação ou exposição pejorativa à imagem de um indivíduo. Não obstante, não apenas a moral compõe o que o direito denomina como pessoa, a qual tem o direito a uma vida digna. Outros bens e interesses compõe a esfera pessoal do indivíduo, os quais de igual maneira necessitam de tutela, para a garantia da proteção integral do ser humano como o ideal máximo de proteção que se pode conferir para que se possa gozar de uma vida digna. O Superior Tribunal de Justiça, em sua súmula 387, já reconheceu a existência de dano estético, cumulado com danos morais, uma vez se tratando de bens e interesses diversos, podendo ser cumulados. A presente tese, portanto, apresenta uma nova categoria de dano extrapatrimonial, qual seja, a do dano existencial, categoria essa autônoma, com características e fundamentações próprias, realizando a dimensão existencial da dignidade da pessoa humana, bem como possuindo critérios próprios de aplicação, e que, portanto, cumulável com as demais, reforçando a ideia de proteção integral do ser humano, a que se propõe ordenamentos jurídicos, tais quais o ordenamento jurídico brasileiro.

     

     

  • ELDEN BORGES SOUZA
  • A FUNDAMENTAÇÃO ÉTICA DOS DIREITOS HUMANOS EM TOMÁS DE AQUINO: PESSOA HUMANA, BEM COMUM E LEI NATURAL

  • Data: 09/03/2017
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  • Ao analisarmos o discurso jurídico e político contemporâneos podemos concluir que um dos elementos centrais é o conceito de direitos humanos. Tais direitos firmaram-se como um elemento central nas principais discussões atuais. No entanto, quando realizamos uma análise mais detida concluímos que não há um conceito suficientemente denso a justificar todas as propostas neles ancoradas. Ao contrário, tornaram-se um elemento tão vago que neles é possível sustentar qualquer pretensão e, consequentemente, destituí-los de qualquer conteúdo. Em tal contexto, o presente trabalho parte da hipótese de pesquisa que a ética exposta por Tomás de Aquino pode fornecer uma via adequada para fundamentação de tais direitos. Dessa forma, o objetivo central da atual pesquisa é analisar em que medida a ética tomista pode fundamentar o conceito de direitos humanos. A pesquisa é de cunho bibliográfico, voltando-se às obras de Tomás de Aquino e de seus principais intérpretes – aqueles que, de alguma forma, permitem discutir o problema da pesquisa, como Finnis e Hervada, entre outros. A dissertação foi organizada a partir de três eixos, que formam três capítulos: a apresentação do problema conceitual dos direitos humanos; a análise da ética tomista a partir de seus conceitos distintivos e relacionados a esses direitos; por fim, a relação entre a ética tomista e a fundamentação dos direitos humanos.

  • VALDENOR MONTEIRO BRITO JÚNIOR
  • TEORIA NATURALIZADA DO DIREITO: um debate metodológico com Brian Leiter e seus críticos

  • Data: 13/02/2017
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  • A presente dissertação tem por objetivo discutir a metodologia da Teoria Geral do Direito, cujo objetivo é elucidar a natureza ontológica do Direito, desde a perspectiva de uma Teoria Naturalizada do Direito. Em contraste com a abordagem conceitual predominante na Teoria Geral do Direito, que foca na análise conceitual e no recurso às intuições, alguns teóricos têm endossado uma abordagem empírica que recorre a insights sociológicos e antropológicos para avançar nosso entendimento sobre a natureza do Direito. Entre essas abordagens empíricas, destaca-se a proposta de Brian Leiter de naturalização da teoria jurídica, a partir do naturalismo metodológico de Quine, que favorece a continuidade entre a filosofia e as ciências. A Teoria Naturalizada do Direito baseia-se no recurso aos esquemas conceituais que são pressupostos pelas melhores teorias científicas sobre o comportamento social humano para avançar a discussão sobre a real natureza do Direito. Examinam-se as objeções levantadas contra essa metodologia, bem como os limites da versão de Leiter para a teoria jurídica naturalizada, propondo-se uma versão modificada mais robusta da Teoria Naturalizada do Direito, a qual parte de premissas menos controversas e que fica mais em linha com a metafísica analítica e a ontologia social contemporâneas.

2016
Descrição
  • JESUS VIEIRA DE OLIVEIRA
  • A Proibição de retrocesso e a isenção de repartição de benefícios ao ramo empresarial para fins de acesso a conhecimento tradicional

  • Data: 21/12/2016
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  • A presente dissertação trata da tutela jurídica dos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade, com enfoque na análise da compatibilidade da isenção de repartição de benefícios ao setor empresarial estabelecida pela Lei 13.123/2015 com as normas internacionais de direitos humanos de proteção da sociodiversidade. Desse modo, primeiramente, a pesquisa situa os conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade no âmbito de proteção dos direitos humanos, abordando os fundamentos históricos e teóricos da proteção dos direitos humanos e o reconhecimento da tutela dos conhecimentos tradicionais a partir das normas internacionais de direitos humanos. Em seguida, a pesquisa analisa o princípio da proibição do retrocesso no contexto do sistema internacional de direitos humanos, ocupando-se compreender os fundamentos teóricos da normatividade dos princípios e a relação entre dignidade humana e proibição de retrocesso. Por último, o terceiro capítulo, avalia a compatibilidade da isenção da obrigação de repartição de benefícios decorrentes da exploração de conhecimento tradicional associado e as normas internacionais que disciplinam o dever de repartição, contextualizando ainda os regimes jurídicos de proteção do conhecimento tradicional no Brasil.

  • MARCELO GERALDO COUTINHO HORN
  •  

    RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NAS QUEIMADAS URBANAS NO MUNICÍPIO DE CÁCERES-MT

  • Data: 21/12/2016
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  • O meio ambiente se caracteriza como espaço a ser habitado pela coletividade, com
    qualidade e dignidade de vida, visto ser uma garantia constitucional e legal. O direito
    ambiental é um direito que atravessa fronteiras, direito de todos, em razão de que as
    conseqüências oriundas dos danos ambientais representam problemas que refletirão em
    toda e qualquer comunidade local, regional, inclusive global. As queimadas vêm se
    destacando ao longo dos anos como um dos principais problemas ambientais no Brasil e
    no Estado de Mato Grosso, pelo número de focos e pelas emissões de gases que tem
    ocasionado efeitos ambientais e na saúde da população. Assim, o presente trabalho busca
    analisar a legislação ambiental quanto às queimadas, a criminalização, responsabilização
    do poluidor e as decisões judiciais, bem como o papel das ações educativas e a superação
    das queimadas no contexto de Cidades Sustentáveis. A responsabilidade é o mecanismo
    que busca atribuir a aquele que pratica atividade que implique risco a alguém ou que seja
    potencialmente poluidora, imputando ao poluidor as consequências pelos danos
    ocasionados. Também esta designada à responsabilidade ambiental o pressuposto de
    coibir o dano e proteger os direitos da vitima, sendo danos ambientais, o meio ambiente,
    resguardando o direito da coletividade. A análise da responsabilidade ambiental quanto às
    queimadas, torna possível averiguar os aspectos legais intrínsecos na ocorrência e
    criminalização do dano ambiental, as decisões judiciais e as possibilidades de reparação,
    que visão proporcionar elementos para a apreciação servindo como exemplos para coibir
    as queimadas e alicerçar novos estudos e decisões. Contextualizar o papel dos atores
    sociais envolvidos no processo, a importância do poder publico, na fiscalização e
    aplicabilidade da lei ambiental e responsabilidade dos atores. Assim, justifica-se o
    presente trabalho com intuito de descrever os aspectos legais sob a ótica do direito
    ambiental, concernentes com a prática das queimadas e suas implicações para o individual
    e coletivo, buscando uma reflexão para sensibilização da sociedade quanto ao tema.

  • ADELVAN OLIVERIO SILVA
  • RESPONSABILIDADE E JUSTIÇA: UMA FUNDAMENTAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA PELO RISCO DA ATIVIDADE BASEADA NA TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS

  • Data: 19/12/2016
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  • A tese investiga as relações existentes entre a responsabilidade civil objetiva pelo risco da atividade e a teoria da justiça de John Rawls. Parte-se da cláusula geral de responsabilidade civil objetiva pelo risco do parágrafo único do art. 927 do código civil brasileiro para demonstrar a responsabilidade civil objetiva em uma dupla perspectiva: como instituição da estrutura básica de uma sociedade bem organizada e também como dever ético e moral de todos os cidadãos que convivem em tal sociedade. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico da teoria da justiça de John Rawls, e daquelas outras que com ela dialogaram, especialmente no que se refere à justiça distributiva. Como hipóteses o trabalho apresenta as diferentes formas de justificativa da responsabilidade civil objetiva pelo risco, considerando as diferentes teorias da justiça, e como conclusões, o trabalho sustenta que a teoria da justiça de John Rawls é a mais adequada para justificar a norma estudada, considerando a natureza plural das diversas concepções de vida sustentadas pelos cidadãos nas sociedades democráticas contemporâneas.

  • RENATO DA CRUZ XERFAN
  • A INCONSTITUCIONALIDADE DE BELO MONTE SOB A PERSPECTIVA DOS DIREITOS INDÍGENAS DOS POVOS ARARA DO MAIA E JURUNA DO PAQUIÇAMBA

  • Data: 16/12/2016
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  • A implementação da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte opera inúmeras batalhas que ocorrem em distintos campos, tais como o socioambiental, jurídico, econômico, político e cultural. O presente estudo, utilizando-se do método hipotético dedutivo e pesquisa bibliográfica, documental e de campo, tem o intuito de identificar eventuais inconstitucionalidades no desenvolvimento do referido empreendimento que visa modificar de forma drástica o regime hídrico do curso médio/baixo de um dos principais afluentes do rio Amazonas: o rio Xingu. Analisamos se a obra em apreço está em concordância com a perspectiva ambiental e multicultural tracejada pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e inúmeros acordos e declarações internacionais
    tomando por recorte a gestão da água na Amazônia e sua correlação com o direito ambiental, visto sob uma perspectiva ecológica e sistêmica dos direitos culturais dos povos indígenas diretamente impactados pelo empreendimento. Dar-se-á especial atenção à situação dos povos Arara da Volta Grande (Arara do Maia) e Juruna (Yudjá) do Paquiçamba que estão incluídos na área de influência direta da obra, na Volta Grande do Xingu, que amargará perda de cerca de 80% dos recursos hídricos que antes corriam livremente pelo leito natural do rio com prejuízos impactantes para o modo de vida tradicional desses povos da floresta e para a exuberante biodiversidade da região. Nesta empreitada analisaremos o embate judicial levado à cabo pelo Ministério Público Federal com especial atenção às ações ajuizadas pelo Parquet que visam promover a observância e o respeito aos direitos indígenas. O estudo também tece considerações sobre os direitos da Natureza e das Futuras Gerações, entendendo-os como integrantes do arcabouço subjetivo dos povos indígenas do Xingu que se criam e recriam na multiplicidade de elementos constituintes da biodiversidade. Procuramos, ao final, identificar se referido empreendimento energético está em harmonia com as normas e valores preconizados pelo sistema jurídico-político brasileiro e internacional que consagram que o Estado brasileiro deve, mediante a promoção de políticas democráticas e que prestigiem o uso múltiplo da água, ser o garante da manutenção e perpetuação das culturas indígenas amazônicas e do meio ambiente sadio.

  • JAIR SÁ MAROCCO
  • O STF COMO CORTE INTERPRETATIVA: REPERCUSSÕES NA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (PRECEDENTES CONSTITUCIONAIS E TIPOLOGIA DECISÓRIA)

  • Data: 11/11/2016
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  • O presente trabalho analisa de que forma as decisões de constitucionalidade, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), formam precedentes; mais especificamente, analisa a distinção entre os efeitos da decisão decorrentes do sistema difuso de constitucionalidade e o sistema concentrado e a respectiva formação de precedentes vinculante num e noutro caso. Com base na atual referência jurisprudencial e doutrinária, faz críticas ao sistema vigente e propõe uma nova roupagem legislativa para o tema, baseando-se no direito comparado. Na segunda parte, propõe uma tipologia da decisão de inconstitucionalidade que abarque as duas grandes formas citadas de controle de constitucionalidade – modelo kelseniano e marsshalliano, com base na distinção consagrada entre texto e norma. Os dois pontos acima são precedidos por análise teórica de alguns dos pressupostos para a compreensão do STF como Corte Interpretativa, notadamente o papel da criação do direito via jurisprudencial.

  • KÉZIA BARBOSA DA SILVA
  • A SUSTENTABILIDADE E SEU CARATER FUNDAMENTAL À LUZ DO PENSAMENTO MARXISTA

  • Data: 02/09/2016
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  • A pesquisa tem por objeto a análise da sustentabilidade e o seu caráter fundamental no
    direito brasileiro, à luz do pensamento marxista, com enfoque nos paradigmas do
    antropocentrismo, ecocentrismo e sustentabilidade-centrismo. Para tanto, utilizamos a
    pesquisa bibliográfica e o método da análise de conteúdo, adotando como referencial do
    pensamento marxista John Bellamy Foster. Verificamos os elementos essenciais para
    uma concepção constitucional de sustentabilidade, bem como seu caráter fundamental,
    utilizando de documentos internacionais, bem como da Constituição Federal e de leis
    infraconstitucionais. Analisamos a correlação da sustentabilidade com o principio da
    dignidade da pessoa humana, com o princípio constitucional da função social e com o
    direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Abordamos os paradigmas do
    antropocentrismo, do ecocentrismo e da sustentabilidade-centrismo, seguida a análise do
    relatório de sustentabilidade da Natura. Por fim, direcionando a pesquisa sob a ótica
    marxista, que demonstra os efeitos do modo de produção capitalista na relação homem-
    natureza, sugerimos a necessidade de refletirmos acerca da sustentabilidade no contexto
    capitalista atual, tendo em vista que, 0 avançar em sua direção é possível na medida em
    que minimizar-se a alienação do homem da natureza.

  • LUIS ANTONIO GOMES DE SOUZA MONTEIRO DE BRITO
  • ISENÇÕES FISCAIS E PROTEÇÃO AMBIENTAL: Entre o poluidor-pagador, o usuário-pagador e o protetor-recebedor

  • Data: 02/09/2016
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar a validade das isenções fiscais verdes em relação aos princípios jurídico-ambientais do poluidor-pagador, do usuário-pagador e do protetor-recebedor. Para tanto, no primeiro capítulo será realizada uma abordagem essencialmente propedêutica, com a caracterização do Direito, a apresentação de suas fontes e a conceituação de ordenamento, sanção e norma jurídica, esta última com ênfase na diferenciação entre regras e princípios e na caracterização da validade. No segundo capítulo serão apresentados os fundamentos econômicos da tributação ambiental, com uma exposição genérica sobre a economia dos recursos naturais e a caracterização destes como recursos comuns, bem como a definição econômica de externalidade e a explicitação de suas formas de eliminação pela extensão ou pela correção do mercado. No terceiro capítulo será realizada a estruturação jurídica do princípio-matriz da eficiência econômica-ambiental, que se considera que representa a base jurídico-normativa comum da qual derivam os princípios jurídico-ambientais do poluidor-pagador, do usuário-pagador e do protetor-recebedor. O quarto capítulo será dedicado à construção conceitual das isenções fiscais verdes, delimitando-as em relação às isenções fiscais em geral, com a demonstração específica de seu potencial caráter extrafiscal indutor de condutas ecologicamente benéficas. Por fim, com base nos resultados obtidos nos demais capítulos, analisar-se-á a relação das isenções fiscais verdes com o princípio do protetor-recebedor e depois com os princípios do poluidor-pagador e do usuário-pagador, para depois, finalmente, definir acerca da validade ou da invalidade desse benefício tributário em face dos princípios jurídico-ambientais.

  • FÁBIO DE SÁ PEREIRA
  • O “INIMIGO” DE JAKOBS DESVELADO PELA CRIMINOLOGIA CRÍTICA

  • Data: 29/08/2016
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  • A pesquisa se propôs a analisar o uso dos termos cidadão e inimigo pela teoria do direito penal do inimigo de Günther Jakobs associando-os às teorias políticas contratualistas de Hobbes e Rousseau. Definidos os usos dessa terminologia, o trabalho desvela a construção desses termos como dogmas do direito penal, contrapondo-os com as críticas da Criminologia Crítica. Objetivando evidenciar os usos da dogmática penal do inimigo nas instituições, a pesquisa analisou o discurso penal da magistratura e do Ministério Público em relação à teoria penal do inimigo, caracterizando os cidadãos e os inimigos contemporâneos. O desenvolvimento da investigação utilizou de metodologia dedutiva de cunho exploratória, com contraposição de argumentos teóricos.

  • ROMULO FONSECA MORAIS
  • O EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE POPULAR NO BRASIL: UMA ANÁLISE SOBRE OS “DISCURSOS QUE MATAM”

  • Data: 26/08/2016
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  • No Brasil, é assustador o número de pessoas mortas todos os anos. Porém, alguns aspectos
    nos chamam atenção neste cenário: os dados estatísticos mostram um colossal número de
    pessoas da mesma extração social, faixa etária e etnia sendo cotidianamente aniquilada. A
    juventude negra ou quase negra de tão pobre tem feito parte de mais da metade do número de
    mortos. A partir desse contexto, é praticamente inevitável não problematizarmos a prática do
    extermínio cotidiano contra esse segmento da população. A parte mais visível dessa prática de
    extermínio pode ser constatada na atuação do sistema penal, principalmente na intensa
    criminalização da juventude no atual estágio do neoliberalismo. Partindo do pressuposto de
    que não há extermínio sem a construção de discursos que o legitime (“discursos de verdade
    que podem matar”, segundo Foucault), a pesquisa tem como problema principal saber como a
    prática de extermínio da juventude negra se processa e é legitimado através dos discursos em
    torno da vida dos jovens no Brasil. Usando como chaves de leitura os aportes da criminologia
    crítica e do biopoder, pretendemos analisar como se (re)produzem esses discursos no corpo
    social e em uma instituição (justiça da infância e juventude), bem assim como operam na
    legitimação da morte, convertendo-se em “discursos que matam”. A partir disso, objetivamos
    problematizar essas mortes não como simples acontecimentos fortuitos e isolados, mas como
    parte de um permanente processo de criminalização e extermínio da juventude popular no
    Brasil.

  • JOÃO PAULO CARNEIRO GONÇALVES LEDO
  • CRIME ORGANIZADO, SELETIVIDADE PENAL E MODERNIDADE LÍQUIDA

  • Data: 04/08/2016
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  • O presente trabalho tem por escopo analisar o crime organizado no Brasil sobre o prisma da modernidade líquida. Aborda como a insegurança e o medo, provocados pelas condicionantes da modernidade líquida, influenciaram no surgimento da política de lei e ordem. Estuda o discurso que fez surgir a legislação do crime organizado na Itália e nos Estados Unidos e os reflexos na legislação brasileira. Trata da problemática do conceito de crime organizado, alguns instrumentos penais e processuais penais deste delito e o surgimento dos maxiprocessos no âmbito nacional. Reflete sobre o discurso do crime organizado baseado na ideia de um direito penal de exceção e os seus problemas. Relaciona, por fim, a seletividade do sistema penal e as vítimas do discurso do crime organizado na modernidade líquida.

  • RENATA LOURENÇO
  • PERICULOSIDADE E LOUCURA NO SISTEMA PENAL: A PERCEPÇÃO DOS JUÍZES ACERCA DA PERICULOSIDADE A PARTIR DA ANALISE DE SENTENÇAS DE MEDIDA DE SEGURANÇA NO ESTADO DE MATO GROSSO.

  • Data: 29/07/2016
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  • O presente estudo buscou compreender a percepção do conceito de periculosidade e a persistência da concepção da presunção de periculosidade associada à loucura nas decisões de aplicação das medidas de segurança a partir dos discursos jurídicos emanados nas sentenças emanadas pelos juízes, tendo em vista que ser a periculosidade o requisito fundamental para aplicação deste instrumento jurídico. Através da contextualização histórica foi possível compreender que o conceito de periculosidade desde sua formulação na criminologia, no âmbito da escola positiva do direito foi incorporado pelo direito penal como base legitimadora das práticas punitivas e das políticas de segurança pública com a fundamentação da tese da defesa prévia da sociedade. Os processos punitivos vão se delineando para atender os interesses de determinados grupos sociais inerentes a cada período histórico, tendo como foco grupos específicos, sendo que neste contexto se consolidou a concepção do binômio loucura-violência tal arraigado até atualmente em nossa sociedade. Foram analisadas sentenças e laudos psiquiátricos de processos em cumprimento de medida de segurança nas comarcas de Cáceres, Cuiabá e Várzea Grande , num total de 36 processos analisados. A análise dos processos está focada no estudo das sentenças iniciais de aplicação de medidas de segurança detentiva e de progressão para o regime ambulatorial e dos laudos psiquiátricos que amparam as decisões dos juízes de aplicação da medida de segurança . A partir da construção do referencial teórico e da analise das sentenças foi possível concluir que a questão da periculosidade, muito embora esteja num primeiro olhar relegada ao universo jurídico, não se limita a este, uma vez que se apresenta como elemento fundamental na organização social , na fundamentação da tese da defesa da sociedade e na legitimação do punitivo do Estado e da ordem política e econômica estabelecida.

  • IBRAIM JOSE DAS MERCES ROCHA
  • INTERPRETAÇÃO CONSTRUTIVA DO PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA

  • Data: 21/07/2016
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  • Princípio do Desenvolvimento Sustentável na tutela coletiva apresenta uma proposta teórica que, a partir de concepção geral do fenômeno jurídico e com apoio no princípio do desenvolvimento sustentável, segundo o precedente da ADPF 101- Presidente Lula vs Justiça Federal, pretende construir, na prática, uma forma de análise que demonstre que a distinção entre direito processual e direito material tem efeito pernicioso sobre a efetividade da jurisdição e sobre a concepção do Direito, quando a relação objeto e procedimento são considerados apartados de uma concepção ética que lhes dá sentido, conforme o conflito concretamente considerado. A proposta da tese é mediante a utilização do conceito de Integridade do Direito de acordo com a concepção de Ronald Dworkin, do direito como atividade interpretativa construtiva, que por meio de princípios promovem o melhor caminho para as escolhas éticas da comunidade, e do conceito de tutela coletiva ambiental, que significa apenas e tão somente atividade interpretativa dedicada à operatividade das normas do direito positivo brasileiro destinada à tutela coletiva mediante a ação civil pública no âmbito do Direito Ambiental, inspirada no modelo de class actions estadunidense. A Tese apresenta interpretação construtiva do princípio do desenvolvimento sustentável como fundamental para a efetividade da tutela coletiva do direito humano ao meio ambiente.

  • BRAHIM BITAR DE SOUSA
  • REVISITANDO A LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO PROCESSO COLETIVO: o pensamento sistemático aberto fundando novos horizontes para a atuação do indivíduo membro do grupo.

  • Data: 21/07/2016
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  • A Ciência Processual brasileira vivencia uma época de profundas transformações no papel da jurisdição e nos modelos de tutela jurisdicional dos diversos direitos e interesses, individuais e coletivos. Nesse cenário, este estudo tem como propósito central analisar o modelo de admissibilidade do processo coletivo, precisamente a questão da legitimação ativa ad causam para a propositura e condução de ações coletivas, a fim de investigar perspectivas mais eficientes e justificadas para a prestação adequada da tutela coletiva. Nesse particular, objetar-se-á a afirmação corrente da inaptidão provocativa do indivíduo para o desenvolvimento da atividade jurisdicional na via coletiva, norteando-se pela hipótese de que essa negação peremptória de legitimidade ativa constitui um erro da dogmática jurídica atual vinculado a uma concepção clássica de sistema, ao passo que uma concepção aberta de
    sistema (segundo o modelo de Canaris) permite um juízo que inclui o membro do grupo entre os legitimados para o processo coletivo em geral, majorando sua efetividade e prestigiando os princípios jurídicos que norteiam a tutela coletiva.

  • BRUNO ARAUJO SOARES VALENTE
  • O PROCESSO COLETIVO E O DESAFIO DA LITIGÂNCIA MASSIFICADA

  • Data: 20/07/2016
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  • O trabalho, partindo de um panorama geral dos impactos que as intensas mudanças sociais
    ocorridas nas últimas décadas (e que levaram significativa corrente de sociólogos e filósofos a
    identificar o surgimento de um novo paradigma, o da pós-modernidade) ocasionaram sobre a
    realidade jurídica, foca sua análise sobre uma delas, qual seja, o da litigância repetitiva ou
    massificada, defendendo a utilização do denominado processo coletivo como instrumento mais
    adequado ao enfrentamento dos desafios surgidos. Para isso, procura demonstrar, como premissas
    teóricas, quais são as noções de sistema e princípios jurídicos mais consentâneas com o atual
    estágio de desenvolvimento da ciência do direito. Em seguida, após fixar os contornos básicos da
    noção de processo coletivo com a qual se trabalhará, passa a estudar os aspectos teóricos e práticos
    do fenômeno da litigância massificada e, por fim, demonstrar as razões pelas quais o processo
    coletivo consiste no melhor meio para seu processamento, ainda que não esteja sendo este o
    caminho trilhado pela legislação e jurisprudência nacionais.

  • RODRIGO MAGALHÃES DE OLIVEIRA
  • A AMBIÇÃO DOS PARIWAT: CONSULTA PRÉVIA E CONFLITO SOCIOAMBIENTAL

  • Data: 12/07/2016
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  • Este trabalho discute a aplicação situacional do direito à consulta prévia, livre e informada dos grupos etnicamente diferenciados em contextos de conflitos socioambientais, produzidos por projetos caracterizados pela intensa exploração de territórios e recursos naturais. A dissertação situa-se no campo interdisciplinar da Antropologia Jurídica, cujos aportes teóricos e metodológicos auxiliam na compreensão dos usos do direito, para além dos enfoques jurídico-centrados preocupados com o cumprimento/descumprimento das normas estatais. Conflito socioambiental, sensibilidade jurídica, pluralismo jurídico e interlegalidade são as categorias fundamentais da análise. Por meio de etnografia do conflito socioambiental em torno do projeto da Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós, busco demonstrar que o governo federal e o povo indígena Munduruku possuem sensibilidades jurídicas divergentes acerca da aplicação situacional da consulta prévia. Concluo que a sensibilidade jurídica governamental e a sensibilidade jurídica munduruku se ajustam a uma contenda mais ampla na qual diferentes agentes disputam para regular os direitos étnicos em nível global. O trabalho evidencia como os direitos humanos podem ser apropriados criativamente pelos grupos etnicamente diferenciados para reforçar suas lutas políticas.

  • CLEIDIANE MARTINS PINTO
  • DIREITO À SAÚDE DO IDOSO PORTADOR DE DOENÇA RENAL CRÔNICA: UMA ANÁLISE NO MUNICÍPIO DE CASTANHAL-PARÁ

  • Data: 28/06/2016
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  • Esta pesquisa versa sobre o direito à saúde como um direito de todos os seres humanos, do qual o idoso não pode ser apartado, assim, em razão da condição biológica do sujeito com idade avançada requisitar mais atenção no tocante a este bem fundamental, mais investimentos e gastos serão requeridos ao Estado, afim de atender as necessidades individuais dessa parcela da população. O texto retrata o liberalismo de princípios como modelo teórico capaz de fundamentar o dever do Estado de garantir o direito fundamental à saúde a todos os cidadãos, a partir da concepção de justiça distributiva contemporânea de John Rawls. Da mesma forma, os princípios bioéticos foram indicados como vetores para dirimir os casos emblemáticos, possibilitando o atendimento equânime das necessidades em saúde, especialmente do sujeito idosos. Trata-se de uma análise descritiva exploratória, com abordagem qualitativa, a partir da população idosa com doença renal crônica, que necessita da cobertura do Sistema Único de Saúde para tratamento de hemodiálise. Foram realizadas pesquisas de campo com coleta de informações sociais e diagnóstico dos idosos com doença renal crônica; pesquisa bibliográfica através da leitura de produções científicas, para compreensão dos conceitos abordados nesta pesquisa; além de análise de documentos oficiais do governo; processos em curso no judiciário; e, por fim, a legislação pertinente. A partir do recorte metodológico, concluiu-se que o Estado brasileiro, apesar de obter um regramento constitucional que atende os critérios de justiça distributiva, no ato de implementação da norma na vida dos necessitados, é falho na medida em que limita o custeio das ações em saúde pública, deixando uma maioria descoberta do seguro social, constatação extraída das filas de espera, especialmente para tratamento de hemodiálise crescente a cada dia.

  • ANDREZA DO SOCORRO PANTOJA DE OLIVEIRA SMITH
  • Travestis e transmulheres: rotas e conexões de protagonistas de tráfico para exploração sexual

  • Data: 17/06/2016
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  • Neste trabalho, discuto a relação entre as discriminações sofridas por travestis e transmulheres durante a juventude e as razões por que se tornaram vítimas do tráfico de pessoas para exploração sexual. Adoto a definição de tráfico de pessoas constante do Protocolo Adicional à Convenção da Organização das Nações Unidas sobre o Crime Transnacional referente ao enfrentamento ao tráfico de pessoas, em especial mulheres e crianças, por considerá-la mais abrangente em relação à previsão da legislação nacional, sem perder de vista o contexto em que o referido documento foi adotado. Nos quatro capítulos que compõem a tese, apresento discussões teórico-metodológicas e os resultados do trabalho de campo realizado, cujos conhecimentos transitam entre o direito e a antropologia. Realizo uma revisão da bibliografia produzida no âmbito da antropologia e das ciências sociais sobre gênero. Apresento o cotidiano de preconceito e discriminação experimentado pelas travestis e transmulheres na cidade de Belém. Analiso o problema do tráfico de travestis e transmulheres para exploração sexual e as conexões com a migração, o trabalho explorado e a prostituição, pontuando as relações travadas entre elas e as cafetinas, as regras a serem seguidas, a dívida e as modificações corporais. Por fim, realizo algumas reflexões sobre identidade de gênero como fator de discriminação à luz dos direitos à igualdade, à proibição da discriminação e à liberdade, visto que parecem ser estes os principais aspectos ligados à questão do tráfico para exploração sexual. O objetivo é demonstrar que enquanto persistirem as discriminações sofridas pelas travestis e transmulheres em face da identidade de gênero, as possibilidade de alteração da situação detectada são poucas, a menos que a sociedade compreenda os mandamentos de direitos humanos e, assim, a escolha de vida possa deixar de ser pela via do tráfico.

  • ELZIRA DOS SANTOS MATOS
  • O CONJUNTO ARQUITETÔNICO, PAISAGÍSTICO E URBANÍSTICO: O TOMBAMENTO DE CÁCERES.

  • Data: 17/06/2016
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  • A presente dissertação tem por objeto a análise da legislação do tombamento do Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Urbanístico de Cáceres-MT e as ações empreendidas para sua preservação e conservação pelo Ministério Público, após seu tombamento, além daquelas especificadas no Inquérito Civil efetuado pelo Ministério Público Estadual e Federal. Para cumprir o objetivo da presente dissertação analisou-se legislações sobre o tema, o relatório do Inquérito Civil, fotografias do Conjunto tombado, fundamentando com a bibliografia empregada. A problemática visou responder às seguintes questões: Quais as ações especificadas no Inquérito Civil efetuado pelo Ministério Público Estadual e Federal para preservação e proteção do Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Urbanístico de Cáceres-MT? Quais as ações estabelecidas pelo Ministério Público para preservação e proteção do Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Urbanístico de Cáceres-MT, após seu tombamento? Ainda que o tombamento tenha sido efetuado nas esferas municipal, estadual e federal, muito há de ser realizado, continuam as demolições e abandono dos imóveis pelos proprietários e pouca fiscalização do poder público municipal e estadual. Percebe-se que a esfera do tombamento municipal, estadual e federal não alterou a conservação do Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Urbanístico de Cáceres-MT. Há muito a realizar. Espera-se por políticas públicas para realização de ações e fiscalização efetivas, como por exemplo, a recuperação física dos imóveis tombados a ser realizada pelos poderes municipal e estadual, mas, acima de tudo, educação patrimonial para os moradores e comerciantes do local tombado, bem como a toda população sobre a formação histórica e cultural do município, para a preservação efetiva. Acredita-se no tombamento como instrumento fundamental para a preservação da memória e cultura brasileira, cujas mudanças socioeconômicas são importantíssimas e devem ser compreendidas, mas a preservação é o objeto fundamental do tombamento.


  • EVELY BOCARDI DE MIRANDA SALDANHA
  • A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DIANTE DO CONFLITO ENTRE O DIREITO À MORADIA E O DIREITO AO MEIO AMBIENTE, NAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE URBANA EM CÁCERES-MT

  • Data: 17/06/2016
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  • O presente trabalho analisa a atuação do Ministério Público diante do conflito entre o direito à moradia e o direito ao meio ambiente, no caso da ocupação do Bairro Empa, no município de Cáceres em Mato Grosso, em área de preservação permanente urbana. E em razão do déficit habitacional e da falta de planejamento urbano a população de baixa renda se vê obrigada a ocupar irregularmente locais mais periféricos, de menor importância e menos valorizado da cidade, em áreas de risco ou de preservação ambiental, onde vivem e sobrevivem sem mínimas condições de saneamento e infraestrutura básica. Assim, é necessário que o Poder Público elabore políticas de desenvolvimento urbano que facilite o acesso à moradia digna e adequada, num meio ambiente urbano equilibrado e preservado, para as presentes e futuras gerações, garantindo as funções sociais da cidade, o bem-estar e a sadia qualidade de vida de seus habitantes, vez que o direito à moradia e o direito ambiental são inerentes e essenciais a todo ser humano para garantir um nível de vida adequado. Para tanto, o Ministério Público mostra-se como personagem importante na fiscalização e para que haja a implementação de políticas públicas que garantam os direitos da cidade aos habitantes. Portanto, trata-se de um estudo de caso do processo de ocupação, urbanização do município, especificamente no Bairro Empa, e os desafios encontrados para a concretização do direito à cidade

  • EXPEDITO FIGUEIREDO DE SOUZA
  • EFETIVIDADE DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE PARA IMPLEMENTAR O USO COMPULSÓRIO DOS VAZIOS URBANOS EM CÁCERES

  • Data: 17/06/2016
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  • Esta pesquisa sobre a “efetividade da função social da propriedade para implementar o uso compulsório do vazio urbano em Cáceres”, onde os vazios são áreas desabitadas, descampadas e situadas em locais de adensamento demográfico, caracterizadas pela existência de edificações igualmente desabitadas e localizadas em áreas equipadas com serviços públicos coletivos e individuais. Tem por objetivo analisar a efetividade do princípio da função social da propriedade nas ações do Poder Público cacerense, no aproveitamento adequado compulsório do solo urbano vazio. Isto, a partir de seu Plano Diretor, o instrumento básico de política e desenvolvimento e expansão urbana. Tem como fundamento o plano pragmático de concretização da norma jurídica, que deve ter além da conexão “norma sistema” e “norma valores sociais”, o necessário empenho de governantes, elites e da população em respeitar o ordenamento jurídico e fazer valer os princípios retores da ordem normativa. A Constituição Federal Brasileira faculta ao Poder Público municipal, que mediante lei, possa exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de parcelamento, IPTU progressivo no tempo e desapropriação. Quanto á natureza deste trabalho é uma pesquisa qualitativa por basear-se em quantitativos e, descritiva por determinar quando, quanto, onde e como o fenômeno da função social da propriedade, ocorre dentro das hipóteses constitucionais, e diretrizes gerais fixadas, no Estatuto da Cidade. Quanto à profundidade, analisa-se a efetividade do princípio constitucional prevista em norma municipal, tanto jurídica quanto social, visando o atendimento das exigências fundamentais de ordenação da cidade. Quanto à metodologia, o estudo está baseado em bibliografias, em especial, sobre análises das políticas públicas, Direito Urbanístico e Urbanismo. Utiliza-se o método analítico substancial, seguindo-se os caminhos metodológicos clássicos, em especial, o processo indutivo para extrair a explicação do fato analisado, passando-se à dedução, aplicando a explicação obtida à hipótese, a partir da observação do fato urbanístico, caracterizado na política urbanística de ocupação do solo urbano vazio, e, finalmente, sua confrontação com a hipótese da pesquisa.

  • LUIZ EMÍDIO DANTAS JUNIOR
  • COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS QUANTO À PROTEÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTES URBANAS: UM OLHAR JURÍDICO A PARTIR DA OCUPAÇÃO NO BAIRRO EMPA EM CÁCERES-MT

  • Data: 19/05/2016
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  • Nesta abordagem, o tema da competência do município quanto à proteção e preservação de Área de Preservação Permanente Urbana, foi analisado no aspecto teórico e prático, tendo como referência a ocupação do EMPA, em Cáceres-MT, a partir do documentos constantes de Inquéritos Civis Públicos, instaurados pelo Ministério Público Estadual. Trata-se de estudo de cunho bibliográfico, com caráter investigativo e descritivo, onde, por meio da técnica de transcrição, elaboração de mapa conceitual e análise de conteúdo, possibilitou a sistematização de informações quanto à visualização no seu próprio percurso, os encaminhamentos e determinações para a solução do conflito. Nesta análise, ressalta-se a competência do município para atuar na proteção, preservação, conservação e fiscalização das Áreas de Preservação Permanente Urbanas, que exige da municipalidade a existência de instrumentos legais, estrutura administrativa eficiente e eficaz, bem como planejamento, programas e projetos, visando o desenvolvimento da Política Ambiental que garanta os interesses sociais e o equilíbrio ambiental.

  • ROSE KELLY DOS SANTOS MARTÍNEZ FERNANDEZ
  • ASSENTAMENTO PAIOL: UM ESTUDO DE CASO À LUZ DA PRODUTIVIDADE EM CÁCERES-MT

  • Data: 17/05/2016
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  • As propriedades rurais desempenham um papel de fundamental importância nas relações econômicas e sociais do país, embora estejam concentradas nas mãos de poucos proprietários. A Reforma Agrária procura reverter essa situação através da desapropriação de terras. O regime jurídico da propriedade agrária tem seu sustentáculo na Carta Magna de 1988, sendo certo que a função social integra o próprio direito de propriedade. Vale dizer, a função social localiza-se no interior do direito de propriedade, determinando até mesmo seu conteúdo. Assim, para se analisar as normas que regulamentam a produtividade do imóvel rural deve-se considerar o sistema constitucional como um todo. Dessa forma, tendo em vista o regime jurídico da propriedade agrária, os fundamentos e objetivos da República Federativa do Brasil, o modelo de Estado Democrático de Direito, os direitos fundamentais, o princípio da dignidade da pessoa humana, bem como a indispensabilidade de execução da reforma agrária, a Constituição autoriza a compatibilização dos dispositivos constantes dos artigos 184, 185, II, e 186, conciliando o conteúdo da propriedade produtiva com o da função social. Ademais disso, é perfeitamente possível se harmonizar, ainda, com a disciplina da sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, a interpretação constitucional conduz à conclusão de que os elementos que integram a função social da propriedade agrária, quais sejam, o elemento econômico, o ambiental e o trabalhista fazem parte do conceito de propriedade produtiva. Assim, busca-se a verificação da integração desses elementos no Projeto de Assentamento Paiol.     

  • SÉRGIO ANTONIO ROSA
  • ANALISE DA POLITICA SOBRE DROGAS NO BRASIL A PARTIR DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA

  • Data: 16/05/2016
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  • O objetivo da presente dissertação de mestrado foi analisar a legislação brasileira em relação à política sobre drogas, analisando os diferentes tratamentos normativos dispensados pela lei nº 11.343/2006; o contraponto da justiça penal e da justiça terapêutica e a eficácia da Justiça Terapêutica. O problema que objetivou a fazer a pesquisa é saber: Como a legislação brasileira trata os diferentes casos de drogas, em termos de penalização? O tratamento dispensado ao ―mula‖, ao traficante e ao usuário de drogas pode ser considerado justo e ressocializador, ou seja, consegue recuperar o indivíduo e libertá-lo das drogas, além de reinseri-lo na sociedade? O que é mais eficaz, a Justiça Terapêutica com a inserção da ‗pena tratamento‘ ou a prisão do usuário de drogas em celas comuns? Do ponto de vista do método a pesquisa proposta segue a lógica indutivo-dedutiva, pois faz deduções das normas existentes. Quanto à coleta de dados, a pesquisa se enquadra como sendo de revisão bibliográfica, cujos dados secundários foram obtidos na Constituição Federal, nas Leis Codificadas, na legislação ordinária, na doutrina e na jurisprudência, livros, artigos e reportagens, entre outros. Trata-se de uma revisão bibliográfica que tem como base os artigos já publicados na literatura sobre o assunto em questão. É preferível que a pessoa cumpra uma pena alternativa ou pena tratamento, ao invés de ir para a prisão, onde estão os maiores criminosos e, por causa disso, ver sua vida vinculada de forma irreparável ao mundo do crime. A Lei nº 11.343/06 está a caminho da maturidade jurídica. No mesmo sentido, caminha a doutrina atrás de subsídios suficientes para dirimir os pontos controversos. Seja como for, a Lei tem mais aspectos positivos do que negativos, e somente a análise prática de cada caso concreto tornará possível uma melhor interpretação de suas normas.

