Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • NOEMIA QUARESMA GONÇALVES
  • DIVERSIDADE CROMOSSÔMICA DE POPULAÇÕES DO GÊNERO Hypostomus (SILURIFORMES, LORICARIIDAE) UTILIZANDO SEQUÊNCIAS REPETITIVAS DE DNA

  • Orientador : CLEUSA YOSHIKO NAGAMACHI
  • Data: 11/03/2024
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  • Sequências repetitivas representam a maior parcela dos genomas eucariotos, tendo envolvimento em diversos aspectos fisiológicos e estruturais nestes genomas, e sua participação em eventos de reorganização cromossômica representa um importante aspecto biológico. O gênero Hypostomus possui similaridades no padrão morfológico, e o padrão de coloração dos espécimes pode variar intra-especificamente, assim, a identificação morfológica aliada a identificação molecular, pode ser utilizada em estudos no grupo de peixes, para questões taxonômicas, e os tornam modelos interessantes para análise  do papel de sequências repetitivas na diversificação cromossômica devido a extensa diversidade citogenética apresentada. Neste trabalho, analisou-se o papel de diferentes sequências repetitivas de DNA em mecanismos de diversificação cromossômica, e identificação molecular através do gene Citocromo Oxidase Subunidade I  (COI)  em populações de Hypostomus coletadas na região Amazônica, Brasil. As análises foram comparativas, utilizando coloração convencional, bandeamento C e Hibridização in situ Fluorescente com sondas de rDNA 18S, rDNA 5S e sequências teloméricas. Além disso,  realizou-se sequenciamento parcial da região codificante do gene COI. Os resultados mostraram os seguintes cariótipos de para H. plecostomus: 2n = 68, FC (18m/sm+50st/a) e NF = 112 no rio Maracapucú; 2n = 68, FC (18m/sm+50st/a) e NF = 114 no rio Quianduba; 2n = 68, FC (14m/sm+54st/a) e NF = 112 na ilha do Tabatinga; 2n = 68, FC (20m/sm+48st/a) e NF = 108 no rio Sirituba; 2n = 68, FC (22m/sm+46st/a) e NF = 112 na ilha do Capim. A distribuição da heterocromatina constitutiva foi observada na maioria dos cromossomos em regiões centroméricas, e algumas bandas heterocromáticas em alguns cromossomos em regiões intersticiais e distais. O mapeamento do rDNA 18S demonstrou o mesmo padrão de distribuição em 3 pares de cromossomos subetlocêntricos em regiões distais do braço curto para as populações dos rios Maracapucú e Quianduba, enquanto que na população da ilha do Tabatinga, ocorreu em 3 pares de cromossomos, sendo 2 pares subtelocêntricos e 1 par metacêntrico, também nas regiões distais do braço curto. Já na população do rio Sirituba, o 18S ocorre em 5 cromossomos, em 1 par acrocêntrico, 1 par subtelocêntrico e em 1 cromossomo subtelocêntrico na região distal do braço curto. Na população da ilha do Capim, o 18S ocorre em 3 pares de cromossomos, sendo 2 pares subtelocêntricos, e em 2 cromossomos metacêntricos não homólogos, na região distal do braço curto. O padrão de distribuição do rDNA 5S se manteve para todas as populações, em 1 par de cromossomos metacêntricos na região proximal do braço curto, e a distribuição de sequência telomérica se apresentou nas regiões terminais de todos os cromossomos para todas as populações. A análise dos dados  de sequenciamento do gene COI confirmou a identificação das amostras analisadas neste estudo como H. plecostomus e H. watwatta. A diversidade cromossômica em Hypostomus é observada diante do elevado 2n, e variação de fórmulas cariotípicas entre as populações com o mesmo 2n, assim como observamos um padrão váriavel de dispersão das sequências repetitivas em populações da mesma espécie. Além disso, este trabalho demonstra a primeira ocorrência registrada da espécie H. watwatta para a região coletada. O mapeamento de sequências repetitivas no gênero tem se mostrado interessante para a contribuição da elucidação de mecanismos cromossômicos que estão envolvidos na evolução caríotipica deste grupo. Assim como, o DNA barcoding pode contribuir para resoluções taxonômicas envolvendo este complexo grupo.

  • ROBERTA BORGES ANDRADE
  • INVESTIGAÇÃO DE POTENCIAIS BIOMARCADORES MOLECULARES EMGENES DE microRNAs NA CARCINOGÊNESE GÁSTRICA EM UMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO NORTE DO BRASIL

  • Data: 08/02/2024
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  • O câncer gástrico é uma das doenças malignas mais prevalentes no mundo. No Brasil a região Norte se destaca, tendo uma incidência aumentada em relação ao restante do país. A combinação entre a elevada incidência da doença associada à gravidade da manifestação clínica torna o câncer gástrico um importante problema de saúde pública para o país. A elevada taxa de mortalidade pode ser explicada, em parte, pelo diagnóstico tardio dessa neoplasia, pois geralmente são diagnosticados em estágios avançados. Nos últimos anos, os miRNAs têm sido fortemente estudados por seu papel importante em processos normais de desenvolvimento, incluindo crescimento celular e apoptose, proliferação e diferenciação celular. Sendo assim, alterações em genes precursores de microRNAs podem comprometer funções importantes na célula e levar ao desenvolvimento de doenças, como o câncer. Os SNPs são a fonte mais comum de variação genética dentro do genoma humano e podem alterar a função normal de microRNAs. O objetivo do trabalho foi investigar a associação de 26 polimorfismos em genes precursores de microRNAs em pacientes com câncer gástrico de uma amostra da população de Belém (Norte do Brasil). Este estudo caso-controle incluiu 159 pacientes diagnosticados com câncer gástrico e 193 indivíduos sem câncer. Os SNPs foram selecionados por estarem relacionados ao câncer e/ou ainda estarem envolvidos em processos biológicos importantes. Amostras de DNA foram extraídas usando Mini Spin Plus Extraction e quantificadas por espectrofotometria. As amplificações e genotipagens das amostras para os polimorfismos foram realizadas através da reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR), com a tecnologia de discriminação alélica TaqMan OpenArray, em um aparelho QuantStudio™12K Flex. A análise dos dados foi realizada usando software TaqMan® Genotyper. Neste estudo encontramos uma variante genética significativamente associada a indivíduos com câncer gástrico. O genótipo GG ou o alelo G da variante rs10739971 foi associado à um risco aumentado na nossa população de estudo

2023
Descrição
  • RONEY SILVA DA SILVA
  • DNA Barcode dos Primatas do Novo Mundo

  • Orientador : MARIA IRACILDA DA CUNHA SAMPAIO
  • Data: 28/12/2023
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  • A ordem dos primatas inclui uma ampla variedade de espécies, algumas delas bastante familiares para nós: os lêmures de Madagascar, os grandes símios da Ásia e da África, todos os diversos macacos neotropicais. A ordem Primates se divide em duas subordens Strepsirrhini, que inclui as infraordensLorisiformes (gálagos, lóris), Chiromyiformes (aie-aie) e Lemuriformes (lêmures); e Haplorrhini, que por sua vez é subdividida em duas infraordens, Tarsiiformes (társios) e Simiiformes. Os Simiiformes estão divididos em duas parvordens: Platyrrhini (primatas do Novo Mundo) e Catarrhini (Cercopithecoidea – primatas do Velho Mundo, e Hominoidea – humanos, grandes macacos e gibões). Atualmente são reconhecidas aproximadamente 533 espécies de primatas não humanos divididos em 82 gêneros e um total de 723 espécies e subespécies.A identificação de espécies desempenha um papel crucial na compreensão da biologia evolutiva e na preservação da diversidade biológica. A complexidade da taxonomia de primatas e a crescente variedade de espécies descritas nas últimas décadas têm desafiado a identificação precisa dos táxons basais. É neste contexto que o DNA barcoding foi proposto como uma solução para acelerar o ritmo de descoberta de espécies e abre novas perspectivas na conservação. O uso dessas sequências de DNA, tem se destacado como uma ferramenta valiosa para a identificação e delimitação de espécies. Essa abordagem molecular, ao fornecer informações sobre as relações filogenéticas, oferece uma base para a compreensão da diversidade genética e taxonômica nos primatas neotropicais, contribuindo assim para esforços de conservação e pesquisas sobre a biodiversidade. A classificação de espécies de primatas do Novo Mundo (NMW) é particularmente desafiadora devido à similaridade morfológica entre muitos táxons, ausência de características diagnósticas especificas, principalmente quando está relacionada a recente especiação dos táxons. Essa complexidade é evidente em vários gêneros pertencentes a InfraordemPlathyrini, onde a falta de consenso entre os pesquisadores quanto à taxonomia das espécies e suas relações filogenéticas é uma questão persistente. Outro fato relevante são os avanços nas análises genéticas que revelam divergências genéticas em táxons que anteriormente eram considerados uma única espécie, o que tem impulsionado uma revisão fundamental na taxonomia. No presente estudo realizamos a biblioteca de códigos de barras dos primatas do Novo Mundo. Em nossa pesquisa, utilizamos o gene COI, também conhecido como DNA barcoding, por ser uma ferramenta eficaz e de baixo custo para delimitação de gêneros e espécies, com o objetivo de proporcionar uma abordagem molecular amplamente aceita na identificação de táxons. Embora este gene mitocondrial apresente vantagens notáveis, reconhecemos suas limitações inerentes, sobretudo quando se trata da reconstrução filogenética de primatas e da caracterização de táxons que tenham passado por eventos de especiação recente. Não obstante, os resultados que obtivemos revelaram-se esclarecedores, permitindo a identificação e a delimitação de diversas espécies validamente reconhecidas em todos os gêneros de primatas neotropicais que foram objeto de investigação neste estudo. Essa abordagem molecular proporciona uma base sólida para a compreensão da diversidade genética e taxonômica dentro dessas populações de primatas, contribuindo para os esforços de conservação e o delineamento preciso da biodiversidade em nosso ambiente natural.

  • GILMAX GONCALVES FERREIRA
  • SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA DO COMPLEXO Platyrrhinus helleri (CHIROPTERA:
    PHYLLOSTOMIDAE)

  • Data: 18/12/2023
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  • Platyrrhinus Saussure, 1860 é um gênero de morcegos que se alimenta de frutas e faz parte da família Phyllostomidae. Sua presença geográfica vai do sul do México até o Paraguai e o norte da Argentina, sendo mais comum em planícies tropicais e florestas montanhosas, desde o nível do mar até altitudes de pelo menos 3.350 metros. O gênero Platyrrhinus passou por várias revisões taxonômicas ao longo do tempo e, especialmente, nas últimas duas décadas, graças a revisões que incluíram dados moleculares, o número de espécies reconhecidas aumentou de dez para dezenove. O complexo Platyrrhinus helleri é responsável por seis dessas novas espécies crípticas descritas para o gênero. As espécies crípticas são difíceis de definir e reconhecer, o que pode impactar negativamente a conservação da biodiversidade e a estimativa da diversidade de espécies em alguns grupos taxonômicos. No presente estudo, apresentamos um novo mapa de distribuição de Platyrrhinus guianensis, que inclui a Amazônia Ocidental e o ecótono Amazônia/Cerrado. Aplicamos três modelos de delimitação de espécies e confirmamos a existência de quatro das seis espécies do complexo. Os resultados sugerem que P. angustirostris e P. fusciventris podem ser sinônimos junior, sendo necessária a revisão morfológica destas espécies, principalmente, devido à falta de indivíduos de zonas de contato entre esses táxons nos trabalhos anteriores. As outras espécies (P. helleri, P. guianensis, P. matapalensis) apresentaram distribuição geográfica distinta, além de relações filogenéticas e ou morfológicas capazes de evitar confusões taxonômicas. Finalmente, usamos a datação molecular para inferir a história evolutiva do gênero Platyrrhinus, com foco no complexo Platyrrhinus helleri e encontramos evidências de conexões históricas entre a Amazônia e a Mata Atlântica.

  • SÁVIO LUCAS DE MATOS GUERREIRO
  • GENÔMICA APLICADA AO DESENVOLVIMENTO DE PAINEL MICROSSATÉLITE PARA A ARRAIA NEGRA Potamotrygon leopoldi PARA FINS DE RASTREABILIDADE

  • Data: 07/12/2023
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  • A Potamotrygon leopoldi Castex & Castello, 1970 é um dos peixes ornamentais mais comercializados a nível internacional, esta espécie é um dos exemplares que compõe as arraias de água doce e é membro da família Potamotrygonidae e são endêmicas da América do Sul. Essa espécie possui o controle de captura gerenciado pelo IBAMA o qual se faz necessários estudos genéticos para a rastreabilidade de origem dos animais exportados, haja vista que existem relatos de reprodução desta espécie em cativeiro. Com a necessidade de aquisição de dados novos para a criação de tecnologias mais rebuscadas os órgãos de fiscalização começam a perceber a necessidade do uso da genética como meio para tal controle. O sequenciamento de nova geração é uma das ferramentas imprescindíveis pra obter dados genômicos e com isso por meio de ferramentas de bioinformática explorar os dados obtidos por meio de sequenciamento de nova geração que tem como resultado uma ampla quantidade de dados, podendo explorar todo o genoma da P. leopoldi. Com o sequenciamento completo do genoma da P. leopoldi será possível realizar pesquisas para a busca de  microssatélites com alguns critérios de seleção tais como a busca por microssatélites tetranucleotídeos sendo repetido no mínimo 15 vezes e no máximo 20 vezes e a partir dessa busca poderão ser desenhados os primers, com todos os critérios necessários para evitar a formação de hairpin e primer dimer. Desta forma serão realizadas PCR's padrões para avaliar os microssatélites quanto ao polimorfismo, para posteriormente realizar a padronização do painel multiplex. Com este sistema é possível realizar os trabalhos de fiscalização por meio da paternidade dos animais reproduzidos em cativeiro, cruzando os dados com as matrizes, dessa forma conseguimos avaliar se os juvenis são de cativeiro ou selvagens.

  • PAULA SABRINA BRONZE CAMPOS
  • MAPEAMENTO DE SEQUÊNCIAS REPETITIVAS NO CARIÓTIPO DE TRÊS ESPÉCIES DA ORDEM ANSERIFORMES (AVES, GALLOANSERAE): ASPECTOS EVOLUTIVOS


  • Data: 27/11/2023
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  • Diversos estudos demonstram a importância dos estudos citogenéticos para um melhor entendimento da organização genômica e complementação de técnicas de maior resolução, como o sequenciamento de genoma completo. Dentre os diversos aspectos que podem ser mais bem entendidos a partir de estudos cromossômicos, destacamos as sequências repetitivas, pelo seu papel importante na organização estrutural e funcional dos cromossomos, e dificuldades em serem mapeadas por sequenciamento. Sugere-se, ainda, que estas sequências repetitivas estejam envolvidas em rearranjos cromossômicos, como deleções, duplicações, inversões e translocações, tendo grande influência nas variações cariotípica observadas em muitos grupos de vertebrados. Considerando que pouco se sabe sobre a distribuição e quantificação dessas sequências em Aves, a presente proposta teve como objetivo analisar a distribuição de diferentes tipos de sequencias repetitivas (microssatélites, transposons CR1, rDNA) no cariótipo de três espécies pertencentes a Ordem Anseriformes: Amazonetta brasiliensis, Dendrocygna bicolor e Coscoroba coscoroba. Para isso, utilizamos sondas de DNA repetitivos marcadas com fluorescência, que foram mapeadas em cromossomos metafásicos de cinco espécies diferentes de anseriformes brasileiros. Os resultados mostraram que os microssatélites apresentaram distribuições diferentes nas três espécies, apesar de não diferirem muito quanto à quantidade de sítios marcados. Esses sítios foram observados tanto em macro como em microcromossomos, de acordo com o microssatélite. O elemento CR1 também mostrou algumas diferenças entre as espécies, mas marcando o cromossomo Z e alguns microcromossomos. Diante desses dados, que não auxiliaram no entendimento da grande diferença observada no número diplóide de C. coscoroba, que apresenta 2n=98, mapeamos sondas referentes aos pares de microcromossomos 12 a 28, de Gallus gallus. Cada sonda marcou somente um par de microcromossomos, indicando que não houve a participação desses elementos no processo de aumento do número diploide dessa espécie. Em conjunto com dados anteriores, que mostraram que os pares 1 a 10 de G. gallus também não sofreram fissões em C. coscoroba, o processo de evolução cariotípica em C. coscoroba continua indefinido

  • VITORIA BEATRIZ DE JESUS VIANA

  • AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO RNA LONGO NÃO CODIFICANTE KIAA0125 NA LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA

  • Data: 31/10/2023
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  • Genes de referência são utilizados como controle de reação interna para análise de expressão gênica e por isso são considerados confiáveis e devem atender a vários critérios importantes. Tendo em vista a ausência de estudos sobre o melhor gene de referência para análise de pacientes com leucemia aguda, os genes GAPDH, ABL1, HPRT1, RPLP0, ACTB e TBP, comumente utilizados como endógenos em pesquisas clínicas, foram selecionados na literatura para análise de estabilidade. As análises foram performadas por PCR quantitativa em tempo real e as médias dos cycle threshold dos genes de referência candidatos foram analisadas de acordo com três métodos estatísticos de avaliação: NormFinder, GeNorm e o software R. A partir deste estudo foi possível identificar que o software R permite uma análise mais aprofundada da estabilidade e variância das amplificações desses genes e, diante dos dados obtidos por esse algoritmo, o conjunto de endógenos composto por ACTB, TBP e ABL1 demonstrou bons desempenhos e expressões estáveis entre os grupos analisados. Além disso, os genes GAPDH e HPRT1 não puderam ser classificados como bons genes de referência, visto que apresentaram elevado desvio padrão e grande variabilidade entre grupos, indicando baixa estabilidade. Diante desses achados, este estudo sugere que o principal conjunto endógeno para uso como controle/referência para análise da expressão gênica em amostras de sangue periférico e medula óssea de pacientes com leucemias agudas é composto pelos genes ACTB, TB e ABL1.

  • DANIELY FREITAS DO NASCIMENTO
  • ESTUDO DA BIODIVERSIDADE E RELAÇÕES FILOGENÉTICAS DE ESPÉCIES DO GÊNERO Thyroptera DA AMAZÕNIA BRASILEIRA

  • Data: 10/08/2023
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  • A família Thyropteridae é endêmica da região neotropical, representada por um único gênero, Thyroptera, composto por cinco espécies: Thyroptera devivoi, T. discifera, T. lavali, T. tricolor e T. wynneae. O cariótipo de T. tricolor foi descrito pela primeira vez em 1970, de um espécime macho com número diploide (2n) = 40 e número fundamental autossômico (NF) = 38. Thyroptera discifera foi descrito pela primeira vez em 1981, 2n = 32 e NF=38, um indivíduo do Suriname. Além do uso da citogenética, as análises filogenéticas ajudam a fornecer uma identificação rápida de espécies usando regiões gênicas curtas e padronizadas, auxiliando na detecção de táxons que merecem mais investigações para caracterizar sua ecologia, distribuição e status de conservação. Até o momento existem poucos estudos citogenéticos e de análise filogenética com representantes deste gênero, e esses estudos não contemplam espécies brasileiras. No entanto, uma alta divergência genética foi relatada entre exemplares de T. tricolor do escudo das Guianas, Suriname, Costa Rica e Equador (distância intraespecífica máxima: 14,97% e três linhagens observadas). Desta forma, é interessante a produção de trabalhos que permitam um maior conhecimento a nível cromossômico e de análise filogenética, na tentativa de elucidar relações evolutivas envolvendo T. discifera, T. lavali e T. tricolor provenientes da Amazônia brasileira com os demais espécimes descritos na literatura. O presente estudo avaliou a variação genética intra e interespecífica no reconhecimento de espécies, fornecendo mais informações para a compreensão da sua biodiversidade, através das técnicas de bandeamentos cromossômicos e de localização de sequências teloméricas e sítios de rDNA ribossomal 18S. Também utilizamos os marcadores moleculares COI e RAG 2 para analisar as relações filogenéticas existentes nesse grupo. Para conferir uma maior robustez, foram inseridas sequências disponíveis no banco de dados NCBI na análise. Estas sequências foram avaliadas, editadas e alinhadas. Tal análise foi complementada pela aplicação de métodos de análise filogenética, usando a substituição do tipo GTR gamma e o algoritmo Maximum Likelihood (ML) com bootstrap de 1000 réplicas, utilizando o COI como marcador molecular. A partir dessas análises foi possível estabelecer as relações filogenéticas dentro do gênero e estimar a alta diversidade observada em T. tricolor, com três linhagens evolutivas recuperadas. A diversidade em T. tricolor está subestimada e novas espécies crípticas provavelmente estão presentes.

  • GABRIELA PATRICIA MARTINS DE ALMEIDA BERNARDES
  • IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE IN SÍLICO DAS LECTINAS DO PEIXE PULMONADO SUL-AMERICANO Lepidosirenparadoxa BASEADO EM TRANSCRIPTOMA

  • Data: 10/08/2023
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  • As lectinas são proteínas que possuem a capacidade de se ligarem reversivelmente a carboidratos, apresentando uma ampla variedade de atividades biológicas. Essas proteínas estão presentes em quase todos os organismos vivos. Dentre as atividades biológicas que as lectinas podem apresentar destaca-se a atividade antimicrobiana, que consiste na capacidade de inibir o crescimento de microrganismos. Diversas lectinas foram isoladas e posteriormente caracterizadas de vários peixes. A piramboia (Lepidosiren paradoxa) é uma espécie de peixe pulmonado que habita as águas do continente Sul-Americano. Podendo ser encontrado nos pântanos e lagoas da região Amazônica no Brasil. Estes peixes possuem o corpo alongado, dois pares de nadadeira lobadas e o corpo coberto de muco que confere proteção ao animal. A presença de lectinas no L. paradoxa foi identificada a partir de dados do transcriptoma deste peixe. O presente estudo teve como objetivo identificar os genes de lectina do peixe L. paradoxa e analisar in sílico a capacidade de suas proteínas atuarem como receptores de reconhecimento padrão (PRRs).  Dentre os genes diferencialmente expresso nos transcriptomas da piramboia, doze proteínas pertencentes as famílias de lectina do tipo C, intelectinas e galectinas tiveram suas estruturas tridimensionais modeladas. Todas as lectinas apresentaram capacidade de se ligarem a carboidratos. Ademais, as lectinas demonstraram interagirem com ambos os polissacarídeos de superfície, LPS e Poly I:C, com exceção de LpITLN2-C que não demonstrou capacidade de se ligar ao Poly I:C. De uma maneira geral as lectinas apresentaram maior afinidade com Poly I:C do que com LPS. Esses achados sugerem que as lectinas de piramboia podem desempenhar um papel importante na defesa imune a patógenos.

  • DANIELE DE ARAUJO MOYSES
  • IMPACTO DA DESREGULAÇÃO DA EXPRESSÃO NOS GENES DA FAMÍLIA ABCA NO ADENOCARCIONOMA GÁSTRICO

  • Data: 10/08/2023
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  • O Câncer Gástrico (CG) é uma das principais causas mundiais de mortalidade relacionada ao câncer. O conhecimeno do processo de carcinogênese, que inclui as modificações na expressão de genes, são fundamentais para contribuir no prognóstico e condução terapêutica dos pacientes. Considerando a importância dos membros da família ABCA em pontos-chave da terapêutica do CG, este estudo visou avaliar o perfil de expressão gênica desta família de transportadores, correlacionando com as características clínicas e com a expressão de demais genes nestes pacientes. Desta forma, foram analisadas as expressões diferenciais de todos os genes da família ABCA, entre tecidos adjacentes e de câncer gástrico; e entres nos casos de câncer, foram avaliados segundo classificação de Laurén (intestinal ou difuso), o estadiamento (I, II, III e IV), a sobrevida do paciente e a abordagem terapêutica (com e sem neo-adjuvância). Ademais, também foi avaliada a influência da infecção por H. pylori e por Epstein-Barr (EBV) sobre a modulação da expressão destes genes. Foi observado que o ABCA1 apresentou alta expressão em CG, apresentando correlação positiva com a expressão dos genes CTSL, CTSK e GJA1 e correlação negativa com os genes TEPP, GAGE1, VN1R7P, RNA5SP389, adicionalmente se apresenta hiperexpresso em amostras EBV positivas. Por outro lado, os genes ABCA6, ABCA8 e ABCA9 apresentaram baixa expressão em CG. Vale ressaltar que ABCA8 apresentou aumento da expessão após terapia com FLOT (docetaxel, oxaliplatina, 5-fluorouracil e leucovorin), além disso, ABCA8 apresentou correlação negativa com o gene S100A3 e positiva com o ABCA6. Já o ABCA9 apresentou expressão correlacionada com GAGE1, ABCA13, VNIR7P, MTND5P7, MTND5P13 e negativamente correlação com CTSL e ABCA1. Polimorfismos nestes genes (rs2066714 e rs2230806 do ABCA1, rs7212506 do ABCA6, rs2886232 do ABCA10, rs2274412 do ABCA12) foram também associados a aspectos clínicos relevantes, tal como sobrevida. Desta forma, os resultados indicam que os genes ABCA1, ABCA6, ABCA8 e ABCA9 apresentam relevância para a compreensão da gênese, progressão e resposta terapêutica no câncer gástrico.

  • ARTHUR FELIPE VASCONCELOS FERREIRA REIS
  • CARACTERIZAÇÃO IN SILICO DE lncRNAs E GENES LINHAGEM-ESPECÍFICOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DE ESTRUTURAS COMPLEXAS EM PEIXES

  • Data: 09/08/2023
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  • Peixes, salamandras e rãs são vertebrados que apresentam uma impressionante capacidade de regenerar estruturas complexas, como nadadeiras e membros inteiros.  Análises comparativas de perfil de expressão gênica indicam que em torno de 35 % dos genes superexpressos em estruturas em regeneração de peixes pulmonados estão também superexpressos em salamandra, sugerindo a existência de um programa genético conservado de regeneração . Entretanto, dados de RNA-seq de estruturas em regeneração indicam que além dos genes com alta conservação em diferentes grupos de vertebrados, há um número grande de transcritos sem ortologia aparente e que apresentam expressão diferencial durante a regeneração. Esses transcritos podem incluir genes codificantes de proteínas linhagem específicos, ou RNAs longos não-codificantes, que geralmente são pouco conservados e que representariam também uma classe de genes linhagem-específicos. Com o objetivo de ampliar a compreensão dos mecanismos envolvidos na regeneração, investigamos neste trabalho, por análises in silico, transcritos sem anotação, através da análise dos transcriptomas de três estágios da regeneração da nadadeira caudal do peixe pulmonado Protopterus annectens. Desenvolvemos e aplicamos pipelines para a identificação de potenciais genes-linhagem específicos codificadores ou não codificadores (lncRNAs) de proteínas. Estabelecemos redes de interação por co-expressão verificando a interação de tais genes-linhagem específicos com genes e vias conservadas. Nosso resultado revelou 8336 transcritos sem aparente ortologia com genes de outras espécies e que estão alterados durante a regeneração de cauda de P. annectens. Desses, 2372 transcritos apresentam potencial codifcante (ORF > 100 aa), com 126 deles apresentando domínios proteicos conhecidos. Entre os domínios proteicos identificados, a grande maioria corresponde a domínios presentes em proteínas derivadas de retrotransposons. Análises com programas especializados na identificação de RNAs não codificantes revelaram que dos 5964 transcritos sem a presença de uma ORF maior de 100 aa, 46 transcritos têm alto potencial de representarem lncRNAs linhagem-específicos. Uma análise de co-expressão revelou oito módulos de transcritos de expressão coordenada durante a regeneração e indicou a presença de vários transcritos linhagem específicos como hubs desses módulos de co-expressão. Os resultados contribuem para uma melhor compreensão dos detalhes moleculares das diferentes categorias de genes envolvidos no processo de regeneração e a potencial interação de vias conservadas com genes linhagem específicos.

  • FELIPE GOUVEA DE SOUZA
  • GENÉTICA MITOCONDRIAL E A FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA NA HANSENÍASE: VARIANTES MITOCONDRIAIS CODIFICADORAS DO COMPLEXO I COMO POTENCIAIS BIOMARCADORES

  • Data: 04/08/2023
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  • As mitocôndrias são organelas citoplasmáticas que participam de diversos processos importantes no funcionamento celular e na geração de energia, principalmente pela fosforilação oxidativa (OXPHOS). A OXPHOS é realizada por cinco complexos proteicos, sendo o Complexo I o de maior importância, por ser a principal fonte de geração energética. Neste sentido, variações em genes do Complexo I da fosforilação oxidativa codificados pelo mtDNA têm sido associadas a diversas doenças em humanos, incluindo infecções bacterianas, que são possíveis influenciadores na resposta do hospedeiro à hanseníase. Assim, a hanseníase, altamente comum no Brasil, é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que parece ser dependente da produção de energia e produtos nutricionais do hospedeiro. Assim, uma disfunção mitocondrial, em particular na OXPHOS, e alterações no mtDNA do hospedeiro poderiam influenciar no processo de adoecimento. O objetivo deste estudo é investigar variantes em genes mitocondriais codificadores do Complexo I da OXPHOS em busca de potenciais biomarcadores de desenvolvimento e progressão da hanseníase. O grupo caso foi constituído por amostras de sangue de indivíduos acometidos pela hanseníase (Borderline Lepromatoso, n= 12; Boderline Tuberculóide, n= 10; Lepromatoso, n=11) e o grupo controle por contatos domiciliares saudáveis (n= 37). A extração total do DNA foi realizada com subsequente amplificação do mtDNA usando primers específicos para cobrir o genoma mitocondrial completo. O sequenciamento foi realizado por meio da construção de bibliotecas para aplicação no Sistema MiSeq. Após disso, um pipeline especificado foi seguido para análise bioinformática e previsão de variantes, onde variantes dos genes mitocondriais de interesse (MT-ND1, MT-ND2, MT-ND3, MT-ND4, MT-ND4L, MT-ND5 e MT-ND6) foram selecionadas. Encontramos uma soma de 463 variantes exclusivas de um subgrupo de casos, sugerindo um possível significado clínico para essas variantes. Notavelmente, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR quatro variantes foram encontradas exclusivamente nas três formas clínicas, incluindo m.3791T>C em MT-ND1, m.5317C>A em MT-ND2, m.12879T>C e m.12879T>C em MT-ND5, dos quais não há relatos anteriores na literatura mundial. Nossas observações revelam um número substancial de mutações entre diferentes grupos e subtipos de hanseníase, destacando uma gama diversificada de possíveis consequências genômicas. Além disso, sugerimos que as quatro variantes identificadas exclusivamente no grupo de casos podem desempenhar um papel crucial na suscetibilidade à hanseníase e sua diferenciação clínica, além de poderem contribuir para a instabilidade e desregulação da fosforilação oxidativa durante a infecção, enfatizando ainda mais sua importância como potenciais biomarcadores para a hanseníase.

  • MARCOS DANIEL MENDES PADILHA
  • OBTENÇÃO DE GENOMAS BACTERIANOS A PARTIR DE DADOS METAGENÔMICOS DA USINA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ

  • Data: 01/08/2023
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  • Tucuruí é a segunda maior Usina Hidrelétrica (UHE) brasileira, o lago artificial no município de Tucuruí alterou o ecossistema da região. Muitos microrganismos de vida livre responsáveis pela degradação de biomassa, decomposição de matéria orgânica, ciclos biogeoquímicos e alguns de interesse clínico como no caso de bactérias com genes de resistência a antibióticos (ARGs) estão adaptados para viver no reservatório do lago. Esta pesquisa tem por objetivo a obtenção de genomas bacterianos por dados metagenômicos e identificar o perfil funcional e metabolismos de bactérias no lago. Amostras de água e sedimento foram coletadas no lago da UHE de Tucuruí nas camadas fótica, afótica e sedimentar das estações do montante 1 (M1) e do montante do novo repartimento (MR). Após a filtração em membrana de nitrocelulose as amostras de DNA foram extraídas usando o Ultraclean Microbial kitⓇ (Qiagen). O sequenciamento de metagenoma WGS foi realizado na plataforma Ion ProtonTM (Thermo Fisher Scientific). Foi utilizado o Megahit para a montagem de novo, Open Reading Frame (ORFs) foram previstas usando Prodigal e para quantificar a completude foi usado o Benchmarking Universal Single-Copy Orthologs (BUSCO), os bins foram classificados nos banco de dados do RDP classifier e Blastn. Os filos foram definidos em nível de gênero e espécie onde foi encontrado uma microbiota diversa e extremamente conservada, o perfil funcional dos MAGs (Genomas montados em metagenomas) corroborou com outros estudos de metagenomas de lagos oligotróficos.

  • MISLENE CISZ
  • AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA, GENÉTICFA E BIOQUÍMICA DE PACIENTES COM MUCOPOLISSACARIDOSES NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 30/06/2023
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  • As mucopolissacaridoses (MPS) compõem um grupo de 7 síndromes, causadas pela deficiência de uma das 11 enzimas, atuantes em uma das etapas de degradação dos glicosaminoglicanos (GAG). Essa deficiência leva ao armazenamento de GAG no organismo e a uma série de consequências clínicas. Este estudo visa o relato dos achados epidemiológico, genético e bioquímicos dos pacientes com MPScondizem com a literatura para cada tipo de MPS. Exames bioquímicos foram efetivos tanto para o diagnóstico como para o acompanhamento. A TRE mostrou-se efetiva, porém ainda não contempla todos os tipos da doença. A avaliação molecular mostrou-se fundamental para prever o curso da doença e para o aconselhamento genético. Foi possível identifica 3 mutações ainda não descritas na literatura (MPS II, IIIB E VII). As MPS têm apresentação clínica multisistêmica, necessitando, portanto, de um acompanhamento multidisciplinar.




  • MIGUEL ÁNGEL CÁCERES DURÁN
  • MECANISMOS GENÉTICOS E EPIGENÉTICOS NA HANSENÍASE: EM BUSCA DE NOVOS BIOMARCADORES

  • Data: 28/04/2023
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  • A hanseníase é uma doença infecciosa crônica que pode resultar em deficiências físicas e sociais permanentes se não for diagnosticada precocemente. O objetivo deste estudo foi analisar o conjunto completo de genes expressos em amostras de sangue de pacientes com hanseníase e de contatos domiciliares e validar um conjunto de miRNAs para identificar novos biomarcadores de diagnóstico precoce associados à doença. Foram realizadas duas abordagens experimentais. Na primeira, um conjunto de nove miRNAs foi validado em amostras de sangue de pacientes com hanseníase e contatos domiciliares sem a doença por RT-qPCR. Os miRNAs hsa-miR-144-5p, hsa-miR-20a-5p, hsa-miR-1291, hsa-miR-106b-5p e hsa-miR-16-5p apresentaram expressão diferencial significativa nas diferentes comparações realizadas, com um AUC>0.75. Na segunda abordagem, a expressão global de genes em amostras de sangue de pacientes com hanseníase e de contatos domiciliares sem a doença foi caracterizada por meio de RNA-Seq. Os genes mais diferencialmente expressos foram selecionados para avaliação de biomarcadores potenciais para a hanseníase, sendo escolhidos 10 genes hiperexpressos e 9 hipoexpressos. Entre os hiperexpressos, seis genes: SHISA7, MARCHF8, FOXO3, TSPAN5, WINK1 e RPIA, foram capazes de discriminar com alta precisão entre os grupos LP e não-LP, mostrando uma AUC ≥ 0,85. Da mesma forma, entre os hipoexpressos, dois genes: RBBP4P2 e PSAT1, também foram capazes de discriminar com alta precisão entre os grupos LP e não-LP, com uma AUC ≥ 0,85. As análises de enriquecimento revelaram vias e processos importantes no desenvolvimento da doença, como a apoptose, autofagia e mitofagia, que são mecanismos celulares importantes na defesa contra M. leprae, mas que, quando regulados de forma defeituosa, podem levar a uma resposta inflamatória exacerbada. A ferroptose, um processo de morte celular regulado pelo ferro, poderia estar envolvida como um mecanismo de defesa contra o bacilo da hanseníase. Vias que compreendem a diferenciação de células mieloides, o metabolismo de vitamina D e outras relacionadas ao sistema imune também se mostraram enriquecidas. Em conclusão, este estudo fornece informações importantes sobre a relação entre o perfil genético e epigenético do hospedeiro e a patogênese da hanseníase. Novos genes e miRNAs foram identificados como possíveis biomarcadores de diagnóstico precoce, o que é essencial para prevenir a progressão da doença e reduzir sua transmissão. No entanto, são necessários mais estudos para aprofundar a compreensão da relação entre esses biomarcadores e a hanseníase.

  • CAROLINA PINHEIRO VASCONCELOS
  • COMPARAÇÃO DOS EFEITOS CITOTÓXICOS DO METILMERCÚRIO EM NEURÔNIOS EM MONOCULTURA E CO-CULTURA COM CÉLULAS GLIAIS

  • Data: 27/04/2023
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  • O mercúrio (Hg) é amplamente utilizado em processos industriais e extrativistas, e o descarte inadequado de resíduos ou produtos que contenham esse metal produzem impactos significativos nos ecossistemas, causando efeitos adversos em humanos e outros animais. A exposição ao metilmercúrio (MeHg) um composto orgânico altamente tóxico, causa grandes prejuízos neurológicos e de desenvolvimento. Recentemente, a genotoxicidade de compostos mercuriais ganhou destaque entre os vários possíveis mecanismos propostos implicados em seus efeitos neurológicos, principalmente por perturbar o fuso mitótico e causar perda cromossômica. No entanto, é importante investigar se esses compostos também podem causar danos diretos no DNA, como quebras de fita simples e dupla. A ação tóxica do Hg é vastamente estudada, principalmente seu tropismo por células do sistema nervoso central (SNC), o que conferiu a classificação de neurotoxina a esse elemento. O SNC é formado por dois tipos principais de células, neurônios e células gliais, e os estudos in vitro analisaram os efeitos desse composto separadamente nesses tipos celulares: não há dados sobre a interação entre essas células em resposta à intoxicação mercurial. Assim, considerando a íntima relação entre esses dois tipos de células no SNC, o objetivo desse trabalho é avaliar os efeitos citotóxicos e genotóxicos do MeHg em células nervosas, comparando resultados obtidos em monocultura e em co-cultura com células gliais. Para isso, analisamos a viabilidade celular em diferentes concentrações de MeHg, bem como o estresse oxidativo por meio da quantificação intracelular de ATP e os efeitos genotóxicos desse organometal através do teste cometa. Os resultados dos dois tipos de plaqueamentos, mostraram que houve um aumento significativo da sobrevida de células neuronais mantidas em contato com células gliais quando comparadas com seu plaqueamento isolado. Além disso, foi possível constatar uma diminuição considerável dos níveis intracelulares de ATP nas células me co-cultura, bem como um decaimento expressivo dos danos gerados ao material genético das células neuronais em co-cultura. Portanto, foi possível corroborar os efeitos tóxicos no MeHg em neurônios. Além disso, foi demonstrada a importância da utilização do método de co-cultura em análises de resposta celulares, uma vez que as respostas celulares foram diferentes em todos os parâmetros analisados quando avaliou-se as células em monocultura e em co-cultura, pois possibilitam uma mimetização do microambiente mais próximo ao observado no organismo do que as monoculturas.

  • JONATHAN SOUZA SARRAF
  • ANÁLISE INTEGRATIVA DO IMPACTO DA EXPRESSÃO DE MIRNAS E DE SNPS NO PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL

  • Data: 15/03/2023
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  • O câncer colorretal (CCR) é o tipo de neoplasia maligna que se desenvolve no cólon, reto e canal anal. No Brasil, é a segunda maior causa de óbitos da população e é tido como problema de saúde pública devido o envelhecimento populacional. A porcentagem de doença localizada ao diagnóstico é de 39% e de doença metastática é de 13.9%. Os RNAs não codificantes (ncRNAs) são moléculas de RNA transcritas de regiões não codificantes do genoma, portanto, não possuem estrutura de leitura aberta e não são traduzidas em proteínas. Podem ser usados como biomarcadores diagnóstico, preditivos ou prognósticos para o tratamento do CCR e de outros cânceres. Dentre os ncRNAs, os miRNAs apresentam-se cada dia mais com estudos evidenciando sua importância do acompanhamento e entendimento do seu impacto para o acompanhamento do paciente com CCR. Dessa forma, entender suas relações com genes específicos que já são utilizados para determinar tratamentos para este câncer, como o gene KRAS, bem como com outros genes potencialmente importantes para a carcinogênese e evolução natural da doença, torna-se de extrema importância. Assim, este trabalho tem por objetivo avaliar o impacto da expressão diferencial de miRNAs e de SNPs no prognóstico de pacientes com câncer colorretal utilizando abordagens integrativas de bases de dados e dados primários de pacientes da região norte do Brasil, além de potenciais impactos na via de sinalização do gene KRAS, por meio de técnicas de bioinformática

  • MARIA CLARA DA COSTA BARROS
  • CARACTERIZAÇÃO DO EXOMA DE POPULAÇÕES HUMANAS DA AMAZÔNIA EM RELAÇÃO À INFECÇÃO PELO SARS-CoV-2

  • Data: 28/02/2023
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  • A COVID-19 causada pelo agente etiológico SARS-CoV-2 é considerada uma das pandemias mais graves na história humana moderna. Até o presente momento (dia 4 de fevereiro de 2023), foram confirmados 754.018.841 casos e 6.817.478 mortes por COVID-19 no mundo, sem contar os casos de subnotificação.  A COVID-19 difere das demais doenças pelo seu amplo espectro clínico, englobando desde casos assintomáticos ou leves até casos graves de insuficiência respiratória e óbito. Esta amplitude de sintomas clínicos pode ser decorrente das diferentes linhagens virais, mas também pode ocorrer entre indivíduos infectados pela mesma linhagem, sugerindo que há outros fatores envolvidos no agravamento da doença, além de fatores socioeconômicos e das diferentes políticas de combate à COVID-19 adotadas por cada país. Com o objetivo de caracterizar marcadores genéticos associados à gravidade clínica da infecção por SARS-CoV-2, foi realizado o sequenciamento total do exoma de indivíduos que apresentaram tanto a forma não grave, quanto a mais grave no espectro dessa doença. Em nosso estudo, assim como em outros, também foi encontrado associação entre a idade (pvalor = 0.005; IC 95% = 8.98 – 21.2), linhagem viral (pvalor = 0.05) e presença de comorbidades (pvalor = 0.01; OR= 9.3; IC 95% = 2.97 – 33.05) a gravidade clínica da COVID-19. Adicionalmente, nossos resultados descreveram cinco variantes genômicas, ainda não identificadas em estudos prévios, que podem estar associadas a COVID-19 e a gravidade clínica da doença. Essas variantes estão presentes nos genes MYLK (rs40305), ERAP1 (rs469783), PRAG1 (rs4840953), MCM3AP (rs2839166) and NFIB (rs12349255).  Até onde sabemos, esse é o primeiro estudo de sequenciamento total do exoma em indivíduos brasileiros, com ênfase na região Amazônica, que busca investigar a parte genética dos mecanismos associados à patogênese da gravidade clínica da COVID-19, reforçando a importância de se realizar estudos genômicos mais representativos das distintas populações brasileiras.

  • WEMILLY VINHOTE SARRAZIN
  • GENÉTICA DA SURDEZ NEUROSSENSORIAL EM COMUNIDADES DO NORDESTE PARAENSE

  • Data: 28/02/2023
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  • A surdez neurossensorial apresenta uma frequência mundial de 1:1000 recém-nascidos na fase pré-lingual, 60% dos casos de surdez são hereditárias, 30% adquiridas e 10% de etiologia idiopática. As causas hereditárias explicam 30% das formas sindrômicas e 70% das causas não-sindrômicas, a qual a maioria dos casos tem natureza neurossensorial. Mutações no gene GJB2 que codifica a conexina 26, são consideradas responsáveis por 10% a 20% de todas as perdas auditivas neurossensoriais, bem como são responsáveis por aproximadamente 50% das formas não sindrômicas. Nas comunidades de Mocoóca e Fortalezinha, localizadas no Nordeste Paraense, existem relatos de várias famílias com pelo menos um caso de surdez. Objetivo: Investigar a genética da surdez nas comunidades acima citadas, através da utilização do histórico familiar junto com os métodos de investigação molecular. Metodologia: Para investigação familiar serão realizadas entrevistas, onde inicialmente serão priorizados os moradores mais antigos, bem como serão aplicados formulários para registro de informações como nome, local e ano de nascimento. Para cada núcleo familiar participante do estudo será construído um heredograma, os quais serão posteriormente unificados em uma árvore genealógica. Para investigação genética molecular, inicialmente será coletada amostra de mucosa bucal com tubo Swab de um único indivíduo com surdez para posterior extração de DNA. As amostras de DNA serão submetidas ao painel de surdez hereditária (expandido) para 107 genes relacionados à surdez sindrômica e não-sindrômica de etiologia genética, através da técnica de Sequenciamento de Nova Geração (NGS). A análise molecular em outros indivíduos com surdez da comunidade prosseguirá após a mutação e sua localização gênica serem fornecidas pelo painel em questão. Desta forma, primers serão elaborados para amplificar regiões específicas do gene que abriga a mutação e em seguida será realizado o sequenciamento e análise destas regiões.

  • ANA PAULA SCHAAN SILVA
  • CARACTERIZAÇÃO DO MICROBIOMA GASTROINTESTINAL DE POPULAÇÕES URBANAS E TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA

  • Data: 03/02/2023
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  • Por milhares de anos, seres humanos co-evoluíram com comunidades bacterianas gastrointestinais e interagiram com o conjunto de seus genes, conhecido como microbioma. Sabe-se que o microbioma possui papel fundamental na manutenção da saúde do hospedeiro e que perturbações ao seu equilíbrio podem levar ao desenvolvimento de doenças. Apesar disso, pouco se sabe sobre a composição do microbioma gastrointestinal da população da Amazônia brasileira, que nas últimas décadas tem passado por transições epidemiológicas para as quais o papel do microbioma gastrointestinal é desconhecido. Por meio do sequenciamento metagenômico das fezes, neste estudo investigamos a composição e diversidade do microbioma gastrointestinal associado a grupos humanos da Amazônia em diferentes níveis de urbanização e industrialização, bem como analisamos a dinâmica temporal de populações microbiológicas ao realizar amostragens longitudinais. Como resultado, identificamos um gradiente de urbanização no microbioma de populações indígenas da Amazônia, o qual se define pela presença de marcadores microbiológicos típicos de microbiomas urbanizados. Ademais, mostramos que o microbioma da população urbana da Amazônia se difere daquele de outras regiõesurbanas brasileiras, e se assemelha às comunidades intestinais observadas em grupos semi-urbanos e urbanos de países africanos. Por fim, identificamos que em áreas urbanas da Amazônia, comunidades microbianas intestinais são menos estáveis e mais sujeitas a pressões ecológicas e evolutivas que aquelas de indivíduos estadunidenses. De modo geral, apresentamos evidências de transição para a industrialização no microbioma humano na Amazônia e destacamos a urgência em incluir populações humanas de origens e contextos diversos nas pesquisas em microbioma. Nossos resultados constituem a base sobre a qual serão realizadas futuras investigações clínicas e evolutivas a respeito do microbioma brasileiro na Amazônia.

2022
Descrição
  • MARIA ELISABETE SILVA SANTOS
  • CARACTERIZAÇÃO DE ALTERAÇÕES GENÔMICAS EM LINHAGENS DE CÂNCER GÁSTRICO

  • Data: 22/12/2022
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  • Linhagens celulares estabelecidas a partir de células neoplásicas e nãoneoplásicas são muito utilizadas em estudos relacionados ao câncer, como por exemplo na descoberta de genes e vias que estejam envolvidas na gênese e desenvolvimento do câncer. O câncer gástrico (CG) apresenta uma etiologia complexa, responsável por cerca de 780.000 óbitos anualmente no mundo. Tanto a etnia quanto o sexo têm influência no risco de desenvolvimento do câncer gástrico. Essa complexidade dificulta o entendimento do papel das alterações genéticas em seu desenvolvimento. Dessa forma, a caracterização das anormalidades genômicas em linhagens estabelecidas a partir de células tumorais de CG pode ajudar a encontrar novos marcadores genéticos, direcionando abordagens e tratamentos eficazes para o CG, em especial de populações nas quais há um alta incidência desse tipo de neoplasia. Poucas linhagens tumorais gástricas foram estabelecidas e caracterizadas até o momento, representando uma amostra pequena da variabilidade genética humana. No Pará, o CG apresenta taxas de mortalidade acima da médica nacional. Assim, a caracterização das anormalidades genômicas em linhagens estabelecidas a partir de pacientes dessa população, etnicamente miscigenada, pode trazer dados interessantes que nos auxiliem a entender a alta taxa de incidência de CG, bem como direcionar abordagens e tratamentos eficazes para esses pacientes. Assim, o objetivo desse trabalho foi caracterizaro genoma de duas linhagens de câncer gástrico, AGP01 e ACP03, estabelecidas a partir de amostras tumorais de pacientes paraenses, e identificar alterações no número de cópias (CNAs) por meio de Hibridização Genômica Comparativa em microarranjos (aCGH). Os resultados indicaram que ambas as linhagens ainda conservam características genômicas associadas ao CG do tipo intestinal. As regiões de ganho 7p11, 7p21, 8q24 como as mais ricas em oncogenes e as regiões de perdas 19p13, 3q25-q27, 15q21-q26 como as mais ricas em supressores tumorais em ambas as linhagens. Essas regiões já foram encontradas em outros estudos como associadas ao CG, e influenciam diretamente as vias de sinalização do ciclo celular, PI3K-AKT bem como a predisposição para infecção viral. Identificamos a perda da citobanda 9p21, que inclui um cluster de IFN do tipo 1, o que pode influenciar no escape de células tumorais da imunovigilância. Nossa análise in sílico também apontou para os genes ERBB2, MYC, CDK6, CYP51A1, ANKIB como importantes marcadores moleculares para câncer gástrico, uma vez que, tiveram o aumento da sua expressão associada ao ganho no número de cópias. Além disso, apresentaram uma super expressão em amostras tumorais do TCGA quando comparados com tecido normal, e somente ERBB2teve o aumento da expressão consistente com a piora no prognóstico. Já a relação de marcadores moleculares encontrados principalmente nos genes CYP51A1 e ANKIB ainda é pouco esclarecido no CG e devem ser melhor exploradas por experimentos in vitro e in vivo.Concluímos, assim, que as linhagens AGP01 e ACP03 conservam alterações genômicas relacionadas aos seus tipos histológicos originais, representando importantes modelos para experimentos in vitro que busquem desvendar a biologia e comportamento desses tipos tumorais, incluindo ensaios pré-clinicos.

  • DANILLO JORGE FIGUEIREDO DA SILVA
  • FILOGENIA E BIOGEOGRAFIA DAS ESPÉCIES DO GÊNERO Aloutta LACÉPÈDE, 1799 (PRIMATES, ATELIDAE)

  • Data: 20/12/2022
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  • Os macacos guariba do gênero Alouatta são os Platyrrhini com a maior distribuição geográfica, ocorrendo do sul do México ao norte da Argentina. Diferentes estudos filogenéticos mostram resultados parcialmente congruentes entre eles, com algumas incertezas permanecendo. Aqui, nós investigamos as relações filogenéticas entre as espécies de Alouatta usando 24 marcadores moleculares, dois de DNA mitocondrial (mtDNA) e 22 de DNA nuclear (nuDNA). Através de análises bayesianas e de máxima verossimilhança, nós inferimos a filogenia e estimamos datas de separação entre as espécies e grupos de espécies do gênero. Dois clados foram recuperados dentro de Alouatta, um representando os indivíduos da América Trans-Andina, e outro representando indivíduos Cis-Andinos. A maioria dos eventos de diversificação ocorreram durante a época do Plioceno. Dois grupos dentro do clado Cis-Andino foram recuperados. Um desses grupos é formado por espécies que ocorrem na Mata Atlântica e no leste da Amazônia, que provavelmente se separam durante o Plioceno com o surgimento da diagonal seca. O outro grupo é composto por A. caraya, formando uma relação de grupo irmão com o complexo de espécies A. seniculus. Além disso, este estudo mostrou uma relação estreita entre A. discolor e A. belzebul, e entre A. macconnelli e A. nigerrima, que ocorrem em lados opostos do Rio Amazonas. Com sequencias de DNA de dois genes mitocondriais, disponíveis publicamente para 13 taxa de macacos guaribas, nós conduzimos uma análise de inferência bayesiana, para estimar relações filogenéticas e os tempos de divergência entre as espécies de Alouatta. Os resultados deste estudo apontam que o ancestral comum mais recente de Alouatta viveu há cerca de 6 milhões de anos, data coincidente com a formação do norte dos Andes, evento que provavelmente, levou à primeira separação em Alouatta. O oeste da Amazônia foi apontado como uma área chave da origem e diversificação dos principais grupos do gênero, além da formação da diagonal seca do continente Sul-americano. Nossos resultados indicaram que a época do Plioceno foi o período da principais diversificações e formação de grupos dentro de Alouatta. Entretanto, algumas espécies possuam origem mais recente, que datam do Pleistoceno. O táxon A. puruensis forma um grupo polifilético, agrupando-se com A. sara e/ou com A. seniculus. Logo, a validade desse táxon não se sustenta sob os dados filogenéticos

  • HAIALA SOTER SILVA DE OLIVEIRA
  • ASPECTOS MOLECULARES DO HOSPEDEIRO HUMANO ASSOCIADOS À INFECÇÃO E TERAPÊUTICA DA MALÁRIA

  • Data: 19/12/2022
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  • A malária é um problema de saúde mundial, que apesar de todo esforço científico e tecnológico para sua erradicação, continua com altos índices de mortalidade e morbidade em áreas endêmicas. A Organização Mundial de Saúde reportou 241.000.000 casos e aproximadamente 627.000 mortes por malária a nível mundial, no ano de 2020. Na Amazônia, em particular, a malária constitui um importante problema de saúde ocasionando perdas econômicas e contribuindo para a precária condição de saúde das populações expostas. A existência de fatores genéticos do hospedeiro humano que conferem resistência para a malária tem sido bastante estudada. Atualmente sabe-se que este mecanismo é evidente em diferentes níveis de análise epidemiológica e muitos determinantes genéticos têm sido identificados. Dentre eles, podem ser destacados: hemoglobina S, talassemia alfa, deficiências da enzima G6PD, sistema sanguíneo Duffy, etc. Diante desse cenário, estamos propondo a investigação em quilombolas de Oriximiná, município pareaense que constitui área de risco para malária, fatores genéticos do hospedeiro humano associados a mecanismos de proteção inata e específica na malária, que poderão ajudar a esclarecer aspectos da epidemiologia da transmissão dessa patologia. Além de reforçar a necessidade de monitoramento do tratamento para evitar complicações causadas pelo uso da primaquina nos pacientes portadores de deficiência de G6PD e haplótipos CYP2D6 de atividade reduzida ou nula, que terão impacto importante no controle da malária

  • CRISTINA MARIA DUARTE VALENTE
  • CRIAÇÃO DE UM PAINEL INDEL PARA AVALIAÇÃO DE VARIANTES GÊNICAS ENVOLVIDAS NA REMODELAÇÃO ÓSSEA NO DESENVOLVIMENTO FACIAL

  • Data: 16/12/2022
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  • A má oclusão tem elevada prevalência na população, e por este motivo é considerada um problema de saúde pública, por ter determinantes genéticos e ser influenciada por comportamentos, hábitos deletérios e outras patológicas. Como objetivos o estudo se propôs a identificar os fatores de risco nos marcadores investigados e criar um painel como ferramenta auxiliar de diagnóstico genético precoce. O estudo foi descritivo quantitativo, constituído por 142 indivíduos, da cidade de Belém/Pa, classificados em relação aos padrões esqueléticos e faciais utilizando a documentação pré-ortodôntica. Alguns fatores foram utilizados, como: idade, ausência de sintomas de disfunção temporomandibular (DTM), genes MYO1H e MYO9B, e quando associados, fundamentam o prognatismo. Individuos entre 18-29 anos (p= 0,015, OR=4,6) apresentaram maior risco de prognatismo do que os entre 30-49 anos (p=0,034, OR=3,5); bem como os que apresentaram na MYO1H - del (p=0,044; OR: 1,9) e MYO9B – del1/del1 (p=0,049; OR:3,2). Em relação ao retrognatismo, a MYO1H - del (p=0,046; OR: 2,4) apareceram também como fator de risco. O uso prolongado da mamadeira, e a deleção na MYO5B (p=0,026 e OR=2,1), representou um aumento no risco de retrognatismo mandibular (classe II de Angle). A deleção no FGFRL1 foi um fator de risco para homens e mulheres respectivamente, (FGFRL1 (p=0,008; OR=17,37) e (p=0,010; OR=20,03)). A deleção no COL18A1 (p=0,049; OR=22,63) foi um fator de risco para os homens enquanto a deleção no MY05B (p=0,016; OR=2,58) e uso de chupeta/dedo (p=0,002; OR=5,50) foram fatores de risco para as mulheres. A deleção no DUSP16 – del (p=0,042; OR:3,109), o padrão facial braquifacial (p=0,033; OR=1,100) e o gênero feminino (p=0,014; OR=3,152) foram fatores de risco entre 30-49 anos. Nossos resultados sugerem algumas vias genéticas que desempenham importante papel na variação esquelética anteroposterior e vertical observada em pacientes com má oclusão e no tipo de má oclusão esquelética. Observamos associações que encorajam outros estudos no sentido de ampliar os conjuntos de dados, em outras populações, com outros perfis genéticos e ambientais, resultando em um conjunto de dados ainda mais influentes para confirmar nossos achados e possivelmente identificar novas variantes funcionais.

  • PAULA BARAUNA DE ASSUMPCAO
  • ANÁLISE DE MUTAÇÕES GERMINITIVAS NO ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

  • Data: 15/12/2022
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  • O adenocarcinoma gástrico permanece como grave problema de saúde pública mundial e, especialmente, na região norte do Brasil apresenta incidência e mortalidade elevadas. A maioria dos diagnósticos ocorre em fase avançada da doença, comprometendo os resultados terapêuticos. A identificação de indivíduos sob maior risco para esta neoplasia poderia proporcionar o desenvolvimento de estratégias de rastreamento, favorecendo diagnósticos mais precoces e desfechos clínicos menos graves. Dentre as situações clínicas cujo risco é sabidamente superior destacam-se as famílias com câncer gástrico hereditário. Entretanto, a frequência de diagnósticos de cânceres gástricos hereditários é pequena, e há poucos marcadores moleculares reconhecidos nestas síndromes, não obstante haver significativo número de pacientes diagnosticados em idades inferiores às usuais e/ou com múltiplos casos familiares, nos quais não é possível estabelecer um diagnóstico molecular de adenocarcinoma gástrico hereditário. Objetivando explorar a ocorrência de mutações germinativas potencialmente relacionadas ao risco de adenocarcinoma gástrico em pacientes jovens, 95 indivíduos diagnosticados com esta neoplasia até a idade de 50 anos, foram submetidos a sequenciamento completo de exoma séricos, em plataforma NGS. Foram calculados o número total de mutações germinativas e em subsets de genes específicos, sabidamente relevantes para câncer, e comparados com indivíduos sem câncer, grupo composto por ameríndios. Nenhuma das mutações classicamente descritas como causais ocorreu nos pacientes investigados. Entretanto, foram encontradas diversas mutações germinativas potencialmente relacionadas ao risco aumentado, que atualmente não são relacionadas à carcinogênese e requerem validações complementares. O número total de mutações germinativas (GMB) foi superior no grupo de portadores de câncer gástrico, com significado estatístico, podendo, caso validado em outras séries, se tornar um potencial teste minimamente invasivo para identificar indivíduos com risco aumentado para câncer gástrico. Adicionalmente os subsets GHFI (mutações germinativas de alto impacto funcional), GMEd (mutações germinativas de alto impacto funcional em genes com descrição clínica de doenças em geral), Ghallmark (mutações germinativas de alto impacto funcional em genes descritos com hallmarks) também apresentaram diferenças estatísticas significativas, com números superiores no grupo câncer quando comparado ao grupo sem câncer. Em relação ao subset GRepRep (mutações germinativas de alto impacto funcional em genes de replicação e reparo), não obstante o grupo câncer ter número de mutações superior ao grupo não câncer, o pequeno número de mutações encontradas em ambos os grupos possivelmente contribuiu para que não fosse alcançado impacto estatístico. A via classicamente relacionada ao câncer hereditário (CDH1), quando investigada pelo subset de genes específicos (GCDH1path), demonstrou pequeno número de mutações em ambos os grupos, e nenhuma mutação reconhecidamente patogênica, fortalecendo a hipótese de que outras alterações germinativas estão envolvidas na gênese do câncer gástrico hereditário.

  • ANTONIO ANDRE CONDE MODESTO
  • ANÁLISE SISTEMÁTICA DE POTENCIAIS VARIANTES INDELS DE MIRNAS EM PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 14/12/2022
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  • O Câncer Gástrico (CG) é uma doença multifatorial, complexa e agressiva, na qual fatores como alterações genéticas, epigenéticas e ambientais contribuem para o surgimento e progressão da doença. O fator genético é favorecido através das mutações gênicas e da epigenética, pois ambas influenciam no controle de proliferação e morte celular. Os biomarcadores do tipo MIRNA têm papel crucial no mecanismo de adoecimento de inúmeras enfermidades humanas, e pode ser também interpretado como marcadores do seu processo, prognóstico, diagnóstico e na avaliação da resposta ao tratamento. Nossa pesquisa investigou a genotipagem de marcadores INDELs, relacionados a diversas vias envolvidas no câncer, em pacientes com diagnóstico médico de câncer gástrico. Os marcadores, foram genotipados em uma única reação de PCR e posteriormente, submetidos a eletroforese capilar. Após a conclusão de nossas análises, obtivemos a padronização de um painel com 11 biomarcadores, avaliamos a susceptibilidade e a associação aos dados clínicos dos pacientes com CG. Logo, encontramos associações significativas em três INDELs: hsa-mir-4463_rs5877455, hsa-mir-3945_rs145931056 e hsa-mir-548H-4_rs150141473 associados ao risco aumentado, porém o hsa-mir-920_rs66686007 e hsa-mir-3652_rs62747560 associados ao risco diminuído desenvolver o CG. O hsa-mir-4463_rs5877455 também apresentou dados clínicos com associação significativa para risco aumentado para adenocarcinoma do tipo Lauren difuso, para tumores desenvolvidos na região não-cárdia e para diagnóstico precoce do CG. Além disso realizamos validação dos marcadores em 27 casos de CG pertencente ao estudo pela técnica de RNAseq, na qual analisamos níveis de expressão do transcrito nos tumores sólidos e tecidos adjacentes de CG. Nossos dados corroboram para a importância destes biomarcadores na análise genética e clínica dos pacientes portadores do adercinoma gástrico

  • LUANA FRANCA CALANDRINI DE AZEVEDO
  • AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E EFEITOS BIOLÓGICOS DE ANNONA GLABRA E EUTERPE OLERACEA

  • Data: 14/12/2022
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  • A formação no nosso saber etnobotânico ocorreu e ainda ocorre de forma lenta, sendo baseado em técnicas de observação e experimentação. Atualmente, sabe-se que preparos vegetais podem exibir além de efeitos de toxicidade, também o antioxidante, de captura de radicais livres e de antimutagênese, quando protege ou reverte danos causados no material genético. Diante disto este trabalho objetiva avaliar os efeitos in vitro de duas plantas já utilizadas: a Euterpe oleraceae, conhecida como açaí, a partir do extrato etanólico dos caroços de açaí preto (AP) e branco (AB) e a Annona glabra, conhecida como araticum-do-brejo, pelo extrato etanólico (EE), fração metanólica (FM) e a rutina (RUT), substância isolada obtida da FM, oriundos da casca do caule desta planta. Após o preparo e caracterização dos extratos e seus derivados, foi realizado o teste de avaliação avaliaçantioxidante DPPH nas concentrações crescentes de 6,25 µg/mL a 400 µg/mL para todas as substâncias testadas. Para os testes in vitro, foram utilizadas duas linhagens celulares estomacais, a gástrica normal (MNP01) e de adenocarcinoma gástrico (ACP02). Com extratos de AP e AB foi realizado o teste do MTT nas concentrações de 6,25 µg/mL a 400 µg/mL, em que para avaliação do potencial citoprotetor, as mesmas concentrações foram testadas concomitante a doxorrubicina (DOX) (200 µg/mL). Para o ensaio do micronúcleo (MN) foram utilizadas apenas as concentrações de 25 a 200 µg/mL Já para EE, FM e RUT o MTT foi testado nas concentrações 6,25 a 200 µg/Ml e o micronúcleo nas concentrações de 25 a 200 µg/mL. Os testes de apoptose e necrose e ciclo celular ocorreram apenas com EE e FM nas concentrações de 100 e 200 µg/mL. Como resultados, para o araticum-do-brejo, EE, FM e RUT exibem potencial antioxidante, sendo EE e FM com maior potencial. O teste do MTT e o teste de apoptose e necrose revelam a ausência de atividade citotóxica das substâncias testadas e o ensaio do micronúcleo não exibe a presença de MN ou outras anomalias, porém demonstra uma redução do índice de divisão nuclear em ACP02 apenas para FM e em MNP01 em EE e FM. Esta alteração na divisão celular também foi observada no teste de ciclo celular, sugerindo que mais avaliações de possíveis danos no DNA nas fases do ciclo e análises moleculares em genes específicos relacionados sistema de reparo possam elucidar melhor os resultados. Para o açaí, DPPH revela que os dois extratos são antioxidantes, sendo o AP 30% mais eficiente quando comparado a AB. Nos testes in vitro, o ensaio do micronúcleo exibe ausência de genotoxicidade e o teste do MTT demonstra ausência de citotoxicidade em ACP02 e uma pequena redução da viabilidade em MNP01 em 400 µg/mL. Neste teste também foi observado que ambos extratos protegem as duas linhagens nas concentrações de 200 e 400 µg/mL, provavelmente pela atividade antioxidante. Acreditamos que uma melhor investigação do potencial citoprotetor seja fundamental, uma vez que antioxidantes exógenos podem contribuir para a prevenção ou minimização de sintomas de diversas enfermidades como o câncer, diabetes e doenças cardiovasculares.

  • HELBER GONZALES ALMEIDA PALHETA
  • CONSOLIDAÇÃO DE PREDITORES DE PATOGENICIDADES COM TÉCNICAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: APLICAÇÕES PARA ANÁLISE DE VARIANTES CLÍNICAS

  • Data: 09/12/2022
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  • Todo processo de decisão clínica que envolve o diagnóstico genético exige um alto grau de complexidade. Nas etapas humanas, naquelas que dependem das interpretações de um especi- alista, obter informações mais assertivas sobre as variantes genéticas torna-se fundamental. O ClinVar armazena cerca de 774.000 associações genéticas e registros clínicos, porém um grande conjunto ainda encontra-se com conflito de interpretação (CI) e significado incerto (VUS). O presente estudo tem por objetivo aplicar técnicas de machine learn para criar um meta-preditor baseado em Random Foreset (AmazonForest) para previsão de patogenicidade de variante genética para apoiar a interpretação de tratamento clínico no nível genômico. Na metodologia, utilizamos dados ClinVar anotados com SnpEff/SnpSift(v4.3) para oito predito- res de impacto funcional catalogados (FATHMM, SIFT, PolyPhen-2 (HDIV), PolyPhen-2 (HVAR), PROVEAN, MutationAssessor, MutationTaster2 e LRT) e além disso avaliamos o desempenho de vários algoritmos de aprendizado de representação, como autoencoders, para propor uma melhor estratégia de classificação. Nós aplicamos o AmazonForest na base completa do dbNFSP(4.0) e exploramos os genes envolvidos em dez vias de sinalização rela- cionadas ao câncer. Da integração do AmazonForest com toda base do dbNSFP, encontramos um conjunto de 3.468.526 variantes altamente suspeitas com patogênicidade (probabilidade de FR >= 0,95). Já nas vias de sinalização relacionada ao câncer (ciclo celular, Hippo, Myc, Notch, NRF2, PI-3-Kinase/Akt, RTK-RAS, sinalização TGFβ, P53 e beta-catenina/WNT (SANCHEZ-VEGA et al., 2018) encontramos 935 variantes genéticas 536 variantes genéticas raras com diversidade genética entre as populações continentais. De acordo com dados do COSMIC, 84 variantes raras estão relacionadas a carcinoma, neoplasia linfoide, glioma, melanoma maligno e neoplasia hematopoiética. Em relação ao modelo AmazonForest e a geração de um novo conjunto enriquecido sobre as informações do dbNSFP, fornecemos um potencial recurso computacional para auxiliar em estudos genômicos de doenças complexas como o câncer.

  • LUCAS BRABO ROTELLA
  • INTERFERÊNCIA DE VARIANTES GÊNICAS NO RISCO DO DESENVOLVIMENTO DE PANCREATITE DURANTE O TRATAMENTO DE LLA COM PEG ASPARAGINASE

  • Data: 06/12/2022
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  • A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) é uma patologia maligna dos linfoblastos B ou T caracterizada pela expansão clonal de células precursoras linfoides, sendo a neoplasia infantil mais frequente. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou para o triênio de 2020-2022 aproximadamente 10.800 novos casos de leucemias no Brasil. Ademais, somente na região Norte, para o ano de 2020, foram estimados aproximadamente 320 novos casos entre homens e mulheres. Para o tratamento de LLA, um dos principais e efetivo agente quimioterápico é a asparaginase, demonstrando uma alta eficiência terapêutica, contudo, sua utilização demonstrou diversas complicações, como hipersensibilidade, hepatotoxicidade e desenvolvimento de pancreatite associada a asparaginase (PAA). Buscando reduzir os efeitos adversos, foi desenvolvida uma nova formulação, a PEG asparaginase (PEG ASNase), que demonstrou reduzir esses efeitos nocivos durante o tratamento, porém com oscilações interpessoais, tanto na eficiência quanto na adversidade dos efeitos. Variantes genéticas em MYBBP1A (co-repressor NF-kB), CPA2 (uma carboxipeptidase pancreática), RGS6 (regulador de sinalização da proteína G) e ULK2 (regulador de autofagia de células do pâncreas) apresentam relação com a fisiologia das células pancreáticas, influenciando na resposta deste órgão frente ao tratamento por PEG ASNase, afetando a efetividade e favorecendo o desenvolvimento de pancreatite. Diante disso, este estudo buscou avaliar o impacto das variantes (rs3809849, rs3807342, rs199695765, rs17179470 e rs281366) neste grave efeito adverso, objetivando encontrar biomarcadores preditores de PAA e assim colaborarem na modulação da conduta terapêutica dos pacientes com LLA. Ensaios Taqman para discriminação alélica foram realizados em 35 pacientes submetidos a terapia com PEG ASNase em um hospital de referência em oncopediatria no Estado do Pará. As associações entre genótipos e frequências alélicas com a PAA foram averiguadas por Exato de Fisher, Qui- uadrado e Regressão (p≤0,05). Nossos resultados apontaram uma associação entre os genótipos GT de RGS6 e CT de ULK2 com a PAA, com risco na ordem de aproximadamente 8 vezes na presença de ambos. Estas variantes gênicas podem colaborar nas decisões sobre o protocolo com uso de PEG ASNase, e assim auxiliar na redução da PAA em pacientes pediátricos com LLA.




  • RAFAEL RODRIGO LIEUTHIER DA SILVA
  • ASSOCIAÇÃO DA REGIÃO INTERGÊNICA HBBP1 E BGLT3 COM O NÍVEL DE HbF EM PACIENTES COM BETA-HEMOGLOBINOPATIAS NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 05/12/2022
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  • As beta-hemoglobinopatias pertencem a classe dos distúrbios genéticos mais difundidos do mundo. Na grande maioria dos casos essas desordens são  decorrentes de mutações pontuais nos genes responsáveis pela síntese de globinas tipo beta. Essas mutações provocam uma série de alterações fisiopatológicas ao portador. A grande quantidade de mutações, em conjunto com o complexo processo de regulação de síntese das cadeias globínicas, geram um mosaico clínico. Os níveis de hemoglobina fetal são um dos principais fatores associados a melhora clínica de indivíduos portadores de beta-hemoglobinopatias. A região HBBP1-BGLT3 tem sido associada como tendo um papel critico na transição da transcrição de globinas fetais para as hemoglobinas do adulto devido a sua atuação na conformação tridimensional da cromatina. O objetivo do trabalho foi analisar polimorfismos na região HBBP1-BGLT3 (rs10128556, rs2071348, rs16912210, rs7924684, rs11036415) em portadores de beta-hemoglobinopatias atendidos pelo Hemocentro do estado do Pará (HEMOPA) para identificar mutações presentes nessas regiões, bem como comparar com o banco de dados públicos, e calcular o impacto dessas mutações nos níveis de hemoglobina fetal. Os resultados do estudo revelam que os polimorfismos rs16912210 e rs7924684 demonstraram associação com os níveis de hemoglobina fetal e que a presença de apenas um alelo mutante do rs7924684 é capaz de alterar esses níveis.As comparações com bancos de dados públicos revelaram valores estatisticamente significativos para quase todos os valores comparados. Os resultados do estudo estão de acordo com diversos estudos publicados acerca da influência desses polimorfismos nos níveis de hemoglobina fetal. As divergências encontradas podem sem explicadas por características únicas de cada população, demonstrando que a herança e a influência desses polimorfismos ocorrem de forma diferenciada em diversas partes do mundo, e que o nosso estudo pode apresentar um novo capítulo na elucidação desses processos.