  • ANA LUISA SANTOS ROCHA
  • Reforma Agrária na Amazônia: novas tendências, novos sujeitos e grandes desafios

  • Data: 03/05/2016
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  • O objetivo da dissertação é analisar a possibilidade de ressignificação do conceito de reforma agrária previsto no Estatuto da Terra, considerando as tendências de ampliação dos beneficiários e instrumentos utilizados no âmbito do Plano Nacional de Reforma Agrária e o contexto de diversidade social e ambiental na Amazônia no Estado do Pará. Primeiramente, são abordadas questões referentes aos sujeitos abrangidos pelas ações da política de reforma agrária, resgatando-se os processos de lutas sociais dos segmentos camponeses e suas definições jurídicas. Posteriormente, são examinadas as diferentes formas de acesso à terra e ao território atualmente reconhecidas pelo INCRA como projetos de reforma agrária. Por fim, discute-se o conceito de reforma agrária a partir de diferentes discursos tendo-se, como corte de estudo, o primeiro e o segundo Planos Nacionais de Reforma Agrária e os desdobramentos das ações na Amazônia, especialmente no Estado do Pará. O trabalho desenvolve-se através de pesquisas bibliográficas e documentais, além de entrevistas realizadas em órgãos e movimentos sociais que atuam diretamente com a temática agrária no Pará e na Amazônia, a fim de demonstrar a avaliação que esses atores fazem acerca das atuais tendências da política de reforma agrária.

  • HERMANN DUARTE RIBEIRO FILHO
  • O DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE COMO DIREITO SUBJETIVO: a perspectiva do liberalismo de princípios.

  • Data: 29/04/2016
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar o direito fundamental à saúde enquanto um direito subjetivo no contexto do constitucionalismo brasileiro, sob a perspectiva do liberalismo de princípios, exposto através das teorias de John Rawls, Ronald Dworkin e Amartya Sen. Exporemos, inicialmente, as duas ideias de justiça que, quando aplicadas, freiam a realização adequada do direito fundamental à saúde: o Utilitarismo, através das teorias de Jeremy Bentham e Stuart Mill, e o Libertarismo, nos moldes propostos por Robert Nozick. Em seguida, mostraremos por que acreditamos que o liberalismo de princípios é uma alternativa melhor a essas teorias e apresentaremos o conceito de dignidade humana e a sua relação com o mínimo existencial. Finalmente, analisaremos os contornos do direito à saúde no ordenamento brasileiro expondo, brevemente, sobre o Sistema Único de Saúde e demonstrando qual é a eficácia das normas constitucionais que instituem o direito à saúde, para depois ilustrar de que forma o Supremo Tribunal Federal utiliza o conceito de direito subjetivo em uma das principais decisões sobre o tema: a Suspensão de Tutela Antecipada 175.

  • ADRIAN BARBOSA E SILVA
  • GARANTISMO E SISTEMA PENAL: DA CRÍTICA CRIMINOLÓGICA À DOGMÁTICA DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASIL.

  • Data: 28/04/2016
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  • O presente trabalho tem como questão central a aplicação da prisão preventiva pelas agências judiciais no contexto do sistema penal brasileiro. Partindo-se da premissa de que os sistemas penais situados na margem latino-americana, periferia do capitalismo globalizado neoliberal, carecerem de legitimidade devido a fatores estruturais, no primeiro capítulo, realiza-se espécie de “radiografia geral” do sistema penal brasileiro tensionando sua programação oficial, direcionada à tutelar direitos humanos pela via de combate à criminalidade, com a realidade operacional de suas agências de punitividade, que atuam em verdadeira inversão, ao violá-los, isto é, em contramão àquilo a que se propõe, sendo o grande encarceramento um dos principais problemas desta realidade, ocupando as prisões preventivas papel central para tanto. Buscando evidenciar a íntima relação existente entre a aplicação deste instituto com o problema nacional, realizou-se análise de todos os julgamentos de habeas corpus do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, em matéria de prisões preventivas, durante o ano de 2015. Uma vez constatada a hipótese de que esta prisão cautelar é, na confluência de dados do sistema penitenciário paraense com os resultados da pesquisa empírica, essencialmente disfuncional à cautelaridade, passa a prisão a ser a regra e a liberdade a exceção. Já no segundo capítulo, busca-se qualificar teoricamente a problemática, no sentido de não recair à objetividade do visível, indo muito além do mostrado nos dados coletados e, a partir do desenvolvimento da teoria criminológica problematizadora (criminologia crítica), em especial da produzida na América Latina, busca-se desvelar a funcionalidade real existente, porém oculta, por trás da aplicação desta prisão cautelar (controle social desigual via antecipação de pena, contenção de inimigos e defesa social), tendo sido analisadas decisões representativas de três modelos decisórios, apresentados no primeiro capítulo e teoricamente estudados no segundo. Desde um modelo crítico de ciências criminais, superando o positivismo criminológico e a crença na ideologia da defesa social, o criticismo propõe um enfoque singular e questionador diante do problema, requalificando o papel do jurista (jurista crítico). Por fim, no último capítulo, em vista das reflexões realizadas, bem como do aporte qualitativo propiciado pela “lupa criminológica”, realiza-se abordagem a partir da teoria do garantismo, que, encarado como estratégia político-criminal (opção metodológica), não obstante ser passível de críticas (em especial, pela criminologia), evidencia interessante mecanismo de resposta à deslegitimação e, no que concerne ao específico caso das prisões preventivas é, sem dúvida, uma ferramenta possível e viável para redução dos danos decorrentes da lógica hiperencarceradora. Desde o resgate à perspectiva histórico-fundacional dos garantismos tradicionais até sua reconstrução epistemológica na obra de Luigi Ferrajoli, busca-se, por fim, demonstrar a real possibilidade de recepção e aplicação da crítica garantista aos fundamentos legais autorizadores da tutela penal preventiva para, diante das (dis)funcionalidades do controle penal, reduzir prisões, garantir direitos, ampliar liberdades e salvar vidas.

  • JAIME SANTANA ORRO SILVA
  • ATIVISMO JUDICIAL NA SAÚDE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA SOLUCIONAR A MORATÓRIA ILIMITADA DA SOCIEDADE DE CONTROLE NA CONCRETIZAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

  • Data: 24/03/2016
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  • O fenômeno do ativismo judicial ou judicialização da política vem crescendo ano após ano em nosso ordenamento pátrio, de sorte que a atuação do Poder Judiciário tem suscitado dúvidas e questionamentos. Assim, em nossa pesquisa buscaremos entender como o ativismo judicial ou judicialização da política na Saúde pode contribuir para solucionar a chamada moratória ilimitada da sociedade de controle acerca da concretização dos Direitos Humanos Fundamentais. Dessa forma, vamos analisar o ativismo judicial ou judicialização da política na Saúde, bem como sua contribuição para resolução da moratória ilimitada dos Direitos Sociais, levando-se em conta a sociedade de controle, onde nada é concretizado efetivamente. Por conseguinte, analisaremos os Direitos Fundamentais, o surgimento da proteção social, bem como vamos tentar compreender a moratória ilimitada dentro de um contexto da sociedade de controle. Acerca das referidas questões vamos tentar buscar uma teoria que sirva de fundamento para o ativismo judicial ou judicialização da política como um instrumento de concretização dos Direitos Fundamentais. A pesquisa será delimitada com relação ao Direito Fundamental à saúde e sua efetiva concretização, como consolidação da democracia, dignidade humana. Além disso, sem intenção de esgotar a temática, analisaremos a sociedade de controle e a moratória ilimitada, assim como o ativismo judicial ou judicialização da política com base no ideal liberal de princípios ou liberal igualitário desenvolvido por Rawls e aperfeiçoado por Dworkin, verificando se pode contribuir para resolver a moratória ilimitada de concretização dos Direitos Fundamentais da saúde, permitindo que o indivíduo tenha acesso à saúde plena, levando-se em conta suas particularidades.

  • MYRZA TANDAYA NYLANDER PEGADO
  • MINERAÇÃO E COMPENSAÇÃO DE EXPLORAÇÃO MINERAL: A COMPENSAÇÃO FINANCEIRA POR EXPLORAÇÃO MINERÁRIA (CFEM) COMO INSTRUMENTO JURÍDICO ECONÔMICO DE POLÍTICA AMBIENTAL

  • Data: 16/03/2016
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  • Como objetivos específicos este projeto de pesquisa visa:
    Identificar os principais problemas presentes no ordenamento jurídico brasileiro no que tange aos instrumentos de controle e fiscalização da exploração minerária, analisando, igualmente, quais deles estão sendo disponibilizados à sociedade e quais, eventualmente, precisam ser.
    Identificar se o instrumento criado pelo Estado do Pará, a referida TFRM, é constitucional e se poderia ser instituída. Para tanto, necessário será estudar a competência tributária prevista na constituição; se o tributo em questão possui fato gerador de taxa; e ainda analisar se sua base de cálculo atende aos ditames constitucionais e infraconstitucionais.
    Identificar a aplicação do conceito de justiça ambiental na Amazônia.
    Identificar se e como a TFRM, pode através de sua extrafiscalidade atuar como um instrumento de controle ambiental e social, cooperando com o desenvolvimento local e justiça ambiental.
    Identificar, através do estudo de caso, na Mineração Sossego S.A., quais são os principais impactos sociais e ambientais gerados pela mineração e se e como a TFRM pode ser usada como implementação da justiça ambiental, naquele local.

  • DOMINGOS BRUNO GONÇALVES MARQUES
  • DIREITOS HUMANOS E AUTORRECONHECIMENTO NO CASO DA
    DEMARCAÇÃO DA TERRA INDÍGENA MARÓ, SANTARÉM-PA

  • Data: 11/03/2016
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  • A presente dissertação visou discutir a aplicabilidade e a efetividade dos direitos socioambientais em especial o direito ao autorreconhecimeto e ao território a partir da questão que envolve a demarcação da terra indígena Maró. Buscou-se compreender o contexto sócio-histórico em que populações tidas como ribeirinhas assumiram a identidade étnica de Borari e de Arapium e as repercussões sociais e jurídicas que esse fenômeno antropológico causou. Analisou-se o Caso tendo como referências a Convenção nº 169 da OIT, que passou a garantir direitos étnicos superando o caráter integracionista da Convenção nº 107, e a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que foi comparada com as mais recentes decisões sobre direito territorial indígena no âmbito do STF.

  • LÍVIA TEIXEIRA MOURA LOBO
  • CONTRIBUIÇÕES PARA O FUNDAMENTO DOS DIREITOS HUMANOS DESDE OUTRO LUGAR: A Justificação Latino-Americana a partir da Filosofia da Libertação de Enrique Dussel.

  • Data: 05/03/2016
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  • O trabalho buscou desenvolver argumentações acerca da possibilidade de justificação dos direitos
    humanos a partir da América Latina pensada pela filosofia da libertação de Enrique Dussel. Para
    se chegar até as contribuições que a experiência latino-americano poderia oferecer para o
    fundamento dos direitos humanos, foi necessário, primariamente, a abertura deste fundamento às
    críticas para que se evidenciasse a importância em pensar estes direitos desde uma experiência
    distinta da modernidade europeia. Uma vez que a América Latina faz sua interlocução sobre os
    direitos humanos por meio da filosofia da libertação de Enrique Dussel, fez-se mister a
    apresentação deste pensar periférico em suas categorias referentes à “relação homem-homem” e
    “mito da modernidade”, na qual a história do continente latino-americano é narrada de maneira
    não eurocêntrica; além disso, importou também o desvelamento da tradição filosófica e cultural
    onde Dussel se insere, o que, hermeneuticamente, implica na transparência do filósofo que não se
    subtrai da própria tradição. Na exposição acerca da filosofia da libertação já é possível perceber a
    centralidade do Outro em seu discurso, mas é somente na sequência do estudo, já no quarto
    capítulo, que se mostra como a ética construída por Emmanuel Levinas dialoga com a filosofia de
    Dussel tornando o Outro o elemento radical do pensamento dusseliano. Neste mesmo capítulo a
    hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer é posta em diálogo, num esforço argumentativo
    desta pesquisa, com a filosofia da libertação, ressaltando não somente o aspecto metodológico da
    condução do trabalho, mas, principalmente, a importância da experiência, da tradição e do
    diálogo ético. O quarto capítulo é, ainda, composto pela apresentação do método para a filosofia
    da libertação, expresso como um momento da dialética, no qual ouvir a palavra do Outro é
    essencial para se alcançar o conhecimento que nunca pode se afastar da ética, bem como pela
    transmodernidade, a leitura de mundo que não supera a modernidade. O último capítulo consolida
    os argumentos apresentados anteriormente. Primeiramente, expressa-se como a América Latina é
    um continente com peculiaridades de lutas por reconhecimento de direitos humanos, as quais
    podem servir de exemplo para lugares outros e de encorajamento para o diálogo intercultural. O
    último tópico retoma todo o argumentado no decurso deste texto para afirmar a legitimidade da
    experiência latino-americana no diálogo com a modernidade europeia e, consequentemente, a
    relevância ética do pensamento latino-americano para a justificação dos direitos humanos. Nesse
    sentido, é mostrado o Outro impondo-se como a figura central para o fundamento dos direitos
    humanos em lugar do Sujeito, além de se apontar como as categorias metafísicas e de aplicação
    desta metafísica, próprias da filosofia da libertação, possuem relevo para que os direitos humanos
    não se afastem do Outro que lhes fundamenta.

  • RAFAELA TEIXEIRA SENA DAIBES RESQUE
  • COMPLIANCE NA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS: um estudo a partir da propriedade comunal indígena.

  • Data: 05/02/2016
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  • O objetivo deste trabalho consiste em analisar o cumprimento das sentenças da
    Corte Interamericana de Direitos Humanos envolvendo casos de violação ao direito
    ao território de Povos Indígenas, com sentenças proferidas entre 2001 a 2005. O
    estudo dos casos Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicarágua e Yakye Axa Vs.
    Paraguai examina a construção jurisprudencial da propriedade comunal, o instituto
    da compliance/cumprimento no Sistema Interamericano de Direitos Humanos e a
    fase de supervisão de cumprimento das sentenças realizada pela Corte
    Interamericana de Direitos Humanos. Procura-se verificar se e como os mecanismos
    desse sistema interferem no nível de cumprimento dos casos. O teste empírico,
    como metodologia, relaciona uma análise quantitativa e qualitativa do cumprimento
    das ordens de reparação das sentenças. Os achados permitem considerar o
    desenvolvimento do mecanismo de supervisão do Sistema Interamericano e
    reavaliar sua atuação na afirmação dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas.

2015
Descrição
  • MÁRCIO PINTO MARTINS TUMA
  • AMPLIAÇÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA: UM DANO EXISTENCIAL

  • Data: 21/12/2015
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  • Desde o surgimento e consolidação do capitalismo como modo de produção predominante no Mundo, o tempo de trabalho foi a principal pauta dos conflitos entre a classe trabalhadora e o capital, situação que perdura até a presente data, segundo as estatísticas do Poder Judiciário Trabalhista. Nesse contexto, o presente trabalho dedicou-se precipuamente a investigar a discussão jurídica relacionada ao tempo cronológico de trabalho, notadamente sobre a possibilidade de ampliação, por norma coletiva, do patamar máximo do intervalo intrajornada previsto no art. 71, caput, da CLT. Utilizou-se, para consecução do objetivo proposto, a pesquisa bibliográfica em livros, periódicos e revistas científicas, além do exame de precedentes do Tribunal Superior do Trabalho e pesquisa de campo consubstanciada em entrevistas realizadas com 400 trabalhadores vinculados às categorias supermercadista e de hotéis, bares e restaurantes, em Belém. A obra está dividida em três capítulos e inicia-se a partir da compreensão do meio ambiente geral e meio ambiente laboral e sua relação com o tempo de trabalho, inclusive a partir de uma perspectiva histórica, que se estende até a atualidade. O capítulo inicial também se dedica a correlacionar o tempo de trabalho com a dignidade da pessoa humana e o trabalho degradante, além de investigar a função social dos descansos laborais e seus reflexos para a qualidade de vida do trabalhador e para a sociedade como um todo. No segundo capítulo, o estudo recai sobre a previsão legal ensejadora do elastecimento do intervalo laboral e o exame de sua constitucionalidade, seja a partir de uma hermenêutica tradicional, seja por intermédio de uma exegese pós-positivista. Na sequência, procedeu-se a análise dos julgados selecionados na pesquisa jurisprudencial, oriundos do TST, a partir dos quais a discussão caminha para sugerir as medidas que poderão ser adotadas para modificar o panorama jurisprudencial retratado. Por fim, no terceiro capítulo, a pesquisa dedicou-se a situar o dano existencial no universo de danos imateriais, conceituando-o e investigando a sua autonomia, para que, ao fim, se pudesse demonstrar os prejuízos existenciais suportados pelos trabalhadores em decorrência da dilatação do intervalo intrajornada, o que se fez a partir dos resultados obtidos na pesquisa de campo com as categorias selecionadas.

  • RICARDO NASSER SEFER
  • SEGURANÇA JURÍDICA: prática jurisprudencial na efetivação de direitos fundamentais agroambientais

  • Data: 18/12/2015
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  • A partir da análise da construção da teoria moderna da segurança jurídica, enquanto direito fundamental de cunho instrumental para realização de outros, a tese utiliza-se da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal com a finalidade de analisar se os fundamentos da teoria estão presentes na prática jurisprudencial brasileira. Para isso, construiu-se um raciocínio explicativo sobre a segurança jurídica na obra de autores espanhóis e portugueses, a fim de demonstrar a necessidade de avanço teórico da doutrina brasileira sobre o tema para o estabelecimento da premissa da segurança jurídica como direito fundamental instrumental, calcada nos elementos de congnoscibilidade, confiabilidade e calculabilidade. A partir desse ponto, o caminho teórico volta-se a investigação prática da viabilidade dessa qualificação, o que é feito a partir da compreensão da indivisibilidade dos direitos fundamentais, que leva à construção do microssistema agroambiental brasileiro, teoria de unificação da base valorativa do direito ambiental e agrário, demonstrando a possibilidade de harmonização efetiva de seus postulados em torna das noções-base de sustentabilidade ambiental, progresso econômico e melhoria das condições sociais. Após, investigou-se diversas decisões da Corte Constitucional brasileira em matéria agroambiental, a fim de avaliar a influência desses postulados, bem como a forma e peculiaridades de aplicação dos mesmos na experiência jurisprudencial. Todos estes elementos são estudados e debatidos a partir de parâmetros primordialmente jurídicos, mas algumas vezes também econômicos, sociais, políticos e ambientais, isto como requisito necessário ao debate qualificado da complexidade e diversidade fáticas sempre existentes na interpretação jurídica no Brasil. Ao final, conclui-se com a defesa da compatibilidade constitucional da moderna teoria da segurança jurídica na prática jurisprudencial agroambiental, que vem tornando-a mais efetiva na promoção e integridade dos direitos fundamentais.

  • CAROLINA BASTOS LIMA PAES
  • O LIBERALISMO DE PRINCÍPIOS APLICADO À JUDICIALIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS FUNDAMENTAIS: UMA PROPOSTA PARA A SUPERAÇÃO DE LIMITES DE ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO                                                                                                                                        

  • Data: 18/12/2015
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  • dignidade da pessoa humana como um de seus fundamentos, e trouxe um extenso
    rol de direitos e garantias fundamentais a serem respeitados e implementados pelo
    Estado, com absoluta prioridade, na qualidade de instrumentos para a promoção
    desse princípio fundamental. Dentre os direitos constitucionalmente assegurados
    aos indivíduos, figuram os direitos sociais fundamentais, que se prestam a fornecer
    as condições materiais básicas de que necessitam todos os indivíduos para elaborar
    e perseguir, livre e conscientemente, o seu plano individual de vida. A realização
    prática desses direitos de cunho econômico e social, todavia, não vem atendendo a
    contento às exigências do princípio da dignidade da pessoa humana, nem nas vias
    legislativas e administrativas, nem em sede judicial. Isso porque, não raramente, a
    existência ou, pelo menos, o gozo dos direitos sociais permanecem condicionados à
    disponibilidade de recursos públicos suficientes para fazer frente aos custos da sua
    implementação. A partir deste problema, a presente dissertação pretende buscar o
    aperfeiçoamento da atuação do Poder Judiciário, no exercício da sua tarefa de
    garantir concretude às normas constitucionais definidoras dos direitos sociais
    fundamentais. Para tanto, buscar-se-á amparo teórico no liberalismo de princípios,
    mais especificamente, na teoria da justiça como equidade, de John Rawls, com a
    complementação ofertada pela igualdade de recursos, de Ronald Dworkin, e pela
    igualdade de capacidades, de Amartya Sen, em substituição ao utilitarismo que
    orienta não apenas a elaboração e a execução das políticas públicas sociais, como
    também a intervenção judicial nessas políticas, nos moldes em que esta
    frequentemente se apresenta. O objetivo é permitir o desvio da atenção dos órgãos
    judiciais, até então voltada para o bem-estar da coletividade, agora indivíduo, de forma que venham a ser superados os limites de atua nçaã od idreoç Pãoo ddeor
    Judiciário, para que, então, ao menos nessa instância extraordinária, o Estado possa
    ser compelido a satisfazer, em níveis adequados, as necessidades básicas de todos
    os indivíduos, em fiel cumprimento aos seus deveres constitucionais.

  • RICARDO ARAUJO DIB TAXI
  • A PERDA DA PRUDÊNCIA NO PENSAMENTO JURÍDICO MODERNO

     

  • Data: 18/12/2015
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  • A presente tese defende a importância fundamental do conceito aristotélico de prudência para a compreensão da hermenêutica jurídica. Com base na leitura filosófica de Hans-Georg Gadamer, buscar-se-á mostrar que o pensamento filosófico e jurídico moderno se distanciou progressivamente dos elementos para os quais o conceito de prudência apontava, enredando-se em uma concepção objetivista de ciência que esvazia qualquer possibilidade de discutir a aplicação do direito como um exercício hermenêutico. Mais ainda, será dito que o pensamento contemporâneo, em que pesem as várias tentativas de trazer de volta um fundamento ético para o direito, permanece enredado nas aporias do positivismo, e não consegue conceber a hermenêutica senão como uma técnica de garantia de decisões seguras. Pretende-se que a importância da prudência apareça, portanto, a partir da história de sua ausência.   

  • ARMANDO DO LAGO ALBUQUERQUE FILHO
  • EDUCAÇÃO JURÍDICAINDÍGENA: superando a dicotomia pluralismo versus monismo

  • Data: 03/12/2015
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  • A estrutura curricular da educação jurídica tem sido construída a partir de uma
    abordagem monista, opondo-se à perspectiva pluralista do direito. Essa investigação realiza
    um esforço teórico de superação da dicotomia entre ambas as teorias, objetivando contribuir
    com elementos principiológicos e valores para o desenvolvimento de uma educação jurídica
    indígena fundada tanto no monismo como no pluralismo. Para o cumprimento desse objetivo
    foi utilizado o método dedutivo e revisão bibliográfica para analisar os significados de direito
    a partir do estado em contraposição ao pluralismo jurídico. Definiu-se categorias de análise
    gerais para posteriormente servirem de aplicação numa educação jurídica específica indígena.

  • HAMILTON LOBO MENDES FILHO
  • ELEMENTOS PARA UMA CRÍTICA CRIMINOLÓGICA DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL BRASILEIRA 

  • Data: 03/12/2015
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  • Com o título Elementos para uma crítica criminológica a Lei de Execução Penal Brasileira, a presente dissertação tem por objeto principal investigar a Lei de Execução Penal Brasileira, , no referencial teórico da Criminologia Crítica. O método é o dedutivo-descritivo em pesquisa bibliográfica. Para tanto, o ponto de partida, que é o objeto do primeiro capítulo, é descrever toda a Lei de Execução Penal Brasileira (Lei nº 7210/1984), relatando seus objetivos, direitos e deveres do estado e do encarcerado. O segundo capítulo tem por objeto a investigação da criminologia crítica como teoria alternativa ao atual sistema criminológico vigente. Por fim, o objeto do último capítulo é investigar os reflexos da criminologia crítica, enquanto teoria alternativa, no sistema criminal e na aplicação da Lei de Execução Penal. 

  • JOSÉ ADAUMIR ARRUDA DA SILVA
  • A PRIVATIZAÇÃO DE PRESÍDIOS E SUA (IN)COMPATIBILIDADE COM O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: A RESSOCIALIZAÇÃO IRREFLETIDA

  • Data: 27/11/2015
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  • O presente trabalho trata da privatização de presídios e sua (in)compatibilidade com o Estado
    Democrático de Direito, considerando a ressocialização pelo trabalho como justificativa
    principal para a transferência da custódia do preso do Estado para a iniciativa privada. Busca
    demonstrar que embora a privatização de presídios seja anunciada como solução para as
    mazelas do sistema carcerário brasileiro e que favoreceria a ressocialização do apenado, na
    realidade é incompatível com o Estado Democrático de Direito por violar a dignidade da
    pessoa humana em vários aspectos. Para comprovar essa hipótese, a pesquisa tem como
    referencial teórico: autores que fazem parte da criminologia crítica e que entendem pela
    deslegitimação do sistema penal; o garantismo de Luigi Ferrajoli, que rejeita a prevenção
    especial positiva como finalidade da pena privativa da liberdade. Também reforça a
    comprovação da hipótese a pesquisa de campo realizada no Complexo Prisional de Ribeirão
    das Neves, Estado de Minas Gerais, que aponta os aspectos capitalistas neoliberais do
    contrato da Parceria Público-Privada celebrado entre o Poder Público e o Consórcio Gestores
    Prisionais Associados. Conclui a dissertação que a privatização de presídios é incompatível
    com o Estado Democrático de Direito, porquanto viola a dignidade da pessoa humana e o
    princípio da isonomia; delega ao particular atividade típica do Estado; induz ao trabalho
    semiescravo; favorece o lucro de empresas com a exploração do mercado das prisões;
    incentiva o aprisionamento em massa, o que faz do argumento da ressocialização para
    justificar a privatização do cárcere absolutamente falso, um mero discurso retórico para
    legitimar a indústria do encarceramento, que acaba sendo assimilado de forma irrefletida, pelo
    senso comum que atinge todo o imaginário da sociedade.

  • NEYILTON DA COSTA OLIVEIRA
  • HERMENÊUTICA JURÍDICA AGRÁRIA COMO INSTRUMENTO DE EFETIVAÇÃO DO DIREITO À TERRA

  • Data: 23/11/2015
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  • A presente trabalho visa produzir uma crítica à manutenção do paradigma do conhecimento e da hermenêutica tradicional como principal pressuposto de interpretação da racionalidade jurídica. Após pesquisa documental foram analisadas decisões definitivas do Poder Judiciário Paraense (acórdãos e sentenças) sobre o direito à terra, pelo que verificou-se como este fato concorre paradoxalmente para com a insegurança jurídica e o acúmulo de demandas no Poder Judiciário, haja vista que, muitas vezes, a utilização do paradigma do conhecimento, no âmbito da hermenêutica tradicional, contribui para com o encerramento do processo sem resolução de mérito, devolvendo o problema à sociedade ou para com a eleição arbitrária de princípios e métodos interpretativos, que, por sua vez, ocasionam decisões divergentes para casos semelhantes. Dessa forma, a pesquisa apresenta uma reflexão sobre o direito à terra no Estado do Pará sob o aspecto histórico e social e uma análise das decisões judiciais definitivas sobre este direito a luz das teorias hermenêuticas, apresentando uma nova proposta para hermenêutica, denominada hermenêutica jurídica Agroambiental e pautada no paradigma da filosofia da linguagem, como um instrumento a favor da efetividade e contra a arbitrariedade na aplicação do direito à terra.

  • DANILO PIRES ATALA
  • A formação do direito como ciência em kelsen

  • Data: 29/10/2015
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  • A presente dissertação tem por objeto investigar os limites da objetividade científica do Direito, como ciência positivista, no referencial teórico da Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen. O método é o dedutivo-descritivo em pesquisa bibliográfica. A objetividade científica da ciência moderna (cartesiana) através do isolamento do objeto cognitivo e o emprego do rigoroso método como condição da verdade fez fortuna em todos os ramos do saber e, também, no Direito; que foi recriado no âmbito da res extensa como ciência jurídica positiva no conceito de lei civil de Hobbes ancorado na renúncia de parte das liberdades como direito natural. Kelsen empregou esta forma de pensar o saber no Direito com o intuito de lhe conferir cientificidade; isolando seu objeto que, para ele, é a norma positiva totalmente isolada da moral e da natureza. Kelsen nega o direito natural ou as liberdades imanentes do ser humano como direito, bem como, nega que a moral possa oferecer uma condição de validade do direito positivo. O princípio científico do Direito, enquanto ciência normativa, é a imputação. O método de sua teoria é a vinculação da norma maior sobre a menor, que nasce na pressuposta norma fundamental destituída de qualquer conteúdo moral, político e/ou religioso, que só se encontra com a realidade no momento da aplicação; embaraçando-se com a efetividade. Interpretar a norma jurídica, para Kelsen, é aplicar a norma jurídica, que tem duas funções: o conhecimento do ordenamento jurídico que vai até os limites exteriores da moldura e a função criativa do juiz de preencher a moldura, rejeitando a tese da decisão correta. Nesta etapa criativa, o juiz pode conhecer os elementos espúrios contidos ou não na norma pura, que são a moral, a política e/ou a religião, como forma de mitiga a subjetividade; assim a subjetividade é um ideal que rejeita o solipsismo, mas não alcança a objetividade científica. A presente dissertação alcançou a seguinte classificação: a decisão é vinculada quando os limites da moldura são estreitos; a decisão é discricionária quando a moldura for larga e contiver várias possibilidades; a decisão é ilegal quando a estiver fora da moldura; a decisão é arbitrária quando não se tem moldura; o ativismo judicial ocorre na moldura constitucional na concretização dos direitos fundamentais pelo judiciário. Conclui-se a dissertação afirmando que a mobilização dos elementos espúrios – ou seja, os renegados pela pureza do direito – é a única possibilidade de se mitigar a subjetividade e que a objetividade científica da ciência jurídica como ciência normativa alcança, apenas, os limites externos da moldura.

  • JOSÉ RENATO DE OLIVEIRA SILVA
  • PARTIDOS POLÍTICOS, FIDELIDADE OBRIGATÓRIA E COLIGAÇÕES: AS TENSÕES PELA TITULARIDADE DO MANDATO ELETIVO NO BRASIL

  • Data: 29/10/2015
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  • A fidelidade partidária como condição para o exercício dos cargos eletivos no Brasil estava expressa na ordem constitucional anterior, de 1967, incorporada pela Emenda Constitucional nº 1, de 1969. A vigente Constituição Federal de 1988, por sua vez, não fez menção a tal exigência, de modo que por reiteradas vezes o Supremo Tribunal Federal, instado a manifestar-se quanto à sobrevivência do instituto, respondera negativamente, afirmando não encontrar guarida constitucional a perda do mandato eletivo por desfiliação partidária.
    No ano de 2007 a evolução jurisprudencial levou a conclusão oposta, inicialmente pelo Tribunal Superior Eleitoral ao responder às Consultas 1.398 e 1.407, e depois pelo Supremo Tribunal Federal ao decidir os Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604. Firmara-se então que a titularidade dos mandatos eletivos é dos partidos políticos, e não dos candidatos eleitos por seus quadros, seja através do sistema majoritário ou do sistema proporcional, e em consequência foi expedida pelo TSE a Resolução 22.610/2007 disciplinando a perda de mandato por desfiliação partidária, malgrado não tivesse havido qualquer alteração constitucional ou infraconstitucional sobre a matéria.
    Em maio de 2015 o STF excluiu da regra da fidelidade partidária obrigatória os eleitos pelo sistema majoritário (chefes do Executivo e senadores), novamente sem que tivesse havido qualquer mutação constitucional ou infraconstitucional. Permaneceu vigente a regra quanto aos eleitos pelo sistema proporcional.
    Somente em setembro de 2015 o Congresso Nacional aprovou e a Presidente da República sancionou e fez publicar a Lei nº 13.165, que finalmente veio prever expressamente a perda de mandato por desfiliação partidária imotivada. Trata-se de mais um capítulo, inconcluso -pois ainda pendente de regulamentação pelo TSE e principalmente de interpretação pelo STF-, de uma espécie de reforma política até então moldada por um discutível ativismo judicial.
    A primeira linha de investigação neste trabalho é se a fidelidade partidária como requisito para o exercício do mandato eletivo, que parte da regra teleológica primordial de que a investidura nesse mandato é na verdade do partido, e não da pessoa eleita, não está em contradição com a possibilidade de diversas agremiações se coligarem, apenas temporariamente e independentemente de suas ideologias, para disputar um pleito específico,
    em situação que eventualmente pode destinar um cargo eletivo que venha vagar a partido diverso, embora coligado.
    Outra linha de investigação é se o Poder Judiciário brasileiro não estaria extrapolando sua missão constitucional e promovendo uma espécie de judicialização da política ao estabelecer em 2007 a possibilidade de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária, alterando radicalmente sua jurisprudência consolidada desde a promulgação da Carta Política de 1988, e sem que para tanto concorresse qualquer evolução legislativa, muito menos alteração constitucional.
    O método utilizado é o bibliográfico, baseado em pesquisas históricas, legislativas, doutrinárias e jurisprudenciais. Os resultados apontaram para a incompatibilidade dos institutos da fidelidade e das coligações partidárias, assim como para um crescente ativismo judicial e consequente judicialização da política pelos quais passa o Brasil.

  • RAIMUNDO RODRIGUES SANTANA
  • Desenvolvimento Sustentável:
    Parâmetros para uma interpretação jurídica da sustentabilidade ambiental

  • Data: 27/10/2015
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  • O presente trabalho defende a ideia segundo a qual a significação do conceito de desenvolvimento
    sustentável e a sua utilização predominante no mundo jurídico merecem ser objeto de revisão. Diante disso, o
    desenvolvimento sustentável deverá ser reconhecido como um ideário, algo que faz parte de um sistema
    ideológico mais amplo. Não poderá, portanto, ser compreendido como um princípio jurídico. Acredita-se que
    esse ideário não consiste em um fundamento jurídico válido para lidar com os problemas socioambientais
    contemporâneos, interpretando-os juridicamente. Em contrapartida, a sustentabilidade ambiental, embora
    derivada do desenvolvimento sustentável, contém autonomia conceitual e é capaz de atuar como um princípio
    jurídico importante para interpretação dos fatos socioecológicos, o fortalecimento e a afirmação do Estado de
    Direito Ambiental.

  • BRENO BAIA MAGALHAES
  • PLURALISMO CONSTITUCIONAL INTERAMERICANO: A LEITURA
    PLURAL DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O DIÁLOGO ENTRE O
    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E A CORTE INTERAMERICANA DE
    DIREITOS HUMANOS

  • Data: 19/10/2015
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  • A tese defende o Pluralismo Constitucional como teoria capaz de melhor descrever e
    explicar as interações entre a Constituição Federal de 1988 e a Convenção Americana sobre
    Direitos Humanos. As interações ocorrem através de processos dialógicos deliberativos,
    especialmente, entre os precedentes do Supremo Tribunal Federal e da Corte Interamericana
    de Direitos Humanos. A tese expõe a fragilidade teórica e o descompasso contextual das
    abordagens calcadas na dicotomia monismo/dualismo. O Pluralismo Constitucional, por sua
    vez, sugere a interação heterárquica entre ordenamentos constitucionais através de influências
    mútuas. A supralegalidade dos tratados internacionais de direitos humanos e a deferência às
    interpretações constitucionais regionais possibilitam à Constituição de 1988 e à Convenção
    Americana sobre Direitos Humanos, respectivamente, influenciar o conteúdo substancial dos
    direitos fundamentais e humanos por meio do diálogo deliberativo entre precedentes e tendo a
    construção do princípio pro homine por ideal interpretativo guia compartilhado por ambas.
    Não obstante seja considerada a teoria que justifica a leitura plural das normas constitucionais
    brasileiras, o Supremo Tribunal Federal, apesar de utilizar precedentes da Corte
    Interamericana de Direitos Humanos, com eles não dialoga.

  • MANUELA BITAR LELIS DOS SANTOS PICKERELL
  • O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DA PENA DESPROPORCIONAL: Em busca da resposta certa.

  • Data: 16/10/2015
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  • A pesquisa constata a necessidade de se efetivar no Brasil o controle de constitucionalidade da pena desproporcional. Caso a mácula da pena esteja na incriminação da conduta, o juiz deverá absolver o réu. Entretanto, caso a mácula esteja apenas no quantum excessivo da pena em abstrato, então o magistrado deverá afastar o preceito secundário sancionador, aplicando ao caso outra pena, retirada do ordenamento jurídico-penal pátrio, que se apresente proporcional à situação. A teoria de Dworkin possibilita esse controle de constitucionalidade ao demonstrar que uma decisão que leva para o fórum dos princípios a discussão do direito consagra a democracia, e não o contrário. Ademais, ao apresentar o direito como uma prática argumentativa que visa dar ao caso a resposta certa, a qual será alcançada mediante uma interpretação construtiva dos princípios morais da comunidade, Dworkin amarra esta eleição da nova pena, afastando-a do decisionismo judicial. Para a eleição da pena substitutiva, o julgador deverá pesquisar o princípio instituidor da incriminação, buscando-o em outro tipo penal. Essa será a pena (resposta certa) a ser aplicada ao caso concreto.

  • PEDRO BENTES PINHEIRO NETO
  • CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS E O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: Normas de textura aberta e parâmetros da discricionariedade judicial

  • Data: 09/10/2015
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  • O trabalho discute a aplicação dos conceitos jurídicos indeterminados no novo código de processo civil, visando a contribuir para a melhor compreensão e aplicação das normas de textura aberta. Para tanto, são estudadas as influências do neoprocessualismo na metodologia de estudo do direito processual civil. A partir dessa premissa, são utilizados como referenciais teóricos autores positivistas para revelar o significado e finalidade dos conceitos jurídicos indeterminados na intenção de firmar uma técnica de elucidação operacional do conceito na prática processual. A pesquisa trata da problemática que envolve a aplicação, interpretação e discricionariedade judicial. Ao final, são esboçados alguns parâmetros para utilização da discricionariedade judicial

  • PAULO HENRIQUE SALMAZO DE SOUZA
  • Da indiferença abissal à ecologia de saberes: os caminhos pós-coloniais para (re)afirmação dos direitos das sociedades indígenas

  • Data: 01/10/2015
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  • desenvolvimento dos instrumentos de proteção dos direitos dos povos indígenas é resultado de um longo processo histórico de erros e acertos na tentativa do reconhecimento dos direitos das minorias e populações indígenas. No entanto, pelo fato desses instrumentos serem a expressão do pensamento abissal ainda vigente, estes não logram êxito na salvaguarda de direitos destes povos. O pensamento abissal consiste no estabelecimento pela modernidade ocidental de parâmetros fundamentados nos valores liberais que validam o que é considerado ciência e direito. Portanto, as linhas cartográficas abissais que foram criadas no período colonial são representadas por uma cartografia epistemológica e jurídica, as quais se caracterizam pela ausência e exclusão. Portanto, a presente pesquisa justifica-se tendo em vista a grande relevância que o assunto exige neste momento histórico de questionamento da universalidade dos direitos humanos, bem como do constitucionalismo contemporâneo que propõe a salvaguarda de direitos das sociedades multiculturais. A presente pesquisa se propõe a analisar em que medida o pensamento pós-colonial de direitos humanos pode trazer respostas a uma efetiva proteção dos direitos das sociedades indígenas. Portanto, visando atingir o objetivo proposto, realizou-se um estudo teórico de revisão bibliográfica. Entendendo ser um método adequado à pesquisa proposta e para alcançar a base lógica da investigação, utilizou-se do método indutivo. Para possibilitar uma compreensão apoiada na multiplicidade de conhecimento, foi utilizada a análise exploratória e comparativa de idéias, identificando os principais pensamentos sobre o assunto, bem como o método descritivo de conceitos e possibilidades, que irá descrever as técnicas hermenêuticas aplicáveis. Tendo em vista a necessidade de apreensão do sentido das idéias a partir de uma reconstrução histórica, objetiva ou subjetiva do discurso, apropriou-se também do método hermenêutico, imprescindível na análise do tema proposto, haja vista tratar-se de um trabalho de natureza sociológica. Diante de tal análise, foi possível afirmar que os instrumentos internacionais de proteção dos direitos dos povos indígenas não logram êxito na efetiva proteção dos direitos desses povos tendo em vista estar fundamentado em valores Eurocentristas. Observou-se que é condição essencial para concretização de direitos multiculturais a desconstrução do particularismo dos direitos humanos universais e a adoção de uma perspectiva intercultural de direitos humanos acompanhada da Ecologia de Saberes proposta por Boaventura de Sousa Santos. O novo Constitucionalismo Latino-Americano, apresentado como uma epistemologia do Sul, através de uma ruptura com paradigmas da modernidade ocidental e o estabelecimento de nova racionalidade jurídica e política se traduz em uma alternativa viável à (re) afirmação dos direitos das sociedades indígenas.

  • MARCELENE DIAS DA PAZ VELOSO
  • JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA: o diálogo como forma de concretização da saúde preventiva.

  • Data: 25/09/2015
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  • ...A dissertação de mestrado analisa a área da atuação e o limite do papel do Judiciário nas demandas que exigem atuação do Poder Público para a formulação, a implementação e a avaliação da política pública enfocando a saúde preventiva e destacando os principais óbices aventados pela doutrina e pela jurisprudência na concretização dos direitos fundamentais por meio de atuações judiciais. Para tanto, foi necessário demonstrar os principais problemas enfrentados em se efetivar os serviços públicos de saúde preventiva por meio de ação judicial, confrontando as necessidades sociais com as limitações de recursos. Abordou ainda, a possível solução para harmonizar as tensões entre os poderes instituídos, trazendo exemplos de outros países, como o diálogo institucional, a fim de garantir à fruição dos direitos fundamentais a saúde preventiva estabelecidos na CRFB. Foi selecionado um programa do governo federal “Saúde da Família” que possui a maioria das ações inseridas na área da saúde preventiva primária e sua judicialização, em que se demonstrou que o poder judiciário tmabém pode colaborar para melhoria das políticas públicas. Apresentou-se ainda dois casos de ação judicial uma envolvendo o programa “saúde da família” e o outro a disponibilização da vacina HPV. Foi ainda apresentada pesquisa realizada no STF, no período de 2010 a 2103, a fim de identificar os casos de judicialização da saúde preventiva na Corte no período.

  • MAURICIO DE JESUS NUNES DA SILVA
  • CASOS JUDICIALIZADOS DECORRENTES DA CONSTRUÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE

  • Data: 25/09/2015
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  • ...A grandiosidade do empreendimento hidrelétrico de Belo Monte, levado a cabo sob o argumento da necessidade de reforço da matriz energética do país a fim de garantir o desenvolvimento nacional, gera inúmeros e inegáveis impactos socioambientais na região em que está localizado. Em virtude de tais impactos, diversas ações judiciais foram propostas tendo por objeto a análise do devido cumprimento da legislação que rege o procedimento de licenciamento ambiental do projeto, assim como, das mudanças impostas ao meio ambiente e sobre a vida das populações indígenas, ribeirinhas e das cidades da região. Nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar a forma como tem se posicionado o Poder Judiciário quando instado a se manifestar a respeito dos conflitos socioambientais decorrentes do empreendimento da UHE de Belo Monte, e de igual modo, investigar se as respostas do Judiciário são compatíveis com a jurisprudência socioambiental da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Foi objeto de pesquisa um grupo composto por dezessete ações judiciais propostas pelo Ministério Público Federal, no período compreendido de 2001 até o ano de 2014, que (ainda) tramitam na Justiça Federal. Comparando-se as decisões judiciais dos processos analisados à jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, percebe-se que, em diversas decisões, não se adotou a perspectiva deste Tribunal Internacional a respeito dos direitos à vida, à consulta prévia, livre e informada dos povos indígenas, ao acesso à justiça, e acerca dos Princípios da Precaução e do Poluidor-Pagador.

  • DENIZE FERNANDA BRUNO JARDIM
  • A INICIATIVA INSTRUTÓRIA E A FORMAÇÃO DO CONVENCIMENTO DO JUIZ NO SISTEMA PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO À LUZ DA TEORIA DO DIREITO COMO INTEGRIDADE.

  • Data: 14/09/2015
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  • O sistema processual penal brasileiro há muito é cercado de controvérsias e polêmicas, tanto no campo doutrinário quanto jurisprudencial. A incompatibilidade de ideologias entre o plano constitucional e o infraconstitucional dificulta a concretização do sistema acusatório, conformado pela Lei Maior através da proteção de inúmeros direitos e garantias fundamentais. Isso decorre, em parte, da concepção positivista ainda hoje predominante no Estado, que se mostra indiferente à discrepância substancial entre a Constituição e as normas de hierarquia inferior. Omitindo-se o legislador, cabe ao julgador adequar o Direito à teoria política do Estado. Desse modo, a Teoria do Direito como Integridade de Ronald Dworkin surge como uma possível solução para a questão, permitindo que o processo penal seja permeado pelos ditames constitucionais e viabilizando a efetivação de direitos fundamentais do cidadão também no curso da persecução penal. A partir de referida teoria, artigos como o 155 e o 156 do código de processo penal devem ser revistos, o primeiro devendo ser reinterpretado à luz do modelo acusatório de processo e o segundo eliminado do ordenamento jurídico, por não encontrar amparo na moralidade política do país.

  • CARLA SODRE DA MOTA DESSIMONI
  • O PAPEL DO JUDICIÁRIO NA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS

  • Data: 27/08/2015
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  • ...A atuação do poder judiciário para efetividade dos direitos sociais é uma questão relevante, sendo objeto de debate tanto no meio jurídico quanto no político. O tema aqui tratado ganha maior relevância em virtude do crescimento do papel judiciário como guardião da Constituição Federal e, consequentemente, dos direitos fundamentais previstos na Carta Constitucional. É inegável que atrelado à efetividade dos direitos sociais está o incremento do gasto público para a realização desses direitos, chamados de direitos prestacionais, garantidos pela Constituição, que necessitam de prestações positivas do Estado. Diante desse panorama, mostra-se importante situar os direitos sociais no direito internacional, a fim que se perceba a real dimensão desses direitos no âmbito global. Será estudado o papel do judiciário na efetivação dos direitos sociais, analisando-se os elementos fáticos e jurídicos que podem ser levados em consideração pelo julgador na sua aplicação no caso concreto como a reserva do possível, o mínimo existencial, o orçamento público e a chamada teoria dos custos dos direitos. Será analisada ainda a questão da legitimidade e da possibilidade de se impor limites a essa atuação jurisdicional no controle das políticas públicas criadas pelos demais poderes, fundamentando-se o posicionamento aqui adotado na teoria da justiça distributiva e na democracia constitucional. Por fim, será abordada a racionalidade da decisão judicial e a teoria da integridade formulada por Dworkin para embasar o estudo ora desenvolvido. Serão objeto de análise ainda as decisões atuais do Supremo Tribunal Federal acerca da temática abordada.

  • JOÃO OLEGÁRIO PALÁCIOS
  • ESPAÇO URBANO E DISPUTAS POLÍTICAS NO CAMPO ESTATAL: Uma análise a partir da espacialização de um condomínio de lotes em Belém/PA

  • Data: 14/08/2015
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  • Esta dissertação tem por objetivo analisar a produção do espaço urbano do “Condomínio Cristalville”, condomínio fechado de lotes de propriedade individual localizado no Município de Belém, Brasil, em termos de governamentalidade e lutas políticas dentro do Estado. O trabalho adota a perspectiva materialista histórico-dialética, ressaltando a importância da ação dos agentes sociais nos processos de produção do espaço das cidades. A ação dos agentes é enfocada em termos de governamentalidade, segundo conceito definido por Foucault, e que expressa as diferentes racionalidades governamentais adotadas nas análises, reflexões e estratégias dos agentes sociais. O embate entre diferentes racionalidades governamentais é analisado dentro do campo estatal, por meio da verificação de lutas políticas entre diferentes agentes estatais. Foi feita pesquisa de campo com o objetivo de reconstruir o percurso histórico que levou à espacialização do Cristalville, baseada em documentos obtidos junto a órgãos públicos estaduais e municipais, e que consistiram em registros de transferência de propriedade, decretos federais e estaduais, mapas e imagens de satélite. A pesquisa identificou que a restruturação do sistema viário em Belém, baseada numa lógica de desafogamento do trânsito no centro urbano de Belém, foi decisiva para o desenvolvimento de estratégias dos empreendedores do ramo da construção civil na construção do condomínio, e que houve aprovação do projeto na Secretaria Municipal de Urbanismos – SEURB mesmo sem a sanação das irregularidades legais apontadas.

  • SANDOVAL ALVES DA SILVA
  • A TUTELA COLETIVA EXTRAPROCESSUAL: O DIÁLOGO INSTITUCIONAL COMO INSTRUMENTO DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A CONCRETIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS

  • Data: 14/08/2015
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  • A tese defende a concretização gradual dos direitos humanos (raciocínio gradualista) por meio do diálogo institucional dirigido pelo Ministério Público, o que implica a interação entre os ramos de governo e põe em questão o dogma da “separação de poderes”. Para isso, são apresentados exemplos práticos e argumentos teóricos. A tese demonstra que a instituição ministerial, com natureza de poder público constituído, tem autonomia constitucional e aptidão político-burocrática (legitimidade procedimental e substancial) para defender o interesse público e as demandas sociais e autoridade para dialogar em rodadas procedimentais tendo em vista a concretização dos direitos sociais por meio de acordos políticos que servem de última palavra provisória sobre conflitos sociais.Em sua atuação, a instituição conta com instrumentos procedimentais, como a notificação, a requisição, a recomendação, o compromisso de concretização, etc., que lhe permitem provocar, iniciar, articular, dirigir e realizar o diálogo com os demais ramos de governo para conseguir um acordo político que possa concretizar e realizar os direitos sociais.

  • SAVIO BARRETO LACERDA LIMA
  • "A LIBERDADE DE EXPRESSÃO COMO INSTRUMENTO DAIGUALDADE DE RECURSOS".

  • Data: 07/08/2015
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  • direito à liberdade de expressão nesta pesquisa, o pensamento jusfilosófico de Ronald Dworkin será o ponto de partida e principal referencial teórico de todo o tema aqui exposto, considerando seu entendimento de que a ética, a moral, a política e o direito estão integrados uns aos outros e que proposições a respeito do significado de um valor, de um ideal político ou de um direito devem também sustentar os demais. Além disso, argumenta, ainda, em favor da possibilidade de se atribuir o status de verdade objetiva aos juízos morais — conceitos interpretativos nos quais a verdade se revela através do melhor argumento cujo consenso não é garantido. No estudo da liberdade como valor político desenvolvido na sequencia, um breve resumo histórico sobre a evolução do conceito de liberdade, importante para demonstrar que, historicamente, a liberdade é compreendida como um valor fragmentado, destacando, em especial, o pensamento de Benjamin Constant e Isaiah Berlin, filósofos da Idade Moderna que redigiram as concepções de liberdade mais populares da atualidade. Também se discutirá uma consequência desconfortável da concepção fragmentada de liberdade, que a coloca em conflito com outros valores tão relevantes quanto ela. Prosseguindo, uma concepção de liberdade baseada na ideia de unidade do valor, fundamentada na Teoria Moral de Dworkin, que aponta para a necessidade de justificar a liberdade em argumentos válidos também para outros valores, resultará numa concepção de liberdade sensível ao significado de outros valores, como a igualdade, com os quais se deve conciliar em vez de conflitar. Posteriormente, uma abordagem da liberdade como um direito, tratando da relação entre o direito e a moral, e apresentando a compreensão de direitos humanos para demonstrar seu alinhamento com a teoria aqui defendida. Será sustentada, ainda, a impossibilidade de se falar em um direito geral de liberdade, concluindo, em razão disso, que se tem, na realidade, o direito a várias liberdades. E por fim, aporta-se no ponto específico da pesquisa, o direito à liberdade de expressão, expondo sobre a compreensão da doutrina majoritária a respeito desse direito como um valor fragmentado, para se defender uma concepção integrada com os demais valores e direitos, por se conceber que o direito à liberdade de expressão, compreendido dessa forma, revela seu verdadeiro caráter de recurso a ser distribuído de acordo com os critérios de justiça distributiva. A melhor forma de assimilar esse direito é pela integridade dos valores, realizada por intermédio da leitura moral. Para avigorar os argumentos, a análise de um caso prático — HC 82.424 — que despertou grande debate jurídico sobre o direito à liberdade de expressão. A tese é em favor de uma liberdade de expressão que reforce o que se pensa sobre outros direitos e seja por eles reforçada.

  • ARMANDO DAYVERSON PEGADO MEIRA
  • A PRESCRIÇÃO NAS AÇÕES DE ACIDENTE DE TRABALHO SOB O ENFOQUE DA PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR

  • Data: 08/07/2015
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  • A prescrição é instituto da ciência jurídica que impõe um lapso de tempo para que o titular de um direito subjetivo reivindique a sua satisfação. Ela tem a finalidade de garantir segurança jurídica na esfera privada dos indivíduos uma vez que o tempo é fenômeno natural que interfere nas relações entre os particulares, podendo modificar ou extinguir o patrimônio jurídico das pessoas. Porém, nas relações difusas que envolvem questões ambientais, a segurança jurídica se traduz no cumprimento do dever jurídico reparatório a qualquer tempo, em razão do dano ambiental ser metaindividual e intergeracional. O acidente de trabalho, que se origina nas relações de labor, causa danos à saúde do trabalhador e faz nascer para o acidentado o direito subjetivo à indenização. Após a Constituição de 1988, a justiça do trabalho tornou-se competente para julgar as ações acidentárias laborais propostas pelos trabalhadores contra os empregadores. A partir desta competência jurisdicional passou-se a questionar qual o prazo prescricional, do direito do trabalho ou do direito civil, deve ser aplicado nas pretensões indenizatórias dos trabalhadores por dano à saúde decorrente dos acidentes de trabalho. Todavia, há uma corrente doutrinária entendendo que o acidente de trabalho é poluição ambiental e, ao prejudicar o bem-estar humano, suas consequências danosas são transindividuais e intergeracional. Portanto, as ações indenizatórias por danos à saúde do trabalhador em acidentes de trabalho são imprescritíveis. No presente estudo, verificar-se-á como se aplicam os prazos prescricionais nas relações jurídicas de natureza civil e trabalhista, bem como os motivos pelos quais não se aplica a prescrição nas relações de natureza ambiental. Far-se-á um estudo a respeito do que a legislação brasileira entende por acidente de trabalho. Posteriormente, verificar-se-á quais os tipos de danos à saúde do trabalhador, o acidente de trabalho pode causar. Após, analisar-se-á a responsabilidade civil do empregador nos acidentes provocados na ambiência laboral. Em seguida, apresentar-se-ão os argumentos jurídicos favoráveis a competência da justiça do trabalho para julgar os danos imateriais oriundos da relação de trabalho. Sucessivamente, far-se-á um estudo a respeito dos argumentos jurídicos para o uso dos prazos prescricionais, do direito do trabalho ou do direito civil, nas ações indenizatórias por danos à saúde do trabalhador nos acidentes laborais, bem como os argumentos favoráveis a imprescritibilidade deste tipo de pretensão jurídica. Por fim, pesquisar-se-á o posicionamento jurídico do Tribunal do Trabalho da 8 ª Região sobre o tema objeto do estudo em análise. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados estudos doutrinários, artigos de revistas jurídicas, legislação nacional pertinente e jurisprudência relevante sobre o tema em estudo. Destarte, conclui-se que o acidente de trabalho é um tipo de poluição ambiental que ao lesionar bens imateriais merece ser reparado a qualquer tempo, pois além de afetar à saúde do trabalhador causa prejuízos à dignidade humana, fundamento da República do Brasil, e à família do acidentado, bens jurídicos de natureza humana- constitucional-fundamental imprescindíveis para que o homem tenha qualidade de vida.

  • EDGAR MOREIRA ALAMAR
  • CONTROLE JUDICIAL DE CONVENCIONALIDADE NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 29/06/2015
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  • A presente dissertação, baseada na evolução do instituto do controle de convencionalidade como obrigação internacional dos Estados-parte da Convenção Americana de Direitos Humanos, objetiva aferir em que medida o Tribunal de Justiça do Estado do Pará está (des) cumprindo a referida obrigação no exercício da prestação jurisdicional. No desempenho desse desiderato, partiu-se da investigação das origens do aludido instituto, sua evolução jurisprudencial na Corte Interamericana de Direitos Humanos, determinando-se os parâmetros atuais e mínimos para o correto exercício da obrigação; verificou-se a compreensão atual da Corte Interamericana de Direitos Humanos quanto ao direito ao prazo razoável do processo previsto no artigo 8.1 da Convenção Americana de Direitos Humanos analisando-se as primeiras decisões que enfrentaram a questão e ainda os julgamentos relativos ao tema realizados, nos anos de 2013 e 2014, com a finalidade de identificar os critérios mínimos para a efetivação do mencionado direito e assim compatibilizá-los com os argumentos contidos nas decisões dos habeas corpus julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que enfrentaram essa questão nos anos de 2013 e 2014. Os resultados revelaram que o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, na análise do direito à razoável duração do processo, utiliza critérios semelhantes aos estabelecidos na jurisprudência da Corte Interamericana, não obstante, o faz de modo inconstante, sem citar a Convenção Americana de Direitos Humanos ou a jurisprudência da Corte Interamericana. Diante dessa constatação, concluiu-se que, nas decisões investigadas, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará não está cumprindo a obrigação de controlar a convencionalidade, o que possibilitará a responsabilização internacional do Brasil pelo descumprimento de obrigação internacional.

  • MARIELE SCHMIDT CANABARRO QUINTEIRO
  • A SUSTENTABILIDADE DO AGRONEGÓCIO: CONTRADIÇÕES DO MUNICÍPIO DE LUCAS DO RIO VERDE-MT

  • Data: 24/06/2015
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  • Nesta pesquisa a concretização da sustentabilidade do agronegócio em Mato Grosso, em sua dimensão social com garantia aos direitos humanos e dimensão ambiental, é confrontada tomando como referência o Município de Lucas do Rio Verde-MT, apontado pela mídia como o primeiro Município Verde do país que possui todas as propriedades rurais regularizadas de acordo com o Código Florestal, por isso também chamado de Lucas Legal. Por meio de pesquisa bibliográfica foi apresentado o Meio Ambiente no rol dos Direitos Humanos e apresentados os principais conceitos de Desenvolvimento Sustentável. Uma pesquisa bibliográfica acompanhada de uma pesquisa de campo apresentou a evolução histórica do Estado de Mato Grosso com detalhes a respeito da ocupação da região centro norte do estado, onde aconteceu a Marcha Verde para a ocupação da Amazônia. O lema lançado pelo Governo Federal era “Integrar para não Entregar”, estratégias de governo utilizadas para ocupar o local despovoado e resolver conflitos agrários nas regiões norte e sul do país. Neste cenário surge o Município de Lucas do Rio Verde-MT considerado um modelo de sustentabilidade a ser seguido, por atender aos indicativos da Organização das Nações Unidas – ONU sobre desenvolvimento sustentável. Uma pesquisa descritiva no Município verificou que o agronegócio, base da economia local, não é desenvolvido pelos moradores da região, mas por grandes empresas que se utilizam da cidade e da mão-de-obra para alcançar maiores lucros. Alguns exemplos envolvendo as maiores empresas que atuam no município demonstram que os problemas socioambientais enfrentados na região fragilizam o título de Município Verde demonstrando os impactos severos do emprego intensivo de agrotóxicos na saúde dos moradores e no meio ambiente da região. Este levantamento de dados alcançou a hipótese inicialmente proposta de que os indicadores de sustentabilidade apresentados pela ONU – Organização das Nações Unidas, bem como outras exigências nacionais e internacionais ambientais não são suficientes para garantir um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Portanto, a hipótese foi confirmada após o levantamento e análise de dados apresentados no decorrer do trabalho. E o objetivo geral a que se propôs a pesquisa foi alcançado quando constatadas as contradições reais existentes entre o desenvolvimento econômico e as violações aos Direitos Humanos no Município de Lucas do Rio Verde – MT.

  • VERENA HOLANDA DE MENDONCA ALVES
  • A POLÍCIA PODE SER DEMOCRÁTICA?

  • Data: 22/06/2015
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  • A presente dissertação tem como objetivo responder ao questionamento: A polícia pode ser democrática? Para tanto, se analisa a conexão existente ente os conceitos de polícia e democracia, bem como realiza a separação entre uma polícia lato sensu e outra stricto sensu. Após, se percebe a importância do sistema penal e de discursos punitivistas para a alimentação de uma ideologia voltada à segregação de indivíduos previamente estabelecidos. Defende-se a necessidade de uma democracia pautada na igualdade para que se consiga uma emancipação da domesticação de corpos imposta e uma possibilidade de atuação democrática pela polícia. Conclui-se pela impossibilidade da polícia lato sensu ser democrática. Defende-se a necessidade de se acreditar na possibilidade de haver um dissenso social e de que todos sejam livres e iguais para filiar-se a ele ou não.

  • LÍGIA CHIARI MENDES ALBUQUERQUE
  • DIÁLOGO ENTRE CORTES: A RECEPÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL - uma análise das decisões dos Tribunais Regionais Federais e do Superior Tribunal de Justiça.

  • Data: 16/06/2015
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  • O trabalho analisa o diálogo judicial entre a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) e os Tribunais Regionais brasileiros e o Superior Tribunal de Justiça. Entende-se que o Brasil encontra-se inserido em um contexto de pluralismo jurídico, por estar submetido a mais de uma ordem de proteção de direitos humanos. Para compatibilizar essas ordens é preciso buscar uma solução não hierarquizante, mostrando-se o diálogo judicial como uma delas. Analisou-se os tipos de diálogo existentes, as formas como as Cortes podem se relacionar e a postura dos juízes nacionais em relação ao direito regional em matéria de direitos humanos. Foi realizada busca nos sítios eletrônicos dos tribunais brasileiros objetos deste estudo, a fim de identificar decisões que utilizassem a jurisprudência da Corte IDH como fundamento dessas decisões. A partir desses resultados, concluiu-se que o diálogo judicial entre essas cortes ainda se encontra em estágio inicial, ficando muitas vezes a depender da atuação pessoal de determinados magistrados, ainda que se tenha encontrado alguns resultados significativos qualitativamente, no sentido de mostrarem o diálogo como viável e como positivo como meio de efetivação de direitos humanos.

  • ISABELE BATISTA DE LEMOS
  • "COTAS RACIAIS NA UFPA: AS PERCEPÇÕES DE ALUNOS E ALUNAS COTISTAS SOBRE SUAS TRAJETÓRIAS ACADÊMICAS"

  • Data: 11/06/2015
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  • No campo de estudos sobre o funcionamento dos programas de ação afirmativa baseados no critério racial, a pesquisa faz um recorte espacial na região amazônica, precisamente na Universidade Federal do Pará (UFPA), para analisar as narrativas de alunos e alunas que entraram na universidade pelo sistema de cotas raciais e que já se formaram ou estão perto de se formarem. Através da metodologia baseada em histórias de vida, foram entrevistados treze acadêmicos dos cursos de Direito, Ciências Sociais, Engenharia da Computação e Medicina, a fim de que contassem experiências vividas enquanto alunos negros e cotistas da graduação. As conclusões deste estudo sugerem que, em relação à amostra dos treze estudantes entrevistados, o programa da UFPA tem sido eficaz em proporcionar a esses jovens o acesso e a permanência exitosa na academia, embora eles ainda enfrentem dificuldades financeiras, de acesso a bens culturais e o preconceito, tanto por serem cotistas, quanto por serem negros.

  • JOAO DANIEL MACEDO SA
  • "DIREITO DE PROPRIEDADE E JUSTIÇA DISTRIBUTIVA NO BRASIL: AMPLIAÇÃO DAS CAPACIDADES COMO FORMA DE COMBATER A POBREZA RURAL"

  • Data: 10/06/2015
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  • O presente trabalho discute as relações de direito de propriedade a partir da noção moderna de justiça distributiva e analisa em que medida a propriedade privada rural, constitucionalmente definida, favorece uma noção de justiça distributiva compatível com os fundamentos do Estado Democrático de Direito. O estudo se apoia no pensamento liberal igualitário de John Rawls para defender o papel da justiça na preservação da liberdade do indivíduo, sem deixar de considerar que o valor da dignidade implica igualdade de bens políticos, sociais e, em alguma medida, de bens econômicos, que deve ser garantida, principalmente pelo Estado. Argumenta-se que em uma sociedade justa, cada um deve receber igual parte dos benefícios que a sociedade proporciona e dos encargos que ela exige. Corroborando essa ideia, apoia-se também no pensamento de Amartya Sen para defender que o direito de propriedade é intrinsecamente importante, mas também instrumentalmente valioso, para possibilitar que os indivíduos alcancem o desenvolvimento. Na sequência, a tese defende que a noção liberal clássica de propriedade-liberdade, que gera o poder absoluto e exclusivo sobre a coisa, e a noção social de propriedade-dever, apoiada na função social, convergem para a noção de propriedade-capacidade, cujo foco está na promoção das liberdades reais de escolha dos indivíduos.

  • FERNANDO DA SILVA ALBUQUERQUE
  • ENTRE A CRISE DE INTERPRETAÇÃO E A CRÍTICA: a
    hermenêutica como condição de possibilidade para o controle da
    internação-(des)medida.

  • Data: 29/05/2015
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  • A dissertação discute o problema da discricionariedade na aplicação de medida socioeducativa
    de internação, prevista no artigo 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
    Objetiva compreender a chamada crise de interpretação do ECA apontada pela doutrina e
    apresentar em que condições ela se instaura no campo da aplicação de medida socioeducativa
    de internação. Aponta para a necessidade de controle da decisão judicial infracional, como
    forma de efetivação de direitos e garantias fundamentais de adolescentes e de superação da
    referida crise, no campo da justiça infracional. Para tanto, apresenta, no primeiro capítulo, o
    contexto de responsabilização de adolescentes, no Brasil, indicando a permanência da
    discricionariedade judicial na aplicação da referida medida, mesmo após a entrada em vigor
    do ECA e de seus critérios supostamente objetivos para a internação de adolescentes pela
    prática de ato infracional. No segundo capítulo, a partir de decisões do Superior Tribunal de
    Justiça (STJ), expõe algumas possibilidades de exercício discricionário na determinação e/ou
    manutenção da medida de internação. Indica, a partir da fundamentação, como essas decisões
    abrigam argumentos casuísticos, extranormativos e subjetivos para legitimar a aplicação da
    medida e se distanciam de um modelo constitucional e democrático de responsabilização.
    Diante do problema da discricionariedade, apresenta a hermenêutica, no último capítulo,
    como condição de possibilidade para o controle da decisão infracional. Sustenta como a
    interpretação levada a cabo pelo juiz não é um processo arbitrário de escolha de sentido e
    justifica como é possível pensar em um constrangimento democrático para a decisão judicial,
    sem que isso configure uma proibição de interpretar. Apresenta ainda a relação entre a
    hermenêutica e a dogmática jurídica, debatendo como uma compreensão hermeneuticamente
    situada do processo de interpretação no direito não inviabiliza outras perspectivas teóricas
    para o controle da decisão judicial.

  • ANA CELINA BENTES HAMOY
  • "A NOVA ARTE DE JULGAR: ANÁLISE DOS DISCURSOS DOS JULGADORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ NA APLICAÇÃO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO"

  • Data: 27/05/2015
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  • Este estudo analisa o discurso dos julgadores do Tribunal de Justiça do Estado
    do Pará, em relação à aplicação de medida socioeducativa de internação, com
    o objetivo de entender como a prática de governo pode ou não interferir nas
    ações da justiça. Como referencial, adota os estudos de Michael Foucault, em
    “O Nascimento da Biopolítica” (2008) e suas lições sobre o racismo de estado,
    bem como a partir dos estudos do mesmo autor no livro “Em Defesa da
    Sociedade” (2010), aliados às contribuições de Deleuze (2003), sobre o
    entendimento de que o verdadeiro direito não está na lei, mas na
    jurisprudência. Para a construção dos resultados, foi elaborado um modelo de
    análise, seguindo o método dialético. Como objeto da pesquisa, foram
    selecionadas setenta e três decisões judiciais de segunda instância, produzidas
    entre 2005 e 2014, que aplicam medida de privação de liberdade aos
    adolescentes acusados da prática de ato infracional. No presente estudo,
    investiga-se qual a finalidade da medida socioeducativa de internação e como
    os discursos oficiais, legitimadores do direito penal, fazem interface com a
    medida que promove o encarceramento dos adolescentes pobres. Neste
    contexto, buscou-se o suporte teórico da criminologia crítica, principalmente
    das reflexões de Alessandro Baratta, Loic Wacquant, Raúl Zaffaroni e Juarez
    Cirino dos Santos, o que ajudou a refletir o dispositivo penal que promove o
    encarceramento dos adolescentes, entendendo estes como classe perigosa.

  • OMAR CONDE ALEIXO MARTINS
  • Trabalho escravo urbano na construção civil – condições degradantes e a experiência do operariado vinculado ao Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e em frentes de obras em Belém do Pará.

  • Data: 20/05/2015
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  • Este trabalho situa-se no contexto de discussão jurídica acerca do trabalho análogo ao de escravo em sua ocorrência urbana, trazendo ao debate a questão do trabalho forçado na construção civil, especificamente mediante um dos modos de execução do delito, a saber, as condições degradantes de trabalho. Desta forma, o objetivo precípuo da pesquisa foi o de investigar em que medida a realidade social e jurídica de trabalho dos operários da construção civil em Belém/PA, a partir da própria percepção destes acerca de seus direitos sociais, configura-se como trabalho forçado urbano sob o enfoque das condições degradantes. Utilizou-se, para consecução do objetivo proposto, a pesquisa bibliográfica em livros, periódicos e revistas científicas, além de um estudo de caso concernente ao trabalho forçado na construção civil, reconhecido judicialmente, no município de Americana/SP; finalmente, fechando a estrutura metodológica, recorreu-se à pesquisa de campo mediante entrevistas por pautas e estruturadas, com membros de instituições de Estado voltadas ao combate ao trabalho escravo, e, principalmente, com operários da construção civil de frentes de obra em Belém/PA e na sede do Sindicato da categoria, no mesmo município. A obra está dividida em três capítulos e inicia-se com uma visita à compreensão sociológica em torno da cidade e seus reflexos nas relações de trabalho urbanas, sucedendo-se uma discussão em torno do trabalho escravo no Brasil e seus pilares teórico-normativos, tanto aqueles oriundos das normas internacionais, quanto os que derivam do art. 149 do Código Penal, dispositivo que define o delito de reduzir outrem ao trabalho análogo ao de escravo, encerrando-se com reflexões acerca da manifestação essencialmente urbana do delito em estudo. Num segundo momento, novamente transita-se pelo universo sociológico para captar alguns componentes capitalistas da indústria contemporânea, além das implicações advindas do perfil social do trabalhador escravo e do típico operário da construção civil; encerra-se o capítulo com uma análise em torno da conceituação jurídica das condições degradantes e com o estudo de caso que outrora anunciamos acerca do trabalho forçado na construção civil. Por fim, no terceiro capítulo, apresentamos as pesquisas de campo realizadas e as reflexões e conclusões extraídas da investigação, bem como uma discussão acerca das políticas de enfretamento ao trabalho escravo contemporâneo, sua eficácia e o que pode ser proposto a partir do estudo do delito em sua ocorrência urbana, mais precisamente, na construção civil. A pesquisa realizada constatou que, mesmo que as condições de trabalho dos operários entrevistados não caracterize submissão a condições degradantes, diversas peculiaridades do serviço na construção civil precisam ser consideradas na caracterização, ou não, do trabalho degradante, uma vez que podem representar aspectos peculiares de violações de direitos sociais e, a depender do caso, afronta ao trabalho decente e à dignidade da pessoa humana, fundamentos protegidos pela vedação a que se submeta um ser humano às condições degradantes de trabalho.

  • GRACE OSVALDINA PONTES DE SOUSA AMANAJÁS
  • "EQUALIZAÇÃO FISCAL: O FORTALECIMENTO DO PACTO FEDERATIVO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS"

  • Data: 12/05/2015
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  • A Equalização Fiscal é uma forma de transferência de receita entre os entes federativos cujo
    objetivo primordial é proporcionar aos destinatários a igualdade na oferta de serviços
    públicos. Esta forma de transferência é baseada em forte cooperação entre as pessoas políticas
    e na consecução do objetivo de redução das desigualdades regionais na capacidade de prover
    os serviços essenciais. A Constituição da República apresenta, dentre seus princípios
    fundamentais, a diminuição das desigualdades entre as regiões, contudo, as relações entre os
    entes federativos em nosso país ainda se pautam em critérios que não privilegiam o auxílio
    mútuo. A federação brasileira, que passou historicamente por processos de centralização e
    descentralização, na atualidade caminha em direção ao incremento da autonomia das pessoas
    políticas. Nesse objetivo, a Constituição da República vigente aumentou as atribuições
    conferidas aos entes. A fim de cumprir com suas obrigações constitucionalmente
    estabelecidas, e incrementar suas próprias economias, os estados-membros passaram è
    conceder incentivos fiscais em massa, acarretando a renúncia de receita e exacerbando a
    competição na arrecadação de impostos como o ICMS. Tal prática vai de encontro ao objetivo
    de desenvolvimento igualitário entre as regiões. Na análise das formas de transferências
    atualmente realizadas em nosso país, verifica-se o congelamento dos coeficientes e a
    utilização de critérios indicadores que não refletem a preocupação em equalizar a capacidade
    das regiões. Em federações mais desenvolvidas, a Equalização Fiscal foi adotada, ao lado de
    outras transferências redistributivas, como forma de proporcionar maior auxílio aos Estadosmembros
    de menor potencial arrecadatório, na medida de suas necessidades.

  • MARIAH TORRES ALEIXO
  • Indígenas e quilombolas icamiabas em situação de violência:
    rompendo fronteiras em busca de direitos

  • Data: 17/04/2015
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  • Este trabalho busca compreender as situações de violência que mulheres indígenas e quilombolas têm enfrentado em suas relações interpessoais e as estratégias de que lançam mão para suportar ou resistir. A dissertação tem como base empírica entrevistas e conversas informais com seis indígenas de quatro etnias diferentes do estado do Pará e cinco quilombolas provenientes de duas comunidades quilombolas, também do estado. Os aportes teóricos são estudos sobre direitos humanos e pluralismo jurídico no âmbito do direito, e feminismo, gênero e diversidade no campo da antropologia. As protagonistas enfrentam violências que envolvem inúmeras formas de diferenciação, tais como gênero, raça/cor, etnia, classe, religião. Suas estratégias de enfrentamento são inúmeras, fazendo mais ou menos uso do direito estatal (Lei Maria da Penha) na resolução dos conflitos.

  • EVERSON CARLOS NASCIMETO OLIVEIRA
  • "A POLÍTICA URBANA NA LEGISLAÇÃO FEDERAL FACE AO CONCEITO DE JUSTIÇA SOCIAL TERRITORIAL"

  • Data: 02/04/2015
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  • O presente trabalho realiza uma análise sobre a compatibilidade das diretrizes gerais da política urbana brasileira, expressas na lei 10.257/01 – Estatuto da Cidade, com a teoria de justiça social territorial de David Harvey, o que faz dele um trabalho essencialmente teórico. Os motivos que levaram a buscar verificar a compatibilidade da lei com a teoria de Harvey decorrem do fato de que o Estatuto dispõe em vários artigos que, entre seus objetivos, está à promoção da justiça social nas cidades. Para realizar seu mister, o trabalho se estrutura da seguinte maneira. Na seção 1 é feita a introdução. Nela são apresentados os objetivos da pesquisa, a metodologia utilizada e os principais autores discutidos, bem como a estrutura do texto. Na seção 2 é feita uma discussão sobre o espaço urbano, sua forma de produção e uso de seu solo. Na seção 3 é feita uma discussão sobre justiça social territorial e a política urbana nacional, especialmente, com foco nos princípios da função social da cidade e da função social da propriedade, além da análise de alguns instrumentos legais estabelecidos na lei 10.257/01 e que auxiliam na verificação da compatibilidade. Por fim, na seção 4 são feitas as considerações finais do trabalho.

  • DOUGLAS TARCISIO REIS DA SILVA
  • "DESAPARECIMENTO FORÇADO DE PESSOAS E A JURISPRUDÊNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS"

  • Data: 30/03/2015
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  • O presente estudo se volta para o tratamento dado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a prática de desaparecimento forçado de pessoas e a relação deste com o processo de abertura e consolidação da democracia na América Latina. Para se chegar em tal discussão, inicialmente aborda-se a configuração e funcionamento do Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos, com ênfase no seu órgão jurisdicional: a Corte Interamericana de Direitos Humanos, de modo a entender seu papel na proteção contra violações de Direitos Humanos nos Estados-parte da Convenção Americana de Direitos Humanos. Após isso, o estudo se volta ao fenômeno do desaparecimento forçado na América Latina, analisando seu papel dentro das ditaduras, os desafios enfrentados na fase de transição da democracia – como a garantia do direito à verdade e as leis de anistia -, e, finalmente, as questões atuais em torno da temática do desaparecimento na consolidação das democracias recentes. Após a análise desses dois aspectos, a dissertação debate a jurisprudência da Corte Interamericana sobre desaparecimento forçado de pessoas, revelando as diferentes formas de abordagem do tribunal em relação aos desafios identificados nas três fases: ditadura, transição para a democracia e consolidação das democracias recentes.

  • AMANDA BORGES DE OLIVEIRA
  • "

    INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS, PRODUTOS TRADICIONAIS E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL NA AMAZÔNIA:
    Um olhar sobre o projeto de Indicação Geográfica da farinha de Bragança

  • Data: 13/03/2015
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  • Investigar o potencial das Indicações Geográficas para a proteção de produtos da agrobiodiversidade, derivados de conhecimento tradicional, é o objetivo central deste trabalho acadêmico. Trata-se de uma análise de caso, a partir do projeto de Indicação Geográfica que está sendo desenvolvido para a farinha tradicionalmente produzida em Bragança, no estado do Pará. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e de campo. A pesquisa bibliográfica, através da leitura de produções científicas, destinou-se a compreender os principais conceitos abordados neste trabalho, tais quais a noção de agrobiodiversidade, indicações geográficas, produtos de conhecimento tradicional e desenvolvimento territorial, além disso foram analisados documentos fornecidos por alguns dos atores envolvidos no processo de construção do projeto de Indicação Geográfica. A pesquisa de campo visou à coleta de informações sobre como o projeto está sendo desenvolvido e em que estágio se encontra. A partir dos estudos e da análise das informações coletadas em campo, chegou-se à conclusão de que, para a concretização da proteção de produtos da agrobiodiversidade, obtidos a partir de conhecimento tradicional, faz-se necessário que o projeto de Indicação Geográfica e sua gestão posterior estejam pautados em uma ideia de desenvolvimento territorial, vislumbrando os diversos aspectos que circundam o produto, sendo, pois, o registro da Indicação Geográfica uma consequência da observação das necessidades de toda a cadeia produtiva da farinha e da realidade da região que se pretende determinar como delimitação geográfica.