  • ANDREZA PALOMA GÓES OLIVEIRA
  • CARACTERIZAÇÃO DOS GENES DE RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS NO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA TUCURUÍ

  • Data: 01/12/2022
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  • Tucuruí é a segunda maior Usina Hidrelétrica (UHE) inteiramente brasileira, o lago artificial modificou o ecossistema da região. Muitos microrganismos patogênicos e de vida livre que abrigam Genes de Resistência a Antibióticos (ARGs) estão adaptados para viver em habitats aquáticos, o que torna os rios possíveis fontes de ARGs. Este trabalho tem como objetivo descrever a ocorrência e a abundância de ARGs de acordo com a variabilidade espacial e sazonal no lago da UHE Tucuruí. As amostras foram coletadas das camadas Fótica, Afótica e Sedimentar das estações Montante 1 e Montante Novo Repartimento, durante o verão e o inverno da Amazônia. As amostras de DNA foram extraídas e sequenciadas na plataforma Ion Proton para análise metagenômica. Megahit foi uilizado para montagem de novo das reads, as Open Reading Frames (ORFs) foram previstas pelo Prodigal, e os ARGs foram obtidos a partir das bases de dados CARD e MEGARES. Os contigs que continham ARGs foram gerados para as análises posteriores. A análise estatística foi avaliada no R, utilizando o pacote ggplot2. O inverno amazônico e a superfície da água apresentaram abundâncias e diversidades significativas de ARGs no lago da UHE Tucuruí, indicando que a influência humana neste lago representa um dos motivos de preocupação com a disseminação desses genes, principalmente durante o período chuvoso.

  • ADAN RODRIGUES DE OLIVEIRA
  • CONSTRUÇÃO DE UM PIPELINE PARA ANÁLISE METAGENÔMICA

  • Data: 28/11/2022
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  • A metagenômica é normalmente aplicada para compreensão da análise de diversidade em um ambiente. No desenvolver desses estudos, foi possível entender que seu desenvolvimento se deve principalmente ao crescimento do campo computacional que consegue auxiliar o desenrolar desse estudo de maneira direta. A utilização e automação de rotinas computacionais se tornam uma tendência nos laboratórios de estudos genéticos e metagenômicos, tanto quanto a produção dos mesmos. Dessa forma o presente projeto visou a produção de um pipeline voltado para educação e que execute análises metagenômicas de rRNA 16s, dando foco a análises de diversidade e de taxonomia. A produção da ferramenta visou a utilização das linguagens Python, R e Shell, além da integração da interface gráfica “Tkinter”, presente nos repositórios Python. As rotinas automatizadas nesta ferramenta, começam utilizando o Usearch para a preparação dos dados; mesclando os arquivos de entrada “fastq”, aplicação do filtro de qualidade, a busca por leituras únicas, o agrupamento das sequências em OTUs, criação das tabelas de OTUs e a tabela de dados taxonômicos. Em seguida a execução de análises de ACE, CHAO1, Shannon, Simpson e Simpson Inverso, utilizando o software R. Por último, o pacote “canvas” do python agrupa os resultados, plotando e montando um report final que possa auxiliar nas análises de resultados e discussão dos mesmos, além de se tornar uma boa ferramenta no ensino da interpretação desses dados finais. A necessidade de aplicação da bioinformática na área educacional deve-se ao constante avanço que ocorre no passo do desenvolvimento da tecnologia, dessa forma o Metadoon Pipeline se faz presente sendo passível de aplicações dentro de sala de aula.

  • MILLA DE ANDRADE MACHADO
  • DINÂMICA CROMOSSÔMICA EVOLUTIVA NO GÊNERO GYMNOTUS

  • Data: 28/11/2022
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  • Gymnotidae é uma família de peixes elétricos pertencente à ordem Gymnotiformes, com distribuição extensa pela região neotropical. Com dois gêneros e 46 espécies validas, possui uma grande variação cariotípica e forte dinâmica cromossômica, sendo alvo de estudos cromossômicos, morfológicos e filogenéticos que tentam entender a relação das espécies nesse grupo e sua evolução. O número diplóide em Gymnotidae varia de 2n=34 a 2n=54, apresentando uma grande diversidade cariotípica. Estudos mais recentes de citogenética e análises moleculares mostram resultados importantes quanto à diversidade de sequências repetitivas e reorganização genômica no gênero. Esse estudo visa entender a dinâmica evolutiva do grupo através do mapeamento por pintura cromossômica os cariótipos das especies Gymnotus catalão, G. pantanal e da identificação, caracterização e mapeamento de sequências repetivas obtidas a partir do sequenciamento genomico de G. catalão.

  • ANDREZA JULIANA MOREIRA DA COSTA
  • ANCESTRALIDADE GENÔMICA E ESTUDO DE EXPRESSÃO GÊNICA DO GENE GUBS SOB EFEITO DE UMA NOVAVARIANTE NA MUCOPOLISSACARIDOSE VII

  • Data: 25/11/2022
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  • A mucopolissacaridose (MPS) tipo VII é uma desordem de depósito lisossômico de origem autossômica recessiva, resultado da deficiência de em uma enzima lisossomal, causando acúmulo de glicosaminoglicanos ou problemas em vias metabólicas secundárias. Possui sintomatologia sistêmica que abrange principalmente displasia esquelética, características faciais acentuadas, problemas cardiovasculares, hepatoesplenomegalia e hidropsia fetal. Os tipos de MPS apresentam frequências diferentes em populações distintas. Muitas variantes patogênicas que causam as MPS costumam ser relacionadas a determinados grupos étnicos resultantes de possível efeito fundador. A variante mais frequente no gene GUSB que causa MPSVII é a p.Leu176Phe. Este estudo tem como objetivo investigar o efeito de uma variante nova (p.Leu292Pro) sobre a expressão do gene GUSB. Além disso, foi investigada a ancestralidade de 5 pacientes com MPS VII, considerando a contribuição ameríndia, africana e europeia. Para o estudo de expressão, foram coletadas amostras de sangue periférico de 20 indivíduos, que compõem o grupo sem a doença, do paciente com MPS VII em heterozigose composta (p.Leu176Phe/p.Leu292Pro) e dos pais do paciente. O método utilizado para analisar a expressão do RNAm de GUSB foi a Transcrição Reversa seguida da Quantificação por PCR. A análise de ancestralidade foi realizada por PCR multiplex utilizando marcadores INDEL. As análises permitiram a identificação de proporções diferentes na contribuição populacional da amostra de pacientes com MPS VII com a maior contribuição europeia a qual se mostra significativamente distinta (p = 0.0031) da contribuição africana. A análise de expressão relativa pelo método do 2-ΔCT mostrou a expressão superior do gene GUSB do paciente com MPS VII comparado ao grupo sem a doença. Na comparação entre os ciclos de amplificação 14/20 amostras apresentaram resultados significativamente diferentes do paciente com MPS VII. Os pais também apresentaram valores diferentes (p < 0,05) para os ciclos de amplificação. A predição in silico da nova variante indicou como patogênica por modificar uma região conservada da proteína. Quanta à ancestralidade, é possível supor que a variante p.Leu176Phe apresenta origem europeia. Houve discordância entre os níveis de RNAm para GUSB e a dosagem da enzima beta-glucuronidase sintetizada. A nova variante Leu292Pro é indicada como patogênica, mas ainda é preciso elucidar seus efeitos sobre o fenótipo da MPS VII

  • ANNA CAROLINE MOREIRA PICANÇO
  • EXPRESSÃO DE RNAs CIRCULARES NO CÉREBRO DE ZEBRAFISH (DANIO RERIO) SOB CONDIÇÕES DE HIPÓXIA: UM MODELO DE ESTUDO

  • Data: 10/11/2022
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  • Hipóxia é uma condição resultada da baixa oxigenação nos tecidos orgânicos, e um fator essencial para o entendimento dos acidentes vasculares cerebrais e do câncer, que são as maiores causas de morte mundialmente. Com base nisso, faz-se necessário o estudo da hipóxia para identificar biomarcadores moleculares associados. Os RNAs não-codificantes (ncRNA) são uma classe de RNAs que não sintetizam proteínas, mas que apresentam outras funções como intermediários de processos biológicos. Os RNAs circulares (circRNA) estão incluídos nessa classe, apresentando estrutura circularizada e relacionados a inúmeras doenças, e por conta dessa especificidade, essas moléculas se tornam excelentes candidatas para serem biomarcadores de hipóxia, o que pode levar ao melhor entendimento de doenças relacionadas. Zebrafish é uma espécie utilizada como modelo genético em diversas áreas de pesquisa, de estudos genômicos a testes farmacológicos, além de apresentar facilidade de criação em cativeiro. Esse organismo pode simular os efeitos da hipóxia de forma similar aos efeitos biológicos que ocorrem no organismo humano, por conta do alto nível de homologia genômica. O objetivo desse trabalho é realizar análise do perfil de expressão dos circRNAs no cérebro em condição de hipóxia, utilizando o zebrafish como organismo modelo.

  • ESDRAS EDGAR BATISTA PEREIRA
  • ASSOCIAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DOS GENES UGT1A1, IL1A, NFKB1, PAR1, TP53 E UCP2 E A SUSCEPTIBILIDADE AO CÂNCER DE PULMÃO

  • Data: 31/10/2022
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  • O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais frequentes no mundo. O câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) representa a grande maioria das neoplasias pulmonares. Por ser uma doença complexa, sua formação ocorre em vários estágios, decorrentes de interações entre fatores de risco ambientais, como tabagismo, e suscetibilidade genética individual. Nosso objetivo foi investigar associações entre polimorfismos genéticos e o risco para o câncer de pulmão. Trata-se de um estudo, caso-controle, que incluiu 276 indivíduos com e sem câncer. As amostras foram analisadas para os polimorfismos do gene UGT1A1 (rs8175347), NFKB1 (rs28362491), PAR1 (rs11267092), TP53 (rs17878362), IL-1A (rs3783553), UCP2 (INDEL 45-pb) e genotipados em PCR, seguido de análise de fragmentos em que aplicamos um conjunto previamente desenvolvido de marcadores ancestrais informativos. Usamos regressão logística para identificar diferenças nas frequências alélicas e genotípicas entre os indivíduos. Para o UGT1A1 (rs8175347), indivíduos com o alelo TA7 têm maior chance de desenvolver adenocarcinoma de pulmão (p = 0,035; OR: 2,57), assim como aqueles com genótipos relacionados de atividade enzimática reduzida ou baixa: TA6/7, TA5/7 e TA7/7 (p=0,048; OR:8,41). Indivíduos com TA7/7 homozigotos têm maior chance de desenvolver carcinoma espinocelular de pulmão (p=0,015; OR=4,08). Indivíduos com genótipo Del/Del do polimorfismo NFKB1 (rs28362491) (p=0.018; OR=0.332) demonstraram efeito protetor para o desenvolvimento CPNPC, similar ao observado nas variantes do PAR1 (rs11267092) (p=0.023; OR=0.471) e do TP53 (rs17878362) (p=0.041; OR=0.510). Além disso, indivíduos com o genótipo Ins/Ins do polimorfismo IL-1A (rs3783553) demonstram maior risco para o CPNPC (p=0.033; OR=2.002), assim como os voluntários com Del/Del do UCP2 (INDEL 45-pb) (p=0.031; OR=2.031). Os seis polimorfismos investigados podem contribuir para a susceptibilidade especificamente para o CPNPC, adenocarcinomas e carcinomas espinocelulares.

  • CRYSTIAN RAFAEL COSTA BATISTA
  • FILOGEOGRAFIA E ESTRUTURAÇÃO POPULACIONAL DE DESMODUS ROTUNDUS (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) NA AMÉRICA DO SUL A PARTIR DE MARCADOR MITOCONDRIAL

  • Data: 27/10/2022
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  • O morcego hematófago Desmodus rotundus, também conhecido como morcego-vampirocomum, tem ampla distribuição nas áreas tropicais e subtropicais do Novo Mundo, ocorrendo do norte do México ao sul do Uruguai. Desta forma, é esperado que espécies com extensas distribuições geográficas possam consistir em duas ou mais unidades evolutivas. Sendo o D. rotundus o principal vetor do vírus da raiva, faz-se ainda mais necessário entender o tipo de estruturação e se há algum nível de fluxo gênico entre as populações, pois isto pode levar a dispersão do vírus. Sendo assim, no presente trabalho realizamos um estudo filogeográfico da espécie D. rotundus de diversas populações ao longo de sua distribuição, com foco no território brasileiro, utilizando o marcador mitocondrial citocromo b. Combinando dados publicados com novas sequências de DNA mitocondrial, foi coberta a maior área de distribuição do morcego vampiro até então. As análises filogenéticas e de estruturação populacional deram suporte a existência de 7 clados principais: CA (América Central), AMC (Amazônia/Cerrado), AF (Floresta Atlântica), PAN (Pantanal) e outros 3 clados do Peru (AUH, MAC e LIMA). Da mesma forma, observou-se uma clara mistura entre a maioria dos diferentes grupos, com compartilhamento de haplótipos que podem indicar fluxo gênico em ambos os sentidos entre as populações da América Central,
    Amazônia/Cerrado, Floresta Atlântica e Pantanal. Os resultados dão suporte a estudos anteriores que sugerem a presença de diversidade críptica no complexo
    D. rotundus e fornecem, pela primeira vez, indícios de fluxo gênico que potencialmente pode ter influência direta na dinâmica de dispersão de diferentes cepas do vírus da raiva, representando uma séria preocupação para a saúde e economia, sendo, portanto, de grande relevância.

  • NATASHA MONTE DA SILVA
  • IDENTIFICAÇÃO DE VARIANTES ASSOCIADAS AO DIABETES MELITUS TIPO 2 EM POPULAÇÕES NATIVA AMERICANAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 21/10/2022
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  • O diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) é um agravo de saúde crônico, caracterizado pelo o aumento das concentrações de glicose no sangue devido a redução da resposta tecidual à insulina produzida pelo organismo. Embora ocorra com mais frequência como consequência da obesidade, observa-se que a doença também está associada a características genéticas. Dados recentes mostram que o diabetes apresenta herdabilidade prevista de 30-70%; adicionalmente, mais de 100 loci genéticos que afetam o risco de DMT2 já foram identificados, evidenciado assim a significativa influência da genética no risco da doença. Entretanto, apesar da grande quatidade de informações atuais relacionadas à genética desta doença, a maioria apresenta como objeto de estudo populações européias e asiáticas. Por este motivo, é de interesse estudar os fatores de risco metabólicos em outras populações com prevalência particularmente alta de diabetes, como é o caso de indivíduos com ancestralidade nativa americana, uma vez que evidenciou-se que o risco genético de desenvolver DMT2 aumenta em paralelo com a proporção de ascendência deste grupo. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi caracterizar o perfil molecular de 10 genes envolvidos no risco ao DMT2 por meio da análise do exoma de populações ameríndias da Amazônia. Para isto, foram analisadas amostras de 64 nativos americanos pertecentes a 12 diferentes etnias amazônicas. As bibliotecas de exoma foram preparadas usando os kits comerciais e as reações de sequenciamento foram executadas na plataforma NextSeq 500 ® (Illumina ® , San Diego, CA, EUA). As frequências de alelos das populações nativa americanas foram obtidas por contagem alélica e comparadas com as outras populações avaliadas no estudo (americana, africana, leste-asiática, sul-asiática e europeia). Os resultados mostraram que as populações nativas americanas apresentam particularidades tanto quando avaliadas isoladamente, quanto quando comparada às demais populações estudadas. Tais particularidades poderiam ser melhor exploradas a partir da realização de estudos genéticos funcionais, a fim de melhor compreender o perfil de genes associados ao DMT2 em populações indígenas, facilitando assim o direcionamento dos esforços para prevenção e redução do custo no manejo do DMT2 nestas populações.

  • DÉBORA MONTEIRO CARNEIRO DO VALE
  • DETECÇÃO DE SEPSE EM PLAQUETAS USANDO MicroRNAs E ANTÍGENOS DE MEMBRANA EM PACIENTES INFECTADOS E NÃO INFECTADOS COM SARS-COV-2

  • Data: 14/10/2022
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  • O presente estudo propõe legitimar na sepse uma característica encontrada em plaquetas que sofrem lesões de armazenamento em bancos de sangue, que é o aumento da expressão do miRNA miR-320a em relação ao miR-127. Em condições fisiologicamente normais, observa-se uma relação inversa. O objetivo deste estudo foi verificar se a análise da expressão de miR-320a e miR-127 em plaquetas poderia detectar uma diminuição em sua viabilidade e função devido à presença de patógenos no sangue de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva. Também investigamos a expressão de antígenos de membrana sensíveis à ativação plaquetária. Dos 200 pacientes analisados, apenas aqueles que desenvolveram sepse (140) apresentaram uma quantidade relativa de miR-320a maior do que a de miR-127. Essa característica e a expressão aumentada dos antígenos de membrana P2Y12,  D62P, CD41 e CD61 mostraram associação significativa (p < 0,01) com todos os tipos de sepse avaliados neste estudo. Além disso, 40% dos pacientes internados por sepse tiveram resultados negativos para as primeiras  ulturas. Concluímos que a análise da expressão de miR-127 e miR-320a combinada com avaliação de antígenos de membrana, em associação com os parâmetros clínicos e diagnósticos disponíveis, são ferramentas importantes para detectar o início da sepse.

     



  • ANA LIDIA QUEIROZ CAVALCANTE
  • TRANSCRIPTOMA DIFERENCIAL DA INFECÇÃO DE LINHAGEM CELULAR DE MACRÓFAGOS DE MURINO POR Corynebacterium pseudotuberculosis

  • Data: 14/10/2022
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  • Ascélulashospedeiraseucarióticasestãosujeitasàinfecçãopordiversospatógenoscomo
    bactérias e à medida que a infecção inicia é desencadeada uma cascata dinâmica deeventos
    queculminacompadrõesalteradosdeexpressãogenéticaemambososorganismosem
    interação.Parasobreviverdentrodeumhospedeiro,ospatógenos apresentamdiversas
    alternativasparaviabilizarseucrescimentopormeiodareplicaçãorápida.Commecanismos
    tãodiversosenvolvidosemcadaetapadainfecçãonohospedeiro,acompreensãodaresposta
    imunedohospedeirofrenteainfecçãoéimportanteparaoestudodarelaçãopatogeno-
    hospedeiro. E estudos de RNA-Seqviabilizamosestudosdeexpressãodiferencialem
    determinadas condições.Deste modo, neste estudo foi realizado analises de perfil de
    expressãodiferencialdegenesenvolvidosnarespostaimunedo hospedeirofrenteàinfecção
    por Corynebacterium pseudotuberculosis. As células utilizadas como modelo de hospedeiro
    foialinhagemcelulardemurinoRAW264.7fornecidascomercialmentepeloBancode
    Células do Rio de Janeiro (BCRJ). A linhagem de C. pseudotuberculosisPA09foiobtida
    porcoletadeanimalcontaminadoediagnosticadocomLinfadeniteCaseosa.Ainfecção
    celularfoirealizadadurantetrêshorascomMOI5,posteriormenteORNAtotaldacélula
    dohospedeirofoiextraídoeavaliadoquantoaintegridadeequantidade.Atravésdeum
    protocolo de preparode biblioteca paramRNAfoisequenciado, pela plataforma Illumina, o
    RNAdasamostrasemtriplicatabiológica.Foramrealizadasnosdadosdosequenciamento
    analises de qualidade, quantidade e expressão gênica diferencial pelo pipeline do miARma-
    Seq. E as analises funcionais foram realizadas por ontologias através do programa Go feat.
    Foram obtidos 8.003 genes diferencialmente expressos(DE), destes 529 genes foram
    induzidos e98 reprimidos. O maior nível de expressão induzida foi do gene Csf3, que
    codificaumacitocinaimportantenoestímuloarespostaimunedohospedeiro.Alémdisso,
    outro gene que se destacou foi Epha2,quepossivelmentepodeestarrelacionadocoma
    sobrevivência deC. pseudotuberculosis na fase crônica da infecção. Portanto, a avaliação de
    genes DE no processo de resposta imune do hospedeiro podecolaborar para novos insights
    na interação C. pseudotuberculosis-hospedeiro,oquepermiteumestudomaisdirecionado
    em alvos gênicos para a obtenção de tratamento como vacinas.
  • ANNA CAROLINA LIMA RODRIGUES
  • EXPRESSÃO DE miR-331 E miR-135b EM TECIDO E PLASMA DE PACIENTES COM CARCINOMA MAMÁRIO NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 13/10/2022
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  • Os miRNAs são uma classe de RNA não codificantes, com efeito pós-transcricional e podem ser alvos para o estudo do carcinoma mamário humano, visto que tsMirs e oncoMirs regulam diversas vias celulares, incluindo a proliferação celular, metástase, apoptose, reincidência tumoral e resistência a quimioterápicos. A detecção em fluidos corpóreos associada à expressão diferencial, sugere que vários miRNAs podem ser utilizados para a identificação de subtipos moleculares distintos do câncer de mama.  Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a  expressão do miR-331 e miR-135b em pacientes brasileiras com câncer de mama para avaliar o uso destes miRNAs como marcadores tumorais em biópsia líquida. Para isso, foram analisadas 196 amostras de tecido tumoral mamário e sangue periférico de  pacientes com câncer de mama internadas no Hospital Ophir Loyola (Belém/PA). Para o grupo controle, foram analisadas 18 amostras  de tecido não tumoral e plasma de pacientes sem histórico de tumor. O RNA foi obtido por meio de kit comercial e as amostras foram submetidas a PCR em tempo real. Associações estatísticas foram realizadas utilizando-se o software BioEstat 5.3 e GraphPad Prism 9.0. Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana do Hospital Ophir Loyola, (protocolo 2.798. 611/2018). Observou-se diferença estatisticamente significativa  para a expressão do miR-331 e miR-135b em tecido mamário tumoral e amostras de soro (p<0,0001; p<0,0001).  Quando se considera os subtipos moleculares,  o luminal A tem a menor expressão do miR-331 e miR-135b em amostras de tecido(p=0,0002; p<0,0001) e plasma (p<0,0001; p<0,0001), enquanto as amostras triplo  negativas apresentaram a maior expressão também em tecido (p=0,0209; p<0,0001) e plasma (p=0,0039; p<0,0001) para ambos miRNAs. Em relação à expressão do índice de proliferação ki67, os tumores com ki67>14% têm uma expressão significativa mais elevada de miR-331 e miR-135b em amostras de tecido tumoral(p=0,0001; p=0,0042) e séricas  (p=0,0051; p=0,0026).  Considerando os resultados acima, a  expressão dos miR-331 e miR-135b pode ser considerada como um potencial biomarcador  diagnóstico e prognóstico para o câncer de mama via biópsia líquida, especialmente para subtipos moleculares mais agressivos, como o triplo negativo, o que pode impactar em um diagnóstico precoce e em um melhor tratamento direcionado a pacientes com câncer de mama.

  • MAYARA NATALIA SANTANA DA SILVA
  • ANÁLISE DE POLIMORFISMOS EM GENES DE miRNAs E RELACIONADOS À MAQUINÁRIA DE miRNAs EM PACIENTES HANSENIANOS

  • Data: 11/10/2022
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  • A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae e que apresenta um espectro contínuo de manifestações clínicas e patológicas. Para fins de tratamento, a OMS propõe a classificação dos pacientes em dois grupos: paucibacilar e multibacilar. O Brasil é o segundo país com a maior taxa de incidência de hanseníase no mundo, sendo o Pará considerado um Estado hiperendêmico. Apesar de ser uma doença intrinsicamente ligada a fatores socioeconômicos, diversas linhas de pesquisa têm evidenciado a importância da genética do hospedeiro como um fator de risco à infecção. Neste trabalho buscamos identificar biomarcadores que possam auxiliar no prognóstico da doença através da investigação de vintes e cinco SNPs em genes codificadores de miRNAs e associados à maquinária de microRNAs em pacientes diagnosticados com hanseníase paucibacilar e multibacilar, sendo o grupo controle indivíduos contactantes saudáveis sem parentesco sanguíneo com os pacientes. Por se tratar de uma população altamente miscigenada, utilizamos Marcadores de Ancestralidade Individual para avaliar a ancestralidade genômica dos participantes. Nossos dados sugerem que pre-miR938 é associado a proteção contra a hanseníase paucibacilar, enquanto DROSHA, AGO1 e miR570 são associados a proteção contra o desenvolvimento da hanseníase multibacilar. Em contrapartida, pri-let-7a1, miR200C e miR4513 foram associados ao risco de desenvolvimento da forma paucibacilar da doença. pri-let-7a1 também foi associado à suscetibilidade da hanseníase per se. Outro polimorfismo em DROSHA foi associado ao risco de desenvolvimento da hanseníase multibacilar, enquanto miR146A, em teste entre pacientes, foi associado a proteção à hanseníase paucibacilar.  Com este trabalho buscamos fornecer novas informações para uma melhor compreensão de como os fatores genéticos influenciam a fisiopatologia da doença, com potencial para encontrar marcadores que possam auxiliar no prognóstico da hanseníase na população amazônica. Nosso outro trabalho se trata de uma revisão de literatura acerca da importância de ncRNAs em hanseníase. Este tipo de estudo ainda é escasso nesta doença, e acreditamos que tenha um forte potencial para melhor compreensão do desenvolvimento da hanseníase, além de novas alternativas de tratamento

  • KATIA SOARES DE OLIVEIRA
  • PREVALÊNCIA DOS GENES HLA-DQ2 E DQ8 EM PACIENTES COM SINDROME DE DOWN, PACIENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E POPULAÇÃO GERAL

  • Data: 07/10/2022
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  • A doença celíaca (DC) é uma enteropatia imune-mediada, causada pela ingestão de glúten em pacientes geneticamente susceptíveis. A prevalência global da DC é estimada em 1 %, acomete mais pacientes do sexo feminino e tem maior prevalência na população de alto risco. Sua patogênese resulta da interação de fatores genéticos, ambientais e imunes. Virtualmente todos os pacientes são portadores de alelos HLA-DQ2 ou DQ-8 e a presença de genótipos HLA específicos definem diferentes riscos para incidência da doença. A DC possui amplo espectro de sintomas e condições associadas, dentre elas a síndrome de down (SD) e o transtorno do espect o autista( TEA), sendo este último, ainda alvo de estudo, uma vez que sua ligação com a DC não pode ser  omprovada. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi determinar a frequência de alelos HLA predisponentes para DC (DQ2 e DQ8) em pacientes com TEA, SD e na população em geral em Belém-PA. Material e Método: Estudo descritivo, do tipo transversal. Foram analisadas amostras de sangue de 265 crianças e adolescentes através da técnica de PCR para pesquisa do HLA-DQ2, HLA-DQ8 e HLA-DQ7. Os pacientes foram alocados em três grupos: grupo controle (118 pacientes saudáveis), grupo de pacientes com TEA (57 pacientes) e grupo de pacientes com SD (90 pacientes). Resultados: O alelo de risco mais encontrado foi o DQ2.2, com maiorprevalência no grupo de SD, seguido do grupo com TEA. O DQ7 foi mais prevalente no grupo controle, com 51,7% de positividade. Os pacientes com TEA e SD apresentaram frequência de genótipos de risco para DC mais elevada que o grupo  ontrole, contudo essa diferença foi significante apenas para o grupo com SD (p< 0,0256). Na classificação de risco, a maioria do grupo controle (44,9%) e do grupo de SD (33,3%) foi classificada como de baixo risco para DC, enquanto no grupo de TEA (24,7%), a maioria ficou no grupo de risco moderado para a doença celíaca. Conclusão: Não houve diferença na prevalência dos alelos HLA-DQ de risco para DC entre pacientes com autismo e população geral. Os pacientes com SD apresentaram maior frequência de HLA de risco para DC do que a população geral.

     



  • MATHEUS CAETANO EPIFANE DE ASSUNÇÃO
  • PERFIL MOLECULAR DE GENES ASSOCIADOS AO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE EM POPULAÇÕES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 03/10/2022
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  • O TDAH consiste em um transtorno do neurodesenvolvimento de elevada herdabilidade (80%) e está dentre os de maior prevalência mundial, expondo frequência média de 5% entre diferentes populações. É descrito por comportamentos desatentos e hiperativo- impulsivos em graus variáveis, associados ou não a presença de comorbidades, prejudicando diversos âmbitos da vida do paciente. Evidências sugerem que sua expressão seja caracterizada por um amplo gradiente sintomatológico, regido por efeitos genéticos aditivos de variantes comuns, que resultam em sua notável heterogeneidade fenotípica. Logo, estudos genômicos tem focado seus esforços em identificar variantes comuns que atuem potencialmente como biomarcadores para a diagnóstico do transtorno, uma vez que sua identificação e tratamento precoce aumenta as chances de melhora da sintomatologia. No entanto, grande parte desses estudos foi desempenhado em populações geneticamente homogêneas, sobretudo as de origem europeia, tornando desafiadora a extrapolação dos dados genômicos obtidos para outras populações de estrutura populacional distinta, como as populações indígenas da Amazônia brasileira. Portanto, a fim de proporcionar dados genômicos para populações geneticamente distintas e pouco estudadas, investigamos o exoma de 64 indivíduos de 12 etnias indígenas amazônicas, referente a 19 genes com associação ao TDAH, descrita em um GWAS europeu, e comparamos os resultados com os dados de 5 populações mundiais disponíveis no 1000 Genomes e GnomAD. Não encontramos em nossa amostra nenhuma variante clássica associada ao TDAH em GWAS europeu. Todavia, identificamos 119 variantes nos genes investigados, das quais doze variantes de impacto modificador não possuíam frequência em nenhuma outra população mundial, e uma variante intrônica no gene MED8 ainda não havia sido descrita na literatura. Além disso, analisamos a variabilidade interpopulacional referente as variantes indígenas identificadas, e constatamos um perfil genômico único para população indígena frente às outras populações mundiais. Concluímos que as populações indígenas sejam detentoras de um pool genético particular, sugerindo que a arquitetura genômica que guia os fenótipos do TDAH em indígenas seja distinta de outras populações geneticamente discrepantes, concedendo a essa população padrões únicos e heterogêneos de expressão do transtorno.

  • ODILON SALIM COSTA ABRAHIN
  • "EXERCISE GENOMICS": EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO E AERÓBICO NA RESPONSIVIDADE SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL DE IDOSOS HIPERTENSOS

  • Data: 30/09/2022
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  • As respostas hemodinâmicas ao treinamento físico não são heterogêneas e
    uniformes, e variações interindividuais consideráveis na pressão arterial de
    indivíduos hipertensos são observadas em protocolos de treinamento aeróbico
    e resistido. Assim, a “genômica do exercício” poderia explicar em parte, as
    mudanças ocasionadas pelo exercício físico. O objetivo desta tese foi avaliar
    heterogeneidade e responsividade de um programa de treinamento de força e
    aeróbio em idosos com hipertensão arterial. Os grupos foram divididos
    aleatoriamente em: a) treinamento resistido (TR); b) treinamento aeróbio (TA); c)
    grupo controle (GC). Após o primeiro período de intervenção (12 semanas), os
    indivíduos foram submetidos a um período de “
    washout” (6 semanas de
    destreinamento), seguido de uma segunda intervenção. Esse processo é
    chamado de modelo “
    cross-over”, onde os indivíduos que realizaram o protocolo
    de exercícios aeróbicos também realizaram o treinamento resistido e vice-versa,
    perfazendo mais 12 semanas de intervenção. Os principais resultados
    evidenciaram que o treinamento resistido (pré 133,2 ± 14,1; pós 122,4 ± 7,3;
    p<0,05) e treinamento aeróbio (pré 134,2 ± 14,4; pós 123 ± 9,4; p<0,0,5)
    reduziram a pressão arterial sistólica. Em relação à responsividade baseada na
    mínima diferença válida importante, dez e nove respondedores reduziram a
    pressão arterial sistólica nos grupos TA e TR, respectivamente. Além disso,
    apenas o grupo TA (pré 9955,3 ± 1.769,4; pós 8.800,9 ± 1.316,1; p<0,05) diminui
    o duplo produto, e apenas o grupo TR melhorou o desempenho funcional. Por
    fim, é possível concluir que existe uma ampla variabilidade da resposta da
    pressão arterial desencadeada pelo treinamento aeróbio e resistido em idosos
    hipertensos, e parte desta responsividade pode ser atribuída aos mecanismos
    genéticos/epigenéticos. Ainda assim, ambos os protocolos reduziram a pressão
    arterial sistólica de idosos hipertensos.

  • PAMELA KETRYA BARREIROS BAKER
  • AVALIAÇÃO IN SILICO DE EVENTOS DE SPLICING ALTERNATIVO EM PEIXE-BOI

  • Data: 29/09/2022
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  • A complexidade dos genomas eucariotos não resulta, exclusivamente, de seu conteúdo gênico, mas deve-se, sobretudo, à expressão de diferentes transcritos e proteínas a partir de um mesmo gene. O splicing alternativo é um dos mecanismos mais importantes associados ao processamento de RNAs, expandindo significativamente o conteúdo da informação do genoma para o transcriptoma. A resposta imune de um indivíduo está diretamente ligada ao ambiente e a como esse indivíduo dispõe sua maquinaria celular para reagir a um tipo de infecção. Com a descoberta de que efetivas mudanças no mecanismo de splicing constitutivo ocorriam de acordo com estímulos externos que o organismo sofria, conscientizou-se de que havia uma possibilidade de mudança de função dos linfócitos e de outras células de defesa no processo de resposta imune. Esse mecanismo ocorre através da ativação e desativação das células efetoras do sistema imune por proteínas codificadas através de splicing alternativo. O splicing alternativo é um evento molecular complexo e finamente regulado. Entender as circunstâncias nas quais os eventos de processamento constitutivo são preteridos, os mecanismos associados à regulação do processamento alternativo – e que definem a formação de mRNAs funcionais ou não. Com o objetivo de identificar in silico a ocorrência de eventos de processamento alternativo de genes de peixes-boi da subespécie Trichechus manatus latirostris reanalisamos um transcritoma disponível em banco de dados de domínio público e verificamos a ocorrência de processamento alternativo por diferentes estratégias. Nossos resultados evidenciaram maior número de eventos de processamento alternativo utilizando o pipeline Cufflinks em comparação com os resultados obtidos aplicando a ferramenta IsoformSwitchAnalyzeR. A primeira ferramenta, no entanto, não permitiu definir a quais tipos de splicing cada uma das isoformas está relacionada. Observamos ainda que o sistema imune dos peixes-boi não somente sofreu intensa modulação transcricional, como apresenta grande número de genes processados de forma alternativa em resposta ao efeito de toxinas da maré vermelha. Finalmente, observamos que os padrões de evento de splicing obtidos com a ferramenta IsoformSwitchAnalyzeR diferem do perfil geral observado na literatura. Nossos dados precisam ser mais bem explorados, utilizando outras ferramentas de identificação de eventos de splicing, para que possamos assumir que os eventos de processamento alternativo ocorrem de forma distinta em peixes-boi em relação a outros mamíferos. Concluímos que, assim como a modulação da expressão de genes é importante como resposta dos peixes-boi ao efeito tóxico produzido pelo evento da maré vermelha, aqui evidenciamos que muitos genes são transcritos de forma alternativa também como uma estratégia de resistência aos efeitos nocivos das toxinas.

  • THAMIRYS ALINE SILVA FARO
  • ANÁLISE DE ALTERAÇÕES GENÔMICAS E CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DO TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO

  • Data: 19/09/2022
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  • Câncer engloba um grupo de doenças complexas decorrentes do acúmulo de alterações genéticas e epigenéticas em vários genes, em especial aqueles envolvidos nos processos de diferenciação e crescimento celular, levando a uma proliferação anormal. Estudos voltados para a oncologia comparada com caninos vêm crescendo nos últimos anos devido a semelhança da tumorigênese em humanos e cães, apresentando uma importância do ponto de vista prognóstico e preditivo. Além disso, o cão é uma das únicas espécies que apresenta um tipo de câncer transmissível, o tumor venéreo transmissível canino (TVTC), considerado de grande importância dentro da oncologia por essa característica atípica. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a expressão gênica de melanoma ocular canino e caracterizar a inserção do transposon LINE-1 no gene MYC no tumor venéreo transmissível canino (TVTC), associando os resultados aos diferentes tipos citomorfológicos. A análise de expressão gênica global foi realizada a partir da comparação entre o RNA da amostra tumoral e não tumoral, com o uso da hibridização genômica comparativa em arranjos (aCGH) A comparação dos dados obtidos com melanomas humanos e a análise de enriquecimento da ontologia genética foi realizada usando ferramentas de bioinformática DAVID (Banco de Dados para Anotação, Visualização e Descoberta de Integração)e Panther Classification System.Encontramos 1.437 genes diferencialmente expressos, sendo 416 hiperexpressos e 516 hipoexpressos. Destes, um gene hiperexpresso mostrou-se com valor prognóstico significativo tanto em amostras de melanomas humanos, o gene SLC7A5, e cinco hipoexpressos apresentaram uma correlação prognóstica com o percentual de sobrevida, os genes MEDAG, FCHO1, CFH, CA6 e ACPP. Dessa forma, podemos concluir que o estudo oncológico comparativo é de extrema importância tanto para a Medicina quanto para a Medicina Veterinária, no que diz respeito ao avanço de novas descobertas de genes com potencial diagnóstico, prognóstico e preditivo. Em relação ao TVT, nossos resultados mostraram que o LINE-1 foi inserido em todas as amostras analisadas, na mesma posição e apresentando o mesmo tamanho (400 bp). Concluímos que mesmo sendo importante para o processo de oncogênese, essa inserção não tem influência no tipo citomorfológico e nas diferenças clínicas observadas

  • ADRIANE MARIA BEZERRA DA SILVA
  • VARIANTES GENÉTICAS, HAPLÓTIPOS BS E NÍVEIS DE HbF EM PACIENTES COM B-HEMOGLOBINOPATIAS DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 08/09/2022
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  • O estudo de variantes genéticas associadas aos níveis de hemoglobina fetal (HbF) em pacientes com β-hemoglobinopatias tem sido foco de estudos em genética molecular, visto que a HbF apresenta um efeito global sobre os fenótipos da anemia falciforme (AF) e da β-talassemia, distúrbios monogênicos mais comuns. Dentre essas variantes estão rs3751395 (FLT1), rs2072597 (KLF1), rs1867380 (AQP9), rs9376173 (PDE7B) e rs3191333 (KLF10) e haplótipos βs que estão associados aos níveis de HbF. Além disso, pesquisa em banco de dados públicos e análise de preditores de patogenicidade auxiliam na interpretação dessas variantes genéticas. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência das variantes rs3751395 (FLT1), rs2072597 (KLF1), rs1867380 (AQP9), rs9376173 (PDE7B) e rs3191333 (KLF10) e dos haplótipos s nos níveis de HbF e nas manifestações clínicas dos indivíduos diagnosticados com -hemoglobinopatias no estado do Pará, além de investigar a frequência alélica dessas variantes na presente população e investigar suas respectivas classificações de patogenicidade. A população estudada foi composta por 160 indivíduos com AF e 30 indivíduos com β-talassemia. Foi realizada a genotipagem para a população investigada, determinado os haplótipos βs nos indivíduos com anemia falciforme, investigado as frequências alélicas em banco de dados internacionais e nacionais e o padrão de patogenicidade das variantes não sinônimas por meio de cinco ferramentas de previsão diferentes (FATHMM, SIFT, PROVEAN, POLYPHEN-2 e PANTHER). Em β-talassêmicos foi observado diferença significativa dos níveis de HbF para as variantes rs3751395 (FLT1) e rs9376173 (PDE7B), nos quais a presença do alelo selvagem possui uma associação positiva para os níveis de HbF em beta talassêmicos. Em indivíduos com anemia falciforme, observou-se associação do genótipo heterozigoto da variante rs3751395 (FLT1) com as manifestações clínicas: crise vaso oclusivas e algias, demonstrando que esse genótipo possivelmente é um fator de risco para essas manifestações. Em relação aos haplótipos s, o genótipo Bantu/Bantu apresentou relação com a UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR diminuição dos níveis de HbF e os genótipos Bantu/Senegal e Bantu/Camarões relação com o aumento dos níveis de HbF, além disso, observou-se associação entre o Bantu/Benin com as manifestações clínicas: síndrome do tórax agudo e edemas. A pesquisa em bancos de dados públicos internacionais (gnomAD e Clinvar) permitiu observar que a população brasileira está sub representada, principalmente quando se compara a região norte do Brasil que possui maior contribuição de ameríndios quando comparado as demais regiões do país. As frequências alélicas observadas para cada variante investigada no presente estudo apresentou alguns resultados divergentes quando comparados aos bancos de dados nacionais (AbraOM e SELAdb), podendo ser justificado pelo fato da população brasileira ser altamente miscigenada. Do total das variantes missenses investigadas pelos preditores de patogenicidade, todas foram classificadas como benignas. Assim, esses achados enfatizam que tanto a anemia falciforme quanto a β-talassemia apresentam uma rede complexa que envolvem variantes associadas com níveis de HbF e manifestações clínicas, além dos haplótipos βs em indivíduos com anemia falciforme que em conjunto com fatores não-genéticos (questões sociais, culturais, econômicas e ambientais) podem influenciar na evolução clínica da doença, e que bancos de dados públicos e preditores de patogenicidade podem auxiliar na orientação da interpretação das variantes genéticas investigadas.

  • KARLA BEATRIZ CARDIAS CEREJA PANTOJA
  • INVESTIGAÇÃO DE VARIANTES EM GENES DE FARMACOGENÉTICA EM ASSOCIAÇÃO COM A RESPOSTA AO TRATAMENTO COM IMATINIBE DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA NA REGIÃO NORTE DO BRASIL

  • Data: 29/08/2022
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  • A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como a proliferação anormal da linhagem granulocítica sem a perda de capacidade de diferenciação, ocasionada pela translocação recíproca e equilibrada entre os braços longos dos cromossomos 9 e 22 nas regiões q34 e q11, respectivamente, essa translocação leva à formação do cromossomo Filadélfia (Ph). O tratamento de primeira linha da LMC é realizado com o inibidor de tirosina-quinase, imatinibe, que embora seja alvo-específico, cerca de 30% dos pacientes desenvolve resistência ao tratamento. Os mecanismos de resistência independentes de BCR-ABL serão o alvo deste estudo e  compreendem, principalmente, variantes em genes da farmacocinética e da farmacodinânica do imatinibe. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar a associação de 40 variações de nucleotídeo único (SNVs) em genes envolvidos na farmacogenômica do imatinibe com as a resistência ao tratamento da LMC. Além disso, analisar a relação entre 32 SNVs em genes implicados no processo carcinogênico com a falha terapêutica do imatinibe. Nossos resultados apontaram que a variante rs12505410 do gene ABCG2 está envolvida na resistência primária (presente desde o início do tratamento). Assim, os pacientes com o alelo G neste SNV têm menor risco de apresentarem resistência primária do que indivíduos com o genótipo TT. E ao analisar a resistência secundária (que se manifesta ao longo do tempo e depois de uma resposta positiva ao tratmento), encontramos que pacientes com o genótipo recessivo AA na variante rs2290573 do gene ULK3 tem três vezes mais chances de desenvolver resistência ao longo do tempo do que pacientes com outros genótipos. Além disso, realizamos a análise de interação das variantes investigadas e diversas combinações apresentaram resultados estatisticamente significativos tanto para resistência primária quanto secundária. No tocante à falha terapêutica, os resultados mostraram que os SNVs rs2372536 no gene ATIC e rs10821936 no ARID5B gene são estatísticamente significantes com esta variável clínica. Ressalta-se a importância de biomarcadores preditivos de tratamento para a avaliação precoce do tipo de resposta e possíveis resistências ao tratamento, melhorando o manejo terapêutico e a qualidade de vida dos pacientes.

  • YRLENE DO SOCORRO SILVA FERREIRA
  • ABORDAGEM MOLECULAR PARA FILOGENIA E IDENTIFICAÇAO DE ESPÉCIES DE PESCADA DO GRUPO Cynoscion (Sciaenidae)

  • Data: 26/08/2022
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  • O gênero Cynoscion, classificado na família Sciaenidae, possui cerca de 25 espécies encontradas em águas costeiras e marinhas de regiões tropicais e subtropicais dos oceanos Atlântico e Pacífico. Filogenias baseadas em dados morfológicos vêm mostrando que o gênero Cynoscion é proximamente relacionado à outros gêneros de Sciaenidae, tais como Isopisthus, Macrodon, Plagioscion e Atractoscion. Outros estudos já mostraram que Cynoscion está intimamente relacionado aos gêneros Isopisthus, Macrodon e Atractoscion, levantando questionamentos sobre o monofiletismo deste gênero. Em função disso, somente uma análise representativa do grupo baseada em marcadores mitocondriais e nucleares poderá elucidar de forma mais robusta este complexo cenário taxonômico. Outra questão a ser abordada no presente estudo é a avaliação da diversidade molecular do grupo Cynoscion por meio da análise de sequências do gene COI de espécies coletadas em diferentes locais do Atlântico e Pacífico, bem como sequências do BOLD. Conhecer a diversidade críptica é importante para avaliar a biodiversidade de peixes marinhos.

  • SIDNEY VASCONCELOS DO NASCIMENTO
  • ANÁLISE PROTEÔMICA DE ESPÉCIES DE FABACEAE ESTABELECIDAS EM ECOSSISTEMA AFETADO PELA MINERAÇÃO DE FERRO NA SERRA DOS CARAJÁS

  • Data: 25/08/2022
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  • A extração de minério de ferro na Amazônia oriental ocorre principalmente em
    afloramentos ferruginosos, conhecidos como canga. As plantas que se desenvolvem nesses
    ecossistemas estão sujeitas a condições ambientais severas e devem apresentar mecanismos
    adaptativos para se estabelecerem. Áreas mineradas representam ambientes desafiadores à
    reabilitação do ecossistema assim como o ambiente natural onde as plantas evoluíram. Espécies
    da família Fabaceae, como a
    Dioclea apurensis e a Mimosa acutistipula, estão entre as mais
    representativas nesses ambientes. Considerando a importância da diminuição da perda de
    biodiversidade por meio da revegetação, é essencial a identificação de espécies nativas de alto
    rendimento nesses ambientes. As espécies
    D. apurensis e M. acutistipula são consideradas
    promissoras por apresentarem altas persistências em áreas mineradas em reabilitação. É
    esperado que plantas que evoluíram na canga apresentem mecanismos de resposta aos estresses
    que possibilitam melhor desempenho em projetos de recuperação. Compreender os mecanismos
    moleculares envolvidos nas respostas dessas espécies a estímulos ambientais é essencial para
    deduzir suas capacidades de adaptação diante de possíveis fatores estressantes em áreas
    mineradas em reabilitação ao longo do tempo. Este estudo teve como objetivo comparar os
    perfis proteicos radiculares da
    D. apurensis e M. acutistipula crescidas em canga e em áreas
    mineradas em reabilitação a fim de identificar proteínas essenciais em suas adaptações em
    canga e que devem apoiar seus estabelecimentos em áreas mineradas. Os grupos de proteínas
    mais representativas foram relacionados às respostas ao déficit hídrico, ao calor, aos íons
    metálicos e deficiência de nutrientes, bem como às atividades de biocontrole contra
    fitopatógenos e simbiose. Os resultados mostraram que em ambas as espécies as proteínas de
    respostas aos estímulos abióticos e bióticos com abundâncias diferenciais significativas
    apresentaram maiores níveis em plantas crescidas em canga. Este estudo fornece conhecimento
    sobre proteínas envolvidas nas respostas da
    D. apurensis e M. acutistipula a estímulos
    ambientais, sugerindo mecanismos críticos para apoiar o estabelecimento de plantas nativas de
    canga em áreas mineradas em reabilitação


  • LUCAS DA SILVA E SILVA
  • ORGANIZAÇÃO E EXPRESSÃO DE GENES ASSOCIADOS À VIA DE INTERFERONS DO TIPO I EM MORCEGOS DA FAMÍLIA PHYLLOSTOMIDAE

  • Data: 18/08/2022
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  • A Ordem Chiroptera é a segunda maior ordem de mamíferos conhecida, com mais de 1.400 espécies (mais de 20% dos mamíferos conhecidos). Esses animais sofreram drásticas adaptações no decorrer de sua evolução, as quais lhes permitiram chegar a habilidades únicas entre os mamíferos, como o voo e a ecolocalização. Entretanto, uma das características mais interessantes dos morcegos é a capacidade de abrigarem uma grande variedade de vírus, muitos causadores de viroses emergentes e letais para outros mamíferos, sem sofrerem qualquer sinal clínico de infecção, tornando-se assim reservatórios de uma série de vírus com potencial para zoonoses. Essa capacidade de acúmulo viral dos morcegos deriva da sua habilidade de supressão, a qual é associada a uma imunidade inata superativa e capaz de detectar e impedir a proliferação viral dentro do seu organismo. Entre os principais atuantes no processo de resposta imune e supressão viral estão os Receptores Toll- Like 3, 7, 8 e 9 e os interferons do tipo I, responsáveis por ativar o estado celular antiviral. Em razão do potencial zoonótico desses animais e da imunidade inata como um fator determinante para tal, o presente trabalho teve por objetivo determinar a organização genômica dos genes de interferon do tipo I para quatro famílias de morcegos e avaliar a expressão desses genes e de outros genes associados à produção desses interferons e à supressão viral em rim, encéfalo e fígado em três espécies da família Phyllostomidae. Nossos resultados sugerem que a organização dos genes de interferon do tipo I no loci onde se localizam evoluiu de diferentes formas nas diferentes famílias de morcego, visto que tanto eventos de contração quanto de expansão do loci puderam ser observados, bem como variável numero de genes de IFN-α e IFNω. Além disso, os genes de interferon se mostraram modulados, com um acúmulo de transcritos comparativamente mais elevado para os genes que codificam IFN-β que para os que codificam IFN-α; para os TLRs, IRFs e para o NLRP3 não houve evidência de modulação. Por outro lado, todos os animais foram negativos para infecção por Coronavirus, Flavivirus e Lyssavirus, evento UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR que pode ter influência sobre a dinâmica de expressão dos genes analisados.

  • CARLOS LEONARDO DE ARAGAO ARAUJO
  • PERFIL DA EXPRESSÃO GÊNICA DIFERENCIAL DE MACRÓFAGOS THP-1 INFECTADOS POR Corynebacterium pseudotuberculosis

  • Data: 18/08/2022
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  • A dinâmica de interação entre patógeno e hospedeiro no decorrer do processo infeccioso é responsável por uma complexa cascata de eventos celulares que envolvem a expressão de genes para a ativação de vias modulatórias em ambos os organismos. Corynebacterium pseudotuberculosis é uma bactéria Gram-positiva, intracelular facultativa e agente etiológico de patologias que afetam uma vasta gama de hospedeiros, dentre elas a linfadenite caseosa. Este patógeno é capaz de subverter a resposta imunológica do indivíduo infectado, se instala no interior de macrófagos e pode migrar para diferentes tecidos causando infecções sistêmicas. Devido ao avanço nas tecnologias de sequenciamento e bioinformática, é possível monitorar a expressão de genes do hospedeiro, o que pode fornecer percepções acerca dos eventos envolvidos na interação e traçar estratégias para novas terapias contra doenças infecciosas. Desta forma, este trabalho se propôs a avaliar o perfil de expressão gênica de macrófagos humanos derivados da linhagem monocítica THP-1 perante a infecção in vitro por C. pseudotuberculosis PA09. A cepa bacteriana foi obtida a partir de material caseoso, identificada por métodos moleculares e seu genoma foi sequenciado pela plataforma MiSeq. Os monócitos THP-1 foram cultivados e diferenciados por meio de PMA a 100 ng/mL, seguido da infecção em MOI 1:5. O sequenciamento do transcriptoma dos macrófagos ocorreu na plataforma NextSeq e a análise in silico para a identificação dos transcritos contra o genoma de referência GRCh38 envolveu um workflow dos programas Trimmomatic, HISAT2 e StringTie. Posteriormente, o edgeR foi adotado para a determinação da expressão diferencial e a plataforma g:Profiler compilou os dados funcionais destes genes. No total, 1213 genes foram hiper-regulados e 1679 foram hipo regulados, dos quais baseados na análise de enriquecimento, vários deles tem funções relacionadas a mecanismos do sistema imune. Dentre os genes induzidos destacam-se IDO1, CLEC4D, CLEC6A, CXCL13, CCL8, IL-6, IL-7 e IL-12, ao passo que IL-4 e catepsinas mostraram ser negativamente reguladas pelo patógeno.

  • ANDRESSA DE OLIVEIRA ARAGÃO
  • MICROBIOMA DE MOSQUITOS TRANSMISSORES DE FEBRE AMARELA SILVESTRE NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM/PA, BRASIL

  • Data: 12/08/2022
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  • Há décadas pesquisadores tentam contornar epidemias de arbovírus, porém, muitas vezes sem sucesso. Isto porque esses vírus são transmitidos rapidamente e em grande escala por mosquitos vetores, os quais ocupam uma larga faixa de distribuição especialmente nas zonas tropicais. Devido esse problema de saúde pública, muitos estudos com mosquitos têm sido desenvolvidos nos últimos anos, e um novo conceito tem sido aplicado à competência vetorial desses insetos: a maneira como a transmissão de arbovírus ocorre depende dos demais microrganismos associados. Em outras palavras, a transmissão de doenças importantes como a febre amarela também depende das bactérias que esse mosquito carrega; e mais, também depende dos outros tipos de vírus presentes no mosquito. Saber disso muda o modo como enxergamos a competência vetorial e o controle de epidemias. Por isso, os objetivos deste trabalho focaram em conhecer a diversidade de bactérias e vírus associados a mosquitos transmissores de febre amarela silvestre. Para isso, a abordagem de sequenciamento de nova geração juntamente com metagenômica foram utilizadas para analisar Sabethes spp. coletados na região metropolitana de Belém-PA, Brasil. Neste trabalho foi possível encontrar uma grande diversidade microbiana que mostrou-se semelhante para todos os Sabethes estudados, não sendo possível observar uma filossimbiose significativa. Bactérias com potencial para controle biológico como Listeria monocytogenes, Wolbachia e Enterobacter cloacae puderam ser identificadas nas amostras, assim como uma vasta gama de vírus, principalmente vírus inseto-específico, muitos dos quais ainda não possuem dados concretos na literatura disponível. São necessários estudos aprofundados que visem descrever experimentalmente o papel dos microrganismos aqui descritos a fim de promover o desenvolvimento de novas estratégias de controle de arboviroses.

  • ARTHUR RIBEIRO DOS SANTOS
  • ANÁLISE DE REDE DE CO-EXPRESSÃO DIFERENCIAL NO GIRO FUSIFORME DESTACA NOVAS INTERAÇÕES GENE-GENE NA DOENÇA DE ALZHEIMER

  • Data: 03/08/2022
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  • A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa complexa, progressiva e irreversível que leva à perda de memória, demência grave e à gradual incapacidade em adultos, predominantemente em idosos. Atualmente, a caracterização molecular da DA baseia-se na presença de placas β-amilóides e depósitos  eurofbrilares de tau no neocórtex. Poucos estudos apontam que, a região do giro fusiforme, uma estrutura que se encontra na superfície basal dos lobos temporal e occipital, responsável por memória e reconhecimento de objetos, tem apresentado alterações moleculares e um sintoma comum observado em pacientes é a incapacidade de reconhecer os membros da família. Alterações distintas na conectividade funcional do giro fusiforme foram relatadas em pacientes com comprometimento cognitivo leve, apresentando maior risco de conversão para DA. Assim, genes ligados a DA no giro fusiforme podem ser críticos no início e progressão da DA e podem ser alvos promissores para diagnóstico e terapia precoces. Para melhorar nossa compreensão das interações moleculares na DA, dados públicos de RNA-seq de DA (n = 219) e amostras saudáveis (n = 80) foram extraídos da série GSE125583 do GEO e submetidos as análises de rede de co-expressão e de co- expressão diferencial. Estas análises buscaram identifcar e defnir o papel das interações gene-gene no giro fusiforme de pacientes com DA, bem como o poder preditivo em relação ao diagnóstico. Para verifcar a  pressão específca de genes no giro fusiforme e outras regiões do cérebro, examinamos dados de RNA-seq de amostras com e sem demência catalogadas no GTEx (13 regiões do cérebro) e no Aging, Dementia, and TBI study (quatro regiões cerebrais). Nossos resultados destacaram três vias enriquecidas (Cascatas de receptores Toll-like, Interações L1CAM e eventos de sinalização G alfa (q)) e um total de oito genes hub, cinco encontrados na  Análise de co-expressão (DLGAP1, FNDC3A, MED23, NRIP1 PKN2) e três em análise de co-expressão diferencial (GABRD, TSPYL1 e VSNL1). Por fm, destacamos genes com desempenho moderado na previsão de demência em diferentes tecidos cerebrais. Nossas descobertas levantam novas vias biológicas e genes na  patologia molecular do desenvolvimento da DA, expandindo aspectos signifcativos do conhecimento das redes
    reguladoras de genes no giro fusiforme


  • LUAN DANIEL SILVA FERREIRA
  • DIVERSIDADE ESTRUTURAL E FUNCIONAL DE PROTEÍNAS CAROTENOIDES LARANJA DE CIANOBACTÉRIAS ISOLADAS DE AMBIENTES AMAZÔNICOS

  • Data: 19/07/2022
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  • A Proteína Carotenoide Laranja tem a função de permitir que as células se evadam de possíveis danos causados pela luz, por meio do mecanismo de fotoproteção. O objetivo do trabalho foi analisar in sílico a diversidade e caracterizar as propriedades estruturais e funcionais da Proteína Carotenoide Laranja (OCP) isoladas de Cianobactérias Amazônicas a fim de validá-las para uso em biotecnologia. As sequências de OCP foram obtidas do banco de dados NCBI e utilizadas como referência na busca por OCP nos genomas analisados das linhagens utilizadas no estudo. Para a análise filogenética foi utilizado o programa MEGA X. A análise estrutural foi feita através da modelagem comparativa das OCPs no programa MODELLER, utilizando como molde a proteína de Tolypothrix sp. PCC 7601 e os modelos gerados foram validados conforme parâmetros de Ramachandran, QMEAN, RMSD e Verify3D. Todos os modelos de homologia gerados aqui foram submetidos a simulações de Dinâmica Molecular (DM), com refinamento de 100 ns. Observou-se, que a filogenia corroborou as relações filogenéticas de cada um organismo do estudo, e evidenciou a funcionalidade das OCPs analisadas. Através do molde selecionado para construir os modelos, foi possível validá-los. Dessa forma, ao analisar a interação da proteína com o carotenoide hECN dos modelos de OCPs estudadas neste trabalho, mostrou que todos os complexos permaneceram estáveis durante a simulação. Por fim, foi possível observar que existe conservação estrutural de um grupo de resíduos, tais como Trp110, Arg155 e Leu107. Com isso, a busca por novas formas de OCPs obtidas de outras cianobactérias podem revelar novas aplicações para esta proteína.

  • NATASHA COSTA DA ROCHA GALUCIO
  • CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, CITOTÓXICA E DA AÇÃO NA EXPRESSÃO DE GENES EM LINHAGENS DE TECIDOS TRATADOS DE Luffa operculata COGN

  • Data: 09/06/2022
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  • O presente estudo realizou a avaliação da Luffa operculata, uma planta medicinal, para a busca de novas substâncias terapêuticas no tratamento do câncer gástrico. Essa planta pertence à família Cucurbitaceae, que é rica em cucurbitacinas, triterpenos estudados para ação anticâncer. Ela é popularmente conhecida como “cabacinha” ou “buchinha do Norte” e na literatura relata que é utilizada para o tratamento da sinusite, congestão nasal, além de ser utilizada como abortivo, devido sua ação citotóxica. A avaliação da fitoquímica do extrato do fruto de Luffa operculata confirmou a presença de cucurbitacina B (CB) como componente majoritário. O ensaio com MTT nas linhagens de câncer gástrico AGP01, ACP02 e ACP03, confirmou a alta citotoxicidade de CB e do extrato dessa planta, com destaque para a maior seletividade do extrato na linhagem de câncer gástrico ACP03. O ensaio de necrose e apoptose mostraram que o Extrato Etanólico do Fruto (EEF) e CB provocaram alto índice de morte, principalmente por apoptose. A avaliação do ciclo celular por citometria verificou que EEF e CB induziram o aumento do percentual de células na fase G2/M, principalmente na AGP01. O ensaio de migração celular também verificou que EEF e CB inibiram essa atividade, com destaque para ACP03. Também se avaliou a expressão gênica de MYC, BCL2, CCND1 e EPCAM nos modelos celulares AGP01, ACP03 e MRC-5 expostos aos produtos de L. operculata e se verificou que tanto EEF quanto CB impactaram na diminuição da expressão de MYC na ACP03, esse achado corroborou com os resultados fenotípicos deste estudo, visto que a baixa expressão desse gene está relacionada tanto à redução da progressão celular quanto à baixa sobrevivência das células neoplásicas. Acredita-se que CB, componente majoritário de EEF, atua como inibidor de STAT3, e que essa inibição pode estar associada tanto a diminuição da expressão de MYC, assim também como à capacidade de CB inibir proteínas da família Janus quinase, o que inclusive foi verificado no estudo docking molecular já que CB foi capaz de interagir favoravelmente com JAK1 e JAK2. Essa interação poderia impedir que JAK se autofosforilar, logo, não atuaria na via JAK/STAT, que atua na ativação de STAT3. Outro resultado interessante foi do ensaio de micronúcleos, onde a exposição a EEF e CB que não resultou em indução da genotoxicidade significante. Portanto, a alta indução da morte de células do câncer gástrico, a influência na baixa expressão de MYC, e o baixo risco genotóxico, são evidências muito favoráveis de que o extrato e a cucurbitacina de Luffa operculata são promissoras para novos estudos que possam confirmar a utilização deles na terapia no câncer, inclusive com a possibilidade da formulação de um fitoterápico.

  • LEONARDO MIRANDA DE BRITO
  • DETECÇÃO DE Helicobacter pylori EM IMAGENS DE BIÓPSIA DE TECIDO GÁSTRICO

  • Data: 20/04/2022
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  • A Helicobacter pylori (HP) é uma bactéria capaz de induzir sérias inflamações na mucosa gástrica, levando ao desenvolvimento de patologias como gastrite crônica, úlcera péptica e câncer gástrico. Estima-se que a prevalência é de 50\% na população mundial e de 70\% na população brasileira. A HP é a maior causadora de câncer gástrico no mundo, logo, o controle da infecção é de fundamental importância para a prevenção de doenças do trato gástrico. O principal método de diagnóstico é o exame histopatológico, um método que consiste em um patologista analisar uma lâmina contendo tecido de biopsia gástrica em busca da presença de HP. A vantagem desse método é a possibilidade de também analisar estruturas morfológicas do tecido, entretanto é um método invasivo, depende da experiência do patologista e dispende de muito tempo para finalização do diagnóstico. Os algoritmos de aprendizado profundo têm sido potencialmente aplicados para análise de imagens histológicas e demonstrado resultados promissores para patologias do trato gástrico. Espera-se que esses modelos auxiliem o patologista no diagnóstico da infecção por HP, sem dispêndios de tempo e redução da subjetividade nas análises. Entretanto o emprego desses métodos para detecção de HP é escasso. Dessa forma, o presente estudo apresenta: a) uma revisão sistemática para averiguar como os métodos de deep learning podem auxiliar no diagnóstico e detecção de infecção por HP durante o exame histopatológico; b) de forma piloto a construção de uma coleção de imagens histológicas rotuladas para treinamento e teste de modelos de detecção de H. Pylori; c) experimentos iniciais da aplicação de métodos de detecção baseados na estratégia You Only Look Once

  • RONALD MATHEUS DA SILVA MOURAO
  • REDE DE COEXPRESSÃO GÊNICA EM PACIENTES COM ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

  • Data: 20/04/2022
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  • Apesar do decréscimo nas taxas de incidência, o Câncer Gástrico (CG) ainda possui alta taxa de mortalidade e pior prognóstico. À vista de modificar esse cenário, existe uma busca de marcadores moleculares. Recentemente, as redes de coexpressão têm emergido como potencial ferramenta para mineração de novos biomarcadores. No presente trabalho foram analisadas as expressões gênicas de 45 tecidos de CG por Sequenciamento de Nova Geração. Agrupamentos (módulos) de coexpressão de genes foram construídos com o software WGCNA e indexados a uma cor única. Posteriormente, foi realizada a análise de Ontologia Genética (GO) para identificar o perfil funcional dos módulos. Por seguinte, o perfil geral de expressão dos genes nos módulos foi correlacionado com características clínicas. Após análises de Expressão Diferencial (ED), genes não diferencialmente expressos foram retirados dos seus respectivos módulos. Os 15 genes centrais (hubs) de cada módulo foram identificados e sua implicação na sobrevivência dos pacientes analisada. No total, 8 módulos de coexpressão foram encontrados, sendo 4 estatisticamente significantes: Turquoise (24,5% de 11.032 genes analisados na rede), Blue (16,7%), Green (5,7%) e Red (4,9). Correlações significantes foram encontradas entre o módulo Turquoise com o subtipo intestinal; o Blue com o subtipo difuso; Red com o subtipo difuso e TNM; e Green com o status positivo para infecção com vírus Epstein-Barr (EBV). Os genes hubs com implicações positivas ou negativas significativas no CG foram: Turquoise (TWF1, GLO1, PSMA2, PPIA, SNRPG, USMG5, SF3B6, RPL39, C8orf59, RPL30 e PSMD14), Blue (PARP15, ABCC10, C4orf32, SHISA9, GRAMD4P3, ZBTB8B, ZNF554 e PCDHA4), Red (NEGR1 e WNT2B) e Green (ADAMDEC1 e DPYD). As correlações e níveis de expressão dos genes hubs identificados com o subtipo difuso, intestinal ou status positivos para EBV, juntamente com suas implicações na sobrevivência de pacientes com CG, podem ser possíveis marcadores prognósticos. Entretanto, validações funcionais futuras devem ser realizadas.

  • MABEL PATRICIA ORTIZ VERA
  • INFLUÊNCIA DAS DIFERENTES FITOFISIONOMIAS DA CANGA FERRUGINOSA SOBRE A DIVERSIDADE E FUNCIONALIDADE DA MICROBIOTA ASSOCIADA AOS SOLOS DA SERRA DOS CARAJÁS-PA

  • Data: 18/04/2022
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  • O complexo montanhoso da Serra dos Carajás encontra-se em áreas isoladas inseridas na matriz florestal da floresta amazônica, considerada uma das maiores províncias minerais do mundo. Estas áreas se caracterizam pelo alto conteúdo de metais, especialmente ferro, originando um solo superficial conhecido como Canga e caracterizado pela sua acidez, deficiênça em nutrientes e pouca drenagem. As Cangas ferruginosas abrigam espécies de plantas endêmicas, que exibem uma série de modificações fisiológicas para sobrevivirem em esses ambientes, e ocorrem em quatro fitofisionomias (woodland, vellozia, grassland e scrubland). O objetivo principal do presente trabalho foi descrever a composição e funcionalidade da comunidade microbiana associada aos solos das Cangas ferruginosas, visando compreender os processos de ciclagem de nutrientes presentes nestes ecossistêmas. O DNA dos microrganismos presentes em 48 amostras de solo coletadas ao longo da Floresta Nacional de Carajás foi extraído e sequenciado na plataforma NextSeq 500 Illumina, e os resultados analisados em um pipeline instalado localmente, o qual para ser avaliado, foi realizada uma comparação entre comunidades microbianas de uma cronossequência de reabilitação de terras de mineradas e vegetação nativa no sudoeste do Brasil, identificando arqueias, bactérias, vírus e a classificação funcional. Posteriormente, o pipeline desenvolvido foi utilizado para caracterizar a comunidade microbiana em geral, bactérias fixadoras de nitrogênio, arqueias e fungos micorrízicos, para análise do ciclo do nitrogênio. Os resultados mostraram que existem diferenças significativas na composição microbiana geral, aquela envolvida no ciclo do nitrogênio, e as proteínas encontradas nas diferentes fitofisionomias. Ao realizar uma análise de RDA, foi encontrado que o ferro influenciou significativamente a estrutura da comunidade geral, e o ferro e sódio influenciaram significativamente a estrutura da comunidade envolvida no ciclo do nitrogênio. A cobertura vegetal ao longo da canga e a comunidade microbiana e de fungos micorrízicos mostraram-se significativamente 6 correlacionadas. Finalmente foram encontrados gêneros microbianos e proteínas indicadoras em cada fitofisionomia, em quantoa comunidade core (aqueles gêneros presentes em mais de 80% das amostras) foi de 80.28%. O estudo mostra a forte relação entre as comunidades microbianas e a composição vegetal das Cangas ferruginosas, salientando a importância do estudo da ciclágem de nutrientes em estes solos para entender o funcionamento destes ecossistemas.

  • BEATRIZ PINHEIRO DAS NEVES
  • CARACTERIZAÇÃO DE ALTERAÇÕES GENÔMICAS QUANTITATIVAS EM PACIENTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

  • Data: 05/04/2022
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  • A deficiência intelectual é caracterizada por limitações significativas na cogniçãoe comportamento adaptativo, que afeta de 1 a 3% da população mundial. Na ausência de exposição a fatores ambientais que possam explicar a deficiência, as diretrizes atuais recomendam, dentre outros, o exame cariotípico. Devido a limitações técnicas, a taxa de diagnóstico obtida por meio do bandeamento cromossômico para distúrbios do desenvolvimento intelectual e malformações está em torno de3%. Devido a isso, a hibridização genômica comparativa em microarranjos (aCGH) se firmou como uma técnica de escolha, por possibilitar verificar o genoma por inteiro, para investigar microdeleções ou microduplicações não detectáveis por cariótipo e, mais recentemente, até para variações de nucleotídeos (SNPs). Esta metodologia tem apresentado uma taxa diagnóstica de até 20% para casos de atraso no desenvolvimento, deficiência intelectual, malformações congênitas múltiplas e autismo de causa desconhecida, além de revelar novos genes que possam estar relacionados a esses distúrbios. No Pará, ainda não há nenhum estudo epidemiológico da participação de microrrearranjos nos casos de atraso no desenvolvimento cognitivo. Dessa forma, objetivamos avaliar o impacto das variações no número de cópias (CNVs) em casos de atraso de desenvolvimento psicomotor a partir de dados de aCGH de pacientes atendidos em dois hospitais públicos. No total, foram identificadas 1080 CNVs em 96 pacientes (média de 11,25), distribuídas em 533 regiões cromossômicas. Dessas CNVs, apenas 1,66% foram classificadas como patogênicas, e 1,85% como provavelmente patogênicas, de acordo com dados disponíveis em bancos de dados. Porém, um dado relevante foi a alta proporção de alterações de significado incerto (64,16%). Considerando que os bancos de dados disponíveis para consulta incluem principalmente pacientes da América do Norte e Europa, esse resultado pode ser devido a peculiaridades importantes das características citogenômicas de nossa população. Assim, a realização de análises mais profundas em relação ao conteúdo dessas regiões é necessária e imprescindível para se entender suas prováveis relações com as características clínicas dos pacientes.

  • FERNANDA DE NAZARE PEREIRA GOMES
  • MITOGENÔMICA DA SUBFAMÍLIA CALLITRICINAE SENSU SCHNEIDER, 2000.

  • Data: 31/03/2022
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  • Os primatas Neotropicais são endêmicos das Américas do Sul e Central. Dentre eles, a subfamília Callitrichinae possui a maior diversidade de espécies, reunindo os primatas de pequeno porte que ocorrem na Amazônia e na Mata Atlântica, os quais são distribuídos em sete gêneros: Saguinus, Leontocebus, Leontopithecus, Callimico, Callithrix, Mico e Cebuella. A subfamília Callitrichinae é sem dúvida uma das mais complexas quanto a taxonomia e aos relacionamentos inter e intra-genéricos. As principais questões em aberto e que norteiam o desenvolvimento desta tese referem-se i) às discussões a respeito das relações filogenéticas entre as espécies do gênero Callithrix, ii) quanto ao posicionamento do emblemático M. humilis, iii) à relação de parentesco entre Saguinus e Leontopithecus e iv) a relação do grupo irmão desta subfamília. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo inferir as relações de parentesco dentro de um quadro biogeográfico condizente com a distribuição dos primatas Neotropicais e, desta forma, avançar o conhecimento acerca da história evolutiva da subfamília Callitrichinae com base em sequencias do genoma mitocondrial. Os resultados produzidos sobre a mitogenômica comparativa evidenciaram que o genoma mitocondrial dos primatas Neotropicais corresponde a uma molécula de dupla fita circular, composta por 38 genes, dos quais 13 genes são codificadores de proteínas, 22 de tRNA, 2 de rRNA e duas regiões não codificadoras. Com exceção do gene ND6 e de oito genes de tRNA, todos os outros genes são codificados na cadeia pesada. Os resultados do presente estudo evidenciaram a presença de uma sequência não codificadora com cerca de 32 pb entre os genes de tRNA Asparagina e Cisteína. Os genes codificadores de proteínas apresentaram quatro diferentes códons de iniciação: ATG, ATA e ATT e GTG. Foram observados quatro stop códons completos: TAG, TGA, TAA e AGG, este último exclusivo do gene COI. O uso de aminoácidos mostra que a Isoleucina, Leucina, Prolina, Serina e Treonina foram dominantes em relação aos demais aminoácidos. Estes aminoácidos são, em sua maioria, compostos por A ou T na segunda e terceira posição do códon, contribuindo para o viés A+T em todo o mitogenoma. Não observamos rearranjos de genes em todo o genoma mitocondrial, e nas famílias Cebidae, Atelidae e Pitheciidae, a região controle é a principal fonte de variação no tamanho dos mitogenomas. As análises de Máxima Verossimilhança e de Inferência Bayesiana foram congruentes e recuperaram o monofiletismo do gênero Mico, incluindo o mico-anão M. humilis. A estimativa de tempo de divergência mostrou que o surgimento de M. humilis e de C. aurita ocorreu praticamente num mesmo momento e reforça a proposta de que “humilis” pertence a Mico e não ao gênero Callibella. As topologias refutaram Saguinus e Leontopithecus como grupo-irmãos. No presente estudo, Aotus foi recuperado como grupo-irmão dos Cebídeos, estando estes mais proximamente relacionados com a subfamília Callitrichinae. A reconstrução do cenário biogeográfico revelou que o ancestral dos calitriquídeos possuía ampla distribuição nas regiões florestais de Imeri, Napo e Negro há 19.3 Ma. O padrão de diversificação dos gêneros Leontopithecus e Callithrix corroborou a hipótese de conexão entre a Amazônia e a Mata Atlântica. Ocorreram várias colonizações na Mata Atlântica, primeiro por Leontopithecus há cerca de 18 Ma e mais tarde por Callithrix por volta de 5.1 Ma. Na bacia Amazônica, a diversificação dos gêneros Leontocebus e Saguinus ocorreu aproximadamente há 13.1 Ma, e posteriormente, Cebuella e Mico diversificaram há 8.1 Ma. As mudanças no sistema de drenagem fluvial da Amazônia, formações geológicas e as mudanças climáticas do Plio-Pleistoceno foram os principais impulsionadores da origem e diversificação das espécies atuais de Calitriquíneos. Este estudo, traz pela primeira vez, dados de todos os gêneros de Calitriquíneos refletindo as reais relações de parentesco e discutindo os principais eventos que norteiam a história biogeográfica deste importante grupo de primatas do Novo Mundo.