  • ALEXANDRE PEREIRA BONNA
  • "INDENIZAÇÃO PUNITIVA E AÇÕES COLETIVAS: NA PREVENÇÃO AOS DANOS INDIVIDUAIS DE MASSA"

  • Data: 04/03/2015
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  • Propõe uma releitura do instituto dos punitive damages (indenização punitiva) a
    partir de sua interface situada entre as ações coletivas e os danos em massa.
    Examina se o manejo da indenização punitiva para fazer frente a esses danos deve
    ocorrer em sede de ações coletivas ou individuais, buscando responder
    satisfatoriamente qual das vias é a mais adequada (superior), por meio de análise
    baseada no método comparativo calcada em dois fatores: o direito à prova dos fatos
    relevantes para caracterizar os punitive damages e aferir o grau de censurabilidade
    da conduta e a teoria econômica dos punitive damages relativa ao desestímulo,
    tendo como base a teoria de Polinsky e Shavell. Realiza pesquisa que parte do
    pressuposto de que os punitive damages têm cabimento no ordenamento jurídico
    brasileiro com base na teoria do direito como integridade de Ronald Dworkin,
    contudo, procura os contornos dos punitive damages na experiência jurídica norteamericana
    como base teórica para a comparação realizada com os olhos voltados
    para o caso brasileiro. Realiza levantamento dos precedentes da Suprema Corte
    Americana e adota os fatos relevantes para indenização punitiva com base na
    interpretação desta Corte. Traça o perfil de aplicação dos punitive damages nos
    Estados Unidos e da indenização punitiva no Brasil, buscando identificar elementos
    débeis na prática jurídica pátria. Traz o requisito da superioridade da ação coletiva
    prevista da experiência norte-americana para o direito brasileiro a partir do interesse
    de agir e da efetividade do processo. Aprofunda o significado do teste de
    superioridade a partir do superiority test existente na experiência norte-americana
    com as class actions, o qual é utilizado na tarefa de determinar se os direitos em
    jogo estão aptos a serem tutelados coletivamente no contexto da class action for
    individual damages, ou seja, a superioridade é um requisito para o processamento
    de uma class action, devendo o magistrado avaliar se a ação de classe é superior a
    outros procedimentos disponíveis, em termos de justiça e eficácia da decisão.
    Examina a superioridade da tutela coletiva em relação ao direito à prova dos fatos
    relevantes para a incidência dos punitive damages e avaliação do grau de
    censurabilidade da conduta. Avalia a superioridade da tutela coletiva sob o papel de
    desestímulo situado nos fundamentos econômicos dos punitive damages. Adota a
    conceituação dos danos em massa alocada no âmbito do direito processual. Conclui
    que quando se está diante de danos individuais de massa, produzidos em larga
    escala, a maneira mais adequada de obter um nível adequado de dissuasão e
    repreender o comportamento do ofensor é fazendo uso da ação coletiva, do mesmo
    modo que as ações coletivas se revelaram como superiores em razão da
    legitimidade repousada no direito à prova dos fatos relevantes para caracterizar a
    incidência dos punitive damages e avaliar o grau de censurabilidade da conduta.

2014
Descrição
  • VALENA JACOB CHAVES
  • "A SUJEIÇÃO DO TRABALHADOR À CONDIÇÃO ANÁLOGA DE ESCRAVO NO PARÁ: Uma análise jurisprudencial do crime no Tribunal Regional Federal da 1ª Região".

  • Data: 16/12/2014
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  • Esta pesquisa tem como foco central investigar, a partir da jurisprudência, como o
    crime de redução a condição análoga à de escravo tem sido percebido, em termos
    de caracterização, no âmbito do Tribunal Regional Federal da 1ª Região,
    especialmente a partir do estabelecimento da competência federal pelo Supremo
    Tribunal Federal, e da alteração do artigo 149 do Código Penal pela Lei nº 10.803,
    de 11 de dezembro de 2003. Nesse sentido, identificamos os elementos do tipo e as
    circunstâncias de fato que caracterizam o ilícito em questão, e propusemos uma
    conceituação e caracterização única para o mesmo, visando permitir maior
    uniformidade de entendimento em todos os ramos da ciência jurídica, tanto na esfera
    doutrinária, quanto na jurisprudencial. A investigação utilizou como metodologia a
    pesquisa bibliográfica principalmente de livros, publicações jurídicas, periódicos e
    informativos para dar sustentação teórica ao estudo, bem como para a análise da
    jurisprudência produzida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Utilizou,
    ainda, a pesquisa de campo, com a finalidade de levantar a quantidade de ações
    penais ajuizadas no Judiciário Federal Paraense, pelo Ministério Público Federal e
    sistematiza-las em um banco de dados, contendo os principais andamentos
    processuais, decisões, sentenças e acórdãos proferidos, contabilizando até o
    término do ano de 2013, 326 (trezentos e vinte seis) processos criminais. Foi,
    também, realizada entrevista semiestruturada com dois membros da Procuradoria da
    República no Pará, que possibilitou averiguar como a instituição vem
    desempenhando sua missão constitucional de combate ao crime de redução a
    condição análoga à de escravo e quais os principais óbices encontrados no
    desempenho dessa missão no judiciário federal local e regional. O estudo partiu da
    tese de que a alteração do artigo 149 do Código Penal pela Lei nº 10.803/2003, ao
    indicar expressamente os modos de execução do crime em questão, a saber:
    trabalho forçado, condições degradantes, jornada exaustiva e restrição à locomoção
    por dívida contraída; passou a ter a dignidade da pessoa humana como o bem
    jurídico a ser tutelado por esta norma penal incriminadora, pois todos esses modos
    levam à “coisificação” da pessoa humana. Além disso, a restrição da liberdade deve
    ser considerada, porém sob uma leitura não tradicionalista, devendo ser observado o
    grau de domínio que o agente do crime, também tomador dos serviços, exerce em
    relação ao trabalhador. A pesquisa realizada constatou que, mesmo após a
    definição da competência federal para o julgamento do crime de redução à condição
    análoga de escravo e do Ministério Público Federal ter oferecido denúncias a
    respeito à Justiça Federal, ainda não há correspondência entre a concepção
    doutrinária a respeito do ilícito descrito no artigo 149 do Código Penal e as decisões
    do Poder Judiciário, considerando a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da
    1ª Região. Concluiu que o estereotipo da escravidão legalizada no Brasil, ainda tem
    influenciado a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região em só
    configurar o crime de redução a condição análoga à de escravo, se for constatada a
    total sujeição da vítima (moral e fisicamente) ao poder do sujeito ativo do crime, ao
    ponto deste suprimir integralmente o estado de liberdade daquele, fazendo com que
    a impunidade penal e a desproporção entre a pena aplicada e a gravidade do crime
    cometido sejam os atuais desafios na persecução criminal da escravidão
    contemporânea.

  • ANTONIO CARLOS PANTOJA FREIRE
  • OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS IDOSOS NO PROCESSO JUDICIAL: A prioridade processual e as prerrogativas da Fazenda Pública

  • Data: 21/11/2014
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  • Este trabalho aborda os direitos fundamentais dos idosos no processo judicial com
    destaque para a prioridade processual prevista no artigo 71 da Lei nº 10.741/2003. A
    partir disso, discorreu-se sobre o nascimento dos direitos dos idosos, o advento de
    medidas afirmativas, como a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso. Além
    disso, como recorte metodológico, realizou-se um trabalho de pesquisa de campo nas
    varas de fazenda pública, no arquivo central e no Tribunal de Justiça do Pará, tendo
    objetivo de identificar se as prerrogativas da Fazenda Pública inviabilizam a efetividade
    da prestação jurisdicional desses processos. Para tanto, examinou-se a atuação do Poder
    Judiciário e os problemas sistemáticos relativos à gestão e a burocracia. Nesse ponto, os
    relatórios estatísticos de órgãos como o Conselho Nacional de Justiça e do Ministério da
    Justiça foram indispensáveis. Em seguida, propôs-se soluções aos problemas como
    forma de contribuição social para o debate. Ao final, foi possível concluir que os
    direitos fundamentais desses grupos vulneráveis não gozam da devida concretização. A
    mudança desse cenário exige um conjunto de medidas importantes, tais como: a gestão
    processual desburocratizada, a flexibilização ou eliminação das prerrogativas da fazenda
    pública, o reforço de instituições públicas e privadas de defesa dos direitos dos idosos,
    dentre outras.

  • SHEILLA BORGES DOURADO
  • PROTEÇÃO DOS CONHECIMENTOS TRADICIONAIS NA PAN-AMAZÔNIA: o debate dos debates.

  • Data: 29/10/2014
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  • Esta tese analisa o conceito de proteção jurídica dos conhecimentos tradicionais na Pan-
    Amazônia, apresentando seus sentidos variáveis de acordo com os agentes que o invocam. A
    Convenção sobre Diversidade Biológica (1992) e as Convenções da Unesco que dispõem
    sobre Patrimônio Cultural (2003 e 2005) são usualmente utilizadas como referência nos
    discursos oficiais e acadêmicos da proteção jurídica. Adotando a noção de proteção dos
    conhecimentos tradicionais concebida pelos próprios titulares de direitos sobre os mesmos –
    os povos e comunidades tradicionais - se considera que essas Convenções apresentam limites
    à efetivação da proteção jurídica, que para eles está diretamente relacionada à garantia de
    direitos humanos desses sujeitos específicos. Dessa forma, a Convenção 169 da Organização
    Internacional do Trabalho sobre Povos Indígenas e Tribais, como um tratado internacional de
    direitos humanos com força imperativa (jus cogens) que reconhece a autonomia de povos e
    comunidades tradicionais e seus direitos à afirmação étnica, aos territoriais tradicionais e à
    participação paritária, é considerada a norma vigente com maior potencial protetivo dos
    direitos humanos desses sujeitos e de seus conhecimentos. A pesquisa foi feita com base em
    fontes documentais, especialmente normas jurídicas e documentos editados por movimentos
    sociais que representam povos e comunidades tradicionais na Pan-Amazônia, além da
    pesquisa de campo realizada no Peru, Brasil e Bolívia.

  • EMANUELE NASCIMENTO DE OLIVEIRA SACRAMENTO
  • "AS RELAÇÕES ENTRE ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS E ESTADO NA GOVERNAMENTALIDADE NEOLIBERAL: UMA ANÁLISE Á LUZ DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO A VÍTIMAS TESTEMUNHAS"

  • Data: 16/10/2014
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  • Este projeto foi elaborado para avaliação da banca examinadora da etapa de qualificação, a qual é requisito parcial para apresentação da dissertação para obtenção do grau de Mestre no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (PPGD-UFPA). A linha de pesquisa do PPGD à qual a pesquisadora é vinculada é Intervenção Penal, Segurança Pública e Direitos Humanos, sob a orientação do Dr. Jean-François Yves Deluchey, cuja área de pesquisa é Políticas Públicas e Segurança Pública. Para tanto, obedecendo às exigências do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação, bem como da Resolução nº. 1 de 27 abril de 2006, redigiu-se o presente trabalho. O objeto da pesquisa a ser desenvolvida é observar em que medida as relações entre Estado e sociedade civil organizada são demarcadas pela razão de Estado mínimo (típica do neoliberalismo) a partir da análise do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. Assim, a primeira parte deste trabalho intitulada Justificativa, Objetivo e Referencial Teórico, tem a finalidade de expor a importância dessa pesquisa e quais as expectativas em torno das contribuições possíveis tanto para o meio acadêmico, quanto para as entidades executoras e gestoras do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. Além disso, será apresentado o plano de análise utilizado para construção do argumento de pesquisa aqui apresentado, a partir do referencial teórico estudado na primeira etapa que resultou na elaboração deste projeto. A segunda parte, por sua vez, dedica-se a explicitar a metodologia que será utilizada e em quais hipóteses de trabalho a pesquisa será desenvolvida. Além da leitura do material bibliográfico necessário para o estudo do objeto, a metodologia envolverá realização de entrevistas a partir da formulação de questionários. Quanto à hipótese de trabalho, investigar-se-á, em síntese, a suposição de que a estrutura e o funcionamento do Programa de Proteção a Testemunhas, bem como as relações que são estabelecidas entre Estado e organizações não-governamentais na sua execução são frutos da utilização da lógica de mercado inserida na governamentalidade brasileira e que isso implica uma série de situações diferenciadas na gestão dessa política pública. O sumário da dissertação e a exposição do que será trabalhado em cada um dos capítulos constará no item nomeado Plano da Obra e Cronograma. Além de um resumo do que se pretende abordar em cada uma dos capítulos, será apresentado um cronograma para desenvolvimento da pesquisa, respeitado o prazo regimental de vinte e 5 quatro meses (a contar da data da primeira matrícula) para defesa da dissertação de mestrado. Quanto à Revisão bibliográfica, nessa oportunidade, serão apresentadas outras leituras importantes para a redação deste projeto de pesquisa – além daquelas apresentadas no item Justificativa, Objetivo e Referencial Teórico – as quais foram fundamentais para delinear os limites do trabalho a ser realizado e elaborar de maneira mais precisa a problemática de pesquisa. Por fim, serão apresentadas as referências bibliográficas utilizadas para redigir este texto, bem como o levantamento bibliográfico que elencará algumas das obras que, de antemão, entende-se que deverão ser lidas no curso da pesquisa.

  • LAÉRCIO DIAS FRANCO NETO
  • "AS MEDIDAS PREVENTIVAS DO SISTEMA INTERAMERICANO COMO MECANISMO DE GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS."

  • Data: 06/10/2014
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  • O trabalho versa sobrea questão das medidas preventivas no contexto do Sistema
    Interamericano de Direitos Humanos, especialmente aos casos que envolvem o
    Brasil. Antes de se estudar os mecanismos aludidos, estuda-se as bases do Direito
    Internacional e sua relação com a proteção internacional da pessoa humana com o
    consequente surgimento de uma matéria específica, o Direito Internacional dos
    Direitos Humanos. Estabelecido os fundamentos desse ramo do Direito e sua
    obrigatoriedade perante os Estados, adentra-se no arcabouço institucional que
    regula esse sistema no continente americano, demonstrando-se sua estrutura e
    funcionamento, além do tipo de litígio internacional. Posteriormente, os mecanismos
    de urgência em sisão abordados, apresentando sob uma perspectiva teórica as
    medidas cautelares emitidas pela Comissão Interamericana de Direitos e as
    medidas provisórias da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Revelado os
    fundamentos das medidas, o estudo se desenvolve em relação aos casos que
    envolveram o Estado brasileiro e a resposta do país frente as decisões do Sistema
    Interamericano. Todo o trabalho confluirá para a análise das medidas cautelares
    emitidas contra o Brasil no caso das Comunidades Indígenas da Bacia do Rio Xingu
    vs. Brasil, os desdobramentos da recusa brasileira em cumprir as recomendações da
    decisão. Por fim, o processo de reforma da Comissão Interamericana é estudado
    como um dos reflexos do caso das Comunidades Indígenas da Bacia do Rio Xingu
    vs. Brasil, analisando se o mesmo é uma tentativa de fortalecer ou enfraquecer o
    Sistema Interamericano e de que maneira o processo tem sido trabalhado.

  • PAULA FRASSINETTI COUTINHO DA SILVA MATTOS
  • RESPONSABILIDADE OBJETIVA PELO RISCO DA ATIVIDADE: REENGENHARIA DA IMPUTAÇÃO – UMA LEITURA PELA VIA DOS PRINCÍPIOS.

  • Data: 29/09/2014
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  • O presente trabalho analisa as atividades de risco no ambiente da sociedade plural do
    século XXI, considerando as contradições e demandas que foram capazes de romper com a
    clássica noção de que as respostas do Direito estavam na Lei. A análise é feita sob a abertura
    proporcionada por uma cláusula geral onde está inserta a referência às atividades de risco
    capazes de ensejar a responsabilidade civil objetiva. O objetivo desta tese é verificar o
    alcance que se pode, justificadamente, conferir à figura da responsabilidade civil, com ênfase
    às atividades de risco contempladas, no parágrafo único, do art. n. 927 do Código Civil
    Brasileiro, vistos à luz da responsabilidade civil contemporânea. O trabalho tem como
    preocupação proporcionar uma resposta que além de atender aos critérios acadêmicos possa 

    servir de fonte para uma aplicação concreta da responsabilidade civil. Importa-se ainda com
    os efeitos dos riscos cujo alcance estão fora das perspectivas de conhecimento do homem
    aliando-se à preocupação de Hans Jonas no que aquele autor fundamenta como “principio
    responsabilidade”. Adotou-se como estratégia metodológica a pesquisa bibliográfica. Conclui-
    se que não há um elenco fechado de atividades de risco que atraiam na sua integralidade a
    responsabilidade civil objetiva contida no parágrafo único, do art. 927 do Código Civil
    Brasileiro.

  • ANA CAROLINA PANTOJA ALVES
  • MINERAÇÃO EM TERRITÓRIOS OCUPADOS POR POPULAÇÕES TRADICIONAIS

  • Data: 17/09/2014
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  • Devido a sua importância, a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 176 determinou que a lavra de recursos minerais é realizada de acordo com o interesse nacional, permitindo o entendimento de que toda exploração mineral regularmente autorizada é de interesse social, e mais que isso, é atividade de utilidade pública. A despeito da grande importância da atividade minerária para o desenvolvimento do país, deve-se observar que a atual Constituição Federal consagra como direito fundamental o meio ambiente sadio e de qualidade, bem como, garante proteção dos direitos culturais dos diferentes grupos sociais que habitam o território brasileiro, impondo uma nova visão sobre as atividades econômicas e em especial sobre a exploração minerária. Assim é preciso buscar no ordenamento jurídico instrumentos que possibilitem a compatibilização entre esses direitos fundamentais de modo a reduzir os conflitos existentes entre a atividade minerária e as populações tradicionais e assim proporcionar a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social do país.

  • SANDY RODRIGUES FAIDHERB
  • " O DIREITO DE PARTICIPAÇÃO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL: Uma análise da execução do termo de referência da UHE de Marabá."

  • Data: 12/09/2014
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  • A pesquisa traz uma análise sobre como se dá o princípio/direito de participação ambiental
    diante de um caso de Licenciamento Ambiental, durante o intervalo compreendido entre a
    execução do Termo de Referência, isto é, durante a elaboração do que irá resultar como um
    Estudo de Impacto Ambiental. Para isso, busca como subsídios a compreensão do que seja um
    caminho rumo à garantia do direito de participação e à efetivação necessária do direito de
    informação. Desenvolve o contexto histórico em que o caso estudado está envolto,
    compreendendo o lugar das hidrelétricas no cenário amazônico. Além disso, traça o
    entendimento sobre o papel do Termo de Referência como um instituto de controle no
    decorrer do Licenciamento Ambiental. Ao fim, são expostos os resultados do caso estudado,
    em que se analisou por meio de pesquisa qualitativa o que vem ocorrendo na realidade de
    pessoas pertencentes a uma localidade chamada Vila Espírito Santo, município de Marabá,
    Pará. A conclusão elucida o que é recorrente e o que trazem os discursos coletados em forma
    de entrevistas individuais e, assim, demonstra não apenas o que é dito, mas também o que está
    nas entrelinhas das falas que se obteve como depoimentos, comparando a situação estudada
    com as tendências de ausência de participação em atos de singular importância para a tomada
    de decisão no campo do Direito Ambiental.

  • ELIANA MARIA DE SOUZA FRANCO TEIXEIRA
  • "A EFICÁCIA DO PROUNI COMO PROGRAMA DE INCLUÇAO SOCIAL"

  • Data: 22/08/2014
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  • Em 2004 o governo brasileiro criou um programa para democratizar o acesso à graduação em instituições de ensino privadas com e sem finalidade lucrativa e beneficientes. O programa institui bolsas integrais e parciais de 50% e 25% para brasileiros sem diploma de ensino superior que tenham concluido o ensino médio na rede pública e na rede privada, desde que bolsistas integrais.

  • GABRIEL MORAES DE OUTEIRO
  • DIREITO À MORADIA: Análise do Projeto Moradia Cidadã em Concórdia do Pará.
  • Data: 19/08/2014
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  • Esta dissertação trata do direito à moradia, diretriz norteadora para realização de políticas de regularização fundiária, utilizando, para tanto, a concepção de igualdade de capacidades e de funcionamentos de Amartya Sen, que dá embasamento teórico a justificar a força normativa do direito à moradia. A dissertação analisa o Projeto Moradia Cidadã em Concórdia do Pará e privilegia a abordagem que compreende a moradia digna como multidimensional, a revelar de forma crítica que os benefícios gerados pelo projeto de regularização fundiária são limitados.
  • FRANCILEI MARIA CONTENTE PINHEIRO
  • " O DIREITO FUNDAMENTAL AO TRABALHO E AS DIFICULDADES DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO ÂMBITO DAS EMPRESAS PRIVADAS".

  • Data: 19/08/2014
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  • Segundo dados do último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem hoje no Brasil 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, sendo que desse contingente apenas 2% está no mercado formal de trabalho. O ordenamento jurídico brasileiro assegura o direito ao trabalho a pessoa com deficiência, assegurando inclusive reserva de mercado nas empresas privadas através do artigo 93 da Lei n. 8213 de 1991, no entanto ainda existe uma realidade de exclusão, sendo objetivo no presente trabalho verificar quais os fatores que contribuem para que as pessoas com deficiência estejam fora do mercado de trabalho privado em Belém.

  • KARINE MOURA PINHEIRO
  • "O CONSUMIDOR COMO TITULAR DE DIREITOS HUMANOS: UMA PROPOSTA DE COMCRETIZAÇÃO DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS."

  • Data: 18/08/2014
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  •  

    O trabalho analisa a possibilidade de conhecimento do direito do consumidor como
    direito humano, bem como a sua institucionalização como direito fundamental pela
    Constituição Federal de 1988. Estuda os aspectos dos contratos de adesão, sua
    origem, características, natureza jurídica e utilização no mercado, em decorrência da
    massificação das relações contratuais, dada a dinamicidade da sociedade
    contemporânea. Observada a limitação da autonomia privada e o abuso do direito
    pelos fornecedores de produtos e serviços, com a constante inclusão de cláusulas
    abusivas nos contratos de adesão, analisa a inefetividade da norma do Código de
    Defesa do Consumidor que sanciona as cláusulas abusivas com nulidade de pleno
    direito. Estuda, ainda, a necessidade de um papel ativo dos operadores do direito,
    com ênfase no Poder Judiciário, nos órgãos da Administração Pública e no
    Ministério Público, para fins de controle preventivo e abstrato do uso das cláusulas
    abusivas nos contratos de adesão pelos fornecedores de produtos e serviços,
    pugnando pela efetividade da norma consumerista e da defesa do consumidor como
    direito fundamental.

  • MÁRCIO SILVA MAUES DE FARIA
  • "POLÍTICA DA MUDANÇA CLIMÁTICA E MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO NA AMAZÔNIA: ANALISE DO PROJETO VALE FLORESTAR"

  • Data: 04/08/2014
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  • PESQUISA SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO VALE FLORESTAR NO MUNICÍPIO DE DOM ELISEU, CUJA ATIVIDADE É O PLANTIO DE EU CALIPTO E REFLORESTAMENTO EM AREAS DEGRADADAS, AVALIANDO SEUS IMPACTOS ECOLÓGICOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS.

  • JOAO DANIEL DAIBES RESQUE
  • O CONCEITO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA PARA FINS DE RESERVA DE VAGAS AO MERCADO DE TRABALHO

  • Data: 09/06/2014
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  • Esta dissertação analisa o conceito de pessoa com deficiência disposto na
    legislação nacional e internacional, perquirindo quem são os integrantes desse
    grupo vulnerável que possuem o direito às vagas reservadas ao mercado de
    trabalho, previsto na Constituição Federal de 1988 e nas Leis nº 8.112/90 e
    8.213/91. Trata-se de uma pesquisa com enfoque na aplicação das ações
    afirmativas, especificamente o sistema de cotas, destinado à inclusão social das
    pessoas com deficiência. Verifica-se a existência de uma polêmica questão
    referente à relativa indeterminação de quem são os destinatários dessa medida.
    Assim, trazemos para o debate o conjunto normativo de leis, decretos e tratados
    internacionais que buscaram definir as pessoas com deficiência, entre os quais
    destacamos o Decreto nº 3.298/99 e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas
    com Deficiência da ONU. Mas também analisamos as principais referências
    teóricas relacionadas ao universo da deficiência, ocasião na qual exploramos a
    evolução dos direitos humanos e fundamentais desse grupo, passando pelos
    principais paradigmas e reivindicações dos movimentos sociais, conhecendo
    assim quais são os alicerces de tais direitos e de que forma exigem o tratamento
    igualitário. Procuramos esclarecer e desfazer o imbróglio conceitual que se
    estabeleceu no sistema jurídico brasileiro ao longo dos últimos 25 anos, por meio
    da difusão das informações acima citadas. Visamos com isso possibilitar que as
    ações afirmativas cumpram certos requisitos de validade, entre os quais o dever
    de justiça e eficiência na redistribuição dos recursos fundamentais. Destacamos
    que o dever de inclusão social, bem como o sucesso das ações afirmativas,
    estão subordinados ao maior conhecimento sobre os direitos desse grupo, tanto
    por parte dos operadores do direito como dos demais profissionais de outras
    áreas do saber, os quais devem trabalhar em conjunto para identificar quais fatos
    relevantes no contexto social tornam esse indivíduos vulnerabilizados e
    justificam a proteção estatal por meio do sistema de cotas.

  • RICARDO EVANDRO SANTOS MARTINS
  • "A CIÊNCIA DO DIREITO COMO UMA CIÊNCIA HUMANA: estudo sobre os fundamentos filosóficos e jurídicos do processo de autonomização epistemológica da Ciência do Direito de Hans Kelsen"

  • Data: 29/05/2014
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  • O trabalho explica os fundamentos filosóficos do processo de autonomização da Ciência do Direito de Hans Kelsen. Os estudos estão focados no debate acerca da fundamentação epistemológica das Ciências Humanas e em como isto influenciou a Teoria pura do Direito. Os objetivos do trabalho são: a) investigar como o debate oitocentista acerca da fundamentação epistemológica das Ciências Humanas influenciou a formulação da Ciência do Direito kelseniana; b) estudar quais são os pressupostos filosóficos e jurídicos de sua doutrina pura do Direito; c) saber quais teriam sido as contribuições do Mestre de Viena nesta busca pela fundamentação de uma Ciência Direito metodologicamente autônoma das Ciências Naturais. Deste modo, o primeiro Capítulo aborda o Positivismo Filosófico de August Comte e de John Stuart Mill. O segundo Capítulo introduz o movimento do Neokantismo desde Adolf Trendelenburg até o Neokantismo da Escola de Marburg. O terceiro Capítulo trata da Filosofia de Wilhelm Dilthey e de como ele tentou fazer uma “crítica da razão histórica” e fundamentar as Ciências Humanas pelo método compreensivo. Já o quarto Capítulo fala sobre o Neokantismo da Escola de Baden, especialmente o de Heinrich Rickert, momento em que são explicadas a Tese dos mundos e o Princípio da formação de conceitos. O quinto Capítulo trata da formação da tradição do Positivismo Jurídico do século XIX, especialmente a do mundo germânico. E, por fim, o sexto e último Capítulo trata da refutação de Kelsen às Teoria de Gerber, Laband e Jellinek, e também trata dos “dois limites metodológicos” de sua doutrina pura do Direito para que, ao final, possa-se responder que, sim, Kelsen fez da Ciência do Direito uma Ciência Humana, mas não do mesmo modo que Rickert ou os demais filósofos que debateram sobre o tema desde o século XIX fizeram. Kelsen defendia a ideia de uma Ciência do Direito Normativa e Autônoma que pressupõe o postulado do Relativismo axiológico.

  • SILVIA GABRIELE CORREA TAVARES
  • MONETIZAÇÃO DOS RISCOS NO MEIO AMBIENTE
    DO TRABALHO
    UMA LEITURA A PARTIR DO LIBERALISMO IGUALITÁRIO

  • Data: 05/05/2014
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  • Esta dissertação analisa a Monetização dos Riscos no Meio Ambiente do Trabalho,
    fenômeno que autoriza a compensação financeira para o trabalhador em razão de
    sua exposição a riscos existentes no local de trabalho. A pesquisa é feita sob a ótica
    do Liberalismo Igualitário de John Rawls e Ronald Dworkin em comparação com a
    Análise Econômica do Direito de Richard Posner. Eles nos possibilitam encontrar a
    argumentação adequada para justificar que nossos princípios de moralidade política
    proíbem que as liberdades fundamentais individuais garantidas aos cidadãos sejam
    violadas sob a justificativa de maiores vantagens sociais e econômicas. Ou seja, a
    prioridade deve ser dada à eliminação e à redução dos riscos existentes no meio
    ambiente do trabalho, e não apenas à compensação financeira ao trabalhador em
    razão de acidentes, doenças ou mortes, bem como adicionais de insalubridade e de
    periculosidade.

  • MARIA DE NAZARÉ MEDEIROS ROCHA
  • O TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO E O MEIO AMBIENTE DO TRABALHO:ANÁLISE QUALITATIVA DA JURISPRUDÊNCIA RELATIVA AO TRABALHO EM MINAS

  • Data: 05/05/2014
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  • Esta dissertação pretende analisar a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho em matéria ambiental do trabalho, em especial, quanto ao trabalho em minas, visando identificar os pontos de compatibilidade e/ou incompatibilidade com a concepção doutrinária de proteção à ambiência laboral. Para tanto, foram utilizados julgados selecionados pela Coordenadoria de Jurisprudência do TST, em decorrência da Resolução nº 96/2012 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que institucionalizou, no âmbito da Justiça do Trabalho, o Programa Trabalho Seguro. A divisão das decisões em grupo ficou a critério da própria Coordenadoria de Jurisprudência do TST, que selecionou julgados no período que compreendeu 2000 até o primeiro trimestre de 2013. Buscar-se-á, como critério de pesquisa, as bases do TST acerca do tema “Mineradoras”, para estudar: i) a terceirização de atividades de mineração; ii) a responsabilidade subsidiária da tomadora quando há prestação de serviços relacionados com a sua atividade-fim; iii) a aplicação da responsabilidade objetiva em caso de acidentes do trabalho por ser a mineração considerada uma atividade de risco; iv) a impossibilidade de norma coletiva reduzir o prazo estabelecido no art. 118 da Lei n. 8.213/1991; v) a supressão dos intervalos de descanso previstos no art. 298 da CLT; vi) o estabelecimento do pagamento do adicional de periculosidade de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco; vii) a impossibilidade de prorrogação ou de compensação da jornada de trabalho, sem autorização da autoridade competente em matéria de higiene e de segurança do trabalho; e, por fim, viii) a não aplicação do disposto no art. 58, § 1º, da CLT ou da Súmula 366/TST em relação ao tempo despendido pelo empregado para deslocar-se da boca da mina até o local de trabalho e vice-versa, onde-se procurou identificar os argumentos mais comuns, presentes nesses julgados, referente à proteção do meio ambiente laboral.

  • QUESIA PEREIRA CABRAL
  • PODER PUNITIVO MIDIÁTICO:REFLEXOS DA GOVERNAMENTALIDADE NEOLIBERAL NA SOCIEDADE
    ESPETACULARIZADA DA INDÚSTRIA PENAL

  • Data: 30/04/2014
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  • O modelo de governamentalidade neoliberal, unido aos pressupostos advindos do conceito de
    indústria cultural e sociedade do espetáculo, parece ter transformado ideologicamente a mídia
    em uma agência do sistema penal. As agências de comunicação social, por sua vez,
    entrelaçadas à lógica de mercado, passam a fomentar um discurso repressivo de violência
    criminal, promovendo a metamorfose da informação em notícia-mercadoria e disseminando a
    cultura de agigantamento do sistema penal. Diante disso, a notícia sobre o crime também
    ganha o status de mercadoria a ser vendida pela indústria do entretenimento. Para que sua
    vendagem alcance níveis satisfatórios, faz-se mister explorá-la de maneira imagética e
    espetacularizada. A mídia, como o conjunto de meios de comunicação produzidos em massa e
    para a massa, deixa de ter a simples função comunicativa, passando a manipular os aparatos
    de punição e a exercer o próprio poder punitivo que, por essência, é estatal. Nesse contexto, a
    televisão se destaca como o instrumento de comunicação mais presente nos lares brasileiros.
    Essa presença fomenta a perspectiva de criminalização da própria pobreza e difunde a prática
    de uma violência ilegítima. Diante desse quadro, as agências midiáticas exercem o poder
    repressivo através da eleição de inimigos a serem combatidos. Tais inimigos caminham os
    passos da demonização do criminoso e são tratados como monstros centauros em uma díade
    paradoxal: indignos do convívio humano e necessários ao seu divertimento. O caso
    “cinegrafista da TV Bandeirantes” evidencia alguns aspectos dessa realidade. A análise do
    problema apresentado foi efetivada, sobretudo, com fundamento nos aportes teóricos de
    Michael Foucault, Adorno e Horkheimer, Guy Debord e Zaffaroni.

  • HIROHITO DIEGO ATHAYDE ARAKAWA
  • "DEMOCRACIA, PODER MAJORITÁRIO E CONTRAMAJORITÁRIO: O Debate
    Teórico sobre a Revisão Judicial"

  • Data: 23/04/2014
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  • Democracia no mundo moderno significa legitimidade para a coerção estatal sobre indivíduos. O advento dos direitos fundamentais e da supremacia judicial colocou freios ao impulso da maioria. Críticas a supremacia judicial alegam que garantir ao judiciário se sobrepor a vontade popular é negar ao povo sua auto-determinação, e conseqüentemente, negar a democracia. Esta pesquisa tem como contexto a PEC 33 que remete ao debate teórico entre revisão judicial e legitimidade política em uma democracia. Este trabalho terá por objetivo analisar as teorias majoritária, deliberativa e constitucional de democracia de modo a justificar qual o papel da revisão judicial na última palavra sobre a proteção de direitos fundamentais. O presente estudo defende que a legitimidade política antes de advir da vontade pública de autodeterminação, perpassa pela melhor defesa dos direitos fundamentais e dignidade humana dos indivíduos e, conseqüentemente, quando a revisão judicial protege direitos sobre a vontade coletiva ao invés de afrontar a democracia, está por mostrar o melhor conceito do que uma democracia deva ser.

  • TIAGO NASSER SEFER
  • GUERRA FISCAL: VALIDADE JURÍDICA DA GLOSA DE CRÉDITOS DE ICMS

  • Data: 11/04/2014
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  • MARIA STELA CAMPOS DA SILVA
  • A Renúncia de Receita Onerosa como Política Extrafiscal  Afirmativa do Acesso à Saúde

  • Data: 21/03/2014
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  • A pesquisa envolve a área jurídica financeira, tributária e administrativa, sobretudo no que concerne às políticas públicas de saúde. Tomando por base a teoria de filosofia política de Amartya Sen sobre saúde, a partir do enfoque de que ao Estado não cumpre apenas ofertar os serviços à sociedade, mas deve zelar para que a maior quantidade possível de pessoas tenha acesso a serviços dessa natureza que de fato estejam de acordo com as necessidades de cada qual; a pesquisa, após enunciar as formas como o Estado pode renunciar receita tributária para, por meio de uma política extrafiscal atrair o segundo (empresas) e o terceiro (sociedades sem fins lucrativos) setores da sociedade, identifica as formas jurídicas que o Brasil vem utilizando desde as últimas reformas administrativas para atrair o setor privado a realizar parcerias de várias espécies para, subsidiariamente com ele, ofertar mais saúde à população. Nesse espeque a tese levanta algumas medidas de controle externo e interno que são exercidas pelos órgãos que realizam essas atividades no Brasil, como o Ministério Público, a Sociedade Civil, os Tribunais de Contas e Controladorias para identificar quais os principais problemas legais que essas parcerias entre Estado e segundo, ou terceiro setor enfrentam na prestação dos serviços de saúde. Por fim, após uma análise comparativa com estruturas de renúncia de receita na área de saúde em outros países, a partir de pesquisas já desenvolvidas no Brasil sobre determinadas espécies de renúncia de receita para a saúde, como estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e das Agências Reguladoras da área, a Agência Nacional de Saúde (ANS) e a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), correlacionando-as aos relatórios de análises de contas do governo federal dos últimos anos pelo Tribunal de Contas de União, busca-se demonstrar a quantificação das renúncias de receita em geral em relação às direcionadas à saúde, para ao final, sugerir-se a implementação no país de técnicas de renúncia de receita que importem em uma obrigatória contraprestação direta do contribuinte beneficiado, aferível pelo Ente Público. Assim, por meio de isenções onerosas tenta-se demonstrar a possibilidade de se contornar melhor os problemas jurídicos das renúncias de receitas gratuitas em prol do aumento da distribuição de serviços de saúde de uma forma mais qualitativa.

  • LULY RODRIGUES DA CUNHA FISCHER
  • ORDENAMENTO TERRITORIAL E PLANEJAMENTO MUNICIPAL: ESTUDO DE CASO DAS LIMITACÕES SUPRALOCAIS À APLICAÇÃO DO ART. 30, VIII DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 PELO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS, PARÁ
  • Data: 19/03/2014
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  • Objetiva verificar se as normas do sistema jurídico brasileiro com reflexo territorial podem ser aplicadas de forma hierarquizada, integrada e coordenada pelos Municípios localizados na Amazônia legal no seu planejamento. O escopo dessa análise é limitado ao território do Município de Parauapebas, Estado do Pará. O município estudado fornece uma síntese dos problemas jurídicos existentes em matéria de ordenamento territorial municipal na Amazônia Legal.. Utiliza o método empírico, baseada na técnica de estudo de caso. O resultado da pesquisa é dividido em quatro partes. Na primeira é feita uma retrospectiva dos projetos de exploração da Amazônia do período colonial até a atualidade, demonstrando as mudanças operadas na legislação que subsidiaram a atuação estatal. Na segunda é analisada a repartição de competências em matéria constitucional sobre ordenamento territorial, urbanismo, atividades agrárias, mineração e meio ambiente para fins de identificação do quadro normativo ao qual se submete o planejamento territorial municipal. As disposições infraconstitucionais que influenciam no planejamento municipal no plano federal e estadual e os instrumentos supralocais de planejamento e gestão do território também são analisados. Na terceira parte é analisado se o planejamento municipal de Parauapebas atende às determinações supralocais identificadas. Na última parte são analisadas as normas europeias e francesas sobre o ordenamento territorial da Guiana para verificar como as particularidades da região amazônica são adereçadas, mas sem a pretensão de fazer uma análise comparativa entre os ordenamentos jurídicos. Conclui-se que o ordenamento jurídico brasileiro possui apenas instrumentos de planejamento regionalizado e políticas setoriais de impacto territorial, com alguns conteúdos diferenciados para a Amazônia Legal, mas não há ainda instrumentos com base territorial para coordenar essas políticas em nível nacional e regional. Os Municípios são os únicos que devem elaborar um planejamento compreensivo de base territorial. Sua autonomia para planejar é conformada por normas supralocais. O planejamento e o exercício do poder de polícia municipal estendem-se por todo o território municipal, mas seus efeitos são diferenciados de acordo com tipo de bem tutelado
2013
Descrição
  • JORGE LUIS RIBEIRO DOS SANTOS
  • Vale versus Xikrín: Direitos olvidados

  • Data: 17/12/2013
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  • Na tese se discute, a partir do conflito jurídico entre o povo indígena Xikrín do Cateté e a mineradora Vale, as possibilidade de respeito e acolhimento do sistema jurídico indígena e dos direitos indígenas perante o sistema jurídico estatal brasileiro. Critica-se a produção e aplicação de direito indigenista, vasado pelo etnocentrismo nos tribunais brasileiros e o silenciamento dos demais saberes jurídicos que não se pautam pelo modelo constituído no Ocidente. Debate-se as possibilidades de inserção jurídica dos direitos indígenas, desde sua “localidade”, no âmbito do Judiciário, considerando-se as recriações constitucionais. Buscou-se problematizar os ângulos de interpretação possível das categorias: Direito Indigenista, Direito Indígena e Direito Indígena Tradicional. O Direito Indígena Tradicional é tomado como produção jurídica própria a cada povo indígena e é identificado à luz de marcos normativos dos Direitos Humanos, dos Direitos Internacionais dos povos indígenas, do Pluralismo, da Interjurisdicidade e do Direito Comparado, tentando fundamentar a validade e aplicabilidade dos Direitos Indígenas Tradicionais em relação simétrica ao Direito não indígena nos tribunais, considerando que se faz necessário “espancar” o colonialismo que se abate sobre os povos indígenas. Conclui-se, consoante os marcos do pluralismo societário consagrado na Constituição de 1988, nas Convenções internacionais e nas atuais tendências críticas ao monismo jurídico estatal, que a rotina do judiciário olvida: (1) os sistemas jurídicos indígenas; (2) a participação de outros intérpretes na aplicação do direito; e (3) as demais interlegalidades constituintes de sociedade, como a brasileira, que se quer plural.

  • CLÍVIA RENATA LOUREIRO CROELHAS
  • " O CONVENCIMENTO JUDICIAL E A VALORAÇÃO PROBATÓRIA"
  • Data: 03/12/2013
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  • A PRESENTE DISSERTAÇÃO OBJETIVA COMO JUÍZES CAMINHAM NO QUE DIZ RESPEITO À VALORAÇÃO DAS PROVAS NO PROCESSO CIVIL, JUSTAMENTE NO QUE CONCERNE AO CONVENCIMENTO JUDICIAL, E COMO ESSE CONVENCIMENTO É EXPOSTO NA MOTIVAÇÃO DESSAS DECISÕES.
  • PAULO JUACI DE ALMEIDA BRITO
  • PROTEÇÃO AOS DIREITO HUMANOS E INCLUSÃO SOCIAL DO GRUPO VULNERÁVEL REPRESENTADO POR PESSOAS SUBMETIDAS À MEDIDA DE SEGURANÇA, POR IMPOSIÇÃO DA LEI PENAL BRASILEIRA.
  • Data: 25/11/2013
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  • Parte-se do pressuposto de que o tratamento da pessoa com transtorno mental, prelecionado no ordenamento jurídico brasileiro, prevalece sobre a segregação resultante da imposição de medida de segurança em razão da prática de fato tipificado na lei como crime. A inclusão social é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil e a dignidade humana, a cidadania e a pluralidade política são alguns dos princípios fundamentais informadores do Estado Democrático de Direito. Para um tratamento socialmente inclusivo da pessoa com transtorno mental, ele precisa propiciar-lhe condições de convívio social e de exercício do seu direito de cidadania, em igualdade de condições com todo cidadão livre e capaz, pelo que qualquer conduta do Estado que dificulte ou impeça o seu tratamento e reduza seus direitos fundamentais ofende sua dignidade, logo está em conflito com o ordenamento jurídico do país. A partir da Lei n° 10.216/2001, o Estado não mais pode impor medida de segurança detentiva, por tempo indeterminado, sob pena de incorrer em grave dano à dignidade da pessoa humana, uma vez que, se a medida visa o tratamento da pessoa com transtorno mental, esse apenas admite a sua internação pelo tempo necessário para estabilizar seus processos mentais, com vistas a propiciar-lhe o convívio social. Com isso, instaura-se no país a tendência à extinção dos manicômios judiciários. O convívio social e o exercício da cidadania são parte necessária do tratamento dessa pessoa, pelo que o melhor procedimento aplicado a pessoas com transtorno mental que tenham praticado fatos tipificados na lei penal é aquele realizado nos Estados de Minas Gerais e Goiás, onde se desenvolvem programas singularizados de atenção integral, que permitem que uma equipe multidisciplinar, fundamentada no modelo bioético da intervenção, faça a intermediação entre o paciente e: a) o poder judiciário; b) uma rede de atenção psicossocial, substitutiva dos manicômios; c) clínicas e hospitais que realizem a internação e o tratamento; e d) à sociedade em geral e a família em especial. A eficiência desses programas fez a reincidência cair para 6% em Goiás e menos de 3% em Minas Gerais. Nos demais Estados varia entre 60 e 85%. Essa é a medida de segurança socialmente inclusiva. Ao final, a pesquisa propõe algumas medidas práticas de inclusão social, que podem ser executadas por meio da medida de segurança socialmente inclusiva.
  • MICHELLE BARBOSA DE BRITO
  • DELAÇÃO PREMIADA E DECISÃO PENAL: DE UM MODELO EFICIENTISTA A UM MODELO DE INTEGRIDADE
  • Data: 22/11/2013
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  • O presente trabalho estuda a delação premiada no direito brasileiro, com foco na decisão penal que aborda o instituto. O exame mais aprofundado dos elementos que contribuíram para a introdução e a expansão da delação premiada no ordenamento jurídico vigente revela que se trata de um mecanismo legal que, não obstante seu caráter inquisitorial, tem sido utilizado para atender a uma das diretrizes impostas pelo ambiente neoliberal instalado nas sociedades contemporâneas: a busca da eficiência em todas as formas de atuação do Estado, inclusive na prestação jurisdicional. Exaltam-se as “boas” consequências do instituto, seus benefícios para o combate à criminalidade, bem como os baixos custos para a investigação e a produção probatória, o que demonstra uma concepção pragmática do direito, na qual considerações sobre direitos fundamentais não ocupam qualquer posição privilegiada.
  • MARIA DO SOCORRO ALMEIDA FLORES
  • "ÁREAS PROTEGIDAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL: A SITUAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ORIXIMINÁ, ESTADO DO PARÁ."

  • Data: 06/11/2013
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  • A criação de ambientes restritos a intervenções advindas da expansão das atividades humanas foi o modelo aplicado por países industrializados para preservar os ecossistemas remanescentes do seu processo de desenvolvimento. O Brasil adotou este modelo restritivo por meio da criação de áreas protegidas, entre outros instrumentos. Esta tese analisa a instituição de áreas protegidas como um instrumento da política ambiental na Amazônia brasileira ao utilizar como unidades de observação empíricas as áreas protegidas na região da Calha Norte no Estado do Pará, que corresponde a uma região com baixo impacto antrópico e, por ser uma área localizada na região de endemismo da guiana, de alta concentração de biodiversidade , que compreende respectivamente a base física, os recursos da natureza e as manifestações culturais, religiosas e modos de vida dos povos indígenas, das comunidades remanescentes de quilombos e das populações tradicionais na Região. O objetivo fundamental desta tese é mostrar que a tutela jurídica da biodiversidade e da sociobiodiversidade está intrinsecamente relacionada com o conceito de biorresponsabilidade, o qual é decorrente de um conjunto de fatores jurídicos, políticos, administrativos e econômicos que estabelecem relações entre si para garantir a sustentabilidade do ambiente não somente como um bem jurídico passivo, mas como um dinâmico processo de atribuição de direitos, contribuindo com elementos para a construção de um novo significado para a proteção da biodiversidade, de modo a incluiir a sociobiodiversidade em especial, considerando as áreas protegidas como um dos instrumentos para essa conceituação.

  • THAIANA BITTI DE OLIVEIRA ALMEIDA
  • AÇÕES AFIRMATIVAS E O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: A CONSTITUCIONALIDADE DA POLÍTICA DE COTAS PARA NEGROS EM UNIVERSIDADES BRASILEIRAS.

  • Data: 01/11/2013
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  • O objeto do trabalho é a demonstração da possibilidade de se implementar cotas para negros em universidades brasileiras visando o alcance da igualdade material por intermédio das ações afirmativas, como forma de minimizar as consequências dos preconceitos que foram historicamente cultivados e ainda se fazem presentes em nossa sociedade sob a forma de discriminação. Para concretização do objetivo ora proposto, procedeu-se a análise dos princípios da igualdade e da não-discriminação, vinculados ao princípio da dignidade da pessoa humana segundo a formulação de Ingo Sarlet. Após, são estudadas as teorias da justiça de John Rawls e Ronald Dworkin, denominadas justiça como equidade e igualdade de recursos, respectivamente, bem como a sua relação com os programas afirmativos. Prosseguindo, fez-se um estudo das ações afirmativas e da política de cotas voltada às universidades no Brasil, traçando-se as características da população acadêmica do país e ressaltando-se a importância de garantir igualitariamente o acesso ao bem da educação superior. São analisados, ainda, os critérios de justiça, compatibilidade e eficácia identificados por Brito Filho, que justificam a implementação de cotas e estão presentes em obras do filósofo Ronald Dworkin, aplicando-se cada um deles à realidade brasileira. Por fim, demonstrou-se a constitucionalidade das políticas de cotas no Brasil sob a ótica pluralista a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o tema.

  • RONALD CORECHA BASTOS
  • A PLURIFUNCIONALIDADE DA SEGURANÇA ALIMENTAR NO MEIO AMBIENTE COMO DEVER DE SOLIDARIEDADE AGROAMBIENTAL.
  • Data: 14/10/2013
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  • O presente trabalho trata da análise teórica da plurifuncionalidade da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no meio ambiente, que se sustenta como um dever de solidariedade agroambiental. O trabalho foi dividido em três partes, cada uma com dois capítulos, que foram desenvolvidos inicialmente com o estabelecimento do contexto em que se encontram os assuntos abordados, e finalizados com observações acerca das principais ideias estudadas, até a elaboração de considerações finais, que demonstram os resultados alcançados pelo trabalho. Utiliza-se a metodologia teórica e o raciocínio indutivo-crítico, pois se parte do estudo de um fenômeno individualizado, a SAN, para se prejetarem hipóteses que considerem seus efeitos e interações com o meio ambiente natural, para ao final buscar generalizar as soluções encontradas, notadamente a solidariedade em sua dimensão de dever jurídico. Procura-se sustentar a argumentação com obras de referência bibliográficas e outras produções científicas de entidades nacionais e estrangeiras. Discute-se introdutoriamente alguns motivos que levaram à realização da tese, quais sejam os graves problemas que envolvem a alimentação humana na contemporaneidade, destaca sua aproximação com os direitos humanos, especialmente com o princípio da solidariedade e suas características de transdisciplinaridade metodológica, que gera necessariamente efeitos em vários outros campos do conhecimento. São revisados criticamente conceitos firmados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), especialmente os referentes ao direito à alimentação, direito a estar alimentado, soberania alimentar, Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), desnutrição, subnutrição e má nutrição. Considera-se a SAN em sua dimensão plurifuncional porque implica necessariamente em repercussões éticas e jurídicas no âmbito dos direitos humanos, a partir da ideia teórica da solidariedade, que é estudada desde a sua formação antiga, quando associada à virtude, até à modernidade e a aproximação com a política e o direito, entendida no presente como princípio que sustenta o dever jurídico ligado à gestão racional de bens ambientais voltados à alimentação, delimitados em especial no direito agroambiental, percebendo-se a solidariedade então como fundamento de direitos, valor superior qualificada pela fraternidade, e ao mesmo tempo prevista em documentos internacionais de direitos humanos e em diversas constituições. Os interesses difusos são necessariamente examinados, pois a SAN é um interesse geral da sociedade humana, e implica na preservação dos bens ambientais alimentares, considerados indivisíveis na visão solidária, que deve ser integrada aos valores liberdade e igualdade, tornando-os princípios com interpretação mais humana, limitando seu exercício absoluto e ainda justificando-os. A ideia de solidariedade faz com que seja possível chegar aos direitos partindo do dever agroambiental e, diante das várias correntes teóricas que tratam do dever jurídico, considera-se que seja autônomo em relação ao direito subjetivo, mas traduzindo deveres ligados a finalidades sociais, de interesse público, que se manifestam em ambiente democrático, podendo o dever agroambiental ser considerado fenômeno com raízes de ética pública, com elevados valores ambientais, decisivos em sua dimensão jurídica de obrigações e responsabilidades, de todos em relação a todos, inclusive com normas objetivas nacionais e internacionais de proteção de bens agroambientais. Sustenta-se que nesse sentido a ética pública ligada à ética ambiental pode ser decisiva na observância ao direito, para além do convencimento meramente externo, mas enquanto manifestação também interna, ética, que carrega de sentido o dever jurídico solidário ligado à plurifuncionalidade da SAN. Também são elaboradas críticas à tradicional argumentação acerca dos direitos das gerações futuras, pela imprecisão e incerteza científica que os cinge, afastando-os da possibilidade de figurarem como objeto do direito, para assentar que os direitos de que se falam são precisamente traduzidos como deveres das gerações presentes, sendo estes deveres o vínculo jurídico entre gerações sucessivas. Nesse sentido, a solidariedade intergeracional passa a ter um liame jurídico contínuo, estudado através da teoria dos direitos fundamentais, o que lhe confere como característica a fluidez entre as gerações, e que por isso exige o aproveitamento racional dos recursos ambientais naturais, amparado nos princípios da precaução e informação, na ética da responsabilidade dirigida a todas as gerações, que demanda a incorporação de longo tempo nas ações humanas, que possibilite a ampla educação ambiental, e o desenvolvimento do pensamento altruísta, transtemporal, que considere problemas ambientais transfonteiriços e os bens ambientais naturais finitos, sendo indispensável conscientização da geração presente e de sua classe política para a afirmação da solidariedade. Estuda-se ainda que o dever de gestão racional dos bens ambientais naturais alimentares é dever de solidariedade, pois se considera que cada indivíduo usa uma parcela imaterial e indivisa desse bem coletivo, que pode ser público ou privado, mas que se sujeita à solidariedade. Nesse contexto só prevalece o direito de propriedade, em relação aos seus atributos tradicionais, se o objetivo comum de preservação dos bens ambientais alimentares não fornecer uma justificativa suficiente para impor readequação da atividade, abstenção de conduta, ou mesmo medidas sancionadoras decorrentes de responsabilização objetiva. Finalmente, enquanto contribuição científica, o trabalho apresenta um ensaio para a construção das características do dever de solidariedade agroambiental, quais sejam, o seu objeto e os sujeitos, a sua estrutura, que abrange a natureza das obrigações dele decorrente, e o regime principiológico. A conclusão geral apresentada é que o dever de solidariedade agroambiental, demonstrado sua ocorrência pela plurifuncionalidade da SAN, corresponde à ideia de justiça e moralidade política, fenômeno no qual é percebida intensa conexão entre o direito e a ética ambiental, compreensão relevante para resolução de conflitos que envolvam alimentação humana e a utilização de bens ambientais naturais.
  • EDIMAR ANTONIO FERNANDES
  • "Luta por direitos: Estudos Sobre a Associação indígena Tembé de Santa Maria do Pará"
  • Data: 07/10/2013
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  • As dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas no Brasil para fazer valer os direitos conquistados via Constituição Federal de 1988 se constituem em esforço de grande envergadura, especialmente para as associações indígenas, que são importante instrumento de luta na defesa e promoção dos direitos étnicos, formadas a semelhança das organizações não indígenas procuram desenvolver projetos que compreendam a afirmação de identidades étnicas das comunidades e representam os indígenas em negociações internas e externas, contribuindo para a construção da autonomia e autodeterminação dos povos indígenas. A Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA), congrega os Tembé, conhecidos como “de Santa Maria” (Nordeste do estado do Pará) povo que luta pelo reconhecimento identitário e pela demarcação de terras, visto que desde o século XIX, foram escorraçados de suas terras e obrigados a fazer deslocamentos não desejados, até se estabelecerem no, hoje, município de Santa Maria. Estuda-se a atuação da referida Associação, a partir da relevância dos “projetos” sociais e étnicos que permitem o fortalecimento da identidade dos Tembé. Analisam-se as estratégias elaboradas, via “projetos”, desenvolvidos pela Associação para a defesa dos direitos indígenas e promoção de diálogo com o Estado brasileiro e a sociedade não indígena que teimam em não aceitá-los, especialmente, porque são “desconhecidos” na literatura etnológica que trabalha a partir dos Tembé localizados no Alto Rio Guamá. O trabalho desenvolve-se a partir das narrativas indígenas e do acompanhamento da movimentação social.
  • MOISÉS DE OLIVEIRA WANGHON
  • A CONCRETIZAÇÃO DO DIREITO FUNDAMENTAL DA PERSONALIDADE: ANÁLISE QUALITATIVA DE PRECEDENTES DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO SOBRE RESPONSABILIDADE OBJETIVA
  • Data: 02/07/2013
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  • A Constituição Federal no Estado Democrático de Direito permeia atividade interpretativa que alie coerência e adequação às decisões judiciais por intermédio da concretização dos direitos fundamentais, como mecanismo de legitimidade dos atos judiciais. Destaca-se a teoria da integridade de Ronald Dworkin como ferramenta hermenêutica de compreensão do sistema jurídico em compasso com pressupostos morais trazidos pelos princípios por meio da metáfora do juiz Hércules na busca da resposta. Nessa dinâmica, o princípio da dignidade da pessoa humana é vetor interpretativo que representa a essência constitucional e irradia para todo o sistema jurídico, inclusive para as relações privadas. Logo, os direitos da personalidade como dimensões da dignidade da pessoa humana são aplicáveis às relações trabalhistas. É a responsabilidade civil como solidariedade social instrumento de concretização da dignidade da pessoa humana e dos direitos da personalidade por uso do sistema subjetivo e objetivo de responsabilização. Assim, as decisões do Tribunal Superior do Trabalho são analisadas qualitativamente, a fim de situar como os direitos da personalidade e a dignidade da pessoa humana são efetivados pela responsabilidade civil.
  • ADALBERTO FERNANDES SA JUNIOR
  • LEI MUWAJI DOS DISCURSOS DO ENFRENTAMENTO AOS DIÁLOGOS DO RECONHECIMENTO
  • Data: 28/06/2013
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  • Esta dissertação tem por objetivo analisar a constitucionalidade do Projeto de Lei nº 1.057/2007, mais conhecido como Lei Muwaji, o qual dispõe sobre a criminalização e o combate às práticas tradicionais dos povos indígenas que, de acordo com o seu texto, são “nocivas” aos direitos humanos das crianças. Chegamos à conclusão de que o referido projeto é inconstitucional, por desrespeitar o direito à autodeterminação daqueles povos. Primeiramente, fere o princípio da igualdade, o direito à não-discriminação e a convenção do mútuo reconhecimento. Trata as minorias indígenas de maneira discriminatória. Em segundo lugar, não são respeitados o princípio da equidade, o direito ao autogoverno e a convenção do consentimento. Os povos indígenas não participaram devidamente dos processos de deliberação política. Por fim, não são levados em consideração o princípio da integridade, o direito à integridade cultural e a convenção da continuidade. As perspectivas ameríndias sobre a infância não são respeitadas. Como método, utilizamos a teoria do direito como integridade de Ronald Dworkin.
  • DIEGO FONSECA MASCARENHAS
  • " PARA ALÉM DO LIBERALISMO: UMA INTERPRETAÇÃO CO CONCEITO DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO DO STF A PARTIR DE HANNAH ARENDT"
  • Data: 27/06/2013
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  • Esta dissertação pretende analisar criticamente o julgado da ADPF 130, a luz do pensamento político de Hannah Arendt, em razão de conduzir o debate do significado da imprensa idônea para a promoção da liberdade de expressão quando torna efetivo o princípio da publicidade na esfera pública. O pensamento da autora contribui para avaliar criticamente a racionalidade do Poder judiciário brasileiro na decisão da ADPF 130 pelo fato deste conceber de modo questionável a imprensa ter o papel democrático de ser formadora de opinião pública e de compreender que qualquer lei para regulamentar a atividade midiática implica automaticamente em cair no risco da censura prévia. No capítulo I, o trabalho sumariza as argumentações propostas na ADPF para indicar que a maioria dos votos dos ministros se situa a partir das concepções gerais do liberalismo e as suas consequências para atuação da imprensa na democracia brasileira. Em seguida, na primeira parte do capítulo II serão apresentadas as principais características do pensamento político de Arendt contempladas nas obras A condição humana e Origens do totalitarismo, em uma perspectiva de situá-las na tradição política do pensamento político ocidental, expondo, de forma geral, os contornos de seu sistema político, como: distinção entre domínio público e domínio privado, vita activa e doxa e função da lei. Assim, passa-se a analisar, em momento posterior no capítulo II as manifestações do pensamento arendtiano em torno da liberdade de expressão e a repercussão do seu significado na imprensa idônea. O capítulo III posiciona o pensamento arendtiano na tradição política do mundo ocidental. Nele, Arendt aponta quando a liberdade política que se manifesta entre o eu-posso e eu-quero se dissocia, o qual ocasiona obstáculos para a aparição da doxa no agir em concerto entre os homens. Assim, equivocadamente a política passa a ser vista apenas como um velho truísmo de assegurar a liberdade. Compreendemos que, neste contexto, a imprensa é concebida pela maioria dos votos dos ministros com o papel de ser formadora de opinião pública pelo fato de considerarem implicitamente que vivemos numa democracia onde os homens não participam efetivamente na vida pública.
  • LUCIANA MONTEIRO SILVA
  • " A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE PELA ATUAÇÃO DO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS "
  • Data: 26/06/2013
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  • A presente dissertação de mestrado tem como pano de fundo a relação entre a proteção ambiental e os Direitos Humanos e objetiva compreender como ocorre a proteção ambiental dentro da atuação do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, a partir da jurisprudência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Desse modo, foram selecionadas e analisadas medidas cautelares emanadas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e sentenças proferidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos abrangendo questões sobre indígenas, afrodescendentes, defensores ambientais, bem como direitos econômicos sociais e culturais. Nesse âmbito, o direito ao meio ambiente sadio é afirmado como um Direito Humano, que precisa ser desenvolvido, por outro lado uma crescente atenção é voltada para os vínculos do meio ambiente com os Direitos Humanos. Para mais, o presente estudo aborda a questão dos conflitos ambientais, justiça ambiental, a integração entre a proteção dos Direitos Humanos e a proteção ambiental, bem como expõe o funcionamento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, com foco na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, Comissão Interamericana de Direitos Humanos e Corte Interamericana de Direitos Humanos. Dessa maneira, este estudo considera que a interpretação evolutiva e criativa dos direitos previstos na Convenção Americana sobre Direitos Humanos protege o meio ambiente, atribui uma dimensão ambiental ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos, reconhece o direito ao meio ambiente sadio e possibilita a Justiça Ambiental.
  • JOSÉ ANIJAR FRAGOSO REI
  • BENEFICIOS FISCAIS DE ICMS PARA A EFETIVAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
  • Data: 27/05/2013
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  • A presente dissertação relaciona benefícios fiscais de ICMS e direitos fundamentais. Será analisado se os referidos benefícios que desonerem mercadorias e serviços essenciais para a efetivação de direitos fundamentais devem prevalecer, mesmo que não exista convênio prévio firmado pelos estados e Distrito Federal, conforme exige o art. 155, §2º, XII, “g” da Constituição Federal e a Lei Complementar Federal 24/75. A análise está centrada na importância dos direitos fundamentais no direito brasileiro, como princípios jurídicos, pelo que, apresentam carga normativa elevada e devem orientar a interpretação de dispositivos e normas. Portanto, a tributação se justifica como fonte de financiamento de serviços e políticas públicas promotoras de direitos fundamentais. Além disso, os benefícios fiscais de ICMS devem ser concedidos com as cautelas previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, sem prejuízo do combate ao uso desses instrumentos para atrair empreendimentos econômicos, que não tragam a devida contrapartida de direitos à população. No entanto, caso a atividade beneficiada proporcione efetivamente a realização de direitos fundamentais, haverá conformidade com os princípios jurídicos vigentes. No tocante ao ICMS, conclui-se que, mesmo o benefício fiscal não tendo sido precedido de convênio do CONFAZ, como exige a Constituição e a LC 24/75, deve ser considerado constitucional, sempre que efetive diretamente direitos fundamentais do cidadão. Como o ônus financeiro do referido imposto recai, de fato, sobre o consumidor final, fica autorizada a não incidência do ICMS sobre mercadorias e serviços tidos como imprescindíveis para a fruição de direitos como saúde, educação e alimentação.
  • JONISMAR ALVES BARBOSA
  • O AGRONEGÓCIO DA SOJA E O DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À PROPRIEDADE DOS POVOS TRADICIONAIS EM SANTARÉM - PARÁ.
  • Data: 10/05/2013
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  • O presente trabalho discorre sobre a dinâmica criada pela cadeia produtiva de soja em Santarém – cidade localizada na região oeste do estado do Pará - e seus reflexos na vida dos povos tradicionais, que habitam essa parte da Amazônia. Também aborda as novas fronteiras da soja no Brasil, o modo de produção da soja brasileira, bem como sua comercialização. Para isso, traz à cena o conceito de ―povos tradicionais da Amazônia‖, além de destacar a geopolítica da soja e o processo de sustentabilidade implementado em sua produção, destacando ainda o ZEE da BR 163 e a estrutura fundiária existente no município. Destaca que a soja é uma das co-responsáveis pelos índices de desmatamento e degradação ambiental naquele ente federativo, dá ênfase ao discurso de incentivo à produção, as políticas públicas para a região santarena e o aumento das fronteiras agrícolas. Demonstra que aumentaram a grilagem e a especulação de terra em virtude da monocultura da soja, ao escoamento da oleaginosa pelo porto da Cargill, bem como que a soja é responsável pela violação do direito fundamental de acesso à terra das comunidades tradicionais em Santarém. Descreve o processo de ocupação e expropriação das terras, a alteração dos modos de criar, fazer e viver dos povos tradicionais; os frutos do plantio de soja em Santarém, fazendo uso analogicamente dos ensinamentos de Amartya Sen e Boaventura de Sousa Santos.
  • ALEPH HASSAN COSTA AMIN
  • ÁGUA: DIREITO FUNDAMENTAL

  • Data: 30/04/2013
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  • A poluição e o uso desordenado dos recursos hídricos, aos poucos, estão tornando a água
    imprópria para o consumo humano. Além disto, tanto o crescimento demográfico quanto o
    econômico multiplicam os usos das águas e fazem crescer sua demanda, diante de uma oferta
    inelástica. A junção destes fatores leva a inferir que este recurso não pode mais ser entendido
    como um bem infinito, pois a confrontação de sua disponibilidade com suas demandas tende a
    acarretar sua escassez. Neste contexto, percebe-se que a água, na condição de recurso natural,
    faz-se necessária tanto para o desenvolvimento social quanto para o econômico. Por esta
    razão, este trabalho tem como objetivo abordar o valor social e econômico da água,
    mostrando como estes valores se manifestam num cenário de escassez. A abordagem é feita
    com base nos direitos fundamentais, equacionando o acesso à água neste rol de direitos.

  • JOSE EDVALDO PEREIRA SALES
  • " O PRINCIPIO ( INSTITUIDOR) DA INTERVENÇÃO MÍNIMA: A PROTEÇÃO DO BEM JURÍDICO E A DESCRIMINALIZAÇÃO NO DIREITO ELEITORAL"
  • Data: 18/04/2013
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  • No presente trabalho, questiona-se a necessidade da intervenção do direito penal no direito eleitoral para proteger os bens jurídicos. Constata-se que, no caso do Brasil, essa intervenção penal no direito eleitoral é significativa e ocorre por intermédio de diversas leis, das quais a principal é o Código Eleitoral (CE) em vigor. O ponto de partida desta pesquisa é a teoria do bem jurídico-penal, com destaque para a sua função crítica. É feita uma aproximação dessa teoria crítica do bem jurídico-penal com o Estado Democrático de Direito e a formulação teórica de Ronald Dworkin e Lenio Streck a respeito dos princípios do direito, com ênfase no princípio (instituidor) da intervenção mínima, no âmbito do direito penal, e seus componentes de garantia, entre os quais a proteção exclusiva de bens jurídicos, a fragmentariedade e a subsidiariedade. A partir daí, é estabelecida a relação entre a proteção não penal de bens jurídicos (relevan tes) no direito eleitoral e a (des)criminalização no direito eleitoral, contrapondo-se as teses do expansionismo e do minimalismo penal. A questão fundamental da pesquisa é relacionar esses conceitos para indagar sobre a (des)necessidade dos tipos penais eleitorais e buscar, para o modelo brasileiro, uma proposta não penal de proteção de bens jurídicos no âmbito eleitoral.
  • ANDRE LUIS BITAR DE LIMA GARCIA
  • PRECEDENTES NO DIREITO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A UTILIZAÇÃO DO DISTINGUISHING NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

  • Data: 10/04/2013
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  • " O TRABALHO DISCUTE OS PRECEDENTES JUDICIAIS NA REALIDADE BRASILEIRA, VISANDO CONTRIBUIR PARA A MELHOR COMPREENSÃO DA TÉCNICA DA DISTINÇÃO, ATRAVÉS DA ANÁLISE DE CASOS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O SISTEMA BRASILEIRO NECESSITA DA PRESENÇA DAS CLAUSULAS PROCESSUAIS ABERTAS E DO CONTEUDO DO PRINCIPIO DA IGUALDADE.

  • WANIA SILVA GRANGEIRO
  • "O AVANÇO DA ATIVIDADE AGRIPECUÁRIA E O DESAFIO PARA A SUSTENTABILIDADE NO MUNÍCIPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU- PARÁ."

  • Data: 03/04/2013
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  • A pesquisa denominada “O avanço da atividade agropecuária e o desafio
    para a sustentabilidade em São Félix do Xingu” surge diante do destaque que o
    município tem obtido no cenário nacional nos últimos anos, sendo considerado, a
    partir da década de 1990, como a mais nova fronteira agropecuária amazônica.
    Em 2009, seu nome estava ligado ao programa do governo federal,
    denominado “Arco Verde Terra Legal”, por integrar o antigo “arco do desmatamento”
    em uma lista de 43 municípios do Ministério do Meio Ambiente que apresentam o
    maior índice de degradação ambiental na Amazônia.
    Sua dinâmica de ocupação envolve relatos contínuos de violação a
    direitos humanos e agroambientais, conflitos de terra, o acelerado crescimento de
    áreas desflorestadas para transformação em pastagens e uma área cadastrada
    maior que a própria superfície do município.
    Nosso objetivo central é identificar que processos levaram a área em
    análise à atual situação de degradação ambiental e “desorganização” fundiária; de
    que maneira a atividade agropecuária surgiu e se consolidou na região; e como
    podem ser refreados seus efeitos, amenizando os prejuízos causados ao homem e
    meio ambiente amazônicos.
    O ponto de partida de nossa análise é um resgate histórico de como se
    desenvolveram os diferentes processos de ocupação do território e das dinâmicas
    socioambientais, com destaque para os impactos verificados na APA Triunfo do
    Xingu.
    Em seguida, analisaremos e confrontaremos dados de diferentes
    períodos, obtidos juntos ao Cartório de Registro de Imóveis de São Félix do Xingu e
    Altamira, Instituto de Terras do Pará, Instituto Nacional de Colonização e Reforma
    Agrária, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Ministério Público Federal, Receita
    Federal e Agência de Defesa Agropecuária do Pará.
    Dentre os resultados encontrados, veremos que o desmatamento ocorrido
    na APA dentro de São Félix do Xingu atingiu, em 2012, o percentual de 27,82%,
    segundo o PRODES. Enquanto que o desmatamento ocorrido dentro da APA no
    município de Altamira corresponde a 20,52% dessa unidade de conservação, até
    aquele ano.

  • DAFNE FERNANDEZ DE BASTOS
  • CASTANHAL UBÁ - Violação de Direitos Humanos na Amazônia Paraense.
  • Data: 12/03/2013
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  • O trabalho analisa o caso conhecido como “chacina da fazenda Ubá”, ocorrido em 1985, em São João do Araguaia, município do sudeste do Estado do Pará, na Amazônia brasileira. Vai além da análise estritamente jurídica do caso, esmiuçando o escorço jurídico e sociológico que se estabelece anteriormente ao massacre, durante o litígio jurídico no plano interno e internacional perante o sistema interamericano de direitos humanos, e em momento posterior ao pleito judicial, o da implantação das medidas reparatórias. Demonstra, em todos esses momentos, a atitude do Estado face à violação de direitos amazônicos. Discorre amplamente sobre os dados fáticos do caso, de forma a situar o leitor na situação que servirá de base para as discussões da obra. Analisa ainda as origens do caso, demonstrando a existência de uma oligarquia forte na região de São João do Araguaia, que atuava de certa forma alicerçada na certeza de contar com a conivência do poder estatal, o que levou a um processo de concentração de terras em alguns segmentos sociais e a demanda por terras daqueles que não dispunham de meios para tanto. Quando da análise pormenorizada dos direitos violados, evidencia que houve violação de direitos não apenas no fato de ter havido um massacre, em si, mas também durante o próprio desenrolar judicial do processo de persecução criminal, que foi tumultuado e tão somente por isso já representou uma nova violação de direitos humanos. Dando seguimento ao acompanhamento do caso, mostra o pleito perante o sistema interamericano de direitos humanos e a postura não tão diligente do Estado brasileiro no sentido de cooperar inicialmente, restando inerte por alguns anos, mas manifestando-se de forma proativa em fins de 2010. A fase internacional do caso culminou no reconhecimento da responsabilidade pela negativa da proteção de direitos humanos por parte do Estado brasileiro, com a assinatura de uma solução amistosa. Aborda-se, por fim, o último momento do caso Ubá, o da implementação das medidas acordadas na solução amistosa, demonstrando a evolução da atitude do Estado em relação às violações de direitos humanos decorrentes de conflitos agrários. Palavras-
  • KARINE DE AQUINO CÂMARA
  • PARÂMETROS DE APLICAÇÃO DA BOA - FÉ OBJETIVA NO SISTEMA PROCESSUAL CIVIL BRASILEIRO
  • Data: 07/02/2013
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar a aplicação da boa-fé objetiva no âmbito do direito processual civil brasileiro. Para tanto, demonstrará, precipuamente, que a observância da boa-fé na sua feição objetiva não se restringe ao diploma material civil, especialmente por constituir a boa-fé objetiva um valor ético com fundamento na Lei Fundamental, espraiando-se, por conseguinte, por todo o sistema jurídico brasileiro, inclusive nas relações jurídicas processuais. Ademais, verificar-se-á que a boa-fé objetiva encontra-se expressa no Código de Processo Civil brasileiro, que prevê deveres de lealdade e cooperação entre todos os sujeitos do processo, o que, entretanto, não é suficiente para a sua efetivação no processo, sendo necessária a aplicação de medidas preventivas e repressivas para a sua observância. Nesse diapasão, mostra-se importantíssima a atuação judicial na condução do processo, a fim de adaptá-lo às peculiaridades do caso concreto, de acordo com a moral social, vislumbrando, sobretudo, uma decisão justa. Desse modo, o contexto em que se desenvolve a boa-fé é o do Neoprocessualismo, no qual o processo é visto como um instrumento de concretização da boa-fé, da moralidade, da honestidade e da lealdade, representando uma simbiose entre os valores éticos e os preceitos legais, na busca da concretização do direito material.
2012
Descrição
  • ELCIO ALAUDIO SILVA DE MORAES
  • Educação jurídica positivista e as diretrizes do ensino jurídico: currículo e prática pedagógica no curso de direito da Ufpa no horizonte das competências e habilidades
  • Data: 13/12/2012
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  • O presente trabalho discute a educação jurídica contemporânea tomando por base a influência do legado teórico e metodológico do positivismo jurídico sobre a organização do currículo dos cursos de direito do Brasil. Analisa especificamente o projeto político-pedagógico do curso de direito da Ufpa e o currículo dele decorrente, que está adstrito aos pressupostos teóricos do dogmatismo, nitidamente observado pela escolha de disciplinas que seguem o roteiro do direito legislado e pela pedagogia unilateral desenvolvida em classe, baseada predominantemente em aulas expositivas. A pesquisa privilegia a análise crítica das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Jurídico, que optou por competências e habilidades críticas, reflexivas e humanistas, no contraponto com o projeto político-pedagógico do curso da Ufpa, organizado no sentido mais tradicional como grade curricular, onde persistem as práticas pedagógicas dogmáticas, o ensino como transmissão de conhecimento, como verbalização de conteúdos formais que prioriza regras e procedimentos e que sonega as aprendizagens para a emancipação.
  • CAROLINA SEQUEIRA ZURITA GAMA MALCHER
  • RENÚNCIA DE RECEITA TRIBUTÁRIA: O CASO DO ESTADO DO PARÁ.
  • Data: 25/09/2012
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar o instituto da renúncia de receita tributária. A prática de conceder benefícios fiscais que importem em renúncia de receita é consagrada internacionalmente para auxiliar o desenvolvimento de segmentos econômicos estratégicos, regiões desfavorecidas e grupos de contribuintes, mas não deve ocorrer de forma indiscriminada, pois pode afetar o equilíbrio das contas públicas. É nesse pressuposto que se baseia a doutrina do tax expenditure ou, como chamamos no Brasil, gasto tributário, que equipara, para fins exclusivamente orçamentários, as perdas de arrecadação decorrentes de renúncias aos gastos governamentais. No âmbito nacional, a preocupação com a quantificação e controle sobre os gastos tributários encontra assento na Constituição Federal de 1988, que determina em seu art. 165, § 6º, que o projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito das receitas renunciadas. A temática da renúncia de receita ganhou maior notoriedade com o advento da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal; adota o conceito internacionalmente consagrado de renúncia de receita como gasto tributário e impõe diretrizes rigorosas para a concessão de benefícios tributários que acarretem renúncia de receita; e incorpora aos instrumentos de planejamento orçamentário os efeitos financeiros das renúncias de receita. Além dos requisitos constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal e da observância do disposto no art. 165 da Constituição Federal, a concessão de exonerações tributárias deve sempre se coadunar com a promoção do bem-estar social, ou seja, para a concessão ou ampliação de incentivos tributários que importem em renúncia de receita é necessário que haja um interesse público justificador do ato, que confira legitimidade à renúncia. Além da abordagem teórica do instituto em questão, a presente pesquisa destina-se a verificar, no caso concreto, a utilização que o Estado do Pará faz desse instituto.
  • CAROLINA SEQUEIRA ZURITA GAMA MALCHER
  • RENÚNCIA DE RECEITA TRIBUTÁRIA:O CASO DO ESTADO DO PARÁ
  • Data: 25/09/2012
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar o instituto da renúncia de receita tributária. A prática de conceder benefícios fiscais que importem em renúncia de receita é consagrada internacionalmente para auxiliar o desenvolvimento de segmentos econômicos estratégicos, regiões desfavorecidas e grupos de contribuintes, mas não deve ocorrer de forma indiscriminada, pois pode afetar o equilíbrio das contas públicas. É nesse pressuposto que se baseia a doutrina do tax expenditure ou, como chamamos no Brasil, gasto tributário, que equipara, para fins exclusivamente orçamentários, as perdas de arrecadação decorrentes de renúncias aos gastos governamentais. No âmbito nacional, a preocupação com a quantificação e controle sobre os gastos tributários encontra assento na Constituição Federal de 1988, que determina em seu art. 165, § 6º, que o projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito das receitas renunciadas. A temática da renúncia de receita ganhou maior notoriedade com o advento da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal; adota o conceito internacionalmente consagrado de renúncia de receita como gasto tributário e impõe diretrizes rigorosas para a concessão de benefícios tributários que acarretem renúncia de receita; e incorpora aos instrumentos de planejamento orçamentário os efeitos financeiros das renúncias de receita. Além dos requisitos constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal e da observância do disposto no art. 165 da Constituição Federal, a concessão de exonerações tributárias deve sempre se coadunar com a promoção do bem-estar social, ou seja, para a concessão ou ampliação de incentivos tributários que importem em renúncia de receita é necessário que haja um interesse público justificador do ato, que confira legitimidade à renúncia. Além da abordagem teórica do instituto em questão, a presente pesquisa destina-se a verificar, no caso concreto, a utilização que o Estado do Pará faz desse instituto.
  • SILVIA SILVA VARGAS MARCAL
  • POSSIBILIDADE JURÍDICA DE ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS
  • Data: 17/09/2012
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  • A presente pesquisa busca examinar detalhadamente a situação jurídica dos homoafetivos quanto ao reconhecimento do direito decorrente de suas interações sociais com seus companheiros. Propondo como objetivo principal a abordagem da viabilidade da adoção por casais homoafetivos como expressão do respeito aos direitos e garantias fundamentais do homem e do cidadão e como forma inequívoca de desenvolvimento e inclusão social. Isto porque, não apenas reconhece de forma prática às relações homoafetivas o caráter de entidade familiar – salvaguardado pelo princípio da isonomia, como já entendeu o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão na ADI n.º 4277-DF, julgada em 05 de Maio de 2011, que reconheceu na qualidade de uniões estáveis as uniões entre pessoas do mesmo sexo, desde que preenchidos os requisitos legais – como, de igual modo, contempla e assegura os direitos da criança e do adolescente a um ambiente familiar seguro e sadio, capaz de lhes proporcionar um adequado desenvolvimento físico, psíquico e moral.
  • VANESSA ARAUJO DINIZ ALCANTARA
  • DIREITO À INTIMIDADE DO EMPREGADO E O PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR: abrangência e limites.
  • Data: 07/08/2012
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  • ADELVAN OLIVERIO SILVA
  • A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA COMO DEVER FUNDAMENTAL E SUA INCIDÊNCIA NAS RELAÇÕES PRIVADAS.