  • FRANCIANNE SILVA ROCHA
  • ANÁLISE DO AUMENTO DA SINALIZAÇÃO DO EGFR E IGF-1R E SUA CORRELAÇÃO COM CARACTERÍSTICAS SOCIOEPIDEMIOLÓGICOS E PERFIL BIOLÓGICO NO CÂNCER DE MAMA

  • Data: 09/03/2022
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  • Mesmo com intenso progresso da biologia molecular o câncer ainda constitui um desafio na avaliação prognóstica e no tratamento. O câncer de mama apresenta grande diversidade biológica e heterogeneidade, o que estimula contínuos estudos sobre seu perfil biológico e molecular. Os fatores de crescimento são elementos importantes da função celular e participantes ativos da sinalização celular. Os receptores do fator de crescimento epidérmico tipo 1  e do fator de crescimento insulina like são componentes determinantes na avaliação do câncer de mama, a sinalização celular alterada, decorrente da super expressão destes fatores de crescimento, tem papel relevante na origem e progressão da neoplasia maligna, mantendo estímulo constante a proliferação e o bloqueio à apoptose. Neste estudo vamos avaliar como a super expressão dos receptores EGFR RNAmsg e EGFR proteína e do IGF-1R RNAmsg e IGF-1R proteína podem influenciar tipos biológicos específicos na evolução do câncer de mama e relacionar sua expressão com fatores epidemiológicos. Nos resultados observamos que a proteína do EGFR é mais expressa entre 18-40 anos, enquanto que no IGF-1R a superexpressão é mais vista entre 41-60 anos; o mRNA e proteína do EGFR foi mais expresso em nulíparas, nas tabagistas, nas que possuem como antecedentes familiares parentes com câncer de mama, em pacientes com índice de massa corpórea (IMC) > que 25, o perfil biológico que mais expressou o EGF-1R foi o HER. Enquanto que o mRNA e proteína do IGF-1R foi mais expresso nas que gestaram; nas tabagistas e etilistas, em pacientes com antecedentes familiares de outros canceres que não o de mama e mais associado ao perfil biológico Luminal B. Ambas as proteínas estão super expressas em pacientes com acometimento linfonodal presente (de 1-3 linfonodos comprometidos) e em pacientes que evoluíram com desfecho desfavorável como recidivas, metástases e óbitos.  Mais estudos são necessários para o aprofundamento do tema e introdução de novas possibilidades terapêuticas no câncer de mama.

  • JESSICA MANOELLI COSTA DA SILVA
  • ANÁLISE DA INTERAÇÃO ENTRE O MICROBIOMA PULMONAR E A EXPRESSÃO DE microRNAs NO CÂNCE DE PULMÃO

  • Data: 25/02/2022
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  • O câncer gástrico (CG) persiste como um dos tumores mais incidentes e letais no mundo. A complexidade do CG, incluindo a heterogeneidade tumoral dificulta o diagnóstico, prognóstico e o emprego de terapias de forma universal. Assim, à vista desse cenário, observa-se um número crescente de pesquisas em busca de biomarcadores de precisão. Nesse contexto, destacam-se os RNAs longos não codificantes (lncRNAs), uma classe de moléculas regulatórias que desempenham papéis cruciais na carcinogênese, progressão e mecanismos de resistência à terapia de diferentes neoplasias, incluindo o CG. Portanto, objetivando contribuir cientificamente com a compreensão do papel dos lncRNAs no CG, propusemos avaliar, por meio de sequenciamento de RNA, os perfis de expressão de lncRNAs em amostras de tecido tumorais e não tumorais (adjacente ao tumor), de pacientes 24 submetidos ao tratamento neoadjuvante FLOT (grupo tratado) e 20 pacientes que não receberam tratamento neoadjuvante (grupo não tratado). As análises de expressão diferencial foram realizadas com o pacote DESeq2 disponível em R, considerando lncRNAs diferencialmente expressos (DE) cuja diferença de expressão apresentou: |Log2(Fold-Change)| > 2; e valor de p ajustado < 0,05. Análises in silico foram adotadas para identificar interações de lncRNAs DE com fatores de transcrição (TFs) e proteínas de ligação a RNA (RPBs). A análise de vias KEGG (Kyoto Encyclopedia of Genes and Genomes, KEGG) foi realizada para elucidar os papéis biológicos das proteínas alvos. A análise de expressão diferencial revelou uma assinatura de expressão de lncRNAs específica do tumor, sendo mais evidente em amostras de pacientes do grupo não tratado. Nos pacientes tratados, os resultados indicaram que a neoadjuvância levou a alterações nos padrões de expressão, tornando o tecido tumoral semelhante ao não tumoral. Ademais, a fim de avaliar, se esse efeito observado estava restrito ao subtipo histológico, os grupos foram estratificados com base na classificação de Lauren. O subtipo intestinal apresentou os resultados mais expressivos, no qual foram identificados 961 lncRNAs DE em amostras tumorais do grupo não tratado, dentre eles 148 lncRNAs discriminaram com alta precisão (AUC>0,9) amostras tumorais e não tumorais. Apenas 29 lncRNAs DE foram detectados no grupo tratado. Análises subsequentes identificaram UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR que os tecidos não tumorais (tratados vs não tratados) apresentam perfis de expressão similares, independente da realização do tratamento. Por outro lado, entre amostras tumorais foram encontrados 54 lncRNAs DE, sendo 16 deles com uma AUC maior que 0,8, indicando que o efeito da neoadjuvância é predominante no tumor. Alterações na expressão de lncRNAs em tumores tratados como a hiperexpressão de LA16c-390E6.5 e LINC00273 e hipoexpressão de RP11- 598F7.6 e KB-7G2.8 foram associadas a melhores taxas de OS (p < 0,05). Os lncRNAs detectados interagem com TFs e RBPs essenciais, enriquecidos em vias relacionadas ao desenvolvimento e progressão do câncer, incluindo desregulação transcricional, ciclo celular e senescência celular. Não obstante sejam necessárias validações adicionais, nosso estudo destaca a relevância funcional dos lncRNAs na biologia tumoral e, principalmente, esclarece os efeitos moleculares do tratamento neoadjuvante FLOT, que pode nortear futuras pesquisas para o estabelecimento de potenciais biomarcadores.

2021
Descrição
  • CARLOS AUGUSTO DE LIMA CARVALHO
  • CITOGENÉTICA DO GAVIÃO-PEGA-MACACO (Spizaetus tyrannus) (AVES, ACCIPITRIFORMES): MAPEAMENTO GENÔMICO COMPARATIVO E PRODUÇÃO DE SONDAS CROMOSSOMO-ESPECÍFICAS

  • Data: 17/12/2021
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  • Embora a maioria das aves apresente cariótipos com número diplóide em torno de 2n=80, com poucos macrocromossomos e muitos pares de microcromossomos, alguns grupos, como os Accipitriformes, são caracterizados por uma grande reorganização cariotípica, que resultou em cariótipos com números diplóides baixos e um menor quantidade de pares de microcromossomos quando comparados a outras aves. Dentre os Accipitriformes, a família Accipitridae é a mais diversa e inclui, entre outras subfamílias, a subfamília Aquilinae, composta por espécies de médio a grande porte. O gavião pega macaco (Spizaetus tyrannus-STY), encontrado na América do Sul, é membro desta subfamília. Os dados cromossômicos disponíveis para esta espécie incluem apenas a coloração convencional. Assim, a fim de fornecer informações adicionais sobre o processo de evolução do cariótipo dentro deste grupo, realizamos pinturas cromossômicas comparativas entre S. tyrannus e Gallus gallus (GGA). Além disso, a fim de fornecer novas ferramentas para citogenômica comparativa em aves, obtivemos tintas cromossômicas inteiras dessa espécie. Os cromossomos de STY originaram 18 picos no cariótipo de fluxo, nos quais os cromossomos 2, 15, 16 e 31 pares formaram um pico separado cada. No entanto, devido ao seu tamanho semelhante, alguns picos incluíram dois a quatro pares. Em relação à pintura cromossômica comparativa, nossos resultados revelaram que pelo menos 29 eventos de fissão-fusão ocorreram no cariótipo STY, com base na homologia com GGA. As fissões ocorreram principalmente em grupos sintênicos homólogos a GGA1-GGA5. Por outro lado, a UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR maioria dos microcromossomos foram encontrados fundidos a outros elementos cromossômicos em STY, indicando que esses rearranjos desempenharam um papel importante na redução do 2n para 68. Considerando essa reorganização cariotípica observada, as sondas cromossomo-específicas terão grande utilidade na análise cromossômica comparativa em Aves. Em relação à comparação dos resultados de STY com o padrão de hibridização da águia-da-montanha (Nisaetus nipalensis orientalis), não foi observada nenhuma sinapomorfia que pudesse representar uma assinatura cromossômica para esta subfamília. Portanto, as conclusões sobre a evolução do cariótipo em Aquilinae requerem estudos adicionais de pintura.

  • SISSY MARIA DOS ANJOS MENDES
  • MirNAS NO MECANISMO DAS FISSURAS ORAIS NÃO-SINDRÔMICAS

  • Data: 16/12/2021
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  • A literatura recente aponta os microRNAs (miRNAs) como um dos principais reguladores da expressão gênica, que atuam em várias fases de processos essenciais para o desenvolvimento embrionário, inclusive do correto fechamento da cavidade oral. No palato, o aumento da expressão de miRNAs nas células mesenquimais do palato resulta no aumento da proliferação, por inibir a via de sinalização do TGF-b e modular a síntese do colágeno. Contudo, apesar do papel de alguns miRNAs no fechamento correto da linha média e por conseguinte da cavidade oral já terem sido estabelecidos em estudos in vivo e in vitro, com camundongos e culturas celulares, respectivamente, muito pouco se conhece sobre esses mecanismos em humanos. No presente trabalho, realizou-se a coleta do sangue periférico de crianças com idade entre 4 à 160 meses atendida no Hospital Santa Casa de Misericórdia do Pará (Belém, PA, Brasil) para seguir nas investigações por meio de técnicas de biologia molecular (extração de RNA, sequenciamento) e de bioinformática, dos miRNAs circulantes expressos no processo da Fissuras Lábio Palatais não sindrômicas. Foram observados 178 miRNAs expressos no grupo de crianças que apresentavam Fissuras Lábio Palatais em comparação com o grupo controle. Destes, 16 miRNAs foram diferencialmente expressos. Nove miRNAs evidenciaram uma clara distinção de expressão entre os grupos controle e acometidos com fissura lábio palatina (hsa-miR-181b-5p, hsa-miR-181a-3p, hsa-miR181a-2-3p, hsa-miR-660-5p, hsa-miR-126b-3p, hsa-miR-324-3p, hsa-miR-381-3p, hsa-miR-598-3p e hsa-miR-769-5p), dentre estes, sugere-se que os hsa-miR-769-5p, hsa-miR-181a-2-3p, hsa-miR-323-3p e hsa-miR-181b-5p possam apresentaram papeis cruciais no modulamento destas vias, por regular mais de um gene, Ferramentas de bioinformática foram empregadas para explorar as funções potenciais dos miRNAs e de suas redes regulatórias e genes alvos. Os resultados mostraram quatro miRNAs diferencialmente expressos (hsa-miR-769-5p, hsa-miR-181a-2-3p, hsa-miR-323-3p e hsa-miR-181b-5p) que se apresentaram presentes na regulação das vias HI e apoptose, que são envolvidas diretamente no processo de palatogênese e adesão celular das prateleiras palatinas. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo de miRnoma em uma população miscigenada do Norte do Brasil, que analisou o conjunto total de miRNAs em pacientes de fissura lábio palatina, fornecendo uma nova perspectiva sobre a etiologia de Fissuras Orais Não Sindrômicas (FONS) e lançando as bases para pesquisas futuras sobre os mecanismos regulatórios de ncRNAs em FONS.

  • ELIANE BARBOSA EVANOVICH DOS SANTOS
  • GENÔMICA COMPARATIVA DE DUAS BACTÉRIAS DA MICROBIOTA INSTESTINAL BACTERÓIDES FRAFILIS E LACTIPLANTIBACILLUS PLANTARUM

  • Data: 06/12/2021
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  • Cerca de 80% das bactérias da microbiota intestinal humana de adultos saudáveis pertencem aos filos Bacteroidetes e Firmicutes. Vários estudos revelaram que a relação Firmicultes/Bacteroidetes é essencial à homeostase intestinal. Devido a grande relevância dessas bactérias, analisamos os genomas de dois representantes delas, Bacteroides fragilis (Bacteroidetes) e Lactiplantibacillus plantarum (Firmicutes) com o objetivo de fornecer mais informações sobre sua evolução genômica. Utilizamos diferentes tipos de ferramentas de genômica comparativa que mostraram que os elementos genéticos móveis, como CtnDOT, CTn341 e ISBf1, parecem ter grande importância na disseminação dos genes de resistência a antibióticos nos genomas de B. fragilis. Também encontramos evidências de transferência horizontal de genes entre uma região de B.fragilis DCMOUH0085B e Butyricimonas faecalis H184. Essas regiões genômicas são ICE putativas com T4SS e carregam os genes de resistência a antibióticos, aadE e ermB. A seleção positiva foi detectada em 398 genes de B. fragilis, incluindo cepA e tetQ. Além disso, o gene bft que codifica a endotoxina fragilisina, pode ser disseminado entre B. fragilis através do transposon Ctn86. No entanto, sua função parece ter sido perdida em muitas linhagens. 76,9% das amostras de B. fragilis possuem o sistema CRISPR-Cas, em contraste, apenas 18% das L. plantarum analisadas possuem este sistema. A domesticação de elementos genéticos móveis, incluindo bacteriófagos, foi descrita em outros Lactiplantibacillus, e esse processo pode incluir L plantarum. Os resultados também indicaram que as linhagens de L. plantarum podem produzir folato e riboflavina, que auxiliam no enriquecimento nutricional; além das bacteriocinas lactobina, pediocina e PLNC8αβ, que somadas às plantaricinas e nisina, auxiliam na preservação de alimentos e podem garantir utilizações UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR específicas na fermentação de alimentos ou na indústria farmacêutica. Os genomas de L. plantarum não possuem genes de resistência a antibióticos ou determinantes de virulência, sendo uma bactéria segura para uso comercial.

  • PRISCILA YUKI DE LIMA TAKEDA
  • GENOTIPAGEM DA APOLIPOPROTEINA E COMO MODULADOR DO RISCO CARDIOVASCULAR EMPOPULAÇÕES RIBEIRINHAS DA AMAZÔNIA EXPOSTAS AO MERCÚRIO

  • Data: 02/12/2021
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  • A exposição ao mercúrio traz graves consequências deletérias ao sistema nervoso, sendo este o seu principal órgão alvo. Porém, a exposição crônica ao metal acrescenta outros problemas de saúde como doenças cardiovasculares (DCV) e dislipidemias. Diversas comunidades ribeirinhas amazônicas estão cronicamente expostas ao mercúrio, entretanto existem poucos estudos relacionando a exposição ao metal com DCV. Fatores genéticos podem aindamodular o risco associado às DCV.Buscou-seanalisar a possível modulação dos genótipos da apolipoproteína E no perfil lipídico, obesidade e no risco cardiovascular de populações ribeirinhas do Lago de Tucuruí expostas à contaminação mercurial.Os participantes forneceram dados antropométricos (altura, peso, idade e sexo), além de sangue para determinar o perfil lipídico (colesterol total e não-HDL, HDL, LDL e triglicerídeos) e a genotipagem da APOE (por qPCR, método TaqMan com os SNPsrs429358 e rs7412). O ratioLDL:HDL foi calculado para avaliar o risco de DCV. A quantificação das espécies de mercúrio foi realizada em amostras de cabelo por ICP-MS (mercúrio total) e GC-Pyro-AFS (metilmercúrio). Os valores de medianas dos parâmetros estudados apresentaram um perfil de sobrepeso, dislipidemias e elevado risco cardiovascular. Aproximadamente, 63% dos participantes foram classificados de alto risco conforme o índice LDL:HDL. Foram encontradas distribuições genotípicas e alélicas da APOE semelhantes às previamente mostradas para essas populações. Ao classificar os indivíduos pelo efeito do alelo, foram encontradas evidências de um possível papel protetor do alelo ɛ2 da APOE frente ao risco cardiovascular associado às dislipidemias. A baixa frequência deste alelo na população amazônica poderia estar associada a piores consequências cardiovasculares.Esses resultados reforçam a necessidade urgente de políticas públicas para prevenir e evitar o desenvolvimento de DCV e morte precoce nas populações ribeirinhas da Amazônia, especialmente no atual contexto pós-pandêmico onde enfrentamos elevada prevalência de sequelas cardiovasculares.

  • SÉRGIO AUGUSTO ANTUNES RAMOS
  • ESTUDO DO RESISTOMA EM UMA SUB-BACIA SANITÁRIA DE BELÉM, PARÁ, BRASIL

  • Data: 30/11/2021
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  • As doenças bacterianas assolavam grande parte das populações humanas devido à expansão populacional e falta de higiene adequada nas grandes cidades. O avanço da medicina e a busca por terapias contra microorganismos patogênicos resultou na descoberta dos antibióticos. Com a massiva prescrição indiscriminada desses fármacos e a automedicação, isso contribuiu para o surgimento de bactérias resistentes à antibióticos. Com a propagação destas, especialmente em esgotos urbanos, estudos metagenômicos viabilizam a identificação de genes de resistência em comunidades microbianas. Logo, este trabalho tem como objetivo caracterizar os genes de resistência aos antibióticos em um sistema de esgoto que recebe efluentes de fontes diversas. Após a obtenção das amostras, uma parte foi destinada a análise de parâmetros físico-químicos e microbiológicos e a outra, para sequenciamento metagenômico. O DNA das amostras foi extraído por kit comercial e sequenciado por metodologia nova geração. Os dados de sequenciamento tiveram a qualidade avaliada e suas extremidades de baixa qualidade removidas. As análises de diversidade seguiram com a identificação das Unidades Taxonômicas Operacionais em software Kraken2, em que a abundância foi normalizada no programa Past4 e sua representação gráfica, feita no RStudio com gráficos de rarefação e diversidade Shannon. O resistoma foi predito em webserver CARD-RGI, usando parâmetros recomendados para dados metagenômicos. Os parâmetros físico-químicos mostraram forte presença de matéria orgânica na amostra, e os microbiológicos, alto índice de coliformes fecais e totais. A comunidade microbiana se apresentou extremamente diversa, contudo, essencialmente pertencente ao domínio Bacteria, com os filos Bacteroidetes, Actinobacteria, Firmicutes e Proteobacteria como os mais abundantes. A maior parte das espécies foi considerada patogênica, com ênfase as pertencentes à família Enterobacteriaceae. No tocante a análise resistômica, foram revelados predominantemente genes que conferem resistência a múltiplas drogas, seguido de aminoglicosídeos e macrolídeos. Dentre os mecanismos de resistência, as bombas de efluxo e inativação do fármaco atingiram altos índices de abundância. Dessa forma, muitos trabalhos têm descrito a elevada diversidade de espécies patogênicas em sistemas de esgotos urbanos, bem como a veiculação da resistência aos antimicrobianos nesses locais, especialmente quando o descarte de medicamentos antibióticos por fontes diversas ocorre diretamente nesses corpos hídricos. Sendo assim, este trabalho foi pioneiro na caracterização da resistência em ambiente sanitário na região amazônica e reforça que medidas de sanitização dos esgotos urbanos são necessárias para impedir o avanço da resistência aos antibióticos, bem como a contaminação de recursos aquáticos, tal como é evidenciada pelo processo de eutrofização. Ademais, o fato de a estrutura sanitária do município de Belém ser, em grande parte, interconectada, aumenta a propagação geográfica deste problema de saúde-pública.

  • CLEYSON PANTOJA SERRAO
  • ORTOLOGIA E PERFIL DE EXPRESSÕES DOS GENES DA VIA DE BIOSSÍNTESE DE ESTERÓIS EM DENDEZEIRO (Eleais guineensis Jacq.)

  • Data: 27/08/2021
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  • Os Esteróis vegetais são lipídeos responsáveis pela regulação da fluidez da membrana plasmática, sinalização célular, morfogênese da plantula, resposta a estresses ambientais e desenvolvimento sexual. A via de biossíntese dos esteróis vegetais é bem caracterizada em modelos como Arabidopsis thaliana, mas pouco se sabe sobre essa via em espécies da família Arecaceae. Elaeis guineensis, conhecido popularmente como dendezeiro, é uma palmeira oleaginosa com alto valor comercial e alto investimento em estudos genéticos. Esses estudos podem funcionar como fonte de informação biológica e genética para caracterização dos esteróis nessa planta. Nessa pespectiva, o objetivo desse trabalho é realizar a predição genômica, fazer a anotação funcional e de expressão gênica de genes ortólogos e parálogos da via de biossíntese dos esteróis em Elaeis guineensis usando Arabidopsis thaliana como modelo. Para predição da homologia entre as espécies foram usadas as ferramentas: BLASTp, PFAM, MEME motif, além da contrução do Dendrograma usando MEGAX. A caracterização físico-quimica das proteínas foi feita utilizando o exPASy. A avaliação da expressão gênica foi feita pelo programa SALMON utilizando os transcriptomas: PRJNA474663, PRJNA700429, DRA001857 e PRJDB9517. Os resultados apontam que a via dos esteróis é altamente conservada entre as duas espécies, cada gene de Arabidopsis tem pelo menos dois homólogos com o dendezeiro. Os domínios funcionais são conservados e não apresentam nenhum indicativo de divergência funcional. Além disso, as proteínas têm propriedades físico-químicas, composição de aminoácidos e localização sub-celular semelhantes. Todos os genes têm pelo menos um ortólogo expresso em todos os tecidos avaliados e especialmente na flor na qual os genes estão hiperexpressos, mostrando forte relação com o desenvolvimento reprodutivo da planta

  • CAMILA TAVARES UCHOA GUIMARAES
  • CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA GENÉTICO UTILIZADO NA REGENERAÇÃO DE NADADEIRA PAREADAS EM Polypterus Senegalus

  • Data: 09/08/2021
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  • A capacidade de regenerar partes corpóreas danificadas ou perdidas é uma característica distribuída variavelmente entre os filos do reino animal, principalmente nos grupos de vertebrados. Entre os vertebrados, os peixes da espécie Polypterus senegalus representam um modelo promissor para estudos dos mecanismos de regeneração de apêndices dos vertebrados por regenerarem eficientemente suas nadadeiras pareadas. Contudo, poucos estudos têm explorado compreender os eventos moleculares compartilhados e distintos da regeneração das nadadeiras em Polypterus. Além disso, estudos recentes têm demonstrado que a via de sinalização de ROS pode atuar como candidato na ativação dos eventos iniciais da regeneração a partir da modulação vias de sinalização downstream em modelos de regeneração de cauda.  Portanto, este estudo tem por objetivo identificar o programa genético utilizado na regeneração de nadadeiras pareadas em Polypterus. O sequenciamento do RNA foi realizado pela plataforma Nextseq 500/550 (Illumina) a partir de triplicatas biológicas (n=6) dos raios de nadadeiras peitorais.  A montagem do transcriptoma de novo foi realizada pelo software Trinity e a qualidade da montagem analisadas pela ferramenta assembly-stats e BUSCO.  A análise de expressão diferencial foi realizada pelo CLC Bio Genomics Workbench (Qiagen) com p-value ajustado (FDR) < 0.05 e FC > 2 ou FC < -2. O sequenciamento das bibliotecas resultou aproximadamente 48 milhões de reads por biblioteca com 78% de aproveitamento dos dados brutos. A montagem gerou 157.198 contigs com tamanho médio 413 pb e 20.208 contigs N50 com 1.907 pb. Foram identificados 652 genes upregulated e 1119 genes downregulated na regeneração dos raios do grupo de Polypterus juvenil. Apesar de 90.9% dos transcritos encontrados na regeneração dos raios e endoesqueleto no grupo juvenil, o perfil de expressão gênica tem variado consideravelmente entre os programas de regeneração. Os dados sugerem que a regeneração dos raios e endoesqueleto apresentam aspectos únicos com programas genéticos distintos que permitem o sucesso da regeneração entre os compartimentos da nadadeira. Já no estudo da via de sinalização de ROS, foi possível observar efeito somente em alguns animais tratados com DPI, sugerindo que via de ROS pode desempenhar um papel importante na regeneração em Polypterus. Por outro lado, são necessários mais estudos que confirme o seu papel na regeneração.

  • BRUNO RAFAEL RIBEIRO DE ALMEIDA
  • ESTUDOS CITOGENÉTICOS EM CROMOSSOMOS HOLO OU MONOCÊNTRICOS DE ESCORPIÕES AMAZÔNICOS

  • Data: 09/07/2021
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  • A Ordem Scorpiones reúne cerca de 1950 espécies, com distribuição em quase todos os continentes do mundo, a exceção da Antártida. Do ponto de vista citogenético, Scorpiones apresenta: (1) cromossomos holocêntricos em Buthidae e monocêntricos nas demais famílias; (2) meiose aquiasmática em indivíduos machos; (3) alta frequência de rearranjos do tipo fusão/fissão, translocações e inversões em estado heterozigoto; (4) presença de multivalentes meióticos, que podem exibir configurações distintas aos níveis inter ou intrapopulacional. Até o presente momento, os mecanismos moleculares e cromossômicos responsáveis pela manutenção deste sistema genético ainda são pouco compreendidos. O presente estudo visou estudar a organização genômica, comportamento meiótico e evolução dos cromossomos holo e monocêntricos de escorpiões amazônicos, utilizando imunocitogenética, cariotipagem, mapeamento de DNAs repetitivos por FISH, análise filogenética e RT-PCR em 8 espécies pertencentes às famílias Buthidae (Tityus metuendus, Tityus silvestris e Tityus maranhensis), Chactidae (Neochactas parvulus, Brotheas amazonicus, Brotheas silvestris e Brotheas paraensis) e Hormuridae (Opisthacanthus cayaporum). Nossos resultados mostraram variações geográficas nos cariótipos de T. metuendus (2n = 12 ou 18), B. amazonicus (2n = 50 ou 52) e Tityus silvestris (2n = 16 ou 24). Durante meiose I em T. maranhensis, associações quadrivalentes apresentam atraso no processo sináptico em relação à bivalentes, porém regiões assinápticas no centro deste multivalente não sofrem inativação transcricional por γH2AX. Nesta mesma espécie, cromossomos apresentam atividade holocinética em metáfase I, e telocinética em metáfase II. Quanto a meiose aquiasmática em T. silvestris observamos formação e reparo de DSBs, e expressão de enzimas de reparo mismacht (MLH1, MLH3, MSH5) e MUS81 em ambos os sexos. Neste escorpião o avanço da sinapse é associado a aumento da quantidade de formação de cromatina rica em H3K27me3. Multivalentes meióticos e extensos heteromorfismos de clusters 45S rDNA (com colocalização deste rDNA e U2 snDNA em alguns indivíduos) também foram registrados em B. amazonicus 2n = 52 e sua origem pode estar relacionada a translocações múltiplas. Em N. parvulus (2n = 56), um cariótipo altamente bimodal foi observado, possivelmente resultante de fusão/fissão de cromossomos de tamanho regular. Finalmente, o cariótipo de O. cayaporum (2n = 50), demonstrou sequencias teloméricas intersticiais de natureza heterocromática, que formam associações heterólogas temporárias no paquíteno, contribuindo para segregação correta dos cromossomos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR homólogos. Em conjunto, nossos dados revelam possível formação de espécies crípticas, bem como diferentes tendências de evolução cromossômica específicas de cada família analisada no presente estudo, e um conjunto de adaptações que favorecem a ocorrência simultânea de meiose aquiasmática e rearranjos heterozigotos em Scorpiones.

  • ADRIANNE DOS SANTOS FREITAS
  •  

    FILOGENIA MOLECULAR E MITOGENÔMICA DE MENTICIRRHUS GILL, 1861 (SCIAENIDAE: PERCIFORMES)

     

  • Data: 09/06/2021
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  • Menticirrhus (Sciaenidae) inclui 12 espécies de peixes marinhos e/ou estuarinos, conhecidos popularmente como betara e papa terra, e são distribuídos na zona costeira dos oceanos Atlântico ocidental e Pacífico oriental. Filogeneticamente, o gênero ocupa diferentes posições nas topologias propostas para Sciaenidae e muito pouco se sabe sobre as suas relações interespecíficas. De fato, as filogenias pretéritas foram baseadas em dados de matrizes de caracteres morfológicos e/ou com base em um número reduzido de genes. Contudo, com desenvolvimento da bioinformática e da biologia molecular, a utilização de dados genômicos nesse tipo de abordagem vem fornecendo novas visões sobre a sistemática e a história evolutiva dos peixes. Nesse sentido, objetivamos investigar as relações filogenéticas dentro de Menticirrhus a partir de uma abordagem multiloci, bem como descrever o genoma mitocondrial das espécies M. martinicensis e M. littoralis, posicionando o gênero na família Sciaenidae com base em 15 marcadores moleculares desse genoma. Os resultados sugerem que o gênero é monofilético e que o ancestral comum mais recente de Menticirrhus viveu durante o Mioceno. Os dados mostram ainda que a formação do Istmo do Panamá parece ter influenciado na cladogênese de espécies do Atlântico e Pacífico. A hipótese filogenética é de que há dois clados principais, o clado 1 exclusivamente com espécies do Pacífico (M. panamensis, M. ophicephalus, M. nasus e M. paitensis), que provavelmente devido a insuficiência de dados não foi possível inferir as relações de parentesco entre elas, e o clado 2 com espécies que ocorrem dos dois lados do Istmo (M. undulatus, M. elongatus, M. littoralis, M. cuiaranensis, M. gracilis, M. saxatilis e M. martinicensis e M. americanus), e suas relações foram recuperadas com altos valores de suporte estatístico. Finalmente, a partir das informações do genoma mitocondrial, observamos uma relação próxima entre Menticirrhus e Paralonchurus.

  • INGRID LUIZA OLIVEIRA DE OLIVEIRA
  • VARIANTES NO ÉXON 4 DO GENE BTD E ATIVIDADE DA ENZIMA BIOTINIDASE EM AMOSTRAS POPULACIONAIS DE QUILOMBOLAS, AMERÍNDIOS E DO MUNICÍPIO DE BELÉM (PA)

  • Data: 29/01/2021
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  • A biotina atua como cofator no ciclo das carboxilases, ativando enzimas que participam da catálise de vias relacionadas à biossíntese dos ácidos graxos, gliconeogênese, metabolismo dos aminoácidos e outros. Dentre as enzimas que fazem parte da homeostase desta molécula, a biotinidase é responsável por sua reciclagem e a deficiência da sua atividade é classificada como um inato do metabolismo do grupo das acidemias orgânicas, que inviabiliza a reciclagem de biotina e ocasiona uma deficiência múltipla de carboxilases, com progressivo acúmulo de substâncias tóxicas. Na literatura, mais de 200 variantes no gene que codifica a biotinidase, o gene BTD, já foram descritas. O objetivo desse estudo é analisar a atividade da enzima biotinidase e identificar a presença de variantes no éxon 4 do gene BTD em amostras de grupos populacionais de ameríndios, quilombolas e do município de Belém, permitindo correlacionar genótipo/fenótipo bioquímico e determinar a frequência alélica destas variantes. Foram coletadas aproximadamente 143 amostras de soro, sendo 47 delas de população quilombolas, 49 amostras da população ameríndia e 47 amostras de indivíduos do município de Belém. O ensaio enzimático de biotinidase em soro foi realizado utilizando substrato artificial Ácido biotinil-4-amidobenzóico. Para análise molecular, foi realizada a PCR e sequenciamento de 123 amostras de DNA previamente extraídos. Na população ameríndia, o valor de referência para referida população foi de 3,32 – 10,11±1,48 nmol/min/mL, na população quilombola, de 1,54 – 8,6±1,55 nmol/min/mL e na população de Belém, variavam de 5,45 – 11,78±1,41 nmol/min/mL. Quanto à análise molecular, 123 amostras foram analisadas e foram encontradas duas mutações patogênicas, a p.D444H e p.Y438X e três polimorfismos, p.C471C, p.P391S e p.Y428Y, já descritos anteriormente. Duas novas variantes, não descritas na literatura anteriormente, foram encontradas: p.N402T e p.A501T. As variantes mais frequentes foram a p.D444H (2,8%) e C471C (9%) e análises estatísticas compararam as frequências de variantes desse estudo com outras populações ao redor do mundo. Em 69% das amostras (85/123) não foram encontradas alterações polimórficas. A amostra da população quilombola foi a que apresentou maior quantidade de variantes no éxon 4 do gene BTD. Este trabalho é o primeiro a ser realizado em diferentes grupos étnicos, possibilitando analisar a distribuição de variantes em populações com elevado grau de consanguinidade. Um fator limitante para análise estatística se deve a escassez de estudos realizados em amostras de conveniência, visto que na grande maioria dos casos.

2020
Descrição
  • DAYSE OLIVEIRA ALENCAR CUPERTINO
  • TRIAGEM MOLECULAR PARA LINFOPENIAS DE CÉLULAS T E LINFOPENIAS DE CÉLULAS B EM AMOSTRAS DE RECÉM-NASCIDOS SAUDÁVEIS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

  • Data: 29/12/2020
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  • Introdução: As imunodeficiências primárias correspondem a um grupo de doenças consideradas como emergências pediátricas devido a sua capacidade de comprometer gravemente a saúde do recém-nascido. Geralmente, estão associados a uma alta taxa de mortalidade quando não diagnosticadas precocemente. Em geral, são causadas por alterações genéticas com um padão de herança autossômico recessivo ou ligado ao cromossomo X. Objetivo: Implementação de um exame de rastreamento para identificação precoce e / ou acompanhamento de pacientes com imunodeficiências congênitas, SCID, agamaglobulinemia e outras linfopenias de células T e células B, também conhecidas como imunodeficiências primárias. Metodo: isolamento de DNA em amostras de sangue seco em papel filtro e quantificação de fragmentos amplificados por TREC e KREC por RT-qPCR. Resultados: Foram analisadas 9343 de recém-nascidos de todas as regiões do Brasil. Os pontos de corte para detecção de fragmentos de TREC e KREC por RT-PCR foram estabelecidos em 35 cópias/μL de TREC e KREC no sangue total. Cinco neonatos foram apresentaram resultado alterado, indicando a necessidade de complementação por outras metodologias. O ensaio foi validado e estabelecido para ser realizado como rotina laboratorial. Conclusão: as etapas de extração, amplificação e análise do DNA foram otimizadas com sucesso para a quantificação absoluta de cópias de TREC e KREC em amostras de sangue seco em papel filtro. O resultado do ensaio mostrou-se reprodutível, robusto e de baixo custo, associado a perfis satisfatórios de sensibilidade e especificidade. O teste também foi incorporado às rotinas de diferentes exames de triagem neonatal, uma vez que pode ser realizado na mesma amostra colhida para essas finalidades.

  • DIEGO MARQUES DA COSTA SANTOS
  • BIOLOGIA MOLECULAR APLICADA AO CÂNCER COLORRETAL: ESTUDO DE PARÂMETROS GENÉTICOS E EPIGENÉTICO EM UMA AMOSTRAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

  • Data: 28/12/2020
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  • O Câncer de Cólon e Reto (CCR) é um processo neoplásico que acomete a região do intestino grosso e reto; sendo o terceiro mais prevalente no mundo e no Brasil, e o segundo com o maior índice de mortalidade. Dentre os fatores associados com a carcinogênese, destacam-se os genéticos e, mais recentemente, o epigenético. O presente estudo avaliou como estes dois fatores podem influenciar na carcinogênese do CCR, investigando variantes genéticas do tipo INDEL em genes que potencialmente contribui para o desenvolvimento do tumor e como um grupo de pequenos RNAs (microRNAs) que regula a expressão de genes a nível pós-transcricional pode impactar nesse processo; a fim de identificar potenciais biomarcadores que possam auxiliar na prática clínica. Dos 16 polimorfismos do tipo INDEL analisados, três foram associados com o risco de desenvolver CCR (IL4, TYMS e UCP2), dois com a localização anatômica do tumor (CASP8 e NFKB1), três com o estadiamento do tumor (ACE, HLAG e TP53 6pb), quatro com o risco de recidiva em 5 anos (ACE, HLAG, TYMS e UGT1A1) e dois com uma sobrevida menor do que 10 anos (SGSM3 e UGT1A1). No que diz respeito a análise diferencial, 20 microRNAs apresentaram diferencialmente expressos; capazes de diferenciar o tecido tumoral, a sua contra-parte e o tecido saudável. Por intermédio da análise de enriquecimento gênico, foi possível observar que estes microRNAs estão envolvidos em diversos processos carcinogênicos e sugere que há um possível  feedback positivo para favorecer o crescimento tumoral; onde as alterações no tumor desencadeia um processo inflamatório que impacta molecularmente os tecidos adjacentes, tornando pré-disposto a processo de pré-malignização. Ademais, este processo inflamatório acentua as diferenças na estrutura do tumor, induzindo a ativação de vias proliferativas. Os nossos achados também reforçam a teoria do campo de cancerização, indicando que o tecido adjacente ao tumor não é o mais apropriado a ser usado como referência; mas que é importante para se compreender o aspecto molecular do CCR. Em resumo, o presente estudo pode propor dois painéis que apresentam um potencial aplicabilidade na rotina clínica, o de polimorfismos do tipo INDEL e o de miRNAs. Contudo, mais estudos precisam ser desenvolvidos para confirmar estes achados.

  • AMÁLIA RAIANA FONSECA LOBATO
  • BIOPROSPECÇÃO DE GENOMAS DE BACTÉRIAS E DE ARQUEAS A PARTIR DO METAGENOMA DE ÁGUAS NO LAGO BOLONHA NA CIDADE DE BELÉM DO PARÁ

  • Data: 10/11/2020
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  • O lago Bolonha, um dos principais mananciais que abastece a região metropolitana da cidade de Belém-PA, por sua importância social, de saúde pública e econômica, foi estudado para obter informações acerca da comunidade microbiana presente no mesmo. A partir d a montagem dos metagenomas dos três pontos do lago Bolonha, foi possível realizar a obtenção de dezessete MAGs. Dos MAGs montados, obteve-se a classificação taxonômica de todos e onze deles foram classificados a nível de gêneros, dos quais cinco gêneros já foram descritos. Pela anotação funcional e análise do conteúdo gênico, foram detectados vários genes relacionados a capacidade de realizar fotossíntese, possíveis mecanismos de resistência a antibióticos em todos os MAGs, geralmente relacionados ao efluxo de antibióticos, e a capacidade de utilização do metano como fonte de energia por alguns MAGs. A utilização de dados oriundos de metagenômica é uma ferramenta sem precedentes para obtenção de informações gênicas de organismos não cultiváveis. Através dela e dos avanços da bioinformática foi possível obter informações de organismos e classificá-los taxonomicamente em grupos que ainda não possuem microrganismos isolados.

  • JÉSSICA ALMEIDA BATISTA GOMES
  • ANÁLISE DE ALTERAÇÕES GENÔMICAS QUANTITATIVAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS B (LLA-B) 

  • Data: 30/09/2020
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  • A leucemia linfoblástica aguda (LLA) se caracterizada pela presença de alterações cromossômicas, numéricas e/ou estruturais, como as aneuploidias e translocações. Entretanto, essas alterações isoladas não induzem leucemia, o que sugere que alterações genéticas submicroscópicas adicionais contribuem para o estabelecimento da neoplasia.  Deste modo, o presente estudo objetivou investigar alterações no número de cópias gênicas por hibridização genômica comparativa por array (aCGH) e eleger genes para validação em um maior número amostral, através da técnica de PCR em tempo real, com o intuito de identificar eventuais marcadores envolvidos no processo leucêmico. Por meio do aCGH, foram identificadas 18 alterações recorrentes, e entre estas, três não relacionadas a leucemogênese até o momento. Devido a isso, e baseado na alta frequência de alterações observada e em suas funções biológicas descritas na literatura, os genes envolvidos nessas alterações foram selecionados para validação. Portanto, foram investigadas por PCR em tempo real as amplificações dos genes KIAA0125, DMBT1 e PRDM16. Os resultados demonstraram uma elevada frequência de amplificação apenas para KIAA0125, enquanto que para os genes DMBT1 e PRDM16, as deleções foram predominantes. Entretanto, para os três genes foram observadas novas associações significativas. Os dados gerados por aCGH, também possibilitaram realizar uma segunda análise, em 12 genes da família ADAM. Esses genes são associados à carcinogênese em diferentes tipos tumorais e são considerados potenciais alvos para terapia anticâncer. Entre os genes investigados, apenas ADAM29 não exibiu alterações, ADAM6 foi o gene com maior frequência de amplificações, enquanto deleções foram mais recorrentes em ADAM3A, as quais foram associadas com características de alto risco, como leucocitose. Desta forma, este estudo reforça o potencial da técnica de aCGH para identificação de novos genes associados a leucemia. As alterações recorrentes identificadas em KIAA0125, DMBT1, PRDM16 e ADAM3A possivelmente têm um importante papel na gênese e progressão da LLA e podem ser marcadores para esta neoplasia, colaborando na melhor estratificação de risco dos pacientes.

  • JOHN CLEY DA SILVA COSTA
  • VARIANTES GÊNICAS ASSOCIADAS AO HADEL-c EM EXOMAS DE POPULAÇÕES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA

  • Data: 30/09/2020
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  • As populações indígenas brasileiras passam, desde a segunda metade do século XX, por uma transição nutricional e epidemiológica que tem contribuído em grande parte para o aparecimento de doenças crônicas não-transmissíveis, como doenças cardiovasculares (DCV). O desenvolvimento destas doenças está relacionado principalmente aos novos hábitos, como má ou nova alimentação e pouca atividade física. Além disso, existem estudos que relatam a presença de variantes genéticas associadas ao desenvolvimento de fatores de risco para DCV principalmente em populações nativas americanas, como em genes que participam das vias metabólicas do HDL.O presente estudo teve como objetivo investigar variantes em 13 genes relacionados às vias metabólicas do HDL a partir da análise do sequenciamento completo de exoma de 58 indígenas da Amazônia (IAM). Além disso, investigar a distribuição destas variantes em outras populações mundiais por meio da análise de dados do Projeto 1000 Genomas e, realizar a predição de patogenicidade das variantes. Para tanto,utilizamos abordagens de bioinformática para obtenção e comparação de dados populacionais, além de três preditores de patogenicidade (POLYPHEN2, SIFT, PROVEAN). Os resultados mostraram que osIAM apresentam semelhanças de frequências alélicas com a população do Leste asiático. Ademais, as variantes rs182603751 (LIPC), rs140272400 (LIPC), rs5880 (CETP) e rs557715042 (APOE)foram classificadas como patogênicas pelos três preditores de patogenicidade. As variantes rs140272400 (LIPC), rs543443300 (ABCG1) e rs187335584 (APOAI) estiveram presentes exclusivamente em populações indígenas da Amazônia, quando comparadas com populações continentais do Projeto 1000 Genomas.A arquitetura genética dos indígenas da Amazônia ainda permanece pouco explorada, sendo necessários estudos mais completos para melhorar a compreensão sobre os aspectos genéticos destas populações e poder elaborar estratégias de saúde assistencial, então, consideramos que este estudo foi de fundamental para estabelecer uma base teórica para futuros estudos de caso controle

  • VINICIUS SILVA DE CARVALHO
  • ANÁLISE IN VITRO DA CITOTOXICIDADE E GENOTOXICIDADE DA TRANS-DESIDROCROTONINA ISOLADA DE Croton cajucara (EUPHORBIALES, EUPHORBIACEAE) E DOIS NOVOS DERIVADOS

  • Data: 04/08/2020
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  • A espécie Croton cajucara (Euphorbiales, Euphorbiaceae), popularmente conhecido por sacaca, ocorre amplamente na região amazônica, onde é utilizada na medicina popular para o tratamento de diversas doenças, como gastrointestinais, hepáticas diabetes e malária. O consumo desta planta ocorre na forma de chá das cascas do caule/folhas ou cápsulas contendo o seu pó. Um dos metabólitos majoritários desta planta é a trans-desidrocrotonina (DCTN), responsável por suas atividades biológicas. No entanto, apesar das propriedades benéficas, o seu uso prolongado pode acarretar efeitos colaterais hepatotóxicos, dificultando seu potencial farmacológico, viés atribuído à presença do anel furano na molécula, grupo conhecido pela toxicidade em fármacos. Com a metabolização deste grupo, são gerados intermediários muito reativos que levam à alta toxicidade. O presente estudo avaliou os perfis citotóxicos e genotóxicos in vitro da DCTN e de dois derivados: NCTN e CCTN. Os resultados obtidos mostraram que as modificações foram eficazes em alterar as propriedades de metabolismo das drogas. No ensaio de MTT, a DCTN foi mais citotóxica que ambas as modificações, a NCTN exibiu redução de citotoxicidade de até 40%, enquanto a CCTN nem sequer alterou a viabilidade celular. Os ensaios do cometa e micronúcleo mostraram que as modificações também alteraram a forma como a molécula interage com o DNA. Estes resultados mostraram que ambas as modificações realizadas na DCTN foram eficazes para alterar seu metabolismo, refletido diretamente na sua citotoxicidade, além de alterar também a forma como a molécula interage com o DNA. Portanto, ensaios complementares são necessários para ajudar a elucidar os mecanismos de ação desses novos derivados, assim como da DCTN.

  • JHULLY AZEVEDO DOS SANTOS PINHEIRO
  • CARACTERIZAÇÃO DE POLIMORFISMOS INDEL EM REGIÕES CODIFICADORAS DE piRNAs EM UMA POPULAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 10/07/2020
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  • O câncer surge da complexa interação entre fatores de risco ambientais e genéticos. Entre os diversos tipos, o Câncer Gástrico (CG) é a quinta neoplasia maligna mais incidente, e a terceira maior causa de morte por câncer no mundo, enquanto a Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), outro tipo de câncer com relevante impacto na saúde mundial, é apresentada como uma das principais causas de morte em crianças. Diversos polimorfismos (Polimorfismo de Nucleotídeo Único (SNP), Inserção-Deleção (INDEL)) e alterações epigenéticas (através da regulação por RNAs não codificantes (ncRNAs)), têm sido associadas ao desenvolvimento destas doenças. Recentemente, investigações têm demonstrado que a expressão de PIWI-interacting RNA (piRNAs) está desregulada em tecidos cancerosos. Apesar dos dados emergentes demonstrando o papel de ncRNAs na tumorigênese, ainda são poucos os trabalhos que avaliam as consequências de variantes germinativas dentro dessas regiões, e seus efeitos na função de piRNAs e na predisposição ao câncer. Esse trabalho se concentra em polimorfismos do tipo INDEL, presentes em regiões que codificam piRNAs que foram associadas ao câncer. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi investigar a distribuição alélica e genotípica dessas três variantes do tipo INDEL: rs10651123 (no pseudogene YWHAEP7, que codifica o piR-hsa-20788), rs59379238 (no íntron do gene CYP19A1, que codifica o piR-hsa-1856) e rs5856040 (no pseudogene AC093664.1, que codifica o piR-hsa-8395), presentes em regiões codificadoras de piRNAs, e a influência dessa variabilidade no desenvolvimento de CG e LLA, em um estudo de caso-controle, desenvolvido com uma população do estado do Pará. Neste estudo foram investigadas amostras de DNA, coletadas de 192 pacientes com CG do Hospital Universitário João de Barros Barreto e 104 pacientes com LLA do Hospital Octávio Lobo e 171 amostras de indivíduos saudáveis não relacionados. Os polimorfismos foram amplificados por PCR multiplex, e genotipados no ABI PRISM 3130, e os dados foram analisados no software GeneMapper, seguido de análises estatísticas realizadas por meio do software R v 3.1. Na análise de associação, não foi possível observar associação significativa das variantes com a suscetibilidade ao CG e LLA. Esse foi o primeiro trabalho a analisar INDELs em regiões que codificam piRNAs, e a discussão aqui levantada contribui para o entendimento de variantes presentes em regiões de piRNAs, e para futuros estudos que avaliem o seu impacto no desenvolvimento do câncer.

  • LUCAS CAUÊ BEZERRA SANTOS
  • EXPRESSÃO GLOBAL DE MICRORNAS NA DIABETES MELLITUS TIPO 1

  • Data: 29/06/2020
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  • A Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) caracteriza-se pela deficiência na produção de insulina, que é causada pela destruição das células beta (β) pancreáticas via mecanismos autoimunes mediados por macrófagos e linfócitos T. A DM1 é diagnosticada quando cerca de 80-90% das células β já foram destruídas pelo sistema imunológico. Portanto, a progressão da DM1 é lenta e possui uma janela temporal em que é possível identificar, tratar e reverter a doença nos estágios iniciais, favorecendo o manejo e a prevenção em indivíduos em risco. Os atuais biomarcadores para a doença não são eficientes e possuem limitações. miRNAs estão diretamente associados ao DM1, uma vez que regulam o sistema imune, proliferação, metabolismo e morte de células β pancreáticas. Portanto, o objetivo desse estudo é compreender o papel dos miRNAs na sua fisiopatogênese, por meio da análise do perfil global de expressão de todas as moléculas de miRNAs presentes em pacientes com DM1 e controles sem a doenca. Também avaliaou-se o papel funcional desses miRNAs e a sua performance como potenciais biomarcadores para a doença. Para isso, realizamos o miRNoma por meio de sequenciamento de nova geração (Plataforma MiSeq/Illumina) de 16 amostras de sangue, sendo: 12 amostras de indivíduos portadores de DM1 e 4 amostras de indivíduos sem a doença como controle. Para análise diferencial utilizou-se o pacote estatístico DESeq2 no software R como parâmetros de significância o Log2(fold change) > 2 e Pajustado < 0.05. O potencial biomarcador para DM1 dos miRNAs diferencialmente expressos, foi UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR avaliado pela Curva ROC e pela área sob a curva. Para busca dos genes alvos dos miRNAs estudados utilizou-se as ferramentas online TargetCompare e miRTargetLink Human, considerando somente interações validadas experimentalmente por fortes evidências. A análise funcional dos genes alvos foi desenvolvida na ferramenta online STRING (11.0). Por fim, escolhemos cinco miRNAs diferencialmente expressos para validação por RT-qPCR em uma coorte distinta. Os miRNAs, hsa-miR-100-5p, hsa-miR-143-3p, e hsa-miR-26b-5p, hsa-miR-501- 3p e hsa-let-7i-5p selecionados para a validação, revelaram-se como bons potenciais biomarcadores auxiliares na identificação do risco e do diagnóstico pouco invasivo, uma vez que, estes miRNAs conseguiram distinguir os grupos de pacientes com DM1 e grupo sem a doença. Os microRNAs hsa-miR-100-5p, hsa-miR-143-3p, e hsa-miR-26b-5p, hsa-miR-501-3p e hsa-let-7i-5p estiveram hiperexpressos nas amostras dos grupos analisados no presente estudo, sugerindo que eles podem estar implicando no desenvolvimento desta doença, e este perfil de expressão revelou alta acurácia destes miRNAs, revelando-os como promissores biomarcadores que podem ser utilizados futuramente no screening dos indivíduos ou nas famílias com história de DM1. Portanto, nossos resultados sugerem novas perspectivas com uma melhor compreensão do papel funcional dos miRNAs, mostrando que, essas moléculas podem atuar em vias importantes para a progressão da DM1 e que pesquisas envolvendo esses miRNAs podem revelar potenciais novos biomarcadores e possíveis alvos terapêuticos.

    Palavras-Chaves: miRNoma, Diabetes mellitus tipo 1, perfil de expressão, biomarcadores.

  • CAMILLE SENA DOS SANTOS
  • ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIANTES DAS VIAS EXTRÍNSECA E MITOCONDRIAL DA APOPTOSE COM A INFECÇÃO POR Plasmodium spp

  • Data: 26/06/2020
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  • A malária é uma infecção parasitária causada por protozoários do gênero Plasmodium, e representa um dos principais problemas de saúde pública e socioeconômicos no mundo. A ativação do sistema imune contribui para o controle dos parasitas no hospedeiro, podendo inclusive desencadear as vias extrínseca e mitocondrial da apoptose, uma forma de morte celular regulada, conhecida por participar de processos fisiológicos do organismo, e por ser um componente fundamental do sistema imune para eliminar hepatócitos infectados e reduzir densidade parasitária. Diversos genes estão envolvidos neste processo como FAS, FADD, CASP8, CASP9, CASP3, BCL-2 e TP53. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo investigar a associação entre as distribuições alélicas e genotípicas das variantes: rs10562972 (FAS), rs4197 (FADD), rs3834129 (CASP8), rs59308963 (CASP8), rs61079693 (CASP9), rs4647655 (CASP3), rs11269260 (BCL-2), 17880560 (TP53) com a susceptibilidade à infecção por Plasmodium, bem como a associação com a densidade parasitária. Para isso, foram incluídos 227 indivíduos, sendo 126 previamente diagnosticados com malária pela gota espessa e 101 indivíduos sem malária, que compuseram o grupo controle. A identificação das espécies foi determinada a partir da amplificação do DNA mitocondrial (mtDNA) do parasito pela reação em cadeia da polimerase quantitativa em Tempo Real (RT-qPCR) na plataforma ABI Prism 7.500 (Thermo Fisher Scientific). As variantes foram genotipadas pela técnica da PCR Multiplex no ABI PRISM 3130 e foram analisadas com o GeneMapper ID v3.2. (Thermo Fisher Scientific). Como resultado, observou-se que no grupo com malária foi detectado infecção por P. falciparum em 42 indivíduos, por P. vivax em 26, e 58 indivíduos foram detectados com infecção mista. A análise da distribuição das frequências genotípicas e alélicas demonstrou que a variante rs3834129 (CASP8) é um potencial marcador de susceptibilidade para infecção mista, enquanto as variantes rs10562972 (FAS), rs3834129 (CASP8), rs61079693 (CASP9), rs11269260 (BCL-2) são potenciais marcadores para a infecção por P. falciparum, sendo que as variantes rs3834129 (CASP8) e rs61079693 (CASP9) foram associadas também com o número de infecções por Plasmodium. Adicionalmente, a análise da distribuição das frequências genotípicas revelou que a variante rs3834129 (CASP8) foi associada com baixa densidade parasitária, sugerindo assim, que esta variante influencie do curso da malária. Entretanto, é necessário efetuar abordagens moleculares mais profundas, assim como abordagens imunológicas, afim de esclarecer melhor a relação destas variantes com a susceptibilidade e o curso da malária

  • CINTIA HELENA BRAGA DA SILVA
  • POLIMORFISMOS DO GENE VDR E SUSCEPTIBILIDADE À HANSENÍASE EM POPULAÇÕES QUILOMBOLAS

  • Data: 26/06/2020
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  • Polimorfismos do receptor da vitamina D (VDR) estão associados à hanseníase, pois desempenham um papel importante na resposta imune inata contra micobactérias. A vitamina D controla várias propriedades imunomodulatórias do hospedeiro através do VDR. O presente trabalho tem como objetivo investigar se a distribuição das variantes alélicas do gene VDR pode estar relacionada ao aumento da susceptibilidade à hanseníase em diferentes grupos populacionais do estado do Pará (indivíduos da cidade de Belém e de comunidades Quilombolas). O grupo de estudo inclui 383 participantes, dos quais 68 são pacientes com hanseníase (BCH), 115 controles saudáveis (BSH) e 200 indivíduos de diferentes comunidades quilombolas do estado do Pará. A pesquisa dos polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) do VDR (FokI, TaqI e BsmI) foi baseado nas técnicas de PCR convencional e reação de sequenciamento pelo método de Sanger. A análise estatística foi realizada utilizando o pacote estatístico R v.3.4. As variantes TaqI e BsmI estão associadas a hanseníase. A ancestralidade genômica africana e ameríndia contribui para a susceptibilidade a hanseníase. Portanto, esses dados ressaltam a importância da identificação de marcadores biológicos na atenção básica na saúde que podem indicar maior susceptibilidade ao desenvolvimento de doenças infecto-parasitárias, como a hanseníase, quer seja para a população em geral, quer seja em comunidades vulneráveis como quilombolas ou indígenas.

  • GLEYCIANE MACHADO DA COSTA
  • DIVERSIDADE MICROBIANA EM SOLO DE MANGUEZAL DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA NO NORDESTE PARAENSE

  • Data: 12/06/2020
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  • Os manguezais oferecem um ambiente ecológico único para diversas comunidades microbianas. Eles são particularmente importantes no controle do ambiente químico do ecossistema. Análises da biodiversidade microbiana desses ecossistemas nos ajudam a compreender a dinâmica destas comunidades no ambiente e as mudanças devido aos impactos. Se tratando de Amazônia, os manguezais distribuídos por Amapá, Pará e Maranhão, ocupam uma área de 9 mil km2 e correspondem a 70% dos manguezais do Brasil, no qual estudos sobre a biodiversidade microbiana são extremamente escassos. Neste sentido, o presente projeto teve por objetivo conhecer a diversidade microbiana em um manguezal do município de Bragança utilizando metagenômica. Foram realizadas coletas de amostras de mangue de ambientes impactados pela ação do homem (vegetação morta), de ambientes pristinos (vegetação nativa) e de baixo impacto (vegetação em crescimento), no qual tiveram seu DNA total extraído. Esse DNA foi fragmentado (~460 pb) e usado para o sequenciamento aleatório na plataforma de nova geração Illumina MiSeq. As leituras foram analisadas utilizando ferramentas USEARCH e pacotes disponíveis para a Plataforma R (R Project). Como resultado, o filo mais abundante foi o de Proteobactérias em manguezais de vegetação nativa e em crescimento e os filos Firmicutes e Bacteroidetes em manguezal de vegetação morta, com os gêneros Faecalibacterium, Roseburia, Prevotella, Prolixibacter e Bacteroidetes sendo alguns dos mais abundantes e Acidiferrobacter, Aquihabitans, Desulforsarcina e Rhodoplanes como alguns dos de menor abundância. O manguezal de vegetação morta se mostrou ecologicamente diferente dos manguezais de vegetação nativa e em UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR crescimento. Com os presentes resultados concluímos que houve perda resultante de biodiversidade no manguezal antropogenicamente impactado podendo contribuir para a diminuição da proteção costeira contra inundações e tempestades, reduzindo a resiliência do ecossistema à perturbação.

  • DANIEL VOLOSKI GUASSELLI
  • GENÔMICA APLICADA A BIOFILMES BIOCORROSIVOS DA USINA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ-PA

  • Data: 12/06/2020
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  • Assim como microrganismos contribuem para a formação do solo, por meio de atividades metabólicas combinadas a atividades físico químicas em superfícies minerais de rochas, construções civis como prédios, paredões, vigas e galerias que também estão sujeitas a colonização microbiana. Ação proporcionada por estruturas tridimensionais composta por consórcio de bactérias e substancias por elas secretadas, denominadas biofilmes. Com aplicação da metagenômica, é possível caracterizar a comunidade microbiana, determinar diversidade, vias metabólicas e obter genomas dos biofilmes. As amostras foram coletas na Usina Hidrelétrica de Tucuruí-PA, sequenciadas com abordagem shotgun pela plataforma Ion Torrent e anotações genicas realizadas com uso do banco de dados KEEG Ontology pela ferramenta MG-RAST. Foram obtidas 164.828 leituras com tamanho médio de 161 pb e rendimento total de 265.680.450 pb, com 473.484 duplicações e conteúdo GC de 43%. As espécies prevalentes foram: Lysinibacillus sphaericus, Bacillus subtilis, Bacillus cereus e Bacillus halodurans, com sequencias relacionadas principalmente ao metabolismo, processamento de informação genética e processamento de informações ambientais. Foi encontrado leituras de proteínas responsáveis pela produção de ácidos envolvidos nos ciclos do enxofre e nitrogênio, no entanto, não foi possível obter todas as leituras necessárias complementares a esses ciclos. Com isso não é possível afirmar na prática, o envolvimento de bactérias presentes nos biofilmes com a biocorrosão ou seu impacto nas galerias de concreto. Os gêneros presentes em maior abundância apresentam possível potencial biotecnológico, associado principalmente com precipitação de carbonatos e podem ter aplicações na manutenção de estruturas de concreto.

  • MICHELLY DA SILVA DOS SANTOS
  • CITOGENÉTICA DE OPISTHOCOMIFORMES E CUCULIFORMES: PINTURA CROMOSSÔMICA COMPARATIVA E CONSIDERAÇÕES FILOGENÉTICAS

  • Data: 09/06/2020
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  • A cigana (Opisthocomus hoazin) é uma ave folívora endêmica da região amazônica que apresenta algumas características únicas, como fermentação no trato digestivo e garras nas asas quando é filhote, o que torna difícil determinar sua relação filogenética com outros grupos de aves. Diferentes análises filogenéticas apresentaram resultados conflitantes, propondo sua inclusão em Galliformes, Gruiformes, Musophagiformes, Charadriiformes ou Cuculiformes, mas os valores de suporte sempre foram baixos e inconclusivos. Hoje é incluída em uma ordem própria, Opistocomiformes, porém suas relações filogenéticas continuan desconhecidas. Dentre os grupos citados como próximos de Opisthocomiformes, encontram-se os Cuculiformes, que também ainda não apresentam um posicionamento filogenético definitivo, e vêm de um longo histórico de difícil classificação. As espécies desta ordem foram objeto de vários estudos baseados em dados de osteologia, comportamento, ecologia, morfologia e molecular, e destacam-se pela escassez de dados de citogenéticos, com poucas espécies analisadas somente por técnicas de citogenética clássica. Neste trabalho, três espécies de aves foram analisadas, a cigana (Opisthocomiformes) e duas espécies da família Cuculidae (Cuculiformes) - anu-branco (Guira guira) e alma-de-gato (Piaya cayana) -, por meio de por meio de pintura cromossômica comparativa,  a fim de se analisar sua evolução cromossômica e identificar possíveis rearranjos compartilhados. Nossos resultados demonstram alta diversidade cromossômica, com 2n=80 em O. hoazin, 2n=76 em G. guira, com eventos de fissão e fusão envolvendo sintenias ancestrais, enquanto P. cayana apresentou apenas fissões, o que explica seu alto número diplóide de 2n=90. Adicionalmente, observou-se que a distribuição de clusters de 18SrDNA apresentam-se em estados derivados nas três espécies, mas resultantes de rearranjos diferentes – duplicação em O. hoazin e fusões em G. guira e P. cayana, porém não homólogas. Curiosamente, não houve rearranjos cromossômicos em comum entre essas espécies, não havendo sinapomorfias que justifiquem a proximidade filogenética entre essas ordens. Além disso, não encontramos evidências para colocar os Cuculiformes perto dos grupos propostos anteriormente como grupo irmão Entretanto, as comparações cariotípicas com dados da literatura demonstram que as espécies de cucos podem ser divididas citotaxonomicamente em três grupos, baseando-se no número e morfologia cromossômica, podendo auxiliar no entendimento da história evolutiva e das relações interespecíficas dentro dessa ordem.

     

    Palavras-chave: Pintura cromossômica; Rearranjos cromossômicos; citotaxonomia Opisthocomus; Cuculidae. 

  • JESSICA LIGIA PICANCO MACHADO
  • SEQUENCIAMENTO COMPLETO DO GENOMA: ANÁLISE DE VARIANTES GENÉTICAS ASSOCIADAS À OBESIDADE EM INDÍGENAS DA AMAZÔNIA

  • Data: 30/05/2020
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  • Atualmente, o aumento no número de pessoas obesas no mundo tem se tornado preocupante devido às complicações de saúde que esses indivíduos podem possuir. Com o auxílio da medicina personalizada, os escores poligênicos de risco (PRG) permitem entender o risco do desenvolvimento da obesidade a partir da influência de determinadas mutações. Uma vez que a obesidade comum é a forma predominante na sociedade, o uso desta ferramenta em populações indígenas brasileiras torna-se um passo natural. Visto a crescente prevalência de adultos obesos nas populações indígenas, o objetivo do estudo foi visualizar a eficiência do PRS de obesidade en ameríndios e descrever as variantes de risco encontradas e do FTO. Foram realizado o exoma de 56 amostras de sangue de nove etnias indígenas da Amazônia, então feitas o escores de risco com script in-house e com o auxilo do software plink (v 1.9) foram feitos: desequilibrio de ligação, equilibrio de Hardy-Weinberg e frequencias alélica com a população do 1000Genomes. Os resultados mostram a baixa probabilidade dos indìgenas desenvolverem obesidade (quase 0%), dentre as 385 snps analisados foram encontradas apenas 19 nos indígenas, sendo o rs215607 em desequilibrio de Hardy-Weinberg, e rs4788099 e rs7498665 em desequilibrio de ligação, nenhuma das variantes foi encontrada em genes comumentes relacionados à obesidade (FTO), seis genes não apresentam outros estudos corroborando o seu risco a obesidade, quando observado as mutações no FTO em busca de variantes não relatadas no GWAS Catalog foram encontradas oito variantes das quais apenas cinco estavam descritas no dbSNP, dessas uma foi relatada como fator de proteção contra a obesidade, as três variantes sem descrição não apresentaram nenhum grau de patogenicidade. Com isso podemos reforçar a necessidade de mais trabalhos genéticos de associação com obesidade em população indígenas e a necessidade de observar os outros fatores ligados à obesidade que possam exercer maior influência nessas comunidades.

  • AYLLA NÚBIA LIMA MARTINS DA SILVA DOS SANTOS
  • DETERMINANTES GENÉTICOS ASSOCIADOS A EVOLUÇÃO CLÍNICA DA ANEMIA FALCIFORME EM PACIENTES DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 25/05/2020
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  • A anemia falciforme é uma doença hemolítica crônica causada pela tendência das moléculas de hemoglobina se polimerizarem dentro das hemácias. Essa polimerização leva a deformação do eritrócito, que gera uma forma de foice nessas células, e resulta em eventos vaso oclusivos e aumento dos processos de hemólise da corrente sanguínea.  Os fenômenos vaso oclusivos são determinantes na maioria das complicações clínicas da anemia falciforme. A oclusão dos microvasos acarretam em crises dolorosas, infarto de tecidos, complicações pulmonares e cardiácas, dano hepático e renal, acidente vascular cerebral, priaprismos, infecções, dentre outras complicações clínica. O objetivo do presente estudo foi investigar a influência de polimorfismos genéticos que estão envolvidos direta ou indiretamente nos processos vaso oclusivos, sobre a variabilidade clínica da anemia falciforme permitindo sugerir um prognostico clínico em pacientes na Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do estado do Pará.  O estudo envolveu 276 pacientes homozigotos para o alelo HBB*S e indivíduos com idade igual ou maior que 5 anos. Foi utilizada uma calculadora de gravidade da DF (CGDF) para estabelecer subgrupos quanto a gravidade da doença e possíveis associações dos polimorfismos nos genes NOS2A (rs 1137933), ASS1(rs 7860909 rs10901080) e no gene VEGF (rs2010963, rs833068) com os fenótipos de gravidade global e com as complicações clinicas individuais. Para a genotipagem desses polimorfismos foi utilizada a metodologia de PCR em tempo real (RQ-PCR). 65% dos pacientes foram classificados com fenótipo leve, 3,3% com o fenótipo intermediário e 32% com o fenótipo grave. Verificamos uma maior frequência de algias, Acidente vascular encefálico e infecções nos pacientes classificados com o fenótipo grave, e os mesmos também apresentaram maior frequência em relação ao regime transfusional quando comparados com os pacientes com o fenótipo leve. A calculadora mostrou sensibilidade na predição da gravidade. No grupo de estudo mais da metade dos pacientes (65%) foram classificados com o fenótipo leve enquanto que em pacientes do estado do Amazonas apenas 5,6% foram classificados com o fenótipo leve e para os pacientes do Rio de Janeiro a frequência foi de 34%. Esses resultados mostram que os pacientes do estados do Pará apresentam menor gravidade da doença, podemos sugerir uma evolução clinica mais branda   para os nossos pacientes em relação aos pacientes falciforme do estado do Amazonas e do Rio de janeiro.  Esses resultados demostram que o perfil de gravidade é diferente entres as regiões brasileiras e que essa diferença pode ser decorrente de fatores genéticos moduladores da gravidade.  Em relação aos polimorfismo investigados o presente estudo associações estatisticamente significativas foram obtidas para polimorfismo nos gene ASS1 (rs 7860909 rs10901080) e VEGF (rs2010963, rs833068) com as complicações clínica da doença.   Para Os   SNPs rs10901080 e rs 7860909 no gene ASS1 nossos resultados mostram uma relação de proteção contra infecção e STA respectivamente, enquanto que, para os SNP’s no gene VEGF a associação foi de risco para Algias, STA, Dactilite e esplenomegalia. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas para o polimorfismo no gene NOS2A (rs1137933) com as complicações clinicais quando analisadas isoladamente como também não houve associação de nenhum dos polimorfismos investigados com o fenótipo de gravidade estabelecido pela calculadora (leve/intermediário e grave). O presente estudo é o primeiro a investigar associação de polimorfismos nos genes NOS2A, ASS1 e VEGF com as manifestações clinicas em pacientes com anemia falciforme do Estado do Pará. A calculadora de gravidade demostrou ser uma poderosa ferramenta para estabelecer os fenótipos clínicos desses pacientes que por apresentarem uma clínica bastante heterogenia, característica da AF, torna-se difícil estabelecer um fenótipo geral. Esse trabalho é o terceiro a utilizar essa ferrementa em pacientes brasileiros.  A complexidade patogênica  da anemia falciforme dificulta uma  escolha terapêutica  mas adequada e eficiente,  variáveis como, haplótipos βs, co-interação com alfa e beta talassemia, polimorfismos associado  com nível de HbF, além de  polimorfismos em outros  genes distante do alelo HBB*S sugerem uma interação epistática entre esses marcadores genéticos que exercem efeito no fenótipo da doença, e as questões  sociais, econômica, culturais e ambientais, todos esses fatores  em conjunto tem importância na evolução clínica da doença.   Nossa perspectiva para estudos futuros é a confecção de um painel genético especifico para a anemia falciforme, que sugira geneticamente um prognóstico, e auxilie de forma mais efetiva nas tomadas de decisões e estratégias terapêuticas incluindo as variantes genéticas mais relevantes mostradas nesse trabalho, bem como  outros  fatores genéticos que já foram descritos em trabalhos anteriores nesses mesmos pacientes como os haplótipos associados  ao gene da HBB*S e polimorfismos nos genes HBG2(rs748214); BCL11(rs4671393) e na regição intergênica HBS1L-MYB(rs28384513,rs489544 rs9399137).

  • TATIANE PIEDADE DE SOUZA
  • IMPACTO DE POLIMORFISMOS EM MICRORNAS E COMPONENTES DA SUA BIOGÊNESE NA SUSCEPTIBILIDADE A LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA

  • Data: 13/04/2020
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  • A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é o tipo de câncer que mais acomete crianças no mundo, representando 75% das leucemias agudas e aproximadamente 35% de todas as neoplasias malignas pediátricas. Acredita-se que a etiologia da LLA é multifatorial, com envolvimento de fatores ambientais e genéticos. Neste contexto, polimorfismos que alteram a função normal de microRNAs em genes relacionados a etiologia da LLA, vêm sendo recentemente amplamente investigados. No entanto, dados sobre esses polimorfismos em populações miscigenadas, como a população amazônica brasileira, são escassos na literatura. O objetivo desse estudo foi investigar o papel de 10 polimorfismos em genes de microRNAs e genes envolvidos na maquinaria de síntese dos microRNAs na susceptibilidade à LLA infantil. A mostra foi composta por 100 pacientes com LLA, atendidos no setor de oncologia pediátrica do Hospital Ophir Loyola e Octavio Lobo e 180 indivíduos saudáveis, não aparentados entre si, utilizados como controle no estudo. A genotipagem dos polimorfismos estudados utilizou a plataforma QuantStudio™–TaqMan® OpenArray™. As análises estatísticas foram realizadas empregando programa estatístico SPSS v.25.0. Todos os testes estatísticos foram baseados em uma probabilidade bicaudal e um p valor < 0,05 foi considerado significante. Dos genes envolvidos na maquinaria de síntese dos microRNAs, apenas o polimorfismo rs3805500 no gene DROSHA foi estatisticamente significante, os pacientes que exibiram o genótipo homozigoto mutante (AA) apresentaram um risco de quase 3 vezes maior de desenvolver LLA quando comparados aos outros genótipos (p = 0,004, OR= 2,913, IC= 1,415 - 5,998). Em relação aos polimorfismos em genes de microRNAs, para a variante rs3746444 presente no gene MIR499A, o genótipo homozigoto mutante foi associado a um risco de LLA aumentado em aproximadamente 17 vezes (P <0,001, OR= 17,797, IC= 5,55 – 57,016). Ademais, foi observado um efeito protetor ao desenvolvimento de LLA associado ao genótipo homozigoto selvagem do polimorfismo rs2505901 do gene MIR938. Nossos resultadosevidenciam que os polimorfismos genéticos presentes em moléculas regulatórias, como os microRNAs e genes envolvidos na sua síntese, são importantes na regulação do risco de desenvolver LLA na população estudada. Esperamos que os resultados encontrados no presente trabalho ajudem na compreensão mais ampla da etiologia da LLA.