  • Data: 05/07/2012
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  • O trabalho analisa fundamentos sociológicos e filosóficos da responsabilidade civil objetiva, especificamente da responsabilidade “pelo risco”. Parte do pressuposto de que o modo que a maior parte da doutrina civilista que analisa o instituto mitiga as potencialidades do mesmo ser compreendido como um elemento de organização das sociedades funcionalmente diferenciadas, caracterizadas pelo excesso de complexidade e pela radical contingência que permeiam a comunicação realizada entre os sistemas sociais, entre os seres humanos e das relações entre estes e aqueles. Conclui que o risco é uma característica insuperável de tais sociedades, e, analisando as consequências do mesmo para a formação do sujeito capaz de comprometer-se com uma vida política, propõe, baseado principalmente nos estudos filosóficos de Paul Ricoeur e na dogmática constitucional de Robert Alexy, que a responsabilidade civil objetiva seja elevada ao nível jurídico e moral de dever fundamental do sujeito de direito, precipuamente no bojo das relações travadas entre os particulares.

  • GABRIELA DE CASSIA MOREIRA ABREU
  • PARÂMETROS PARA JUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SOCILA À SAÚDE: o caso do estado do Pará.

  • Data: 22/06/2012
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  • A partir do debate da chamada judicialização da saúde e seus impactos orçamentários e de planejamento das políticas públicas da área, a pesquisa trabalha com a hipótese de que o poder Judiciário deve buscar maior racionalização na tarefa de decidir este tipo de demanda, com a proposição de parâmetros/critérios racionais para tanto; buscando-se restabelecer o equilíbrio entre a faceta individual e coletiva do direito à saúde. Para tanto, uma abordagem constitucional e do direito sanitário é apresentada, sob o paradigma da medicina baseada em evidências. A jurisprudência do Suprermo Tribunal Federal sobre o direito social à saúde é exposta e sistematizada, enfatizando-se a Audiência Pública ocorrida em 2009 neste Tribunal. Procurando compreender de que forma e se este debate mais recente encontrou ecos na realidade regional e local, foi realizada pesquisa a acórdãos do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, julgados entre 2008 e 2011, comparando-se com a jurisprudência do Egrégio Tribunal e visando, igualmente, conhecer as características de tais demandas a partir dos seguintes critérios: espécie de autor, representação em juízo, doença de que padecem, objeto da demanda, espécie de ação interposta, perfil dos recorrentes e resultado da demanda, bem como os principais argumentos apresentados pelos atores presentes na dinâmica – autores, réus e magistrados. A partir da pesquisa empreendida, propõem-se parâmetros específicos para a justiciabilidade do direito objeto de estudo, a partir do referencial teórico do direito como integridade de Ronald Dworkin, restabelecendo-se a integração entre direito subjetivo público e direito coletivo, como complementares à natureza do direito à saúde.vel

  • BEATRIZ FERREIRA DOS REIS
  • A JURISDIÇÃO CONTEMPORÂNEA E A APLICABILIDADE DO DO DIREITO À SAÚDE NO SISTEMA JURÍDICO PROCESSUAL BRASILEIRO

  • Data: 14/06/2012
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    O presente trabalho tem por objetivo analisar a problemática aplicabilidade dos direito à saúde pelo Poder Judiciário, em sede de Jurisdição Constitucional afetou os conceitos tradicionais de jurisdição e Processo.
    Para tanto fixa como pressupostos i) a vigência de um novo modelo de processo, o neoprocessualismo, informado pela postura metodológica do formalismo-valorativo; ii) a ideia de que a Constituição tem força normativa, e iii) a constitucionalização do Processo.
    Dilucida os pontos mais controvertidos ligados à técnica processual no que se refere ao caso do direito à saúde, e situa a querela em torno dos limites e possibilidades e uma tutela processual individual e das vantagens da substituição das ações individuais por uma tutela prioritariamente transindividual do direito à saúde.

    O presente trabalho tem por objetivo analisar a problemática aplicabilidade dos direito à saúde pelo Poder Judiciário, em sede de Jurisdição Constitucional afetou os conceitos tradicionais de jurisdição e Processo.Para tanto fixa como pressupostos i) a vigência de um novo modelo de processo, o neoprocessualismo, informado pela postura metodológica do formalismo-valorativo; ii) a ideia de que a Constituição tem força normativa, e iii) a constitucionalização do Processo.Dilucida os pontos mais controvertidos ligados à técnica processual no que se refere ao caso do direito à saúde, e situa a querela em torno dos limites e possibilidades e uma tutela processual individual e das vantagens da substituição das ações individuais por uma tutela prioritariamente transindividual do direito à saúde.

     

  • LUZIANA BARATA DANTAS
  • ANÁLISE CRÍTICA DA PRISÃO PREVENTIVA À LUZ DO PARADIGMA DA PÓS-MODERNIDADE EM BAUMAN
  • Data: 31/05/2012
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  • A prisão preventiva é analisada no presente trabalho sob a luz do paradigma que se impõe na pós-modernidade. Foi demonstrado que o projeto moderno, construído a partir do paradigma científico, passou a ruir, sendo, paulatinamente, substituído por um novo paradigma, mais humano e coerente com o ideal de democracia que se impõe nos Estados Democráticos de Direito. Sob essa perspectiva, a prisão preventiva, que é uma medida aflitiva e causa sofrimento demasiado ao acusado, antes da condenação, tem contestada sua real necessidade, embora esteja justificada pelo direito positivo, tendo por base o paradigma científico, como medida para assegurar o regular andamento processual. Restou, então, demonstrado que a prisão preventiva não se justifica, caso a sua necessidade seja observada para além do direito positivo, em uma nova base, apoiada em um paradigma mais humano e solidário.
  • DOMINGOS DO NASCIMENTO NONATO
  • ACESSIBILIDADEARQUITETÔNICO E SUAS INTERFACES COM O PROCESSO DE INCLUSÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA REGIÃO DO BAIXO TOCANTINS/PARÁ

  • Data: 29/05/2012
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  • NÃO CONSTA NO TRABALHO

  • ASSIS DA COSTA OLIVEIRA
  • Direitos Humanos dos Indígenas Crianças: Perspectivas para a cpnstrução da Doutrina da Proteção plural.

  • Data: 28/05/2012
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  • O presente trabalho discute as possibilidades de inserção jurídica dos indígenas crianças no âmbito dos Direitos Humanos. A partir da crítica ao modo como se constitui a infância no ocidente e a perspectiva das condições diferenciadas de construção social da pessoa, do corpo e da infância entre povos indígenas, produz-se indicativos de problematização da pauta da interculturalidade dos Direitos Humanos de maneira a sinalizar a relevância da categoria pessoa como equivalente funcional no diálogo intercultural para justificação da inversão axiológica das crianças indígenas para indígenas crianças e possíveis repercussões aos seus direitos. Posteriormente, faz-se análise das filosofias políticas que fundamentam a admisnistração e os direitos da criança, com especial destaquem para o questionamento dos limites da Doutrina da Proteção Integral em relação ao tratamento da diversidade cultural, e proposição de filosofia política complementar denominada de doutrina da proteção plural, fundada  no princípio da aodeterminação dos povos indígenas e nos valores da igualdade, diferença e protagonismo. Discutisse a trajetória da inserção do debate sobre indígenas crianças no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei N°. 8.069/1990), com considerações específicas para o Projeto de Lei N°. 295/2009, cujas críticas procuram refletir sobre temas pouco discutidos pelo viés dos povos indígenas e de necessária ampliação para as crianças oriundas e comunidades tradicionais.

  • ELODY BOULHOSA NASSAR
  • ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E PREVIDÊNCIA SOCIAL: A QUESTÃO SOCIAL DA LONGEVIDADE E O FINANCIAMENTO DOS SISTEMAS PREVIDENCIÁRIOS, SOB A ÓTICA DO PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
    BELÉM

  • Data: 11/05/2012
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  • O tema é o envelhecimento populacional, sob o recorte da questão social da longevidade e o correlato tema do financiamento dos regimes previdenciários. A longevidade que se busca tão veementemente é fator de preocupação nas sociedades contemporâneas, sobretudo no enfrentamento das questões sociais relacionadas à velhice e à proteção social no campo da Seguridade Social. O trabalho está dividido em seis capítulos: no primeiro, estuda-se a correlação do decurso do tempo e sua interferência no declínio da pessoa humana, como noção fundamental para a compreensão da velhice. No segundo capítulo, analisa-se os significados dos conceitos relacionados ao envelhecimento, bem como das novas expressões emergentes, com destaque para a heterogeneidade da velhice e ênfase para o critério cronológico utilizado como parâmetro para o enquadramento legal do conceito de idoso. A definição da questão social do envelhecimento, tratada no terceiro capítulo, passa pela análise das estatísticas relacionadas ao novo grupo social em ascensão, que impõe adaptações da sociedade civil, da família e dos poderes públicos, com breve destaque à especificidade da condição feminina, explicitando particularidades diferenciadas na velhice entre os sexos. No quarto capítulo, dá-se ênfase às conquistas sociais relacionadas ao envelhecimento diante da legitimação e fundamentação dos direitos sociais à Previdência Social, como meios de efetivação de inclusão social e obtenção de dignidade na idade avançada. No quinto capítulo, o estudo demonstra que do envelhecimento populacional mundial surgem novas questões sociais e necessidades dos pontos de vista econômico, jurídico, político e social e que o direito fundamental à garantia da qualidade de vida na velhice se opera pela efetivação de políticas inclusivas a cargo do Estado, com ênfase à proteção previdenciária como direito fundamental. No sexto capítulo, elegeu-se estudar a Solidariedade como postulado fundamental dos princípios previdenciários, com destaque no argumento de que a lógica da Previdência não é a lógica do mercado, nem tampouco da soberania da ciência atuarial. Foi utilizada extensa bibliografia nacional interdisciplinar sobre os diversos assuntos constantes dos capítulos da tese, bem como de doutrina estrangeira, com ênfase para a literatura jurídica, como base de sustentação dos argumentos desenvolvidos ao longo do trabalho. Concluiu-se que as reformas previdenciárias e a pregação neoliberal na defesa do regime de capitalização não levam em conta a questão da equidade na formulação de uma política para a Previdência Social e que o Estado deve ser o principal responsável por garantir os direitos sociais fundamentais. Afirma-se, em se tratando de idosos, que a Solidariedade é uma exigência ética, mais que isso, uma ética de urgência.

  • MARCELA FERREIRA COSTA
  • MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A PROTEÇÃO DOS DIREITOS DAS POPULAÇÕES TRADICIONAIS Análise de projeto de REDD+ no Estado do Amazonas, Brasil
  • Data: 11/05/2012
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  • O multiculturalismo influenciou o Direito no sentido de conferir direitos voltados especialmente aos grupos culturalmente diferenciados, dentre os quais, se inserem as populações tradicionais. Sob a perspectiva multicultural, deve haver o respeito aos direitos das populações tradicionais em todas as situações que as envolvam. Uma dessas situações é o mecanismo de REDD+, sigla para “Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal e o papel da conservação, manejo sustentável de florestas e aumento de estoques de carbono florestal”. No Brasil, uma das iniciativas de REDD+ é o Projeto de Redução de Desmatamento e Degradação Florestal na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, localizado no Estado do Amazonas. A partir da análise do Projeto de REDD+ da RDS do Juma, conclui-se que, para o atendimento ao direito a terra, as ações de REDD+ devem, dentre outros, priorizar a regularização das posses das populações tradicionais e não devem impedir o acesso das populações tradicionais do entorno às áreas do interior do projeto. Para atender ao direito do uso dos recursos naturais, as ações de REDD+ devem, dentre outros, evitar afetar as práticas tradicionais de uso dos recursos naturais desses grupos e devem reconhecer a titularidade os créditos de carbono às populações tradicionais. Para observância do direito ao consentimento prévio e informado, as ações de REDD+ devem, dentre outros, respeitar as formas de representação das populações tradicionais e buscar obtenção do consentimentoem todas as suas etapas, por meio de um processo participativo e com adequada discussão. Finalmente, para atender ao direito à repartição justa e equitativa, as ações de REDD+ devem, dentre outros, prever benefícios que atendam às reais necessidades dos grupos locais, bem como devem buscar que os benefícios sejam distribuídos de forma proporcionalmente igual entre as comunidades, sem fazer distinção entre aquelas do interior da área do projeto e do seu entorno que contribuem para a sua conservação. ABSTRACT Multiculturalism has influenced Law to attribute special rights to culturally diverse groups, which includes traditional peoples. From the multicultural perspective, these rights must be observed, where relevant, in every situation involving traditional peoples. One of these situations is the REDD+ mechanism (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation, and the role ofconservation, sustainable managementof forestsand increasingforest carbon stocks). In Brazil, one of REDD+ initiatives is the REDD+ Project at Juma’s Sustainable Development Reserve (SDR), located in State of Amazonas. From the analysisof thedesignof REDD+the Juma Reserve, it is concluded that, to meettenure rights,REDD+should, among others, prioritizethe settlementof the possessionsof traditional peoplesand should not prohibitthe access ofsurrounding traditional peoplesto the project area.To respectthe rightof useof natural resources, the REDD+should, among others,avoidaffectingthe traditional practices of the groups involved and should recognizethe ownershipof carboncreditsto traditional populations. Torespectthe right ofprior and informed consent, REDD+should, among others, observe the forms of representationof the traditional and seek the consentin allits stages, through aparticipatory processand withappropriatediscussion.Finally, to meetthe right offair and equitable benefit sharing, REDD+should, among others,providebenefitsthat meet the realneeds oflocal groups, andshould seekthat benefits areproportionally and equally distributedbetween the communities, without distinctionbetween thoseinside theproject areaand its surroundings.
  • MARIA DE NAZARE DE OLIVEIRA REBELO
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS COTIDIANO E PRÁTICAS POLÍTICAS DE MULHERES QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU NO ESTADO DO MARANHÃO

  • Data: 08/05/2012
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  • Com o processo de redemocratização brasileira, vários movimentos sociais de identidade coletiva foram se organizando politicamente para reivindicar direitos que lhes foram negados, sistematicamente, pelo Estado brasileiro. A ampliação de espaços de participação política possibilitou aos grupos de identidade coletiva a luta por seus direitos, porém, apesar da nova relação com o Estado e do reconhecimento constitucional e infraconstitucional, a efetivação desses direitos ainda não se concretizou. Dentro desse contexto, emergem no cenário político as mulheres quebradeiras de coco babaçu, reivindicando valorização e reconhecimento da sua atividade tradicional de extração do babaçu, incremento dos produtos derivados da palmeira, aprovação e respeito às leis do babaçu livre e espaço territorial para desenvolver tanto a coleta e a quebra do coco como também a agricultura familiar, baseada na produção orgânica. O respaldo para suas reivindicações está centrado na ideia socioambiental de que as populações tradicionais são responsáveis pela proteção do meio ambiente, pois apresentam uma relação de baixo impacto ambiental com a natureza.
  • KARLA RAFAELLI RIBEIRO VALENTE
  • As ações afirmativas como instrumento da inclusão social - uma anílise à luz da teoria da igualdade de recursos de Ronald Dworkin.

  • Data: 02/04/2012
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  • Este trabalho tenciona discutir as ações afirmativas como instrumentos hábeis à promoção da inclusão social de grupos vulneráveis e, especificamente dos negros. Procuramos fundamentar o uso das ações afirmativas pelo Estado a partir da perspectiva da justiça distributiva, sob o enfoque da teoria da igualdade de recursos desenvolvida por Ronald Dworkin. Para justificar o uso dessas medidas partirmos, inicialmente, da teoria política liberal de Dworkin procurando analisar os valores que a compõe, quais sejam: a liberdade, a igualdade e a comunidade. Dentro da discussão acerca da justificação das ações afirmativas enquanto medidas que se configuram em exigência de justiça, estabelecemos que estas devem ser pautadas nos critérios da justiça, adequação e eficiência, sob pena de serem inconstitucionais e inócuas. Entendemos que essa discussão se ajusta perfeitamente à realidade brasileira, que é marcada por profunda exclusão social, além disso, qualquer análise do conteúdo material da igualdade não pode se esquivar de ser um estudo feito a partir uma teoria política normativa, por esse motivo, escolhemos trabalhar essa questão a partir da teoria de Dworkin, que se coaduna com os preceitos previstos na CRFB/1988. Após formar essa base fundamental, partimos para a análise do caso concreto no Brasil, tomando como paradigma as ações adotadas pela UFPA através da Resolução nº. 3.361/2005/CONSEP, investigando se essa medida adota os critérios mínimos retro-mencionados. Palavras-

  • VICTOR RENATO SILVA DE SOUZA
  • RENÚNCIA FISCAL HETERÔNOMA DE ICMS NA EXPORTAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 12/03/2012
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  • O presente trabalho faz análise, sob a égide do federalismo, da renúncia fiscal heterônoma do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para exportação introduzida pela Lei Federal Complementar n.º 87 de 13 de Setembro de 1996, Lei Kandir, posteriormente posta pela Emenda à Constituição de n.º 42/2003. Aborda aspectos da autonomia federativa dos Estados Membros, detentores da competência tributária de ICMS, e procura esclarecer os conceitos de imunidade e isenção tributária, competência e autonomia para verificar a possibilidade de violação à autonomia dos Estado mediante usurpação de competência tributária, bem como verificar as perdas fiscais decorrentes da referida renúncia fiscal no Estado do Pará.

  • THALES MAXIMILIANO RAVENA CANETE
  • Direito E Populações tradicionais do Brasil; Revisão e crítica de aplicabilidades e conceitos acadêmicos/jurídicos/legais.
  • Data: 12/03/2012
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  • Este ensaio tem por objetivo apresentar as necessidades jurídicas diferenciadas que florescem da realidade socioambiental brasileira, enfocando especialmente o cenário relativo às populações tradicionais amazônicas. Utiliza como base argumentativa as reflexões de Bourdieu, usando especialmente o conceito de campo e capital simbólico desenvolvidos pelo autor. Através de uma literatura originária da região Amazônica descreve, de forma crítica, o contexto socioambiental dessa região, detalhado pelo olhar proveniente da experiência em coleta de dados para pesquisa. Evidencia, em particular, o descompasso entre a construção da norma no campo jurídico e a realidade vivenciada pelas populações tradicionais. Aponta o fetichismo jurídico como responsável pelo invisibilização das práticas jurídicas nativas que regulamentam, de uma maneira informal, o tecido socioambiental do cenário amazônico.
2011
Descrição
  • DANIEL CESAR AZEREDO AVELINO
  • A RESPONSABILIDADE CIVIL DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PELOS DANOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELOS TOMADORES DE CRÉDITO

  • Data: 16/12/2011
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  • A tutela ao meio ambiente é direito fundamental para a  constituição brasileira que se refere, inclusive, às futuras gerações como destinatárias de seu mandamento. Entretanto, conquanto clara a disposição, a efetiva proteção ao meio ambiente encontra obstáculos no plano concreto a partir da dificuldade em se implementar o texto constitucional em atividades privadas complexas típicas do período moderno. Nesse prisma, as instituições financeiras assumiram papel diferenciado e de importância ímpar no bojo das diversas relações que se operam entre homem e meio ambiente sem que o direito codificado apresentasse regulamentação clara e sistemática sobre os cuidados e exigências que elas deveriam ter no procedimento de financiamento de determinado empreendimento. Ante a este cenário, o presente trabalho busca um levantamento coordenando das diversas normas constitucionais, legais e infra-legais sobre o tema para, posteriormente, proceder a um levantamento de casos concretos, por amostragem, com o intuito de se verificar o grau de cumprimento dos dispositivos existentes. Em seguida, se passa a analisar criticamente tais normas e a buscar, no plano constitucional, fundamentação teórica robusta que permita a responsabilização civil das instituições financeiras, por danos ao meio ambiente causados por seus clientes, de maneira mais ampla, a partir da análise de cada caso concreto. Esse passo se apresenta imprescindível tendo em vista a timidez das normas específicas infra-legais sobre o assunto que acabam por deixar em risco relevante proteção Constitucional. Nesse processo de construção doutrinária, se busca a exata compreensão da evolução histórica de institutos fundamentais como contrato e propriedade além de uma análise detalhada da aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas.

  • ANDREIA MACEDO BARRETO
  •  DETENÇÃO AGRÁRIA DE TERRAS PÚBLICAS :IMPLICAÇÕES JURÍDICAS NA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

  • Data: 16/12/2011
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  • No presente trabalho discutimos o tratamento jurídico dado às ocupações de terras públicas no espaço rural, que denominamos de detenção agrária. Com base na observação in loco, pesquisa bibliográfica, jurisprudencial e nas legislações, identificamos que a detenção agrária não confere a posse agrária e aquisição da propriedade por ato exclusivo do particular, mas permite a regularização da ocupação mediante ato do Poder Público. Essa relação factual tem como objeto as terras públicas, no desenvolvimento da atividade agrária, com a valorização do trabalho realizado diretamente na terra pelo ocupante. O fundamento normativo centra-se na interpretação do texto constitucional que restringiu um dos meios de aquisição da propriedade pela posse por ato exclusivo do particular, bem como nas disposições que condicionam o reconhecimento da ocupação de terras públicas à aquiescência do Poder Público, mediante ao regular procedimento administrativo. Também se fundamenta em normas agrárias que estabelecem os requisitos necessários para a destinação do bem imóvel rural de domínio público. Antes do reconhecimento formal da ocupação podemos ter configurada a detenção agrária de terras públicas, que não se confunde com o instituto da detenção regulada pelo Código Civil. Não se enquadram na detenção agrária os apossamentos dos povos indígenas, quilombolas e populações tradicionais, assim como a posse agrária das pequenas ocupações rurais. Para estes ocupantes, o Poder Público confirma os direitos possessórios e territoriais. Desse modo, concluímos pela existência no ordenamento jurídico brasileiro da negativa de posse ao lado da posse de terras públicas, por concordância do Poder Público ou independente desta aquiescência. Por isso, apresentamos critérios distintivos entre a posse e a detenção agrária, com a proposta de permanência do ocupante legítimo e do possuidor, com a incorporação ao patrimônio público das terras públicas apropriadas ilegitimamente.

  • SAMUEL LUIZ DE SOUZA JUNIOR
  • DIREITOS SEXUAIS E POLITICAS PÚBLICAS: O COMBATE A DESCRIMINAÇÃO PARA A CONCRETIZAÇÃO SOS DIREITOS HUMANOS DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSSSEXUAIS (LGBT) NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 15/12/2011
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  • As políticas públicas construídas e implementadas especificamente

    para a comunidade LGBT têm sido um parâmetro de atuação do Estado na

    primeira década do século XXI, a partir de experiências no mesmo sentido das

    políticas de enfrentamento à Aids, desde os anos 80 do século passado. Nestes

    termos o presente trabalho está centrado na etapa de implementação dessas

    políticas públicas, circunscritas ao Estado do Pará, no período de gestão do Poder

    Executivo estadual de 2007 a 2010. Faz-se necessário compreender as

    mobilizações e a construção do movimento LGBT para a conquista da atenção do

    poder público às suas demandas, entendendo, também, que a problemática da

    discriminação perpassa a interseccionalidade de variados marcadores sociais,

    constituintes da sociedade brasileira. Em seguida, objetiva-se qualificar as

    demandas do Movimento LGBT como Direitos Sexuais, compreendidos na

    perspectiva dos Direitos Humanos, com o intuito de concretizá-los, utilizando,

    como um instrumento possível, as políticas públicas. Por fim, apresenta-se um

    breve panorama de como as conexões realizadas com o Estado nos anos 90 do

    século XX e na primeira década do século XXI pelo Movimento LGBT permitiu a

    construção articulada de políticas públicas para esse segmento social, para,

    então, analisarmos as particularidades da implementação das políticas públicas no

    Pará, a partir das falas d@s gestor@s.

  • JULIO CESAR SOUSA COSTA
  • Além da racionalidade dogmática: uma tentativa de releitura do conceito de validade jurídica com base na hermenêutica filosófica de hans-georg gadamer.

  • Data: 27/09/2011
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  • Este trabalho resulta da tentativa de efetuar uma reflexão sobre o conceito de validade jurídica, encarado como central no que a dissertação chama de “racionalidade dogmática”, à luz da hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer, com seus influxos no direito, e que se apresenta como perspectiva filosófica de superação do positivismo inerente ao direito atual, naquilo que se constrói sob uma nova denominação do que se compreende por hermenêutica jurídica. Para efetuar esta pesquisa, partiu-se do entendimento do conceito de validade jurídica com base na análise da obra de Hans Kelsen, como o autor representativo da tradição no pensamento positivista jurídico que tratou com maior acuidade do referido conceito; em contraposição àquele, também se busca efetuar a análise do referido conceito na obra de Robert Alexy, como exemplar do que se tem denominado atualmente de “pós-positivismo”, isto é, uma tentativa de superar a racionalidade dogmática ainda imperante, pelos menos no Brasil, na interpretação do direito. A abordagem teórica envolveu, além da própria perspectiva filosófica central de Hans-Georg Gadamer, a pesquisa de autores que fazem uma análise dos seus pressupostos. Buscou-se exemplificar, ainda, tal aplicação, por meio de uma possível leitura ampliada do conceito de círculo hermenêutico proposto pelo autor. Verificou-se, afinal, que determinados conceitos fundamentais da filosofia de Gadamer – tais como o círculo hermenêutico, a tradição, a distância temporal, a “consciência da história dos efeitos” e a aplicação como forma de compreensão – são também utilizáveis pela hermenêutica jurídica, o que possibilita uma reflexão mais aprofundada, com renovados reflexos no modo de compreensão do direito. Trata-se, portanto, de um estudo qualitativo, de cunho exploratório, cujos procedimentos metodológicos fundamentam-se, especialmente, em levantamento bibliográfico

  • DEBORA MARIA RIBEIRO NEVES
  • TRABALHO ESCRAVO E ALICIAMENTO: PROPOSTA PARA A REGULARIZAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA DE EMPREGO

  • Data: 20/09/2011
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  • O presente estudo sobre o trabalho escravo está pautado na análise dos princípios gerais e constitucionais que norteiam a matéria, em especial, o princípio da dignidade humana, discutindo principalmente as hipóteses caracterizadoras do crime de redução do trabalhador à condição análoga à de escravo, os bens jurídicos tutelados, e as possíveis formas de combater essa prática. A partir desse referencial, aprofundamos a pesquisa nas formas de atuação preventiva do Estado, como meio de propiciar a inclusão social dos trabalhadores. Ao abordar a problemática do trabalho escravo, buscamos discutir mecanismos de inclusão social, por meio de ações capazes de inibir a prática do trabalho escravo no momento do aliciamento da mão-de-obra. Esta pesquisa tem por finalidade principal chamar a atenção para o problema que vivenciamos ainda hoje no meio rural brasileiro, demonstrando a necessidade de se agir efetivamente contra esta prática secular que é submeter o ser humano a condições subumanas de vida, por meio da superexploração do trabalho, com vistas a coibir este crime desde o momento do aliciamento, e não apenas por meio de ações repressivas como o resgate. Em outras palavras, defendemos a necessidade de atuação no momento a priori da escravidão – na arregimentação. O estudo está dividido em três capítulos, o primeiro destina-se à compreensão teórico-jurídica do trabalho escravo, analisando o crime sob as óticas internacional, constitucional e penalista; o segundo trata da análise das formas de atuação repressiva do Estado, trazendo entendimentos jurisprudenciais trabalhistas e penais a respeito do tema, cujas decisões judiciais foram selecionadas principalmente no Estado do Pará; e o terceiro capítulo traz o estudo de métodos de atuação preventiva, como forma de combate ao trabalho escravo e de promoção da inclusão social, percorrendo detalhadamente as características do aliciamento ilegal de trabalhadores, propondo, ao final, a regularização prévia da relação de trabalho, transformando o aliciamento ilegal em contrato de trabalho regular.

  • ESTELLA LIBARDI DE SOUZA
  • Aborto, Sexualidade e Direitos Humanos em escritos do Judiciário
  • Data: 19/09/2011
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  • Tendo como base os princípios fundamentais fornecidos pelos Direitos Humanos – sobretudo, a igualdade, a liberdade e o respeito à dignidade humana – trata-se do direito das mulheres ao aborto. Examina-se como, nas últimas décadas, a demanda pela legalização do aborto foi constituída enquanto direito ao aborto, especialmente pelo movimento feminista, no contexto das lutas sociais no Brasil, e como tal direito foi inserido no campo dos Direitos Humanos, a partir da formulação teórica e a construção normativa dos direitos sexuais e reprodutivos. Contextualizase a negação do direito ao aborto no âmbito das normas de gênero e das intervenções e regulações sobre a sexualidade, e discute-se a possibilidade de que tal direito seja reconhecido pelo Judiciário brasileiro, por meio da análise de processos sobre aborto em Belém (PA) e acórdãos dos tribunais superiores referentes a pedidos de autorização judicial para interrupção da gestação em caso de anomalia fetal grave e incompatível com a vida extra-uterina. O exame da prática jurídica sobre aborto, no Brasil, revela que o Judiciário é um campo de batalha no qual o direito ao aborto ainda está em disputa.
  • MARIO SERGIO BELTRAO PAMPLONA
  • INTERPRETAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO NEGATIVA NO TRABALHO DE ACORDO COM O SUBSTANCIALISMO

  • Data: 19/09/2011
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  • O núcleo central desta tese tem por finalidade analisar a Teoria Interpretativa que possa extrair a melhor concepção do direito em face da temática Discriminação no Trabalho, remetendo à análise dos discursos judiciais sustentados pelas vertentes teóricas da racionalidade jurídica procedimental e da racionalidade jurídica substancial, fazendo a devida associação com o ordenamento jurídico brasileiro, com relevo para os princípios constitucionais fundamentais e direitos fundamentais correlatos ao tema. A racionalidade substancial será tratada com apoio nos fundamentos do direito, residentes na moralidade política compartilhada e aceita em uma sociedade personificada por princípios éticos e morais, tal qual a igual consideração e respeito para com todos, a tolerância às diversidades, que estão enraizados no cenário liberal-igualitário de acordo com a concepção adotada por Ronald Dworkin. O Capítulo I discorre sobre a taxionomia da Discriminação no Trabalho, tratando de tal tópico sob o contexto dos direitos fundamentais, de elementos da teoria dos princípios e do interesse público, revelando-lhe, destarte, a natureza de um caso difícil. No segundo Capítulo a abordagem se refere ao processo de racionalização jurídica no momento de proferir uma decisão judicial, destacando a relação entre a racionalidade e a linguagem, a importância do método, com ressalto para o viés problematizador da tópica e o pensamento sistemático. No Capítulo III, o trabalho versa a respeito da racionalidade procedimental de acordo com a visão de Robert Alexy, consideradas as críticas endereçadas tanto à tópica como ao pensamento sistemático, no processo construtivo da teoria da argumentação jurídica do autor supra. O quarto Capítulo focaliza a racionalidade substancial de acordo com a teoria da integridade de Ronald Dworkin, destacando os princípios de moralidade política que são supedâneos do princípio da integridade do Direito, os quais substantivamente podem interditar a discricionariedade judicial no ato da interpretação jurídica, levando a uma resposta certa parametrizada positivamente pelos princípios e direitos fundamentais.

  • CRISTINA FIGUEIREDO TEREZO RIBEIRO
  •  

    ."A ATUAÇÃO DO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS 
    HUMANOS NA DEFESA DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS 

    "A ATUAÇÃO DO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NA DEFESA DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS."

  • Data: 08/07/2011
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  • A presente Tese de Doutorado tem por objetivo estudar a atuação dos órgãos do Sistema Interamericano de Direitos Humanos no que se refere à proteção e à promoção dos direitos econômicos, sociais e culturais. Para tanto, a pesquisa parte de considerações acerca do que seriam tais direitos, analisando e refutando teorias e concepções que tentaram recusá-los enquanto normas de Direitos Humanos, o que teria motivado a elaboração de dispositivos normativos vagos e a ausência de mecanismos de monitoramento de igual forma, como havia sido previsto para o rol do grupo de Direitos Humanos, denominado de direitos civis e políticos. A fim de demonstrar que os direitos econômicos, sociais e culturais fazem parte de um grupo de direitos plenamente justiciáveis, a tese também analisa elementos que comumente são conferido-lhes, como progressividade, proibição de retrocesso, aplicação do máximo de recursos disponíveis e núcleo mínimo de direitos, a partir do que é desenvolvido pelo Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da Organização das Nações Unidas, para, posteriormente, apresentar como enfrentam tais aspectos, os órgãos do Sistema Interamericano. Do estudo de normas internacionais e do sistema internacional de monitoramento, que foram especialmente construídos para os direitos econômicos, sociais e culturais, verificam-se diversos níveis de obrigações jurídicas, do que se propõe uma classificação para os diferentes mecanismos de acesso ao Sistema de Proteção dos Direitos Humanos Regional, os quais podem ser direcionados à tutela de um órgão jurisdicional ou quase-judicial, ou mesmo por outros meios que também promovam tais direitos e possibilitem sua reparação em caso de violação. Os diferentes mecanismos são utilizados pelos órgãos do Sistema Interamericano para tutelar os direitos econômicos, sociais e culturais. Dada a sua importância, Comissão e Corte Interamericanas de Direitos Humanos foram estudadas pela presente pesquisa, atribuindo-se enfoque a sua atuação para proteção dos direitos em tela, bem como sobre as recentes modificações das suas funções e ritos processuais.

  • ANA CLAUDIA BASTOS DE PINHO
  • "PARA ALÉM DO GARANTISMO: UMA PROPOSTA HERMENÊUTICA DE CONTROLE DA DECISÃO PENAL"

  • Data: 01/07/2011
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  • A presente pesquisa parte do pressuposto de que, no Brasil, não se segue uma teoria consistente da decisão penal. Tem por finalidade desenvolver argumentos para demonstrar que a epistemologia garantista de Luigi Ferrajoli apresenta problemas que a afastam do mundo prático e dificultam a construção de fundamentos para impor limites ao poder do juiz criminal. Embora se preocupe bastante com o relativismo interpretativo, propondo uma técnica de formalização da linguagem para reduzir os espaços de incerteza, a teoria do garantismo ainda admite uma margem insuprimível de discricionariedade (sempre pro reo). A proposta da tese é a superação desse modelo semântico de percepção do Direito por uma compreensão hermenêutica do fenômeno. A partir da hermenêutica filosófica (Hans Georg Gadamer) e da teoria do Direito como integridade (Ronald Dworkin), a pesquisa defende a hipótese de que o Direito não é fruto de descobertas (convencionalismo), tampouco de invenções (pragmatismo). Não está, pois, escrito em algum lugar do passado, também não é aquilo que os juízes pensam que ele é; o Direito é uma prática social interpretativa, é fruto da melhor argumentação moral possível. A partir da articulação de conceitos caros a Gadamer (tais como estrutura prévia da compreensão, fusão de horizontes, tradição, diálogo, experiência, finitude e linguagem) com a análise da integridade em Dworkin, a pesquisa – sem a pretensão de corrigir a epistemologia garantista, mas objetivando superar os entraves que uma teoria semântica do Direito pode causar – apresenta a hermenêutica como uma via privilegiada para o controle da decisão penal.

  • ANA CLAUDIA BASTOS DE PINHO
  • "PARA ALÉM DO GARANTISMO: UMA PROPOSTA HERMENÊUTICA DE CONTROLE DA DECISÃO PENAL"

  • Data: 01/07/2011
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  • A presente pesquisa parte do pressuposto de que, no Brasil, não se segue uma teoria consistente da decisão penal. Tem por finalidade desenvolver argumentos para demonstrar que a epistemologia garantista de Luigi Ferrajoli apresenta problemas que a afastam do mundo prático e dificultam a construção de fundamentos para impor limites ao poder do juiz criminal. Embora se preocupe bastante com o relativismo interpretativo, propondo uma técnica de formalização da linguagem para reduzir os espaços de incerteza, a teoria do garantismo ainda admite uma margem insuprimível de discricionariedade (sempre pro reo). A proposta da tese é a superação desse modelo semântico de percepção do Direito por uma compreensão hermenêutica do fenômeno. A partir da hermenêutica filosófica (Hans Georg Gadamer) e da teoria do Direito como integridade (Ronald Dworkin), a pesquisa defende a hipótese de que o Direito não é fruto de descobertas (convencionalismo), tampouco de invenções (pragmatismo). Não está, pois, escrito em algum lugar do passado, também não é aquilo que os juízes pensam que ele é; o Direito é uma prática social interpretativa, é fruto da melhor argumentação moral possível. A partir da articulação de conceitos caros a Gadamer (tais como estrutura prévia da compreensão, fusão de horizontes, tradição, diálogo, experiência, finitude e linguagem) com a análise da integridade em Dworkin, a pesquisa – sem a pretensão de corrigir a epistemologia garantista, mas objetivando superar os entraves que uma teoria semântica do Direito pode causar – apresenta a hermenêutica como uma via privilegiada para o controle da decisão penal.

  • SHIRLEI GUIMARAES FLORENZANO FIGUEIRA
  • Patroas e Meninas; Afilhadas e Madrinhas: Gênero e Raça como Conteúdos de Análise Sobre a Efetividade Social do Decreto-Lei n.º 6.481, de 12 de junho de 2008, nas Relações de Trabalho Infantil Doméstico

  • Data: 22/06/2011
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  • Para dar voz e rosto aos sujeitos, considerando-os protagonistas de suas histórias, é preciso ouvi-los em escuta ativa: dialogar com suas histórias de vida. As falas coletados na pesquisa empírica oportunizaram a construção da categoria heurística como filhas, da qual abstraio, ao longo deste estudo, algumas possibilidades hermenêuticas. Os instrumentais interpretativos acolhidos neste trabalho sinalizam para algumas possibilidades de compreensão acerca da prática de exploração de meninas nos serviços domésticos. Esta prática, hoje ilegal no Brasil – podendo importar em crime contra a organização do trabalho, pela vigência do Decreto-Lei n.º 6.481, de 12 de junho de 2008, que regulamenta os arts. 3.º, alínea d, e 4.º da Convenção n.º 182 da OIT –, é proibida para menores de 18 anos. Contudo, as normativas legais e as políticas institucionais de enfrentamento não são óbices à formulação de novos discursos para velhas sociabilidades excludentes e estigmatizantes da mulher negra, principal mão-de-obra explorada nos serviços domésticos. Rediscutindo categorias, problematizando nomenclaturas e articulando a interlocução entre os atores envolvidos nesta prática, empreendo a tarefa de dar-lhes visibilidade social.                                     

  • RICARDO ARAUJO DIB TAXI
  • HERMENTÊUTICA COMO DIÁLOGO E A REDUÇÃO DA ARBITRARRIEDADE JUDICIAL

  • Orientador : PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA
  • Data: 06/06/2011
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  • Este trabalho trata da questão do grau de indeterminação na interpretação e aplicação do direito. Partindo da noção hermenêutica de que a compreensão de uma norma geral prévia é sempre um ato de deliberação criativa, busca-se mostrar que essa deliberação inclui sempre uma margem de arbitrariedade, a qual precisa, antes de ser criticada ou superada, ser compreendida a partir das necessidades concretas do direito, e não de uma pretensa adequação a normas previamente delimitadas. Assim, a redução da arbitrariedade é proposta não com base em um esquema teórico prévio que guie a “correta interpretação”, mas a partir de uma noção dialógica de hermenêutica, na qual as teses jurídicas deixam de ser compreendidas como idéias puramente lógicas e abstratas e passam a ser avaliadas sempre frente a um caso concreto, em uma relação dialética direta com as teses antagônicas e, sobretudo, com a tradição que está vindo à tona por meio daquela interpretação.