  • NICOLLE LOUISE FERREIRA BARROS
  • AVALIAÇÕES IN SILICO E IN VITRO DE CISTATINAS DE PIMENTEIRA-DO-REINO E MANDIOCA

  • Data: 27/03/2020
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  • A pimenteira–do–reino (Piper nigrum L.) é uma espécie vegetal pertencente à família Piperaceae, clado Magnoliidae. O fruto origina, entre outras, a pimenta preta ou pimenta–do–reino, produto de lavoura permanente com o segundo maior valor de produção no Estado do Pará, o qual é o segundo maior produtor nacional dessa commodity. As proteínas fitocistatinas são inibidores de cisteíno proteases e cooperam para tolerância das plantas aos estresses bióticos provocados por insetos, fungos, bactérias, oomicetos ou vírus e aos abióticos como estresse salino, seca e oxidativo. Embora a P. nigrum possua relevância econômica, são poucos os estudos envolvendo cistatinas nessa espécie, dentre eles os que identificaram um gene de um inibidor de cisteíno protease diferencialmente expresso durante a interação da P. nigrum com o Fusarium solani f. sp. piperis. Esse fungo é o agente causador da fusariose, doença que compromete fortemente a produtividade dessa cultura, principalmente na região amazônica. Posteriormente, foram realizados o isolamento e caracterização de quatro sequências de cDNA de cistatinas (PnCPI-1 a PnCPI-4) obtidas a partir do RNA total de raízes de pimenteira–do–reino infectadas pelo F. solani. A PnCPI1 foi expressa em sistema bacteriano e a proteína purificada teve a atividade inibitória contra papaína avaliada e constatada in vitro. A partir do advento de ferramentas computacionais cada vez mais diversificadas e aprimoradas, análises in silico vêm sendo frequentemente acionadas como alternativa para a obtenção de insights acerca de processos biológicos. Por conta disso, o presente estudo propôs uma estrutura tridimensional para esse inibidor via modelagem por homologia, ratificou a interação PnCPI-1─papaína in silico com auxílio da dinâmica molecular e identificou UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR resíduos potencialmente substanciais para a interação mediante ancoramento molecular e cálculos de energia. 4. TÍTULO, RESUMO E PALAVRAS-CHAVES EM

  • LEANDRO LOPES DE MAGALHÃES
  • RNAs CIRCULARES COMO UMA NOVA CLASSE DE REGULADORES DA EXPRESSÃO GÊNICA: UM ESTUDO SOBRE O CÂNCER DE MAMA

  • Data: 26/03/2020
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  • O câncer de mama é um dos tipos de câncer que mais afeta mulheres no mundo e é uma doença complexa ocasionada por sucessivas alterações moleculares, dentre elas o desbalanço da expressão de RNAs regulatórios. RNAs circulares (circRNAs) são uma classe de RNAs não codificantes regulatórios que têm suas extremidades 5’e 3’ covalentemente unidas. Suas funções biológicas ainda não são inteiramente compreendidas mas sabe-se que eles podem atuar como esponjas de microRNAs (miRNAs) ou substrato de proteínas que se ligam a RNAs (RBPs). O perfil de expressão desregulado de circRNAs já foi identificado de forma geral no câncer de mama, no entanto seus subtipos moleculares ainda não foram devidamente caracterizados. O capítulo I desta tese buscou caracterizar o perfil de expressão global de circRNAs no câncer de mama tripo negativo (TNBC), encontrar potenciais biomarcadores e identificar suas possíveis funções ao agir como esponjas de miRNAs. De 4256 circRNAs identificados, o hsa_circ_0072309 mostrou-se como um bom possível biomarcador de risco e se agir como esponja de miRNAs, encontra-se atuando em vias como a WNT independente de ß-catenina, altamente relacionada com metástase e prognóstico desfavorável de pacientes. A participação de circRNAs no processo metastático já foi descrita com estes esponjando miRNAs, mas a interação circRNAs-RBPs ainda não foi investigada neste mecanismo. No capítulo II, nós investigamos a possível relação que RNAs circulares e RBPs teriam no processo metastático ao analisar o tumor primário e os principais sítios de metástase do câncer de mama (cérebro, fígado, medula óssea e pulmão). Nos cinco tecidos estudados, os hsa_circ_0006109, circ_0005455, circ_0008720, circ_0002132 e circ_0004422 foram encontrados interagindo com RBPs e o enriquecimento funcional revelou que os circRNAs-RBPs estão participando da via de sinalização do FGFR/2, relacionada à indução da transição epitélio-mesenquimal e metástase. Adicionalmente, identificamos que circRNAs-RBPs participam em vias da biogênese e mecanismo de ação de miRNAs. Os resultados apresentados nesta tese sugerem os circRNAs como importantes reguladores, diretos ou indiretos, da expressão gênica e que alterações em seu perfil de expressão característico pode promover metástase por vias diferentes em subtipos mais agressivos do câncer de mama.

  • FABRICIO ALMEIDA ARAUJO
  • GENÔMICA COMPARATIVA DO BÚFALO BRASILEIRO

  • Data: 25/03/2020
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  • As tecnologias de sequenciamento de alto rendimento são um marco nas pesquisas das áreas ômicas. Em Genômica Comparativa, os dados produzidos por essas tecnologias podem ser usados em diversos tipos de análises, como as análises pangenômicas, que tem como objetivo a comparação do repertório gênico de vários organismos de uma mesma espécie ou gênero. Após a análise pangenômica, assim como em outros tipos de análises, é desejado que os resultados sejam caracterizados, no sentido de extrair um significado biológico desses resultados. Essa caracterização é comumente feita pela anotação funcional dos dados. Entretanto, devido a imensa quantidade de dados disponíveis em bancos de dados biológicos, todo o processo de análise pode ser muito trabalho e demorado. Nesse sentido, tornou-se necessário o desenvolvimento de ferramentas computacionais que possam ajudar os pesquisadores em suas análises. Assim, nesse trabalho foi desenvolvido uma suíte de programas para análise pangenômica, tanto para genomas completos quanto incompletos, e, também, para anotação funcional de dados, denominados PanWeb, Pan4Draft e GO FEAT.

  • ANDRYO ORFI DE ALMADA VILHENA
  • INVESTIGAÇÃO IN VITRO DO POTENCIAL CITOTÓXICO, GENOTÓXICO E MUTAGÊNICO DO VERDE MALAQUITA (C23H25CIN2)

  • Data: 13/03/2020
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  • O verde malaquita (VM) é um corante catiônico da família dos triarilmetanos amplamente
    utilizado na indústria têxtil. Devido suas versatilidades físico-químicas é empregado em processos
    químicos e na aquicultura para o tratamento de parasitas. Ademais foi identificada a presença de
    VM em pescado e em alimentos industrializados destinados ao consumo humano. O presente
    estudo tem como objetivo avaliar o perfil citotóxico e genotóxico do VM em quatro linhagens
    celulares: ACP02, L929, MNP01 e MRC-5. Para tal, utilizaram-se os testes MTT para avaliação de
    atividade citotóxica em concentrações de 0.1μM a 100μM a fim de definir concentrações subletais
    baseadas na IC50; o teste de coloração diferencial com Brometo de Etídio e Laranja de Acridina
    (BE/LA) para identificar o tipo de morte celular causado pelo VM; o teste de micronúcleo (MN) e
    ensaio cometa para avaliação de genotoxicidade. Foi observado um padrão citotóxico dosedependente
    nas concentrações acima de 1μM para todas as linhagens e tempos testados, assim,
    MRC-5 é mais sensível que L929, MNP01 e ACP02, respectivamente. No ensaio BE/LA se
    identificou que em altas concentrações o VM causa necrose de células, provavelmente devido à
    degradação da membrana por peroxidação lipídica, o que pode estar associado, também, com a
    indução de apoptose em baixas concentrações. Com relação ao perfil genotóxico, o VM aumentou
    a frequência de micronúcleos, brotos e pontes, que são marcadores celulares relacionados a
    tumorigênese e carcinogênese, corroborando dados da literatura. O VM também apresentou padrão
    dose-dependente no que tange o índice de fragmentação de DNA, o que se pode relacionar com a diminuição da viabilidade celular devido a danos genômicos irreparáveis, que levam as células a morte. Considerando os resultados obtidos, o manuseio do VM deve ser feito com extrema cautela e a presença desta substância em alimentos completamente erradicada.

  • PAULO VICTOR DE MORAES FERREIRA
  • O USO DE BAC-FISH REVELA A EXISTÊNCIA DE REARRANJOS CROMOSSÔMICOS EM Charadius collaris vieillot, 1818 (AVES, CHARADRIIFORMES) 

  • Data: 12/03/2020
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  • Charadriidae é uma das famílias mais especiosas dentro da ordem Charadriiformes. Atualmente dividida em duas subfamílias (Vanelinae e Charadriinae), apresenta 142 espécies distribuídas entre 11 gêneros. O gênero Charadrius contém 74 espécies validas, sendo o gênero com o maior número de espécies da família Charadriidae, com dados citogenéticos disponíveis para somente 5 espécies: Charadrius hiaticula, Charadrius dubius, Charadrius vociferou, Charadrius alexandrinus alexandrinus e Charadrius collaris (CCO), com 2n variando de 76-78 cromossomos; somente CCO foi estudado com técnica de citogenética molecular. Dessa forma, nós investigamos as relações de correspondência cromossômica dentro do cariótipo de Charadrius collaris por meio de sondas construídas a partir de BACs (Bacterial Artificial Chromossome) seguida de comparação com dados de ZOO-FISH da literatura. Foram testadas um total de 121 sondas da biblioteca de BACs de Gallus gallus (GGA) e Teaniopygia guttata (TGU), das quais 83 referentes a macrocromossomos (1-8 e Z) e 38 de microcromossomos 9-28 exceto o par 16. Nossos resultados apontaram que 27 das sondas referentes a macrocromossomos demonstraram homeologia aparente e dentre elas, 3 apresentaram rearranjos do tipo inversão cromossômica, sendo 2 no CCO1 e 1 no CCO4; uma sonda apresentou marcação em dois pares de microcromossomos, as demais permaneceram com o status de posição conservada. Entre as sondas referentes a microcromossomos somente 5 não apresentaram alguma marcação aparente. As demais sondas mantiveram sua posição conservada, demonstrando alto grau de conservação do DNA presente nos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR microcromossomos em aves. Muitos estudos de ZOO-FISH apontam para um grande grau de conservação dos cromossomos de 1-9 em aves, tanto em conteúdo genético quanto em morfologia. Neste trabalho nós demonstramos que existem rearranjos que necessitam de uma ferramenta de análise mais sensível para a aferição de mudanças na estrutura dos cromossomos, como foi observado nas análises comparativas entre GGA, TGU e CCO após os experimentos com a técnica de BAC-FISH. Inferimos que esses rearranjos, observados no CCO1 e 4, podem ser compartilhados entre as espécies do gênero Charadrius devido à alta conservação do 2n e morfologia cromossômica entre as espécies já estudas citogeneticamente na literatura. Porém são necessários mais estudos para melhor compreensão. 4. TÍTULO, RESUMO E PALAVRAS-CHAVES EM INGLÊS (*)

  • PAOLA FABIANA FAZZI GOMES
  • ABORDAGEM GENÔMICA APLICADA À CONSERVAÇÃO, CULTIVO E MANEJO SUSTENTÁVEL DO PEIXE SÍMBOLO DA AMAZÔNIA

  • Data: 28/02/2020
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  • O peixe símbolo da Amazônia, Arapaima gigas, em virtude da exploração pesqueira desordenada corre risco de extinção. Muitas razões têm contribuído para o agravamento dessa ameaça, entre elas chama-se atenção para a deficiência de informações genéticas quanto à estrutura e status taxonômico, assim como ferramentas acuradas para avaliação da efetividade dos programas vigentes de manejo e fiscalização. Dessa forma, a presente tese teve como objetivo desenvolver e validar um painel multiplex de marcadores microssatélites aplicado à conservação, cultivo e manejo sustentável do A. gigas. Com base no genoma completo da espécie disponível no banco de dados NCBI (ID: 12404) foram rastreados 95,098 locus únicos de microssatélites, os quais tiveram seus primers propostos em um amplo painel potencialmente amplificavél. A partir deste painel, foi validado um sistema de genotipagem multiplex contendo 12 marcadores microssatélites tetranucleotídicos, com alto poder combinado de discriminação e de exclusão. Adicionalmente, investigamos a diversidade genética de sete populações selvagens e cultivadas do A. gigas, e o potencial dos 12 marcadores microssatélites para rastreamento genético individual e populacional. Nossos dados revelam baixa diversidade genética nas sete populações analisadas, com perda de diversidade e alta endogamia nas cultivadas, quando comparadas com as selvagens. As sete populações estão estruturadas em dois clusters, com populações selvagens compondo um único cluster, apesar da população mais ao leste da bacia amazônica apresentar sinais de diferenciação genética. Logo, estes dados reforçam a importância de medidas de controle da pesca como elaboração de uma normativa nacional para gestão da espécie ao longo de toda bacia Amazônica. Constatamos que o rastreamento genético apresentou melhor desempenho a nível populacional de identificação. O sistema de genotipagem proposto visa atender a necessidade crescente de ferramentas moleculares confiáveis, rápidas e com baixo custo. O painel está apto à aplicação direta relacionada a aspectos legais do comércio da espécie, como discriminação da origem dos peixes, implantação de manejo genético reprodutivo a partir da identificação de perfis de DNA, e avaliação e monitoramento da diversidade genética. 

  • GLEYCE FONSECA CABRAL
  • EXPRESSÃO GLOBAL DE piRNAs EM LINHAGENS DE CÂNCER GÁSTRICO COM DEPLEÇÃO DO GENE P1W1L1

  • Data: 22/02/2020
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  • O câncer gástrico (CG) é um grave problema de saúde pública, sendo uma das principais causas de morte por câncer. Com foco principal no aprimoramento e desenvolvimento de novas estratégias de prevenção e acompanhamento de pacientes, pesquisas translacionais sugerem inúmeras vantagens na aplicação clínica de biomarcadores moleculares do CG. Nesse contexto, destacam-se os piRNAs, moléculas de RNAs não-codificantes que, em conjunto com proteínas Piwi, podem desempenhar papéis importantes na progressão do CG. Com o objetivo de avaliar potenciais impactos do knockout do gene PIWIL1 em linhagens de CG, neste estudo, avaliamos o perfil de expressão de piRNAs em linhagens celulares AGP01, com e sem a depleção do gene PIWIL1, que codifica uma das proteínas Piwi humanas, a Piwi-like 1. Também realizamos a predição funcional dos piRNAs expressos em ambas as linhagens celulares (controle e knockout), visando identificar seus potenciais genes-alvo para compreender em quais vias os piRNAs podem atuar e como essas moléculas podem contribuir para a progressão do CG. Nossos resultados revelaram 39 isoformas e 30 famílias de piRNAs expressas em ambas as linhagens. Ademais, identificamos 5 isoformas e 7 famílias de piRNAs expressos apenas após o silenciamento do gene PIWIL1, além de 8 isoformas e 7 famílias de piRNAs expressos unicamente na linhagem controle. Resultados da predição funcional sugerem que os piRNAs podem regular genes envolvidos em vias de sinalização importantes, como as vias MAPK, PI3K/Akt, Wnt, TGF-b e Sonic Hedgehog. Essas vias estão relacionadas aos processos de proliferação celular, plasticidade tumoral, invasão de tecidos e migração celular. Consequentemente, a desregulação dessas vias foi associada à transformação maligna, à quimioresistência e à metástase. A lista de potenciais genes-alvo inclui ainda o gene PIK3CA, um gene driver do CG, e genes associados à resposta antitumoral, o que indica que a desregulação de piRNAs pode estar envolvida na evasão da resposta imune em células de CG. Uma vez validados, nossos resultados podem ter aplicabilidade clínica, no acompanhamento de pacientes com CG, auxiliando na identificação de indivíduos em risco de desenvolver metástases. Ademais, os piRNAs podem ter utilidade como biomarcadores para acompanhamento da resposta imune, além de poderem ser utilizados para a descoberta de novas terapias anticâncer. Em suma, nossos resultados sugerem novas perspectivas quanto ao papel funcional dos piRNAs, mostrando que, in vitro, os piRNAs podem atuar em vias importantes para a progressão do CG. Diante disso, pesquisas envolvendo piRNAs podem revelar potenciais novos biomarcadores e possíveis alvos terapêuticos.

2019
Descrição
  • ODENISE DO SOCORRO ALVES BALIEIRO
  • ANÁLISE COMPUTACIONAL DE RETROTRANSPOSONS LINE-1 EM PRIMATAS

  • Data: 13/12/2019
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  • Cerca de 50% do genoma dos vertebrados é constituído por transposons, que são elementos capazes de se movimentar de uma região para no mesmo genoma. Dentre esses, destacam-se os LINEs (Elementos Nucleares Longos Intercalados), também chamados de Line-1 ou L1, que compõem cerca de 20% do genoma dos primatas. Um Line-1 completo possui cerca de seis mil pares de bases de tamanho, e é composto por duas regiões flanqueadoras UTR (5’e 3’) não traduzidas, e duas ORFs que codificam 346 aminoácidos (ORF1) e 1278 aminoácidos (ORF2), respectivamente, para compor proteínas envolvidas no processo de transposição. Dado o interesse de se conhecer melhor o papel dos LINEs na evolução dos primatas, o presente estudo foi delineado para filtrar LINEs e analisar a sua estrutura, a partir de grandes bases de dados genômicas. A base de dados escolhida foi a do Consorcio Enciclopédia de DNA (ENCODE), uma colaboração internacional de grupos de pesquisa financiados pelo National Human Genome Research Institute (NHGRI). Este trabalho consistiu em usar um conjunto de plataformas de bioinformática existentes, e também Scripts desenvolvidos especificamente para este estudo, para filtrar, armazenar, e analisar a estrutura de Line-1 completos em primatas do Velho Mundo e do Novo Mundo. Foram manuseados 10 táxons, e um total de 353,8 milhões de pares de bases, de 42 diferentes ENCODES. A estratégia de análise foi eficiente para isolar os LINEs de cada ENCODE, e ao final pode-se constatar que na grande maioria dos táxons analisados os segmentos Line-1 do genoma dos primatas estão fragmentados, ou, se completos, possuem nas ORFs mutações de parada (stop códons) que inativam esses transposons. 

  • ALLEX PESTANA COSTA
  • PADRÕES DE METILAÇÃO DO GENE FMR1 COM MUTAÇÃO COMPLETA EM PACIENTES MASCULINOS COM SÍNDROME DO X FRÁGIL

  • Data: 04/12/2019
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  • A Síndrome do X Frágil (SXF) é a causa genética mais comum de Deficiência Intelectual (DI) de caráter hereditário. A SXF é decorrente de alterações na expressão do gene FMR1, situado no cromossomo X, cuja principal causa é a expansão de trinucleotídeos CGG, localizada na região não transcrita 5’ próxima ao promotor do gene. Baseando-se no número de repetições, é possível determinar quatro tipos de alelos: normal (4-44 repetições), intermediário (45-54), pré-mutação (55-200) e mutação completa (>200). Nos pacientes que apresentam a mutação completa, ocorre uma diminuição ou ausência da expressão do gene FMR1. O diagnóstico da SXF é realizado por meio de análises da reação em cadeia da polimerase (PCR), que mimetiza o número de repetições do alelo, em conjunto com a análise do perfil de metilação da região promotora do referido gene. Dessa forma, considerando que a etiologia da SXF decorre de um silenciamento epigenético do locus e consequente perda da proteína FMRP, este trabalho teve como objetivo verificar o perfil de metilação de pacientes masculinos com mutação completa, encaminhados ao Laboratório de Erros Inatos do Metabolismo. A triagem clínica dos pacientes foi inicialmente realizada pela equipe médica geneticista na Unidade Hospitalar Bettina Ferro de Souza (UFPA). Posteriormente, a genotipagem do polimorfismo do gene FMR1 (pela análise de repetições CGG) foi feita através de TP-PCR e PCR de alta resolução, e por último, foi realizado MS-MLPA para determinar alterações do número de cópias e o perfil de metilação do gene FMR1 dos pacientes com mutação completa para a SXF. Foram genotipados 91 pacientes do sexo masculino, dos quais seis pacientes foram selecionados para a posterior realização do teste de metilação. Todos apresentaram perfil indicativo de hipermetilação da região promotora do gene FMR1. Este é o primeiro trabalho utilizando a técnica de MS-MLPA no Estado do Pará para detecção do status de metilação do gene FMR1 contribuindo para o diagnóstico, na elucidação de casos de SXF e auxiliando no processo de aconselhamento genético para a prevenção DI hereditária.

    Palavras chave: Síndrome do X Frágil, deficiência intelectual, metilação, MS-MLPA, gene FMR1.

  • ALYNE CRISTINA SODRÉ LIMA
  • CORYNEBACTERIUM: ABORDAGEM GENÔMICA, RELÓGIO MOLECULAR E SURGIMENTO DA PATOGENICIDADE

  • Data: 30/10/2019
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  • Emummesmogêneropodemosidentificarmicro-organismoscomcapacidade
    patogênicaounão,compoucainformaçãorelacionadaaoperíodotemporalde
    surgimentoda patogenicidade, como é o caso do gênero Corynebacterium.Aespécie
    não patogênica com maior relevância Corynebacterium glutmicum degrande
    importância naprodução de aminoácidos, e as patogênicas sendo Corynebacterium
    diphtheriae produtora de toxina diftérica, eCorynebacteriumpseudotuberculosis
    principal agentecausadorde linfadenitecaseosa.Há umacarênciatantode dados
    epidemiológicosquantodeestudospublicadosnoestadodoParánoquedizrespeitoao
    cenário da C. pseudotuberculosis naregiãoNorte.Destaforma,objetivou-secomeste
    estudo inicialmente realizar o sequenciamento e análise do genoma da cepa Cp05 de C.
    pseudotuberculosis, além de incluir este e outros exemplares de isolados pertencentes
    ao gênero Corynebacterium,comoobjetivodeidentificarquaiseventosgenômicos
    estão relacionados aosurgimentoda patogenicidade de Corynebacterium
    pseudotuberculosis de maneira a explorar a plasticidade genômica dentro deste gênero.
    Para a divulgação do genoma da C. pseudotuberculosisPA05utilizou-setestes
    microbiológicos,molecularesebioquímicos.Foramanalisados64genomasde
    diferentes espécies do gênero Corynebacterium e mais os genomas da Mycobacterium
    tuberculosis H37Rv, Nocardia sp. Y18 e Rhodococcus jostii RHA1 como outgroups,
    para análise filogenética e de relógio molecular. Utilizando os genes dnaA, dnaK, gyrb,
    recA, rpoB e o 16S rRNA, Para análise de genômica comparativa utilizou-se três
    espécies: C.pseudotuberculosis, C.diphtheriaee C. glutamicum. Estes genomas
    tiveram os genes ortólogos calculados no PGAP v.1.2.1, e os genes espécies específicos,
    foram analisados no softwareBlast2GO v.5.0 paradeterminar compartimentos
    celulares,funções moleculares eprocessos biológicos. Paradeterminar difereas entre
    as características gemicas foram comparadas as análises de variância (p<0,05):
    tamanho do genoma, número degenes, densidadenica. Naárvorefilogetica
    bayesianaobtidaas espécies patogênicasC. pseudotuberculosis, C. diphtheriaee C.
    ulceransagruparam-se. Um segundo agrupamento deespécies patogênicas foi formado
    por C. kutscheri, C.matruchotiie C.mustelae, próximo ao clado deC.
    pseudotuberculosis. C. glutamicum formou um clado o patogênico que inclui C.
    crubilactis, C. allunae, C. desertie C. efficiens. C.glutamicumfoi uma das espécies o
    patogênicas mais intimamente relacionadas às espécies patogênicas do clado de C.
    pseudotuberculosis. Divergências entre espécies de Corynebacterium foram observadas,
    a cada5.000anosnopassado,além dasprimeirasespéciesdestegênero serbactérias de
    vidalivreesofreramadaptaçãoaosdiferenteshospedeiros.Arealizaçãodasanálises
    genômicas comparativas nas três espécies de Corynebacteriumpermitiuum
    entendimentosobreaevoluçãogenômicadascorinebactériaspatogênicas,diantedo
    compartilhamentode911genesdeortólogos.Aobtençãodasequênciaproteicados
    geneseaanálisedessassequênciasapresentaramosprincipaistermosdeontologia
    gênica, que foram processo de reduçãodaoxidação; LigaçãodeATPeDNA;
    componenteintegral damembrana.Sequenciamento denovas cepas énecessário,pois
    commaisexemplaresmelhoréoentendimentodaevoluçãodestegênero,melhoro
    entendimento dapatogenicidade C. pseudotuberculosis,queaquipodeserconfirmada
    evolutivamenteassociadaadomesticidadeanimal,reduçãodetamanhodegenomae
    priorização de genes essenciais paramanutenção de vida da célula.
  • MARCOS VINÍCIUS REIS CONCEIÇÃO
  • Análise da microbiota gastrointestinal de ostras (Crassostrea gasar) provenientes de um estuário no nordeste do estado do Pará: Uma abordagem através do gene rDNA 16s.

  • Data: 29/10/2019
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  • As ostras são moluscos bivalves que se alimentam através um processo de filtração, tendo como base partículas suspensas na água, sendo estas microalgas, bactérias, fitoplânctons, microzooplânctons e matéria orgânica dissolvida. Esses moluscos ocorrem naturalmente em estuários do litoral brasileiro, onde no nordeste do estado do Pará é comum o cultivo da espécie Crassostrea gasar. Devido ao processo de alimentação por filtração, a colonização bacteriana do intestino da ostra está relacionada ao ambiente em que habitam e a microbiota gastrointestinal de C. gasar ainda não foi elucidada. Neste estudo, buscamos descrever a diversidade bacteriana da microbiota intestinal de ostras C. gasar durante a estação chuvosa e a estação seca. Para isso, foram coletadas ostras de um ponto de cultura na vila de Lauro Sodré, em Curuçá, região nordeste do estado do Pará, em outubro de 2018 (estação seca) e abril de 2019 (estação chuvosa). O DNA extraído do estômago, intestino e glândulas digestivas foi usado como molde para a amplificação do rDNA 16s utilizando primers universais, e para sequenciamento utilizamos a tecnologia de sequenciamento de nova geração (NGS) através da plataforma Ilumina Miseq. As leituras obtidas a partir do sequenciamento foram processadas e analisadas com USEARCH e MG RAST. Os filos firmicutes, proteobactérias, bacteroidetes e actinobactérias foram os quatro filos mais frequentes na microbiota intestinal da ostra durante a estação seca e chuvosa. As métricas de alfa diversidade mostraram que a diversidade e a riqueza bacterianas foram maiores durante a estação chuvosa em relação a estação seca. Houve variação do número de filos encontrados nas amostras, onde durante a estação chuvosa foram encontrados 25 filos, 4 a mais do que durante a estação seca. Nas ostras de ambas as estações foram encontradas bactérias do gênero Clostridium, algumas espécies deste gênero podem causar botulismo (Clostridium botulinum) e tétano (Clostridium tetani). Os primeiros resultados obtidos neste trabalho são uma grande novidade em relação a ostras cultivadas na região amazônica; eles representam, a nosso conhecimento, a primeira descrição dos perfis de microbiota baseados no gene 16SrDNA da espécie ostra Crassostrea gasar. Os resultados destacam semelhanças e diferenças na composição da microbiota em diferentes épocas do ano, bem como os filos firmicutes, bacteroidetes proteobacteria e actinobacteria como os frequentes na composição da microbiota gastrointestinal de ostras. Os resultados encontrados neste estudo são compatíveis com estudos publicados anteriormente sobre a microbiota de outras espécies de Crassostrea, porém análises futuras baseadas em amostragens temporais e espaciais mais extensas devem ser realizadas; além disso, serão realizadas análises adicionais utilizando diferentes abordagens de bioinformática, a fim de obter mais informações sobre esses dados.

  • ANA CAROLINA FAVACHO MIRANDA
  • ANÁLISE DO PERFIL DE METILAÇÃO DOS GENES P16 E CDHI EM LAVADO PERITONEAL DE PACIENTES COM ADENOCARCIONOMA GÁSTRICO

  • Data: 27/09/2019
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  • O câncer gástrico (CG) é considerado um problema de saúde pública mundial, considerado a quinta causa de morte relacionada ao câncer no mundo. A maioria dos pacientes com CG apresentam-se em estágios avançados da doença, pois as fases iniciais geralmente são assintomáticas e o diagnóstico é tardio. A cirurgia é a principal modalidade de tratamento para CG, nos casos sem metástase. A metástase peritoneal, causada pela semeadura de células tumorais livres do tumor primário, é a principal causa de falhas terapêuticas e prognóstico ruim. O exame de citologia oncótica é o teste padrão-ouro utilizado para detecção destas células tumorais livres em lavados peritoneais. No entanto, este teste possui baixa sensibilidade, apresentando resultados falsos-negativos. Em pacientes com CG o uso de biomarcadores tumorais associado a citologia tornou possível obter maior sensibilidade na detecção precoce de recorrências peritoneais. Nos últimos anos, os marcadores epigenéticos, como a hipermetilação, ganharam popularidade devido ao fato de serem tão comum quanto as alterações genéticas em diversos tipos de câncer, sendo considerado um método eficiente para a determinação de biomarcadores tumorais. Diante disto, este trabalho teve como objetivo analisar o perfil de metilação das regiões promotoras dos genes p16 e CDH1 por sequenciamento de Sanger em lavado peritoneal de pacientes com adenocarcinoma gástrico do Hospital Universitário João de Barros Barreto. Consideramos as amostras com metilação igual ou superior a 20% de seus sítios CpG como hipermetilados. Entre as 47 amostras de lavados peritoneais analisadas, 6 (13%) estavam hipermetiladas na região promotora do gene p16 e 29 (62%) hipermetiladas na região promotora de CDH1. As análises estatísticas feitas pelo teste Exato de Fisher no programa R-Studio não demonstrou significâncias estatísticas entre a hipermetilação de p16 e os fatores clínico-patológicos dos pacientes. A hipermetilação de CDH1 foi significativamente diferente (p = 0,03) entre amostras de pacientes em estágios iniciais de invasividade tumoral (25%) e estágios avançados de invasividade tumoral (72%). Em conclusão, observamos que em nossa população o padrão de metilação de CDH1 analisado a partir de lavados peritoneais poderia ser uma orientação para predição de recorrências peritoneais, visto que este processo está intimamente correlacionado a profundidade de invasão tumoral da parede gástrica.

  • LUCIANA CARVALHO IMBIRIBA
  • ALTERAÇÕES GENÔMICAS QUANTITATIVAS EM SEQUÊNCIAS CODIFICADORAS DE MICRO-RNAS EM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA (LLA) PEDIÁTRICA

  • Data: 03/09/2019
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  • A LLA é um câncer infanto-juvenil com alta incidência mundial, caracterizada por anomalias cromossômicas, numéricas e/ou estruturais, entre outras. Onde muitas dessas alterações sozinhas não induzem leucemia, o que sugere que alterações genéticas submicroscópicas adicionais contribuem para a leucemogênese e o perfil da doença. Além disto, sabe-se que genes regulatórios, como os microRNAs, podem desempenhar papel como silenciadores de genes supressores ou oncogenes. Análises de variação no número de cópias do DNA em LLA, auxiliadas pelas tecnologias de array, tem permitido a identificação de inúmeras alterações, o que pode ajudar a direcionar os estudos para genes importantes sobre a biologia das leucemias. Desta forma, amostras de pacientes com LLA pediátrica foram analisadas por Hibridização Genômica Comparativa em Arranjo (aCGH) com o objetivo de identificar eventuais alterações quantitativas que envolvam microRNAs com possível papel sobre a leucemia. Alterações no número de cópias (CNA) foram detectadas especialmente no cromossomo 6, devido trissomia deste, com consequente ganho de cópias gênicas. Os microRNAs analisados estão relacionados à supressão de oncogenes na LLA – miR-133b, miR-206, miR-30a, miR-362, miR-650 além de outros genes relacionados ao câncer..  Mecanismos subjacentes a biologia das aneuploidias, como o ganho de cópias em genes regulatórios, a exemplo dos microRNAs, podem agir como supressores tumorais na LLA e contribuir parcialmente para o perfil menos severo na alta hiperdiploidia.

     

    Palavras chave: leucemia infantil, microRNAs, CNA, aCGH,

  • TATIANA MAIA DE OLIVEIRA
  • RECEPTORES TOLL-LIKE EM PEIXE (Trichechus sp., Sirenia, Mammalia): ESTRUTURA GÊNICA E EVOLUÇÃO

  • Data: 30/08/2019
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  • Os peixes-boi amazônico (Trichechus inunguis) e marinho (Trichechus manatus) são mamíferos aquáticos vulneráveis à extinção, encontrados na bacia Amazônica e no litoral oeste do Atlântico, da Flórida ao Nordeste do Brasil, respectivamente. Apesar de sua importância para a conservação, poucos estudos são conduzidos com genes de resposta imune. Em relação à resposta imune inata, os receptores Toll-like (TLR) desempenham um papel fundamental no reconhecimento de padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs), com auxílio das regiões de repetições ricas em leucina (LRRs). Dentre essas moléculas, o TLR4 é expresso na membrana celular e reconhece bactérias, enquanto, o TLR8 e TLR13 estão localizados nos endossomos e, predominantemente, dedicados à detecção de vírus. A diversidade dos genes TLR4, TLR8 e TLR13 em peixes-boi marinho e amazônico foram analisadas. A abordagem genômica por PCR utilizou um conjunto de primers projetados para o exon 1 do TLR4 (2.242 pb), um único exon para o TLR8 (3.081 pb) e TLR13 (2.848 pb) para o sequenciamento. Ambas as espécies de peixes-boi apresentaram baixo polimorfismo, embora a maioria dos sete SNPs encontrados no TLR4 e oito identificados no TLR8 tenham sido compartilhados entre as duas espécies. Os dois SNPs observados nos LRRs para o TLR4 e TLR8 que levaram à mudança de aminoácidos foram conservados. Apenas um único sítio no TLR4 e nenhum no TLR8 foram submetidos à seleção positiva. Na verdade, o sítio selecionado positivamente no TLR4 em cetáceos não foram coincidentes com o que foi observado em peixes-boi, que eram muito mais semelhantes ao seu parente mais próximo, o elefante africano. Assim, não houve evidência de evolução convergente entre esses dois clados de mamíferos aquáticos em seus TLR4, cujos ancestrais retornaram à água. Em contrapartida, o TLR13 apresentou-se como pseudogene, no qual códons de parada foram identificados nas sequências nucleotídicas; foram observados também nove SNPs, mas nenhum foi compartilhado entre as duas populações de peixes-boi. Vale ressaltar que a perda funcional do gene TLR13não se limitou apenas aos peixes-boi, sendo observado também no elefante e cetáceos. Portanto, é importante estudar populações adicionais de espécies de peixes-boi e outros genes de TLRs para avaliar se essa baixa variabilidade pode representar uma ameaça para essas vulneráveis populações de peixes-boi.

     

    Palavras-chave: diversidade genética, Sirênios, receptor Toll-like, mamíferos aquáticos.

  • FRANCINILSON MEIRELES COELHO
  • EFEITO DA EXPRESSÃO DA TCTP DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) em Escherichia coli SOB ESTRESSES OSMÓTICO E OXIDATIVO

  • Data: 30/08/2019
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  • A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma das principais culturas de relevância agronômica,
    constituindo também uma das mais importantes fontes de carboidratos e geração de renda
    principalmente em produtos de mesa, como a farinha. Sendo cultivada, em grande parte, pelos países
    da América Latina, África e Ásia. Por outro lado, agravantes ambientais são uma das maiores
    ameaças para a agricultura moderna, pois as condições de estresse podem afetar as estruturas gerais
    das plantas, bem como a fertilidade e a produtividade. Estudos têm demonstrado que a TCTP
    (proteína de tumor controlada traducionalmente) é uma proteína multifuncional altamente
    conservada que pode estar associada a resposta das plantas as variações ambientais. Estudos prévios
    demonstraram que a TCTP da mandioca (MeTCTP) está envolvida na tolerância aos estresses salino
    e térmico. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo principal avaliar o efeito da MeTCTP recombinante em células de Escherichia coli em condições de estresses osmótico e oxidativo,induzidos respectivamente, por polietileno glicol (PEG) e por peróxido de hidrogênio (H2O2). Além disso, foi avaliada a possível regulação da MeTCTP por íons de Ca2 + em condições de estresse osmótico, bem como também o possível efeito dessa proteína sobre a atividade de enzimas antioxidantes (catalase). Verificou-se que a super-expressão da MeTCTP aumentou a tolerância das bactérias aos estresses osmótico e oxidativo. As bactérias foram submetidas ainda ao tratamento com PEG em meio suplementado com cloreto de cálcio, onde os resultados mostraram que o cálcio não potencializou a resposta da MeTCTP ao estresse osmótico. Extratos protéicos totais bacterianos foram obtidos e avaliados em ensaios de atividade de catalase, revelando que a MeTCTP conferiu tolerância ao H2O2 em células bacterianas, mas sem influenciar a atividade dessa enzima antioxidante.

  • KEVIN SANTOS DA SILVA
  • ESTUDO DA DIVERSIDADE CROMOSSÔMICA EM ESPÉCIE DOS GÊNEROS Peckoltia Miranda Riberio, 1912 e Pseudacanthicus Bleeker, 1862 (HYPOSTOMINAE; LORICARIIDAE)

  • Data: 30/08/2019
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  • Loricariidae é uma das famílias mais especiosas da Ordem Siluriformes. Atualmente é dividida em
    seis subfamílias, sendo Hypostominae a mais bem conhecida do ponto de vista citogenético. Os
    gêneros Peckoltia e Pseudacanthicus contém 18 e 8 espécies descritas, respectivamente, além de
    diversas formas não identificadas formalmente devido à grande complexidade sistemática em
    ambos os gêneros. Embora grande parte dos cariótipos conhecidos para espécies de Peckoltia
    apresentem 52 cromossomos, considerável variação na Fórmula Cariotípica, Regiões
    Organizadoras de Nucléolo, Heterocromatina Constitutiva e na localização de genes de rDNA é
    observada entre as espécies citogeneticamente conhecidas. Para o gênero Pseudacanthicus dados
    citogenéticos são inexistentes. Neste trabalho descrevemos novos cariótipos para espécies do
    gênero Peckoltia, fornecemos os primeiros dados cromossômicos para três espécies do gênero
    Pseudacanthicus e discutimos os possíveis mecanismos de diferenciação cromossômica e suas
    implicações citotaxonômicas e evolutivas entre as espécies em cada gênero. Os resultados
    revelaram grande diversidade cariotípica interespecífica nos gêneros Peckoltia e Pseudacanthicus,
    sugerindo que rearranjos dos tipos inversão, translocação, transposição e adição de
    heterocromatina representam importantes eventos ocorridos durante a evolução cariotípica nestes
    grupos de vertebrados.

  • SORAYA SILVA ANDRADE
  • GENOMA, ILHAS DE PATOGENICIDADE E SISTEMA CRISPR-Cas EM Corynebacterium pseudotuberculosis

  • Data: 13/08/2019
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  • O gênero Corynebacterium abriga espécies patogênicas amplamente distribuídas nos mais diversos ecossistemas da biosfera A Corynebacterium pseudotuberculosis é uma bactéria gram-positiva, pertencente à classe das actinobactérias, agente etiológico de doenças que atingem ovinos, caprinos, camelídeos e cavalos. No entanto, infecções em bovinos e humanos são esporádicas e raras. Nos pequenos ruminantes, pode causar a doença linfadenite caseosa (LC) ou “mal do caroço”, uma doença infectocontagiosa, crônica e severa e mundialmente prevalente. Na caprinocultura e na ovinocultura essa doença pode levar a perda de animais, causando um impacto negativo para a economia. O sequenciamento genômico desses organismos têm sido realizados a fim de se melhor compreender os genes envolvidos nos mecanismos de patogenicidade sendo que até então somente os lipídeos tóxicos e a toxina fosfolipase D puderam ser demonstrados serem fatores de virulência. O presente estudo, selecionou uma linhagem, a PA07, biovar ovis, da bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis, coletada da secreção de úbere de ovelha, em um caso no Pará, com a finalidade de conhecer e compreender a maquinaria biológica desse patógeno, especialmente os mecanismos relacionados à virulência, através da análise das bases moleculares de seu genoma e investigar os elementos que dizem respeito à repetições palindrômicas curtas interespaçadas (CRISPR) que estão envolvidas em uma via de interferência, recentemente descoberta que protege células da invasão por bacteriófagos e plasmídeos conjugativos. As sequências CRISPR fornecem um registro hereditário adaptativo de infecções passadas e expressam RNAs CRISPR – pequenos RNAs que têm como alvo, ácidos nucleicos invasivos. Portanto, entender os mecanismos que inibem a recombinação e a transferência de genes, será importante para compreender a evolução dos agentes patogênicos que dependem de fatores de virulência adquiridos pelo mecanismo de transferência horizontal. A elucidação destes mecanismos em conjunto com outros já sequenciados, torna-se uma ferramenta útil e disponível para o desenvolvimento de testes de diagnóstico mais precisos e vacinas eficazes contra a LC. A proposta desse trabalho foi sequenciar e montar o genoma da linhagem cpPA07, identificar ilhas de patogenicidade e caracterizar o sistema CRISPR-Cas. Para a obtenção do genoma utilizou-se a plataforma de seqüenciamento ION Torrent. Os resultados obtidos a partir da predição das ilhas de patogenicidade, confirmaram a presença de fatores já bem conhecidos como provedores da capacidade de virulência para essa bactéria, bem como, revelaram genes de fatores essenciais para manutenção celular que colaboram para tal. Quanto à caracterização do sistema imunoadaptativo CRISPR, esta forneceu indícios de que os biovares, já descritos como determinantes no nível de virulência, também podem ser determinantes na aquisição do sistema de defesa CRISPR em C. pseudotuberculosis.

  • MARIA SILVANIRA RIBEIRO BARBOSA
  • GENOMA E POTENCIAL METABÓLICO DA CIANOBACTÉRIA Cyanobium sp. LEGE 06113 EM CULTIVO NÃO-AXÊNICO

  • Data: 13/08/2019
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  • A importância ecológica das cianobactérias desde os primórdios da vida do planeta é incontestável, principalmente por terem sido as responsáveis pela formação da atmosfera oxigenada atual. Contudo, estudos genômicos desse filo ainda continua sendo pouco explorado. Uma característica das cianobactérias é o fato de viverem em associações com outros organismos, tais como com outros procariotos. Essas associações longamente estabelecidas dificultam o isolamento em laboratório desses microrganismos em cultivos axênicos, sendo que esses esforços resultam em cultivos unicianobacterianos contendo diversas bactérias heterotróficas associadas a uma espécie de cianobactéria. O interesse em compreender os aspectos genômicos de cianobactérias reside na presença de um metabolismo secundário que pode dar origem a produtos naturais com características únicas e potentes bioatividades. Assim, a genômica de cianobactérias envolve abordagens metagenômicas, facilitada pelo avanço de programas de bioinformática. Neste âmbito, o sequenciamento de consórcios microbianos pode ser realizado e genomas individuais obtidos. Organismos do gênero Cyanobium spp. são uma das principais picocianobactérias a constituírem o fitoplâncton de ambientes dulcícolas, embora também esteja presente em ambientes marinhos. Poucos isolados deste gênero foram estudados até então, visto que estudos genômicos relacionados a ecologia foram concentrados no gênero Prochlorococcus. A linhagem Cyanobium sp. LEGE 06113 foi isolada da costa atlântica de Portugal e estudos bioquímicos demonstraram que essa linhagem produz novos compostos químicos, as hierridinas B e C, com atividades anticancerígena e antiplasmodial, sendo a primeira descrição desse produto no gênero. Assim, o objetivo desse trabalho foi obter o genoma da linhagem Cyanobium sp. LEGE 06113 a partir de cultura não-axênica. Após o sequenciamento, a montagem do minimetagenoma foi realizada utilizando pipeline recentemente estabelecido em nosso laboratório para cianobactérias, por meio de cinco montadores diferentes. Uma vez o genoma da LEGE 06113 separado dos dados complexos, este foi submetido a análises genômicas comparativas e a identificação dos prováveis agrupamentos gênicos biossintéticos. O genoma da cianobactéria apresentou oito potenciais agrupamentos gênicos biossintéticos, envolvidos principalmente na biossíntese de bacteriocinas e terpenos. Um provável agrupamento gênico foi identificado como implicado na biossíntese das hierridinas. Diversos genes de resistência a compostos tóxicos (ex. mercúrio) estão presentes no genoma desse organismo, o que mostra que o ambiente aquático de origem pode conter esses tipos de produto. Em conclusão, este trabalho foi relevante para contribuir com a genômica de cianobactérias cocóides, geralmente pouco estudadas quanto ao potencial metabólico, mostrando que embora existam poucos genes biossintéticos, estes podem apresentar características únicas e interessantes para a indústria farmacêutica.

  • ANDRÉ LUIZ ALVES DE SÁ
  • COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE (MHC) DE CLASSE II EM PEIXE-BOI (TRICHECHUS SP.): GENÔMICA COMPARATIVA COM MAMÍFEROS AQUÁTICOS E DIVERSIDADE DO LOCUS DQB

  • Data: 05/08/2019
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  • Viver na água apresenta novos desafios não só na locomoção e alimentação, mas também no combate a patógenos, tornando o sistema imune uma das melhores ferramentas que os mamíferos aquáticos possuem para lidar com ameaças embaixo d’água. Até então, apenas os cetáceos tiveram a estrutura do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) caracterizada, apesar da importância dos genes de MHC para as respostas imunes adaptativas. Diversos estudos relataram o polimorfismo no MHC em pinípedes e cetáceos, porém não há relatos acerca da diversidade adaptativa em peixe-boi. Este trabalho objetiva caracterizar a organização do MHC de Classe II de mamíferos aquáticos e caracterizar o polimorfismo do gene DQB em populações de peixes-boi. Sequências de Classe II foram localizadas e reanotadas nos genomas de um sirênio, quatro pinípedes e oito cetáceos utilizando o BLAST. Scaffolds com sequencias de Classe II foram comparados usando análise de dotplot e os íntrons usados para análise filogenética. Amostras de sangue foram coletadas de peixes-boi do Brasil, Flórida e Belize e o DNA foi extraído para amplificação do éxon 2 de DQB. Foi observado que a região de Classe II compartilha a sintenia geral dos demais mamíferos, porém a maioria dos loci DR foi translocada da localização canônica, após a região de Classe II estendida. Análise detalhada revelou que essa provável translocação é compartilhada com todos os afrotérios analisados. Outros rearranjos cromossômicos prováveis em afrotérios foram a deleção de DQ em Afrosoricida e deleção de DP em E. telfairi. Os pinípedes compartilham as principais características do MHC de cachorro: ausência de par de genes funcionais de DP e possuem um locus DRB invertido entre DQ e DO. Todos os cetáceos compartilham a inversão dos Cetartiodactyla separando os genes em duas sub-regiões: Classe IIa com genes DR e DQ, e IIb, com genes não-clássicos e um pseudogene de DRB. A análise do polimorfismo de DQB revelou a ocorrência de 11 e 6 alelos em Trichechus inunguis e T. manatus, respectivamente. Os genes estão evoluindo por seleção positiva, evidenciado pela elevada proporção de substituições não-sinônimas comparadas às sinônimas. Diversos resíduos demonstram sinais de seleção positiva/diversificadora e um resíduo parece estar sendo selecionada negativamente. Ambas espécies compartilham três alelos – sendo um caso de polimorfismo trans-específico. Estes resultados indicam três organizações distintas e inéditas nos mamíferos aquáticos: uma canônica porém sem genes DP em pinípedes; uma com uma inversão seperando sub-regiões IIa e IIb sem genes DP em cetáceos; e uma com uma translocação separando a maioria dos genes DR do resto do MHC encontrado em afrotérios e prováveis genes DR, DQ e DP funcionais. Este relato é consistente com relatos prévios usando marcadores neutros que revelaram uma maior diversidade genética em T. inunguis comparado com T. manatus. Porém, a ocorrência de múltiplos alelos de DQB em ambas as espécies sugere a manutenção de diversidade adaptativa. Futuros estudos funcionais irão revelar como esses mamíferos aquáticos lidam com as pressões de patógenos com suas diferentes organizações e diversidades de MHC.

  • ALEX RANIERI JERÔNIMO LIMA
  • ANÁLISE E MINERAÇÃO GENÔMICA DAS LINHAGENS LIMNOTHRIX SP. CACIAM 69d UTILIZANDO UM PIPELINE PARA OBTENÇÃO DE GENOMAS CIANOBACTERIANOS LIVRES DE CONTAMINAÇÃO


  • Data: 16/07/2019
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  • As cianobactérias constituem um grupo singular de bactérias com capacidade para ocupar diversos nichos ecológicos demonstrando uma vasta diversidade metabólica, fisiológica e morfológica. Com o avanço da computação, do surgimento de sequenciadores de DNA mais modernos e com a propulsão das áreas “ômicas”, a genômica se tornou importante para a bioprospecção de produtos naturais metabolizados pelas cianobactérias, criando-se o conceito da mineração genômica. Neste cenário de exploração, o ecossistema amazônico é conhecido por apresentar uma vasta biodiversidade, ainda pouco conhecida, principalmente em nível de microrganismos. Entretanto, até o momento, a análise genômica de cianobactérias isoladas de ambientes amazônicos é escassa. Adicionalmente, as cianobactérias costumam formar relações mutualísticas com outras bactérias, dificultando a obtenção de culturas axênicas e o processo de montagem dos genomas. Assim, torna-se necessária uma abordagem metagenômica, conhecida como binning, para a montagem dos genomas de cianobactérias. Uma recente avaliação da qualidade dos genomas de 440 genomas de cianobactérias constatou que 230 genomas (aproximadamente 52%) possuem algum tipo de contaminação. O presente estudo analisou duas linhagens de cianobactérias amazônicas da Coleção Amazônica de Cianobactérias e Microalgas (CACIAM) mantida pelo Laboratório de Tecnologia Biomolecular (LTB) da UFPA, propondo um pipeline para recuperar genomas livres de sequências contaminantes. Este trabalho apresenta o primeiro genoma de uma cianobactéria do gênero Alkalinema e a primeira análise genômica comparativa de cianobactéria do gênero Limnothrix. Para a linhagem Alkalinema sp. CACIAM 70d, foram detectados 91 genes que fazem parte da classe biossintetizante de metabólitos secundários, ampliando o conhecimento sobre este novo gênero. A análise genômica comparativa de cianobactérias do gênero Limnothrix destacou genes únicos para cada linhagem e revelou as características gerais do seu metabolismo, além de permitir levantar inconsistências na classificação taxonômica deste gênero. 

  • LOUISE NEIVA PEREZ
  • Análise dos mecanismos moleculares da degeneração ocular em Phreatobius cisternarum, modelo emergente para estudos de Evo-Devo

  • Data: 15/07/2019
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  • Adaptações a condições de baixa luminosidade são observadas em diversos grupos de animais, um exemplo destas adaptações é observado em peixes que habitam cavernas ou lençóis freáticos. Esses peixes possuem características troglomórficas, que são caracterizadas por alterações morfológicas que incluem perdas ou ganhos de estruturas que fazem parte do repertório de percepção da luminosidade. Alguns peixes apresentam perda total ou parcial dos olhos e de pigmentação corporal, um exemplo são os peixes de lençol freático e caverna dos gêneros (Phreatichthys, Astyanax e Sinocyclocheilus). Estes peixes apresentam distintos mecanismos que culminam com a degeneração ocular e perda de pigmentos. O peixe subterrâneo Phreatobius cisternarum, é comumente encontrado em lençóis freáticos da Bacia Amazônica e representa um interessante modelo para estudo de adaptações a ambientes de pouca luminosidade por apresentar características troglomórficas e de miniaturização. Peixes desta espécie apresentam redução dos olhos e ausência de pigmentação. Este trabalho investigou os mecanismos moleculares relacionados à redução das estruturas oculares em P. cisternarum. Utilizando sequenciamento de RNA (RNA-seq), identificamos a expressão de genes do desenvolvimento ocular, de manutenção da retina e do cristalino. Observamos que alguns dos genes previamente identificados em Astyanax com expressão reduzida ou ausente são expressos em P. cisternarum, sugerindo que as adaptações a ambientes de baixa luminosidade podem ter utilizado diferentes mecanismos de redução ocular.

  • ANDREI SANTOS SIQUEIRA
  • ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTIVIRAL DA SCYTOVIRINA E PROSPECÇÃO DE NOVAS LECTINAS ANTIVIRAIS EM CIANOBACTÉRIAS AMAZÔNICAS ATRAVÉS DE ABORDAGENS IN SILICO

  • Data: 25/06/2019
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  • Lectinas são proteínas de origem não imune, que reconhecem e se ligam a domínios de glicoconjugados. Algumas delas bloqueiam a ligação de glicoproteínas virais com receptores da célula hospedeira, agindo como agentes antivirais. A scytovirina é uma lectina isolada da cianobactéria Scytonema varium e atua contra o HIV, SARS coronavírus e vírus ebola. Ela possui 95 resíduos de aminoácidos divididos em dois domínios estruturais (SD1 e SD2). Neste estudo, foram realizadas simulações de Dinâmica Molecular (DM) da scytovirina complexada ao carboidrato presente no HIV (Man4) e ao presente na glicoproteína E do DENV (Man3). Foram realizadas simulações com a proteína completa e com a proteína parcial, empregando apenas o domíno SD1 ou SD2, separadamente. Além disso, também foi feita uma investigação genômica em 7 linhagens da Coleção Amazônica de Cianobactérias e Microalgas (CACIAM) em busca de novas lectinas com propriedades antivirais. Todos os cálculos de energia livre de ligação mostraram interações favoráveis do carboidrato do DENV com a scytovirina e os valores foram similares aos da ligação da scytovirina com a gp120 do HIV (-32.20 kcal/mol). Também foi gerado o mutante G48R com melhor afidade pelo vírus da dengue (-34.10 kcal/mol) quando comparado com a proteína selvagem (-27.15 kcal/mol). Na investigação genômica, foram encontradas 75 sequências únicas que apresentaram um ou mais domínios de lectinas nos genomas das 7 linhagens. A maioria dessas sequências estava anotada como proteínas hipotéticas. As linhagens Nostoc sp. CACIAM 19 e Tolypothrix sp. CACIAM 22 apresentaram homólogos de cianovirina-N, cuja função foi confirmada por modelagem molecular e cálculos de energia livre de ligação. Os resíduos Asn, Glu, Thr, Lys, Leu, e Gly presentes no sítio de ligação da cianovirina foram encontrados nos dois modelos. Finalmente, a linhagems Alkalinema sp. CACIAM 70d apresentou uma sequência identificada como uma estrutura seven-bladed beta-propeller que possui sítios de ligação para o ácido siálico e N-acetilglicosamina. Apesar de sua estrutura única, as análises sugerem se tratar de uma possível nova lectina antiviral. Diante do observado, a identificação de novas lectinas e seus homólogos é um campo de pesquisa antiviral promissor e cianobactérias amazônicas apresentam grande potencial biotecnológico a ser explorado dessa forma.

  • LAÍS REIS DAS MERCÊS
  • VALIDAÇÃO DE RNAS CIRCULARES COMO POTENCIAIS BIOMARCADORES DE RISCO NO CÂNCER GÁSTRICO

  • Data: 17/06/2019
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  • Os RNAs circulares são moléculas de RNAs endógenos não codificantes, unidos covalentemente pelas
    extremidades 3’ e 5’, e caracterizados como moléculas notavelmente estáveis, abundantes, resistentes à exonucleases e evolutivamente conservadas; possuem expressão diferencial em diversas doenças, inclusive no câncer gástrico; e uma de suas potenciais funções é agir como esponjas de proteínas de ligação do RNA (RBPs), impedindo-as de realizar suas funções normais na célula. Em um estudo anterior descobrimos, por meio do sequenciamento de nova geração, cinco RNAs circulares diferencialmente expressos no câncer gástrico, que foram selecionados para validação no presente trabalho. Dessa forma, os RNAs circulares hsa_circ_0000284, hsa_circ_0000211, hsa_circ_0000524, hsa_circ_0004771 e hsa_circ_0001136 foram analisados por qRT-PCR em amostras de tecido de câncer gástrico e amostras de tecido adjacente ao câncer, bem como em amostras de sangue total tanto de indivíduos sem câncer e quanto de pacientes com câncer gástrico. As análises dos RNAs circulares no tecido gástrico indicaram que amostras de câncer e adjacente possuem um perfil de expressão semelhante, revelando características moleculares compartilhadas entre esses dois tecidos, corroborando os achados do nosso estudo prévio. As análises nas amostras de sangue total revelaram que os RNAs circulares hsa_circ_0000284, hsa_circ_0000211, hsa_circ_0004771 e hsa_circ_0001136 estão hiperexpressos em pacientes com câncer gástrico quando comparados aos sem câncer (P < 0,05). Ao realizar a curva ROC, os RNAs circulares estudados apresentaram altas taxas de sensibilidade e especificidade (AUC > 0.7), revelando-os como potenciais biomarcadores de risco de baixa invasividade para o câncer gástrico. Nós também identificamos que estes RNAs circulares possuem múltiplos sítios de ligação confirmados para RBPs com papéis importantes na célula, sugerindo-os como esponjas de RBPs e, portanto, envolvidos em uma complexa rede de regulação gênica. Assim, o perfil de expressão diferencial encontrado neste estudo sugere que esses RNAs circulares possam ser potencialmente utilizados como biomarcadores de risco pouco invasivos para o câncergástrico, além de indicar que essas moléculas possuam papéis relevantes na rede epigenética de regulação.

  • GIOVANNA CHAVES CAVALCANTE
  • APOPTOSE NO ADENOCARCINOMA GÁSTRICO: UMA ANÁLISE DE VARIANTES NUCLEARES E MITOCONDRIAIS

  • Data: 03/06/2019
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  • Apoptose é um tipo de morte celular que pode ocorrer como resposta a estímulos internos
    (apoptose intrínseca) ou externos (apoptose extrínseca). Diversos genes nucleares estão envolvidos
    nesse processo, como BCL2, CASP3, CASP8, CASP9, FADD, FAS e TP53. Além disso, as
    mitocôndrias também atuam direta e indiretamente no processo apoptótico. Dessa forma,
    alterações genéticas nucleares e mitocondriais podem levar à desregulação desse processo, dando
    origem à carcinogênese. O câncer gástrico (CG) é um dos tipos mais frequentes e agressivos de
    câncer no Brasil, especialmente na região Norte. Assim, a presente tese teve como objetivo a
    investigação de diferentes aspectos genéticos relacionados ao processo de apoptose, no que diz
    respeito ao DNA nuclear e ao DNA mitocondrial, e sua influência no desenvolvimento de câncer
    gástrico em indivíduos de uma população do Norte do Brasil. Para isso, esse trabalho utilizou duas
    abordagens experimentais distintas envolvendo pacientes de CG e indivíduos sem câncer: (i)
    análise de variantes e heteroplasmia a partir do sequenciamento de genoma mitocondrial
    (mtGenome) completo; (ii) análise de distribuição genotípica de variantes INDEL em genes
    nucleares envolvidos na apoptose. A primeira abordagem obteve resultados que apontam para um
    grande envolvimento de variantes mitocondriais heteroplásmicas no desenvolvimento de CG, além
    de sugerir também a influência do haplogrupo mitocondrial C nesse desenvolvimento. Até onde se
    sabe, esse trabalho foi o primeiro a sequenciar o mtGenome completo a partir de amostras
    parafinizadas e a aplicar esse tipo de análise em associação ao CG no Brasil. Na segunda
    abordagem, os achados indicam que algumas variantes presentes em genes envolvidos na apoptose
    devem influenciar na carcinogênese gástrica. Dessa forma, os resultados obtidos na presente tese
    contribuem para o entendimento da apoptose no contexto do câncer gástrico e reforçam a importância de variantes genéticas mitocondriais e nucleares como potenciais biomarcadores parao desenvolvimento desse tipo de câncer.

  • YAN PATRICK DE MORAES PANTOJA
  • DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA WEB PARA APRIMORAMENTO DE ANÁLISES DE PAN-GENOMA A PARTIR DA MELHORIA DA MONTAGEM DE GENOMAS

  • Data: 03/06/2019
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  • Os sequenciadores de alto rendimento são capazes de produzir milhões de sequências de DNA em uma única corrida, o que vem proporcionando grandes avanços nos estudos genômicos. Esses equipamentos são caracterizados por gerarem sequenciamentos de alto rendimento em pouco tempo e com um custo reduzido por base sequenciada, contribuindo com o aumento significativo na quantidade de dados genômicos, principalmente, procariotos depositados em bancos de dados públicos, o que viabilizou a realização de análises comparativas, como a análise de pan-genoma. Apesar da elevada cobertura de sequenciamento, vieses de cobertura, como o relacionado ao conteúdo GC, podem prejudicar o processo de montagem, e consequentemente as análises posteriores, como as pan-genômicas. Além disto, as abordagens atuais de análises de pan-genoma focam exclusivamente nos genes, mais especificamente, em regiões com potencial de codificar proteína, o que acaba excluindo as regiões não codificantes (Regiões Intergênicas), que normalmente ocupam cerca de 15% do genoma, e que são importantes pois podem influenciar diretamente no fenótipo da bactéria. Assim, é extremamente importante a avaliação das regiões intergênicas, que podem conter elementos regulatórios, como ncRNAs, que desempenham diversas funções em organismos procariotos, como quorum sensing e resposta a estímulos ambientais. Desta forma, propõem-se o desenvolvimento do PanWeb2, uma plataforma Web para a redução de viés GC nos dados brutos de genomas a serem submetidos a análises de pan-genoma e inclusão da avaliação das regiões intergênicas. 

  • RAPHAEL LUIZ LOBO DA SILVA SOUZA
  • COMPARAÇÃ ENTRE PIPELINES PARA TRANSCRIPTOMA E METATRANSCRIPTOMA DO CÂNCER GÁSTRICO

  • Data: 31/05/2019
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  • A composição da microbiota gástrica no nível dos gêneros é dinamicamente afetada por diversos fatores, como: hábitos alimentares, uso de medicamentos, inflamação da mucosa gástrica e colonização por Helicobacter pylori. O câncer gástrico está entre os 5 tipos de cânceres mais relatados em ambos os sexos. A infecção por essa bactéria, a longo prazo, leva à atrofia gástrica e, consequentemente, a um aumento do pH gástrico, o que acarreta na colonização do estômago por bactérias transitórias. Além disso, a amônia e o bicarbonato produzidos pela H. pylori, a partir da ureia, podem servir como substratos para outras bactérias. Apesar desses achados, a relação entre o H. pylori e a microbiota gástrica ainda é controversa. A biologia molecular intercalada com a bioinformática têm avançado gradualmente, surgindo assim os sequenciadores de nova geração com tecnologias de sequenciamento. Os dados das análises de metatranscriptomas complementam os dados metagenômicos, esclarecendo com precisão quais genes, anotados na análise metagenômica, são transcritos. O objetivo deste trabalho foi realizar uma comparação gênica e bacteriana entre dois pipelines, com análises gráficas, de transcriptoma e metatranscriptoma com alinhadores diferentes, RSEM e SALMON. Para isso, foram coletadas 8 amostras de pacientes com diagnóstico confirmado de câncer gástrico, onde o RNA dos materiais foram extraídos e quantificados. Assim, foi feita a preparação das bibliotecas para elaboração dos pipelines, controle de qualidade, alinhamento e contagem de reads e análises gráficas. Foram relatados nas análises taxonômicas, funcionais e gráficas: os números de transcritos, quantidade de proteínas hipotéticas e não hipotéticas, as 30 bactérias e genes mais presentes nas amostras. Na comparação gênica, entre os 30 genes mais abundantes das amostras, 22 são os mesmos para os dois pipelines e 8 são exclusivos de cada um, no qual apenas 5 genes dos dois pipelines não obtiveram relação com algum tipo de câncer. Já na comparação bacteriana, entre os 30 táxons bacterianos relativos mais abundantes das amostras, 20 são os mesmos para os dois pipelines, 5 exclusivos do SALMON e 4 exclusivos do RSEM, no qual 13 táxons possuem relação com doenças humanas. Concluiu-se que o pipeline do RSEM foi mais efetivo na análise gênica humana e o pipeline do SALMON foi mais efetivo na análise bacteriana. Também foi evidenciado que a amostra do tipo difuso de câncer gástrico apresentou expressão proteica diferenciada.

  • IVANETE DE OLIVEIRA FURO
  • EVOLUÇÃO CARITÍPICA E FILOGENIA PSITTACIFORMES E GRUIFORMES

  • Data: 27/05/2019
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  • Apesar das recentes propostas filogenéticas usando o seqüenciamento genômico completo, ainda há questões importantes sobre as relações entre algumas ordens de Aves, bem como entre as espécies dentro de algumas ordens, como em Psittaciformes e Gruiformes. Como o número de espécies de Aves analisadas pela pintura cromossômica ainda corresponder a uma pequena proporção do total de espécies dessa classe, o uso de dados cromossômicos em análises cladísticas é limitado. Assim, considerando que outras abordagens não produziram propostas filogenéticas bem fundamentadas para essas duas ordens, o objetivo deste estudo foi analisar três espécies de Psittaciformes e três espécies de Gruiformes por meio de pintura cromossômica, e usar os resultados em análises filogenéticas. Para atingir este objetivo, foram usadas sondas cromossomo-especificas de Gallus gallus (1-14) e Leucopternis albicollis (1-22), bem como BACs correspondentes aos microchromosomes de Gallus gallus. Os resultados permitiram detectar alguns caracteres cromossômicos correspondentes a sinapomorfias, como as fusões do PAK1p/PKA4 (GGA1p/GGA4q), PAK6/PAK7 (GGA6/GGA7), PAK8/PAK9 (GGA8/GGA9), que apoiaram a posição basal dos gêneros Amazonas e Myiopssita, e uma posição mais derivada às outras araras. No cariótipo ancestral putativo para Psittaciformes, assumimos a presença somente da associação do PAK6/PAK7 (GGA6/GGA7) com uma inversão pericêntrica, os demais cromossomos corresponderiam a apenas um par cromossômico, assim como no cariótipo hipotético do ancestral das aves. Com relação aos Gruiformes, nossos resultados reforçaram   a   proximidade   filogenética   de Eurypiga   helia,   da   América   do   Sul,   e Rhynochetos jubatus, da Nova Caledônia, e daí sua distribuição poderia ser explicada pela vicariância (deriva continental). Além disso, os rearranjos cromossômicos  encontrados em espécies pertencentes ao núcleo Gruiformes parecem ser aleatórios, e alguns deles representam caracteres homoplásticos. Por causa disso, o cariotipo ancestral putativo para esta ordem seria muito similar ao cariótipo ancestral proposto para Aves. Concluindo, embora os caracteres cromossômicos tenham sido úteis para esclarecer algumas questões filogenéticas em Psittaciformes, contudo não identificamos sinapomorfias cromossômicas em Gruiformes. Entretanto, análises cromossômicas permitiram apoiar a proximidade filogenética entre E. helia e R. jubatus, apesar de sua distribuição geográfica descontínua.

  • MARIA JOAQUINA DO SOCORRO FERREIRA MENDONCA
  • CARACTERIZAÇÃO DO RESISTOMA DE MICRORGANISMOS ISOLADOS DE ÁGUA DE CONSUMO HUMANO NO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ, PARÁ

  • Data: 10/05/2019
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  • Estima-se que até 2050 a resistência antimicrobiana será responsável por 10 milhões de mortes e haverá necessidade de investimento bilionário a fim de vencer este desafio. O consumo de águas contaminadas, aumenta o risco de exposição a microrganismos associados a diversas doenças de veiculação hídrica, entre elas, manifestações clínicas no trato gastrointestinal, síndrome hemolítica urêmica (HUS) e até sepses. O objetivo desse trabalho é caracterizar o resistoma em três gêneros da família Enterobacteriaceae (E. coli, Klebsiella spp e Enterobacter spp), obtidas em municípios de São Sebastião da Boa Vista e Anajás, localizados no arquipélago do Marajó- Pará/Brasil. A validação da identificação e susceptibilidade em 109 amostras de cepas obtidas de uma pesquisa anterior, 64 cepas isoladas do município de São Sebastião da Boa vista e 45 de Anajás foram identificadas e triadas quanto ao perfil de resistência aos antimicrobianos previamente selecionados, por classe. O perfil dos isolados da família Enterobacteriaceae, nos dois municípios, indicam alta incidência de amostras resistentes aos antibióticos testados. Todas as cepas bacterianas deste estudo apresentavam pelo menos um gene de resistência. O gene mdr, associado a bomba de e fluxo está descrito como associado a resistência bacteriana a diversas classes de antibióticos foi identificado em todos os isolados, portanto este cenário nos indica que todas as cepas estudadas são potencialmente multirresistentes. Microrganismos produtores destas enzimas e genes de resistência circulando em águas de consumo, servidas a população dessas regiões é preocupante, servindo de alerta aos gestores competentes, o monitoramento e ações que evitem danos à saúde da população dos municípios em destaque.

  • DANIELSON BAIA AMARAL
  • UM MECANISMO MOLECULAR COMPARTILHADO NA PADRONIZAÇÃO DE NADADEIRAS EM PEIXES PULMONADOS E MEMBROS EM TETRÁPODES

  • Data: 03/05/2019
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  • Os primeiros tetrápodes conhecidos já apresentavam membros com endoesqueleto proximal (úmero), seguido de dois elementos intermediários (rádio e ulna) e diversos elementos distais (ossos do punho e dígitos). Apesar de membros com dígitos serem considerados uma inovação evolutiva de tetrápodes, parte dessa organização já estava presente em peixes sarcopterígeos extintos, grupo irmão de tetrápodes. O endoesqueleto da nadadeira desses peixes apresentava os três elementos proximais seguidos de uma região distal com radiais segmentados (endoesqueleto) e raios (exoesqueleto). Atualmente, os peixes sarcopterígeos são representados por Celacantos e peixes pulmonados e a homologia entre os radiais distais e dígitos ainda é motivo de discussão. Entre os peixes pulmonados modernos, Neoceratodus forsteri possui elaborado arranjo de radiais distais, estas estruturas são severamente reduzidas em espécies do gênero Protopterus e ausentes em Lepidosiren paradoxa. A via de sinalização SHH é essencial para o desenvolvimento de dígitos, visto que camundongos nocaute para Shh apresentam a perda de dígitos enquanto ativação ectópica da via SHH leva à polidactilia. A expressão de Shh é controlada por um acentuador, altamente conservado chamado ZRS, que está presente mesmo em tetrápodes sem membros, como serpentes. Nesse trabalho, investigamos o papel da via de sinalização de SHH na formação do esqueleto de nadadeiras em regeneração de peixes pulmonados por: (i) identificação e análise in silico do ZRS; (ii)análise de expressão relativa de Shh e seus genes alvos por semi-qPCR; (iii) modulação global da via de sinalização de SHH por uso de fármacos. A análise in silico das sequências de ZRS por alinhamento múltiplo revelam uma deleção de 17 pares de base em um sítio de ligação para um fator de transcrição ETS apenas em Protopterus e Lepidosiren. Os resultados também revelaram que os genes à montante da via estão sendo expressos durante a regeneração de nadadeiras em peixes pulmonados. Por fim, a inibição da via bloqueou a regeneração e sua ativação ectópica levou ao aumento do número e aparição precoce dos radiais distais. Portanto, nossos dados sugerem que a via de SHH, central no desenvolvimento de dígitos em tetrápodes, também atua na formação de radiais distais em peixes pulmonados, suportando a hipótese de homologia entre estas estruturas e dígitos

  • IGOR ANDRADE PESSOA
  • PERFIL MOLECULAR DE GLIOMAS EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM BELÉM: ALTERAÇÕES NOS GENES TP53, PTEN E CDKN2A E AVALIAÇÃO DE ALTERAÇÕES GENÔMICAS QUANTITATIVAS

  • Data: 30/04/2019
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  • Glioma é o termo utilizado para designar tumores que se originam das células gliais, representando um grupo heterogêneo, variando de benignos para malignos, e apresentando uma variedade de diferenças genômicas e respostas clínicas. Dentre essas, alterações em certos genes têm sido associadas ao prognóstico de tumores, e foram inclusive incorporadas na atual classificação de gliomas. Dessa forma, esse estudo teve como objetivo identificar a presença de alterações genéticas (mutação e deleção) nos genes TP53, PTEN e CDKN2A, correlacionando os resultados obtidos com os dados clínico-patológicos de 69 pacientes, além da análise pormenorizada de alterações do número de cópias (CNA) de DNA em dois casos específicos. As análises dos genes TP53, PTEN e CDKN2A mostraram uma associação das alterações identificadas com o aumento da idade dos pacientes e com o subtipo tumoral dos astrocitomas. Além disso, nossos dados indicam que enquanto alterações do TP53 e PTEN são eventos mutuamente exclusivos nos gliomas, alterações do TP53 e CDKN2A tendem a coexistir nos gliomas de baixo grau, indicando que são eventos iniciais na progressão desses tumores, e que alterações do PTEN e CDKN2A ocorreram simultaneamente principalmente nos gliomas de alto grau. Na análise obtida dos dois estudos de caso, foram observados resultados distintos: enquanto o paciente diagnosticado com glioma de baixo grau apresentou um baixo número de CNAs (13) e um prognóstico favorável, o paciente diagnosticado com glioma de alto grau apresentou um número muito elevado de CNAs (127) e um tumor altamente agressivo, refletindo no prognóstico ruim observado. Adicionalmente, os resultados corroboraram a importância de se utilizar o perfil molecular dos gliomas em sua classificação, como recomendado pela última atualização para tumores de sistema nervoso, visto que um tumor originalmente classificado como oligoastrocitoma, de acordo com classificações anteriores, apresentou perfil e comportamento clínico concordante com oligodendroglioma, conforme a nova atualização. Concluímos que as alterações genéticas observadas nesse estudo contribuem para uma maior compreensão da gênese e progressão desses tumores, e para a identificação de biomarcadores, que gerem uma melhoria nas práticas de diagnóstico, prognóstico e tratamento desses pacientes, possam ser identificados. 

  • JORIANNE THYESKA CASTRO ALVES
  • CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS NO LAGO BOLONHA, MANANCIAL DE BELÉM - PARÁ

  • Data: 29/04/2019
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  • A resistência aos antibióticos é um dos problemas de saúde pública mais relevantes no mundo. Os ambientes aquáticos desempenham um papel importante, pois são considerados um dos principais reservatórios para genes de resistência a antibióticos e cepas resistentes a antibióticos, contribuindo para a disseminação da resistência. Assim, o presente estudo investigou a diversidade e o resistoma através da abordagem metagenômica, e caracterizou as bactérias cultiváveis quanto ao perfil de resistência presente no lago Bolonha, manancial da região amazônica. A análise do metagenoma total e a prospecção in silico de genes de resistência foram realizadas. O isolamento bacteriano foi realizado através de meio de cultura suplementado com antibióticos cefotaxima e imipenem e, posteriormente, os isolados foram analisados quanto ao perfil de suscetibilidade a antibióticos, identificação de genes de resistência por reação em cadeia da polimerase (PCR) e análise taxonômica por sequenciamento do gene 16S rRNA. Os resultados mostraram que os filos mais abundantes foram Protobacteria, Actinobacteria, Firmicutes, Bacteroidetes e Cyanobacteria. A composição do resistoma demonstrou que os genes que conferem resistência aos beta-lactâmicos foram os mais abundantes em todos os locais de coleta, seguidos pelos aminoglicosídeos e tetraciclinas. No total, 115 bactérias pertencentes aos gêneros Acinetobacter, Pseudomonas, Klebsiella e Enterobacter foram isoladas. Os genes mais abundantes dos isolados de cefotaxima foram blaCTX, blaTEM e blaSHV, e os isolados de imipenem blaVIM e blaIMP, e entre os integrons, o gene intl1. O resultado do antibiograma demonstrou que a maioria dos isolados foi considerada multirresistente a vários antibióticos, principalmente a cefotaxima e imipenem, e também a aztreonam, ácido nalidíxico, amoxicilina e ampicilina. Assim, o presente estudo investigou a diversidade e a presença de genes e linhagens resistentes a antibióticos no lago Bolonha, demonstrando que esse lago pode atuar como reservatório de genes e bactérias resistentes aos antibióticos.

  • PATRICIA NASCIMENTO DA SILVA
  • CARACTERIZAÇÃO DE EXOSSOMAS SECRETADOS POR MACRÓFAGOS DERIVADOS DE THP-1 EM INFECÇÃO IN VITRO POR CORYNEBACTERIUM PSEUDOTUBERCULOSIS.

  • Data: 29/04/2019
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  • C. pseudotuberculosis é um patógeno intracelular facultativo que se desenvolve no interior de macrófagos. Infecta principalmente pequenos ruminantes como ovinos e caprinos, causando linfadenite caseosa (LC). Entretanto, também pode infectar cavalos, gado, búfalos e, ocupacionalmente, humanos. Devido ao diagnóstico tardio e às limitações de tratamento, a LC causa muitas perdas econômicas. Além da patogênese da doença não ser totalmente entendida, a C. pseudotuberculosis consegue sobreviver no interior dos macrófagos, que apresentam dificuldades na eliminação desse patógeno. Dentro desse contexto, é de fundamental importância conhecer melhor a relação entre C. pseudotuberculosis e macrófagos hospedeiros. Neste estudo, os exossomas secretados por macrófagos derivados de THP-1 em infecção in vitro por C. pseudotuberculosis foram caracterizados por NTA e citometria de fluxo. As populações de exossomas do estudo foram caracterizadas como CD63+, CD81+ e CD9-. Além disso, os RNAs exossomais foram extraídos e quantificados mostrando uma maior concentração de RNAs no interior das vesículas quando em infecção pelo patógeno. Portanto, a caracterização destes exossomas é importante, pois proporciona elucidar o comportamento dos macrófagos durante essa infecção, o efeito das cargas exossomais no sistema imune e informações a cerca dos genes envolvidos no processo infeccioso

  • RONEY SILVA DA SILVA
  • CARACTERIZAÇÃO CARIOTIPICA E EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA EM ESPÉCIES DAS SUPERFAMÍLIAS CAVIOIDEA E ERETHIZONTOIDEA (MAMMALIA, RODENTIA)

  • Data: 05/04/2019
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  • Os Roedores são o mais diverso grupo dentro da classe Mammalia, apresentando uma grande diversidade de formas e comportamentos. Os roedores caviomorfos são os prováveis descendentes de linhagens Africana que chegaram a América do Sul no período Eoceno, e hoje constituem cerca de 250 espécies de Roedores com distribuição no Brasil, sendo 90 espécies com registro para Amazônia. Este grupo é representado por onze famílias e quatro superfamílias, sendo que as suas relações filogenéticas ainda são pouco compreendidas.  Os dados citogenéticos são importantes marcadores nos estudos de caracterização de espécies, relações de parentesco e filogenia, porém ainda são pouco explorados neste grupo de roedores. No presente trabalho, são apresentados dados de citogenética clássica e molecular em roedores representantes das superfamílias Cavioidea (famílias Caviidae, Cuniculidae e Dasyproctidae) e Erethizontoidea (família Erethizontidae), considerados os grandes roedores da América do Sul e importante fonte nutricional para comunidades tradicionais da Amazônia. Nossos resultados demonstraram que Hydrochoerus hydrochaeris apresentou 2n=66 e NF=102, Dasyprocta leporina apresentou 2n=64 e NF=122, Cuniculus paca possui 2n=74 e NF=84 e Coendou prehensilis apresentou 2n= 74 e NF=78. Comparações com dados da literatura indicam variações intra-especificas com relação ao NF para todas as espécies, exceto para o gênero Hydrochoerus. As sondas de sequências teloméricas revelaram marcações distais nos cromossomos de todas as espécies analisadas. O número e posição dos cistrons rDNA 18S foram variados, com Hydrochoerus apresentando apenas um sitio e as demais espécies dois. A comparação dos dados obtidos sobre a organização genômico nos exemplares estudados, corroboram as atuais proposições filogenéticas, apoiando a posição basal dos gêneros Cuniculus e Coendou (famílias Cuniculidae e Erethizontidae) uma vez que seus cariótipos se apresentam mais semelhantes entre sim que as demais espécies (prevalência de cromossomos acrocêntricos e mesmo 2n). Por outro lado, um padrão diferente foi observado para os gêneros Dasyprocta e Hydrochoerus, com prevalência de cromossomos de dois braços e alto valor de NF. Esses dados indicam que a variação cromossômica no grupo pode ter sido originada principalmente por inversões pericêntricas e poucos rearranjos Robertsonianos.

  • DEBORA CHRISTINA RICARDO OLIVEIRA FERNANDES
  • ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS miRNAs E INDELs COM A SUSCETIBILIDADE À TUBERCULOSE NA CIDADE DE BELÉM DO PARÁ

  • Data: 25/03/2019
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  • A tuberculose é considerada um problema de saúde global, responsável por elevado número de óbitos entre os adultos, com mais de cinco milhões de casos novos registrados anualmente e cerca de um terço da população mundial é infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. Fatores genéticos do hospedeiro têm sido relacionados com a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis. O presente estudo foi realizado com o objetivo de investigar a associação de 17 polimorfismos genéticos e a susceptibilidade/severidade à tuberculose. Foram estudados dois grupos de indivíduos, sendo um constituído por 283 pacientes com tuberculose ativa e outro formado por 145 funcionários de um hospital de referência para doenças infectocontagiosas, todos com conhecida exposição profissional ao bacilo, e que não desenvolveram a doença até a conclusão da pesquisa. Os marcadores investigados foram quatro SNPs: MiR-146a (rs2910164), MiR-499 (rs3746444), MiR-196a2 (rs11614913), MiR-149 (rs2292832) e 13 INDELs:  ACE (rs4646994), CCR5 (rs333), SGSM03 (rs56228771), CYP2E1 (sem rs), HLAG (rs371194629), IL1A (rs3783553), IL4 (rs79071878), MDM2 (rs3730485), TP53 (rs17880560), TYMS (rs151264360), UCP2 (sem rs), UGT1A1 (rs8175347), XRCC1 (rs3213239). Além de utilizar um painel de 61 Marcadores do tipo INDEL para estabelecer o controle genômico de ancestralidade, uma vez que a população investigada é miscigenada. A análise molecular dos SNPs foi realizada por Real Time PCR, utilizando o sistema TaqMan. Para a análise dos marcadores INDELs foi utilizado a técnica de PCR multiplex. Para a análise estatística referente à associação dos polimorfismos investigados com a susceptibilidade a tuberculose foi empregado o programa estatísticos Rstudio v.1.3. E o programa STRUCTURE v2.0 para estimar as frequências referentes a subestruturação populacional da amostra. Os resultados obtidos permitiram algumas observações. Quando se comparou a contribuição europeia entre os dois grupos foi possível identificar que a média da contribuição de europeus é menor entre os pacientes do que na amostra controle.  Nós interpretamos esse resultado muito mais como decorrente das diferenças de nível sócio-econômico entre as duas amostras (caso e controle) do que em relação a possíveis diferenças da susceptibilidade à tuberculose entre grupos étnicos distintos. Em relação a análise de suscetibilidade, o marcador ACE (rs4646994) apresentou diferenças significativa entre casos e controles. O genótipo DEL/DEL do marcador ACE configurou um fator de proteção ao desenvolvimento de tuberculose. E em relação as análises de severidade realizadas na amostra estratificada de pacientes, os dados relacionados à localização radiológica mostraram que os genes UGT1A1 (rs8175347) e MDM2 (rs3730485) apresentaram resultados significativos. Para os dados referentes ao padrão cavitário os genes TP53 (rs17880560) e XRCC1 (rs3213239) mostraram significância. E para os dados de baciloscopia os genes significativos foram HLAG (rs371194629) e MiR-149 (rs2292832). Os resultados sugerem que o polimorfismo no marcador ACE está associado a suscetibilidade a tuberculose. E os polimorfismos nos marcadores UGT1A1, MDM2, TP53 e MiR-149 estão relacionados a um aumento do risco da severidade e os polimorfismos nos marcadores HLAG e XRCC1 para a proteção contra a severidade da doença.

2018
Descrição
  • MARCUS DE BARROS BRAGA
  • Uma Nova Abordagem para Detecção e Eliminação de Redundância em Contigs NGS na Finalização de Genomas Procariotos Utilizando Bloom Filter e LSH.

  • Data: 21/12/2018
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  • Sequências repetitivas de DNA são abundantes em muitas espécies, de bactérias a mamíferos. Do ponto de vista computacional, as repetições criam ambiguidades que podem induzir a erros na interpretação dos dados biológicos. Em montagens de novo, repetições mais longas do que o comprimento das leituras acabam gerando gaps na montagem. Além dos gaps, as repetições podem ser erroneamente sobrepostas e causar erros de montagem. Os algoritmos de montagem criam e percorrem grafos para reconstruir o genoma, neste contexto, as repetições criam ramificações nestes grafos e o programa deve decidir qual o caminho a seguir, gerando muitas vezes decisões incorretas que resultam em contigs quiméricos e número errado de cópias. Leituras provenientes de diferentes cópias de uma região repetitiva no genoma podem não ser facilmente distinguidas e acabar montadas em um único contig, chamado de contig repetitivo. Outro problema é uso cada vez maior de montagens híbridas, com dados de diferentes plataformas de sequenciamento, de diferentes tamanhos (curtos e longos) de leitura ou mesmo com dados de diferentes montagens. Estes procedimentos acabam por aumentar significativamente o número de contigs gerados e a posterior redundância destes dados. Assim, esta tese apresenta um método computacional para detectar e eliminar contigs NGS redundantes gerados por montadores de novo. A abordagem consiste em utilizar Bloom Filter, uma estrutura probabilística eficiente em tempo e memória, que suporta testes de pertinência em grandes conjuntos, para eliminar os contigs repetidos, que podem ser estendidos às leituras, o que pode significar redução da demanda computacional requerida ao processo de montagem de genomas. Adicionalmente, um método de hashing sensível à localidade (LSH) é aplicado para calcular as similaridades entre as sequências para eliminar contigs semelhantes restando apenas as sequências únicas. O método foi aplicado ao dataset GAGE-B. Como o grande número de contigs gerados nas diferentes abordagens de montagem exige consideráveis recursos computacionais e humanos, esta redução facilita a análise posterior dos dados e reduz o tempo necessário para a finalização de montagens genômicas, hoje possível apenas com softwares pagos.

  • TANIA CARLICE LOPES PEREIRA DOS REIS
  • CARACTERIZAÇÃO in silico DAS VARIANTES DE 17 GENES RELACIONADOS ÀS SINDROMES DE CÂNCER HEREDITÁRIO

  • Data: 19/12/2018
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  • As ferramentas de análises in silico têm sido cada vez mais utilizadas na investigação da relação genótipo-fenótipo de várias doenças para o melhor entendimento de seus mecanismos moleculares. Portanto, a utilização de sequências depositadas em bancos de dados como o do 1,000 GENOMES, que é constituída de amostras de indivíduos saudáveis, parece ser uma excelente abordagem de análise principalmente para doenças genéticas como o câncer. O objetivo do presente trabalho é caracterizar as variantes de 17 genes envolvidos diretamente no desenvolvimento de síndromes de câncer hereditário no banco de dados 1,000 GENOMES; assim como identificar mutações ainda não descritas; investigar o padrão de patogenicidade resultante; e descrever as frequências das mutações nos diferentes grupos populacionais. Para o presente trabalho utilizou-se a ferramenta computacional SNPEFF para anotar funcionalmente os dados das 2.504 amostras de sequências do 1,000 GENOMES. A patogenicidade de cada variante de aminoácido foi investigada usando o banco de dados CLINVAR e cinco preditores diferentes de patogenicidade (POLYPHEN, SIFT, PROVEAN, PANTHER e MUTPRED). Foram encontradas 896 mutações diferentes: 870 mutações missenses, 14 mutações de região de splicing, 11 mutações de stop codon e dois (2) de frameshift. O gene BRCA2 foi o que apresentou maior número de mutações e de indivíduos com alteração. Aproximadamente 46% dos indivíduos do banco de dados 1,000 GENOMES possuem pelo menos uma mutação nesse gene. A análise de patogenicidade mostrou que 31% das mutações investigadas foram patogênicas. Cerca de 30% (754) indivíduos apresentaram pelo menos uma mutação patogênica em pelo menos um dos 17 genes investigados. O gene com o maior número de indivíduos com alteração patogênica (6%) foi o RET. A população africana foi a que apresentou maior número de mutações patogênicas, distribuídas em aproximadamente 32% dos indivíduos do 1,000 GENOMES.

  • JEFERSON COSTA CARNEIRO
  • FILOGENIA MOLECULAR E HISTÓRIA BIOGEOGRÁFICA DOS PITHECIIDAE MIVART, 1865 (PLATYRRHINI, PRIMATES)

  • Data: 18/12/2018
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  • Os primatas do Novo Mundo são um grupo de macacos arborícolas, atribuídos àParvordem Platyrrhini, que ocorre desde o sul do México até o norte da Argentina.Uma das hipóteses taxonômicas reconhece as famíliasPitheciidae, Atelidae e Cebidae como os representantes platyrrhines. Pitheciidae é dividida em duas subfamílias, Pitheciinae (Pithecia, Chiropotes, Cacajao) e Callicebinae (Callicebus, Plecturocebus e Cheracebus). Adicionalmente, alguns primatólogos defendem que o gênero Aotus também é um membro de Pitheciidae. Até o momento, a família Pitheciidae é a mais negligenciada filogeneticamente entre os platyrrhines. Não há hipóteses robustas de relacionamento interespecífico para nenhumdos gêneros dessa família. Consequentemente, as histórias biogeográficas desses primatas são totalmente obscuras. A partir desse cenário, o presente estudo teve como objetivo investigar a história evolutiva dos Pitheciidae no contexto filogenético e biogeográfico. Para alcançar tal meta, foram realizadas modernas análises filogenéticas, biogeográficas, delimitação de espécies e estimativas de tempo de divergência a partir de dados de sequências de DNA. Os resultados sugerem que as três famílias de platirrinos separaram-se em um curto intervalo de tempo,há cerca de 20 milhões de anos. Pitheciidae separou-se primeiro e, em seguida,ocorreu a cladogênese de Atelidae e Cebidae. A inclusão de Aotus em Pitheciidae não foi apoiada em nossas análises, o que restringe a seis os gêneros membros dessa família. A formação da Cordilheira dos Andes e as consequentes mudanças de áreas florestas na América do Sul, somadas ao início da formação da bacia Amazônica,durante o Mioceno Médio, foram os principais eventosresponsáveis pelas cladogêneses que deram origem aos seis gêneros atuais da família Pitheciidae.As análises sugerem que as diversificações desses gêneros ocorrem após o Plioceno, devido a uma sucessão de eventos vicariantes e migrações para áreas outrora não ocupadas. Finalmente, foram inferidas hipóteses de relacionamento filogenético interespecífico para todos os gêneros, com exceção do gênero Pithecia, devido àinsuficiência da amostragem disponível.

  • AMANDA MARQUES DE SOUSA
  • Estudo da atividade antitumoral do Crizotinibe associado ao Mebendazol em um modelo celular de Câncer Gástrico metastático

  • Data: 13/12/2018
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  • O câncer gástrico é no Brasil o quarto tipo de câncer mais frequente em homens e o sexto em mulheres e é a segunda causa mais frequente de morte por câncer no mundo. Mesmo diante desse panorama, o sucesso quimioterapeutico é muito baixo. Nesse contexto, para investigar a possível ação anticâncer de determinados fármacos e combinações, como provaveis novas formas de tratamento, este trabalho objetivou analisar a atividade antitumoral do anti-helmíntico Mebendazol em associação ao uso do Crizotinibe, na linhagem de câncer gástrico (AGP01), obtida a partir de líquido ascítico neoplásico. Para este fim, foram utilizados os testes de viabilidade celular por MTT, ciclo celular por citometria de fluxo, ensaio de apoptose/necrose por meio da diferenciação utilizando corantes fluorescentes, migração por meio da técnica de Wound Healing e avaliação de dano ao DNA por citometria de fluxo. A CI50 para os fármacos Crizotinibe e Mebendazol isolados foi de 4µM e 0,3µM e em associação de  2,34µM para o Crizotinibe e 0,18µM para o Mebendazol. Os resultados de migração demonstraram que somente o tratamento com o Mebendazol isolado, em ambas as concentrações (CI50 e metade), inibiu a migração celular de maneira estatisticamente significativa (p<0,001 e p<0,01, respectivamente), diferentemente do observado nos tratamentos Crizotinibe isolado e em associação ao Mebendazol (p>0,05). No ensaio de ciclo celular por citometria de fluxo foi possível observar que o Crizotinibe apresenta efeito dose-dependente no ciclo celular da linhagem gástrica AGP01, corroborando com a literatura, visto que houve parada na fase G0/G1 após 24h de tratamento com Crizotinibe isolado e em associação ao Mebendazol na metade do CI50. Por outro lado, observou-se que com o aumento da concentração do fármaco, isoladamente e em combinação com o mebendazol, (no tratamento com CI50) ocorreu parada do ciclo em G2/M. No teste de apoptose por coloração diferencial observou-se que o Crizotinibe e o Mebendazol quando isolados, em ambas as concentrações (CI50 e metade do CI50), provocaram morte celular por apoptose (inicial e tardia, p<0,001). Em relação à combinação Crizotinibe com Mebendazol, foi possível observar que houve mais morte celular, tanto por apoptose, em ambas as concentrações (CI50 e metade; p<0,001 e p<0,01, respectivamente), quanto por necrose, na concentração mais alta (p<0,01). No ensaio de dano ao DNA celular por marcação de H2AX por citometria de fluxo, verificou-se que o Crizotinibe na concentração da CI50 (p<0,01) provoca mais dano do que na metade da CI50 (p<0,05), quando comparado ao controle negativo. Por outro lado, os tratamentos com o Mebendazol e com a combinação Crizotinibe e Mebendazol, em ambas as concentrações (CI50 e a metade), não provocaram danos de maneira estatisticamente significativos (p>0,05), embora mantendo suas demais ações anti-neoplásicas. Dessa forma, evidenciou-se que houve sinergia entre o Mebendazol e o Crizotinibe, conforme observado nos testes de ciclo celular, genotoxicidade por marcação da histona H2AX e ensaio de apoptose pois, foi possível constatar que o Crizotinibe teve ação discretamente acentuada quando associado ao Mebendazol. Cabe ressaltar, que o efeito sinérgico não foi detectado sobre a atividade de migração celular. Assim, consideramos que a associação dos fármacos Crizotinibe e Mebendazol pode ser uma estratégia de tratamento para o câncer gástrico, por permitir uma redução de dosagem mantendo-se as atividades desejadas, colaborando na redução de efeitos adversos e na melhorar nas taxas de sobrevida dessa grave doença. Certamente, novos estudos in vivo sobre a associação destes e seus efeitos toxicológicos devem ser encorajados.

  • ANDRÉ MAURÍCIO RIBEIRO DOS SANTOS
  • VARIABILIDADE GENÉTICA HUMANA: APLICAÇÕES POPULACIONAIS, FUNCIONAIS E MÉDICAS

  • Data: 26/11/2018
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  • A crescente disponibilidade de dados genéticos humano tem demonstrado que muitas variantes estão distribuídas entre as populações em função das suas histórias e separação geográfica. Nesse sentido, a caracterização da distribuição dessas variantes e suas consequências biológicas são essenciais para entender a história das populações humanas e desenvolver melhores estratégias para o atendimento clínico. Por outro lado, a maioria dos estudos de associação genética foram desenvolvidos em populações de ancestralidade europeia em detrimento de outras ancestralidades, como a Nativa Americana, e reportam mutações predominantemente não codificantes cuja interpretação dos seus mecanismos complexa. A aplicação destes estudos em populações não europeias são limitados e podem ocasionar interpretações errôneas. Portanto, dados genéticos de Nativo Americanos são essenciais para melhor atender essas populações assim como as populações urbanas fruto da miscigenação com esses povos. Nesse sentido, este trabalho buscou investigar as variantes genéticas de populações Nativo Americanas do leste da Amazônia pelo sequenciamento de seu exoma, assim como desenvolveu estratégias para avaliar a distribuição e efeitos funcionais de mutações não codificantes ao redor do mundo. Os resultados obtidos ajudaram a esclarecer processos migratórios de ocupação do continente sul americano além de identificar milhares de mutações novas nas populações Nativa Americanas. No que tange a investigação das mutações não codificantes também demonstrou alguns eventos de seleção diferencial no genoma humano que contribuíram para a diversidade fenotípica das populações. Por fim, foi desenvolvido uma metodologia para avaliar sistematicamente a ligação alelo-especifica de fatores de transcrição e uma modelo de aprendizado de máquina que permite interpretar e fazer inferências funcionais do impacto de mutações codificantes para diferentes traços e doenças. Todas essas frentes disponibilizaram ferramentas e bases para ampliar futuros trabalhos nos campos de genética de populações, médica e funcional

  • ISABELA CARVALHO BRCKO
  • FILOGENÉTICA E EVOLUÇÃO DO GÊNERO Saguinus HOFFMANNSEGG, 1807 (sensu Rylands et al. 2016) (PLATYRRHINI, CEBIDAE, CALLITRICHINAE)

  • Data: 08/10/2018
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  • A taxonomia tradicional de Saguinus foi baseada no estudo de Hershkovitz, em que as espécies foram agrupadas em seis grupos distintos. As relações evolutivas entre as espécies dos grupos foram baseadas em características da pelagem e pigmentação da face. Em posterior revisão o gênero Saguinus foi desmembrado em dois, e passou alocar 18 táxons entre espécies e subespécies organizados em cinco grupos de espécies. Apesar da revisão e grande diversidade do gênero, as relações filogenéticas e, tampouco a evolução do gênero estão completamente compreendidas. Portanto, com objetivo de inferir uma filogenia com enfoque na evolução do grupo, foi gerado um grande conjunto de dados moleculares a partir do sequenciamento de 37 loci nucleares e sete loci mitocondrais de 60 terminais, incluindo todas as espécies de Saguinus, representantes de Leontocebus, Saimiri, Aotus e Leontopithecus como grupo externo. As relações filogenéticas foram inferidas usando dados concatenados para as análises de máxima verossimilhança (MV) e inferência bayesiana (IB), possibilitando avaliar a atual hipótese taxonômica para o gênero. Análises adicionais de árvore de espécies, delimitação de espécies e estimativa de tempo de divergência foram utilizadas para testar a validade dos táxons, e propor datações para os eventos cladogenéticos envolvidos no processo evolutivo do grupo. Os resultados incluem 1.488sequências de 44 loci moleculares, totalizando um alinhamento com 24.202 pb. Todos os métodos de análise filogenética recuperaram mesma árvore filogenética, a qual revela a monofilia de Saguinus com máximos suportes estatísticos (MV=100%; PP=1.0), corroborando a recente proposta de separação entre Saguinus e Leontocebus. Dentre o gênero Saguinus, são recuperadas três linhagens principais com máximos suportes estatísticos (MV=100%; PP=1.0). A monofilia das linhagens é reforçada pelas divergências genéticas (3.0% a 3.5%) e pelos tempos de divergência ( 7 Ma) encontrados neste estudo, os quais são compatíveis com o observado entre outros gêneros de primatas do Novo Mundo. As evidências moleculares, morfológicas e biogeográficas sugerem que os grupos de espécies de Saguinus de Hershkovitz (1977) sejam erigidas a nível taxonômico de subgênero. Desse modo, são sugeridas as seguintes modificações: 1) grupos S. mystax e S. inustus passam a integrar o subgênero Tamarinus Trouessart 1904; 2) grupo S. oedipus seja referido como subgênero Oedipomidas Reichenbach, 1840 e 3) grupos S. bicolor e S. midas sejam unificadas como Marikina Lesson 1840. Dentre as relações interespecíficas foi possível recuperá-las amplamente com altos valores de suporte estatístico (MV>80; PP=1.0). As relações intraespecíficas tiveram as resoluções filogenéticas mais baixas. É possível que a inclusão de amostras entre os extremos da distribuição das espécies, de subespécies ou mesmo marcadores moleculares com maior taxa de substituição nucleotídica possam elevar as resoluções filogenéticas intraespecíficas em Saguinus.

  • JESSICA BARATA DA SILVA
  • EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA EM MORCEGOS NEOTROPICAIS DA SUBFAMÍLIA GLOSSOPHAGINAE (CHIROPTERA PHYLLOSTOMIDAE): RECONSTRUÇÃO FILOGENÉTICA USANDO PINTURA CROMOSSÔMICA MULTIDIRECIONAL

  • Data: 20/09/2018
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  • Estudos moleculares sugerem uma origem convergente da subfamília Glossophaginae (Phyllostomidae), além de indicarem que a evolução molecular na tribo Choeronycterini (Glossophaginae) parece estar entre as mais rápidas da família Phyllostomidae. A elucidação dos rearranjos cromossômicos por mapeamento genômico comparativo usando pintura cromossômica multidirecional pode mostrar como a evolução cromossômica da subfamília Glossophaginae ocorreu, bem como entender os processos de diversificação citogenética na tribo Choeronycterini. O presente trabalho tem como objetivo realizar estudos de evolução cromossômica por meio de mapeamento com sondas de cromossomos totais de Phyllostomus hastatus (PHA) e Carollia brevicauda (CBR) em Anoura geoffroyi (AGE) 2n=30/NFa=54, Anoura caudifer (ACA) 2n=30/NFa=56 e Lichonycteris degener (LDE) 2n=24/NFa=44, provenientes dos biomas Amazônia e Mata Atlântica. A pintura cromossômica multidirecional usando sondas de PHA e CBR revelou 28 e 31 segmentos conservados em AGE; 28 e 32 em ACA; 27 e 28 em LDE, respectivamente. Nosso estudo demonstrou que as associações PHA 11p/12p, PHA 12q/15 e PHA 5qinv são sinapomorfias cromossômicas, presente nas três espécies analisadas. Deste modo, sugerindo que estas são as assinaturas cromossômicas para tribo. Os dados da pintura cromossômica geraram uma filogenia que corrobora a monofilia da tribo Choeronycterini, demonstrando também que a diversificação cromossômica encontrada na tribo parece ter acompanhado o ritmo evolutivo molecular, constatado pela fixação de múltiplos rearranjos cromossômicos, evidenciando grande diversidade cromossômica nas espécies da subfamília Glossophaginae.

  • EMILY VANESSA NASCIMENTO ARAUJO
  • EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE GENES E SEUS REGULADORES MICRORNAS, EM AMOSTRAS DE CÂNCER GÁSTRICO

  • Data: 13/09/2018
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    O câncer, de acordo com a Globocan, 2018, foi responsável por uma taxa de 8,2 milhões de mortes e 14,1 milhões de casos novos. No que diz respeito especificamente à incidência de câncer gástrico (CG), para o estado do Pará, estima-se no ano de 2018 um número de homens afetados de 23,30 e 11,45 de mulheres. No desenvolvimento do adenocarcinoma gástrico foram identificadas alterações moleculares significativamente aumentadas em vias metabólicas. Um desses elementos são os miRNAS, pequenos RNAs não codificantes que atuam na regulação da expressão gênica e podem agir como oncogenes ou supressores tumorais. O objetivo deste estudo foi investigar a possibilidade de genes das amostras tumorais depositadas no banco de dados Atlas Genômico do Câncer (TCGA) de serem modificados por miRNAs diferencialmente expressos. A análise foi realizada por plataforma de sequenciamento, RNA-Seq, e utilizou o software R-peridot na análise de expressão diferencial de microRNAs, o resultado identificou seis miRNAs alterados significativamente. Em seguida a plataforma miRTargetLink Human foi empregada e identificou oito genes alvos desses miRNAs entre amostras tumorais e seus correspondentes tecidos adjacentes no CG. As análises funcionais mostraram genes que participam de três vias metabólicas importantes associadas ao câncer: adesão focal, via de sinalização RAP1 e pela via de sinalização de cálcio. Por fim, a utilização do cálculo Z-Score confirmou os achados significantes.

  • MANUELA GENU CARVALHO
  • CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR PARA A SÍNDROME DO X-FRÁGIL EM PACIENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

  • Data: 31/08/2018
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  • O transtorno do espectro autista (TEA) é uma desordem do desenvolvimento neuropsiquiátrico grave. Um
    percentual significativo de pacientes com TEA pode ser explicado pela presença da Síndrome do X Frágil
    (SFX). A SXF é causada por uma alteração na expressão do gene FMR1, localizado no cromossomo X,
    resultante da expansão anormal do número de repetições CGG na região promotora.Esse estudo teve
    como objetivo a caracterização molecular do gene FMR1 em pacientes com TEA, para definir o número de
    repetições do tipo tripletes na região promotora do gene FMR1 e assim poder diagnosticá-los como
    portadores da SXF ou não. A triagem clínica de pacientes com TEA foi feita por médicos no Hospital
    Universitário Bettina Ferro de Souza com o auxílio do DSM-IV. Foram coletados 5,0mL de sangue em
    tubos contendo EDTA para posterior extração de DNA. Inicialmente, as amostras dos pacientes do sexo
    masculino foram submetidas a um primeiro método de triagem (baixa resolução) baseado na PCR. As
    amostras dos indivíduos masculinos que indicaram alguma alteração por este método (14) e as de todas as
    meninas (33), foram submetidas posteriormente à técnica de amplificação de fragmentos por PCR e
    eletroforese em sequenciador automático segundo o protocolo descrito no kit comercial Amplidex® FMR1
    (Asuragen®). No total, foi feita a eletroforese capilar de 47 indivíduos com TEA. Desse total, 36 (77%)
    foram classificados como normais, 2 (4%) intermediários, 5 (11%) com mutação completa e 4 (8%)
    demonstraram discrepância nos resultados (Gráfico 1). Dos 5 pacientes classificados como mutantes
    completos, 2 pacientes são irmãos. Todas as 33 mulheres pertencentes à amostra universal,
    estão classificadas como normais. Este trabalho é o primeiro utilizando a eletroforese capilar para
    diagnóstico de SXF na região de Belém-PA. Com ele, foi possível direcionar futuros trabalhos envolvendo o
    gene FMR1 e a SXF, além de aprimorar os conhecimentos desta técnica que pode nos dar muitas
    informações acerca de síndromes que contenham o mesmo mecanismo de hereditariedade.

  • FERNANDO AUGUSTO RODRIGUES MELLO JUNIOR
  • IDENTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES DE DIAGNÓSTICO E DE PROGNÓSTICO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA

  • Data: 29/06/2018
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  • O câncer pediátrico (de 0 a 18 anos) corresponde entre 1% e 3% de todos os tumores malignos na maioria das populações. Dados de registros populacionais do INCA de 2011 revelam que a leucemia linfóide aguda (LLA) é a principal neoplasia que acomete crianças e adolescentes, representando 39% dos casos na região metropolitana de Belém. Apesar dos avanços no tratamento, até um quarto dos pacientes com LLA ainda apresentam recaída, tendo associação com alterações genéticas recorrentes. Com isso, nos últimos anos, esforços intensivos vêm sendo dedicados a identificar alterações genéticas que contribuam para a leucemogênese, que influenciem a resposta ao tratamento e que possam ser aplicadas na clínica como novas ferramentas de prognóstico ou como novos alvos terapêuticos. Para tanto, vêm sendo usadas várias técnicas moleculares, dentre as quais a reação em cadeia da polimerase (PCR) para a identificação de fusões gênicas e CNAs de diversos genes. O presente estudo se justifica pelo fato de que o conhecimento de características moleculares seria de grande utilidade na determinação de um diagnóstico mais preciso, a nível molecular, além de poder colaborar com o direcionamento terapêutico mais adequado e com a avaliação prognóstica mais coerente. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo detectar e analisar as principais fusões gênicas (TCF3-PBX1, MLL-AF4, BCR-ABL1, TEL-AML1 e SIL-TAL) e alterações no número de cópias dos genes DMBT1, PRDM16 e FAM30A em pacientes pediátricos portadores de leucemia linfóide aguda (LLA) no Estado do Pará. Para isso, foram coletadas 155 amostras de sangue periférico ou medula óssea de pacientes atendidos no Hospital Ophir Loyola. Após isto, foram realizados o isolamento de linfócitos, extração de RNA, RT-PCR, e sequenciamento direto de todas as amostras. Destas, 40 amostras foram selecionadas para a análise de CNAs por PCR quantitativa em tempo real. Os resultados encontrados nestas análises foram correlacionados e avaliados quanto à existência de associação dos mesmos com características clinico-patológicas dos casos de LLA estudados. A análise estatística se baseou na análise descritiva, teste Qui-quadrado (p≤0,05). Como resultados,  detectou-se a existência de 86 (55%) dos pacientes de LLA com fusões gênicas e dos 40 pacientes analisados quanto à presença de CNAs, todos apresentavam alteração. Os pacientes portadores da fusão TCF3-PBX1 foram associados significativamente a casos de leucocitose (p= 0,05). A BCR-ABL1 aumentou significativamente com a idade (p= 0,0001) e teve maior quantidade de pacientes que foram a óbito (p= 0,0001). A fusão TEL-AML1 foi mais frequente em pacientes de menor idade (p= 0,003). Finalmente, a fusão MLL-AF4 foi exclusiva de pacientes lactentes (p= 0,0001) e esteve significativamente mais presente em pacientes de alto risco (p= 0,01). Os CNAs não apresentaram significância estatística quando associados a dados clínicos e presença de fusões. Conclui-se que a técnica de PCR se mostrou uma ferramenta rápida e eficiente para a detecção de fusões gênicas e alteração no número de cópias em pacientes de LLA, podendo ser utilizada para direcionar a alocação desses pacientes em diferentes grupos de risco.

  • DARLEN CARDOSO DE CARVALHO
  • Impacto de polimorfismos genéticos na susceptibilidade e na toxicidade da quimioterapia, na Leucemia Linfoblástica Aguda infantil.

  • Data: 25/06/2018
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  • A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é a neoplasia maligna pediátrica mais comum, representando 30% dos cânceres infantis. Crianças miscigenadas tendem a ter um maior risco de desenvolver LLA e piores resultados no tratamento do que crianças de populações relativamente homogêneas. Poucos estudos na literatura especializada relataram a influência de marcadores farmacogeneticos e de susceptibilidade a LLA em populações miscigenadas e ameríndias, apesar da relevância deste tipo de investigação. O objetivo do presente trabalho é investigar a associação de 32 variantes polimórficas à susceptibilidade a LLA infantil e à ocorrência de toxicidades graves no tratamento da doença. Foram utilizados 121 pacientes tratados para LLA no setor de oncologia pediátrica do Hospital Ophir Loyola e Octavio Lobo Hospital, 155 indivíduos não aparentados, sem câncer, utilizados como controle no estudo e 200 indivíduos de diferentes populações indígenas da Amazônia brasileira. A genotipagem dos 32 polimorfismos estudados utilizou a plataforma QuantStudio™–TaqMan® OpenArray™. As análises estatísticas foram realizadas empregando o Software R v.3.3.0. Todos os testes estatísticos foram baseados em uma probabilidade bicaudal e um p valor < 0,05 foi considerado significante. Em relação aos dados de toxicidade, o alelo mutante rs2306283 (de SLCO1B1) aumentou três vezes o risco de neurotoxicidade e o genótipo homozigoto mutante rs9895420 (de ABCC3) foi associado a um efeito de proteção cinco vezes maior à toxicidade gastrointestinal grave. Em relação as resultados de susceptibilidade as variantes dos genes GGH (rs1800909, rs3758149), CEBPE (rs2239633), ARID5B  (rs10821936), MTHFR (rs1801133) e MTHFD1 (rs2236225) foram relacionados a um efeito de proteção ao desenvolvimento de LLA e da variante do gene ATIC (rs4673993) associado a um efeito de risco para o desenvolvimento da doença. Em relação aos dados genéticos das populações indígenas da Amazônia estudadas, encontramos diferenças estatisticamente significantes de frequências alélicas quando comparadas a populações africanas, europeias, americanas e asiáticas. Com base nos valores do FST, a população ameríndia também foi a mais distinta dentre as populações. Esperamos que os resultados encontrados no presente trabalho ajude a elucidar os aspectos genéticos relacionados ao desenvolvimento e tratamento da LLA infantil na população amazônica brasileira.

  • ANA PAULA SCHAAN SILVA
  • Dinâmica de Colonização do Nordeste Brasileiro inferida por Marcadores Uniparentais de Ancestralidade

  • Data: 20/06/2018
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  • A população brasileira é o produto da interação de grupos ameríndios, africanos e europeus e pode ser considerada uma das mais miscigenadas do mundo. A região nordeste do país foi o primeiro e principal alvo de migrações durante o período colonial, ao receber um grande número de populações europeias e africanas. Por meio da investigação de polimorfismos em marcadores uniparentais de ancestralidade, é possível fazer inferências acerca da história da interação biológica entre as populações. O objetivo deste estudo foi caracterizar a população do nordeste do Brasil e as dinâmicas demográficas que a formaram por meio do sequenciamento das três regiões hipervariáveis do DNA mitocondrial e de 20 SNPs localizados na região não recombinante do cromossomo Y. Para as análises de DNA mitocondrial, a amostra foi composta por 550 indivíduos não aparentados distribuídos por oito estados da região nordeste, e para análises do cromossomo Y utilizou-se um subconjunto de 322 homens desta amostra. Os resultados demonstraram uma predominância inesperada de marcadores mitocondriais ameríndios na população do nordeste brasileiro, representando 43,5% das amostras. Foi observada uma distribuição heterogênea de haplogrupos ameríndios e africanos no estado do Piauí, o que motivou a criação da hipótese de que a região nordeste pode ser dividida em dois conjuntos baseados na frequência predominante destas linhagens. Tais diferenças proporcionais podem ser explicadas por meio dos registros históricos, que descrevem movimentos migratórios em direção ao interior da região durante o período colonial. Por outro lado, os resultados para as linhagens paternas apresentaram maior contribuição de haplogrupos europeus, os quais são diversificados, porém distribuídos de forma homogênea pelo território brasileiro. Adicionalmente, o sequenciamento de um novo conjunto de SNPs revelou a sub-estruturação destas linhagens, sugerindo que a população de origem europeia do nordeste pode ser oriunda de outros países europeus além dos tradicionais portugueses e espanhóis. Por fim, os resultados mostraram uma grande assimetria de gênero na distribuição dos grupos parentais, padrão que já foi descrito para outras populações sul americanas.

  • JAMILY LORENA RAMOS DE LIMA
  • ANÁLISE DE EXPRESSÃO GÊNICA DURANTE O DESENVOLVIMENTO OCULAR NO PEIXE DE QUATRO OLHOS Anableps anableps

  • Data: 14/06/2018
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  • O olho de vertebrados compartilha ao longo do reino animal, alta conservação de estrutura, fisiologia, e
    processos celulares e moleculares. Com exceção da perda parcial ou total de olhos, poucos exemplos de
    inovações morfológicas como duplicação de estruturas oculares, existem e tem sido estudados. Neste
    contexto, Anableps anableps (peixe de quatro olhos) é uma espécie que habita a região Amazônica e
    que consiste em um modelo único de organismo para estudo de plasticidade do desenvolvimento
    ocular. Ela é vivípara, com desenvolvimento interno embrionário e larval. O olho de A. anableps é
    parcialmente dividido, sendo composto de córneas e pupilas duplicadas, através das quais estímulos
    luminosos provenientes dos ambientes aéreo e aquático entram nos olhos simultaneamente. Além disso,
    a retina desses peixes adultos é subdividida em regiões dorsal e ventral, apresentando expressão
    assimétrica de proteínas fotorreceptoras, o que permite o processamento simultâneo de ambos
    estímulos luminosos provenientes dos dois ambientes ao mesmo tempo. Essas proteínas são opsinas
    visuais responsáveis pela fototransdução da luz em sinais intracelulares que serão enviados ao cérebro.
    Sabe-se que A. anableps já nasce com córneas e pupilas duplicadas, mesmo que nenhum contato com
    luz do ambiente externo tenha ocorrido ainda. Com isso, este trabalho teve dois objetivos principais:
    identificar genes que podem estar envolvidos no processo de duplicação de estruturas oculares durante
    o desenvolvimento larval de A. anableps; e descrever o padrão de expressão gênica de opsinas visuais
    na retina de larvas antes do nascimento nessa espécie. Através de análise in silico de transcriptomas de
    olhos de larvas, oito genes foram selecionados. Posterior análise do padrão de expressão através de
    hibridização in situ (ISH) mostrou que cinco deles estão expressos na córnea. Portanto, posteriores
    estudos funcionais e de vias de sinalização devem revelar as alterações moleculares que levam a
    duplicação de córnea e pupila em A. anableps. Além disso, outros experimentos de ISH mostraram que
    larvas de A. anableps já possuem expressão assimétrica de opsinas visuais rh2-1 e lws ao longo da
    retina antes do nascimento. Esse padrão de expressão singular já foi descrito para a retina de A.
    anableps adultos. Por isso, esses resultados sugerem que esta assimetria é geneticamente programada
    sendo uma adaptação ao estilo de vida e habitat de A. anableps.

  • ANTONIO MARCIO GOMES MARTINS JUNIOR
  • SISTEMÁTICA MOLECULAR E FILOGEOGRAFIA DOS MACACOS-PREGO (CEBUS E SAPAJUS) E MACACOS-DA-NOITE (AOTUS)

  • Data: 25/05/2018
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  • Ao longo dos últimos 15 anos, diferentes trabalhos foram feitos investigando as relações evolutivas entre espécies de macacos do Novo Mundo com uma série de hipóteses filogeográficas sendo propostas e com consideráveis reformulações taxonômicas dentro dos gêneros, tendendo ao aumento do número de espécies. Dentre os diferentes gêneros de Platyrrhini estudados, os macacos-prego e os macacos-da-noite mostram-se ainda negligenciados em termos filogenéticos e filogeográficos. Recentemente, foi proposto que os macacos-prego fossem divididos nos gêneros Cebus (macacos-prego gráceis) e Sapajus (macacos-prego robustos). Ao longo dos últimos seis anos, estudos utilizando dados mitocondriais sugeriram um considerável aumento do número de espécies em Cebus. Em contrapartida, evidenciaram que a maioria dos morfotipos de Sapajus surgiram há menos de 1 milhão de anos. Estes estudos também propuseram o modelo filogeográfico “Reinvasão da Amazônia” de origem e diversificação dos macacos-prego. Esse modelo considera que o surgimento do Cerrado entre 7-9 milhões de anos atrás foi fator vicariante para o isolamento dos macacos-prego gráceis e robustos na Amazônia e Mata Atlântica, respectivamente. O primeiro se originou na Amazônia, enquanto que o segundo diversificou na Mata Atlântica. A atual simpatria de ambos os gêneros na Amazônia é explicada por uma recente reinvasão da Amazônia pelos macacos-prego robustos nos últimos 300 mil anos. Os macacos-da-noite (Aotus) apresentam uma das taxonomias mais conflitantes dos macacos do Novo Mundo. Dependendo do autor, a diversidade de espécies do gênero varia de uma, duas, sete, oito ou nove espécies. Hershkovitz (1983) propôs que o gênero fosse dividido em dois grupos de espécies: o grupo de pescoço vermelho com distribuição ao Sul do rio Amazonas-Solimões; e o grupo de pescoço cinza com distribuição ao Norte do rio Amazonas-Solimões. Virtualmente, todos os trabalhos recentes feitos no gênero utilizando dados de sequências de DNA empregaram apenas marcadores mitocondriais para o entendimento do seu histórico evolutivo. Entretanto, todos eles são concordantes em não suportar a proposta de grupos de Hershkovitz, evidenciando Aotus nancymae como pertencente ao grupo de pescoço cinza, ao invés do de pescoço vermelho. Aqui, eu utilizei abordagens filogenéticas de Máxima Verossimilhança, Inferência Bayesiana e Máxima Parcimônia, bem como recentes métodos filogeográficos para investigar a Sistemática molecular e o histórico biogeográfico dos macacos-prego e dos macacos-da-noite. Para o primeiro grupo, eu utilizei dados de sequências da Região Controle e do Citocromo b do genoma mitocondrial. Para o segundo, eu utilizei uma abordagem multiloci empregando 10 marcadores mitocondriais e 10 nucleares. Com base na ausência de suporte para a recente proposta de aumento do número de espécies em Cebus eu proponho que o gênero seja mantido com as tradicionalmente reconhecidas espécies C. capucinus, C. kaapori, C. albifrons e C. olivaceus. Os dados obtidos aqui, em consonâncias com evidências morfológicas, biogeográficas, filogenéticas e de tempo de divergência, sugerem que as espécies Sapajus cay e S. macrocephalus devem ser sinonimizadas em S. apella. As análises biogeográficas não suportam a proposta de “Reinvasão da Amazônia” sugerindo que a simpatria atualmente observada entre Cebus e Sapajus na Amazônia existe desde a origem de ambos os gêneros. Em Aotus, os oito táxons estudados foram recuperados como monofiléticos. Entretanto, nossos dados não
    suportam os grupos de Hershkovitz. Nossas análises biogeográficas mostram que o final do soerguimento dos Andes no Plioceno foi crucial para a origem de Aotus. Os dados revelam que o gênero surgiu nas regiões Sul e Norte da Bacia Amazônica Central e que a maioria dos rios Amazônicos não foram barreiras geográficas para a expansão e diversificação dos macacos-da-noite.

  • TALITA FERNANDA AUGUSTO RIBAS
  • Citogenômica comparativa em espécies de aves Suboscines das famílias Thamnophilidae e Furnariidae (Passeriformes).

  • Data: 02/05/2018
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  • A Ordem Passeriformes representa uma das maiores radiações adaptativas entre os vertebrados. Ocorrem em todos os
    continentes do globo, exceto a Antártica, e possuem sua maior diversidade nos trópicos. Entretanto, pouco se é
    conhecido do ponto de vista genético e principalmente citogenético desta Ordem. No entanto foram encontrados
    resultados interessantes que demostraram a ocorrência de rearranjos intracromossômicos em Passeriformes, utilizando
    dados in silico. Considerando este cenário, nove espécies de Passeriformes (Willisornis vidua, WVI; Thamnophilus
    aethiops, TAE; Thamnomanes caesius, TCA; Pyriglena leuconota PLE; Phlegopsis nigromaculata, PNI;
    Myrmotherula longipennis, MLO; Myrmoborus myotherinus, MMY; Isleria hauxwelli, IHA (Thamnophilidae) e
    Glyphorynchus spirurus, GSP (Furnariidae), foram estudadas por meio de citogenética clássica e molecular.
    Utilizamos uma combinação de técnicas de citogenética molecular incluindo pintura cromossômica com sondas de
    Burhinus oedicnemus (BOE) e Gallus gallus (GGA) e sondas de Cromossomos Artificiais de Bactéria (BAC), apenas
    em Thamnophilidae. No total, 148 sondas de bibliotecas de BACs de GGA e Taeniopygia guttata (TGU) foram
    testadas, das quais 98 foram de macrocromossomos (1-9) e 40 para microcromossomos (10-28). Todos os cariótipos
    obtidos são semelhante aos cariótipos típicos de Passeriformes, com alto número diploide variando de 2n=80 a 86, com
    poucos macrocromossomos e muitos microcromossomos. Nossos resultados demonstram que a maioria dos
    cromossomos de GGA são conservados nas espécies analisadas, com exceção de GGA-1, 2, 4 e 6 (P. nigromaculata).
    Dados preliminares usando BACs mostraram rearranjos intracromossômicos, principalmente inversões, quando
    comparados Thamnophilidae cariótipos com GGA, e corroboraram as fissões reveladas por pintura. Nossos resultados
    também nos permitiram discutir a possibilidade de um cariótipo ancestral para a Subordem Suboscines.

  • WILLAM OLIVEIRA DA SILVA
  • Evolução Cromossômica em Roedores da Subfamília Sigmodontinae (Rodentia, Cricetidae).

  • Data: 23/04/2018
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  • A subfamília Sigmodontinae faz parte de um dos grupos mais diversificados e complexos dos
    mamíferos do Novo Mundo, estando distribuídos em 84 gêneros e 380 espécies. Com exceção de
    nove gêneros incertae sedis, todas as espécies estão distribuídas em nove tribos. Apesar dos
    estudos de pintura cromossômica nos Sigmodontinae terem incluído apenas 25 espécies
    pertencentes a oito gêneros, tais análises permitiram a compreensão da evolução cariotípica de
    alguns grupos e a proposição de assinaturas filogenéticas. Neste estudo apresentamos três capítulos
    e um apêndice: o primeiro capítulo é voltado para o diagnóstico de duas novas espécies não
    descritas para o gênero Neacomys (Sigmodontinae, Oryzomyini), Neacomys sp. A (2n=58/NF=68)
    e Neacomys sp. B (2n=54/NF=66), através de pintura cromossômica com sondas de Hylaeamys
    megacephalus (HME; Sigmodontinae, Oryzomyini) e sequências do gene mitocondrial Citocromo
    b (Cytb) e Citocromo C Oxidase - Subunidade I (COI), além de propor a atuação dos rios
    Amazônicos como barreiras a distribuição das espécies e potencial agente no processo de
    especiação alopátrica; o segundo capítulo é direcionado para a compreensão dos rearranjos
    cromossômicos no gênero Neacomys, através de pintura cromossômica com sondas de HME em
    Neacomys cf. dubosti (2n=62/NF=60), N. paracou (2n=56/NF=64), N. amoenus (2n=64/NF=68),
    Neacomys sp. C (2n=58/NF=64) e Neacomys sp. D (2n=58/NF=70), estabelecendo padrões
    evolutivos nessas espécies que ocorrem na Amazônia oriental, além de gerar uma filogenia
    cromossômica que foi comparada com a filogenia molecular já disponível para o grupo; o terceiro
    capítulo é voltado para a compreensão dos rearranjos e assinaturas da tribo Akodontini,
    hibridizando sondas de HME em Blarinomys breviceps (2n=28/NF=50) e Oxymycterus amazonicus
    (2n=54/NF=64), comparando com os dados disponíveis na literatura para os Akodontini e
    Oryzomyini hibridizados com sondas de HME. O apêndice refere-se a um projeto paralelo que foi desenvolvido durante o intercâmbio. Neste trabalho foram gerados dois conjuntos de sondas de roedores do gênero Proechimys: P. roberti (2n=30) e P. goeldii (2n=24♀,25♂). Visando entender os eventos de modificação cromossômica nesse grupo, foi realizado o mapeamento cromossômico comparativo de P. roberti, P. goeldii e P. gr. goeldii (2n=16♀,17♂). Foi detectado uma alta plasticidade dos mecanismos que determinaram a evolução cromossômica destes taxa, além de constatar origens independentes dos Neo-X em P. goeldii e P. gr. goeldii, o que evidencia o papel em potencial destes roedores como modelos para estudos de evolução dos cromossomos sexuais.

  • ADENILSON LEAO PEREIRA
  • “Oncogenômica: microRNAs no Câncer Gastrico”

  • Data: 06/04/2018
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  • O câncer gástrico (CG) quando diagnosticado tardiamente é agressivo e de difícil
    manejo. A ausência de biomarcadores das fases iniciais do CG reduz as
    possibilidades terapêuticas e a sobrevida dos pacientes. Os miRNAs possuem boa
    relação sensibilidade/especificidade, o que os tornam potenciais biomarcadores de CG.
    Neste estudo avaliamos a relação dos miRNAs com o campo de cancerização e seu
    potencial biomarcardor de CG. Analisamos o perfil de expressão de miRNAs em
    amostras de tecidos gástricos não-câncer (NC), adjacente ao câncer (ADJ) e com CG.
    Para isso, duas estratégias de análises foram utilizadas: o sequenciamento de nova
    geração e qRT-PCR. As duas estratégias revelaram que os miRNAs estudados
    encontram-se diferencialmente expressos entre os grupos analisados. Entretanto, os
    tecidos ADJ e CG apresentaram um perfil de expressão muito semelhante, sugerindo
    que eles compartilham a desregulação de muitos miRNAs. Esses resultados corroboram
    a existência do campo de cancerização no CG. Onze miRNAs supressores tumorais
    (TS-miRs) foram encontrados significantemente hiperexpressos exclusivamente no
    tecido ADJ, que acreditamos ser um provável mecanismo antitumoral. A análise
    discriminatória selecionou três grupos de biomarcadores com AUC>85%: Seis miRNAs
    foram selecionados como biomarcadores de doença avançada; cinco como
    biomarcadores dos estágios iniciais da doença; e dez como bimarcadores dos estágios
    iniciais e avançados do CG. No geral, mostramos que os miRNAs estudados estão
    intimamente relacionados ao campo de cancerização no CG. Mostramos um novo
    aspecto da biologia molecular do campo de cancerização, onde a hiperexpressão de TSmiRs é utilizada como um provável mecanismo antitumoral. Por fim, este estudo mostra
    a potencialidade dos miRNAs como biomarcadores do CG. Nesse contexto, os miRNAs
    estudados são potencialmente úteis como biomarcadores, preditivos e alvos terapêuticos

  • INGRYD NAYARA DE FARIAS RAMOS
  • ATIVIDADE ANTINEOPLÁSICA DE NAFTOQUINONA SINTÉTICA (MF15) EM CÉLULAS DE MELANOMA METASTÁTICO HUMANO

  • Data: 06/04/2018
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  • O câncer consiste em um conjunto de mais de 100 doenças, caracterizado pelo crescimento descontrolado de células que invadem o tecido circundante e podem se deslocar para sítios distantes do órgão afetado. Dentre os diferentes tipos de neoplasias o melanoma é um tumor maligno que se origina a partir dos melanócitos, representando a forma mais agressiva de câncer de pele e destacando-se por sua crescente incidência, elevada invasividade e baixa sobrevida, devido sua alta capacidade em gerar metástases. Seu tratamento permanece como um grande desafio, haja vista que em estágio avançado normalmente torna-se resistente às terapias atuais. Assim, as descobertas recentes acerca da sinalização celular proporcionam uma maior compreensão da biologia do melanoma e esses avanços estão sendo explorados para fornecer medicamentos mais direcionados e novas abordagens terapêuticas. Levando em consideração a comprovada atividade antitumoral de diferentes naftoquinonas em modelos experimentais o presente estudo objetivou a avaliação in vitro dos possíveis mecanismos de ação da naftoquinona sintética (MF15) sobre a capacidade citotóxica e viabilidade celular, capacidade genotóxica, mecanismo de morte celular, a motilidade e a capacidade invasiva em linhagens de melanoma metastático humano. Os resultados dos ensaios executados indicaram que MF15 foi citotóxica para todas as linhagens testadas, com CI50, em 72 horas, entre 1,82 – 5,80 µM, além de uma seletividade frente às células tumorais, sendo a linhagem SK-Mel 19 a mais sensível ao composto o que motivou a realização de testes posteriores nesta linhagem. A naftoquinona MF15 mostrou ainda um potencial genotóxico, levando a um aumento significativo do índice de dano ao DNA, bem como induziu morte celular por apoptose na linhagem SK-Mel 19. Os demais ensaios evidenciaram que a naftoquinona MF15 inibiu o processo de migração celular, com diminuição significativa da motilidade, após 15 horas de tratamento na concentração de 2 μM  e após 30 horas de tratamento nas concentrações de 2 μM e 4 μM e diminuiu a capacidade invasiva das células forma significativa, também nas concentrações de 2 μM e 4 μM. Os dados obtidos neste estudo trouxeram novos aspectos acerca da ação da naftoquinona sintética MF15 em células de melanoma e permitem apontar esta molécula como um potencial agente terapêutico, motivando interesse na elucidação de seu completo mecanismo de ação.

  • HELBER GONZALES ALMEIDA PALHETA
  • ANÁLISE DE VARIANTES DO GENE CDH1 NO BANCO DE DADOS 1,000 GENOMES: Desenvolvimento de uma ferramenta para análise de distribuição das mutações

  • Data: 05/04/2018
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  • A análise in silico é um conjunto de ferramentas computacionais muito eficiente para o estudo da relação genótipo-fenótipo. O uso destas ferramentas tem sido uma excelente abordagem para a caracterização de variantes moleculares depositados em banco de dados. Um destes bancos de dados é o 1.000 GENOMES, que possui sequenciamentos de um número expressivo de indivíduos fenotipicamente saudáveis. O projeto 1000 Genomes possibilita a maior compreensão da variação do genoma humano e amplia o conhecimento da sua distribuição nas populações. Desse modo o estudo dos dados desse projeto auxilia no melhor entendimento do mecanismo de ação de várias doenças. No entanto, a manipulação dos arquivos desta fonte de dado não é fácil para os pesquisadores que não dominam a computação. Desse modo, o objetivo do presente trabalho é de desenvolver uma plataforma que permite investigar a variabilidade nucleotidica presente no gene CDH1 no banco de dados 1,000 Genomes”, assim como caracterizar as variações observadas e investigar padrão de patogenicidade de forma automatizada. Para o presente trabalho foram usados os dados no formato .VCF do ftp  1.000 GENOMES. Estes dados foram anotados usando o programa SNPEFF e foram armazenados num banco de dados criado usando o sistema gerenciador de banco de dados Mysql. Foi desenvolvido um módulo chamado VCFextract, que faz uma seleção dos dados anotados e os armazena na base de dados criada. Para a visualização dos resultados foi desenvolvido uma aplicação web, o Simple 4 Prediction (S4P), que possui uma interface que pode ser utilizada facilmente pelo usuário. O Simple 4 Prediction (S4P) permite que o usuário escolha o cromossomo onde pretende trabalhar e aplicar filtros do seu interesse. Este também permite ao usuário realizar a investigação de patogenicidade das variantes em diferentes preditores e no banco de dados CLINVAR. Os dados anotados do cromossomo 16 foram submetidas ao Simple 4 Prediction (S4P) e o resultado foi apresentado de forma tabelada para facilitar a sua interpretação. Foi realizada uma simulação com o gene CDH1 e os resultados demonstraram que o programa permite que o usuário tenha, de forma organizada, simplificada e rápida, os dados anotados do 1000 GENOMES e a patogenicidade das variantes, facilitando a pesquisa por usurários que não dominam a área da computação. Desse modo conclui-se que a plataforma desenvolvida pode ser de grande utilidade para pesquisadores não programadores que pretendem explorar os dados de 2504 amostras de indivíduos saudáveis depositados no banco de dados 1.000 GENOMES.

  • AILTON LOPES DE SOUSA
  • PHAGEWEB – INTERFACE WEB PARA RÁPIDA IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE PROFAGOS EM GENOMAS BACTERIANOS

  • Data: 04/04/2018
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  • A utilização das ferramentas de bioinformática cresceu consideravelmente nos últimos anos. Tais ferramentas têm contribuído amplamente para o melhor entendimento de processos biológicos associados a diversos microrganismos e, com isso, o surgimento de novos e mais eficientes métodos e programas para responder diversas perguntas biológicas, como a identificação de regiões de fagos presentes nos genomas bacterianos. Para tanto, este estudo propõe O desenvolvimento de uma ferramenta computacional com uma interface gráfica que permite identificar regiões de fagos e realizar a caracterização funcional destas, por meio de buscas por homologia e da integração de informações dos fagos pelos serviços de webservices de outras aplicações. O desempenho do PhageWeb foi comparado a outras ferramentas usando testes de Sensibilidade (Sn), representando a proporção de indivíduos ou elementos com classificação positiva e usando o Valor Preditivo Positivo (PPV), que descreve o número de verdadeiros positivos. Como referência para os testes, foram utilizados mais de 80 genomas anotados manualmente e, nessas análises, o PhageWeb apresentou um índice Sn igual a 86,1% e PPV de aproximadamente 87%, enquanto a segunda melhor ferramenta apresentou valores de Sn e PPV de 83,3% e 86,7%, respectivamente. Esses índices nos permitiram observar uma maior precisão nas regiões identificadas pelo PhageWeb em comparação com outras ferramentas de previsão submetidas aos mesmos testes. Além disso, o Phageweb foi substancialmente mais rápido do que as outras alternativas computacionais, diminuindo o tempo de processamento para aproximadamente um sexto do tempo exigido pelo segundo melhor software.

  • LAINE CELESTINO PINTO
  • MODULAÇÃO DE GENES ENVOLVIDOS NA RESISTÊNCIA A QUIMIOTERAPIA PELA MEBENDAZOL EM MODELO DE CÂNCER GÁSTRICO

  • Data: 29/03/2018
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  • O câncer gástrico (CG) é a terceira causa mais comum de mortalidade por neoplasia ao redor do mundo, principalmente devido ao início tardio dos sintomas clínicos e do diagnóstico, sendo um dos principais motivos que levam a doença a ser frequentemente diagnosticada em um estágio avançado, limitando as abordagens terapêuticas. A desregulação do MYC é um evento comum na carcinogênese gástrica e pode ser um potencial biomarcador no desenvolvimento de novos alvos para terapia do CG. Além disso, a regulação desse gene pode estar relacionada à resistência a quimioterápicos, assim como genes transportadores de drogas e são responsáveis pela falha na resposta ao tratamento, impedindo o sucesso na terapia do CG. Assim, o desenvolvimento de estratégias que modulam a expressão desses genes podem ser mais efetivas e menos tóxicas que as estratégias terapêuticas convencionais. Nesse sentido, o redirecionamento clínico de uma droga já estabelecida como o Mebendazol (MBZ), que já demonstrou atividade anticâncer em modelos tumorais in vivo e in vitro, pode ser uma estratégia terapêutica para o CG, principalmente por ser um medicamento de baixo custo, com perfil de segurança aceitável e toxicidade reduzida em células normais. Com base nisso, o objetivo do nosso estudo foi investigar a capacidade do MBZ causar dano ao DNA e morte celular, através da atividade do gene MYC e genes transportadores de drogas envolvidos na resistência a quimioterápicos em modelo de CG. O ensaio cometa foi utilizado para avaliar os efeitos genotóxicos do MBZ em AGP01 e a análise do ciclo celular da AGP01 após o tratamento com MBZ foi realizado através da citometria de fluxo. O efeito apoptótico do MBZ na AGP01 foi testado através da coloração diferencial de brometo de etídio/laranja de acridina e a amplificação gênica do MYC, expressão do mRNA do gene MYC e a expressão proteica do MYC foram avaliadas pelos ensaios de FISH, RT-qPCR e Western blotting, respectivamente. A expressão dos genes transportadores de drogas ABCB1, ABCC1 e SLC47A1 e da proteína MDR1 foram avaliadas por RT-qPCR e Western blotting, respectivamente. Observou-se que o MBZ aumentou significativamente o índice de dano na AGP01 em todas as concentrações testadas comparado ao controle negativo. O MBZ induziu parada no ciclo celular em G2/M na maior concentração testada após 24h de tratamento e desencadeou apoptose de forma significativa nas concentrações mais elevadas no mesmo período de tratamento. O MBZ reduziu os sinais de amplificação do MYC e reduziu a expressão do mRNA e a expressão proteica do MYC em AGP01. Além disso, o MBZ reduziu significantemente o nível de expressão de mRNA dos genes ABCB1 e ABCC1 na maior concentração testada e a expressão de mRNA do gene SLC47A1 em todas as concentrações de MBZ quando comparado ao controle negativo. O nível de expressão da proteína MDR1 signicantemente reduziu na maior concentração testada de MBZ, assim como o encontrado na expressão gênica. Assim, nosso estudo demonstrou que o gene ­C-MYC é uma das importantes vias pelas quais o MBZ induz morte celular em células gástricas e pode auxiliar na redução da resistência a quimioterápicos através da modulação de genes transportadores de drogas, sendo potencial na terapia do CG. No entanto, estudos adicionais sobre toxicologia, farmacocinética e o efeito antitumoral da MBZ in vivo devem ser realizados para comprovar a sua eficácia como medicamento alternativo em pacientes com CG.

  • MAURO LUCIO FERREIRA SOUZA JUNIOR
  • Associação de polimorfismos do gene FTO (rs9939609 e rs8050136) com o Índice de Massa Corporal e Circunferência Abdominal em Populações de Comunidades Quilombolas do Estado do Pará

  • Data: 28/03/2018
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  • As comunidades quilombolas são agrupamentos étnicos que se auto definem por meio das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade e práticas culturais próprias. Estas comunidades resultaram inicialmente da resistência da escravidão que foi imposta durante séculos no país. Ainda hoje, estão espalhadas por todo território brasileiro, principalmente nas áreas rurais, possuindo um certo grau de isolamento geográfico, acesso restrito aos serviços de saúde e educação. No que diz respeito à saúde dos indivíduos quilombolas, há uma situação de profundo agravo devido à falta de políticas públicas para estas áreas. Há poucos estudos realizados sobre as condições de vida nos remanescentes de quilombos no Pará, visto que eles estão localizados em áreas de difícil acesso e não há o devido olhar de preocupação por parte do governo. Hoje, é notório o crescimento do sobrepeso e obesidade nas comunidades quilombolas. Isso se deve à transição nutricional que ocorre nos remanescentes de quilombos. Tal transição decorre de mudanças econômicas, demográficas e sociais, resultando em uma tendência de modificação do consumo, produção e comercialização dos alimentos. Definida como um distúrbio metabólico, a obesidade se apresenta como um grande problema mundial de saúde pública, juntamente com o Diabete Mellitus tipo 2 (DM2). A obesidade é induzida por uma dieta hipercalórica e/ou má nutrição e hábitos de vida inadequados que resultam em um aumento do acúmulo de gordura corporal e aumento no risco de muitas doenças crônicas, como câncer, e Doença Cardiovascular. Atualmente, os estudos genéticos concentram-se em encontrar variantes que possam estar associadas à algum tipo de doença, seja transmissível ou não. Uma das técnicas mais utilizadas nesse tipo de busca é o Estudo de Associação Genômica Ampla (GWAS - Genome-Wide Association Study) que tem como objetivo identificar associações entre fenótipos e um ou mais marcadores genéticos. Os primeiros estudos com GWAS foram publicados há vários anos e, ainda hoje, esta é uma ferramenta importante para ajudar a compreender a variabilidade humana e o papel que variantes genéticas desempenham na doença. Vários são os SNPs encontrados no gene FTO. Um dos mais estudados é o SNP rs9939609, fortemente associado com a obesidade. Outro SNP também muito estudado e associado com a obesidade é o rs8050136 e um estudo demonstrou que a atividade física e o consumo alimentar podem modificar a associação que há entre a variante FTO rs8050136 e traços ligados à obesidade. O presente trabalho tem por objetivo investigar as frequências alélicas e genotípicas do gene FTO rs8050136 e rs9939609, e suas influências sobre o Índice de Massa Corporal e o aumento da Circunferência da Cintura dos indivíduos que vivem nas comunidades quilombolas dos municípios de Oriximiná, Óbidos, Moju, Inhangapi e Concórdia, todos localizados no estado do Pará.

  • HAIALA SOTER SILVA DE OLIVEIRA
  • GENOTIPAGEM DA GLICOSE-6-FOSFATO DESIDROGENASE (G6PD) E DO SISTEMA SANGUÍNEO DUFFY EM COMUNIDADES AFRODESCENDENTES DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 27/03/2018
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  • A Glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) é uma enzima que participa da via das pentoses-fosfato que resulta, entre outros, em um poder redutor importante para os eritrócitos maduros. O gene da G6PD encontra-se no cromossomo X, logo a maior incidência da deficiência funcional é em homens. O grupo sanguíneo Duffy codificado pelo gene FY, localizado no cromossomo 1, é caracterizado por três alelos principais: FY*A, FY*B e FY*BES e quatro fenótipos Fy(a+b-), Fy(a-b+), Fy(a+b+) e Fy(a-b-). Duffy e G6PD têm relação direta com a malária. Este estudo teve como objetivo analisar as frequências alélicas e genotípicas da deficiência de G6PD e do sistema sanguíneo Duffy nas populações de remanescentes quilombolas do estado do Pará.

  • AMANDA DE NAZARE COHEN PAES
  • INVESTIGAÇÃO DE GENES METABOLIZADORES DE XENOBIÓTICOS NA SUSCEPTIBILIDADE AO CÂNCER GÁSTRICO OU COLORRETAL

  • Data: 19/03/2018
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  • O câncer gástrico (CG) e o colorretal (CRC) são duas das principais causas de morte por câncer em todo mundo, devido sua prevalência e mal prognóstico. No Norte do Brasil, a incidência destes tipos neoplásicos é elevada em relação à média apresentada no restante do país. Investigamos a associação entre 32 polimorfismos funcionais em genes que codificam enzimas envolvidas em vidas metabolizadoras e a susceptibilidade ao CG e CRC. O estudo investigou um total de 95 pacientes com CG ou 121 com CRC, tratados em dois hospitais de referência em tratamento oncológico no estado do Pará, e 140 indivíduos sem câncer, incluídos como controles nas analises de susceptibilidade genética aos tipos tumorais aqui estudados. As variantes genéticas foram investigadas por Sequenciamento em tempo real, utilizando tecnologia TaqMan Open Array Genotyping (Applied Biosystems, Life Technologies, Carlsbad, USA). Foi utilizado um painel de 61 Marcadores Informativos de Ancestralidade (MIAs) como método de controle da ancestralidade genômica no estudo. Foram encontradas associações significativas em oito dos polimorfismos analisados, com base na comparação de genótipos entre grupos de caso e controle. Um aumento no risco de desenvolvimento das neoplasias colorretais e gástricas foi encontrado em associação com os polimorfismos dos genes ABCG2 (rs2231142), DPYD (rs17376848, rs1760217, rs1801159, rs3918290, rs55886062 e rs67376798) e TP53 (rs1042522). Em dois casos, no entanto, os do rs1128503 do gene ABCB1 (p = 0,000352; OR = 0,265; IC 95% = 0,128-0,549) e o rs17116806 do gene DPYD (p = 0,000005; OR = 0,223; CI 95% = 0.117-0.425), a probabilidade de desenvolver CRC ou GC foi significativamente reduzida. Nossos sugerem que a investigação de variantes genéticas em genes componentes de vias metabolizadoras pode ajudar a determinar susceptibilidade genética ao CG e CRC, e, assim, auxiliar na redução dos índices de incidência e mortalidade destas neoplasias em uma população altamente miscigenada do Norte do Brasil.

  • JAQUELINE DINIZ PINHO
  • ANÁLISE DA EXPRESSÃO DOS MICRORNAS MIR-223-3P, MIR-145-5P, MIR-21-5P E MIR-107 EM AMOSTRAS DE PACIENTES COM CÂNCER DE PÊNIS E SUA RELAÇÃO COM A INFECÇÃO DO HPV E FATORES DE PIOR PROGNÓSTICO

  • Data: 15/03/2018
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  • O câncer de pênis continua sendo um problema de saúde pública em países em desenvolvimento, como o Brasil. Apesar da alta prevalência de câncer peniano, dados epidemiológicos, parâmetros clínicos, evolução da doença e resposta aos tratamentos, ainda são incipientes, dificultando o diagnóstico, prognóstico e tratamento desta neoplasia. Em virtude desta exiguidade de informações, faz-se necessário identificar marcadores moleculares, a fim de auxiliar no prognóstico e tratamento adequado. Os microRNAs possuem grande potencial em serem biomarcadores de prognóstico e diagnóstico. Em virtude disto, o objetivo deste estudo foi analisar o perfil de expressão de microRNAs em amostras de pacientes com câncer de pênis e sua relação com a infecção por HPV e o comprometimento linfonodal, entre outros fatores de pior prognóstico.  A expressão dos microRNas foi realizada por qRT-PCR, em amostras de tumor primário de pacientes com diagnóstico anátomo-patológico de câncer de pênis, além disso foi feita a identificação e genotipagem de HPV. MiR-145 foi, significantemente, menos expresso nas amostras de tumor primário positivos para HPV. Os microRNAs com expressão aumentada, estatisticamente associada a fatores de pior prognóstico, foram miR-223-3p e miR-107, o primeiro em pacientes com metástase linfonodal, e o segundo em pacientes com grau histológico II e III, tumores maiores que 2.0 cm e estadiamento III e IV. Estes achados, indicam que estes microRNAs possuem potencial como biomarcadores para diagnóstico e prognóstico, além de regular genes que podem ser alvos úteis, assim como os microRNAs avaliados na elaboração de novas estratégias terapêuticas contra o câncer de pênis.