  • RICARDO ARAUJO DIB TAXI
  • HERMENTÊUTICA COMO DIÁLOGO E A REDUÇÃO DA ARBITRARRIEDADE JUDICIAL

  • Orientador : PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA
  • Data: 06/06/2011
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  • Este trabalho trata da questão do grau de indeterminação na interpretação e aplicação do direito. Partindo da noção hermenêutica de que a compreensão de uma norma geral prévia é sempre um ato de deliberação criativa, busca-se mostrar que essa deliberação inclui sempre uma margem de arbitrariedade, a qual precisa, antes de ser criticada ou superada, ser compreendida a partir das necessidades concretas do direito, e não de uma pretensa adequação a normas previamente delimitadas. Assim, a redução da arbitrariedade é proposta não com base em um esquema teórico prévio que guie a “correta interpretação”, mas a partir de uma noção dialógica de hermenêutica, na qual as teses jurídicas deixam de ser compreendidas como idéias puramente lógicas e abstratas e passam a ser avaliadas sempre frente a um caso concreto, em uma relação dialética direta com as teses antagônicas e, sobretudo, com a tradição que está vindo à tona por meio daquela interpretação.

  • GRACILDA LEAO DOS SANTOS
  • O ESTADO DE PAPEL CONSTRUIDO NUM CENÁRIO DE SANGUE E VIOLÊNCIA: ALGUMAS TENTATIVAS DE COMBATE À GRILAGEM E PACIFICAÇÃO SOCIAL NO CAMPO NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 02/06/2011
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  • Estudo doutrinário da relação de efetividade da garantia dos direitos humanos a partir da atuação do Poder Público perante o contexto histórico-social-jurídico vivenciado no Estado do Pará onde ainda coexistem violência, grilagem de terras e desrespeito com o meio ambiente. A abordagem da pesquisa privilegia o meio ambiente amazônico, os direitos humanos da população rural, a informação agro-ambiental e a interdisciplinaridade. A análise parte do estudo sobre a temática dos direitos humanos, da contextualização da situação fundiária vivenciada no Estado do Pará tendo em vista o processo sui generis de ocupação do território, a origem da grilagem, dos conflitos fundiários e da intensificação da exploração predatória do meio ambiente; assim como da atuação do Poder Judiciário perante os problemas agroambientais existentes no Estado. Os resultados obtidos estão intimamente relacionados a abordagem realizada perante a recente mudança de posicionamento do Poder Judiciário no tratamento dispensado aos registros de imóveis rurais eivados de inconstitucionalidade e a possibilidade de surgimento de novas perspectivas de garantia dos direitos humanos no seio rural a partir dessa nova realidade. Dois desses posicionamentos são extremamente importantes para este estudo: a) edição do Provimento nº 13/2006 da Corregedoria de Justiça das Comarcas do Interior do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que determinou o bloqueio de todas as matrículas de imóveis rurais que estivessem em desacordo com as exigências constitucionais para a alienação de terras públicas; b) decisão do Conselho Nacional de Justiça, que determinou o cancelamento de todos os registros de imóveis rurais eivados de inconstitucionalidade existentes nos serviços registrais do interior do Estado do Pará.
  • GRACILDA LEAO DOS SANTOS
  • O ESTADO DE PAPEL CONSTRUIDO NUM CENÁRIO DE SANGUE E VIOLÊNCIA: ALGUMAS TENTATIVAS DE COMBATE À GRILAGEM E PACIFICAÇÃO SOCIAL NO CAMPO NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 02/06/2011
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  • Estudo doutrinário da relação de efetividade da garantia dos direitos humanos a partir da atuação do Poder Público perante o contexto histórico-social-jurídico vivenciado no Estado do Pará onde ainda coexistem violência, grilagem de terras e desrespeito com o meio ambiente. A abordagem da pesquisa privilegia o meio ambiente amazônico, os direitos humanos da população rural, a informação agro-ambiental e a interdisciplinaridade. A análise parte do estudo sobre a temática dos direitos humanos, da contextualização da situação fundiária vivenciada no Estado do Pará tendo em vista o processo sui generis de ocupação do território, a origem da grilagem, dos conflitos fundiários e da intensificação da exploração predatória do meio ambiente; assim como da atuação do Poder Judiciário perante os problemas agroambientais existentes no Estado. Os resultados obtidos estão intimamente relacionados a abordagem realizada perante a recente mudança de posicionamento do Poder Judiciário no tratamento dispensado aos registros de imóveis rurais eivados de inconstitucionalidade e a possibilidade de surgimento de novas perspectivas de garantia dos direitos humanos no seio rural a partir dessa nova realidade. Dois desses posicionamentos são extremamente importantes para este estudo: a) edição do Provimento nº 13/2006 da Corregedoria de Justiça das Comarcas do Interior do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que determinou o bloqueio de todas as matrículas de imóveis rurais que estivessem em desacordo com as exigências constitucionais para a alienação de terras públicas; b) decisão do Conselho Nacional de Justiça, que determinou o cancelamento de todos os registros de imóveis rurais eivados de inconstitucionalidade existentes nos serviços registrais do interior do Estado do Pará.
  • BRENO BAIA MAGALHAES
  • JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E PRECEDENTES VINCULANTES NO BRASIL
  • Data: 27/05/2011
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  • O trabalho analisa o efeito vinculante, visando compatibilizar o referido instituto dentro da prática do controle de constitucionalidade brasileiro, ressaltando a importância da interpretação da Constituição feita pelo STF e a proteção dos direitos fundamentais. No trabalho, os precedentes vinculantes são considerados princípios, que dispõem de força gravitacional justificada pelo princípio da igualdade na aplicação do direito, ao passo que a ação reclamatória é encarada como um importante instrumento para a interpretação dos precedentes vinculantes, capaz de manter as vias abertas para sua possível distinção ou revogação. Nesse sentido, a categoria que impõe a vinculação formal do precedente vinculante constitucional é a norma de decisão, que seria a proposição jurídica apta a sustentar a conclusão do tribunal sobre a (in) constitucionalidade do ato impugnado. Concluímos, de acordo com as atuais decisões do STF, que a recusa em atribuir efeitos vinculantes transcendentes mais amplos aponta para um reforço do controle difuso, permitindo que a interpretação principiológica do precedente e seu desenvolvimento ocorram no controle difuso. A teoria do direito escolhida como suporte das conclusões do trabalho foi a de Ronald Dworkin. Abstract The work provides some discussion regarding the binding effect, which aim to reconcile such institute within the practice of Brazilian judicial review, pointing out the importance of the constitutional interpretation made by the Supreme Court and the protection of fundamental rights. In said work, precedents are binding principles, which have gravitational force justified by the principle of equality in applying the law and the constitutional complaint is considered an important instrument for the interpretation of the binding precedent, capable of keeping the ways open for further distinguishing or reconsideration of prior decisions. Thus, the category that imposes the formal binding is the decision norm, which is a legal proposition able to sustain the ruling of the court on the (un) constitutionality of the act. We conclude that the refusal to give a broader transcendent binding effect indicates a strengthening of the diffuse control, allowing the interpretation and development of the precedents. Ronald Dworkin´s theory of law was chosen to support the conclusions of the study.
  • ANDRÉ LUIZ FILO-CREÃO GARCIA DA FONSECA
  • O monitoramento eletrônico e sua utilização como meio         
    minimizador da dessocialização decorrente da prisão. Bel
    "O monitoramento eletrônico e sua utilização como meio minimizador da dessocialização decorrente da prisão."

  • Data: 27/05/2011
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  • Muito se discute nos dias atuais acerca da chamada crise da pena privativa de liberdade, pela qual se afirma que a pena não cumpre as finalidades para as quais, segundo a lei, deve ser implementada. O caminho teórico inicia pela abordagem das teorias que fundamentam a aplicação da pena, demonstrando, ao final, que o chamado ideal de ressocialização é um mero discurso de retórica que não cumpre seus fins, ocorrendo exatamente o contrário, ou seja, a chamada dessocialização, havendo a necessidade de serem adotadas medidas alternativas ao cárcere, como o monitoramento eletrônico. Após, discorre-se sobre a influência da globalização e da evolução tecnológica no direito penal, assim como sobre o instituto do monitoramento eletrônico, suas experiências internacionais e no Brasil, assim como sobre suas formas de aplicação. Por fim, será demonstrado que o monitoramento eletrônico é plenamente compatível com a dignidade da pessoa humana e que deve ser utilizado como meio minimizador da dessocialização decorrente da prisão.

  • GABRIELLA DINELLY RABELO MARECO
  • Critérios para a justabilidade dos direitos sociais: Fundamentos, exequibilidade e universalidade.

  • Data: 27/05/2011
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  • Adotando o caráter normativo dos dispositivos constitucionais como premissa, o presente estudo pretende averiguar os critérios que podem ser utilizados pelos intérpretes na solução de demandas judiciais que envolvem direitos sociais constitucionalmente tutelados. O método interpretativo do positivismo clássico, fundado na ideia de que o conteúdo jurídico de uma norma pode ser extraído com o recurso a critérios semânticos, associado a uma compreensão individualista das demandas que versam sobre direitos sociais, tem conduzido, no Brasil, a inúmeros problemas e distorções na aplicação de recursos públicos. Neste contexto, a presente dissertação apresenta critérios capazes de oferecer ao intérprete/julgador uma forma mais adequada para conduzir a argumentação jurídica. Formulados como questionamentos, tais critérios não se prestam a indicar, de plano, a solução das demandas judiciais, mas permitem que o magistrado se faça as perguntas corretas no momento de decidir, abrangendo, essencialmente, aspectos relativos à fundamentação jurídica do pedido, à possibilidade real de satisfação da pretensão e à observância do direito à igualdade no acesso aos bens públicos. Por fim, a partir da interpretação de algumas das teses centrais das obras de Robert Alexy e Ronald Dworkin, passamos a observar como diferentes matrizes teóricas conduzem a resultados práticos diversos. A abordagem comparativa realizada com base na revisão das obras principais desses autores conduz, ao final, à conclusão de que as ideias do jurista norte-americano são mais satisfatórias quando aplicadas ao modelo constitucional brasileiro, com as adaptações necessárias em razão de suas sensíveis particularidades.

  • IGOR NERY FIGUEIREDO
  • A prisão durante o processo penal: entre a presunção de inocência e o dever de eficácia da persecução penal
  • Orientador : MARCUS ALAN DE MELO GOMES
  • Data: 25/05/2011

  • SIMONE FERREIRA LOBAO
  • A DÍVIDA DOS MUNICÍPIOS PARAENSES QUE ADERIRAM À MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO E A NORMA CONSTITUCIONAL PERMISSIVA DE RETENÇÃO DE VERBAS TRANSFERIDAS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O ESTADO DO PARÁ

  • Data: 16/05/2011
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  • Este trabalho irá estudar a situação dos Municípios paraenses que aderiram à municipalização do ensino na década de 90 e deixaram de repassar ao fundo previdenciário as contribuições relativas aos servidores cedidos, o que gerou um débito de aproximadamente setenta milhões de reais, até fevereiro de 2010. Trata-se de uma complexidade do federalismo brasileiro ainda não solucionada e que merece, portanto, ser estudada. Assim, o objetivo geral do trabalho consiste na análise da norma extraída do art. 160, parágrafo único, da Constituição Federal — com alterações das Emendas Constitucionais nº 03/93 e nº 29/00 — que autoriza a retenção, pelo Estado, dos valores cabíveis aos entes municipais, decorrentes da participação no produto da arrecadação de impostos estaduais, no caso de débito do Município. O estudo pautou-se por duas questões norteadoras. A primeira consistia em analisar se os Municípios paraenses são capazes de desenvolver as políticas públicas sob sua competência material, independentemente das verbas transferidas pela União e Estado. Em paralelo, a segunda questão instigava uma verificação, isto é, se a cobrança por meio da retenção refletiria nos direitos fundamentais da população a cargo do poder municipal. Em face dessas questões, como primeira hipótese de trabalho, trazida na apresentação do projeto de pesquisa, afirmei ser inviável a manutenção da autonomia administrativo-financeira e, consequentemente, política dos Municípios paraenses apenas com base na arrecadação das receitas próprias. Já a segunda hipótese de trabalho consistia na afirmação de que, caso fosse implementado o bloqueio e o Município paraense devedor fosse privado do repasse estadual, o impacto no orçamento seria tamanho que o ente municipal sentiria grande dificuldade na concretização de políticas públicas de sua competência, relacionadas a direitos humanos, a ponto de inviabilizá-las. Logo, considerava a medida ofensora a direitos fundamentais, à autonomia municipal e, portanto, ao próprio pacto federativo. A fim de analisar a veracidade de tais hipóteses, a dissertação foi dividida em três capítulos. O primeiro é dedicado a conceitos essenciais ao desenvolvimento do trabalho acadêmico como a diferença entre a linguagem do direito positivo e da Ciência do Direito; entre texto normativo e norma; o conceito de norma jurídica; sua classificação entre normas de conduta e normas de estrutura; bem como entre normas gerais, abstratas, individuais e concretas. Ademais, apresentarei o modelo de regras e princípios enquanto espécies normativas, além da noção de sistema jurídico. O segundo capítulo destina-se ao estudo do federalismo, do sistema de financiamento dos entes políticos brasileiros e sua importância para a concretização dos direitos humanos. No terceiro e último capítulo, abordarei, especificamente, a questão da dívida dos municípios paraenses que aderiram à municipalização do ensino: da formação à análise de caso de um grande devedor. Finalmente, nas considerações finais, serão apresentadas as conclusões sobre as hipóteses da pesquisa.

  • ARTHUR LAERCIO HOMCI DA COSTA SILVA
  • IGUALDADE E PREVIDÊNCIA SOCIAL: ASPECTOS IGUALITÁRIOS DA PREVIDÊNCIA BRASILEIRA SOB A PERSPECTIVA DE RONALD DWORKIN

  • Data: 05/05/2011
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  • O trabalho objetiva avaliar a importância do sistema de Previdência Social brasileiro no contexto contemporâneo dos Direitos Humanos a partir de sua análise sob a perspectiva da teoria igualitária de Ronald Dworkin. São expostas de forma sistematizada ideias elementares sobre a igualdade no contexto contemporâneo, com destaque para duas teorias liberais em voga: a igualdade de capacidades de Amartya Sen e a igualdade de recursos de Ronald Dworkin, e são definidas as razões pelas quais se opta pela teoria da igualdade dworkiana. Em seguida são apresentadas as principais características do direito à previdência social, numa perspectiva de enquadramento na teoria dos Direitos Humanos, expondo de forma geral os contornos da Previdência brasileira. Depois, passa-se a analisar alguns pontos centrais do sistema de Previdência, a fim de testar a teoria igualitária em elementos práticos, verificando a sua aplicabilidade ou não diante da realidade concreta da Previdência nacional.

  • KLEBER VINICIUS GONCALVES FEIO
  • Responsabilidade objetiva e direitos fundamentais: uma reflexão sobre o parágrafo
    únicodo artigo 927 do Código Civil Brasileiro a partir de Paul Ricoeur
    Responsabilidade objetiva e direitos fundamentais: uma reflexão sobre o parágrafoúnicodo artigo 927 do Código Civil Brasileiro a partir de Paul Ricoeur

  • Data: 25/04/2011
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  • Este trabalho versa sobre responsabilidade objetiva. Trata-se, mais especificamente,
    de uma análise do parágrafo único do artigo 927 do Código Civil Brasileiro,
    interpretado como cláusula geral de responsabilidade objetiva. A metodologia
    investigativa adotada centrou-se na pesquisa bibliográfica. Como fundamentação
    teórica, o trabalho baseia-se na coletânea “O Justo”, de Paul Ricoeur. Por isso mesmo,
    este trabalho tem clara interseção com o pensamento ético e com as teorias da justiça.
    O trabalho destaca a interpretação de Ricoeur a respeito da Teoria da Justiça de John
    Rawls. Em termos estruturais o trabalho divide-se em quatro capítulos, o primeiro
    apresenta o estado da arte e indica os rumos da nossa investigação. O segundo trata
    da evolução do conceito de responsabilidade, tal como exposto por Ricoeur. O terceiro
    trata do nosso fundamento: a teoria da justiça de Rawls, reinterpretada por Ricoeur e,
    o quarto, encaminha nossas observações finais.

  • PAULIANE DO SOCORRO LISBOA ABRAAO
  • O amicus curiae no controle da constitucionalidade: instrumento de democratização e aprimoramento.
  • Orientador : ROSALINA MOITTA PINTO DA COSTA
  • Data: 18/02/2011

2010
Descrição
  • ANDREZA DO SOCORRO PANTOJA DE OLIVEIRA SMITH
  • Direitos Humanos, Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual de Mulheres, en Belém - Pará - Brasil.

  • Orientador : JANE FELIPE BELTRAO
  • Data: 20/12/2010
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  • ANDREZA DO SOCORRO PANTOJA DE OLIVEIRA SMITH
  • Direitos Humanos, Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual de Mulheres, en Belém - Pará - Brasil.

  • Orientador : JANE FELIPE BELTRAO
  • Data: 20/12/2010
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  • DIEGO AUGUSTO DIEHL
  • ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS COMO INSTRUMENTO JURÍDICOS DE DEFESA DOS POVOS DA AMAZÔNIA: UMA ANALISE DOS RISCOS SOCIOAMBIENTAIS DA EXPANSÃO DA SOJA GENETICAMENTE MODIFICADA
  • Orientador : ELIANE CRISTINA PINTO MOREIRA FOLHES
  • Data: 17/12/2010

  • LUIZ OCTAVIO RABELO NETO
  • "Benefícios fiscais e ação afirmativa"
  • Orientador : JOSE CLAUDIO MONTEIRO DE BRITO FILHO
  • Data: 17/12/2010

  • VIVIAN GAVINHO VIDAL
  • A EFETIVIDADE DA LEI MARIA DA PENHA EM BELÉM: UM ESTUDO SOBRE A CONCESSÃO E A EXECUÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
  • Orientador : MONICA PRATES CONRADO
  • Data: 16/12/2010

  • DAUANA SANTOS FERREIRA
  • A natureza jurídica da reserva legal e sua aplicabilidade em áreas habitadas por populações tradicionais
  • Orientador : JOSE HEDER BENATTI
  • Data: 10/12/2010

  • MARLON AURELIO TAPAJOS ARAUJO
  • Reconhecimento de território tradicionais: o contrato de concessão de direito real de uso enquanto instrumento de garantia do direito ao território tradicional
  • Orientador : JOSE HEDER BENATTI
  • Data: 10/12/2010

  • RICARDO NASSER SEFER
  • A regularização fundiária como instrumento de acesso à terra na Amazônia
  • Orientador : ANTONIO JOSE DE MATTOS NETO
  • Data: 06/12/2010

  • AFONSO CARLOS PAULO DE OLIVEIRA JUNIOR
  • "A imunidade tributária dos templos de qualquer culto: um olhar sob o prisma da constituição"

  • Data: 02/12/2010
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  • A imunidade tributária dos templos de qualquer culto, consagrada no art. 150, VI, ―b‖ da Constituição, é instituto que, dada a alargada interpretação que lhe conferem grande parte da doutrina pátria e o próprio Supremo Tribunal Federal, acarreta uma situação de aparente exceção à isonomia que merece ser alvo de maior reflexão. Diante da verificação de que tal instrumento é tido como cláusula pétrea por constituir-se em instrumento de defesa da liberdade religiosa, o caminho teórico inicia por uma discussão acerca do que seja a própria religião, para que depois se tente firmar uma base para a discussão do que seja essa liberdade. Estabelecida tal premissa, voltam-se os esforços para a dogmática do Direito Tributário, a fim de demonstrar inicialmente o que são as imunidades e, após, qual a interpretação dos estudiosos contemporâneos da área acerca da chamada imunidade religiosa. Na etapa seguinte, são fornecidos os instrumentos necessários à demonstração da concepção de ciência e de Direito necessárias à interpretação da imunidade tributária dos templos em conformidade com a Constituição e, ao fim, são analisados aspectos desse instituto sob a ótica de alguns princípios constitucionais, como a igualdade e a laicidade. Assim, em razão das incongruências verificadas entre tal instituto (ou ao menos entre suas mais correntes interpretações) e outros valores constitucionais da maior relevância, são propostas, ao final, algumas idéias acerca de possíveis vias para uma melhor equalização do problema.

  • GLAUCIA FERNANDA OLIVEIRA MARTINS BATALHA
  • Homossexualidade e discriminação no mercado de trabalho

  • Data: 19/11/2010
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  • Apesar das grandes transformações no âmbito da economia e de todos os avanços na tecnologia, o Brasil ainda continua a ser um país de contrastes e que possui uma cultura social e política de tradição autoritária e conservadora. É o que se observa diante do enfrentamento da problemática da discriminação em torno das minorias sexuais. Ainda que os direitos fundamentais estejam explícitos na Carta Magna Nacional, grupos vulneráveis como estes continuam à margem da sociedade, não são facilmente visualizalizados no Estado Nacional, um Estado que seja efetivamente, laico e democrático, e que garanta materialmente tais direitos. Garantir aos homossexuais o direito de expressar sua orientação sexual em qualquer situação, mormente no ambiente de trabalho, nada mais é do que aplicar os princípios fundamentais insculpidos na Carta Magna, bem como tornar efetivos os enunciados previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Neste trabalho, optou-se por limitar o objeto de estudo à questão da discriminação por orientação sexual nas relações de trabalho, restringindo ainda esta temática, exclusivamente sobre a discriminação envolvendo apenas homossexuais, ou seja, gays e lésbicas.

  • JULIANA RODRIGUES FREITAS
  • A eficácia das decisões de controle concentrado de constitucionalidade nos sistemas italiano e espanhol.

  • Data: 03/11/2010
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  • Os sistemas de controle concentrado de constitucionalidade italiano e espanhol têm características que os distanciam do modelo puro kelseniano e, ao mesmo tempo, permitem que se identifiquem com o modelo norte-americano de constitucionalidade de normas. A atribuição de eficácia vinculante nos planos horizontal e vertical às decisões constitucionais, ainda que não seja um elemento que identifique, de forma imediata, a jurisdição constitucional desses países europeus é, sem dúvida, um dos seus elementos caracterizadores, faznedo surgir, nesse contexto, a figura do precedente vinculante. Para que esses precedentes respeitem o princípio da igualdade na aplicação da lei torna-se imprescindível a definição de critérios objetivos e razoáveis para que as Cortes Constitucionais atribuam às suas decisões o efeito vinculante.

  • JOSINEIDE GADELHA PAMPLONA MEDEIROS
  • ALTERNATIVAS PENAIS E DEMOCRACIA: A DEMOCRATIZAÇÃO DA JUSTIÇA CRIMINAL PELA POLÍTICA DE PENAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS.

  • Data: 13/10/2010
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  • ESTA DISSERTAÇÃO APRESENTA OS RESULTADOS DE UMA INVESTIGAÇÃO SÓCIO-JURÍDICA A RESPEITO DO PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO DA JUSTIÇA CRIMINAL LEVANDO A AFEITO POR OCASIÃO DA POLÍTICA DE PENAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS NO ÂMBITO DA EXECUÇÃO PENAL. PARTINDO DO PROSSUPOSTO DE QUE A CATEGORIA DEMOCRATIZAÇÃO DENOTA UM PROCESSO DE AMOLIAÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS NOS ASSUNTOS PÚBLICOS, ENTENDE-SE QUE UM FENÔMENO DESTA NATUREZA SUCEDE NO JUDICIÁRIO BRASILEIRO EM FUNÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO CONTEMPORÂNEA DO PAPEL DA JUSTIÇA, QUE VEM TORNANDO-SE UM ESPAÇO PÚBLICO ONDE OS CIDADÃOS TENDEM CADA VBEZ MAIS A DRAMATIZAR AS RELAÇÕES SOCIAIS E INTERSUBJETIVAS ATRAVÉS DA LINGUAGEM DO DIREITO, ESPECIALMENTE DOS DIREITOS FUINDAMENTAIS. NÃO BASTASSE ISTO, A COMUNIDADE JUDICIÁRIA CONHECE HODIERNAMENTE TAMBÉM, EM ALGUNS DE SEUS SEGMENTOS, CONJUNTURAS EM QUE CIDADÃOS ALHEIOS AO CAMPO JURÍDICO COMEÇAM A PARTICIPAR DOS PROCESSOS DE INTERPRETAÇÃO E TOMADA DE DECISÕES JUDICIAIS, AMPLIANDO I CÍRCULO DE ATORES APTOS À DICÇÃO DO DIREITO, UM ATO OUTRORA MONOPOLIZADO POR JURISTAS PROFISSIONAIS, SOBRETUDO POR MAGISTRADOS E TRIBUNAIS. UMA DESTAS CONJUNTURAS PARECE SER A DA EXECUÇÃO DE ALTERNATIVAS PENAIS NO BRASIL, E ISTO PORQUE A POLÍTICA NACIONQAL DE PENAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS, INSPIRADA NAS REGRAS DE TÓQUIO, TEM FOMENTADO, NO SEIO DO JURTICIÁRIO, A CONSTIRUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS DE EXECULÇÃO DE PENAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS QUE IMPLICAM, POR UM LADO, A DIFUSÃO NO CAMPO JUDICIAL, DE PREOCUPAÇÕES POLÍTICO-SOCIAIS COM  OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS CUMPRIDORES E, POR OUTRO, A ABERTURA DA EXECUÇÃO PENAL À PARTICIPAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE ÁREAS NÃO JURÍDICAS E DE ORGANISMOS DA COMUNIDADE NA DEFINIÇÃO, FISCALIZAÇÃO E MONITORAMENTO DAS ALTERNATIVAS PENAIS, INCLUSIVE OFERECENDO-SE MAIORES OPRTUNIDADES AOS CUMPRIDORES DE MANISFESTAREM SUAS OPNIÕES E FORMULAÇÕES SOBRE O CRIME, AS PENAS E AS MEDIDAS. NO TEXTO DISSERTATIVO, TAL CONJUNTURA DE DEMOCRATIZAÇÃO É INVESTIGATIDA A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DA VARA DE EXECILÇÃO DE PENAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS QUE ATUA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM, JUNTO A QUAL REALIZOL-SE UMA INCURSÃO EMPÍRICA QUE OBJETIVOL COMPREENDER SOBRETUDO O PONTO DE VISTA DOS AGENTES JURICIÁRIOS, NOTADAMENTE DOS QUE TRABALHAM COM A EXECUÇÃO DE PENAS E MEDIDAS  ALTERNATIVAS, QUANTO AO OFÍCIO JURÍDICO, SOCIAL E POLÍTICO DE ATUAR NA SEARA DAS ALTERNATIVAS PENAIS EM UMA PERSPECTIVA TENDENCIALMENTE  DE DEMOCRATIZAÇÃO DO CAMPO JUDICIAL.

  • FRANCISCO SERGIO SILVA ROCHA
  • "Controle do orçamento público e o juízo de constitucionalidade: problemas na execução e na inexecução orçamentária"
  • Orientador : FERNANDO FACURY SCAFF
  • Data: 08/10/2010

  • JOSE GODOFREDO PIRES DOS SANTOS
  • "Gestão democratica da política urbana: mecanismo participativos na esfera local"
  • Orientador : DANIELLA MARIA DOS SANTOS DIAS
  • Data: 30/09/2010

  • MARIA JULIA ALMEIDA DA SILVA
  • REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SUSTENTAVEL À CIDADE: POR UMA NOVA ÉTICA URBANA À LUZ DE RONALD DWORKIN
  • Orientador : DANIELLA MARIA DOS SANTOS DIAS
  • Data: 21/09/2010

  • LEONARDO ALCANTARINO MENESCAL
  • Quem se benficia com a Gerra Fiscal? O caso do Estado do Pará.
  • Orientador : FERNANDO FACURY SCAFF
  • Data: 27/08/2010

  • ELIDA DE CASSIA MAMEDE DA COSTA
  • A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA COMO MECANISMO DE CONCENTRAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES PRIVADAS

  • Data: 16/08/2010
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  • A presente dissertação tem como proposta salientar a responsabilidade civil objetiva baseada na Teoria do Risco como mecanismo de concretização dos direitos fundamentais / direito humanos / direitos da personalidade no âmbito das relações jurídico-privadas, tendo em vista a capacidade de ampliar a possibilidade de vítimas de danos materiais e morais virem a ser ressarcidas sem prova e discussão a respeito da culpa do agente. Assim, enquadrando a sociedade e relações hodiernas como “de risco”, visa-se demonstrar o avanço legislativo quanto à matéria como mais um passo rumo à proteção dos direitos fundamentais. Em segundo plano, o trabalho exporá brevemente a correlação existente entre responsabilidade civil e dignidade humana, sempre enfatizando a situação das vítimas. Avalia-se, por fim, a eficácia dos Direitos Fundamentais no campo da responsabilidade civil objetiva, buscando os parâmetros para solução do possível conflito entre direitos fundamentais nas relações jurídico-privadas, pondo-se em destaque a convivência social e o direito privado.

  • ELIDA DE CASSIA MAMEDE DA COSTA
  • A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA COMO MECANISMO DE CONCENTRAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES PRIVADAS

  • Data: 16/08/2010
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  • A presente dissertação tem como proposta salientar a responsabilidade civil objetiva baseada na Teoria do Risco como mecanismo de concretização dos direitos fundamentais / direito humanos / direitos da personalidade no âmbito das relações jurídico-privadas, tendo em vista a capacidade de ampliar a possibilidade de vítimas de danos materiais e morais virem a ser ressarcidas sem prova e discussão a respeito da culpa do agente. Assim, enquadrando a sociedade e relações hodiernas como “de risco”, visa-se demonstrar o avanço legislativo quanto à matéria como mais um passo rumo à proteção dos direitos fundamentais. Em segundo plano, o trabalho exporá brevemente a correlação existente entre responsabilidade civil e dignidade humana, sempre enfatizando a situação das vítimas. Avalia-se, por fim, a eficácia dos Direitos Fundamentais no campo da responsabilidade civil objetiva, buscando os parâmetros para solução do possível conflito entre direitos fundamentais nas relações jurídico-privadas, pondo-se em destaque a convivência social e o direito privado.

  • JOAO HENRIQUE VASCONCELOS AROUCK
  • CONTRIBUTOS HERMENÊUTICO-FILOSÓFICOS PARA UMA FUNDAMENTAÇÃO ÉTICA DOS DIREITOS HUMANOS: A EPOCALIDADE E O COTIDIANO SOB O PENSAMENTO DE HEIDEGGER E GADAMER
  • Orientador : PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA
  • Data: 01/07/2010

  • VIVIANY ALMEIDA LOUREIRO
  • A HERMENÊUTICA DOS DIREITOS HUMANOS EM FACE DA DIVERSIDADE CULTURAL
  • Orientador : PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA
  • Data: 01/07/2010

  • NILSON JOSE GOMES BARROS
  • Assédio moral como acidente de trabalho no meio laboral

  • Data: 21/06/2010
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  • O assédio moral é um tema que faz parte do campo de estudo do Direito do Trabalho. Objetivamos neste trabalho esclarecer e indicar alternativas que possam contribuir para uma nova interpretação das normas tutelares do direito laboral, partindo de um novo olhar, uma nova visão fundamentada na proposta de melhoria da qualidade de vida do trabalhador. Realizamos uma explanação no primeiro capítulo, em que abordaremos o assédio moral no trabalho, destacando o histórico dos trabalhadores no Brasil, bem como o conceito e as características do assédio moral no trabalho, o nexo de causalidade e a prova do assédio moral, tratando nesse aspecto da inversão do ônus da prova no assédio moral. Focalizamos o assédio moral como ilícito trabalhista e como o assunto vem sendo tratado na legislação brasileira. Apresentamos a possibilidade do Estado ingressar com ação regressiva contra as empresas que praticam assédio moral, e no final do capítulo faremos uma abordagem do assédio moral organizacional. No segundo capítulo, trataremos dos aspectos do acidente de trabalho, expondo seu conceito e suas características, evidenciando suas conseqüências como auxílio-acidente, estabilidade acidentária, fazendo explanações sobre a responsabilidade civil por acidente do trabalho, bem como a questão da indenização por dano moral em decorrência de acidente do trabalho, nesse ponto abordaremos o nexo técnico epidemiológico e a necessidade de emissão da CAT (comunicação de acidente de trabalho), fazendo analogia dos conceitos de acidente de trabalho e assédio moral. No terceiro capítulo, evidenciamos os aspectos do meio ambiente laboral o qual está inserido no meio ambiente natural e ecológico, de acordo com a Constituição Federal de 1988, elencamos vasta legislação que protege o meio ambiente do trabalho, abordamos também os princípios norteadores do Direito do Trabalho, destacando a proteção, igualdade e liberdade, demonstrando a necessidade de promover a dignidade da pessoa humana, que fundamenta a Constituição Federal de 1988. No quarto capítulo, expomos a nossa tese, que o assédio moral é uma espécie de acidente de trabalho, tendo em vista que as semelhanças conceituais, de que ambos, causam lesões nos trabalhadores, oriundas da relação de trabalho, e ambos possuem a mesma necessidade, de que o nexo causal da lesão tenha reflexo na relação laboral. Nesse ponto, faremos uma abordagem hermenêutica, na qual são expostos conceitos científicos sobre depressão e a síndrome de burnout como doenças ocupacionais, oriundas de assédio moral. No último capítulo, apresentamos algumas medidas de prevenção do assédio moral no trabalho, incluindo as ações sindicais, estatais, destacando o importante papel do Ministério Público do Trabalho, bem como algumas medidas de prevenção que as empresas podem adotar para prevenir o assédio moral, tendo em vista que suas conseqüências são nefastas para o trabalhador e para as organizações. A metodologia consistiu em pesquisa bibliográfica, consulta em sites da internet e projetos de lei. Concluímos que necessitamos de leis severas no combate e prevenção das situações de assédio moral, bem como a reelaboração dos planos de gestão desenvolvidos pelos órgãos de planejamento para a reeducação das organizações, visando promover melhorias qualitativas nas relações sociais no trabalho.

  • MANUELA BITAR LELIS DOS SANTOS PICKERELL
  • "BEM JURÍDICO PENA E PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE - UMA ANALISE CRÍTICA DA PENA EM ABSTRATO"
  • Orientador : MARCUS ALAN DE MELO GOMES
  • Data: 21/05/2010

  • FLAVIA LUCIANA GUIMARAES MARCAL PANTOJA DE ARAUJO
  • Da Educação que se tem para a educação que se quer - A Traíde: Planejamento, Financiamento e Gestão Democratica como mecanismo de efetividade do Direito Humano à Educação."
  • Orientador : VIOLETA REFKALEFSKY LOUREIRO
  • Data: 20/05/2010

  • ROSANI DE FATIMA FERNANDES
  • EDUCAÇÃO ESCOLAR KYIKATÊJÊ: NOVOS CAMINHOS PARA APRENDER E ENSINAR
  • Orientador : JANE FELIPE BELTRAO
  • Data: 19/05/2010
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  • EDUCAÇÃO / DIREITOS HUMANOS / ESCOLAR KYIKATÊJÊ /
  • MAGNO GUEDES CHEGAS
  • A Auto-Organização do Estado-Membro no Brasil. O Poder Constituinte na Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
  • Orientador : ANTONIO GOMES MOREIRA MAUES
  • Data: 29/04/2010

  • BRUNO ALBERTO PARACAMPO MILEO
  • A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA MULTICULTURAL NO BRASIL: FUNDAMENTOS JURÍDICOS PARA UMA DEMOCRACIA PLURALISTA NO PÓS-COLONIALISMO
  • Orientador : VIOLETA REFKALEFSKY LOUREIRO
  • Data: 15/04/2010

  • IONE MISSAE DA SILVA NAKAMURA
  • Mulheres Diagnosticadas com transtorno mental, atendidas pelo serviço de saúde mental da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Belém-Pa (2007-2008): um estudo sobre violação de Direitos das mulheres.
  • Orientador : MONICA PRATES CONRADO
  • Data: 29/01/2010

2009
Descrição
  • FABIO PEREIRA DE OLIVEIRA
  • INJÚRIA RACIAL E COTAS: De que maneira os inquéritos policiais poderão contribuir para o debate racial acerca das cotas na UFPA?

  • Data: 18/12/2009
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  • Esta pesquisa enfoca a implementação de cotas raciais na UFPA, a partir da análise de inquéritos policiais sobre injúria racial; da visão de repórteres e leitores do jornal O Liberal; além do caso do julgamento do mandado de injunção impetrado pelo grupo Mocambo. Tais diálogos se estabelecem para compreender as representações sociais referentes às relações raciais no Brasil, já que a concepção dos atores sociais fica mais clarividente com a contextualização histórica das falas recorrentes, seja as dos inquéritos policiais, seja a de alunos não cotistas, seja a de autoridades constituídas. Para isso, a pesquisa bibliográfica embasou-se em Thompson (2001), Chalhoub (1990; 2001), Dworkin (2005), dentre outros, e no uso de fontes documentais (legislação vigente, boletins de ocorrência, jornais Beira do Rio e O Liberal). Após a análise do conteúdo, constatou-se que a cor é utilizada para demarcar o mapa da desigualdade entre negros e brancos, em situações potencialmente conflituosas. Além disso, o debate sobre as cotas não deve ser polarizado, porque isso provoca o acirramento das posições e a minimização de fatores igualmente importantes no contexto educacional. Apesar de as cotas sozinhas não resolverem o problema racial, tampouco o da permanência do negro na universidade, elas contribuem para a democratização do ensino superior.

  • IVANILSON PAULO CORREA RAIOL
  • Ultrapassando fronteiras: a proteção jurídica dos refugiados ambientais
  • Orientador : JOSE HEDER BENATTI
  • Data: 14/12/2009

  • ELICELI COSTA ABDORAL
  • O TRÁFICO FEMININO PARA FINS DE SUPERESPLORAÇÃO

  • Data: 11/12/2009
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  • O tráfico de pessoas segundo a Organização das Nações Unidas- ONU, é a terceira atividade ilícita mais lucrativa do planeta, perdendo apenas para o trafico de drogas e o de armas. Seu contexto extrapola a esfera criminal, perpassando não só pelo paradigma capitalista e sua divisão (sobretudo sexual) do trabalho, como questões culturais e de gênero nela envolvidas. Seu enfrentamento reclama a visão holística dos direitos humanos e o reconhecimento da diversidade democrática, como condição de possibilidade de proteção e (re) estabelecimento do status de cidadania das pessoas a ele submetidas.Este trabalho trata desta questão, quando a finalidade é para fins de prostituição forçada (forma de trabalho escravo), considerando o contexto da Amazônia Paraense.

  • ALMIRES MARTINS MACHADO
  • De Direito Indigenista a Direitos indígenas: desdobramento da arte do enfrentamento.
  • Orientador : JOSE HEDER BENATTI
  • Data: 05/12/2009

  • WLADIRSON RONNY DA SILVA CARDOSO
  • Terra indígena e etnicidade - os usos e a proteção da floresta pelos Kyikatêjê
  • Orientador : JANE FELIPE BELTRAO
  • Data: 03/12/2009

  • SERGIO GUEDES MARTINS
  • A crítica hermenêutica ao pensamento jurídico moderno
  • Data: 20/11/2009
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  • Este trabalho tem por objetivo demonstrar que as formulações fundamentais da hermenêutica filosófica possibilitam uma crítica contundente ao paradigma jurídico engendrado na modernidade sob a forte influência do legado científico–metodológico, herdado do processo de afirmação da modernidade nos séculos XVI-XVII. Pratica uma exposição do positivismo jurídico de matriz kelseniana, como modelo que condensa e sistematiza os pressupostos da modernidade em torno de sua proposta de uma ciência pura do Direito, mostrando-se, pelo menos em nossa tradição romano-germânica como a teoria herdeira do legado cientificista moderno. A hermenêutica filosófica, rompendo com o paradigma moderno, possibilita-nos a superação dos esquemas separatistas entre homem-natureza/sujeito-objeto, próprio da ciência moderna, e a perspectiva de uma teoria compreensiva mais afeita à faticidade do ser-no-mundo.