  • GLEN JASPER YUPANQUI GARCIA
  • Pipeline para análise funcional de metagenomas sequenciados com a plataforma Ion Torrent

  • Data: 22/02/2018
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  •             A biomassa terrestre é formada principalmente por micro-organismos, que evoluíram há cerca de 3.8 bilhões de anos, encontrando-se em qualquer lugar da terra, tanto em ambientes moderados quanto em ambientes extremos. O número estimado dos procariotos na terra é cerca de 9.2-31.7x1029 células (Kallmeyer et al., 2012). Segundo estimativas, somente 1-2% das bactérias são viáveis para o isolamento e cultivo in vitro. O termo não cultivável significa que a tecnologia atual ainda não é suficiente para caracterizar certos micro-organismos, devido à impossibilidade de cultivá-los ou porque não conhecemos suas necessidades metabólicas. Os avanços tecnológicos dos Sequenciadores de Nova Geração (NGS) revolucionaram a forma de estudar os micro-organismos, possibilitando que os sequenciamentos, ao longo dos anos, sejam cada vez mais baratos e rápidos. Os NGS possibilitaram o sequenciamento da matéria escura, ou micro-organismos não cultiváveis, permitindo estudá-los em seus ambientes naturais, pudendo dar respostas sobre os micro-organismos que estão presentes e principalmente as funções dos genes na comunidade. Os programas da bioinformática são essenciais na análise de metagenomas, mas requerem certos conhecimentos computacionais que podem ser limitações para usuários com pouco conhecimento de bioinformática, sobre tudo em análises que requerem a utilização de várias ferramentas. Neste trabalho apresenta-se um pipeline automatizado, em Python, para a caracterização gênica de metagenomas oriundos da plataforma Ion Torrent. O workflow do pipeline segue como etapas, o controle de qualidade, detecção e correção de erros de sequenciamento, remoção de leituras contaminantes, predição do melhor k-mer, montagem de novo, predição de genes, anotação funcional através dos serviços web NCBI BLAST+ (REST) ou UFPa REST e análise dos termos GO com GO Slim. O pipeline foi testado com cinco metagenomas coletadas do lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, sequenciados com a plataforma Ion Proton.

2017
Descrição
  • BENILSON SILVA RODRIGUES
  • ANÁLISE DA EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA NA FAMÍLIA TYRANNIDAE (PASSERIFORMES–AVES): MAPEAMENTO DE GRUPOS SINTÊNICOS, DE SEQUÊNCIAS TELOMÉRICAS E DNA RIBOSSOMAL. 

  • Data: 21/12/2017
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  • A ordem Passeriformes é dividida em duas subordens, uma delas formada por pássaros com capacidade de aprendizagem do canto, Passeri (Oscines), e a outra, sem tal habilidade, Tyranni (Suboscines). Nesta última, destacam-se os pássaros da família Tyrannidae, uma das maiores famílias de aves da região Neotropical. Apesar disso, há poucos estudos citogenéticos que abordem sua evolução cromossômica e relações filogenéticas. Assim, para compreender os mecanismos evolutivos que levaram a diversificação do cariótipo das espécies pertencentes à família Tyrannidae e dessa forma compreender melhor suas reações filogenéticas, foram feitos estudos citogenéticos empregando bandeamento C, e pintura cromossômica com sondas de cromossomos totais de G. gallus (GGA) e L. albicollis (LAL), além de sondas de 18S rDNA e de sequências teloméricas (TTAGGG)n em cinco espécies desse grupo: Serpophaga subcristata (subfamília Elaeniinae), Pitangus sulphuratus e Myiozetetes cayanensis (subfamília Tyranniinae), Satrapa icterophrys e Lathrotriccus euleri (subfamília Fluvicolinae). Os resultados indicam que, apesar da variação cariotípica da família, o número diploide destas espécies variou pouco, S. subcristata (2n=82), P. sulphuratus (2n=80), M. cayanensis (2n=80), S. icterophrys (2n=82) e L. euleri (2n=78). O padrão de bandeamento C indicou a presença de heterocromatina próxima ao centrômero em muitos cromossomos, com sinais mais intensos nos microcromossomos. As sondas de sequências (TTAGGG)n foram identificadas apenas nas regiões teloméricas, como em outras Neoaves, e os genes de 18S rDNA foram encontrados em apenas um par de microcromossomos, com exceção de S. subcristata, que os apresentou em dois pares, o que parece ser típico dentro de Elaeniinae. As sondas de GGA e LAL revelaram a presença de inversões paracêntricas e pericêntricas semelhantes nas cinco espécies, concordando com o observado em outros Passeriformes. Dessa forma, os tiranídeos apresentam o cariótipo semelhante a outras espécies de Passeriformes, confirmando que os rearranjos intracromossômicos detectados devem ter ocorrido antes do processo de separação entre Passerini e Tyranni.

  • CARLOS FABRICIO PINTO DE MEDEIROS
  • ANÁLISE DE POLIMORFISMOS NO GENE NOS EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 21/12/2017
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  • A anemia falciforme é uma doença hemolítica e hereditária, causada pela polimerização das moléculas de hemoglobina dentro dos eritrócitos fazendo com que assumam forma de foice. Isso se dá por devido uma troca de bases no sexto códon do gene da globina β, alterando as propriedades químicas da cadeia proteica ocasionando hemólises, crises vaso-oclusivas, episódios de AVE, ulceração nas pernas, primarismo entre outros sintomas. O óxido nítrico tem um papel importante na melhora clínica da doença; atuando no processo de vasodilatação, ajudando a prevenir as crises vaso-oclusivas, além de estar relacionado a síntese de HbF. Os genes NOS1 e NOS2A participam da síntese de NO a partir da L-arginina sendo dois SNPs rs816361, do gene NOS1, e rs1137933, do gene NOS2A, estão relacionados a um aumento na produção de NO no organismo e possível melhora clínica na anemia falciforme. Os objetivos desse trabalho são investigar polimorfismos nos genes NOS1 (rs816361) e NOS2A (rs1137933) e possíveis associações com elevação dos níveis de hemoglobina fetal e diminuição da gravidade clínica nos pacientes com anemia falciforme do estado do Pará. Foram estudados 200 pacientes com anemia falciforme atendidos na Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do estado do Pará (HEMOPA). O levantamento clínico desses pacientes foi feito em nível de prontuário, incluindo histórico das manifestações clínicas, evolução e condutas terapêuticas adotadas para cada paciente. De cada indivíduo foram obtidos 5ml de sangue periférico, em sistema de coleta a vácuo, utilizando EDTA como anticoagulante. Os níveis de HbF foram dosados por método de HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Performance), seguindo protocolo descrito pelo fabricante, utilizando-se o equipamento D10 (BioRad). A extração de DNA foi feita segundo método descrito por Old&Higgs (1993) com algumas modificações. A genotipagem para todos os fatores genéticos investigados no projeto ocorreram por PCR em Tempo Real, pelo sistema TaqMan, utilizando o aparelho 7500 real-time PCR da applied biosystems. A análise estatística foi feita por simples contagem para a determinação das frequências genotípicas e alélicas dos polimorfismos investigados as frequências obtidas foram compoaradas as referencias reportadas no HapMap do projeto 1000 genomas e as frequências foram comparadas utilizando o teste do Qui-Quadrado e uma análise multivariada foi feita para relacionar fatores clínicos e/ou laboratoriais com fatores genéticos investigados. No rs816361 o alelo selvagem C apresentou frequência de 0,52 e o alelo mutante G de 0,48, as frequências genotípicas foram CC= 0,045 e CG= ,955, para o rs1137933 o alelo selvagem G teve frequência de 0,87 e o mutante A de 0,23, para os genótipos GG=0,74; GA=0,25 e AA=0,01. Na comparação com as populações do HapMap, os alelos do NOS1 apresentaram diferença estatística com todas as populações, já para o NOS2A a diferença se mostrou apenas para a população Europeia. Foi observado a influência do alelo C do rs816361 e do alelo A do rs1137933 um quadro de melhora clínica com elevação dos níveis de NO e HbF e menor média de transfusões.

  • JULIANA CARLA GOMES RODRIGUES
  • Perfil Farmacogenômico das Fluoropirimidinas e Potenciais Implicações em Terapias Oncológicas em Populações Ameríndias Amazônicas

  • Data: 18/12/2017
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  • As fluoropirimidinas, representadas pelo 5-Fluorouracil (5-FU) e seus derivados orais, são um dos fármacos mais amplamente utilizados em diferentes esquemas terapêuticos no combate às neoplasias no mundo. Entretanto, apesar do seu amplo uso na prática clínica, tratamentos à base de 5-FU ainda são considerados desafiadores devido à grande variabilidade nas taxas de eficácia e toxicidade apresentadas. As variabilidades individuais ao padrão de tratamento podem ser determinadas geneticamente pela investigação de biomarcadores preditivos de toxicidade e resposta a diversas terapias, definindo o campo de atuação da farmacogenômica. Devido ao grande avanço nas pesquisas em farmacogenômica, diversas agências responsáveis pela regulamentação de fármacos mundialmente têm estabelecido protocolos de tratamento para diversos tipos de terapias, com o intuito de estabelecer uma medicina mais eficiente e personalizada. Entretanto, esses protocolos são desenhados, majoritariamente, para populações de origem europeia, não sendo adequadamente empregados em populações brasileiras, já que está é resultante de um complexo processo de miscigenação envolvendo a contribuição, principalmente, de europeus, africanos e ameríndios. Estudos farmacogenômicos em populações ameríndias são escassos, particularmente aqueles que abordam a farmacogenética de terapias oncológicas. Investigações genômicas capazes de analisar a heterogeneidade genética de biomarcadores associados com a resposta e toxicidade às fluoropirimidinas em populações ameríndias e miscigenadas são de grande impacto científico e podem refletir positivamente na saúde pública destas populações. Baseado nestes princípios, o objetivo do presente estudo foi investigar o perfil farmacogenômico de 32 biomarcadores preditivos de toxicidade e resposta em 16 genes (MTHFR, GGH, FPGS, RRM1, ABCG2, CYP2A6, ABCC2, ABCC4, SLC22A7, TP53, SLC29A1, ITGB5, UMPS, ABCB1, DPYD e TYMP) associados ao metabolismo de fluoropirimidinas em 148 indivíduos de três populações Ameríndias Amazônicas: Asurini do Trocará, Asurini do Koatinemo e Kayapó-Xikrin. O material genético foi extraído a partir de sangue periférico dos indivíduos estudados utilizando-se o método estabelecido por Sabrook et al., com modificações. As genotipagens dos polimorfismos foram realizadas por ensaios Taqman® em OpenArray®, utilizando o aparelho QuantStudio™ 12K Flex Real-Time PCR System. As análises estatísticas foram realizadas pelos programas Arlequin v. 3.5.2.2, SPSS v. 12.0 e pacote estatístico do R. Nossos resultados demonstraram frequências alélicas e distribuições de genótipos significativamente diferentes (P≤1.56E-03) em muitos marcadores de estudo nas populações ameríndias em comparação com populações africanas, europeias, americanas e asiáticas. Com base nos valores de FST, a população ameríndia também foi a mais diferente das demais (média de FST = 0,09917). Especificamente com relação ao perfil de resposta e eficácia dos ameríndios a tratamentos com fluoropirimidinas, eles apresentam altas frequências de polimorfismos deletérios (quando comprados com as demais populações continentais) em genes responsáveis por papeis importantes no metabolismo do fármaco, dentre eles o gene DPYD, o qual é biomarcador de rotina clínica para avaliar toxicidade a 5-FU. Esses dados destacam o perfil genético único da população indígena da região amazônica brasileira, o que é potencialmente importante do ponto de vista farmacogenético. Compreender a diversidade de marcadores genéticos relacionados ao processo ADME de fármacos é crucial para a implementação de protocolos de tratamento farmacogenômico individualizado em populações ameríndias, bem como em populações com alto grau de mistura com este grupo ético, como a população brasileira em geral.

    4.

  • MILLA DE ANDRADE MACHADO
  • ESTUDOS DA DIVERSIDADE CROMOSSÔMICA DE GYMNOTUS (Gimnotidae, Gymnotiformes) POR CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MOLECULAR

  • Data: 15/12/2017
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  •  

    Gymnotiformes possuem a habilidade de gerar e utilizar campos elétricos, tanto para
    eletrolocalização de objetos e outros organismos, quanto para a interação social. Dentro da ordem,
    Gymnotus é um gênero monofilético facilmente distinguido de outros Gymnotiformes por possuir a
    boca voltada para cima, os olhos dispostos na posição lateral da cabeça e uma cavidade do corpo
    longa. Estes peixes distribuem-se extensamente pela região Neotropical, com registros desde o sul
    do México até o norte da Argentina, sendo a maior diversidade encontrada na super-bacia
    amazônica. Atualmente o gênero apresenta 37 espécies descritas, divididas em 6 clados: G.
    pantherinus, G. coatesi, G. anguillaris, G. tigre, G. cylindricus e G. carapo. Gymnotus é o gênero
    de Gymnotiformes mais estudados citogeneticamente. O número diplóide em Gymnotus varia de
    2n=34 a 2n=54, apresentando uma grande diversidade cariotípica. Estudos mais recentes utilizando
    a técnica de Hibridização in situ Fluorescente (FISH) mostram resultados importantes quanto à
    diversidade de sequencias repetitivas e reorganização genômica no gênero. A analise do cariótipo
    da espécie Gymnotus coatesi indentificou um numero diploide de 50 cromossomos com formula
    cariotipica 24 m/sm +26 st/a, a presença de um único par portador do rDNA 5S e a presença de
    NOR múltipla, com blocos de rDNA 18 distais colocalizados com blocos de sequencias
    telomericas. A Pintura cromossômica em G. arapaima identificou um cariótipo rearranjado, com
    apenas seis pares homeologos com o cariótipo de G. carapo utilizado para a produção das sondas
    de cromossomo total. Esses resultados corraboram com uma alta dinâmica de reorganização
    genômica característica do grupo, além de também mostrar a importância de estudos citogeneticos
    no genero, que possuem varias espécies morfologicamente parecidas, incluindo a presença de
    espécies crípticas.

  • JAIME VIANA DE SOUSA
  • AVALIAÇÃO IN SÍLICO DO EFEITO DAS MUTAÇÕES NOS GENES HBB E CFTR EM INDIVÍDUOS DEPOSITADOS NO 1000 GENOMES DATABASE

  • Data: 04/12/2017
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  • O Projecto dos 1.000 Genomas realizou uma descrição da variação genética humana através da reconstrução dos genomas de 2.504 indivíduos saudáveis de 26 populações distribuídas ao redor do mundo e para discutir as implicações e estudos de doenças comuns. Usando dados disponíveis da base de dados do referido projeto, realizou-se uma análise comparativa de todos os seus genomas no gene regulador de condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR) e o Gene Beta globina (HBB), com o gene de referência e HG19. Analisaram-se os escores de severidade das mutações nos 27 exões do gene CFTR e nos 6 exões do gene HBB, usando alterações na sequência de aminoácidos (AA) e comparações com as bases de dados CFTR-2, Hbvar, ClinVar , e preditores de patogenicidade (POLYPHEN, PROVEAN, SIFT, FATHMM, Panther, nsNPA e MutPred ). Além de utilizar métodos de aprendizagem de máquinas (Redes Neurais e Random Forest) para gerar um escore compatível com o gerado pelo ClinVar e investigar qual detas técnica melhor se adaptam a predição de patogenicidade nas mutações do tipo SNP dos aminoácidos. Relatou-se também um modelo de homologia de CFTR humano de comprimento completo para melhorar a compreensão da estrutura e mutações patológicas.

  • JOSE AUGUSTO DO NASCIMENTO MONTEIRO
  • EFEITOS MUTAGÊNICOS E HISTOPATOLÓGICOS DO CROMO HEXAVALENTE EM GIRINOS DE Lithobates catesbeianus (SHAW, 1802) (ANURA, RANIDAE)

  • Data: 17/11/2017
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  • O crescimento urbano e industrial é um dos principais fatores responsáveis pelo aumento da quantidade e complexidade dos resíduos que são lançados nos ecossistemas aquáticos. Das espécies de cromo, Cr (VI) representa a forma menos estável, mais biologicamente reativa, tóxica e uma ameaça ao meio ambiente. O dicromato de potássio (K2Cr2O7) apresenta diversas aplicações na indústria, como componente de cimento, objetos cromados, tintura de tecidos e curtimento de couro. A espécie Lithobates catesbeianus (Shaw, 1802) (Anura, Ranidae) é importante para a ranicultura e utilizada em universidades para pesquisas. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos mutagênicos, citotóxicos e histopatológicos do cromo hexavalente em girinos da rã-touro L. catesbeianus, através do teste do micronúcleo, citometria de fluxo e análises histopatológicas de fígado e rim. Os girinos foram submetidos às concentrações de 4 mg.L-1(n= 11), 12 mg.L-1(n= 11) e 36 mg.L-1(n= 11) de K2Cr2O7. Um grupo (n= 11), não exposto, serviu de controle negativo (CN) e outro grupo (n= 11) exposto a 5 mg.L-1 de ciclofosfamida, como controle positivo (CP). Os dados foram submetidos a análises de variância por meio do teste ANOVA – um critério (citometria de fluxo) e teste de Kruskal-Wallis (teste do micronúcleo). O nível de significância considerado foi de 5%. Os resultados mostraram que, de modo geral, os micronúcleos (MNs) foram menos frequentes que as alterações morfonucleares (AMNs); houve diferença significativa na frequência de MNs entre o CN e todos os grupos tratados (p < 0,05), além do que o CP não diferiu dos tratamentos com cromo. Observou-se ainda que somente o CP e o grupo tratado com 36 mg.L-1 apresentaram frequências de AMNs significativamente maiores que a do CN (p < 0,05). Os tratamentos com cromo promoveram retenção de células na fase Sub-G1 e diminuição de células nas fases S e G2/M indicando inibição do ciclo celular. Todos os tratamentos com cromo levaram a lesões histopatológicas no fígado e rim, com destaque para 36 mg.L-1 (maior número de lesões). Os resultados encontrados, portanto, confirmam os efeitos tóxicos do cromo hexavalente

  • GLORIA TATIANA VINASCO SANDOVAL
  • piRNAs E RNA CIRCULARES NO CÂNCER GÁSTRICO: UMA COMPLEXA REDE EPIGENÉTICA DE RNAS NÃO CODIFICANTES NA REGULAÇÃO GÊNICA 

  • Data: 05/10/2017
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  • O câncer gástrico é uma das doenças malignas mais prevalentes e a terceira causa de morte relacionada ao câncer no mundo. O genoma não codificante no câncer tem sido principalmente estudado no contexto da regulação da expressão gênica exercida pelos microRNAs (miRNAs). No entanto, outros RNAs não codificantes (ncRNAs), como piRNAs e RNAs circulares estão emergindo como elementos potenciais da homeostase celular, e junto com os miRNAs, a sua desregulação está sendo encontrada como relevante para a tumorigênese. O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil de expressão global dos piRNAs em amostras de câncer gástrico, e avaliar in silico a possível função dos piRNAs e RNAs circulares diferencialmente expressos. Nós encontramos 703 piRNAs expressos em tecido gástrico e identificamos 14 novos piRNAs diferencialmente expressos no câncer gástrico. Destes, três piRNAs (piR-48966, piR-49145 e piR-31335) reforçam a hipótese do campo de cancerização, mostrando-se diferencialmente expressos no tecido de tumor e tecido adjacente ao tumor quando comparados com tecido sem câncer. Os RNAs circulares considerados neste estudo (hsa_circ_0001136, hsa_circ_0000284, hsa_circ_0000211, hsa_circ_0004771 e hsa_circ_0000524) foram apresentados anteriormente por nosso grupo de pesquisa como diferencialmente expressos nas mesmas amostras, e junto com os piRNAs demonstram que o tecido adjacente não deve ser considerado um tecido sem malignidade. Os piRNAs e os RNAs circulares diferencialmente expressos foram descritos como reguladores de genes ou miRNAs envolvidos em vias de sinalização relacionadas ao câncer, indicando o potencial biomarcador destes ncRNAs no câncer gástrico.

  • REYDSON RAFAEL ROSA REIS
  • FILOGEOGRAFIA E ESTRUTURA POPULACIONAL DE Scinax ruber (Anura: Hylidae) NA FLORESTA AMAZÔNICA

  • Data: 22/09/2017
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  • A Filogeografia é o estudo dos princípios e processos que associam as relações genealógicas com a distribuição geográficas das populações dos organismos e atualmente o principal caráter utilizado nas análises destes estudos são os marcadores moleculares, pois estes fornecem uma maior precisão sobre a história evolutiva dos táxons, uma vez que a divergência morfológica nem sempre é concomitante à diversidade genética. A floresta amazônica tem sido uma área bastante explorada nos estudos filobiogeográficos devido sua complexidade e extrema diversificação. Um dos diversos táxons estudados são os anuros, porém poucos estudos contemplam espécies que possuem ampla distribuição. Neste contexto, a espécie Scinax ruber apresenta distribuição, padrão filogeográfico e história evolutiva mal resolvidas. Assim, o presente estudo tem como proposta principal avaliar a diversidade genética, história evolutiva e estrutura populacional da espécie S. ruber. Para isto, foram analisadas as sequências de DNA de espécimes oriundos de diversas coleções biológicas ou do Genbank, amostradas em diferentes localidades da floresta amazônica. Para as análises moleculares foram utilizados os marcadores mitocondriais 12S, 16S e COI, a fim de avaliar a diversificação de S. ruber de acordo com as hipóteses dos rios como barreiras e dos refúgios florestais. Os resultados revelaram uma complexa história de diversificação de S. ruber, com sete possíveis populações divergentes ao longo de toda a Floresta Amazônica, porém de acordo com os resultados, os indivíduos da população de S. ruber da Colômbia possivelmente se trata de uma espécie distinta. As demais populações apresentaram-se fortemente estruturadas com nula possibilidade de fluxo gênico. As populações demonstradas pelas análises filogenéticas, em grande parte estão associadas às áreas de endemismo, justificada pelos eventos geológicos e climáticos ocorridos entre o Mioceno e o Pleistoceno, que atuaram nas principais divergências ocorridas na historia evolutiva de S. ruber. Por fim, as populações das áreas de endemismo Inambari e Rondônia possuem história evolutiva e expansão populacional recente. Pode-se concluir que as ferramentas moleculares foram úteis para contribuir com informações sobre a história evolutiva e filogeográfica de S. ruber, já que estes dados ainda são bastante escassos na literatura.

  • BRUNO DUSTAN ANDRADE DE SOUZA
  • GUIwebSeq: Sistema em Ambiente Web para Análise de Dados de RNA-Seq

  • Data: 15/09/2017
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  • A introdução de Sequenciadores de Nova Geração tem um papel de extrema importância na evolução observada nos útlimos anos na área da génetica, a utilização dessas novas plataformas de sequenciamento possibilitou uma redução nos custos por corrida, fazendo com que cada vez mais dados fossem gerados, impossibilitando assim que uma análise completa dos mesmos fosse feita sem a ajuda de inúmeros softwares. Esses softwares em geral são de difícil instalação, não podem ser utilizados em qualquer sistema operacional, não possuem interface gráfica – fazendo com que seja necessária a descrição de extensas linhas de comando para que uma simples análise seja feita à respeito dos dados gerados – e por último, mas não menos importante uma grande parte desses softwares necessitam de computadores com grande capacidade de processamento. Levando em consideração essas questões levantadas, essa pesquisa se consolida na criação de uma ferramenta Web com o objetivo de juntar diversas ferramentas utilizadas para essas análises em um só local e oferecer uma interface gráfica de fácil aprendizado com rapidez e acurácia nos resultados.

  • KARLA BEATRIZ CARDIAS CEREJA PANTOJA
  • Investigação de polimorfismos em genes de metabolismo de fármacos e ancestralidade genética em associação com a resposta ao tratamento de pacientes com Leucemia mieloide crônica na região Norte do Brasil

  • Data: 01/09/2017
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  • A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é a proliferação excessiva das células de linhagem granulocítica do sistema hematopoiético e a principal característica associada a ela é a presença do cromossomo Filadélfia, que consiste na translocação recíproca dos braços longos dos cromossomos 9 e 22 [t(9;22) (q34; q11)], levando à formação da proteína BCR-ABL com atividade enzimática tirosina-quinase constitutiva e desregulada. O tratamento de primeira linha para LMC é realizado com o Imatinibe, um inibidor de Tirosina-quinase. A literatura relata variações na resposta de alguns pacientes durante o tratamento da LMC, apontando que pode haver falha na resposta em cerca de 15% dos casos, o que pode estar associado com a variabilidade genética que cada indivíduo possui. Desta forma, o presente estudo buscou analisar polimorfismos de genes que estão envolvidos no metabolismo de fármacos quimioterápicos em relação a resistência ao tratamento com imatinibe e a associação da ancestralidade genética com a toxicidade causa da pelo imatinibe em pacientes com LMC. O objetivo deste trabalho foi analisar 18 polimorfismos de 10 genes em 105 pacientes com diagnóstico de Leucemia Mielóide Crônica submetidos ao tratamento com Imatinibe em um hospital de referência em tratamento oncológico do estado do Pará. As genotipagens dos polimorfismos foram realizadas por PCR em tempo real, utilizando o aparelho QuantStudio™ 12K Flex Real-Time PCR System (Applied Biosystems®, Foster City, Califórnia, EUA). E para a análise de ancestralidade foi utilizado um painel de 61 Marcadores Informativos de Ancestralidade (IAMs). Nossos resultados evidenciaram uma associação significativa entre o polimorfismo rs9524885 do gene ABCC4 e a resistência ao imatinibe, onde indivíduos com o genótipo mutante TT (p= 0,04; OR= 6,833; IC= 1,033-45,186) possuem um risco maior de falha na resposta ao tratamento em pacientes do que pacientes com outro genótipo. Em relação à toxicidade, nossos resultados mostraram que pacientes com maior contribuição ameríndia têm maior risco de desenvolver toxicidade ao imatinibe. Concluimos com esse estudo que o gene ABCC4 pode ser um potencial biomarcador aliado a outros marcadores de transporte e que a ancestralidade ameríndia têm influência no desenvolvimento de toxicidade em pacientes com LMC tratados com imatinibe. Destacamos a importância dessa investigação, visto que é a primeira realizada na população brasileira e da Amazônia.

  • ADONNEY ALLAN DE OLIVEIRA VERAS
  • NOVA ABORDAGEM PARA VIABILIZAR ANÁLISES PANGENÔMICAS A PARTIR DE GENOMAS NÃO FINALIZADOS

  • Data: 31/08/2017
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  • Tem-se observado um crescimento exponencial no depósito de genomas não finalizados em banco de dados públicos, o que atualmente prejudica estas análises. Segundo GOLD (https://gold.jgi.doe.gov), somente no ano de 2016, o número de genomas completos e rascunhos depositados em banco de dados públicos chegou a 1.626 e 26.624, respectivamente. Assim, o desenvolvimento de uma abordagem de bioinformática que permita utilizar genomas não finalizados em análises comparativas é necessária. Neste trabalho apresentamos o PAN4DRAFTS - pipeline for comparative analysis of prakaryotic draft genomes

  • FABIO DANIEL FLORENCIO DA SILVA
  • Mineração genômica de genes biossintéticos de terpenos em cianobactérias isoladas de ambientes amazônicos

  • Data: 11/08/2017
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  •    As cianobactérias são organismos procariotos, cosmopolitas e fotoautotróficos que têm ganhado atenção como uma rica e promissora fonte de compostos de valor biotecnológico. Os terpenos constituem o maior grupo de produtos naturais, abrangendo mais de 20.000 compostos descritos e apresentam uma ampla variedade de funções biológicas. Essa classe de metabólito secundário inclui carotenoides, esteróis, hormônios, antibióticos e provavelmente muito mais produtos que ainda serão descritos. A mineração genômica é uma abordagem promissora para a detecção e descoberta de produtos naturais de importância biotecnológica, e neste contexto, as cianobactérias amazônicas, ainda pouco exploradas, podem ser uma valorosa matéria prima para este empreendimento. Assim, o presente estudo objetivou: isolar e identificar cianobactérias amazônicas, analisando sua filogenia; sequenciar, montar e anotar o genoma dos isolados; e finalmente, prospectar in silico, genes de biossíntese de terpenos nos genomas obtidos. Para tais propósitos, foram utilizadas técnicas tradicionais de isolamento e o sequenciamento do gene ribossomal 16S para a identificação molecular dos isolados e posteriores análises filogenéticas usando-se os métodos de máxima verossimilhança e inferência bayesiana. Cinco genomas de isolados foram sequenciados nas plataformas Illumina MiSeq e Genome Sequencer FLX 454; e posteriormente foram submetidos à mineração genômica de clusters gênicos de terpenos utilizando ferramentas computacionais e curadoria manual baseada na literatura científica disponível. Foram isoladas 68 cianobactérias planctônicas e selecionadas, para as análises genômicas, três linhagens unicelulares da ordem Chroococcales/Subseção I e duas filamentosas da ordem Nostocales/Subseção IV, provenientes do reservatório de Tucuruí e lago Bolonha, Belém, Pará. As análises filogenéticas foram congruentes com a identificação molecular das linhagens e também demonstraram o comportamento monofilético da maioria dos gêneros, além da habilidade de dispersão geográfica de cianobactérias. As linhagens revelaram consideráveis variações nos tamanhos dos genomas, conteúdo GC e quantidade de genes codificadores de proteínas. Todos os genomas registraram clusters gênicos biossintéticos de terpenos, sendo que a maioria dos clusterse eCDSs são de síntese e metabolismo de esqualeno. O mini cluster codificando fitoeno-desaturase e esqualeno/fitoeno sintase parece estar amplamente distribuído no filo Cyanobacteria. Detectou-se um cluster gênico de terpeno sacarídeo exclusivo para a ordem Nostocales/Subseção IV. Além disso, este é o primeiro registro de um gene de licopeno-ciclase, através de mineração genômica, e também o primeiro registro de um cluster gênico de terpeno ácido graxo em cianobactérias. Até o momento, a mineração genômica revelou uma ínfima parcela de compostos terpenoides, evidenciando a necessidade no desenvolvimento de novos modelos ocultos de Markov. Porém, com os avanços em mineração genômica guiada por espectrometria de massas e o crescente sequenciamento de genomas de cianobactérias, muitos compostos terpenoides e outros metabólitos secundários ainda poderão ser detectados e identificados.

  • BRUNO MOREIRA SOARES
  • DIVERSIDADE E FILOGENIA DOS GENÓTIPOS DE HPV DETECTADOS EM AMOSTRAS DE NEOPLASIA CERVICAL MALIGNA NO ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA, BRASIL

  • Data: 16/06/2017
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  • Os papilomavírus humanos (HPV) dependem de células epiteliais para se replicar, seu genoma é formado por uma molécula de DNA circular dupla fita de aproximadamente 8 kb de tamanho, onde geralmente estão situados oito genes. As espécies do gênero Alphapapilomavírus que estão associados com o câncer cervical invasivo são filogeneticamente agrupados em um único clado. A prevalência de infecção por HPV no mundo não ocorre uniformemente entre os continentes, bem como a incidência de câncer cervical. Além disso, as variações nas sequências de nucleotídeos dos vírus desempenham uma importante função entre o genótipo-fenótipo. Neste trabalho foi estimada a prevalência do câncer do colo uterino nas diferentes mesorregiões do Estado Pará. A partir de sequências parciais da região do gene L1 provenientes de amostras de HPV extraídas de tumores cervicais, obtidas de pacientes residentes neste Estado, foi possível determinar a diversidade dos genótipos associados ao desenvolvimento da doença, bem como sua distribuição pelas mesorregiões paraenses. Com base nestes dados e nas variáveis epidemiológicas, faixa etária e estadiamento clínico, pôde-se estabelecer uma relação entre os genótipos identificados e a progressão do câncer. A partir das mesmas sequências utilizadas para fazer a genotipagem dos vírus e de sequências referências da mesma região genômica, obtidas no banco genômico Papillomavirus Episteme (PaVE), foi possível compreender as relações filogenéticas entre os genótipos de HPV identificados nas amostras de câncer do colo uterino.

  • DIONISON PEREIRA SARQUIS
  • ASSOCIAÇÃO DO PERFIL DE piRNAs E DE EXPRESSÃO GÊNICA COM A METILAÇÃO NO CÂNCER GÁSTRICO

  • Data: 10/06/2017
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  • O câncer gástrico é uma doença maligna com alta incidência e com a terceira maior taxa de mortalidade no mundo. Devido a este fato, faz-se necessário melhor entender a respeito dos processos de regulação e transcrição dos genes que estão associados a esta doença. Para isso, investigou-se os piRNAs (PIWI-interacting RNA) que são uma classe peculiar de pequenos RNA não codificantes de 23 a 36 nucleotídeos que interagem com a proteína PIWI na embriogênese em células germinativas, células tronco e alguns trabalhos reportam interação com células somáticas. Os dados de piRNAs foram obtidos de Martinez et al., 2015, onde publicaram 156 piRNAs diferencialmente expressos em células somáticas do câncer gástrico de amostras armazenadas na base do TCGA. Ao utilizar as ferramentas piRBase, piRNAQuest, piRNABank, GeneCards, UCSC Gene Browser e BLAST, identificou-se 46 piRNAs de sítio de transcrição único e co-localizados a genes. Diante disso, obteve-se informações complementares referente à expressão gênica e de metilação das amostras armazenadas do TCGA. Com esses dados, fez-se análise diferencial de expressão gênica e de metilação, para assim associar a expressão entre eles. Como resultado não foi possível identificar uma relação entre expressão de piRNA e expressão gênica, assim como não foi possível identificar a relação entre a expressão de piRNA e expressão de metilação.

  • PRISCILLA CRISTINA MOURA VIEIRA
  • AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO TESTE DE AMPLIFICAÇÃO DE ÁCIDOS NUCLEICOS (NAT) HIV/HCV BIO-MANGUINHOS® NA

    TRIAGEM DE DOADORES DE SANGUE DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 09/06/2017
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  • Uma das maiores preocupações relacionadas à segurança transfusional são as infecções transmissíveis por transfusão (ITTs). A triagem laboratorial é uma medida de segurança fundamental para proteção dos receptores e prevenção da propagação de ITTs perigosas, como infecções pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e pelo Vírus da Hepatite C (HCV). O risco de transmissão destas infecções deve-se principalmente a doações de sangue realizadas durante o período de janela imunológica/diagnóstica (WP), intervalo entre a exposição do doador ao vírus e a produção/detecção de anticorpos. Com o objetivo de reduzir essa problemática e aumentar a segurança transfusional, em junho de 2012, o Teste de Ácidos Nucleicos (NAT) HIV/HCV Bio-Manguinhos® começou a ser utilizado na triagem de doadores da Fundação HEMOPA. O NAT HIV/HCV Bio-Manguinhos®, tecnologia nacional, detecta diretamente o RNA viral em baixos níveis, reduzindo consideravelmente o WP do HIV e do HCV e garantindo uma sensibilidade muito mais elevada para a detecção desses agentes. Desta forma, o presente estudo tem por objetivo avaliar o impacto da inclusão do NAT HIV/HCV Bio-Manguinhos® na triagem de doadores de sangue do estado do Pará, através da estimativa do risco residual de transmissão tranfusional do HIV e do HCV, e do rendimento do NAT (yield). O risco residual será calculado pelo método incidência/periodo de janela, descrito por Schreiber et al. (1996) nos períodos pré (2009-2011) e pós (2012-2014) a implementação do NAT. Além disso, será avaliada a sensibilidade do NAT Bio-Manguinhos® na detecção de HIV e HCV. As análises estatísticas serão realizadas utilizando o pacote estatístico SPSS v18.0. A Regressão de Poisson será utilizada para avaliar as diferenças de risco residual de transmissão de HIV e HCV, entre os dois períodos do estudo. Um p valor menor ou igual a 0,05 será considerado estatisticamente significativo.

  • TOM JHORAMY OLIVEIRA DA ROCHA
  • Estrutura e diversidade genética de populações continentais e insulares da espécie Rhinella jimi (Anura: Bufonidae) no Nordeste brasileiro.

  • Data: 02/06/2017
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  • Nos Neotrópicos diversas questões evolutivas ainda permanecem obscuras e sem uma resposta conclusiva. Nesse sentido, torna-se interessante pesquisar e elucidar alguns dos mecanismos evolutivos pelos quais passam os organismos neotropicais. Para tanto, faz-se necessário a utilização de ferramentas moleculares. Neste estudo foram investigados os padrões de diversidade genética de populações naturais da espécie Rhinella jimi em sua área distribuição, assim como em populações insulares. Os resultados obtidos pelo presente estudo mostraram que o maior nível de diversidade genética está contido dentro do grupo do continente e os menores níveis de diversidade nas populações insulares, Itamaracá e Fernando de Noronha. As análises de estruturação genética foram todas consistentes na apresentação de três clusters bem definidos e correspondentes as três regiões geográficas: continente, ilha de Itamaracá e ilha de Fernando de Noronha. Para as populações insulares foram detectadas reduções populacionais significativas ao longo do tempo mostrando que a ilha de Itamaracá passou, de fato, por um gargalo populacional, assim como a ilha de Fernando de Noronha. As análises que testam a ocorrência de endogamia nas populações estudadas, identificaram que somente as populações insulares apresentaram, de forma significativa, elevados coeficientes de endogamia, demonstrando assim uma relação direta com as altas taxas de deformação observada nos indivíduos de R. jimi dentro da ilha de Fernando de Noronha descrito na literatura. Desta forma, o presente estudo oferece uma importante contribuição para a investigação de processos naturais que comumente ocorrem em ilhas, tais como divergência incipiente e/ou eventos subjacentes à formação, adaptação e manutenção das populações insulares.

  • VERGIANA DOS SANTOS PAIXÃO
  • MAPEAMENTO GENÔMICO COMPARATIVO ENTRE Rhipidomys emiliae E Rhipidomys mastacalis (RODENTIA, CRICETIDAE) EVIDENCIADO POR ZOO-FISH.

  • Data: 02/05/2017
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  • O gênero Rhipidomys (Rodentia, Cricetidae, Sigmodontinae, Thomasomyini) é composto por 23 espécies, das quais 11 podem ser encontradas no Brasil. Estudos citogenéticos revelam três números diploides (2n) descritos para o gênero: 44, 48 e 50 cromossomos. O número diploide 44 é o mais comum entre as espécies analisadas que divergem quanto a estrutura cariotípica, com Número Fundamental autossômico (NFa) variando de 46 a 80. Dados da literatura demonstram que inversão pericêntrica é o principal rearranjo responsável pela diferença no NFa entre as espécies com mesmo 2n. Neste estudo realizamos a análise comparativa dos cariótipos de duas espécies com 2n=44, R. emiliae com NFa baixo (2n=44/NFa=48) e R. mastacalis com NFa alto (2n=44/NFa=74), por pintura cromossômica utilizando sondas de cromossomos totais de Hylaeamys megacephalus (HME, 2n=54/NFa=62). Os resultados foram organizados em um artigo voltado para a compreensão dos rearranjos cromossômicos responsáveis pelas diferenças de NFa entre essas espécies com inferência de hipóteses de evolução cromossômica adicionais que complementam as já existentes. E adicionalmente, os resultados mostraram as sintenias cromossômicas presentes nesse grupo que são compartilhadas com outros Sigmodontinae.

  • MAYARA NATALIA SANTANA DA SILVA
  • INFLUÊNCIA DA DELEÇÃO APOBEC3B EM INDIVÍDUOS ACOMETIDOS POR HEPATITE VIRAL TIPO C E HANSENÍASE.


  • Data: 02/05/2017
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  • Estima-se que as doenças infectocontagiosas levem ao óbito cerca  de trinta e cinco mil pessoas ao redor do mundo diariamente. A relação hospedeiro-parasita em infecções é bastante complexa, sobretudo em casos de infecções crônicas. No Brasil, duas das principais doenças infectocontagiosas que acometem a população são as hepatites e a hanseníase. Dentre os diversos tipos de hepatites, a hepatite viral tipo C (HCV) é responsável por 48% das mortes totais relacionadas a esta doença. A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que afeta a pele e os nervos periféricos. A família AID/APOBEC (Apolipoprotein B Mrna - editing enzyme catalytic polypeptide-like protein) são enzimas que possuem a capacidade de inserção mutações no DNA/RNA e funções importantes ligadas ao sistema imune inato em doenças infectocontagiosas. A isoforma  APOBEC3A_B gerada da deleção de um segmento 29.5kb entre o éxon 5 de APOBEC3A e o éxon 8 de APOBEC3B, tem sido demonstrada por gerar um por prognóstico em portadores de doenças infectocontagiosas como HIV e também em câncer.  O presente trabalho testou a correlação entre a presença de genótipos portadores da deleção de segmentos dos genes APOBEC3A_B e o prognóstico de evolução em pacientes de HCV e Hanseníase, na região Sudeste e norte do Brasil, respectivamente. Não encontramos associação significativa entre o genótipo da deleção APOBEC3A_B, assim constatamos que este polimorfismo não interfere na resposta ao tratamento de pacientes infectados pelo vírus da hepatite C na população sudeste do Brasil. Em relação à hanseníase, também não encontramos diferenças significativas entre a deleção APOBEC3A_B e os pacientes acometidos por hanseníase na região Norte do país. Este foi o primeiro estudo investigando a associação entre a deleção APOBEC3B e os diferentes pólos da hanseníase e grupo controle no Norte do Brasil.

  • CARLOS AUGUSTO DE LIMA CARVALHO
  • PINTURA CROMOSSÔMICA NAS ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE HARPIINAE (ACCIPITRIFORMES, ACCIPITRIDAE): ANÁLISE DA EVOLUÇÃO CARIOTÍPICA E DA FILOGENIA

  • Data: 26/04/2017
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  • As aves de rapina da Ordem Accipitriformes são extremamente interessantes do ponto de vista citogenético, por apresentarem cariótipos incomuns quando comparados à grande maioria das aves, caracterizando-se por números diploides mais baixos, entre 54-68, e uma pequena quantidade de microcromossomos. Atualmente a Ordem Accipitriformes é composta por quatro famílias, sendo a família Accipitridae a mais diversa em quantidade de espécies. As relações filogenéticas dentro das 14 subfamílias de Accipitridae ainda são um tema controverso. A subfamília Harpiinae é composta por três gêneros monotípicos, sendo dois deles de distribuição Neotropical, representados pelas espécies Harpia harpyja (HHA) e o Morphnus guianensis (MGU), com 2n=58 e 54 respectivamente. A Harpia foi a primeira ave de rapina a ter seu mapeamento cromossômico descrito com a utilização de sondas cromossomo-específicas de Gallus gallus (GGA). No entanto, os resultados isolados com esse conjunto de sondas não são capazes de responder todas as perguntas impostas pela intensa reorganização nos cariótipos das aves de rapina. Logo, o objetivo desse trabalho foi realizar o mapeamento cromossômico por meio de FISH com sondas de GGA, juntamente com sondas cromossomo-específicas de Leucopternis albicollis (LAL) de Harpia harpyja e Morphnus guianensis, com o intuito de identificar sinapomorpfias cromossômicas e entender sua evolução cariotípica. O uso desses dois grupos de sonda possibilita a detecção de rearranjos que antes passavam despercebidos somente com sondas de GGA, além de identificar pontos de quebra envolvidos nesses rearranjos. Os resultados obtidos mostram que HHA e MGU não compartilham nenhum rearranjo do tipo fusão/fissão apesar de manterem seus pontos de quebra conservados em relação à LAL. O uso das sondas de LAL permitiu determinar o cariótipo ancestral de Harpiinae Neotropicais em 2n=66, no qual 2 fusões em Harpia e 7 em Morphnus, além duas fissões independentes homólogas à GGA2 em ambas espécies, se apresentam como autapomorfias adquiridas após a divergência das espécies.

  • ROBERTA REZENDE DE CASTRO
  • Genes Biossintéticos e Sistema CRISPR-Cas em Synechocystis salina LEGE 06099 a partir do genoma isolado de minimetagenoma.

  • Data: 26/04/2017
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  • A competência das cianobactérias em realizar a fotossíntese oxigênica as torna incontestavelmente
    importantes protagonistas ecológicos. A sobrevivência desses microrganismos até os dias de hoje
    foi garantida pela capacidade de se adaptarem aos diversos ambientes e climas. Os mecanismos
    responsáveis por esse sucesso adaptativo envolvem a aquisição de genes e plasticidade do genoma,
    sistemas de defesa imune, produção de metabólitos secundários e benefícios resultantes de
    associações com outros organismos. O gênero Synechocystis compreende picocianobactérias
    cocóides muito utilizadas como modelo fotossintético. Contudo, ainda são poucos os genomas
    sequenciados para esse gênero da mesma maneira que poucos são os estudos sobre seu potencial na
    biossíntese de produtos naturais. A linhagem S. salina LEGE 06099 despertou interesse quanto a
    sua capacidade em produzir novos metabólitos. Foi demonstrado que ela produz o ácido
    desidroabiético e as recém descritas bartolosidas A, E-K. Assim, o objetivo desse trabalho foi
    investigar a composição genômica da linhagem Synechocystis salina LEGE 06099, coletada na
    costa norte de Portugal, dando ênfase à caracterização dos grupamentos gênicos envolvidos na
    síntese de metabólitos secundários bem como na caracterização do seu sistema imune CRISPRCas.
    O genoma rascunho desse organismo apresentou 25 sequências contíguas. A comparação do
    genoma com espécies próximas mostra que ela é muito similar a linhagem modelo Synechocystis
    sp. PCC 6803. Os genes envolvidos na biossíntese das bartolosidas foi evidenciado, apresentando
    dez fases de leitura aberta, implicados na formação do dialquil-resorcinol, adição do açúcar e de
    íons cloros. A produção do ácido desidroabiético parece envolver enzimas tanto da cianobactéria
    quanto do organismo associado Hoeflea sp. (Alphaproteobacteria, Rhizobiales). Quanto ao sistema
    CRISPR-Cas, dois sistemas foram evidenciados, classificados como tipo I e III, considerando
    apenas as enzimas Cas, e superclasses E e F, considerando as repetições do CRISPR. Fortes
    indícios demonstram que uma nova enzima Cas está presente no grupamento de tipo I. Este
    trabalho evidenciou o potencial não apenas da S. salina LEGE 06099 na produção de novos
    produtos naturais, mas o envolvimento de uma comunidade microbiana, salientando a importância
    da metagenômica em ecologia microbiana. Ademais a caracterização de genes Cas poderá
    contribuir para o conhecimento do sistema imune adaptativo em cianobactérias.

  • LUANA FRANCA CALANDRINI DE AZEVEDO
  • Libidibia ferrea (JUCÁ): UMA AVALIAÇÃO IN VITRO DA TOXICIDADE, POTENCIAL ANTIOXIDANTE E CAPACIDADE DE INIBIÇÃO DA MIGRAÇÃO CELULAR DE EXTRATOS DO FRUTO DESTA PLANTA MEDICINAL BRASILEIRA.

  • Data: 13/04/2017
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  • O metabolismo secundário de plantas leva a produção de diversos constituintes de interesse para a saúde do homem. Isso torna a investigação científica um fator relevante na procura de compostos que possam vir a ser úteis na produção de fármacos. Por outro lado, qualquer substância em potencial para utilização pelo homem requer uma avaliação prévia a respeito dos efeitos adversos. Bioensaios in vitro constituem como uma importante alternativa neste contexto para garantir a segurabilidade de extratos a base de plantas medicinais. Este trabalho objetiva avaliar o potencial antioxidante e citotóxico de quatro extratos à base de jucá: hidroalcoolico (HA), acetato de etila (ACO), clorofórmico (CLO) e hexânico (HEX), bem como avaliar a atividade genotóxica, mutagênica e o potencial de inibição da migração celular do extrato HA de jucá. Para avaliação do potencial antioxidante e citotóxico foram realizados os testes do DPPH e MTT nas concentrações de 6,25 µg/mL a 400 µg/mL. Para avaliar a genotoxicidade e mutagenicidade foram realizados o ensaio cometa e o teste do micronúcleo; na avaliação do potencial de inibição da migração celular foi realizado o teste de migração celular, todos em concentrações de 6,25 µg/mL a 200 µg/mL. No teste MTT o extrato ACO aumentou a sobrevivência em 24h; possivelmente a predominância de ácidos orgânicos que impedem a oscilação do pH manteve condições da cultura favoráveis para o bom crescimento das células. O extrato HEX também aumentou a sobrevivência em 24h, talvez devido à presença predominante de ácidos graxos na composição química, que permitem a entrada de fatores de crescimento na célula. Porém, a exposição em período de tempo mais prolongado desse constituinte pode induzir morte celular, o que pode explicar a redução da viabilidade em 72h nos extratos CLO e HEX. O teste do DPPH revelou a atividade antioxidante dos extratos HA e ACO, sendo a maior atividade detectada no extrato HA com EC50 de 74,36 µg/mL. Isso provavelmente se deve a presença de compostos fenólicos como constituinte predominante. Os ensaios cometa e micronúcleo indicam a ausência de genotoxicidade e mutagenicidade do extrato HA e o teste de migração celular demonstra o potencial antimetastático do extrato HA. A alteração da morfologia celular indica que possivelmente o extrato modifica o citoesqueleto de actina e impede a capacidade de invasão e motilidade das células. Os resultados indicam segurabilidade quanto à genotoxicidade e mutagenicidade do extrato HA, podendo atuar como antioxidante UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR exógeno. Tendo em vista seu potencial de inibir a migração celular, atentamos para a realização de mais estudos que levem a compreender o processo, considerando a possibilidade de desenvolvimento de formulações à base de jucá no tratamento de tumores secundários.

  • AMANDA FERREIRA VIDAL
  • RNA CIRCULAR NO CÂNCER GÁSTRICO: UMA CLASSE EMERGENTE DE BIOMARCADOR.

  • Data: 31/03/2017
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  • Os RNAs circulares compõem uma nova classe de RNAs longos não-codificantes, cuja característica intrínseca é a ligação covalente das extremidades 3’ e 5’ da mesma molécula de RNA. Os estudos têm demonstrado que alguns RNAs circulares agem como esponja de microRNA, e que estão associados com a proliferação celular no câncer. Nós analisamos o perfil de expressão global de RNAs circulares em amostras de tecido sem câncer gástrico, de câncer gástrico e de amostras pareadas de tecido adjacente ao câncer. Nós identificamos, por RNA-Seq, 906 RNA circulares anotados. O tecido adjacente ao câncer apresentou a maior abundância de RNAs circulares, e não pode ser considerado um tecido gástrico normal, reforçando a noção do campo de cancerização no câncer gástrico. Nós identificamos cinco RNAs circulares diferencialmente expressos, os quais podem tornar-se potenciais biomarcadores de risco para o câncer gástrico (hsa_circ_0001136, hsa_circ_0000284, hsa_circ_0000211, hsa_circ_0004771 e hsa_circ_0000524). Além disso, nós encontramos cinco possíveis microRNAs que podem estar sendo alvo de RNAs circulares esponja no tecido gástrico (hsa-miR-452-5p, hsa-miR-145-5p, hsa-miR-375, hsa-miR-224-5p e hsa-miR- 1). De modo geral, os dados desde estudo sugerem que os RNAs circulares representam um novo fator envolvido na complexa rede epigenética de regulação gênica, a qual envolve os microRNAs e seus genes alvos, e o gene de origem do RNA circular. Outros estudos são necessários para elucidar as funções e envolvimento funcional dos RNAs circulares em doenças humanas.

  • FELIPE PANTOJA MESQUITA
  • COMPOSTO BENZOTIAZOL AFN01 EXIBE ATIVIDADE ANTITUMORAL EM MODELO IN VITRO DE CÂNCER GÁSTRICO DO TIPO DIFUSO ATRAVÉS DA INTERAÇÃO COM DNA E SUPRESSÃO DO GENE MYC.

  • Data: 20/03/2017
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  • O câncer gástrico é considerado um problema de saúde pública, com incidência e mortalidade significativas no mundo e no Brasil. Frequentemente diagnosticado em estágios avançados, o câncer gástrico possui limitações terapêuticas que diminuem a sobrevida dos pacientes. A quimiorresistência, por exemplo, tem sido relatada como uma barreira para o tratamento eficaz dessa neoplasia. Portanto, é nítida a necessidade do desenvolvimento de novas drogas quimioterápicas com boa eficácia e menos efeitos adversos no tratamento. Os benzotiazois são descritos na literatura como excelentes agentes terapêuticos com atividade anticâncer. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar e caracterizar o potencial anticâncer do composto (E)-2-((2-(benzo[d]tiazo-2- ila)hidrazono)metil)-4-nitrofenol) (AFN01) em linhagens de câncer gástrico obtidos de pacientes brasileiros. Os resultados mostraram excelente atividade anticâncer do composto contra as células de câncer gástrico AGP01 (CI50 = 1,9 μM), ACP02 (CI50 = 1,0 μM) e ACP03 (CI50 = 1,8 μM) e menor atividade em célula não maligna gástrica MN01 (CI50 = 3,4 μM). O ensaio do comela alcalino revelou que este composto foi significativamente mais genotóxico na linhagem de câncer gástrico em comparação com a linhagem não maligna. Então, o dano ao DNA produzido induz bloqueio do ciclo celular na fase S conduzindo as células de câncer para a via de morte celular programada (apoptose). Além disso, o composto AFN01 foi capaz de inibir propriedades metastáticas como a migração de forma significativa. A análise de expressão gênica mostrou que o composto também suprime a expressão do gene MYC significativamente na célula tumoral gástrica que exibe níveis de expressão aumentado deste gene. Portanto, este composto benzotiazólico AFN01 pode ser considerado um agente anticâncer promissor no tratamento de câncer gástrico. Contudo, ainda há a necessidade de estudos pré- clínicos para explorar a segurança e eficácia em modelo animal a fim de que possa seguir para testes clínicos em pacientes.

  • KARINA MOTTA MELO LIMA
  • ANÁLISE DO PERFIL TOXICOLÓGICO E INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL PROTETOR DO ÓLEO E NANOEMULSÃO DE ANDIROBA (Carapa guianensis AUBLET) EM CAMUNDONGOS DA LINHAGEM SWISS.

  • Data: 07/03/2017
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  • Carapa guianensis é uma espécie vegetal que oferece benefícios importantes às populações locais da Amazônia, principalmente devido às propriedades medicinais do óleo extraído das suas sementes. Muitos estudos feitos nos últimos anos têm encontrado compostos em plantas que apresentam papel importante na saúde humana, podendo estar envolvidos com propriedades farmacológicas importantes. É nesse contexto que o interesse para o desenvolvimento de novas tecnologias envolvendo insumos da Amazônia tem sido cada vez mais recorrente. A nanotecnologia possui uma abordagem interessante porque o dimensionamento de partículas em escalas nanométricas pode atribuir vantagens no processo de absorção, solubilidade e biodisponibilidade de um composto para as células do corpo. O objetivo do presente trabalho foi verificar o perfil toxicológico do óleo (OA) e da nanoemulsão de andiroba (NA), assim como seu possível efeito protetor contra os efeitos causados pela administração de um quimioterápico, a doxorrubicina (DOX). Para tanto, foram utilizados uma série de marcadores hematológicos, bioquímicos, genéticos (cometa e micronúcleo), histológicos e imunohistoquímicos, de modo a possibilitar a maior quantidade de informações possíveis para entender a dinâmica e os efeitos causados pelas substâncias estudadas ao interagir com o organismo. A andiroba não mostrou toxicidade para nenhum dos parâmetros analisados em suas duas formas de admistração: óleo e nanoemulsão. Quanto ao perfil protetor, mostrou bons resultados atuando na prevenção de danos no DNA e formação de micronúcleos, diminuição da citotoxicidade em células do sangue, recuperação de danos histológicos e na incidência de apoptose. O uso da nanotecnologia mostrou-se uma metodologia adequada acoplada a substâncias de natureza lipídica mostrando por muitas vezes uma ação eficaz em relação ao OA quando administrado sozinho. Entre os fatores que podem ter beneficiado a ação da andiroba contra eventuais danos patológicos no organismo, destacam-se: 1) captura de radicais livres devido ao seu potencial antioxidante; 2) fornecimento de suplementação lipídica para a composição da membrana plasmática das células e recuperação quando degradadas; 3) fonte de energia metabólica e de ácidos graxos essenciais como ω6, ω7 e ω9. O conjunto dos resultados ressalta a importância da andiroba como recurso da biodiversidade amazônica e desperta para novos estudos visando o bom aproveitamento de suas propriedades terapêuticas.

  • ANA KARYSSA MENDES ANAISSI
  • AVALIAÇÃO IMUNOFENOTÍPICA DA EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS PIWIL1 E PIWIL2 EM TECIDO GÁSTRICO COM GASTRITE, METAPLASIA INTESTINAL E ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

  • Data: 21/02/2017
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  • O câncer gástrico é um dos mais frequentes e a segunda causa de morte por câncer no mundo. O entendimento da heterogeneidade tumoral e identificação de novos alvos moleculares pode reduzir a mortalidade com implementação de novas terapias. A família de proteínas Argonauta é dividida em duas subfamílias principais AGO e PIWI as quais interagem com classes específicas pequenos RNAs importantes na regulação pos-transcricional que são implicados em processos fisiológicos. A subfamília PIWI interage com piRNA (21-33 nt), formando um complexo piRISC que participa do silenciamento de transposons, manutenção de linhagens germinativas e carcinogênese. O objetivo do trabalho foi identificar o perfil da expressão das proteínas PIWIL1 e PIWIL2. As amostras teciduais foram obtida dos pacientes atendidos no Hospital Universitário João de Barros Barreto, Universidade Federal do Pará, em belém no período de 2008 a 2016. Dois grupos foram analisados, um grupo diagnósticado com adenocarcinoma gástrico tipo Lauren intestinal e difuso e outro com tecidos gástricos não-tumorais diagnosticado com gastrite e/ou gastrite e metaplasia intestinal. A expressão foi das proteínas foram detectadas por imunoistoquímica nos microarranjos de tecidos construídos (TMA). Os dados clínicos, patológicos e do TCGA foram comparados com os achados de expressão usando o pacote estatístico SPSS v2 e software estatístico R 3.2.3. Os valores estatisticamente significativos considerados de p <0,05. Nos resultados os marcadores PIWIL1 e PIWIL2 apresentaram imunorreatividade apenas citoplasmática, sem localização na membrana e/ou núcleo nessa série de casos. Somente a PIWIL1 foi detectada no citoplasma de células malignas do adenocarcinoma gástrico, 6% no tipo intestinal de Laurén e 5% no tipo difuso de Laurén. A imunorreatividade da PIWIL1 foi mais significativa no grupo tumoral quando comparada a PIWIL2. No grupo não câncer foi detectada imunorreatividade 19% para PIWIL1 e 6% para PIWIL2, predominando em células epiteliais foveolares em região do antro e célula parietal nas amostras de corpo gástrico. Não se observou associação entre a expressão imunoistoquímica de PIWIL1 e PIWIL2 com os dados clinicopatológicos no grupo câncer e gastrite. Houve equilíbrio no total amostral com imunorreatividade entre os dois marcadores no grupo gastrite. A PIWIL1 foi importante no grupo MI com imunorrreatividade em 63% dos casos e especificamente nos parâmetros inflamação crônica (p=0,03) e infecção pelo H. Pylori (p=0,0006) onde foi observada diferença estatística significante. Não foi encontrada associação entre a expressão imunoistoquímica de PIWIL1 e PIWIL2 com gênero e idade do paciente nos três grupos subgrupos. O marcador PIWIL2 foi imunorreativo em tronco mesenquimal primitiva imunorreativa para CD117, célula de Cajal.

2016
Descrição
  • MARIANNE RODRIGUES FERNANDES
  • FARMACOGENÔMICA DAS FLUOROPIRIMIDINAS NA MEDICINA DE PRECISÃO DO CÂNCER GÁSTRICO E COLORRETAL

  • Data: 29/12/2016
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  • O câncer tornou-se um evidente problema de saúde pública mundial. O esquema
    terapêutico com base em fluoropirimidinas tem sido a conduta quimioterápica
    mais utilizada em todo o mundo em vários tipos de tumores sólidos, incluindo
    câncer gástrico e colorretal. Poucos estudos na literatura especializada relataram
    a influência de marcadores farmacogenômicos em populações miscigenadas
    como a população brasileira. O objetivo deste estudo foi investigar a variabilidade
    farmacogenômica de diferentes biomarcadores em farmacogenes envolvidos na
    via de metabolismo das fluoropirimidinas em pacientes com câncer gástrico ou
    câncer colorretal, subestruturados de acordo com a resposta e toxicidade ao
    tratamento. Para a realização da investigação foram incluídos 216 pacientes com
    câncer colorretal ou gástrico que receberam tratamento quimioterápico a base de
    fluoropirimidinas. Foram investigados 33 polimorfismos genéticos em 17
    farmacogenes (ABCB1, ABCC2; ABCC4; ABCG2, CYP2A6, DPYD, FPGS,
    ITGB5, MTHFR, SLC22A7, SLC29A1, TP53, TYMS, UMPS, GGH, RRM1, TYMP)
    envolvidos na via de metabolismo das fluoropirimidinas. Os resultados
    demonstraram que 77,3% dos pacientes apresentaram algum tipo de toxicidade
    relacionada ao tratamento com fluoropirimidinas e destes, 22% apresentaram
    toxicidades severas classificadas em grau 3 e 4. Dos pacientes investigados no
    estudo, 23 faleceram durante o tratamento, onde três casos foram associados à
    toxicidade quimioterápica. A diarréia foi o evento de toxicidade mais frequente
    relatado no estudo com 129 casos (59,7%). O subestruturamento populacional
    não foi influente nos resultados de associação para os polimorfismos
    farmacogenéticos com o uso de fluoropirimidinas. Entre os biomarcadores
    investigados, o polimorfismo rs4451422 no gene FPGS apresentou resultados
    significativos associado a um efeito de proteção a ocorrência de toxicidade geral e
    toxicidades combinadas (p=0,0052; OR 0,32/p=0,0004; OR 0,22). O polimorfismo
    rs148551 do gene ABCC4 apresentou associação significativa com um efeito de
    resistência ao tratamento quimioterápico em torno de 70% (p=0,0056; OR 0,28).
    O polimorfismo rs760370 no gene SLC29A1 demonstrou-se significativo na
    associação com as toxicidades severas de grau 3 e 4 (p=0,0033; OR 4,73). Em
    conclusão, três polimorfismos presentes nos genes ABCC4(rs148551),
    FPGS(rs4451422) e SLC29A1(rs760370) demonstraram ser importantes
    biomarcadores preditivos para a medicina de precisão na terapia com uso de
    fluoropirimidinas

  • ROBERTA BORGES ANDRADE
  • PERFIL GENÉTICO DA POPULAÇÃO JAPONESA RESIDENTE NA REGIÃO NORTE DO BRASIL QUANTO A DISTRIBUIÇÃO ALÉLICA DE 19 MARCADORES PREDITORES DE CÂNCER E A VALIDAÇÃO DE UM PAINEL DE 61 MIA (MARCADORES DE ANCESTRALIDADE)

     

     

  • Data: 30/09/2016
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  • O Brasil abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão, estimada em 1,5 milhões de pessoas, dos quais 4% são japoneses nativos, e um terço são da primeira geração, indivíduos nascidos no Brasil que são filhos de japoneses. Apesar da chegada não recente dos japoneses à Região Norte do país, estes são uma população que está inserida no grupo que resiste à miscigenação intensa, formando grupos relativamente isolados, do ponto de vista genético, sendo possível identificar descendentes ainda não miscigenados, o que representa importante fonte para reconstituir a variabilidade genética presente entre os primeiros imigrantes japoneses que ocuparam a região Norte do Brasil. O objetivo geral desse trabalho foi traçar o perfil genético de uma amostra da população japonesa residente no Norte do Brasil quanto à distribuição alélica de polimorfismos presentes em genes relacionados ao câncer, assim como validar um painel de 61 MIA, previamente desenvolvido no Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM) da Universidade Federal do Pará (UFPA), para estimar a contribuição da população japonesa em populações miscigenadas do Brasil. Foram utilizadas amostras de sangue periférico de 203 japoneses residentes na região norte do Brasil. A extração de DNA foi baseada no método de fenol-clorofórmio e a genotipagem foi realizada por PCR multiplex seguida de análise de fragmentos. A ancestralidade da população foi mensurada através do painel de 61 MIA. Os dados apresentados indicam claramente que o painel de 61 MIA pode ser empregado para estimar mistura interétnica com japoneses em indivíduos de populações miscigenadas. Além disso, nossos resultados mostram que a população japonesa possui uma maior proporção de portadores de alelos potencialmente deletérios dos marcadores investigados aqui, associados ao câncer, em comparação aos outros quatro grupos populacionais (BR, AMR, AFR e EUR), o que sugere que esta população pode ter um maior risco de desenvolver (ou pior prognóstico para doenças) associados a estes alelos. Nossos dados podem ser úteis para futuros estudos sobre a associação entre esses polimorfismos e câncer nessas populações.


  • PABLO DIEGO DO CARMO PINTO
  • BIOLOGIA MOLECULAR APLICADA À HANSENÍASE:ESTUDO DE PARÂMETROS GENÉTICOS E EPIGENÉTICOS EM UMA AMOSTRA DO ESTADO DO PARÁ.

  • Data: 02/09/2016
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  • A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae e os indivíduos acometidos pela hanseníase podem ser classificados, em Paucibacilares e Multibacilares. Alternativamente, segundo Ridley-Jopling (1966), com base em critérios clínicos e imuno-hitológicos em outros dois pólos: (i) o pólo Tuberculóide (TT); e (ii) pólo Lepromatoso (LL), e seus intermediários. Independente de sua classificação, este espectro parecer ser inflluenciado por moléculas moduladoras da resposta imune, como os genes que codificam estes mediadores, e por um grupo de pequenos RNAs (microRNAs) que são responsáveis pela regulação destes genes, portanto essas investigações podem adensar o conhecimento sobre o mecanismo de resposta ao processo infecsioso, assim como possibilitar a identificação de novos biomarcadores no auxilio ao diagnóstico da hanseníase. O objetivo foi investigar oito polimorfismos do tipo INDEL nos genes CYP19A1, NFKβ1, IL1α, CASP8, UGT1A1, PAR1, CYP2E1, e IL4, para identificar possiveis marcadores de susceptibilidade e a influência da ancestria genética neste risco, além disso foi realizado o primeiro miRnoma da hanseníase por sequenciamento massivo em plataforma de alto desempenho, afim de elucidar o perfil epigenético presente na hanseníase. Nosso estudo revelou que os genes NFΚβ1, CASP8, PAR1 e IL4, são potenciais marcadores de susceptibilidade para a hanseníase, enquanto que NFΚβ1, CASP8, PAR1 e CYP19A1 são potenciais marcadores da forma clínica multibacilar. Adicionalmente, a análise da ancestralidade genômica mostrou que a contribuição Européia elevou o risco ao desenvolvimento da doença, enquanto a contribuição Africana aumentou proteção. No que diz respeito a análise diferencial do perfil de expressão dos microRNAs de pacientes com hanseníase, por meio da análise de biopsias de pele, revelaram-se 67 miRNAs diferencialmente expressos, dos quais 43 apresentavam um padrão de expressão downregulated e 24 upregulated. Quando analisamos amostras de sangue desses mesmos pacientes, observaram-se 10 miRNAs diferencialmente expressos, dos quais 9 com padrão de expressão downregulated e 1 upregulated. Os alvos pesquisados, em análise in silico, a partir desses resultados sugeriu os genes (IL1β, IL6, IL8, IL12, TLR2, TLR4, IL17RB, IFNGR1, TGFBR1, NFκβ, família SMAD, STAT3, CASP8, CYP19A1, BCL-2, entre outros) como envolvidos na patologia da hanseníase. Por fim, monstrou-se pela primeira vez o perfil de microRNAs em genome wide da Hanseníase.


  • PABLO HENRIQUE GONCALVES MORAES
  • Análise in silico do genoma da cianobactéria Tolypothrix sp. CACIAM 22: identificação ecaracterização de clusters de genes biossintéticos de metabólitos secundários e identificação de bactérias heterotróficas associadas

  • Data: 31/08/2016
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  • As cianobactérias constituem uma prolífica fonte de metabólitos secundários com ampla gama de
    atividade biológica, cuja identificação tem sido muito facilitada pela identificação e caracterização
    dos clusters de genes responsáveis por sua biossíntese, a qual pode ser realizada através da
    mineração de genomas. Visando ampliar o conhecimento acerca do potencial genético para a
    produção de metabólitos secundários em cianobactérias, no âmbito desta pesquisa foi realizado o
    sequenciamento do DNA genômico obtido da cultura não-axênica CACIAM 22, seguido pela
    montagem, binning, anotação e análise in silico do genoma da cianobactéria Tolypothrix sp.
    CACIAM 22, isolada de ambiente amazônico. Foram identificados quatorze genomas de bactérias
    heterotróficas associadas à cianobactéria que, em ordem decrescente de abundância populacional
    relativa, pertencem aos filos Proteobactéria, Bacteroidetes e Planctomycetes. A análise in silico do
    genoma da Tolypothrix sp. CACIAM 22 resultou na identificação de clusters de genes
    biossintéticos para metabólitos estruturalmente diversos, incluindo peptídeos não-ribossomais
    (NRPS), policetídeos (PKS) e peptídeos ribossomais, tais como bacteriocinas e cianobactinas.
    Dentre estes, prováveis clusters de genes codificadores de lantipeptídeo, tenueciclamida e
    tricamida foram identificados. Da classe NRPS/PKS foi observada a presença de clusters de genes
    candidatos à biossíntese de nostopeptolida (um nonapeptídeo), cilindrospermopsina (cianotoxina),
    glicolipídios de heterocistos (fixação de N2), bem como um número de clusters de genes órfãos.
    Adicionalmente, um cluster de genes da biossíntese de scytonemin, composto que absorve UV,também foi identificado e comparado com a literatura. Considerando que esta linhagem épotencialmente produtora de metabólitos secundários estruturalmente novos, este estudo revelounero Tolypothrix.

  • ANA CRISTINA OLIVEIRA BRAGA
  • ASSOCIAÇÃO DE NOVE POLIMORFISMOS GENÉTICOS COM A SUSCETIBILIDADE À TUBERCULOSE PULMONAR E EXTRAPULMONAR NA CIDADE DE BELÉM DO PARÁ

  • Data: 18/08/2016
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  • A tuberculose é considerada um problema de saúde global, responsável por elevado número de óbitos entre os adultos, com mais de cinco milhões de casos novos registrados anualmente e cerca de um terço da população mundial infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. Fatores genéticos do hospedeiro têm sido relacionados com a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis. O presente estudo foi realizado com o objetivo de investigar a associação nove polimorfismos com a suscetibilidade à tuberculose. Foram estudados dois grupos de indivíduos, sendo um constituído por 136 pacientes com tuberculose ativa e outro formado por 145 funcionários de um hospital de referência para doenças infectocontagiosas, todos com conhecida exposição profissional ao Mycobacterium tuberculosis, e que não desenvolveram a doença até a conclusão da pesquisa. Os marcadores investigados foram CYP19A1 (rs11575899), NFΚβ1(rs28362491), CASP8 (rs3834129), PAR1 (rs11267092), IL1B1(rs1143629, rs1143627, rs16944), IL12A (rs568408) e IL12RB1 (rs11575934). Os resultados obtidos permitiram algumas observações. O marcador PAR1 (rs11267092) apresentou diferença significativa entre casos e controles. Os portadores de alelo A do gene da IL12A (rs568408) e os portadores do alelo DEL do gene CYP19A1 (rs11575899) mostraram associação com formas moderadas e graves da tuberculose, enquanto os portadores do alelo DEL do gene CASP8 (rs3834129) e do alelo T do gene do Receptor da Interleucina 12 Beta 1 (IL12RB1; rs11575934) foram relacionados com manifestação leve da doença. As análises relativas às associações com haplótipos dos polimorfismos de Interleucina 1 Beta 1(IL1B1) mostraram dados muito significativos entre os grupos estudados.  Os resultados sugerem haver associação dos genes PAR1, da Interleucina 12A e CYP19A1 com uma maior suscetibilidade à tuberculose e dos genes CASP8, da Interleucina 12Rβ1 e, principalmente da Interleucina 1β1, com a proteção contra a doença.

  • NATALIA KARINA NASCIMENTO DA SILVA
  • Evolução Cromossômica e Mapeamento Genômico Comparativo em Morcegos da Subfamília Phyllostominae
    (Mammalia, Chiroptera).

  • Data: 11/07/2016
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  • Os morcegos representam um grupo amplamente distribuído e diversificado. A variedade de hábitos alimentares faz da ordem Chiroptera uma das mais bem-sucedidas entre os mamíferos. A família Phyllostomidae constitui a terceira maior família em número de espécies dentro da Ordem Chiroptera. Entre as representantes neotropicais é a mais numerosa, sendo encontrada em florestas tropicais da América do Sul, particularmente, concentrada na Amazônia que é a região com maior diversidade de morcegos do mundo. No presente trabalho foram analisados por citogenética clássica e molecular oito espécies representantes de seis gêneros da subfamília Phyllostominae: Phylloderma stenops (2n=32 NF=58), Lophostoma brasiliense (2n=30, NF=56), L. carrikeri (2n=26, NF=46), L. schulzi (2n=28, NF=36) (Tribo Phyllostomini), Trachops cirrhosus (2n=30 NF=56) e Macrophyllum macrophyllum (2n=34 NF=62) (tribo Macrophyllini) e Chrotopterus auritus (2n=28 NF=52) e Vampyrum spectrum (2n=30 NF=56) (tribo Vampyrini). Utilizando técnicas de bandeamentos cromossômicos e hibridização in situ  luorescente (FISH) com sondas de DNA ribossomal 18S e 45S, sequências teloméricas e sondas cromossomo totais. Descrevemos um novo citótipo para M.macrophylum (2n=34 NF=62) e L. schulzi (2n=26, NF=36). Phyllostominae, que constitui um clado diversificado, com relações filogenéticas não resolvidas. Utilizamos pintura cromossômica utilizando sondas cromossomo totais de Phyllostomus hastatus e Carollia brevicauda para investigar a evolução cariotípica intergenérica na subfamília e construir uma filogenia de caracteres  croomossômicos. A análise comparativa entre elas sugere um extenso grau de diferenciação cromossômica, com poucos cromossomos compartilhados entre os seis gêneros. Nossos resultados de pintura cromossômica mostram grande reorganização cromossômica entre os gêneros, em particular para o gênero Lophostoma que é caracterizado por grande número de rearranjos difericiando o cariótipo das espéceis que o compõe, demostrando que rearranjos não-Robertsonianos foram responsáveis pela evolução cromossômica desses genomas quando comparados a condição ancestral.