  • ANA MARIA MAGALHAES DE CARVALHO
  • O orçamento municipal e o Ministério Público: estudos de caso de municipios do Pará
  • Orientador : FERNANDO FACURY SCAFF
  • Data: 09/10/2009

  • LUCIANA ARAUJO DE SOUZA LEAO
  • A Efetivação dos direitos fundamentais sociais: uma analise sob o ponto de vista orçamentário.
  • Orientador : FERNANDO FACURY SCAFF
  • Data: 09/10/2009

  • BRUNO FERREIRA MONTENEGRO DUARTE
  • A responsabilidade civil objetiva como mecanismo de repersonalização do direito civil: uma analise do artigo 927, parágrafo único do Código Civil.
  • Orientador : PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA LEAL
  • Data: 30/09/2009

  • SYGLEA REJANE MAGALHAES LOPES
  • "Povos e comunidades tradicionais da Amazônia Legal: analise das normas jurídicas de acesso aos territorios e aos bens ambientais"
  • Orientador : ANTONIO JOSE DE MATTOS NETO
  • Data: 28/09/2009

  • HERENA NEVES MAUES CORREA DE MELO
  • O TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO COMO FATOR DE DESCUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL
  • Data: 18/09/2009
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  • Resumo Pretende-se analisar o descumprimento da função social da propriedade rural vinculada à redução de trabalhadores à condição análoga a de escravos, tendo em vista que a Constituição Federal de 1988 elegeu a dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, bem como trouxe no rol dos requisitos para o cumprimento da função social da propriedade rural, art. 186, a observância das disposições que regulam as relações de trabalho e a exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores. A função social da propriedade rural é vista neste estudo como elemento inerente ao atual conceito de direito de propriedade. Ao considerarmos a função social da propriedade como estrutural ao direito de propriedade, isto é, o direito de propriedade agrária existe para cumprir uma função necessária à sociedade, a inobservância desta sócio-funcionalidade leva à própria extinção do direito em questão, fato este que na prática retira do Estado a obrigação de proteger a condição de proprietário do descumpridor. Neste sentido, a desconstituição do direito de propriedade sobre as terras onde ocorra o trabalho escravo contemporâneo, seria uma proposta à reconstrução da dogmática do direito de propriedade rural. Nestes termos, a abordagem tem por objetivo, a partir da Carta Republicana de 1988, a releitura de valores, conformadores do conteúdo do direito de propriedade e da dignidade da pessoa humana. O capítulo I retrata o trabalho escravo contemporâneo e sua relação com as atividades produtivas na região amazônica. O Capítulo II analisa o Trabalho Escravo Contemporâneo como prática criminalizada no Art. 149 do CPB, bem como a mudança de paradigma com a alteração da redação da legislação ocorrida em 2003. O capítulo III aborda o método sistemático de interpretação constitucional sob o enfoque axiológico teleológico. O capítulo IV evidencia a dignidade humana como diretriz e norma constitucional, principal valor violado na prática do trabalho escravo contemporâneo. Por fim, o capítulo V revela os fundamentos do direito de propriedade a partir da atual hermenêutica constitucional, diferenciando-o de seu padrão individualista, o que leva a breve exposição sobre a diferença entre desapropriação e desconstituição do direito de propriedade rural pela prática do trabalho escravo contemporâneo. Abstract This study aims to analyze the non fulfilment of the homestead social function linked to the reduction of the number of workers in a condition akin to slaves, considering that the Federal constitution of 1988 indicated the human being dignity fundamental for the democratic State of Right, as well as it emphasized, in the set of requirements for the fulfillment of the property social function, art. 186, the observance of laws that regulate the labor relations and the exploration in order to promote the proprietor’s and the workers’ well-beig. In this study, the homestead social function is analyzed as an element inherent to the recent concept of property right. Considering the property social function as structural to the property right, that is to say, the agrarian property right exists to fulfil a necessary function for the society. The inobservance of this social-functionality, drives the related right to its proper extinction, and it takes back from the State the obligation to protect the condition of proprietor of the one who does not fulfil. According to this, the expropriation of properties where the workers are in condition akin to slaves would be a suggestion to invigorate the dogma of the homestead right. Concerning to the property social function, it is necessary to understand the concept of this principle, selected by the Brazilian Political Letter in several articles. It is a plastic concept that can vary according to the objectives defined by the State as possibilities of environmental-economical-social development. So, the approach of this study has the objective to observe the humanity values in a detailed way, based on the Republican Letter, and focusing on the content of the property right and the human being’s dignity.
  • NEY STANY MORAIS MARANHAO
  • A Cláusula Geral de Responsabilidade Civil Objetiva do Direito Brasileiro: Importância e Alcance Jurídicos à Luz de uma Perspectiva Civil-Constitucional

  • Orientador : PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA LEAL
  • Data: 18/09/2009
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  • Esta dissertação investiga a importância e o alcance jurídicos da cláusula geral
    de responsabilidade civil objetiva alojada no artigo 927, parágrafo único, parte final, do
    Código Civil brasileiro de 2002. A pesquisa é realizada dentro de uma perspectiva civilconstitucional,
    com especial prestígio aos princípios da dignidade da pessoa humana e
    da solidariedade social.
    De início, refuta o individualismo exacerbado e a porosidade relacional que são
    ínsitos ao que hoje se tem mencionado serem tempos pós-modernos, porquanto
    empecilhos para a concretização do nobre projeto solidarista iniciado desde 1988 por
    nossa vigente Carta da República. Passado esse contraste, a dissertação se debruça
    sobre a dogmática dos direitos fundamentais e cuida dos traços basilares do que se
    convencionou chamar de neoconstitucionalismo. Em seguida, à luz dessa estruturação
    teórica, o trabalho adentra os portais do jus civile e passa a enfocar os principais
    reflexos da constitucionalização do Direito Civil e as mais relevantes tendências da
    responsabilidade civil no mundo contemporâneo, sobretudo no que tange ao seu
    crescente processo de objetivização. Após, o trabalho faz rápida incursão por previsões
    de responsabilidade civil objetiva contidas nos ordenamentos jurídicos brasileiro (nas
    esferas constitucional e infraconstitucional) e alienígena, de modo que se tenha uma
    boa noção da importância da atual regência normativa perpetrada ao tema pelo novel
    Código Civil.
    Por fim, a dissertação realiza análise principiológica e semântica do artigo 927,
    parágrafo único, do Código Civil brasileiro de 2002, buscando traçar sua importância e
    alcance jurídicos. A conclusão reafirma que a fundamentação atual da responsabilidade
    civil está assentada em densos valores constitucionais, destacando, em arremate, que
    toda essa reformulação teórica ora vivenciada constitui reflexo direto de uma
    contundente inversão dogmática operada no próprio âmago da responsabilidade civil,
    que, hodiernamente, preocupa-se, acima de tudo, mais em reparar o dano da vítima,
    que reprovar a conduta do ofensor, expediente esse inteiramente afinado com a valiosa
    axiologia constitucional pátria, centrada na dignidade da pessoa humana.
    Esta dissertação investiga a importância e o alcance jurídicos da cláusula geralde responsabilidade civil objetiva alojada no artigo 927, parágrafo único, parte final, doCódigo Civil brasileiro de 2002. A pesquisa é realizada dentro de uma perspectiva civilconstitucional,com especial prestígio aos princípios da dignidade da pessoa humana eda solidariedade social.De início, refuta o individualismo exacerbado e a porosidade relacional que sãoínsitos ao que hoje se tem mencionado serem tempos pós-modernos, porquantoempecilhos para a concretização do nobre projeto solidarista iniciado desde 1988 pornossa vigente Carta da República. Passado esse contraste, a dissertação se debruçasobre a dogmática dos direitos fundamentais e cuida dos traços basilares do que seconvencionou chamar de neoconstitucionalismo. Em seguida, à luz dessa estruturaçãoteórica, o trabalho adentra os portais do jus civile e passa a enfocar os principaisreflexos da constitucionalização do Direito Civil e as mais relevantes tendências daresponsabilidade civil no mundo contemporâneo, sobretudo no que tange ao seucrescente processo de objetivização. Após, o trabalho faz rápida incursão por previsõesde responsabilidade civil objetiva contidas nos ordenamentos jurídicos brasileiro (nasesferas constitucional e infraconstitucional) e alienígena, de modo que se tenha umaboa noção da importância da atual regência normativa perpetrada ao tema pelo novelCódigo Civil.Por fim, a dissertação realiza análise principiológica e semântica do artigo 927,parágrafo único, do Código Civil brasileiro de 2002, buscando traçar sua importância ealcance jurídicos. A conclusão reafirma que a fundamentação atual da responsabilidadecivil está assentada em densos valores constitucionais, destacando, em arremate, quetoda essa reformulação teórica ora vivenciada constitui reflexo direto de umacontundente inversão dogmática operada no próprio âmago da responsabilidade civil,que, hodiernamente, preocupa-se, acima de tudo, mais em reparar o dano da vítima,que reprovar a conduta do ofensor, expediente esse inteiramente afinado com a valiosaaxiologia constitucional pátria, centrada na dignidade da pessoa humana.

  • AGATHA GONCALVES SANTANA
  • A TUTELA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS COMO LIMITE AO PODER PRIVADO
  • Orientador : PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA LEAL
  • Data: 18/09/2009

  • ODAISE CRISTINA PICANCO BENJAMIM MARTINS
  • A QUESTÃO DO MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NO ESTADO DO PARÁ: o problema da caracterização do fenômeno do assédio moral.
  • Orientador : DIANA ANTONAZ
  • Data: 16/09/2009

  • JOAO DANIEL MACEDO SA
  • Pagamentos por serviços ambientais: perspectivas para proteção e uso de recursos naturais.
  • Orientador : JOSE HEDER BENATTI
  • Data: 31/08/2009

  • PAULA FRASSINETE COUTINHO DA SILVA
  • Responsabilidade civil: dever jurídic fundamental
  • Orientador : PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA LEAL
  • Data: 31/08/2009

  • MARIA CLARA BARROS NOLETO
  • O CONTROLE JUDICIAL DO ORÇAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL

  • Data: 28/08/2009
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  •  

    O direito à saúde é direito fundamental para a ordem constitucional brasileira. Por
    conta disto há atribuição de sua realização pelo Poder Público. Ocorre que a
    implementação de políticas de saúde acontece de maneira precária, deixando
    muitos brasileiros sem acesso a tratamentos de saúde. Com isto cresceu a procura
    pelo Poder Judiciário com vistas a que este solucione os conflitos postos. Tais
    decisões judiciais acarretam um significativo impacto orçamentário em razão dos
    sequestros de verbas empreendidos. Ante a este cenário, este trabalho propõe-se a
    analisar as razões para o impasse a respeito do problema. Descreve-se então os
    motivos invocado pelos juízes para fundamentar suas decisões e verifica-se que a
    perspectiva utilizada é a da justiça retributiva, acarretando assim um descompasso
    entre a natureza do conflito e a da solução dada. Avança-se na investigação e surge
    o orçamento como ponto fundamental para a compreensão e resolução do
    problema, discutindo-se, então, a finalidade do instituto, os princípios constitucionais
    a ele relacionados e o controle que deve ser sob ele exercido. Na discussão de tais
    temas percebe-se a importância do gasto público e do respeito ao que foi
    estabelecido na lei orçamentária, trazendo à lume a discussão da natureza do
    orçamento brasileiro. Empreende-se, ainda, a análise das formas de controle sob o
    gasto público, bem como os mecanismos à disposição do Poder Judiciário para
    interferir no orçamento sempre que restar demonstrado a inobservância de suas
    disposições por parte do administrador. Aduz-se, por fim, a possibilidade de
    responsabilizar o chefe do Poder Executivo pelas medidas adotadas em desrespeito
    ao estabelecido na lei orçamentária.

    O direito à saúde é direito fundamental para a ordem constitucional brasileira. Porconta disto há atribuição de sua realização pelo Poder Público. Ocorre que aimplementação de políticas de saúde acontece de maneira precária, deixandomuitos brasileiros sem acesso a tratamentos de saúde. Com isto cresceu a procurapelo Poder Judiciário com vistas a que este solucione os conflitos postos. Taisdecisões judiciais acarretam um significativo impacto orçamentário em razão dossequestros de verbas empreendidos. Ante a este cenário, este trabalho propõe-se aanalisar as razões para o impasse a respeito do problema. Descreve-se então osmotivos invocado pelos juízes para fundamentar suas decisões e verifica-se que aperspectiva utilizada é a da justiça retributiva, acarretando assim um descompassoentre a natureza do conflito e a da solução dada. Avança-se na investigação e surgeo orçamento como ponto fundamental para a compreensão e resolução doproblema, discutindo-se, então, a finalidade do instituto, os princípios constitucionaisa ele relacionados e o controle que deve ser sob ele exercido. Na discussão de taistemas percebe-se a importância do gasto público e do respeito ao que foiestabelecido na lei orçamentária, trazendo à lume a discussão da natureza doorçamento brasileiro. Empreende-se, ainda, a análise das formas de controle sob ogasto público, bem como os mecanismos à disposição do Poder Judiciário parainterferir no orçamento sempre que restar demonstrado a inobservância de suasdisposições por parte do administrador. Aduz-se, por fim, a possibilidade deresponsabilizar o chefe do Poder Executivo pelas medidas adotadas em desrespeitoao estabelecido na lei orçamentária.

     

  • FERNANDO CESAR LOUZADA E SILVA
  • Violência de gênero e crime passional: um estudo do caso Nirvana
  • Orientador : JOSE CLAUDIO MONTEIRO DE BRITO FILHO
  • Data: 28/08/2009

  • URA LOBATO MARTINS
  • Progressividade fiscal do ITBI e do ITCMD: instrumento necessário para garantir a justiça fiscal

  • Orientador : FERNANDO FACURY SCAFF
  • Data: 27/08/2009
  • Mostrar Resumo
  •  

    RESUMO
    A presente dissertação trata sobre a progressividade fiscal como
    instrumento viabilizador da justiça fiscal, dando-se enfoque ao ITBI e ao ITCMD
    (denominados de impostos reais). A dissertação é dividida em quatro capítulos. O
    capítulo inicial tem o objetivo de estabelecer quais serão os pressupostos teóricos
    que irão embasar o estudo, no que tange à hermenêutica constitucional. Para tanto,
    será analisado o conceito e a função dos princípios dentro do ordenamento jurídico.
    Ainda neste capítulo, será demonstrado o método interpretativo construtivo
    formulado por Ronald Dworkin. O segundo capítulo visa defender que a tributação
    deve ser utilizada como instrumento para efetivar os direitos humanos, permitindo,
    assim, a expansão das liberdades reais dos cidadãos. No terceiro capítulo será
    demonstrado de que forma a progressividade fiscal deve ser utilizada como o
    instrumento viabilizador da justiça fiscal, bem como será demonstrado o conceito e o
    alcance do Princípio da Capacidade Contributiva, dando-se ênfase ao ITBI e ITCMD.
    No último capítulo será demonstrada a necessidade de ser feita uma interpretação
    do Princípio da Capacidade Contributiva que garanta integridade ao Direito, e por
    conseguinte, será defendida a necessidade de se romper com classificações inúteis
    e inadequadas, com o fim de possibilitar a aplicação da progressividade fiscal a
    todos os impostos, em especial ao ITBI e ao ITCMD, em prol do ideal democrático
    da justiça fiscal e dos Princípios Constitucionais da Isonomia e da Capacidade
    Contributiva. Será demonstrado e criticado o atual posicionamento do Supremo
    Tribunal Federal sobre o tema.

    A presente dissertação trata sobre a progressividade fiscal comoinstrumento viabilizador da justiça fiscal, dando-se enfoque ao ITBI e ao ITCMD(denominados de impostos reais). A dissertação é dividida em quatro capítulos. Ocapítulo inicial tem o objetivo de estabelecer quais serão os pressupostos teóricosque irão embasar o estudo, no que tange à hermenêutica constitucional. Para tanto,será analisado o conceito e a função dos princípios dentro do ordenamento jurídico.Ainda neste capítulo, será demonstrado o método interpretativo construtivoformulado por Ronald Dworkin. O segundo capítulo visa defender que a tributaçãodeve ser utilizada como instrumento para efetivar os direitos humanos, permitindo,assim, a expansão das liberdades reais dos cidadãos. No terceiro capítulo serádemonstrado de que forma a progressividade fiscal deve ser utilizada como oinstrumento viabilizador da justiça fiscal, bem como será demonstrado o conceito e oalcance do Princípio da Capacidade Contributiva, dando-se ênfase ao ITBI e ITCMD.No último capítulo será demonstrada a necessidade de ser feita uma interpretaçãodo Princípio da Capacidade Contributiva que garanta integridade ao Direito, e porconseguinte, será defendida a necessidade de se romper com classificações inúteise inadequadas, com o fim de possibilitar a aplicação da progressividade fiscal atodos os impostos, em especial ao ITBI e ao ITCMD, em prol do ideal democráticoda justiça fiscal e dos Princípios Constitucionais da Isonomia e da CapacidadeContributiva. Será demonstrado e criticado o atual posicionamento do SupremoTribunal Federal sobre o tema.

  • ALEXANDRE MANUEL LOPES RODRIGUES
  • Imputabilidade e psicopatia: justificação sob o enfoque jusfundamental e criminológico
  • Orientador : JOSE CLAUDIO MONTEIRO DE BRITO FILHO
  • Data: 24/08/2009

  • DIOGO SEIXAS CONDURU
  • ENSAIO SOBRE AÇÕES AFIRMATIVAS A PARTIR DO PROGRAMA "TERRA NEGRA BRASIL"
  • Orientador : ANTONIO JOSE DE MATTOS NETO
  • Data: 20/08/2009

  • MARLENE RODRIGUES MEDEIROS FREITAS
  •  

    LEGIMITIDADE ATIVA NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA:
    UM MODELO INDEPENDENTE DE ACESSO JUDICIAL PARA A TUTELA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS

    LEGIMITIDADE ATIVA NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA:UM MODELO INDEPENDENTE DE ACESSO JUDICIAL PARA A TUTELA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS

     

  • Data: 14/08/2009
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  • O avanço da ciência e da tecnologia nas sociedades em desenvolvimento faz surgir uma diversidade de interesses cuja satisfação deve sujeitar-se à prevenção de riscos e à restauração de danos e prejuízos eventualmente causados pela produção de massa, poluição ambiental, degradação da natureza, serviços públicos deficitários, e outros que possam sacrificar a sociedade do presente e as gerações futuras. A Constituição Brasileira de 1988 garante direitos e define deveres, individuais e coletivos, para a efetivação do Estado Democrático de Direito, estabelecendo mecanismos e procedimentos para a judicialização de conflitos coletivos sendo a ação civil pública, regulada pela Lei 7.347/85 um dos instrumentos normativos de acesso à Justiça com o objetivo de tutelar direitos fundamentais. O Ministério Público é a Instituição que detém poderes para representar a sociedade e defender a ordem jurídica, devendo-lhe ser assegurada autonomia suficiente para o exercício da ação civil pública como legitimado comum. Às associações civis representantes de grupos e comunidades na defesa de direitos fundamentais deve ser dispensada a exigência de tempo definido de sua constituição para ingressar em juízo, como determina o § 4º do art. 5 desta lei, porque essa restrição reduz o alcance do princípio fundamental de acesso à Justiça. Também deve ser assegurada ao cidadão a titularidade ativa na ação civil pública em defesa de direitos sociais fundamentais, uma vez que o cidadão é representante idôneo para exigir proteção à vida digna de todos os homens.

  • PAULO CESAR BELTRAO RABELO
  • Os Tembés do Alto Guamá: o grito silenciado da floresta
  • Orientador : JANE FELIPE BELTRAO
  • Data: 20/07/2009

  • ISABELA BENTES DE LIMA
  • "A exigibilidade judicial do direito fundamental à educação na constituição federal de 1988."
  • Orientador : ANTONIO GOMES MOREIRA MAUES
  • Data: 16/07/2009
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  • ...
  • ISMAEL LIMA LEITE
  • Hermenêutica filosófica: um novo paradigma para a universalidade dos direitos hunamos.
  • Orientador : PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA
  • Data: 01/07/2009

  • ANNA CRUZ DE ARAUJO PEREIRA DA SILVA
  • O POTE DE OURO AO FIM DO ARCO-ÍRIS: O RECONHECIMENTO DA CIDADANIA DE IDOSOS HOMOSSEXUAIS
  • Orientador : JANE FELIPE BELTRAO
  • Data: 23/03/2009

  • LUANNA TOMAZ DE SOUZA
  • SERÁ QUE ISSO VAI PRA FRENTE, DOUTORA? CAMINHOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI "MARIA DA PENHA EM BELÉM"
  • Orientador : MONICA PRATES CONRADO
  • Data: 06/03/2009

2008
Descrição
  • PAULO ISAN COIMBRA DA SILVA JUNIOR
  • AÇÃO AFIRMATIVA PARA O TRABALHADOR VELHO

  • Data: 19/12/2008
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  • O estudo enfoca as ações afirmativas para o trabalhador velho e tem o propósito de investigar se estas ações constituem meio hábil para a superação da presente inferiorização da pessoa velha nas relações de trabalho brasileiras. Esta discussão encontra-se dividida em três capítulos. No primeiro, buscou-se analisar os processos de hierarquização produzidos pela modernidade capitalista, destacando-se o sistema de hierarquização baseado no critério etário que leva à inferiorização das pessoas velhas nas sociedade atual e se reflete nas relações de trabalho. No segundo capítulo, objetivou-se identificar os instrumentos normativos disponíveis para o combate da inferiorização das pessoas velhas nas relações de trabalho, com especial atenção às ações afirmativas. No terceiro capítulo, discutiu-se a adequação à realidade brasileira das ações afirmativas destinadas ao trabalhador velho. No campo metodológico, o estudo caracteriza-se como uma pesquisa do tipo teórica, que se valeu de procedimentos de levantamento bibliográfico - na área da Antropologia, Sociologia, e Direito - e documentação em bases legislativas, administrativas e judiciais.

  • PAULO ISAN COIMBRA DA SILVA JUNIOR
  • AÇÃO AFIRMATIVA PARA O TRABALHADOR VELHO

  • Data: 19/12/2008
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  • O estudo enfoca as ações afirmativas para o trabalhador velho e tem o propósito de investigar se estas ações constituem meio hábil para a superação da presente inferiorização da pessoa velha nas relações de trabalho brasileiras. Esta discussão encontra-se dividida em três capítulos. No primeiro, buscou-se analisar os processos de hierarquização produzidos pela modernidade capitalista, destacando-se o sistema de hierarquização baseado no critério etário que leva à inferiorização das pessoas velhas nas sociedade atual e se reflete nas relações de trabalho. No segundo capítulo, objetivou-se identificar os instrumentos normativos disponíveis para o combate da inferiorização das pessoas velhas nas relações de trabalho, com especial atenção às ações afirmativas. No terceiro capítulo, discutiu-se a adequação à realidade brasileira das ações afirmativas destinadas ao trabalhador velho. No campo metodológico, o estudo caracteriza-se como uma pesquisa do tipo teórica, que se valeu de procedimentos de levantamento bibliográfico - na área da Antropologia, Sociologia, e Direito - e documentação em bases legislativas, administrativas e judiciais.

  • RAIMUNDO RODRIGUES SANTANA
  • A atuação do jurisdicional e proteção ambiental no Pará
  • Orientador : ANTONIO JOSE DE MATTOS NETO
  • Data: 15/12/2008

  • DAVI JOSE DE SOUZA DA SILVA
  • OS RUMOS DA PAZ PÉRPETUA: ENTRE KANT E HARBEMAS, AS POSSIBILIDADES DE UMA RESPOSTA NORMATIVA NA BUSCA DA PAZ

  • Orientador : ANGELA MAROJA SILVEIRA
  • Data: 06/12/2008
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  • NÃO TEM DADOS NA SECRETARIA

  • KLELTON MAMED DE FARIAS
  • "Ação e lei: estudo preliminar sobre os direitos humanos como categoria política de Hannah Arendt"
  • Orientador : ANGELA MAROJA SILVEIRA
  • Data: 05/12/2008

  • DEBORA SIMOES PEREIRA
  • Prisão provisória em face da morosidade judicial e da razoável duração do processo
  • Orientador : PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA
  • Data: 26/11/2008

  • RODRIGO MAGALHAES PESSOA
  • O IPTU Ambiental: Fundamentos jurídicos para sua aplicação.

  • Data: 17/11/2008
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  • A degradação ambiental é um problema global, afetando as sociedades de modo profundo. As gerações presentes e futuras percebem que as mudanças imprimidas no meio ambiente produziram perda de qualidade de vida, ao ponto de ser revisto o modo de produção de bens e principalmente o modo como a sociedade se relaciona com o meio ambiente. O crescimento urbano é uma tendência igualmente global, entretanto, a qualidade de vida dos centros urbanos não acompanha seu crescimento, gerando uma série de problemas ambientais que devem ser enfrentados pelo Poder Público e pela sociedade como um todo. Os tributos ambientais vêm sendo adotados como instrumentos de intervenção na economia, com objetivo de produzir comportamentos ambientalmente favoráveis, seja por meio de incentivos, seja por meio de encargos sobre fatos que prejudicam o meio ambiente. Os Municípios, no Brasil, pela importância histórica que possuem e pela competência tributária definida constitucionalmente, tem à sua disposição o Imposto Predial e Territorial Urbano, um tributo que pode ser utilizado como ferramenta de proteção ambiental. A Constituição Federal de 1988 prevê a utilização deste imposto como meio de proteção ambiental nos centros urbanos, sendo que ainda permite aos municípios a criação de impostos prediais que atendam às realidades locais, transformando esta exação em interessante ferramenta de proteção do meio ambiente.

  • RODRIGO MAGALHAES PESSOA
  • O IPTU Ambiental: Fundamentos jurídicos para sua aplicação.

  • Data: 17/11/2008
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  • A degradação ambiental é um problema global, afetando as sociedades de modo profundo. As gerações presentes e futuras percebem que as mudanças imprimidas no meio ambiente produziram perda de qualidade de vida, ao ponto de ser revisto o modo de produção de bens e principalmente o modo como a sociedade se relaciona com o meio ambiente. O crescimento urbano é uma tendência igualmente global, entretanto, a qualidade de vida dos centros urbanos não acompanha seu crescimento, gerando uma série de problemas ambientais que devem ser enfrentados pelo Poder Público e pela sociedade como um todo. Os tributos ambientais vêm sendo adotados como instrumentos de intervenção na economia, com objetivo de produzir comportamentos ambientalmente favoráveis, seja por meio de incentivos, seja por meio de encargos sobre fatos que prejudicam o meio ambiente. Os Municípios, no Brasil, pela importância histórica que possuem e pela competência tributária definida constitucionalmente, tem à sua disposição o Imposto Predial e Territorial Urbano, um tributo que pode ser utilizado como ferramenta de proteção ambiental. A Constituição Federal de 1988 prevê a utilização deste imposto como meio de proteção ambiental nos centros urbanos, sendo que ainda permite aos municípios a criação de impostos prediais que atendam às realidades locais, transformando esta exação em interessante ferramenta de proteção do meio ambiente.

  • ELIAS ANTONIO DE ALBUQUERQUE CHAMMA
  • "O Princípio da eficiência no gasto público"
  • Orientador : FERNANDO FACURY SCAFF
  • Data: 17/11/2008

  • ALISSON GOMES MONTEIRO
  • A MÃO E O MARTELO:
    A Polícia Militar e os conflitos sociais no campo paraense
    Belém – Pa
    2008
    A MÃO E O MARTELO:A Polícia Militar e os conflitos sociais no campo paraenseBelém – Pa2008

  • Orientador : JOSE HEDER BENATTI
  • Data: 14/11/2008
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  •  

    Este estudo foi realizado para identificar como a Polícia Militar media os conflitos
    sociais no campo paraense, apontando caminhos para que ela consiga ser
    instrumento de redução de desigualdades sociais e não um mecanismo de
    perpetuação dessas disparidades, tomando como necessidade analisar o papel do
    poder político, que deveria ser o irradiador das determinações no sentido da
    proteção social, mas que acaba, principalmente por omissão, deixando essa
    corporação policial à mercê da influência da força econômica dos grandes
    latifundiários, que não raras vezes usam a violência como forma de manter as
    estruturas estabelecidas. Observou-se que a Polícia Militar age basicamente como
    um instrumento de força, muitas vezes estando a serviço de elites agrárias que, por
    intermédio da violência, perpetuam um sistema produtivo excludente e concentrador
    de recursos. Verificou-se ainda a necessidade de se estabelecer uma cultura de
    mediação que seja transformadora da realidade institucional, de modo que o
    descrédito da Corporação seja ultrapassado, aproximando-se verdadeiramente da
    comunidade como um serviço público.

    Este estudo foi realizado para identificar como a Polícia Militar media os conflitossociais no campo paraense, apontando caminhos para que ela consiga serinstrumento de redução de desigualdades sociais e não um mecanismo deperpetuação dessas disparidades, tomando como necessidade analisar o papel dopoder político, que deveria ser o irradiador das determinações no sentido daproteção social, mas que acaba, principalmente por omissão, deixando essacorporação policial à mercê da influência da força econômica dos grandeslatifundiários, que não raras vezes usam a violência como forma de manter asestruturas estabelecidas. Observou-se que a Polícia Militar age basicamente comoum instrumento de força, muitas vezes estando a serviço de elites agrárias que, porintermédio da violência, perpetuam um sistema produtivo excludente e concentradorde recursos. Verificou-se ainda a necessidade de se estabelecer uma cultura demediação que seja transformadora da realidade institucional, de modo que odescrédito da Corporação seja ultrapassado, aproximando-se verdadeiramente dacomunidade como um serviço público.

     

  • LULY RODRIGUES DA CUNHA FISCHER
  • O verde na selva de pedra: análise jurídica da proteção da vegetação área urbana do municipio de Belém.
  • Orientador : JOSE HEDER BENATTI
  • Data: 17/10/2008

  • NIRSON MEDEIROS DA SILVA NETO
  • QUEBRADEIRAS DE CÔCO BABAÇU DO ARAGUAIA-TOCANTINS: PLURALISMO JURÍDICO E PROTEÇÃO DOS CONHECIMENTOS TRADICIONAIS

  • Orientador : PAULO SERGIO WEYL ALBUQUERQUE COSTA
  • Data: 04/09/2008
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  • NÃO CONSTA  EM SECRETARIA

  • MARCELO FREIRE SAMPAIO COSTA
  • O DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL) COLETIVO. LEITURA CONSTITUCIONAL, CIVIL E TRABALISTA: ESTUDOS JURISPRUDENCUAL.

  • Orientador : PASTORA DO SOCORRO TEIXEIRA LEAL
  • Data: 29/08/2008
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  • NÃO DISPONÍVEL NA SECRETARIA

  • LIDIANE NASCIMENTO LEAO
  • RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR EMISSÃO LEGISLATIVA

  • Orientador : ANTONIO GOMES MOREIRA MAUES
  • Data: 30/06/2008
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  • NÃO CONSTA NO TRABALHO

  • JOSE EDILSIMO ELIZIARIO BENTES
  • O AGRAVO DE PETIÇÃO COMO PROVIMENTO RECURSAL ADEQUALDO PRA IMPUGNAR SENTENÇAS, DECISÕES INTERLOCUTÓRIAIS E DESPACHOS DECISÓRIOS NA EXECUÇÃO TRABALISTA.

  • Orientador : JOSE CLAUDIO MONTEIRO DE BRITO FILHO
  • Data: 04/04/2008
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  •  

    A idéia central nasceu em função da atividade profissional. Assistindo no dia-a-dia a
    dificuldade daqueles que, inconformados com um ato praticado na fase de execução
    de um processo do trabalho, não encontram, com a segurança desejada, um
    provimento judicial adequado para submeter a apreciação de tal ato a uma decisão
    colegiada. Cabe agravo de petição, no prazo de 8 (oito) dias, das decisões do Juiz
    ou Presidente, nas execuções. Isso é o que consta da legislação específica.
    Problema dos mais sérios na interpretação desse comando é saber o que são
    “decisões” proferidas na execução trabalhista, que podem ser impugnadas por meio
    do recurso de agravo de petição. Essa problemática encontra-se inserida dentro de
    um contexto processual, daí porque tivemos que seguir um roteiro iniciando com
    noções básicas de processo, como instrumento utilizado pelo Estado para o
    exercício de sua função jurisdicional. Saindo do geral para o particular, chegamos no
    processo do trabalho e suas fases, nos atendo mais na de execução, como ela inicia
    e termina. O cerne da questão é a reação à execução, os meios reagentes, em
    especial o recurso, como uma decorrência do princípio do duplo grau de jurisdição,
    sendo ou não uma garantia constitucional. De acordo com a previsão legal, esse
    recurso é o agravo de petição. Tratamos dele e dos atos que o juiz pode praticar na
    execução trabalhista, dizendo da natureza de cada um deles. Cuidamos das
    decisões interlocutórias, registrando nossa preocupação quanto à dificuldade que
    temos para sua identificação, mormente na fase de execução. Abordamos, na parte
    final do trabalho, a matéria relacionada com a possibilidade ou não de recurso contra
    uma decisão interlocutória, ilustrando esse estudo com alguns exemplos baseados
    em casos concretos e a solução que foi dada a cada um deles.

    A idéia central nasceu em função da atividade profissional. Assistindo no dia-a-dia adificuldade daqueles que, inconformados com um ato praticado na fase de execuçãode um processo do trabalho, não encontram, com a segurança desejada, umprovimento judicial adequado para submeter a apreciação de tal ato a uma decisãocolegiada. Cabe agravo de petição, no prazo de 8 (oito) dias, das decisões do Juizou Presidente, nas execuções. Isso é o que consta da legislação específica.Problema dos mais sérios na interpretação desse comando é saber o que são“decisões” proferidas na execução trabalhista, que podem ser impugnadas por meiodo recurso de agravo de petição. Essa problemática encontra-se inserida dentro deum contexto processual, daí porque tivemos que seguir um roteiro iniciando comnoções básicas de processo, como instrumento utilizado pelo Estado para oexercício de sua função jurisdicional. Saindo do geral para o particular, chegamos noprocesso do trabalho e suas fases, nos atendo mais na de execução, como ela iniciae termina. O cerne da questão é a reação à execução, os meios reagentes, emespecial o recurso, como uma decorrência do princípio do duplo grau de jurisdição,sendo ou não uma garantia constitucional. De acordo com a previsão legal, esserecurso é o agravo de petição. Tratamos dele e dos atos que o juiz pode praticar naexecução trabalhista, dizendo da natureza de cada um deles. Cuidamos dasdecisões interlocutórias, registrando nossa preocupação quanto à dificuldade quetemos para sua identificação, mormente na fase de execução. Abordamos, na partefinal do trabalho, a matéria relacionada com a possibilidade ou não de recurso contrauma decisão interlocutória, ilustrando esse estudo com alguns exemplos baseadosem casos concretos e a solução que foi dada a cada um deles.

     

  • MARIA CRISTINA CESAR DE OLIVEIRA
  • PRINCÍPIOS JURÍDICOS E JURISPRUDÊNCIA SÓCIO-AMBIENTAL
  • Data: 22/02/2008
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  • A questão ambiental permeia os mais variados escaninhos do conhecimento humano. Nesse sentido, a perspectiva do direito constitui uma das áreas de abrangência da matéria. O presente estudo é de cunho, eminentemente, jurídico e tem por escopo examinar, à luz dos princípios jurídicos, o perfil da jurisprudência que vem sendo produzida por tribunais de justiça integrantes de sistemas judiciais internacionais e sistemas internos — europeu e interamericano — relativamente à proteção ambiental, compreendida como direito fundamental à sadia qualidade de vida. A apreciação dos princípios jurídicos se dá a partir da elaboração de um marco teórico e se espraia por todo o corpo do trabalho, como referencial para o exame de decisões judiciais. Entre os princípios vetores, é o princípio jurídico ambiental da precaução que apresenta maior densidade, visto que a problemática ambiental, hodiernamente, se depara com demandas oriundas da chamada sociedade de risco, resultante dos avanços científicos e tecnológicos da modernidade. Esse modelo, não obstante registrar soluções a problemas já existentes, responde por outros, relativos a riscos de danos incertos, quanto à sua extensão e ao seu alcance. Diante dessa realidade, decisões, inclusive judiciais, voltadas à adoção de um nível de proteção ambiental elevada, devem ter por embasamento a ação fundada na precaução e informada pelos demais princípios jurídicos. Após traçar um quadro referencial sobre a questão ambiental, que inclui, entre outros aspectos, a noção de serviço público — e sua vocação para a materialização de Direitos Fundamentais — como instrumento de proteção ambiental, a investigação se volta para o exame crítico da jurisprudência ambiental, exarada por tribunais nacionais e internacionais. Foram pesquisadas as decisões das seguintes Cortes: Tribunal de Justiça das Comunidades Européias; Tribunal Europeu de Direitos Humanos; Corte Interamericana de Direitos Humanos; Tribunal Constitucional de Portugal; Corte Constitucional da Colômbia e Supremo Tribunal Federal do Brasil. Por fim, é possível observar que a questão ambiental, pela sua essencialidade, penetra em todos os escaninhos da vida e pode determinar medidas voltadas ao incremento da coesão social e do respeito à dignidade da pessoa humana.
2007
Descrição
  • LORENA DE PAULA REGO SALMAN
  • SÚMULA VINCULANTE E SUA APLICAÇÃO NO CASO CONCRETO: O PRINCIPIO DA IGUALDADE COMO CRITÉRIO PARA ELIMINAÇÃO DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL
  • Orientador : ANTONIO GOMES MOREIRA MAUES
  • Data: 13/12/2007

  • GISELE AUGUSTA FONTES GATO
  • A Legitimidade da Participação Processual na Tutela dos Direitos Difusos
  • Orientador : ANGELA MAROJA SILVEIRA
  • Data: 04/12/2007

  • GIOVANNA CORREA MORGADO
  • O PROCESSO LICITATÓRIO COMO MECANISMO DE PROTEÇÃO SOCIOAMBIENTAL
  • Data: 18/10/2007
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  • Esse trabalho trata da licitação como mecanismo de proteção socioambiental, analisa de que forma o processo licitatório pode funcionar como uma materialização do princípio da prevenção ambiental, na instalação de empreendimentos públicos potencialmente causadores de degradação ambiental. Num primeiro momento essa pesquisa tratou da questão ambiental e seus aspectos relevantes, a inserção do meio ambiente no texto constitucional e o processo de licenciamento ambiental. Em seguida, foi realizada a análise do processo licitatório e os princípios jurídicos que o informam, sua finalidade, suas fases e sua relação com os demais instrumentos de proteção ambiental. A licitação é o meio pelo qual a Administração Pública contrata a realização de empreendimentos públicos de infra-estrutura, potencialmente causadores de impacto ambiental.
  • GIOVANNA CORREA MORGADO
  • O PROCESSO LICITATÓRIO COMO MECANISMO DE PROTEÇÃO SOCIOAMBIENTAL
  • Data: 18/10/2007
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  • Esse trabalho trata da licitação como mecanismo de proteção socioambiental, analisa de que forma o processo licitatório pode funcionar como uma materialização do princípio da prevenção ambiental, na instalação de empreendimentos públicos potencialmente causadores de degradação ambiental. Num primeiro momento essa pesquisa tratou da questão ambiental e seus aspectos relevantes, a inserção do meio ambiente no texto constitucional e o processo de licenciamento ambiental. Em seguida, foi realizada a análise do processo licitatório e os princípios jurídicos que o informam, sua finalidade, suas fases e sua relação com os demais instrumentos de proteção ambiental. A licitação é o meio pelo qual a Administração Pública contrata a realização de empreendimentos públicos de infra-estrutura, potencialmente causadores de impacto ambiental.
2006
Descrição
  • ROBERTA AMANAJAS MONTEIRO
  • Cotas para negros na Universidade

  • Orientador : JOSE CLAUDIO MONTEIRO DE BRITO FILHO
  • Data: 24/11/2006
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  • Racismo / Direitos Humanos / Negros / Educação

  • ROBERTA AMANAJAS MONTEIRO
  • Cotas para negros na Universidade
  • Orientador : JOSE CLAUDIO MONTEIRO DE BRITO FILHO
  • Data: 24/11/2006
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  • Racismo / Direitos Humanos / Negros / Educação
2003
Descrição
  • ANETE MARQUES PENNA DE CARVALHO
  • O controle da Constituição no Processo Administrativo Tributário.
  • Orientador : FERNANDO FACURY SCAFF
  • Data: 28/04/2003

2002
Descrição
  • JAIR LIMA SANTOS
  • O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO E OS CONTROLES ESTATAL E SOCIAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
  • Data: 01/04/2002
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