  • LAYANNA FREITAS DE OLIVEIRA
  • Perfil de Expressão de microRNAs em Tecido Hepático na Dengue Hemorrágica

  • Data: 30/06/2016
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  • A dengue é a arbovirose mais prevalente entre humanos, a infecção pelo Vírus dengue (Dengue virus – DENV) produz um quadro clínico varia de formas brandas, como a Dengue Clássica e quadros graves chamados Febre Hemorrágica da Dengue (DHF), caracterizada por extravasamento plasmático que frequentemente pode levar à morte. Diferenças apresentadas entre infecções assintomáticas e diferentes níveis de gravidade da doença podem ter causa imunopatológica, grande parte da sintomatologia da dengue deve-se à resposta do hospedeiro contra o vírus. miRNAs são moléculas de RNA que atuam no cenário modificação do microambiente citoplasmático durante a infecção, interferindo ativamente na expressão gênica e na resposta imune. Os microRNAs podem ser usados como marcadores de alterações (biomarcadores), possivelmente como mecanismos de tratamento com uso de mimics e antimiRs, além de esclarecimento da patogenia da doença. Foi identificado o perfil de expressão de miRNAs por sequenciamento de nova geração em amostras de fígado de 10 indivíduos com óbito por dengue hemorrágica e 5 com morte por infarto agudo do miocárdio, sem danos hepáticos. Foram geradas em média 5,2 milhões de leituras por amostra e após o processamento, a média de 2,5 milhões de leituras foram utilizadas nas análises posteriores. O mapeamento realizado no miRDeep2 seguido da análise de expressão diferencial, foram identificados 53 miRNAs diferencialmente expressos com valor de p e FDR significantes estatisticamente obtidos por GLM (FDR<0,00001). Entre as amostras de DHF haviam dois subgrupos distintos divididos pela idade entre menores de 30 anos e maiores de 40, esse subestruturamento foi confirmado por análises de componentes principais e pelos valores de FDR < 0,00001 dessa forma, as quatro amostras do grupo < 30 anos foi removida das análises de identificação de miRNAs diferencialmente expressos. O hsa-miR-122-5p foi o principal miRNA, expresso em maior abundância em controles, confirmando os extensos dados que relatam essa molécula associada a maior proteção contra replicação do DENV e outros vírus, além de associação a um menor tamanho de tumores em hepatocarcinomas. O hsa-miR-126 foi detectado super expresso noas amostras de DHF, esse microRNA está envolvido em controle da angiogênese e crescimento endotelial, de acordo com as características clínicas da dengue, por ter uma patogenia essencialmente vascular, esecialmente nos casos graves, confirma esses resultados tem importancia significativa na dengue e merecem ser estudados mais detalhadamente a nível experimental e possivelmente clínico como um possível alvo terapêutico nos casos de dengue.

  • MARY HELEN PESTANA DA COSTA
  • AVALIAÇÃO DO POTENCIAL CITOTÓXICO DE EXTRATOS OBTIDOS DE ESPONJAS E MICRORGANISMOS ASSOCIADOS A ESPONJAS DULCÍCOLAS DO GÊNERO Drulia (PORIFERA: METANIIDAE) COLETADAS NO RIO TAPAJÓS

  • Data: 29/06/2016
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  • Os organismos aquáticos são uma emergente e promissora fonte de produtos naturais com uma considerável prolificidade farmacológica. Nesse contexto, surgem as revolucionárias implicações dos estudos com metabólitos secundários de organismos aquáticos, tanto pela surpreendente diversidade química e biológica quanto pela terapêutica associada, que vem sendo comprovada em estudos recentes. O presente estudo tem por objetivo a pesquisa, inédita no estado do Pará, de moléculas com aplicações biomédicas oriundas de esponjas de água doce do gênero Drulia e de suas bactérias associadas. As esponjas foram coletadas na Praia do Maracanã, margem do rio Tapajós, no município de Santarém, Pará. Obtiveram-se os extratos brutos metanólico e acetato de etila de esponja e procedeu-se o cultivo de bactérias provenientes dela. Após o cultivo, foi realizada a fermentação de cepas isoladas de bactérias para posterior obtenção de seus extratos brutos. Dessa forma, avaliou-se a citotoxicidade dos extratos brutos em células tumorais da linhagem HCT-116 de carcinoma colorretal humano por meio do ensaio do MTT. Os extratos brutos obtidos de esponja Drulia não tiveram atividade citotóxica contra células da linhagem HCT-116. Os extratos das duas cepas de bactérias (DRT1 e DRT2) isoladas a partir de esponja Drulia apresentaram atividade citotóxica moderada. O resultado para a cepa DRT2 esteve próximo de permitir sua seleção para ter suas frações e moléculas testadas. Tal resultado, portanto, mostra-se promissor para estudos futuros de bioprospecção com esponjas de água doce.

  • SERGIO ANTONIO BATISTA DOS SANTOS
  • DIAGNÓSTICO REPRODUTÍVEL E DE ALTO DESEMPENHO PARA MALÁRIA, NO CAMPO DA HEMOTERAPIA

  • Data: 27/06/2016
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  • Selecionar doadores de sangue constitui um grande problema em Serviços de Hemoterapia, pois muitas doenças infecciosas são de difícil identificação e podem ser transmitidas por transfusão sanguínea, tais como a malária, especialmente em doadores com densidades parasitárias muito baixas. No presente estudo, foi realizado o diagnóstico molecular da malária por qPCR mitocondrial, utilizando sondas específicas ao genes do citocromo c oxidase III (COX III) do genoma mitocondrial do  P.vivax e P.falciparum para identificar doadores de sangue infectados com parasitos da malária.Amostras de 2.324 candidatos à doação foram coletadas e avaliadas de 10 Serviços de Hemoterapia da Amazônia Brasileira, todos com diferentes áreas de risco de transmissão da malária. Definido a sensibilidade analítica do método qPCR mitocondrial e comparado o método com a técnica de referência molecular, a nested-PCR. Adicionalmente, foi realizada avaliação dos resultados com outras metodologias disponíveis para malária na literatura. O ensaio identificou 10 indivíduos infectados com P. vivax 10/2324 (1,34%) e não identificou nenhum P.falciparum. O limite de detecção alcançado foi de 0,024 parasitos/μL. Quando comparado com nested-PCR, a qPCR mitocondrial apresentou 100% de similaridade. A qPCR mitocondrial revelou a melhor sensibilidade dentre as metodologias disponíveis para malária na literatura. A qPCR mitocondrial possibilitou a identificação de P. vivax em uma alta proporção de doadores clinicamente saudáveis, destacando o potencial risco para a malária transmitida por transfusão. Além disso, a alta performance desta ferramenta de diagnóstico molecular, qualifica sua utilização como excelente método de triagem laboratorial em Serviços de hemoterapia.

  • JOSE AROLDO ALVES ARRAES
  • INVESTIGAÇÃO DE POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES ENTRE POLIMORFISMOS DOS GENES NFKB1 CYP19A1 E CASP8 COM O RISCO DE SUSCETIBILIDADE AO DESENVOLVIMENTO DO MELANOMA CUTÂNEO, EM UMA POPULAÇÃO DO SUL DO BRASIL

  • Data: 07/06/2016
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  • O melanoma é um tumor específico de melanócitos e corresponde a forma mais grave de câncer cutâneo. A incidência mundial do melanoma tem aumentado nas últimas décadas. Embora represente apenas 3% dos cânceres de pele, ele é responsável por 75% de todas as mortes por câncer cutâneo. Os polimorfismos nos genes NFKB1 (rs28362491), CYP19A1 (rs11575899), CASP8 (rs3834129), são citados na literatura científica como variantes genéticas associadas a diferentes tipos de câncer. O objetivo do estudo foi examinar os polimorfismos rs28362491 (NFKB1), rs11575899 (CYP19A1) e rs3834129 (CASP8) e suas correlações com a susceptibilidade ao melanoma em uma amostra significativa de pacientes e controles originários de uma populaçãodo sul do Brasil. Foi incluído nesta investigação um total de 117 pacientes com melanoma cutâneo, diagnosticados entre setembro de 2007 e novembro de 2008, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e 116 indivíduos considerados como do grupo controle. O grupo de pacientes foi composto por 26 casos de melanoma familiar ou múltiplos melanomas primários e 91 pacientes com melanomas esporádicos. Foram analisados os fototipos, índices de Breslow e níveis de Clark, localização do tumor, classificação pelo tipo histológico e a frequência dos genótipos. No presente trabalho, associações significativas foram observadas em relação aos polimorfismos de CYP19A1 e NFKB1. Homozigotos para a Deleção (DEL/DEL) do gene CYP19A1 têm maior probabilidade de desenvolver melanoma (P=0.030), do que indivíduos do grupo controle. No que se refere ao polimorfismo de NFKB1 foi observado que portadores do alelo Inserção (INS) têm risco aumentado de desenvolver melanoma e que este risco tem efeito de dose, isto é, o risco aumenta com o aumento do número de alelos portadores da inserção (OR=1.51; 95%CI: 1.08-2.11; p=0.017). Todos os dados aqui levantados são importantes para futuras pesquisas que objetivem esclarecer possíveis associações entre esses marcadores e câncer.

  • ROSANY DE OLIVEIRA LISBOA
  • Investigação da história familiar e análise de mutações no éxon 4 do gene IRF6 em uma família com características fenotípicas de Síndrome de Van der Woude

  • Data: 03/06/2016
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  • A Síndrome de Van der Woude (SVW) é uma rara desordem do desenvolvimento craniofacial que apresenta herança autossômica dominante, elevada penetrância e expressividade váriavel, sendo as fissuras orofaciais e as fístulas congênitas de lábio inferior os aspectos fenotípicos mais marcantes. A causa desta síndrome tem sido atribuída a mutações no gene IRF6 (Interferon Regulatory Factor 6), gene essencial para o desenvolvimento embrionário. O objetivo do presente foi investigar a história familiar e alterações nucleotídicas no éxon 4 do gene IRF6 em uma família com características fenotípicas da Síndrome de Van der Woude. A metodologia consistiu na aplicação do heredograma tabulado para obtenção de história familiar. A coleta de sangue foi realizada para posterior extração de DNA. A análise molecular foi realizada por meio da técnica de sequenciamento direto do éxon 4 do gene IRF6, incluindo uma região adjacente de 23 pares de bases upstream ao ínicio do éxon. A história familiar foi analisada com o auxílio do programa PEDINFO disponível em S.A.G.E. (Statistical analysis for genetic epidemiology) versão 6.3. Os dados obtidos foram analisados por estatística descritiva e com uso do teste Qui-Quadrado, no programa BioEstat 5.0 conforme apropriado. No heredograma foram registrados 80 indivíduos pertencentes a cinco gerações, sendo 36 (45%) do gênero feminino, 41 (51%) do gênero masculino, em três casos não foi possível especificar o gênero e a presença de quaisquer manifestações da SVW. Características fenotípicas da SVW foram relatadas para 35% (28/80) dos membros familiares, destes 57% (16/28) apresentaram fístulas congênitas de lábio inferior, 36% (10/28) apresentaram tanto fístulas congênitas quanto fissuras orofaciais e somente 7% (2/28) apresentaram fissuras orofaciais. O tipo de fissura mais prevalente entre os membros familiares afetados foi a fissura de lábio e palato bilateral, presente em 50%. A maioria dos parentes afetados apresentou consanguinidade em linha colateral (21; 78%). A análise de sequenciamento do éxon 4 do gene IRF6, realizado para 4 membros familiares (mãe e quatro filhos) todos com fístulas congênitas, a mãe apresentou  FLP unilateral esquerdo, a filha mais nova e o filho mais novo ambos com FLP bilateral e o filho mais velho com excesso de lábio inferior, revelou a presença do SNP rs7552506 (c.175-5C>G) localizado cinco pares de bases antes do início do éxon. A análise do éxon 4 do gene IRF6 também revelou uma nova mutação, c.269G>C (p.Ser90Thr), que ocasiona a troca do resíduo de aminoácido Serina para o resíduo Treonina. O tipo de transmissão genética apresentado pela família do estudo configura-se como um traço autossômico dominante e expressão variável intrafamilial dos fenótipos estava presente. A mutação c.269G>C (p.Ser90Thr) além de poder influenciar na interação com o DNA, também pode interferir na conformação da proteína que será ligeiramente desestabilizada, pelo fato de apresentar um resíduo de aminoácido mutante maior que o resíduo do tipo selvagem.

  • THAIS BRILHANTE PONTES
  • Identificação de miRNAs como biomarcadores de lesões de armazenamento e qualidade plaquetária em bolsas estocadas em banco de sangue

  • Data: 01/06/2016
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  • As plaquetas têm um papel importante na prevenção de hemorragia e são amplamente utilizados na medicina, especialmente durante as grandes cirurgias ou trombocitopenia. No entanto, durante o armazenamento em bancos de sangue, as plaquetas enfrentam mudanças na sua estrutura e função, o que pode comprometer a eficácia do tratamento transfusão. Estas alterações são chamadas lesões de armazenagem (LA) e são a principal causa de descarte de bolsas de concentrado de plaquetas (CP) em banco de sangue. Apesar das plaquetas serem células anucleadas, elas têm miRNA, que são de fundamental importância na regulação da expressão do gene. Assim, este estudo teve por objetivo identificar e validar microRNA plaquetários, como potenciais biomarcadores que podem, no futuro, ser utilizados como indicadores de qualidade CPs. Para isso, foi realizado o sequenciamento do miRnoma das plaquetas durante seis dias de estocagem, seleção de miRNAs com potencial para biomarcador de LA e validação por qRT-PCR. Nossos resultados mostram que os miRNAs podem sofrer

    alterações significativas na expressão durante os dias de armazenamento, em comparação com o primeiro dia de estocagem, mostrando seu potencial como biomarcador molecular.

  • TAISSA MAIRA THOMAZ ARAUJO
  • ALTERAÇÕES GENÔMICAS QUANTITATIVAS COM POTENCIAL CLÍNICO NO ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

  • Data: 31/05/2016
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  • O câncer gástrico é o quinto tipo tumoral mais frequente e a terceira maior causa de morte por câncer no mundo. A despeito do progresso no tratamento do câncer gástrico avançado, o prognóstico do paciente permanece muito ruim, principalmente em decorrência do diagnóstico tardio. Esse paradigma implica a necessidade de pesquisar e identificar biomarcadores moleculares para o diagnóstico precoce, bem como para o monitoramento da doença, contribuindo ainda para o desenenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Desta forma, o presente estudo objetivou investigar alterações no número de cópias de DNA no adenocarcnoma gástrico através da técnica de Hibridização Genômica Comparativa em array (aCGH) e selecionar genes para a validação em um maior número de amostras, utilizando PCR em tempo real, no intuito de encontrar potenciais biomarcadores moleculares para esse tipo tumoral. Através dos resultados do aCGH, foram identificadas 22 alterações nunca correlacionadas com a carcinogênese gástrica, bem como diversas alterações associadas significativamente com o extravasamento da serosa e com pacientes com idade igual ou inferior a 50 anos. Levando em consideração que a maioria dos genes observados alterados nunca foram descritos como envolvidos no processo de carcinogênese gástrica, foram selecionados para validação genes cujas alterações apresentaram alguma consistência com trabalhos já publicados na literatura em outros tipos de câncer. Assim, foram investigadas por PCR em tempo real as amplificações dos genes RTEL1, B4GALT5, TRPV2 e ABCA13. Os resultados demonstraram uma frequência elevada de amplificação desses genes, porém as associações estatísticas com os dados clínicopatológicos dos genes TRPV2, com pacientes jovens, e ABCA13, com o extravasamento da serosa, observadas pelo aCGH, não foram confirmadas. Por outro lado, novas associações significativas foram observadas, tais quais a amplificação recorrente do gene RTEL1, que foi associada com idade avançada e com o tipo intestinal do adenocarcinoma gástrico; a amplificação recorrente do gene B4GALT5, que foi associada com o tipo intestinal do adenocarcinoma gástrico; a amplificação recorrente do gene TRPV2, que foi associada com metástase linfonodal; a amplificação recorrente do gene ABCA13, que foi associada com metástase linfonodal e com pacientes do gênero masculino e a co-amplificação dos genes RTEL1 e ABCA13, que foi associada com estadiamento avançado. Desta forma, o aCGH mostrou-se uma ferramenta útil para a investigação de novos genes associados com a carcinogênese. Ademais, a amplificação dos genes RTEL1, B4GALT5, TRPV2 e ABCA13 parecem ter um papel importante no desenvolvimento e na progressão do câncer gástrico, podendo ser considerados potenciais marcadores desta doença.

  • PATRICIA CORREA DA SILVA
  • INTEGRAÇÃO DOS ESTUDOS CROMOSSÔMICOS E DNA BARCODING EM RHAMPHICHTHYS (PISCES: GYMNOTIFORMES)

  • Data: 16/05/2016
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  • A Ordem Gymnotiformes é composta por 219 espécies válidas, que estão distribuídas em cinco famílias. Os gêneros mais investigados são Eigenmannia e Gymnotus. Nosso trabalho concentrou-se na família Rhamphichthyidae, gênero Rhamphichthys que, assim como os demais Gymnotiformes, apresentam maior abundância e diversidade na região Amazônica. Foram realizadas coletas nos municípios de Abaetetuba, Barcarena e Belém (Pará) e em Tefé, Reserva Ecológica de Mamirauá (Amazonas), com objetivo de melhor definir as espécies, através da integração de dados citogenéticos clássicos, citogenômicos (através das sondas de sequências repetitivas de DNA) e do DNA Barcoding e assim compreender a evolução deste gênero de peixes na Amazônia. Foram identificados um novo citótipo para o gênero R. rostratus com a presença de cromossomos B e fórmula cariotípica FC=48m/sm+2st/a+(5-10)B, um novo citótipo da região do Amazonas, Rhamphichthys sp. FC = 44m/sm +6st/a, e também de R. marmoratus, FC = 46+4st/a no estado do Pará. A análise das sequências repetitivas nos novos citótipos demonstrou que as sondas de 18S são coincidentes com as regiões de constrição secundárias que são marcadas com nitrato de prata na técnica de coloração clássica da NOR. As sondas de DNA 5S marcam sítios múltiplos, deixando evidente que a evolução da família de genes ribossomais ocorre de maneira independente, pelo menos no gênero Rhamphichthys. Os retroelementos REX1 e REX3 marcaram de forma dispersa pelo genoma, como já foi descrito na literatura para outros peixes. O elemento REX1 marca ainda a região de constrição secundária em R. rostratus, o que também já foi descrito em outras espécies de peixes que habitam ambientes poluídos, expostos a estresses ambientais e também em indivíduos híbridos. A análise de DNA barcoding permitiu a construção de uma árvore bayesiana, que está de acordo com os dados de citogenética. Assim, as populações de R. rostratus com e sem cromossomos B constituem taxa distintos. Por sua vez, a amostra de Mamirauá, aqui denominada Rhamphichthys sp. por não haver sido descrita formalmente, é mais similar tanto nos dados cariotípicos como na análise de barcoding a R. hanni do Sudeste brasileiro. Nossos dados apontam para um número subestimado de espécies em Rhamphichthys, o que reforça a necessidade de uma revisão taxonômica para o gênero.

  • PABLO HENRIQUE CARACCIOLO GOMES DE SÁ
  • MONTAGEM DO GENOMA DO SABIÁ-LARANJEIRA (TURDUS RUFIVENTRIS): A AVE SÍMBOLO DO BRASIL.

  • Data: 13/05/2016
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  • .Dentre as espécies de aves conhecidas, várias produzem complexa vocalização decorrente de aprendizado vocal, um traço cognitivo associado a um alto grau de encefalização e um melhor conhecimento da genética relacionada à este mecanismo será essencial para compreendê-lo. Assim, o sequenciamento do Sabiá-laranjeira, Turdus rufiventris, é de particular interesse para a compreensão dos circuitos cerebrais associados ao aprendizado vocal.

  • ANA VIRGINIA SOARES VAN DEN BERG
  • AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE MICRORNAS EM PACIENTES TRATADOS COM ABVD
  • Data: 12/04/2016
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  • O Linfoma de Hodgkin é uma neoplasia maligna com incidência anual de 3 a 4 casos novos por 100.000 habitantes na população ocidental. Possui como característica o pequeno número de células malignas, cerca de 1% da população do ambiente tumoral, no qual a maioria dos elementos celulares não são neoplásicos. O diagnóstico é baseado na apresentação clínica e achados laboratoriais, destacando-se as características morfológicas, imuno-histoquímicas e moleculares. O tratamento com quimioterapia ABVD (Adriamicina/doxorrubicina, Bleomicina, Vimblastina e Dacarbazida) associado ou não a radioterapia é responsável pelas elevadas taxas de cura. Portanto, a identificação de biomarcadores (gene e microRNA) podem auxiliar no entendimento dos mecanismos patogênicos envolvidos na doença e na resposta ao tratamento. Os microRNAs (miRNAs) são elementos importantes do sistema de regulação gênica encontrados em todos os tecidos do organismo e que podem ter seu perfil de expressão alterado na presença do câncer. Com o objetivo de avaliar aspectos clínicos e epigenéticos dos pacientes com Linfoma de Hodgkin, antes e após o tratamento com ABVD, analisou-se a expressão de cinco miRNAs (has-miR-9, hsamiR-20a, hsa-miR-21, has-miR-26a e hsa-miR-155), no sangue periférico de três grupos de indivíduos: pacientes antes e após o tratamento com ABVD; e um grupo controle sem a doença. Os resultados mostraram que os perfis de expressão dos hsa-miR9, hsa-miR-21, hsa-miR-26a e hsa-miR-155 conseguiram distinguir os pacientes com LH daqueles sem a doença, e que o perfil de expressão do hsa-miR-9 foi significativamente alterado pelo tratamento com ABVD. Estes resultados sugerem que esses microRNAs são promissores biomarcadores de sangue para o LH e que o hsa-miR-9 é um provável biomarcador de resposta ao tratamento com ABVD. Conclui-se que a expressão diferencial destes microRNAs podem ser empregadas como ferramentas na prática clínica para o acompanhamento de indivíduos com Linfoma de Hodgkin. Palavras chave: MicroRNAs; B

  • REGIANE SILVA KAWASAKI FRANCES
  • RECONSTRUÇÃO E MODELAGEM IN SILICO DA VIA DE BIOSSÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS DA BACTÉRIA PSICOTRÓFICA Exiguobacterium antarticum LINHAGEM B7

  • Data: 04/04/2016
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  • A modelagem matemática in silico baseada em restrições é uma abordagem adotada pela Biologia de Sistemas para analisar redes metabólicas. A bactéria Gram-positiva Exiguobacterium antarticum B7 é um extremófilo capaz de sobreviver em ambientes frios como gelo glacial e permafrost. A capacidade de adaptação ao frio desses micro-organismos vem despertando grande interesse biotecnológico. Um fator importante para o entendimento do processo de adaptação ao frio está relacionado à modificação química de ácidos graxos que constituem a membrana celular das bactérias psicotróficas. A finalidade é manter a fluidez da membrana para evitar o congelamento da bactéria. Neste trabalho, a via metabólica de biossíntese de ácidos graxos da bactéria E. antarticum B7 foi reconstruída a partir do genoma anotado disponível. As ferramentas de software KEGG (Kyoto Encyclopedia of Genes and Genomes) e RAST (The Rapid Annotation Server) foram utilizadas para gerar o modelo preliminar da rede. O passo seguinte foi a etapa de cura manual baseada na combinação de informações genômicas, bioquímicas e fisiológicas disponíveis em diversos bancos de dados e literatura especializada. Durante este processo, as enzimas FabZ e DesK, responsáveis por adicionar insaturações na cadeia carbono-carbono ao longo da síntese de ácidos graxos, foram identificadas no genoma, entretanto de forma truncada. O fluxoma da via metabólica foi definido com a descrição das rotas das principais reações, desde o metabólito de entrada, o Acetil-CoA, até o produto final, o ácido Hexadecenóico. A modelagem computacional foi feita com o uso do software MATLAB® juntamente com toolboxes e funções específicos para biologia de sistemas. A quantificação de metabólitos produzidos pela via foi realizada por meio do método baseado em restrições Análise de Balanço de Fluxos (ABF). Para avaliar a influência da expressão gênica na análise do fluxoma, o método ABF foi calculado usando os valores de log2FC obtidos na análise transcriptoma a 0ºC e 37ºC. A via de biossíntese de ácido graxos possui um total de 13 rotas identificadas pelo método Modo Elementar, quatro das quais apresentam caminhos para a produção de ácido hexadecenóico. A via reconstruída demonstrou a capacidade da E. antarcticum B7  em produzir moléculas de ácidos graxos. Sob a influência do transcriptoma, o fluxoma foi alterado, estimulando a produção de cadeia curta em ácidos graxos. Os modelos obtidos contribuem para um melhor entendimento da adaptação bacteriana a ambientes frios.

  • JÉSSICA ALMEIDA BATISTA GOMES
  • Identificação de alterações genômicas quantitativas em pacientes com leucemia linfoblástica aguda (LLA) com ausência de fusões gênicas clássicas

  • Data: 31/03/2016
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  • A LLA é caracterizada pela presença de anomalias cromossômicas, numéricas e/ou estruturais, como as aneuploidias e translocações. Entretanto, muitas dessas alterações sozinhas não induzem leucemia, e muitos casos não apresentam grandes alterações cromossômicas, o que sugere que alterações genéticas submicroscópicas adicionais contribuem para a leucemogênese. Análises de variação no número de cópias do DNA em LLA, auxiliadas pelas tecnologias de array, tem permitido a identificação de inúmeras alterações, o que pode fornecer informações importantes sobre a gênese das leucemias, colaborando na melhor estratificação de risco e na adequação da conduta terapêutica dos pacientes. Desta forma, amostras de pacientes com LLA-B pediátrica com ausência de fusões gênicas clássicas foram analisadas por hibridização genômica comparativa por array (aCGH) com o objetivo de identificar eventuais alterações quantitativas que envolvam genes com possível papel na leucemogênese. Alterações no número de cópias (CNA) foram detectadas em todas as amostras, e incluem ganhos e perdas além de perdas de heterozigose (LOH). A análise revelou que as CNAS englobaram vários genes relacionados à leucemia – CDKN2A, CDKN2B, PAX5 e RUNX1 além de outros genes relacionados ao câncer, porém até então não associados à LLA-B. A amplificação dos genes NOTCH1, PRDM16 e DMBT1, bem como, a deleção de TARP e MTAP, podem estar envolvidas na gênese ou progressão da LLA sem fusões gênicas.

     

  • FABRICIO ALMEIDA ARAUJO
  • ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA QUALIDADE DO SEQUENCIAMENTO EM MAPPING BY SEQUENCING EM PLANTAS

  • Data: 30/03/2016
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  • Avanços recentes nas tecnologias de sequenciamento de nova geração (NGS) reduziram o tempo necessário para a identificação de mutações em genética forward, uma das principais formas para caracterização da função de genes em plantas.  A metodologia utilizada para a identificação de mutações induzidas por agentes mutagênicos físicos ou químicos em uma população de mapeamento é conhecida como mapping-by-sequencing. Dentre as várias técnicas que utilizam esta metodologia, Next-generation mapping (NGM) ganha destaque por necessitar de um número pequeno de mutantes na população de mapeamento. Entretanto, nos trabalhos publicados, não fica claro o porquê da utilização dos parâmetros utilizados para formação da população assim como a influência da qualidade do sequenciamento feito nos experimentos. Dessa forma, este trabalho busca desenvolver um pipeline que possibilite analisar a influência dos parâmetros de qualidade das plataformas de sequenciamento de nova geração na utilização da técnica de NGM na planta modelo Arabidopsis thaliana. Esta análise será feita com simulações de diferentes populações de mapeamento e corridas NGS.

  • DEYVID NOVAES MARQUES
  • Expressão heteróloga, purificação, avaliação funcional e modelagem molecular da MeTCTP de mandioca (Manihot esculenta CRANTZ).

  • Data: 28/03/2016
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  • A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma cultura de grande importância socioeconômica para milhões de pessoas, especialmente em virtude de seu grande potencial energético. Para o aumento da produção e produtividade em áreas de cultivo de mandioca, a busca por novos conhecimentos sobre componentes fisiológicos que contribuam aos mecanismos de defesa endógenos é de extrema relevância. Nesse contexto, a prospecção de produtos gênicos que contribuem para a resposta a estresses constitui etapa fundamental para a geração de plantas tolerantes. A TCTP (Proteína tumoral controlada traducionalmente) é uma família proteica altamente conservada em organismos eucariontes que tem sido associada ao desempenho de diversas funções a nível celular, como aquelas relacionadas ao crescimento, desenvolvimento e a respostas contra estresses abióticos. Estudos prévios identificaram na mandioca o gene MeTCTP, o qual apresentou expressão aumentada em resposta ao estresse salino. Além disto, células bacterianas (Escherichia coli) expressando a MeTCTP recombinante apresentaram tolerância a este tipo de estresse. Desta forma, no presente trabalho foi avaliada a habilidade da MeTCTP recombinante em favorecer a tolerância de células bacterianas ao estresse térmico, bem como o seu potencial em atuar na manutenção da atividade de digestão da enzima de restrição NdeI sob condições de desnaturação proteica. Também foi realizada a análise estrutural da MeTCTP por meio da modelagem comparativa e da dinâmica molecular. Neste trabalho foi relatado pela primeira vez o aumento da tolerância de células de E. coli contra o estresse térmico por meio da superexpressão da MeTCTP, a purificação desta proteína, bem como sua propriedade de chaperona molecular, sua modelagem comparativa e ligação ao cálcio por meio da dinâmica molecular.

  • MARCOS ANTONIO TRINDADE AMADOR
  • Perfil Genético de Potenciais Biomarcadores Associados ao Câncer na População Brasileira e Parentais.

  • Data: 21/03/2016
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  • Os polimorfismos IL1A (rs3783553), IL4 (rs79071878), NFKB1 (rs28362491), PAR1 (rs11267092), CYP2E1 (INDEL - 96pb), CYP19A1 (rs11575899) e UGT1A1 (rs8175347) são associados a diferentes tipos de câncer e/ou maior toxidade durante o tratamento medicamentoso. Suas frequências alélicas variam entre populações de diferentes origens étnicas e geográficas. Considerando que a população brasileira é geneticamente heterogênea e dada a importância de dados de distribuição alélica em estudos de associação a doenças, o objetivo deste trabalho foi descrever a distribuição alélica e genotípica desses sete marcadores em indivíduos das cinco regiões geográficas brasileiras e em populações nativas americanas, africanas e europeias. De um modo geral, demonstramos que das sete variantes investigadas, somente os polimorfismos rs3783553, rs79071878, rs28362491, rs11267092 e rs8175347 apresentam frequências significantemente distintas em todas as comparações envolvendo as populações de nativos americanos, africanos e europeus. A população brasileira não apresenta diferenças regionais quanto à distribuição desses polimorfismos, com exceção da região Norte para os polimorfismos rs3783553, rs79071878 e rs28362491. Em relação à proporção de alelos potencialmente deletérios, observamos que esta é maior em amostras de nativos americanos (38%) e africanos (38%) que em amostras de brasileiros (32%) e europeus (31%). Considerando apenas indivíduos portadores de sete ou mais alelos de risco, notamos maior proporção desses indivíduos em amostras de nativos americanos (20%) e africanos (20%) que em amostras de brasileiros (11%) e europeus (7%). Entre as regiões geográficas brasileiras essa proporção é moderadamente diferenciada, variando de 8% no Sudeste, 10% no Nordeste, 11% na região Sul, 13% no Centro-Oeste a 14% na região Norte. Todos os dados aqui levantados são importantes para futuras pesquisas que objetivem esclarecer associações entre esses marcadores e câncer, bem como diferenças interindividuais na resposta à terapia medicamentosa.

  • LEANDRO LOPES DE MAGALHÃES
  • Modulação da Expressão de hsa-miR-29c e hsa-miR-135b em Linhagens Celulares de Câncer Gástrico.

  • Data: 21/03/2016
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  • O câncer gástrico (CG) é o quarto tipo de câncer mais frequente em homens e o quinto em mulheres. Apesar de ter havido um decréscimo em sua incidência nos últimos 30 anos, este câncer ainda representa uma das principais causas de morte por este tipo de doença. Inúmeras alterações genéticas e epigenéticas estão relacionadas ao desenvolvimento do CG, dentre elas o perfil alterado da expressão de microRNAs (miRNAS), pequenos RNAs não codificantes que regulam negativamente a expressão de centenas de genes, incluindo oncogenes e genes supressores de tumor. O nosso grupo de pesquisa identificou em trabalhos prévios alguns miRNAs que se encontram diferencialmente expressos no CG, quando comparados ao tecido gástrico sem câncer. O presente estudo teve como objetivo principal modular a expressão de dois miRNAs, hsa-miR-29c e hsa-miR-135b por meio da transfecção de mimics e antimiRs, respectivamente; assim como avaliar a consequência desta modulação por meio da mensuração da expressão das proteínas codificadas pelos genes CDC42, DNMT3A (alvos do hsa-miR-29c) e APC (alvo do hsa-miR-135b) em três linhagens celulares de CG estabelecidas de tumores primários de pacientes do Estado do Pará. Os resultados mostraram que a transfecção de mimics e antimiRs alterou significativamente a expressão dos dois miRNAs, elevando a expressão do hsa-miR-29c e reduzindo a expressão do hsa-miR-135b, principalmente na cultura 3D das linhagens celulares. Em relação a análise da expressão das proteínas foi constatado que as linhagens transfectadas com mimics tiveram uma redução nos níveis de CDC42 e DNMT 3A, enquanto as linhagens transfectadas com antimiRs tiveram um aumento na expressão da proteína APC. Os resultados sugerem que os dois miRNAs são importantes no processo da carcinogênese gástrica, regulando os genes APC, CDC42 e DNMT3A e suas respectivas vias de sinalização.

  • ANDRÉ LUÍS FONSECA FAUSTINO
  • Integração de dados genomicos na identificação de
    vias tumorigênicas: Uma perspectiva de biologia
    de sistemas.

  • Data: 18/03/2016
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  • O câncer é uma doença complexa e heterogênea, a qual é caracterizada pela desordem na
    profileração celular. Recentemente, o avanço nas tecnologias de alto rendimento tem
    fornecido diversos dados géneticos e epigénicos, permitindo o entendimento de vários
    mecanismos relacionados à tumorigênese. Entretanto, a interpretação de dados em larga
    escala é uma atividade laboriosa e demanda de um forte componente interdisciplinar. Nessa
    perspectiva, as redes biológicas surgem como fundamento para integração e análise de
    diversos dados em larga escala. Nesse trabalho, são propostos dois métodos baseados em
    redes biológicos para auxiliar na prospecção de vias tumorigénicas e sua possível aplicação
    clínica.

  • VANDECLÉCIO LIRA DA SILVA
  • Análise evolutiva dos sítios de ligação a fatores de transcrição específicos do genoma humano

  • Data: 16/03/2016
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  • Acredita-se que o ganho de sítios de ligação aos fatores de transcrição (TFBS) representa uma das maiores causas da inovação biológica. Neste trabalho foi utilizada uma estratégia original baseada em genômica comparativa, com dados públicos de alinhamento de genomas, para identificar 27.285 TFBS específicos da linhagem humana (TFBS-HS), quando comparado com os genomas de chimpanzé e gorila. Com o auxilio de ferramentas de bioinformática, foi identificado que quarenta por cento (11.093) destes TFBS-HS estão na vizinhança de 1.449 genes. Genes associados com TFBS-HS foram enriquecidos em categorias ontológicas relacionadas à regulação transcricional, sinalização, diferenciação/desenvolvimento e sistema nervoso. Várias abordagens de analise de expressão e funcionalidade foram utilizadas sobre este conjunto de genes (1.449). Uma comparação do padrão de expressão desses genes e dos correspondentes ortólogos em chimpanzé e gorila identificou genes diferencialmente expressos em tecidos humanos. Estes genes mostram um padrão mais divergente em tecido de cérebro e testículo humanos, sugerindo uma a ação de seleção positiva na fixação do ganho de TFBS. Além do mais, foi visto que genes associados com TFBS-HS apresentam um padrão de amplitude de expressão alto quando comparados com todos os genes do genoma humano. Esta tendência de distribuição é devido a um ganho preferencial de TFBS em genes com amplitude de expressão alta ao invés de uma mudança de expressão após o ganho de TFBS.

  • CAMILE DE BARROS LOPES
  • PERFIL DE EXPRESSÃO DE MICRORNAS NO CÂNCER ORAL


  • Data: 11/03/2016
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  • O carcinoma de células escamosas oral (CCEO) é uma doença mutifatorial que
    envolve fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. Caracteriza-se por um padrão de
    crescimento agressivo, altamente metastático e elevadas taxas de mortalidade. Apesar dos
    avanços da tecnologia nos tratamentos cirúrgicos, radio e quimioterápicos, a taxa de
    sobrevivência de cinco anos não houve melhora significativa nos últimos anos. Através da
    regulação da expressão de genes alvos, os microRNAs desempenham papel importante na
    iniciação e progressão em cânceres humano, consequentemente, são uma ferramenta
    promissora para investigação de biomarcadores de identificação de risco, prognóstico e
    alvos terapêuticos. Com objetivo de investigar o perfil de expressão dos miRNAs no
    câncer gástrico, dez tecidos de CCEO foram caracterizados a partir de dados gerados de
    sequenciamento de alto desempenho. Além disso, por qRT-PCR avaliamos o tecido
    adjacente ao CCEO para quatro miRNAs. Os resultados mostraram 17 miRNAs
    diferecialmente expressos, os quais foram capazes de discriminar o tecido CCEO do sem
    câncer. Dentre esses, encontramos sete novos miRNAs (hsa-let-7c, hsa-miR-10a, hsa-miR-
    199a, hsa-miR-381, hsa-miR-501, hsa-miR-654 e hsa-miR-941), os quais ainda não estão
    descritos na literatura suas participações no CCEO. Adicionalmente, verificamos que os
    quatro miRNAs hsa-miR-221, hsa-miR-21, hsa-miR-135b e hsa-miR-29c foram
    hiperexpressos no tecido adjacente, confirmando o efeito de campo de cancerização. Os
    resultados revelaram que esses miRNAs são potenciais biomarcadores de ocorrência no
    CCEO com a capacidade de identificar indivíduos com maior risco de desenvolver este
    câncer, e indicam sua utilidade como possíveis alvos terapêuticos.

2015
Descrição
  • ALEX RANIERI JERÔNIMO LIMA
  • POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE CIANOBACTÉRIAS AMAZÔNICAS PARA A PRODUÇÃO DE HIDROCARBONETOS: DA MONTAGEM DE GENOMAS À MODELAGEM MOLECULAR COMPARATIVA

  • Data: 20/11/2015
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  • As cianobactérias constituem um grupo singular de bactérias com capacidade para ocupar diversos nichos ecológicos demonstrando uma vasta diversidade morfológica, fisiológica e metabólica. A despeito de sua diversidade metabólica, todas as cianobactérias possuem a capacidade de produzirem hidrocarbonetos, principalmente os de cadeia longa, os quais têm sido especulados como promissores substitutos para os derivados combustíveis fósseis. Neste estudo, foi investigada a presença do gene codificador da proteína aldehyde-deformylating oxygenase (ADO) em dados genômicos de duas linhagens cianobacterianas isoladas de ambientes amazônicos e utilizadas as sequencias obtidas para realizar a modelagem comparativa e ancoragem molecular do substrato no sítio catalítico dos modelos construídos, contribuindo assim para o conhecimento da diversidade molecular da enzima ADO de cianobactérias. Desta forma, foi possível obter três sequências, que foram utilizadas na modelagem comparativa e cujas estruturas preditas foram validadas com sucesso. A comparação das interações realizadas com o substrato no sítio catalítico dos modelos construídos com a dos moldes utilizados revelou diferentes frequências de aminoácidos presentes que interagem com o substrato.

  • ANDREI SANTOS SIQUEIRA
  • Biotecnologia e a aplicação das ciências ômicas no

    aproveitamento econômico de microalgas e

    cianobactérias da Amazônia brasileira

  • Data: 20/11/2015
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  • A Ribulose-1,5-Bifosfato Carboxilase/Oxigenase (RuBisCO) catalisa o primeiro passo da via de fixação do carbono ligando o gás carbônico à ribulose 1,5-bifosfato. Modificações genéticas para aumentar a eficiência da atividade carboxilase da rubisco têm um grande interesse para agronomia e para biotecnologia, uma vez que isto pode levar a um aumento da produtividade de plantas e biomassa de cianobactérias e algas para a produção de biocombustíveis. Dessa forma este estudo objetivou caracterizar in silico o domínio catalítico da rubisco de Cyanobium sp. CACIAM14. Foi o utilizado o software MODELLER para a construção do modelo, foram gerados 100ns de dinâmica molecular com o pacote AMBER12 e a energia livre foi calculada através dos métodos de MM-PBSA, MM-GBSA e SIE. O modelo obtido apresentou 15 beta folhas e 19 alfa hélices, mantendo o sítio catalítico altamente conservado, incluindo os resíduos Lys175, Lys177, Lys201, Asp203, Glu204. A energia livre do complexo enzima-substrato apresentou valores em torno -10kcal/mol na análise através do método SIE tanto para o molde de Synechococcus PCC6301 quanto para o modelo de Cyanobium sp. CACIAM14. O resíduo que mais contribuiu para a interação foi Arg295. O modelo foi construído e validado com sucesso, permaneceu estável na dinâmica molecular e demonstrou características similares às do molde e de outras cianobactérias que possuem alta taxa de carboxilase.

  • KLEBER ROBERTO DA SILVA GONCALVES DE OLIVEIRA
  • PERFIL DE CRIANÇAS EXPOSTAS AO ETANOL NO PERÍODO PRÉ - NATAL ATENDIDAS NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM BELÉM - PA

  • Data: 25/09/2015
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  • Introdução: O etanol age no Sistema Nervoso Central (SNC) causando alterações genéticas e epigenéticas que resultam em problemas estruturais e de funcionamento cerebral. Um de seus principais mecanismos está relacionado à alterações na migração neuronal, acarretando disfunções que podem ser somáticas e/ou apenas funcionais definidas como Síndrome Alcoólica Fetal ou Transtornos do Espectro Álcool Fetal, esta última situação relacionada a conjunto de alterações comportamentais sem dismorfologia. Objetivo: Associar a exposição ao álcool no período pré-natal com alterações de linguagem, função motora e de comportamento em crianças atendidas no Hospital Universitário Betina Ferro de Souza (HUBFS) no período de agosto de 2007 a agosto de 2013. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo, transversal com registros de 89 crianças de zero a doze anos que apresentaram história de exposição pré-natal ao etanol atendidas no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) entre agosto de 2007 a agosto de 2013. Dessas uma foi excluída por apresentar síndrome de down. Foram utilizados para diagnóstico critérios do CID- 10. Esse trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) conforme parecer 771.830, obedecendo à resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 466/12. Resultados: As alterações funcionais de linguagem, motora e comportamento foram as alterações mais frequentes deste estudo, sendo a alteração de linguagem a mais encontrada (79,5% dos casos). Dentre os diagnósticos estabelecidos segundo critério do CID -10, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno Misto do Desenvolvimento apresentaram maior frequência (13,63%). Conclusão: Pode-se sugerir, pelo próprio mecanismo de ação do etanol no SNC, sua participação nas alterações funcionais encontradas nestes casos, bem como para os diagnósticos estabelecidos, como TEA, TEL, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Misto do Desenvolvimento, dentre outros.

  • NATALLE DO SOCORRO DA COSTA FREITAS
  • Desenvolvimento de um painel de SNPs para análises farmacogenéticas de associação à resposta terapêutica do 5-FU em pacientes oncológicos da região norte do Brasil.

  • Data: 25/09/2015
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  • 5-fluorouracil (5-FU) é  um dos agente terapêuticos mais prescritos  para tratamento de vários tipos de câncer, principalmente do trato gastrointestinal. Entretanto, diversos tipos de reações adversas, de leves a graves, têm sido descritas entre pacientes que recebem este quimioterápico. Desta forma o objetivo da nossa investigação foi criar um painel de SNPs associados a reações adversas ao tratamento com fluoropirimidinas e avaliar a associação desses polimorfismos com os resultados clínicos de pacientes oncológicos da região norte do Brasil para identificar possíveis preditores a toxicidades. Foram analisadas 166 amostras de indivíduos com câncer do trato gastrointestinal utilizando  8 SNPs dos genes DPYD, ABCB1, GSTP1, TP53, OPRT e MTHFR. A genotipagem foi realizada pela técnica de SNaPshot minisequencing, o que nos permitiu ter todos os marcadores em uma reação multiplex. Em nossos resultados, de maneira geral tivemos entre os pacientes 15% de toxicidades graves e como reação adversa  mais frequente a diarréia (59,7%).  As toxicidades hematológicas foram mais frequentes entre os pacientes de ancestralidade africana. Obtivemos associações significantes para os polimorfismos dos genes MTHFR com mucosite entre os pacientes que fizeram uso de 5-FU ou capecitabine em monoterapia e DPYD com toxicidade hematológica, entre os pacientes que fizeram uso de 5-FU combinado com oxaliplatina.  Os marcadores analisados necessitam de novos estudos com grandes grupos  para confirmação de nossos resultados e identificação de marcadores que podem ser potenciais preditores a toxicidade ao quimioterápico 5-FU identificando desta forma pacientes que irão ter um maior benefício do tratamento com fluoropirimidinas.

  • CARLOS EDUARDO DE MELO AMARAL
  • Estudo de Polimorfismos Candidatos no Gene da Subunidade 6 do receptor Kainato (GluR6) e Caracterização Clínica-Epidemiológica de uma Amostra de Pacientes com Transtorno do Espectro Autista 

  • Data: 11/09/2015
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  • O transtorno do espectro autista (TEA) é uma desordem do desenvolvimento neuropsiquiátrico grave. Os critérios diagnósticos mais recentemente publicado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais, 5a Ed. (DSM-5) incluem duas áreas principais: déficits de comunicação social e comportamento fixo ou repetitivos. Sabe-se que o TEA apresenta um significativo componente hereditário embora o modo exato de transmissão não seja conhecido. Estudos anteriores sugerem que TEA é uma distúrbio neurológico complexo resultante da interação de múltiplos fatores genéticos e ambientais. O gene que codifica a subunidade 6 do receptor kainato do glutamato (GluR6 ou GRIK2) localiza-se na região 6q21. Este gene tem sido sugerido como candidato associado à etiologia do TEA com base no envolvimento da proteína do receptor em funções cognitivas, como aprendizagem e memória. Este estudo teve o objetivo de determinar as frequências e verificar a possibilidade de associação dos SNPs: rs3213607, rs2227281, rs2227283, rs2235076, rs4839797, rs2518261 no gene GluR6 com o TEA. A amostra estudada consistiu de 279 indivíduos, sendo 49 trios (pai e mãe não-afetados e filho afetado), 57 duplas (mãe ou pai não-afetados e filho afetado) e 18 afetados sem as amostras de seus genitores. O diagnóstico de TEA foi realizado por uma equipe treinada, seguindo os critérios do DSM-IV. A hipótese de associação foi verificada por método baseado em famílias, através dos programas PLINK e FBAT. Foram encontrados transmissões preferenciais do alelo C no SNP: rs4839797 (χ 2 = 5, p = 0,02535) e do alelo G no SNP: rs2227283 (χ 2 = 8,333, p = 0,003892), demonstrando que estes polimorfismos estão associados ao TEA em uma amostra de pacientes brasileiros. Além disso, foi demonstrado que o alelo A do SNP: rs3213607(C/A) pode conferir menor risco às comorbidades convulsão e ataque de pânico (p=0,040 e p=0,041 respectivamente). Por ser o primeiro estudo que relata a associação entre um polimorfismo do gene  GluR6 e cormobidades em pacientes brasileiros com TEA, estudos adicionais são necessários para replicar esse achado.

  • AYLLA NÚBIA LIMA MARTINS DA SILVA DOS SANTOS
  • CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DA TALASSEMIA BETA NO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 27/08/2015
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  • A talassemia beta é um dos distúrbios monogênicos autossômicos recessivos mais amplamente distribuídos no mundo. Na maioria dos casos, essa desordem é resultante de mutações pontuais que alteram a expressão e regulação do gene da globina beta, tendo como consequência molecular o desequilíbrio entre as cadeias globínicas alfas e betas e desencadeando uma série de alterações fisiopatológicas no indivíduo. Estudos têm demostrado que diversos determinantes genéticos exercem seus efeitos reduzindo esse desequilíbrio, resultando em menor precipitação de cadeias alfas e, consequentemente, em curso clínico mais brando. Polimorfismos no promotor do gene HBG2 (11p15, XmnI), BCL11A (2p16) e na região intergênica entre HBS1L e MYB (6p23, HMIP) têm sido associados com aumentos nos níveis de HbF, desempenhando um importante papel na apresentação clínica, tanto na anemia falciforme como na talassemia beta. Os objetivos do presente trabalho consistiram em caracterizar a prevalência das principais mutações beta-talassêmicas de origem europeia e africana e a presença de polimorfismos associados com a variação nos níveis de HbF em indivíduos portadores de talassemia beta atendidos no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Pará. A quantificação de HbA2 e HbF foi realizada utilizando a técnica de cromatografia líquida de alta performance (HPLC- BIO-RAD). A investigação molecular da talassemia beta foi realizada por sequenciamento direto de parte do gene da globina beta, onde localizam-se as principais mutações que resultam na patologia. A genotipagem dos polimorfismos foi realizada por meio de PCR em Tempo Real (RQ-PCR). Os indivíduos analisados tinham entre 1 a 62 anos de idade e apresentavam média de HbA2 e HbF em torno de 4,9% e 4,73%, respectivamente. Foram encontradas 10 mutações pontuais diferentes para talassemia beta em um total de 37 cromossomos
    estudados, dos quais 22 (59,5%) eram portadores de mutações beta-talassêmicas do tipo β+, 14 (37,8%) portadores de mutações do tipo β0 e um (2,7%) cromossomo portador de uma deleção [Cd77-78 – (c)] associada aos dois tipos de talassemia beta (β+ e β0 ). Duas mutações beta-talassêmicas incomuns e que não tinham sido notificadas anteriormente no Brasil foram encontradas no presente estudo [IVSII-2 e a deleção 77/78 – (c)]. A mutação IVSI-5 (G>A) apresentou a maior frequência no Norte do Brasil, 27%, seguido de 21,6% da mutação no códon 39 (C>T), 16,2% da -88 (C>T) e 10,8% das mutações IVSI-1 (G>A) e IVSI-6 (T>C). Quanto aos seis SNPs associados com variação nos níveis de HbF investigados no presente estudo, o alelo C para o SNP rs11886868 no gene BCL11A foi o mais frequente (59,3%). Os níveis de HbF demonstraram associação negativa com o polimorfismo rs28384513 no lócus HMIP. Concluímos que a mutação mais frequentemente observada no presente estudo, IVSI-5 (G>A), mostrou uma possível maior contribuição espanhola para os genes de beta talassemia na Amazônia brasileira. E a presença do alelo C do polimorfismo rs28234513 no lócus HMIP está associado a uma diminuição nos níveis de HbF.

  • CARLOS MURILO TENORIO MACIEL
  • Transcriptomas do Macrobrachium amazonicum desenvolvidos no Sequenciador Ion TorrentTM

  • Data: 17/08/2015
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  • O camarão-da-amazônia é o mais explorado pela pesca artesanal no Brasil, garantindo segurança alimentar e renda para milhares de famílias. Apresenta ampla distribuição na América do Sul e é considerada atualmente a espécie nativa com maior potencial para a carcinicultura. Nos últimos anos tem havido investimento em pesquisas para desenvolver o pacote tecnológico para o seu cultivo. No entanto, o crescimento heterogênio é um problema zootécnico presente em machos e fêmeas. As gônadas estão envolvidas em processos reprodutivos e influenciam diretamente no crescimento. Estudos relacionados aos órgãos sexuais são escassos para a espécie, sendo conhecidas apenas as estruturas morfológicas desses órgãos. Transcriptomas são ferramentas recentes que permitem a mineração massiva do genoma funcional do tecido na fase em que há a prospecção. O Ion TorrentTM é uma máquina robusta que identifica os nucleotídeos por diferenças de pH e que permite a preparação das bibliotecas de cDNA até o sequenciamento em menos de uma semana. Desse modo, constitui-se em uma plataforma econômica com potencial aplicação genômica aplicada à aquicultura. Os objetivos das pesquisas desenvolvidas nessa tese abordaram três etapas: 1 – otimização das análises in silico com o desenvolvimento de um software para expurgar sequências de RNA ribossomais (rRNA) - Hunter; 2 – transcriptoma do aparelho reprodutor masculino e 3 – transcriptoma do ovário das fêmeas. O software Hunter caça os genes rRNA e remomove de bancos de dados (BD) em formato fastQ ou fasta. Isso permite a depuração dos BD antes ou após o assembly, otimizando os processos in silico. Os trancriptomas dos tecidos de machos e fêmeas foram obtidos no Ion TorrentTM utilizando o chip 318. Posteriormente os leituras foram montados com o auxílio do software Trinity. Foram obtidos ~ 42 milhões de reads, que contribuíram com a mineração de ~19 mil genes com CDS, dos quais, ~9 mil identificados como genes putativos nos bancos de dados públicos. Para os machos foram pareados ~3 mil genes putativos, dos quais 45 foram imputados com suporte na literatura relacionados com a reprodução e desenvolvimento. Destacaram-se genes envolvidos na ativação acrossomal, ativação dos espermatozoides, maturação dos gametas e comportamento de cópula. Para as fêmeas foram minerados ~6 mil genes putativos, dos quais, 37 foram corroborados pela literatura para crustáceos e insetos com envolvimento na reprodução e desenvolvimento embrionário. Houve destaque para os genes relacionados ao acumulo do vitelo, rearranjos envolvidos na maturação dos ovócitos (cathepsinas e ubiquitinas), presença de hormônios esteroides e da enzima responsável pela metilação do hormônio juvenil (Farnesoic acid O-methytransferase - FaMET). Além disso, foram imputados mais de 200 microssatélites e delineados iniciadores para futuras validações. O produto obtido permitirá o desenvolvimento de marcadores para subsidiar experimentos, legitimando a plataforma Ion TorrentTM para seu uso em aquicultura. Essa foi a maior iniciativa em obter informações massivas sobre a expressão gênica em gônadas de machos e fêmeas do camarão-da-amazônia. Em adição foi observada a presença de fragmentos que compreenderam a região codificante (ORF) de genes que poderão ser caracterizados e delineados para uso em qPCR e aplicações imediatas em experimentos de produção para a espécie. 

  • GERALDO ISHAK
  • ESTUDO GENÉTICO DO ADENOCARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR

  • Data: 14/08/2015
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  • O câncer da vesícula biliar é uma neoplasia rara e apresenta mau prognóstico. MYC e TP53 foram previamente implicados em sua carcinogênese, entretanto os mecanismos moleculares envolvidos em suas regulações são pouco conhecidos. Nesta investigação foram avaliados o número de cópias de MYC e de TP53e sua relação com as respectivas expressões proteicas. Adicionalmente, foi investigado se, nesta neoplasia, MYC poderia ser controlado por mutações ou por metilação do DNA em sua região promotora. Foram estudados 15 amostras de carcinoma invasivo da vesícula biliar e seis controles, constituídos por vesículas biliares, sem câncer. As expressões de MYC e TP53 foram mais frequentes nos carcinomas do que nos controles (p=0.002, p=0.046, respectivamente). Ganhos de cópias de MYC e TP53 foram detectados nas amostras de carcinoma da vesícula biliar em 86.7% e 50%, respectivamente. Além disso, o número de cópias de MYC e TP53 foi associado à imunorreatividade de suas proteínas (p=0.029, p=0.001, respectivamente). A hipometilação do gene MYC foi detectada exclusivamente nas amostras neoplásicas e relacionou-se com a sua expressão proteica(p=0.029). Foram detectadas mutações no gene MYC em 80% das amostras tumorais. A presença do alelo G na rs117856857 foi associada à ocorrência desta neoplasia(p=0.019) e com a expressão de MYC(p=0.044). A mutação patogênica rs28933407, no éxon 2 do gene MYC, foi identificada em dois tumores. Em conclusão, os resultados demonstram que ganhos de cópias de MYC e de TP53 parecem ser achados frequentes no carcinoma da vesícula biliar, e a expressão aumentada da proteína MYCnesta neoplasia pode resultar do ganho de número de cópias gênicas da hipometilação de sua região promotora e de mutações pontuais. bordagem alvo específica, reduzindo a possibilidade de efeitos indesejáveis, quando considerado o uso clínico.

     

  • MONICA BARAUNA DE ASSUMPCAO
  • AVALIAÇÃO DE PLMORFISMOS GENÉTICOS COMO FATORES DE RISCO DE OCORRÊNCIA DE CÂNCER GÁSTRICO NO ESTADO DO PARA.

  • Data: 14/08/2015
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  • Não obstante o adenocarcinoma gástrico despontar entre as neoplasias de maior mortalidade no mundo e apresentar elevada incidência, o conhecimento sobre sua carcinogênese permanece limitado. Em consequência, a translação de marcadores moleculares ou mesmo alvos terapêuticos à prática clínica é ainda incipiente. Dentre os potenciais marcadores moleculares com participação nas etapas de malignização e eventual possibilidade de uso clínico, os miRNAs vêm ganhando destaque na literatura científica especializada. miRNAs constituem RNAs não codificantes de proteínas, que exercem importante função regulatória bloqueando a tradução de mRNAs. Objetivando avaliar a potencial utilização de perfis de expressão de miRNA no câncer gástrico, realizou-se sequenciamento completo dos miRNAs expressos no adenocarcinoma gástrico, na mucosa gástrica adjacente a estes tumores, e na mucosa do antro gástrico de um paciente sem câncer. Inicialmente foi realizado e publicado o sequenciamento completo (mirnoma) dos miRNAs expressos no antro gástrico, o qual permitiu demonstrar-se a existência de assinaturas de órgão e de tecido, por meio do estabelecimento de perfis de expressão de miRNAs. Comprovou-se, ao comparar o mirnoma do antro ao da cárdia, previamente estabelecido pelo mesmo grupo de pesquisadores, que um grupo de miRNAs tem expressão conservada entre as duas regiões do estômago, caracterizando a assinatura de órgão, enquanto outros grupos definem cada uma das regiões, constituindo a assinatura de tecido. Adicionalmente, foi demonstrado que a assinatura molecular por perfil de miRNA também ocorreria no adenocarcinoma gástrico, capacitando sua diferenciação em relação aos tecidos sem câncer. Ainda mais relevante, em função da possível repercussão sobre a metodologia atualmente empregada na investigação de biomarcadores no câncer gástrico, a qual usualmente emprega tecidos adjacentes ao câncer
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    como referências de normalidade, a serem comparados ao câncer: trata-se da comprovação de que estes tecidos não representam a expressão do tecido normal de indivíduo sem câncer, mas constituem situação intermediária entre os padrões do câncer e do tecido verdadeiramente normal. Os resultados alcançados representam comprovação da teoria do campo de cancerização, por meio de perfis de expressão de miRNAs. Investigar biomarcadores capazes de identificar alterações epigenéticas no tecido adjacente ao câncer poderia ser útil para um melhor entendimento da carcinogênese, podendo refletir melhor o risco de câncer, e contribuir para políticas de prevenção, reduzindo a morbidade e a mortalidade por câncer gástrico.

  • CAROLINA BARAÚNA DE ASSUMPÇÃO
  • Análise da expressão de piRNAs no adenocarcinoma gástrico e em mucosa gástrica não neoplásica.

  • Data: 14/08/2015
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  • O câncer gástrico permanece como uma neoplasia de alta incidência e mortalidade, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Não obstante a gravidade da doença, o conhecimento relativo à carcinogênese gástrica ainda é incipiente e o uso clínico de biomarcadores muito limitado. Os marcadores moleculares usualmente investigados no câncer gástrico são descobertos em decorrência de expressões diferenciais em situações clínicas específicas, ou mais comumente, ao comparar-se o tumor com sua amostra pareada de tecido a ele adjacente. Considerando a hipótese do campo de cancerização, o tecido adjacente ao câncer, diferente do usualmente concebido, não representa a normalidade a ser comparada ao câncer, gerando possíveis vieses e reduzindo a capacidade de identificar alterações moleculares possivelmente relacionadas a eventos iniciais da transformação do tecido normal ao campo de cancerização e ao câncer. Recentemente, pequenos RNAs não-codificantes (ncRNAs), foram incorporados ao arsenal de biomarcadores em oncologia, por suas expressões diferenciais entre tecidos, incluindo o câncer. Dentre os ncRNAs, os piRNAs surgem como uma nova perspectiva para uso clínico, pois desempenham papel regulatório transcricional e pós transcricional e tem alterações de expressão no câncer Objetivando estudar o papel dos piRNAs no câncer e suas possíveis implicações clínicas realizou-se extensa revisão bibliográfica , análise crítica do estado da arte do conhecimento e dos possíveis desdobramentos decorrentes das novas descobertas sobre a biogênese e funções destes ncRNAs, procurou-se interpretar o papel dos piRNAs no contexto da regulação epigenética e ,em especial, das suas potenciais aplicações médicas, resultando na publicação de um manuscrito no periódico Epigenomics, na sessão de perspectivas, sob título “The role of piRNA and its potential clinical implications in câncer” Adicionalmente,
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    objetivando analisar a expressão de piRNAs no adenocarcinoma gástrico, no estômago sem câncer, e em tecido adjacente ao câncer gástrico, realizou-se sequenciamento completo dos piRNA em sequenciador de alto desempenho (plataforma SOLID). Bibliotecas de RNA de quatro amostras de adenocarcinoma gástrico, quatro amostras não tumorais adjacentes ao tumor e uma amostra de tecido gástrico de paciente sem câncer foram sequenciadas. As leituras foram normalizadas, filtradas e alinhadas aos bancos de dados de piRNAs Expressões dos piRNAs foram comparados entre as amostras e as diferenças foram definidas pelo fold change de 5 e p ≤ 0,05. O perfil digital de expressão gênica (DGE) foi realizado com base na abundância de leitura e demonstrou que nove piRNAs foram expressos em todas as amostras independente da origem do tecido, se normal, de câncer ou adjacente ao câncer, caracterizando uma assinatura tecidual. Adicionalmente, nove piRNAs foram hipoexpressos nos tumores gástricos quando comparados ao antro normal. Doze piRNAs encontravam-se hipoexpressos nas amostras adjacentes sem câncer, quando comparadas ao antro normal, inferindo a presença de campo de cancerização no estômago e destacando-os como possíveis biomarcadores de campo de cancerização. Concluiu-se que piRNAs participam da carcinogênese gástrica, confirmam a ocorrência de campo de cancerização e produzem assinaturas moleculares do estômago, da mucosa gástrica sem câncer, e do campo de cancerização, e tem levado potencial para utilização clínica, inclusive como biomarcadores de eventos iniciais da carcinogênse gástrica.

  • LARISSA LUZ GOMES
  • Perfil de Expressão Diferenciada de miRNA no Câncer Gástrico usando Redes Neurais Artificiais Self Organizing-Maps (SOM).

  • Data: 28/07/2015
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  • Para este trabalho foi criada uma artificial neural network, do tipo Self-Organizing Maps (SOM), que identificou uma assinatura específica, a partir da expressão diferencial de miRNAs (hipo ou hiperexpressão), encontradas em tecidos gástricos normal ou com câncer. A rede analisou 514 miRNAs de tecido gástrico que apresentavam expressão diferenciada significativa nos diferentes tipos de tecidos analisados. O resultado sugeriu uma assinatura específica de expressão com nove miRNAs (hsa-mir-21, hsa-mir-29a, hsa-mir-29c, hsa-mir-148a , hsa-mir-141, hsa-let-7b, hsa-mir-31, hsa-mir-451 e hsa-mir-192) todos com valores estatísticos significativos (p-value < 0.01 e fold change > 5), que clusterizaram as amostras em dois grupos: normal e com câncer gástrico. O resultado obtido “in silico”, no futuro, pode ser usado como fator de risco ao desenvolvimento do câncer gástrico.

  • DANILLO DOS SANTOS SILVA
  • EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA NO GÊNERO EIGENMANNIA: DESCRIÇÃO DE ESPÉCIES E EVOLUÇÃO DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS

  • Data: 09/07/2015
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  • Nesta tese analisamos as espécies de Eigenmannia da bacia Amazônica por meio de estudos cromossômicos e análise do DNA barcode. Eigenmannia é um gênero de peixe Neotropical da ordem Gymnotiformes, família Sternopygidae, com distribuição nas principais bacias de água doce do Sul do México ao Norte da Argentina. Em relação a sistemática e taxonomia, poucos estudos têm estabelecido os caracteres diagnósticos e o status das espécies permanece mal compreendido, havendo a necessidade de revisão do gênero. Atualmente, Eigenmannia está representado por oito espécies, porém esse número é ínfimo e pode ser considerado subestimado. As informações citogenéticas disponíveis apontam para a descrição de 19 cariótipos para o gênero com o número diploide variando de 2n = 28 a 2n = 40 cromossomos, com descrições de sistemas de cromossomos sexuais dos tipos simples XX/XY e ZZ/ZW e multiplos X1X1X2X2/X1X2Y. Buscamos investigar a evolução dos cromossomos indicando quais eventos estariam envolvidos na diferenciação das espécies, bem como na diferenciação dos cromossomos sexuais em Eigenmannia. Para isso, foram coletadas 141 amostras de populações oriundas de várias localidades da Região Amazônica, abrangendo os Estados do Pará e Amazonas. As técnicas empregadas foram: Coloração convencional, bandeamentos C, Ag-NOR, coloração com os Fluorocromos DAPI e CMA3 e Hibridização in situ Fluorescente (FISH) com sondas de sequências teloméricas (TTAGGG)n e sequencias de DNA ribossomal 18S. Os resultados estão em formato de artigos divididos em quatro capítulos. Os dois primeiros artigos foram publicados e os dois últimos estão em preparação para a submissão. As populações de Eigenmannia virescens da região da Amazônia Oriental apresentaram o 2n = 38 cromossomos e com sistema cromossômico do sexo ZZ/ZW diferenciado. Eventos de adição de heterocromatina e rearranjo do tipo inversão pericêntrica estariam envolvidos nas etapas de diferenciação do sistema ZZ/ZW com ocorrência independente entre as populações de diferentes bacias hidrográficas Amazônia e São Francisco e Paraná. Os processos envolvidos na diferenciação dos cromossomos sexuais ainda não estão completamente esclarecidos. Analisamos também, três populações de Eigenmannia com ocorrência em igarapés de terra firme localizados no nordeste da Amazônia oriental, integrando os dadosde morfometria, dados merísticas, dados osteológicos e dados cromossômicos. As espécies divergiram em caracteres morfológicos, merísticos e citogenéticos o que revelam a existência de duas espécies crípticas,porém separadas, no qual foram denominadas Eigenmannia sp. A e Eigenmannia sp. B de ocorrência no oeste da Amazônia. Descrevemos também, uma nova ocorrência de cromossomos sexuais do tipo XX/XY para a espécie Eigemannia sp. B. Realizamos também, descrevemos os cariótipos de tres espécies do gênero Eigenmannia por meio de citogenética classica e molecular. A espécie E. limbata apresentou o 2n = 38, E. nigra com o 2n = 40 e E. macrops com o 2n = 36 cromossomos, aumentando ainda mais os conhecimentos a respeito da estrutura dos cromossomos das espécies do gênero da bacia Amazônica. Por fim, Analisamos as sequencias do gene mitocondrial da citocromo oxidase 1 - COI (DNA barcode) de 134 amostras do gênero. Um grande número de linhagens foi possível distinguir (>2% divergência), no qual podemos identificar três clados principais: um clado representado por E. limbata as espécies próximas e os outros dois clados compõem as espécies identificadas como Eigenmannia aff. virescens. Os resultados revelam a existência de espécies crípticas para Eigenmannia. Os dados apresentados são significativos e demonstram a grande importância das análises citogenéticas na diferenciação de espécies do gênero.

  • BRUNO RAFAEL RIBEIRO DE ALMEIDA
  • Estudos Citogenéticos em escorpiões amazônicos do
    gênero Tityus, com ênfase no mapeamento
    cromossômico do DNA repetitivo.

  • Data: 06/07/2015
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  • A Ordem Scorpiones compreende cerca de 1950 espécies descritas atualmente, com ocorrência em
    quase todos os continentes. Na região Neotropical, o gênero Tityus (Scorpiones, Buthidae) destacase
    por possuir grande importância em saúde. Do ponto de vista citogenético, os Tityus, assim como
    os demais butídeos, apresentam números diplóides baixos (2n = 5 até 27), cromossomos
    holocêntricos, meiose masculina aquiasmática e ausência de cromossomos sexuais heteromórficos.
    Além disso, alta variabilidade do 2n e complexas configurações meióticas foram observadas em
    vários integrantes deste gênero. No presente estudo, análise citogenética foi realizada em quatro
    espécies amazônicas de Tityus, com o objetivo de verificar os mecanismos responsáveis pela sua
    extensa variação cariotípica e meiótica, bem como analisar a organização do DNA repetitivo em
    sistemas holocêntricos de escorpiões. Preparações cromossômicas obtidas de tecidos gonadais e
    embrionários foram corados com Giemsa e seqüencialmente submetidas às técnicas de
    Bandeamento C, coloração por fluorocromos base-específicos, e FISH com sondas de algumas
    classes de DNAs repetitivos. Os resultados demonstraram 2n = 36 em T. strandi, 2n = 23, 24 em T.
    silvestris, 2n = 18 em T. metuendus, e 2n = 11, 12, 13, 14 e 16 em T. obscurus. A análise meiótica
    revelou associações multivalentes resultantes de fusões e translocações heterozigotas em alguns
    citótipos de T. obscurus. No indivíduo portador da translocação, o pareamento é mantido por
    heterosinapses, e a segregação ocorre de forma alternada. A heterocromatina constitutiva (HC) rica
    em pares de bases AT, se apresentou distribuída sobre a região terminal de um único par de
    cromossomos em T. silvestris; porém, em T. obscurus, T. metuendus e T. strandi blocos de HC
    foram registrados na região terminal da vários cromossomos; para os exemplares de T. obscurus
    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
    INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
    GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR
    com 2n = 11, 12 e 13 foi observado uma marcação intersticial no maior cromossomo destes
    cariótipos. Clusters terminais do gene rDNA 45S foram observados em apenas um par de
    homólogos em T. silvestris, e em dois pares nos indivíduos de T. strandi, T. metuendus e T.
    obscurus. A sequência TTAGG foi mapeada apenas nas extremidades cromossômicas em todas as
    espécies, mesmo no indivíduo com 2n = 12 de T. obscurus, e no cariótipo 2n = 23 de T. silvestris,
    portadores de fusões em heterozigose. Em T. obscurus 2n = 16, os genes U2 snDNA e 5S rDNA
    estão presentes nos pares 1 e 6, respectivamente, enquanto o gene Histona H3 foi observado na
    região terminal de todos os cromossomos. Por sua vez, o transposon Mariner apresentou
    distribuição dispersa em quase todos os espécimes, com exceção de T. strandi e do indivíduo com
    2n = 16 de T. obscurus, nos quais se registrou acentuado acúmulo deste transposon em região de
    HC. A natureza da variação cromossômica encontrada em T. obscurus, e a ausência de ITSs em
    cromossomos originados por fusões, são discutidas nesta dissertação. Nossos dados nos permitem
    concluir que: (1) fusões/fissões são os principais rearranjos responsáveis pela modificação do
    número diploide em Tityus; (2) o padrão de distribuição cromossômica do transposon Mariner
    pode estar sendo fortemente influenciado pela ausência de recombinação meiótica; (3) a ocorrência
    de recombinação ectópica entre regiões terminais, parece ser o principal mecanismo envolvido na
    dispersão do rDNA 45S e Histona H3 no gênero Tityus.

  • HELEM FERREIRA RIBEIRO
  • O SILENCIAMENTO DE MYC POR siRNA REVELA A REGULAÇÃO DOS GENES CDC25B E YWHAE EM MODELOS IN VITRO E EM TUMORES GÁSTRICOS

  • Data: 22/06/2015
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  • O câncer gástrico (CID-10 C16) é o quinto tumor maligno mais frequente e a terceira principal causa de morte por câncer no mundo. No norte do Brasil, esta neoplasia é a segunda mais frequente para homens e a terceira para mulheres e o estado do Pará apresenta taxas de mortalidade acima da media brasileira. A sobrevivência após cinco anos de diagnóstico é de 21% mundialmente, enquanto no Pará não passa de 10%, sendo um importante problema de saúde pública. Alguns fatores de risco para o câncer de estômago incluem o uso de alimentos excessivamente salgados e a infecção pelo vírus de Epstein-Barr e pela bactéria Helicobacter pylori. Geneticamente, o câncer gástrico apresenta alterações nos padrões de metilação de DNA, instabilidade cromossômica e desregulação de vias de sinalização, mas não há consenso sobre quais alterações genéticas e epigenéticas são responsáveis pela iniciação da malignidade. A amplificação e o aumento da expressão do gene MYC é um dos principais achados genéticos do câncer gástrico e a desregulação da expressão de MYC pode promover instabilidade genômica e replicação autônoma de DNA. O bloqueio da expressão de MYC por RNA de interferência foi usado para identificar genes regulados por MYC que possam ser utilizados como biomarcadores de diagnóstico e/ou prognóstico na carcinogênese gástrica. A técnica de short hairpin RNA (shRNA) não apresentou resultados satisfatórios para o silenciamento de MYC nas linhagens celulares de câncer gástrico AGP01, ACP02 e ACP03. O uso de small interference RNA (siRNA) contra o gene MYC diminuiu significativamente a expressão deste gene e revelou uma regulação negativa com o gene YWHAE e positiva para o gene CDC25B. O crescimento celular das três linhagens analisadas neste estudo foi significativamente menor nas células tratadas com siRNA contra MYC, além de atravessarem o ciclo celular mais lentamente. A expressão gênica e proteica de MYC, YWHAE e CDC25B foi analisada em 138 amostras clínicas e cruzadas com dados clínico-patológicos em busca de associações. Foi detectado um aumento de MYC em 100% das amostras, uma diminuição de YWHAE em 68,1% e um aumento de CDC25B em 62,3%. O aumento da expressão de MYC esteve associado ao tipo histológico intestinal, tumores de estadiamento avançado, invasivos e com metástase à distância. A diminuição de YWHAE era mais pronunciada em tumores precoces, menos invasivos e do tipo histológico difuso. Quantidades maiores de CDC25B estavam associadas a tumores com estadiamento precoce. A quantidade da proteína MYC aumenta gradualmente conforme a progressão tumoral, enquanto os níveis de YWHAE e CDC25B diminuem, podendo ser usados em conjunto como marcador de progressão da tumorigênese gástrica. Os resultados encontrados por esta tese aumentam o conhecimento sobre o gene MYC nos tumores gástricos e propõe novos genes-alvo que podem ser utilizados para desenvolvimento de novas drogas ou métodos de diagnóstico e determinação de prognóstico nesta neoplasia.

  • SAVIO PINHO DOS REIS
  • Isolamento e caracterização de genes de resposta a estresses biótico e abiótico em plantas.

  • Data: 19/06/2015
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  • Na natureza as plantas estão sujeitas a diferentes tipos de estresses abióticos, como extremos de temperatura e alta salinidade, e bióticos, como ataques por pragas e patógenos. A compreensão dos mecanismos bioquímicos e moleculares, pelos quais estes organismos respondem a estes estresses, é essencial para a obtenção de culturas tolerantes a estresses abióticos e bióticos. Neste contexto, a prospecção de genes de resposta a estresses bióticos e abióticos é importante para o entendimento destes mecanismos, bem como para a produção de culturas geneticamente melhoradas para estas características. Dentre as espécies de plantas agronomicamente importantes, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) é cultivada principalmente em países tropicais em desenvolvimento, uma vez que ela não tolera baixas temperaturas, e sua raiz é uma grande fonte de calorias para pessoas de baixa renda devido a sua alta produtividade e resistência a diferentes tipos de estresses. Outra espécie importante é a pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.), uma das mais importantes da família Piperaceae, sendo o Estado do Pará o principal produtor brasileiro. Porém, nos últimos anos houve uma redução na produção devido ao fungo patogênico de solo Fusarium solani f. sp. piperis. Estudos anteriores identificaram seqüências parciais de cDNA que codificam para uma proteína do tipo dedo de zinco expressa na raiz da mandioca, e para uma Superóxido Dismutase (SOD) expressa na pimenteira durante a infecção por F. solani. As proteínas dedo de zinco RING são um tipo especializado de proteína do tipo dedo de zinco. Seus motivos são definidos pela presença de uma sequência consenso com resíduos de cisteína e histidina, que formam um sítio de ligação para dois átomos de zinco. Já as SODs são membros de um sistema enzimático complexo que protege as plantas do estresse oxidativo. Este estresse é causado por altos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS). O aumento de ROS pode ser causado por diferentes patógenos vegetais e as SODs podem converter os radicais superóxido em peróxido de hidrogênio. O objetivo principal deste estudo foi isolar e caracterizar os genes das proteínas dedo de zinco RING e SOD da mandioca e da pimenteira, respectivamente. Para isto, a seqüência de cDNA de RZF foram sintetizadas a partir de RNA de raízes de mandioca, e a de SOD a partir de amostras de RNA total isoladas de raízes de pimenteira infectadas por F. solani. Foi utilizada a combinação dos métodos 5’ e 3’ RACE (Rapid Amplification of cDNA Ends) com iniciadores desenhados de acordo com as seqüências parciais de cDNA previamente conhecidas. Os produtos amplificados foram clonados no vetor pGEM-T Easy (Promega, EUA) e seqüenciados usando o kit Big Dye Terminator  (Applied Biosystems, EUA). As seqüências de cDNA completas de MeRZF e PnSOD foram montadas a partir dos fragmentos 5’ e 3’ com auxílio do programa BioEdit version 7.0.5.2. Foi realizada a caracterização in silico das seqüências de nucleotídeos e das proteínas deduzidas para a identificação de domínios funcionais, entre outros.  Com o objetivo de avaliar os níveis de expressão do gene MeRZF durante o estresse salino, foram realizados  ensaios de RT-PCR semi-quantitativo em folhas de mandioca tratadas com 200mM de cloreto de sódio. Para a PnSOD, foi realizada também a expressão heteróloga em sistema bacteriano  utilizando-se o vetor de expressão pET29a (Novagen, EUA), sendo a  proteína recombinante purificada por meio de uma coluna de afinidade em níquel. Por último, a PnSOD recombinante foi avaliada funcionalmente por meio de ensaio enzimático fotoquímico com o NBT (nitroblue tetrazolium). Em relação a RZF, foi obtido um cDNA com 739 pb, com 72 and 142 pb de sequências não codificantes nas extremidades 5’e 3’, respectivamente. A ORF encontrada continha 525 pb, que codificam um polipeptídeo de 174 aa. A análise com a ferramenta BLAST mostrou que esta proteína possui um alto nível de similaridade com proteínas da família RZF. A MeRZF exibiu altos valores de identidade em relação a sequência proteica com Arabidopsis thaliana (93%), Populus trichocarpa (91%) e Zea mays (81%). A proteína MeRZF contém um motivo RING zinc finger na sua região C-terminal. Além disso, esta proteína mostrou um resíduo de histidina no quinto sítio do domínio, inferindo-se que faz parte do subgrupo RING-H2. Por último, os ensaios de RT-PCR semi-quantitativo mostraram que a expressão de MeRZF aumenta em folhas tratadas com NaCl, indicando um papel potencial na resposta ao estresse salino. Em relação a SOD,  foi obtido um cDNA com 739 pb, com 71 e 212 pb de sequências não codificantes nas extremidades 5’e 3’, respectivamente. A ORF encontrada continha 456 pb, que codificam um polipeptídeo de 152 aa. A análise com a ferramenta BLAST mostrou que esta proteína possui um alto nível de similaridade com proteínas da família CuZnSOD, isto porque exibiu altos valores de identidade em relação a sequência proteica com Sandersonia aurantiaca (90%), pertencente a família CuZnSOD. Além disso, análises adicionais de bioinformática sugerem fortemente que nossa proteína pertence à família Cu/Zn SOD por possuir em sua sequência polipeptídica o domínio de ligação aos átomos de cobre e zinco. Quanto aos ensaios de expressão de PnCu/ZnSOD em Escherichia coli, a proteína expressa foi visualizada em gel SDS-PAGE e purificada com sucesso em coluna de afinidade em níquel, apresentando um peso molecular aproximado de 15 kDa. Finalmente, na análise funcional, foi verificada a atividade de SOD, com uma quantidade estimada em 1,5ug, e a mesma foi inativada a 100ºC, mostrando sua sensibilidade a temperaturas elevadas. Estes resultados auxiliam nos estudos de resposta a estresses em mandioca e pimenteira-do-reino, fornecendo novas informações a respeito das estruturas e funções de proteínas importantes nesses mecanismos de defesa das plantas, permitindo futuros estudos funcionais nos próprios vegetais.

  • IGOR BRASIL COSTA
  • Detecção e caracterização molecular do Vírus Epstein-Barr e de Helicobacter pylori em amostras de adenocarcinoma gástrico no Estado do Pará, Brasil.

  • Data: 12/06/2015
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  • O câncer gastrico é a segunda causa de mortes por cancer em todo o mundo, com aproximadamente 738.000 mortes anualmente. Cerca de 95% dos casos da doença são de adenocarcinomas gástricos. O processo de carcinogênese gástrica não é completamente compreendido, entretanto, muitos fatores podem contribuir para sua gênese e progressão. Dentre os principais, estão susceptibilidade genética, perfil inflamatório, infecções e dieta. Foram avaliadas, em amostras de adenocarcinoma gástrico, as infecções por EBV e H. pylori, assim como a genotipagem para ambos. Para EBV foram realizados dois testes de detecção do vírus com metodologias distintas (HIS e qPCR), determinação de EBV1 e EBV2, além de caracterização da região c-terminal da oncoproteína LMP1. Para H. pylori foram feitos a detecção da bactéria, do gene cagA e a genotipagem das regiões “s” e “m” de vacA. Foram também avaliados os SNPs de região promotora de IL-10 e IL-8, além do polimorfismo do códon 72 de TP53. Dentre as amostras obtidas, 55,8% foram do tipo histológico intestinal e 40,3% situavam-se na região proximal do estômago. A prevalência de EBV por HIS foi de 0,8% e 55,9% por qPCR, demonstrando discordância entre as metodologias. Dos positivos na qPCR, 82,4% foram de EBV1, 14,7% de EBV2 e 2,9% de ambos. A região c-terminal de LMP1 mostrou-se extremamente variável e as cepas se agruparam em distintas variantes/protótipos, sendo mais prevalentes as variantes China3. As variantes Med foram associadas à presença de metástases. A prevalência de H. pylori foi de 32%, onde 80% das cepas possuíam o gene cagA. Para o gene vacA, 98,8% eram s1 e 1,2% s2, 63,6% m1, 2,3% m2 e 34,1% m1/m2. Dos casos genotipados, 53% foram de cagA+s1m1, o genótipo conhecido como mais virulento. Foi observado 22,7% de co-infecção pelos dois agentes infecciosos. A presença de um dos agentes estudados aumenta em 4,2 vezes o risco da infecção pelo outro e a infecção por EBV e/ou H. pylori esteve relacionada com pacientes mais idosos e com a presença de metástases. A presença apenas do H. pylori, com EBV indetectável, foi relacionada à localização tumoral distal. Os SNPs da região promotora de IL-10 apresentaram desequilíbrio de ligação. Os polimorfismos rs1800896 (IL-10), rs4073 (IL-8) e rs1042522 (TP53) não estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg e destoaram das frequências alélicas e genotípicas encontradas na população em geral. O genótipo TT de rs4073 foi mais frequente no sexo masculino, enquanto que o genótipo CC de rs1800896 foi mais presente em pacientes mais jovens. A presença do EBV (qPCR) foi associada com o alelo A do SNP rs4073, podendo agir sinergicamente, pois ambos possuem relação com o desenvolvimento de câncer gástrico no terço superior do estômago. A avaliação da coinfecção demonstrou depleção da força estatística na associação com o estadiamento, localização tumoral e presença de metástases quando comparado com as análises envolvendo apenas um dos agentes, o que pode significar que não há ação sinérgica, mas sim ações distintas que direcionam para um mesmo fim: o desenvolvimento tumoral. Fazem-se necessários novos estudos envolvendo o acompanhamento dos pacientes e a expressão dos genes ora estudados para um melhor entendimento da dinâmica, ainda obscura, da carcinogênese gástrica e a sua interação com as infecções.

  • ACÁCIO FREITAS NOGUEIRA
  • CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR DA REGENERAÇÃO DA NADADEIRA EM PIRAMBÓIAS (LEPIDOSIREN PARADOXA).

  • Data: 21/05/2015
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  • As salamandras são os únicos tetrápodes capazes de regenerar seus membros durante qualquer período do ciclo de vida. O início da regeneração é caracterizado pela formação de uma epiderme cobrindo o local da amputação, chamada de epiderme da ferida. Em seguida, há um espessamento dessa epiderme, formando um epitélio específico de regeneração, denominado de capa epitelial apical (CEA). Abaixo da CEA ocorre a formação do tecido chamado de blastema que através de proliferação celular repõe as partes do membro que foram perdidas. A regeneração é dependente de genes Fgf, Wnt, Msx e Agr. A capacidade de regeneração do endoesqueleto da nadadeira em peixes pulmonados africanos (Protopterus) e em bichirs (Polypterus) sugere que a regeneração de apêndices seja uma característica ancestral de vertebrados. Em contrapartida a recente descoberta do gene Prod1, encontrado exclusivamente em salamandras e essencial para a regeneração, sugere que a regeneração de membros seja uma característica derivada. Neste trabalho, foi feita a análise da regeneração das nadadeiras peitorais do peixe pulmonado sul-americano Lepidosiren paradoxa. Nadadeiras com 1 semana de regeneração de L. paradoxa formam uma epiderme da ferida cobrindo a superfície de amputação. A partir de 2 semanas, forma-se o blastema e ocorre o espessamento da epiderme da ferida. Com 3 semanas de regeneração, o blastema cresce distalmente através de proliferação celular. A análise do RNA-seq do blastema de 3 semanas revela que os transcritos expressos em maior quantidade estão associados ao desenvolvimento do sistema esquelético e a morfogênese, e os menos expressos estão associados ao desenvolvimento e a atividade muscular, semelhante ao que é observado na salamandra axolote. Não foi encontrado ortólogo do gene Prod1 no transcriptoma do blastema de L. paradoxa. Entretanto, genes das famílias Fgf, Wnt, Msx, fundamentais para regeneração em salamandras, são super-expressos na regeneração em L. paradoxa. Nossos resultados revelam semelhanças morfológicas e genéticas significativas entre a regeneração em salamandras e peixes pulmonados, apontando para uma origem ancestral da regeneração em sarcopterígios.

  • DIEGO DI FELIPE AVILA ALCÂNTARA
  • Estudo genético da Polipose Adenomatosa Familial do cólon em pacientes do Norte do Brasil ENOMATOSA DO COLON EM PACIENTES DA REGIÃO NORTE DO BRASIL.

  • Data: 14/05/2015
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  • Nas últimas décadas, o câncer ganhou uma dimensão maior, convertendo-se em um evidente problema de saúde pública mundial. A organização mundial de saúde (OMS) estimou que, no ano de 2030, podem-se esperar 27 milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes por câncer e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente, com a doença. O maior efeito desse aumento incidirá em países de baixa e média renda, como o Brasil. O câncer resulta de desordens genéticas, a partir das quais diversas alterações proporcionam vantagens proliferativas às células cancerígenas. Os tumores gastrointestinais são um dos grupos mais incidentes no Brasil e um grave problema de saúde pública, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Cerca de 90% dos casos de câncer são esporádicos, ou seja, são decorrentes de alterações que ocorrem nas células somáticas. Estudos demonstram que cerca de 10% dos casos de câncer têm um indicativo de origem familial, com as alterações genéticas ocorrendo nas células da linhagem germinativa. Tumores hereditários ocorrem a partir de uma predisposição herdada, que tem como origem alterações germinativas que conferem a seu portador um risco de câncer significativamente maior que o da população. A síndrome do câncer colorretal hereditário se subdivide em dois tipos: polipose e não polipose, que juntos são responsáveis por cerca de 6% dos casos de câncer colorretal. As principais síndromes hereditárias de cada subtipo são: a Polipose Adenomatosa Familial (PAF), responsável por menos de 1% dos casos, e o Câncer Colorretal Hereditário sem Polipose ou Síndrome de Lynch, responsável por cerca de 5% dos casos. A PAF é uma síndrome de predisposição hereditária ao câncer com herança autossômica dominante, com alta penetrância gênica, causada por mutações, principalmente no gene APC, e menos frequentemente no gene MYH, além da presença de anormalidades citogenéticas e perdas alélicas, alterações típicas da via supressora de instabilidade genética. A identificação de um indivíduo afetado por câncer hereditário é fundamental para o aconselhamento genético dos familiares em risco e para sua inclusão em programas de redução de risco e/ou prevenção do câncer. O estudo genético desta síndrome faz-se necessário também, principalmente, pela falta de métodos efetivos de screening. A identificação das mutações responsáveis pelo aparecimento da PAF possibilita o diagnóstico molecular de familiares portadores dessas alterações e que se encontram em risco de desenvolvimento da doença. Ressalta-se que diferentes mutações germinativas são identificadas em famílias de etnias distintas, demonstrando a necessidade de identificação das alterações responsáveis por essa síndrome na população brasileira e, em especial, nas regiões Norte e Nordeste, onde uma alta incidência de tumores gastrointestinais é observada.

  • JANAINA MOTA DE VASCONCELOS MASSAFRA
  • Emergência e potencial propagação do Chikungunya vírus (CHIKV) no Brasil

  • Data: 13/05/2015
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  • O Chikungunya virus (CHIKV) é um arbovírus pertencente à família Togaviridae, gênero Alphavírus, antigenicamente classificado como membro do complexo Semiliki forest e relacionado aos vírus Ross River, O'nyong'nyong e Mayaro. Em dezembro de 2013, um surto de vírus Chikungunya (CHIKV), causado pelo genótipo asiático foi notificado no Caribe, desde então, o surto se espalhou para 38 regiões das Américas. Em setembro de 2014, foram confirmadas as primeiras infecções associadas ao CHIKV consideradas autóctones no Oiapoque, região norte do Brasil e, em Feira de Santana, no Nordeste Brasileiro. Dois casos importados e quatro casos autóctones foram selecionados para a propagação de vírus, isolamento do RNA viral em laboratório, sequenciamento do genoma completo pela plataforma PGM, análise filogenética e predição de mapa de risco. Este é o primeiro relato detalhado do surgimento do CHIKV no Brasil. Notavelmente, também a primeira detecção da transmissão contínua do genótipo ECSA nas Américas. Com a transmissão CHIKV estabelecida em regiões altamente conectadas no norte e nordeste do Brasil e com a temporada apropriada se aproximando rapidamente, agora é o momento para a ação preventiva. Medidas eficazes, dirigidas e sustentadas de vigilância de casos e controle do vetor tem o potencial de evitar invasão de CHIKV, e evitar a potencial disseminação da epidemia.

      

  • ALINE GRASIELLE COSTA DE MELO
  • CARACTERIZAÇÃO E VARIABILIDADE DE GENES DAB DO COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE (MHC) DE CLASSE II EM DUAS ESPÉCIES DE AVES MIGRATÓRIAS DO GÊNERO Calidris (SCOLOPACIDAE, CHARADRIIFORMES).

  • Data: 11/05/2015
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  • Aves migratórias são capazes de atravessar distâncias continentais e representam uma preocupação devido à sua capacidade de espalhar patógenos ao longo do globo, incluindo alguns que podem infectar humanos. O reconhecimento de patógenos é o principal atributo de algumas moléculas codificadas pelos genes do complexo principal de histocompatibilidade (MHC), os quais têm sido pouco estudados em aves migratórias. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade de genes MHC de classe II B no maçarico rasteirinho (Calidris pusilla, n=47) e no maçarico-de-papo-vermelho (C. canutus rufa, n=10) usando uma estratégia baseada em PCR seguida de sequenciamento e clonagem de fragmentos de DNA para identificar alelos. Foram encontrados 25 alelos em C. pusilla (Capu-DAB) e 12 alelos em C. canutus rufa (Caca-DAB), os quais foram classificados em linhagens I, II ou III, baseados nas análises filogenéticas e de sequências de aminoácidos do domínio β1. Foi verificado polimorfismo trans-específico entre as linhagens I e II das duas espécies de Calidris, sendo que também foi verificado polimorfismo trans-específico entre a linhagem II de Calidris e alguns alelos de Philomachus pugnax. A linhagem III, identificada somente em C. pusilla, foi filogeneticamente mais semelhante a alguns alelos de Limosa limosa. Recombinações parecem ter desempenhado um importante papel na geração de diversidade em Capu-DAB; por outro lado, as sequências do íntron 1 de diferentes linhagens, dentro de cada espécie, revelaram alta homologia entre si, o que é evidência de evolução em concerto. Em alelos de Caca-DAB da linhagem I, a alta razão de dN/dS em PBR demonstrou seleção positiva para o polimorfismo. No entanto, as sequências das linhagens II de Calidris mostraram-se bastante conservadas, apresentando baixa diversidade nucleotídica, o que poderia ser explicado pela presença de patógenos similares, em hábitats comuns entre as duas espécies, exercendo pressões seletivas similares naquelas espécies. A estrutura genética de genes DAB determinadas para C. pusilla e C. canutus rufa mostrou sítios conservados observados em outros genes de MHC de classe II, apoiando a hipótese de que esses genes são expressos.

  • GABRIELA NEIVA FROTA LIMA
  • ANÁLISE MOLECULAR DO DESENVOLVIMENTO DE MEMBROS DE Ambystoma mexicanum

  • Data: 08/05/2015
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  • O surgimento do membro tetrápode durante o período Devoniano, cerca de 360 milhões de ano atrás, representa uma das questões clássicas sobre a evolução de vertebrados. Desde o seu surgimento, o membro tetrápode vem adaptando-se às variadas formas e funções, como andar, nadar, voar, pular, etc. Estudos de morfologia mostram que os membros são formados por três segmentos: o estilopódio que corresponde à região mais proximal (braço e coxa), o zeugopódio (antebraço e perna) e o autopódio (compreendendo os ossos das mãos, pés, pulso e tornozelo). Os elementos esqueléticos são formados de maneira bastante conservada entre os tetrápodes aquáticos ou terrestres, dentre outras características, duas são fundamentais: (i) a ossificação ocorre no sentido posterior-anterior, começando pelos ossos posteriores (ulna/fíbula), seguido dos elementos zeugopodiais anteriores (rádio/tíbia). Do mesmo modo, a formação do arco digital começa com a condensação dos dígitos IV, seguido de dígitos III e V, depois o dígito II e por fim o dígito I (polegar); (ii) o autopódio resulta da formação de uma “placa digital”, na qual os dígitos se formam unidos e são subseqüentemente separados uns dos outros. A única exceção a este padrão são as salamandras. Em salamandras, a ossificação ocorre no sentido anterior-posterior, ou seja, os elementos zeugopodiais anteriores (rádio/tíbia) são formados antes dos posteriores (ulna/fíbula). A formação dos dígitos também ocorre obedecendo a uma polaridade pré-axial, onde os dígitos I e II precedem a formação dos dígitos III, IV e V. Além disso, em espécies de salamandras que passam por estágio larval livre (como o axolote – Ambystoma mexicanum), a formação de dígitos ocorre por brotamento, um dígito após o outro, formando primeiramente dígitos pré-axiais e depois os pós-axiais. Os mecanismos genéticos envolvidos neste padrão único e distinto de desenvolvimento de membros é desconhecido, mas pode estar associado à genes cruciais para o estabelecimento da polaridade anteroposterior do broto do membro como genes Shh, Ets1, Etv4, Patched1, Alx4 e Irx3. Neste trabalho, foi feita uma análise abrangente de expressão gênica e de cis-regulação na espécie de salamandra conhecida popularmente como axolote a fim de elucidar potencial associação entre a atividade destes genes e as inovações evolutivas observadas exclusivamente em membros de salamandras.

  • ADRIANO MARQUES VIEGAS
  • OTIMIZAÇÃODA MONTAGEM DE NOVO DE TRANSCRIPTOMA DE
    PLANTAS NÃOMODELO
  • Data: 08/05/2015
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  • RNA-seq é uma nova e eficiente ferramenta para explorar transcriptomas de plantas, inclusive de plantas não modelo sem prévio conhecimento genético. O passo limitante para o sequenciamento de novo é a montagem de milhões de leituras curtas para reconstruir as sequências de um transcriptoma. Com o objetivo de otimizar a montagem de novo, abordagens híbridas foram desenvolvidas para combinar extensos conjuntos de dados de diferentes plataformas NGS, como Illumina e SOLiD. A abordagem clássica (CA) é formar supercontigs usando os contigs obtidos pela montagem de novo de cada conjunto, mas devido a química de sequenciamento da plataforma SOLiD, baseada em leituras color-space, esta abordagem não é totalmente otimizada e integra parcialmente as informações genéticas dos conjuntos SOLiD. Este trabalho é sobre uma nova abordagem para montagem de ambos os conjuntos, codificados em color-space e usando o método de k-mer aditivo, uma abordagem hybrid color-space read-additive (HCRA). Estas abordagens (CA e HCRA) foram testadas usando corridas simuladas de SOLiD e Illumina, geradas a partir de 41.392 sequências cDNA de Arabidopsis, somando 64,8 Mpb e com N50 de 1913 pb. Os métodos CA e HCRA geraram, respectivamente, 225.811 e 172.835 transcritos com N50 de 931 e 1617 pb. Comparando com o conjunto inicial de Arabidopsis, 35.960 transcritos foram reconstruídos com CA, somando 35,5 Mpb, e 35.240 com HCRA, somando 52,4 Mpb. O método HCRA gerou transcritos maiores que CA, com ganhos de 50% no valor de N50 e 60% de transcritos completamente anotados, 40% mais que o obtido com método CA. O pipeline proposto aqui foi aplicado em um conjunto real de transcriptoma de P. nigrum, gerando 60.645 unigenes com N50 de 1653 pb e representando cerca de 71 Mpb do seu transcriptoma. Este método otimiza a integração de dados SOLiD com outras plataformas NGS e deve abrir novas perspectivas para adicionar conjuntos color-space a corridas de Illumina para melhorar a montagem de novo de transcriptoma de organismos não modelo.

  • RAFAEL LIMA RESQUE
  • Caracterização dos haplogrupos de Y-DNA em populações urbanas brasileiras.

  • Data: 06/05/2015
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  • A população brasileira atual é uma das mais heterogêneas do mundo tanto do ponto de vista sociocultural quanto do ponto de vista genético. Isso pode ser considerado resultado de cinco séculos de um complexo padrão de miscigenação. Por serem estáveis e distribuídos geograficamente com tamanha especificidade, os Y-SNPs são ferramentas valiosas para ajudar no entendimento da origem e migração das populações humanas. Várias estratégias de genotipagem de Y-SNPs têm sido descritas para elucidar o histórico de migrações humanas. Nesse estudo, 46 Y-SNPs foram investigados em 1218 indivíduos não aparentados das cinco regiões geopolíticas do país, com o objetivo de revelar a estrutura genética masculina da população Brasileira. Comparações populacionais baseada em distância genética (Fst) não revelaram diferenças significativas na distribuição da frequência dos haplogrupos nas amostras das cinco populações investigadas. No entanto, as diferenças genéticas observadas entre as regiões geopolíticas estão de acordo com os dados históricos do país. A amostra da região Norte apresentou a maior contribuição ancestral de Nativos Americanos (8.4%), enquanto que a contribuição Africana mais pronunciada foi observada na população da região Nordeste (14.9%). No Centro-Oeste e Sudeste foram observadas as maiores contribuições Europeias (95.2% e 93.6% respectivamente). A região Sudeste apresentou significativas contribuições Europeia (86%) e Africana (12.1%). A subtipagem das linhagens Europeias mais frequentes na população Brasileira (R-207) permitiu, pela primeira vez, a investigação das diferenças na contribuição Europeia nas cinco regiões.

  • ALVINO MAESTRI NETO
  • INFLUENZA A(H1N1)pdm09: Estudo da influencia de variantes genéticas do hospedeiro em indivíduos doentes pela cepa pandêmica nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

  • Data: 04/05/2015
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  • No dia 21 de Abril de 2009 o Center for Disease Control anunciou 2 casos de infecção por uma nova cepa de Influenzavirus ocorridos na Califórnia, EUA, que rapidamente espalhou-se pelo mundo, culminando com o anúncio, em 11 de Junho de 2009, pela  Organização Mundial de Saúde da primeira pandemia de gripe do século 21, que matou 12.799 de pessoas naquele ano. Há uma grande variabilidade na gravidade da doença resultante a partir da infecção pelo vírus Influenza A(H1N1)pdm09, e existem três principais determinantes dessa variabilidade: a patogenicidade do vírus; a resposta imunológica do hospedeiro frente a infecção; e a suscetibilidade intrínseca do hospedeiro. Variantes genéticas dos vírus da gripe e a resposta inflamatória do hospedeiro são determinantes no desenvolvimento e desfecho da infecção, entretanto, a relevância da variabilidade genética do indivíduo ainda não é completamente compreendida. Nesse contexto, no presente estudo foram  investigados  variantes genéticas em 7 genes humanos e sua influência na evolução da infecção pelo vírus Influenza A(H1N1)pdm09  nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Foram investigados 436 indivíduos com diagnóstico de gripe pela cepa A(H1N1)pdm09 avaliados em serviços de saúde nos estados das regiões norte e nordeste do Brasil, no período de junho de 2009 a agosto de 2010, distribuídos em um grupo de pacientes que evoluíram com doença leve e outros com evolução grave ou óbito. A confirmação diagnóstica, para a cepa pandêmica foi realizada no Laboratório de Vírus Respiratórios, na Seção de Virologia do Instituo Evandro Chagas, em Ananindeua, Pará, por meio de kit comercial. A coleta de material foi acompanhada do preenchimento da ficha de notificação do Sistema Nacional de Atendimento Médico, de onde foram retirados os dados epidemiológicos do estudo. A determinação das variantes genéticas dos genes ST3GAL1 (rs113350588 e rs1048479), CCR5 (rs333) e FCGR2A (rs1801274) foi realizada por sondas Taqman e PCR em tempo real. As variantes alélicas dos genes HLAG (rs371194629), IL1A ( rs3783553), IL4 (rs8179190) e NFKB1 (rs28362491) foram discriminadas por uma reação de PCR multiplex seguida por eletroforese capilar. A determinação das proporções de ancestralidade genéticas africana, européia e ameríndia de todos os pacientes foi realizada com a utilização de um painel de 48 marcadores informativos ascendência. O projeto obteve a aprovação do comitê de ética em pesquisa do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará. Os polimorfismos rs113350588 e rs1048479 do gene ST3GAL1 apresentaram um desequilíbrio de ligação na população estudada (D’ = 0,65) e a predição de funcionalidade dessas variantes demonstrou que ambas variantes podem alterar o splicing do transcrito. O haplótipo GC foi associado a um risco aumentado para morte em indivíduos com gripe (OR = 4,159 e 95% CI = 1,55;11,12) e o haplótipo AT foi associado ao risco aumentado para a severidade e morte causada por essa doença (OR = 1,959 e 95% CI = 1.09;3,52; e OR 2,856 e 95% CI = 1,41;5,77, respectivamente). O polimorfismo rs8179190 no gene IL4 apresentou uma diferença estatisticamente significativa na sua frequência genotípica entre os pacientes com doença leve e grave (p=0,042). Os homozigotos para o alelo inserção desse polimorfismo apresentam um risco aumentado para a severidade da doença comparados com os demais genótipos (OR = 2,121, CI 95% 1,21 a 3,70, p = 0,008). Os demais polimorfismos estudados, nos genes CCR5, FCGR2A, HLAG, ILI1A e NFKB1 não foram associados a severidade ou desfecho dessa infecção. Foi observado nos pacientes com influenza pandêmico que a ancestralidade européia está associada a um menor risco a severidade da doença (OR = 0,773, 95% CI 0.639 a 0.934, p = 0,008), enquanto ancestralidade africana está associada a um risco maior de desenvolver casos severos da doença (OR = 1.320 e 95% CI 1.031 a 1.689, p = 0,028). A presente tese demonstra pela primeira vez a influência da ancestralidade genética e de variantes genéticas dos genes ST3GAL1 e IL4 na severidade e desfecho da infecção pelo vírus Influenza A(H1N1)pdm09. Esses resultados reforçam que a variabilidade genética em receptores celulares e componentes do sistema imunológico do hospedeiro possuem grande importância para o apresentação dessa doença. Os nossos resultados contribuem de forma significativa para a compreensão da etiologia das infecções pelo vírus Influenza A(H1N1)pdm09.

  • IVANETE DE OLIVEIRA FURO
  • CITOGENÉTICA EVOLUTIVA EM QUATRO ESPÉCIES DE PSITACÍDEOS NEOTROPICAIS: INFERÊNCIAS A PARTIR DE DADOS DE PINTURA CROMOSSÔMICA COMPARATIVA  S: INFERÊNCIAS A PARTIR DE DADOS DE PINTURA CROMOSSÔMICA COMPARATIVA  

     

  • Data: 10/04/2015
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  • Quatro espécies de Psitacídeos Neotropicais (Aves, Psittaciformes), de gêneros distintos (Ara chloroptera, Anadorhynchus hyacinthinus, Amazona aestiva e Myiopsitta monachus), foram estudadas por meio de técnicas de citogenética clássica e pintura cromossômica com a utilização de sondas cromossômico-específicas derivadas de Gallus gallus e Leucopternis albicollis. As espécies Amazona aestiva e Myiopsitta monachus também foram estudadas através de Banda C e G, além de sondas de microssatélites CA, CAA, CAG, GC e CAT. Os resultados obtidos demonstraram que, contrariamente à idéia geral de cariótipo das conservação sintênica elevada entre as espécies de Aves, a família Psittacidae apresenta uma alta taxa de rearranjos cromossômicos. Três espécies apresentam 2n=70, assim como na maioria dos Psitacídeos Neotropicais, e com W apresentando-se morfologicamente distinto do Z. Já a espécie Myiopsitta monachus apresentou um cariótipo atípico para a classe das aves, com número diplóide relativamente baixo de 2n=48 e também com os cromossomos sexuais ZW homomórficos. Os principais rearranjos encontrados envolveram os pares cromossômicos ancestrais 1, 2, 4, 6, 7, 8 e 9. De uma forma geral, o estudo mostrou que fissões e fusões, em conjunto com inversões, desempenharam um importante papel na evolução do cariótipo de Psittaciformes. A fusão de GGA1p com GGA4q  até o momento foi observada apenas em espécies de cauda longa - A. chloropterus, A. hyacinthinus e A. macao. Apesar de ser incluído nesse grupo, M. monachus não apresentou esta assinatura cromossômica, corroborando desta forma com a proposta baseada em análise de DNA mitocondrial que considera que esta espécie não deve ser agrupada com os demais táxons de cauda longa. Além disso, foi possível propor, após comparações com dados previamente publicados, o suposto cariótipo hipotético do ancestral em comum dos Psittaciformes, que divergiu de G.gallus há aproximadamente 100 milhões de anos, durante o Cretáceo em Gondwana.

  • MICHELLY DA SILVA DOS SANTOS
  • ANÁLISE DE REARRANJOS INTRACROMOSSÔMICOS EM OSCINES (AVES, PASSERIFORMES): COMPARAÇÃO ENTRE DADOS DE SEQUENCIAMENTO E CITOGENÉTICA MOLECULAR 

  • Data: 10/04/2015
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  • Quatro espécies da ordem Passeriformes, duas do Velho mundo (Taeniopygia guttata e Serinus canaria) e duas do Novo mundo (Saltatorsimilis e Saltator aurantiirostris), foram estudadas por meio de coloração convencional e pintura cromossômica com a utilização de sondas cromossômicas derivadas de Gallus gallus e Leucopternis albicollis. Além disso, utilizaram-se bandeamentos C, e hibridização com sondas de sequências repetitivas (18S e 5S rDNA e teloméricas). A análise citogenética nas quatro espécies estudadas neste trabalho demonstrou uma grande similaridade cariotípica, observando-se em todas um número diploide igual a 80, e morfologias cromossômicas similares. Entretanto, observaram-se algumas diferenças nas morfologias do primeiro par, na distribuição da heterocromatina constitutiva e dos sítios ribossomais. A pintura cromossômica com sondas de Gallus gallus demonstrou que todas apresentaram a fissão do cromossomo  1 ancestral e a conservação dos cromossomo 2-10. Contudo, as sondas de Leucopternis albicollis demonstraram a ocorrência de inversões paracêntricas e pericêntricas no cromossomo 2 (GGA1q) das 4 espécies, no cromossomo 5 (GGA1p) do mandarim e do canário e uma inversão no cromossomo 1 (GGA2) do mandarim. A complexa reorganização cromossômica do cromossomo correspondente ao GGA1q foi similar ao proposto para duas espécies do gênero Turdus (Oscines) e em uma espécie do gênero Elaenia (Suboscines). O rearranjo encontrado no cromossomo 5 do mandarim e do canário também foi encontrado na espécie do gênero Elaenia, entretanto, não foi observado nas duas espécies do gênero Turdus. O rearranjo envolvendo o cromossomo 1 do mandarim, não foi encontrado em nenhuma espécie de Passeriformes estudadas até o momento. Por fim, propõe-se que os rearranjos ocorridos no cromossomo correspondente ao GGA1q ocorreram no início da radiação adaptativa dos Passeriformes, visto que foram encontrados em Oscines e Suboscines. Os resultados apresentados e discutidos neste trabalho mostram alguns dos rearranjos cromossômicos ocorridos ao longo da evolução cariotípica dos representantes da família Thraupidae e também da ordem Passeriformes. Além disso, confirmam as propostas feitas a partir de estudos de sequenciamento e montagem de genomas in silico, que propuseram a ocorrência de um alto número de rearranjos intracromossômicos entre as diferentes espécies de Aves.

     

  • IGUARACY PINHEIRO DE SOUSA
  • IMPLICAÇÕES FARMACOGENÉTICAS EM PACIENTES HIPERTENSOS DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 27/03/2015
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  • A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é caracterizada por uma elevação da pressão arterial, acima dos valores de referência para a população em geral. Atualmente, considerada uma das doenças mais comuns do mundo moderno, constitui-se um dos problemas para saúde pública. No presente

    estudo, foram investigados quatro polimorfismos no gene CYP2D6 em 104 indivíduos diagnosticados com HAS, na Unidade de Saúde – Sacramenta, do município de Belém-PA, com objetivo de verificar o efeito fenotípico do gene CYP2D6 na eficácia do tratamento da HAS utilizando o captopril. Os pacientes foram acompanhados por 24 semanas, e medições da pressão arterial sistólica e diastólica foram registradas durante esse período. Os resultados mostraram que os fenótipos de metabolizadores pobres (MP) e metabolizadores intermediários (MI) do gene CYP2D6 não responderam adequadamente ao tratamento com captopril. MP permaneceram com a PAS elevada por todo o acompanhamento, enquanto MI responderam bem durante 12 semanas, entretanto, no final do acompanhamento suas mediadas da PAS estavam acima do valor limítrofe de 140 mmHg. Além disso, o tamanho de efeito foi calculado, mostrando um grande tamanho de efeito (d=0.84), reforçando o efeito deste gene durante o período de tratamento com captopril. Nossos resultados mostraram pela primeira vez a influência do fenótipo do gene CYP2D6 na eficácia do tratamento anti-hipertensivo com captopril em uma população miscigenada do Brasil.

  • EDIVALDO COSTA SOUSA JUNIOR
  • Modelagem Comparativa e Dinâmica Molecular da Proteína NS2B/NS3 da Cepa BeH413820 (JF912181) do Vírus da Febre Amarela Isolado de um caso humano em Porto Velho, RO, 1983.

  • Data: 18/03/2015
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  • A febre amarela (FA) é uma doença hemorrágica viral, transmitida pela picada de mosquitos infectados com o vírus amarílico. A FA é endêmica nas regiões da África e América, causando cerca de 200.000 casos e 30.000 mortes todos os anos. No Brasil, a FA está associada a surtos e epidemias transmitidas pelos mosquitos silvestres dos gêneros Haemagogus e Sabethes, porém a presença do mosquito Aedes aegypti nas áreas urbanas situadas às proximidades ou em áreas endêmicas, traz a preocupação da reurbanização da febre amarela. Devido a esta doença não possuir tratamento específico e aos efeitos adversos da vacina, os estudos sobre as propriedades moleculares das proteínas deste vírus servem como suporte para compreensão da replicação viral e desenho de inibidores que possam ser utilizados como fármacos no tratamento desta patologia. O objetivo deste estudo é elucidar a estrutura tridimensional do complexo protéico NS2B/NS3 do vírus da febre amarela, bem como estudar o seu comportamento, estabilidade e regiões de maior flexibilidade através da dinâmica molecular. Neste estudo, foi utilizada a sequencia da cepa BeH413820 (JF912181), isolada em 1983 de um caso fatal, no município de Porto Velho (RO), que foi gentilmente cedida pela Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas. A busca de moldes tridimensionais foi realizada com o programa BLASTp, obtendo os melhores valores de similaridade e resolução 2FP7 e 2FOM, para a modelagem comparativa da NS2B/NS3, utilizou-se o software MODELLER 9.11 para gerar 1000 modelos que foram posteriormente validados com o softwares PROCHECK e VERIFY3D, sendo o melhor modelo submetido a dinâmica molecular com o pacote de programas GROMACS, que permitiu a preparação da estrutura, minimização de energia, dinâmica de equilibração e dinâmica de produção. A validação dos 1000 modelos gerados, demonstrou que o melhor modelo possui 96% dos aminoácidos nas regiões mais favoráveis do gráfico de Ramachandran e 100% de compatibilidade da estrutura tridimensional com a sua sequencia primária e um RMSD de 0.213 com 2FP7 e 0.754 com 2FOM. Após 50 ns de dinâmica molecular o complexo protéico NS2B/NS3 mostrou-se estável com uma variação de RMSD em torno de 0.15. 

  • JAQUELINE CONCEIÇÃO MEIRELES GOMES
  • Montagem e Análise Comparativa do Genoma da Bactéria Psicrotrófica Psychrobacter sp. ENNN9_III

  • Data: 16/03/2015
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  • O gênero Psychrobacter inclui Gram-negativo cocobacilos não-pigmentado, oxidase-positivo, não-móveis, psicrofílicos ou psicrotolerantes e halotolerante. A maioria das espécies descritas até agora têm sido isoladas de ambientes frios, incluindo Ártico e mar gelo da Antártida. A linhagem ENNN9_III foi isolada de água de superfície do Rio de Aveiro, Portugal, um sistema de estuarinos temperado, contaminados com hidrocarbonetos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é realizar a montagem e análise do draft genômico desta estirpe, o que poderá nos fornecer importantes conhecimentos sobre a adaptação de bactérias psicrotolerantes às temperaturas mais elevadas e também sobre o seu potencial de degradação de hidrocarboneto. Sendo assim, este organismo foi submetido ao sequenciamento utilizando a plataforma SOLiD 5500xl e Ion Torrent PGM, logo após, foi realizado a montagem de novo utilizando uma abordagem híbrida. Posteriormente, foi feito a anotação automática e funcional com os programas RAST e Blast2Go, respectivamente. RNAmmer e tRNAscan foram utilizados para a predição de RNAs ribossomais e RNAs transportadores. O draft do genoma de Psychrobacter sp. ENNN9_III, foi depositado com 3,000,094 pb (3 Mb), 3 rRNA, 29 tRNA e 42,7 % de conteúdo de G+C. Em análises realizada com o sistema Blast2GO, foi observado a presença de vários genes, entre eles genes de degradação de compostos aromáticos, que no caso da linhagem em estudo, possivelmente, esses genes estejam associados à adaptação ao ambiente onde a mesma foi isolada. Dentre esses compostos, temos os genes relacionados a degradação de benzoato, Catecol da via beta-ketoadipate e o ramo protocatecuato de beta-ketoadipate, sendo que este último composto, de acordo com os estudos, não foi localizado no metabolismo das duas espécies do gênero psychrobacter com genoma completo depositadas.

  • ANA PATRÍCIA BARROS CORDEIRO
  • POTENCIAL CITOTÓXICO, GENOTÓXICO E MUTAGÊNICO DA Luffa operculata.

  • Data: 20/02/2015
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  • A infusão da Luffa operculata (buchinha ou cabacinha) é usualmente utilizada no tratamento de rinosinusites e como abortiva. Considerando a carência de estudos sobre o assunto, este trabalho tem como objetivo determinar o potencial toxicológico da espécie e inferir sobre a segurança da sua utilização. Utilizando o ensaio do MTT e avaliação qualitativa na linhagem Hep-2 e Mrc-5 nossos resultados evidenciam que a infusão do fruto da cabacinha apresenta efeito citotóxico, citostático estimulante e genotóxico in vitro.  Medicamentos a base do fruto vendidos no Brasil - Sinustrat e Gotas Nasais de Cabacinha – também apresentam elevada citotoxicidade mesmo em baixas concentrações. Por outro lado, as sementes da espécie não tem potencial citotóxico. O Sistema-teste Allium cepa confirma que a infusão do fruto tem efeito citotóxico e genotóxico in vivo. A elevada ocorrência de c-metáfases, poliploidia e pontes anafásicas sugerem que a erva altera a polaridade da célula e origina fusos mono e/ou multipolares, o que pode iniciar um processo carcinogênico. Considerando que o fruto da cabacinha bloqueia a progressão do ciclo celular provavelmente por ativação do checkpoint metafásico não podemos concluir com segurança se a ausência de Micronúcleos indica que a droga não tem efeito mutagênico. Baseado em nossos resultados, o uso da infusão do fruto da buchinha no tratamento de rinissinusites é desaconselhado. Novos estudos estão sendo realizados para confirmação do seu potencial carcinogênico e anticarcinogênico.

  • GIOVANNA CHAVES CAVALCANTE
  • INVESTIGAÇÃO DE POTENCIAIS MARCADORES DE SUSCEPTIBILIDADE AO CÂNCER DOS TIPOS GÁSTRICO E COLORRETAL, EM UMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO DA REGIÃO NORTE DO BRASIL

  • Data: 06/02/2015
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  • O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Entre os tipos mais incidentes e agressivos na região Norte do Brasil, destacam-se o câncer gástrico (CG) e o câncer colorretal (CCR). O prognóstico de evolução dessas neoplasias malignas normalmente não é favorável, parcialmente devido ao diagnóstico tardio da doença. O objetivo geral do presente trabalho é identificar o perfil genético de pacientes de câncer gástrico ou colorretal atendidos em centros de referência regional do tratamento oncológico para um painel de 12 marcadores potencialmente envolvidos com a susceptibilidade ao desenvolvimento de câncer, compará-lo com o perfil genético de indivíduos saudáveis da mesma população e testar se existe um padrão de genótipos relacionado a uma maior susceptibilidade de desenvolvimento desses tipos de câncer. Foram utilizadas amostras de sangue periférico de 125 pacientes de câncer gástrico, 66 pacientes de câncer colorretal e 291 indivíduos sadios, todos da população de Belém do Pará. A extração de DNA foi baseada no método de fenol-clorofórmio e a genotipagem foi realizada por PCR multiplex seguida de análise de fragmentos. A ancestralidade da população foi mensurada através de um painel de 48 Marcadores Informativos de Ancestralidade, previamente desenvolvido no Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Dois marcadores (rs28362491 e rs8175347) apresentaram diferenças estatisticamente significativas na comparação entre pacientes (CG+CCR) e controles. Na análise considerando apenas pacientes de CCR e controles, os mesmos marcadores permanecem significativos para o desenvolvimento desse tipo de câncer; na análise considerando apenas pacientes de CG e controles, os marcadores rs28362491 e rs3834129 foram estatisticamente significativos para o desenvolvimento desse tipo de câncer. Foi encontrada uma associação positiva entre alelos considerados raros (*36 e *37 no marcador rs8175347) e um risco elevado de desenvolvimento de CCR (isolado ou em conjunto com CG). Além disso, foram encontradas relações positivas entre a ancestralidade africana e um maior risco de desenvolver CG e entre a ancestralidade europeia e um risco mais elevado de se desenvolver CCR. Os resultados obtidos na presente investigação importantes para o conhecimento crescente dos possíveis fatores de risco no desenvolvimento de câncer gástrico e de câncer colorretal.

  • ALINE MARIA PEREIRA CRUZ RAMOS
  • ANÁLISE DO PERFIL DE EXPRESSÃO DE MIRNAS EM BIOFLUÍDOS DE PACIENTES COM ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

  • Data: 30/01/2015
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  • O adenocarcinoma gástrico é uma doença  complexa  com importante heterogeneidade molecular e de difícil manejo, tornando-o a segunda maior causa de morte por câncer no mundo.  Recentemente, pequenos reguladores de RNA, os miRNAs  vêm sendo uma alternativa promissora e não invasiva, quer seja como fator de risco, quer seja no auxilio ao diagnóstico precoce da doença,  devido  apresentar maior sensibilidade, especificidade    e estabilidade  em diversos tipos de condições experimentais    e  amostras clínicas, ou seja, uma promissora ferramenta.

    Nesta pesquisa, houve adaptação e simplificação dos protocolos existentes para isolamento de RNA total em biofluidos (aplicada às fezes) e a aplicação de novas tecnologias de coleta para  extração  de RNAs circulantes (Paxgene). Modificações necessárias devido esta ser a primeira abordagem de miRNAs fecais em pacientes com adenocarcinoma gástrico e não haver kit especifico para isolamento de miRNAs fecais.As análises mostraram que a expressão do  hsa-miR-135b  foi elevada  nas fezes quando comparadas aos resultados das amostras de fezes: (i) de pacientes no momento pré-operatório  vs.  controle;  (ii)  pacientes com doença avançada (T3-T4)  vs.  controle;  (iii) pacientes no momento pós-operatório  vs.  controle;  (iv)  pacientes submetidos a gastrectomia total  vs.  controle; e  (v)  pacientes com subtipo intestinal  vs.  difuso.

    Adicionalmente, o hsa-miR-31 apresentou expressão reduzida  no sangue de pacientes submetidos  à  gastrectomia subtotal, elevado no  subtipo intestinal e  acima  de 60 anos, enquanto que  o hsa-miR-17  foi hipoexpresso no sangue de pacientes com adenocarcinoma gástrico  em relação ao controle.  Esta pesquisa conclui que foi possível a detecção da expressão de miRNAs  proveniente de biofluidos de pacientes com adenocarcinoma gástrico, sugerindo    os  hsa-miR-135b  e  hsa-miR-31  como promissores biomarcadores  do câncer gástrico.

2014
Descrição
  • DANIELLE COSTA CARRARA COUTO
  • PREDIÇÃO DE PRODUTOS NATURAIS UTILIZANDO TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE DADOS E UM BANCO DE DADOS INTEGRADO DE GENÔMICA COMPARATIVA SOBRE CIANOBACTÉRIAS: CYANOBR.

     


  • Data: 17/12/2014
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  • Ascianobactériasganhamcadavezmaisatençãoporsuacapacidadedeproduzir
    umagrandevariedadedesubstânciasdeinteressebiotecnológico.Entretantodados
    biológicosadvindodoconhecimentogenômicosãorelativamentecomplexosem
    comparaçãoaosprovenientesdeoutrasáreascientíficas.Nestecontextoosistema
    Cyanobr promoveu a integração de bancos de dados heterogêneos de domínio público
    esistemasdebuscas,paraautomatizarpesquisassobreCianobactérias.Aprincipal
    inovação dosistemaéapresentar dadosrelativosdegenomascomprodutosnaturais,
    atualmenteindisponíveisparaqualquerbancodedadosexistentesobre
    cianobactérias. As informações sobre os produtos naturais e suas fragmentações
    foramobtidasapartirdeliteraturadisponível,numtotalde945registrosdeprodutos
    naturais.Alémdisso, ainformaçãogenômicafoiobtidaapartir de90genomas
    disponíveis para download no NCBI. A implementação do banco de dados foi realizada
    usandooMySQL,apoiandoaelaboraçãodeumpipelinedeprediçãopara
    agrupamentosdegenesbiossintéticosusandotécnicasdemineraçãodedadospor
    homologia.Identificou-secomdadosdesequenciamentodeSOLID5500queuma
    amostra de Nostoc piscinale CENA21 apresenta um cluster de biossíntese da
    dinemicina,umpotenteantitumoralatéentãonãodescritoemcianobactérias. O
    pipeline de predição de clusters gênicos analisou as sequências submetidas
    procurandoaconfiguraçãomínimadosdomíniosenzimáticosdepeptídeosintetases
    não-ribossomais (NRPS) e policetídeo sintetases (PKS) para caracterizar o cluster
    alvo. Foiimplementado tambémumrepositório dearquivos .fastae .gbksincronizados
    automaticamentecom oNCBI,optou-sepelouso dabibliotecaApache Software
    Foundation para controlar a transferência via FTP através de API JDBC Java
    Database Connectivity e a interface foi desenvolvida na linguagem PHP. Concluiu-se
    queesteestudo proporcionaumdirecionamento inicial paradiminuir custoseesforços
    nabuscademetabólitosinovadoresequeaintegraçãodefontesheterogêneasde
    dadosbiomolecularescontribuiparamelhorarsignificativamenteodesempenhodos
    métodoscomputacionaisedemineraçãodedadosparaainferênciade
    conhecimentos biológicos.
  • DANUTA SASTRE PHIPPS
  • Avaliação Funcional de MicroRNAs Sobre a Proliferação e Morte Celular: Implicações para a Indução de Pluripotência e para o Câncer

  • Data: 15/12/2014
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  • MicroRNAs (miRNAs) são moléculas curtas de RNA, contendo 18-22 nucleotídeos, que têm como função principal o silenciamento de mRNAs através do pareamento com regiões de complementaridade nestes. Os miRNAs estão envolvidos em muitos processos celulares fisiológicos e patológicos. Devido à grande importância na determinação do destino celular, os miRNAs vêm sendo estudados na regulação e indução de fenótipos específicos. Os miRNAs podem ser usados para modular características fundamentais de células-tronco para viabilizar a indução de pluripotência. O ciclo celular de células-tronco pluripotentes é caracterizado pela curta duração da fase G1 e reduzida duração total do ciclo. MiRNAs podem induzir alterações no ciclo celular e na taxa de proliferação de interesse na manutenção da pluripotência. Além de modular a identidade de células-tronco, a desregulação de miRNAs pode levar à patologias como o câncer. O câncer colorretal é a terceira maior causa de mortalidade por neoplasias no mundo. Vários miRNAs já foram implicados na patologia desta doença. Tendo em vista que miRNAs são fundamentais na regulação dos fenótipos de células-tronco pluripotentes e no câncer, este trabalho teve como objetivo fazer uma avaliação funcional dos efeitos de uma biblioteca contendo 28 miRNAs (miRNAs sintéticos e respectivos inibidores) sobre a proliferação, viabilidade, ciclo celular e expressão gênica de fibroblastos humanos (BJ) e de uma linhagem de câncer colorretal (HCT116). A transfecção de miRNAs revelou 15 e 20 miRNAs que alteraram a taxa de proliferação de BJ e HCT116, respectivamente. Os miRNAs 20b, 101, 181d e 371-3p induziram significativa redução na proliferação, enquanto que seus respectivos inibidores tiveram efeito contrário. miR-101 e miR-181d alteraram significativamente o ciclo celular de BJ. Os mRNAs de CTNNB1, MYC e PTEN foram induzidos pelo miR-181d. Os miRNAs 21, 92a e 222 atuaram como indutores de proliferação em HCT116. miR-22, 24, 101 e 145 atuaram como supressores de proliferação. Estes resultados comparados aos da literatura indicam que miRNAs pouco expressos em CCR diminuíram e proliferação e possivelmente atuam como supressores de tumor, enquanto que miRNAs superexpressos nessa doença atuam aumentando a proliferação. Dessa forma este estudo forneceu evidencias funcionais das possíveis vantagens adaptativas da expressão diferencial observada em estudos prévios. miR-101 é um dos principais supressores de tumor em CCR. A avaliação da expressão gênica global por microarray em resposta a este miRNA revelou que vias associadas a câncer são significativamente reprimidas. Em suma, este estudo forneceu evidencias de que os miRNAs podem ser utilizados com moduladores do ciclo celular e proliferação de células diferenciadas como uma forma de ajudarem no processo de reprogramação. Por outro lado, este estudo também revelou efeitos funcionais de miRNAs sobre a proliferação e morte celular de células de CCR, fornecendo dados inéditos sobre a participação de miR-101 como supressor de tumor nesta doença.

  • MARIA ELISABETE SILVA SANTOS
  • TRIAGEM MOLECULAR DE ALTERAÇÕES GENICAS NO EXON 4 DO GENE IRF6 PARA A INVESTIGAÇÃO DA SINDROME DE VAN DER WOUDE EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES COM FISSURAS ORAIS

  • Data: 12/12/2014
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  • As Fissuras Orais (FO) são as anomalias faciais mais comumente encontradas. Apresentam incidência de aproximadamente 1 a cada 700 nascidos vivos. Essa incidência, no entanto, pode variar de acordo com a localização geográfica, etnia, gênero e status socioeconômico da populações. As fissuras Orais (FO) são provocadas pelo não fechamento dos processos palatinos durante a sexta e décima semana de desenvolvimento embrionário. A etiologia consta da associação de fatores ambientais e genéticos, portanto são de origem multifatorial. As FO podem ocorrer de forma isolada (FO/NS) ou associada a uma síndrome (FO/sindrômica). A SVW é a forma sindrômica mais frequentemente associada às FO, contribuindo com cerca de 2% á 6% dos casos. O gene IRF6 é frequentemente associado as FO/NS e SVW, estima-se que aproximadamente 70% dos casos de SVW são causadados por mutações no gene IRF6, sendo que grande parte das mutações estão presentes no exón 4. A amostra foi composta por 107 portadores de FO todos do estado de Pará. Os participantes responderam um questionário para a coleta de dados epidemiológicos e exposição a fatores ambientais. A coleta de sangue foi realizada para posterior extração de DNA. A analise molecular foi realizada através da técnica de sequenciamento direto do éxon 4 do gene IRF6. Na análise estatística foi utilizado o programa SPSS Statistcs. Base para realizar o teste de Qui-quadrado (χ2) ou o teste exato de Fisher conforme apropriado. No presente trabalho encontramos o SNP rs7552506 cinco pares de bases antes do exon 4. Não foi encontrada associação direta entre rs7552506 e a ocorrência das FO. No entanto, observamos uma possível contribuição do rs7552506 juntamente com o uso de medicamentos na ocorrência das FO. Apenas uma paciente apresentou FL associada as fistulas congênitas nos lábio inferiores características fenotípicas da SVW, analise molecular do exon 4 do gene IRF6 evidenciou a mutação Y111C previamente descrita na literatura. Esta mutação é resultante da substituição de A para G na posição 332 da sequência de nucleotídeos do exon 4 do gene IRF6. Um maior tamanho amostral e estudo caso - controle se faz necessário para uma melhor analise da influência do rs7552506 e fatores ambientais na etiologia das FO/NS. O sequenciamento completo do gene IRF6 se faz necessário uma vez que outros polimorfismos e mutações possam estar contribuindo para o fenótipo das FO e SVW na presente amostra.  

  • ADRIANA MARIA ROCHA BASTOS
  • APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO NA DISTRIBUIÇÃO DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO NO ESTADO DO PARÁ NO PERÍODO DE 2002 A 2012 

  • Data: 10/12/2014
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  • O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) foi implantado no Brasil em outubro de 2001, por meio da portaria 822 do Ministério da Saúde, sendo implementado no Pará a partir do ano de 2002. Dentre as patologias triadas no programa, o hipotireoidismo congênito (HC) afeta cerca de 1 em cada 4000 crianças nascidas, podendo estar relacionado a genes essenciais responsáveis pela formação do eixo hipófise-hipotálamo-tireoide e seus hormônios. Este estudo teve por objetivo identificar o padrão de distribuição do HC diagnosticado no Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Estado do Pará (SRTN-PA). A metodologia aplicada se baseou nas informações registradas nos prontuários dos pacientes diagnosticados pela triagem neonatal no Estado. Estes dados foram analisados por técnicas de geoprocessamento. Foram incluídos no estudo os pacientes com Hipotireoidismo Congênito diagnosticados no PNTN do Pará de 2002 até 2012, sendo excluídos os pacientes triados em outros laboratórios de triagem neonatal. Os dados obtidos ao longo do desenvolvimento da pesquisa, bem como os já existentes no SRTN-PA, foram georreferenciados em relação ao local de residência do paciente, associados a bases cartográficas do IBGE, para que fosse possível a avaliação da sua distribuição geográfica no Estado. Após este processo foi desenvolvido, uma análise geoestatística para avaliar a densidade da distribuição dos casos, e assim observar a existência de “cluster” ou alguma “tendência” espacial do estabelecimento do agravo em alguma área/ município/ região do Estado. Para tal, foi utilizada a técnica de Kernel, disponível nos ambientes de geoprocessamento ArqVien 3.3 e TerraView 4. 2. Foi possível se identificar padrões de distribuição dos casos de hipotireoidismo congênito triados no SRTN-Pa. Além de se criar um banco de dados a partir dos registros nos prontuários clínicos dos pacientes com HC, favorecendo maiores análises epidemiológicase geoestatísticas. Avaliando-se a densidade dessa distribuição observou-se a existência de um cluster na Região Metropolitana de Belém, uma tendência na formação de agregados epidemiológicos na Região Nordeste do Pará, além de duas tendências espaciais do estabelecimento do agravo acompanhando as grandes estradasdo Estado, representadas pela Rodovia Transamazônica e a Rodovia Belém-Brasília e duas áreas de silêncio epidemiológico na Região Sudoeste e Baixo Amazonas.

  • FELIPE TUJI DE CASTRO FRANCO
  • CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA, BIOQUÍMICA E MOLECULAR DE PACIENTES COM DOENÇA DE GAUCHER DO ESTADO DO PARÁ.

  • Data: 28/11/2014
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  • A doença de Gaucher (DG) é uma doença autossômica recessiva causada pela deficiência da enzima B-glicosidase por mutações no gene GBA, que codifica a enzima. A quitotriosidase é uma quitinase humana secretada por macrófagos ativos e usados como biomarcada nomonitoramento da DG, a mais comum entre doença lisossômica de depósito. O objetivo deste trabalho foi genotipar os genees GBA e CHIT1 em pacientes com DG do estado do Pará. As mutações nos genes GBA e CHIT1 foram detectadas através do método da PCR seguido de sequenciamento direto. Foram identificadas 3 novas mutações nunca descritas anterior do gene GBA: S(-24)G (g.1872A>G), L(-25)S (g.1870T>C) e a H419Y (g.6874C>T) e 15 mutações já relatadas anteriormente em outros estudos. 

  • ISABELA GUERREIRO DINIZ
  • Investigação da relação de 11 marcadores moleculares com parâmetros bioquímicos e antropométricos em indígenas da Amazônia brasileira.

  • Data: 24/10/2014
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  • Observa-se atualmente a transição epidemiológica e nutricional entre os indígenas. Apesar de doenças infecciosas e parasitárias permanecerem como principal causa de mortalidade, a emergência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como desnutrição, anemia, obesidade e diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma realidade. Mudanças alimentares, com redução do consumo de alimentos tradicionais e aumento do consumo de alimentos industrializados, explicam parte desses achados. Além disso, em consequência de alterações significativas nas estratégias de subsistência e nos padrões de assentamento, observa-se a tendência à redução da frequência e intensidade de atividades físicas, agravando a situação. Assim como a obesidade, o DM2 é uma doença multifatorial e apresenta padrões de herança muito complexos onde a contribuição cumulativa de genes diversos resulta em maior ou menor suscetibilidade do indivíduo a certos fatores ambientais. Nesse sentido, buscou-se investigar, em onze grupos populacionais indígenas da Amazônia brasileira, a relação com o perfil bioquímico (glicose, colesterol total e triglicerídeos) e índice de massa corporal (IMC) de onze polimorfismos (ABCA1 rs9282541; ABCC8 rs1799854; ADRB3 rs4994; CAPN10 rs3792267, rs5030952 e rs3842570; FTO rs8050136; KCNJ11 rs5219; PPARG rs1801282; e TCF7L2 rs7901695 e rs12255372) citados na literatura como associados à obesidade e ao diabetes mellitus tipo 2 em populações ao redor do mundo. Foram estudados 590 indivíduos, 306 mulheres e 284 homens, com idades entre 18 e 88 anos (média de 39,44 anos ± 16,83), residentes em 11 aldeias indígenas das etnias Arara, Gavião, Kayapó (subgrupos Kararaô e Xikrin), Asurini, Araweté e Parakanã. A glicemia e o colesterol apresentaram relação com os SNPs rs1799854 e rs8050136. O colesterol total também estava relacionado com os polimorfismos rs5219 e rs12255372. Houve associação dos níveis de triglicerídeos com rs5219, rs9282541 e rs3792267. Já o IMC apresentou-se associado com rs1799854, rs4994, rs7901695, rs1801282 e rs9282541.

  • ANTONETTE SOUTO EL HUSNY
  • ANÁLISE DE MUTAÇÕES NO GENE CDH1 POR SEQUENCIAMENTO DE NOVA GERAÇÃO EM PACIENTES COM ADENOCARCINOMA GÁSTRICO DO ESTADO DO PARÁ.

  • Data: 08/10/2014
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  • O câncer de estômago alcança o quinto lugar entre os tumores mais frequentes no mundo e ocupa o terceiro lugar entre os tumores de maior mortalidade. As regiões menos desenvolvidas concentram maior número de casos que são atribuídos, na sua maior parte, às causas ambientais. No entanto, há muito a investigar sobre a influência de fatores genéticos nestas regiões, um destes fatores, o gene da E-caderina, recebeu enfoque nesta tese. Mutações em CDH1 têm sido descritas em indivíduos com câncer gástrico em todo o mundo, especialmente entre os casos familiares e de diagnóstico em idade jovem. Neste estudo, foi realizada análise molecular do gene CDH1 por sequenciamento de nova geração em diferentes grupos de pacientes com adenocarcinoma gástrico dos principais tipos histológicos de Láuren divididos conforme agregação familiar de tumores e a idade de diagnóstico (jovem ou avançada). Foram detectadas três mutações que conferem alteração na tradução de E-caderina em diferentes éxons de CDH1: c.808T>G, c.1023T>G; c.1849G>A. Apenas indivíduos com câncer gástrico do tipo difuso tiveram mutações identificadas, sendo uma família com critérios clínicos para síndrome de predisposição ao Câncer Gástrico Difuso Hereditário, um caso com diagnóstico em idade jovem e um caso com diagnóstico em idade avançada. Por tratar-se de técnica molecular de sequenciamento em larga escala, também foram identificados diversos polimorfismos já descritos e muitas variações em regiões flanqueadoras desconhecidas até então. Embora grandes avanços nos conhecimentos moleculares relacionados ao câncer gástrico estejam sendo descritos, em especial relacionados ao gene CDH1, ainda há muito a ser estabelecido sobre a relação de suas variações com a susceptibilidade ao câncer.

  • AMANDA FERREIRA VIDAL
  • PERFIL DE EXPRESSÃO DIFERENCIAL DOS microRNAs hsa-miR-29c E hsa-miR-135b EM AMOSTRAS GÁSTRICAS QUE INTEGRAM A CASCATA DE CORREA

  • Data: 03/10/2014
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  • A carcinogênese do adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal éum processo complexo e prolongado, de múltiplos estágios. Segundo a Cascata de Correa, os estágios do processo pré-canceroso são: gastrite não-atrófica, gastrite atrófica, metaplasia intestinal e displasia. Apesar das lesões gástricas serem bem determinadas patologicamente, ainda não existe um biomarcador que seja capaz de determinar o impacto de lesões gástricas no processo de carcinogênese. Neste contexto, os microRNAs têm se destacado como promissores biomarcadores. Estudos demonstraram que os miRNAs hsa-miR-29c e hsa-miR-135b são prováveis biomarcadores do adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal. O objetivo deste trabalho foi analisar e comparar o perfil de expressão dos microRNAs hsa-miR-29c e hsa-miR-135bem amostras de gastrite crônica, metaplasia intestinal, mucosa gástrica normal e adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal, por meio da técnica de PCR em Tempo Real. Os resultados demonstraram que para ambos os miRNAs hsa-miR-29c e hsa-miR-135b, as lesões gástricas apresentam perfil de expressão significativamente diferente do mucosa gástrica normal. O miRNA hsa-miR-29c apresentou-se hipoexpresso nas lesões gástricas, e parece estar envolvido na proliferação celular e apoptose. O miRNA hsa-miR-135b mostrou-se hiperexpresso nas lesões gástricas e, provavelmente, estárelacionado com a resposta imune associada àinfecção por Helicobacter pylori. Portanto, os resultados indicam que os miRNAs hsa-miR-29c e hsa-miR-135b podem ser promissores biomarcadores do processo de carcinogênese gástrica.

  • LARYSSE SANTA ROSA DE AQUINO PEDROZA
  • EXPRESSÃO DIFERENCIAL DO COMPLEXO ABC EM CÉLULAS CD34+ E CD66B + NA LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

  • Data: 29/09/2014
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  • Além de mutações, a expressão de transportadores de efluxo de mesilato de imatinib (MI) é apontada como uma das causas da resistência ao tratamento e da persistência de células tronco  leucêmicas (CTL) de longo termo em pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) em resposta molecular maior (RMM). Este artigo descreve a expressão diferencial (|6,65|-|9,23| fold) de 12 transportadores ABCs ente células CD34+;menos responsivas ao tratamento, de pacientes de LMC-RMM e controles. E 15 ABCs diferencialmente  expressos (|6,45|-|8,64| fold) entre as células CD66b+; mais responsivas. Discutindo a relevância;  para a resposta ao tratamento ; dos transportadores ABC diretamente envolvidos no transporte de imatinib, como ABCB1,G2,A3, e de ABCs envolvidos em processos fisiológicos que podem contribuir para persistência das CTL ou para o sucesso do tratamento como ABCB6, A4, C4, C5, F1, A7. Esses genes estão associados a funções como proteção contra o estresse oxidativo, diferenciação, proliferação e apoptose. Este estudo demonstra pela primeira vez a expressão de todos os genes ABCs expressos em células CD34+ e CD66b+ de pacientes de LMC-RMM  responsivos ao tratamento com MI, revelando um painel com 28 genes diferencialmente expressos (|2|-|9| foldchange).

  • RAFAEL AZEVEDO BARAUNA
  • Proteoma diferencial e caracterização da proteína reguladora da síntese de ácidos graxos em Exiguobacterium antarcticum B7.

  • Data: 19/09/2014
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  • Apesar da sua distribuição ubíqua, bactérias do gênero Exiguobacterium são principalmente isoladas de ambientes frios como gelo glacial e permafrost. Proteínas expressas por organismos psicrotróficos em baixas temperaturas são produtos de interesse biotecnológico devido a relação entre sua atividade, flexibilidade e estabilidade. Uma grande versatilidade metabólica foi observada no repertório gênico recentemente seqüenciado da E. antarcticum B7, uma bactéria psicrotrófica isolada da Antártica. Neste trabalho, foi utilizada uma abordagem proteômica para caracterizar o perfil de expressão protéico da bactéria cultivada a 0°C e 37°C. Além disso, o regulador da síntese de ácidos graxos FapR foi clonado e expresso em E. coli BL21 para sua posterior caracterização funcional. Foram detectados 73 spots diferencialmente expressos pela bactéria a 0°C. Destes, 48 foram menos expressos e 25 mais expressos. Vinte e cinco spots foram identificados e correspondiam a 13 diferentes proteínas. Das seis proteínas de choque frio descritas no genoma da bactéria, somente a Csp1 foi detectada em quatro diferentes spots do gel e, portanto, se mostrou a principal proteína de aclimatação da E. antarcticum B7 a baixas temperaturas. Sua distribuição em quatro spots diferentes deve-se provavelmente a modificações pós-traducionais da proteína. Onze das treze proteínas diferenciais identificadas foram corroboradas por dados transcriptômicos. Chaperonas classificadas como proteínas de choque quente foram menos expressas em 0°C e enzimas que combatem o estresse oxidativo também foram hipoexpressas, já que a geração de radicais superóxidos cai drasticamente no frio, onde o metabolismo aeróbio e a taxa de crescimento bacteriana são baixos. A proteína reguladora da síntese de ácidos graxos após ser clonada, expressada e purificada, foi analisada por filtração em gel no intervalo iônico de 50 mM a 300 mM, comportando-se em todos os casos como uma molécula trimérica. O regulador foi capaz de se ligar à região promotora dos operons fapR-plsX-fabD-fabG e fabH1-fabF amplificados por PCR (cerca de 263 pb), mas não foi capaz de se ligar na mesma região sintetizada somente até o palíndromo de ligação 5’-TTAGTACCAGATACTAA-3’ (cerca de 53 pb). Isto demonstra que toda a sequencia do promotor é necessária para o reconhecimento e interação proteína-DNA e não somente seu sítio de ligação.

  • DIEGO ASSIS DAS GRACAS
  • MICRO-ORGANISMOS NO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ: DIVERSIDADE GENÉTICA E GENÔMICA
  • Data: 18/09/2014
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  • A matriz energética brasileira é composta principalmente por usinas hidrelétricas, e que sempre envolvem a formação de grandes reservatórios. Esses reservatórios são de grande importância ambiental uma vez que são considerados fontes de gases do efeito estufa. O processo de produção desses gases é basicamente microbiano e compreender como estas comunidades atuam no ambiente é foco de intensas pesquisas. Neste trabalho foram utilizadas diversas tecnologias como Cromatografia Líquida de Alta Performance Desnaturante (DHPLC), seqüenciamento de nova geração e de Sanger para analisar a diversidade dos micro-organismos presentes no reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) de Tucuruí. São apresentados três capítulos resultantes de trabalhos que foram publicados em periódicos internacionais. O primeiro capítulo reporta a diversidade de bactérias e arqueias ao longo de uma coluna d’água usando DHPLC. Este trabalho mostra que essas comunidades permanecem com a mesma estrutura no intervalo de 0-35 metros, com aumento da diversidade nas camadas mais profundas. O segundo capítulo reporta a diversidade bacteriana ao longo da mesma coluna, porém usando seqüenciamento por semicondução e no período mais cheio do reservatório, quando atinge 70 m de profundidade. O grupo mais abundante foi o de Proteobactérias, entretanto o padrão de diversidade não foi o mesmo observado no trabalho usando DHPLC. No terceiro e último capítulo reportamos o seqüenciamento genômico da arqueia metanogênica Methanosarcina mazei TUC01 obtida de amostras do sedimento do reservatório da UHE-Tucuruí. O DNA genômico foi obtido através de seqüenciamento por ação de DNA ligase. O genoma de M. mazei TUC01 tem 3,4 Mpb, conteúdo GC de 42,5% e cerca de 3.252 seqüências codificantes preditas automaticamente.
  • ANDRÉ MAURÍCIO RIBEIRO DOS SANTOS
  • Diversidade de INDELs em sítios de ligação de fatores de transcrição humanos
  • Data: 02/09/2014
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  • A avaliação da diversidade genética humana pode clarificar a história da espécie e os padrões clínicos e farmacológicos. Até o presente, a maioria dos estudos focam-se em marcadores neutros, cuja variação não afeta o genótipo, ou marcadores gênicos, cujo o efeito é extenso. Por outro lado, mutações em regiões regulatórias, como sítios de ligação de fatores de transcrição provocam mudanças sutis ou especificas para determinado tipo celular ou condição. Diversos trabalhos exploraram mutações pontuais nestas regiões e identificaram padrões interessantes de seleção e conservação. Mas pouco explorou-se da variabilidade de marcadores do tipo INDEL. Este trabalho buscou identificar e avaliar a distribuição de INDEL em sítios de ligação de fatores de transcrição nos principais grupo humanos (europeus, asiáticos e africanos) para estimar seus potenciais efeitos fenotípicos e buscar por evidências de seleção. Os resultados obtidos auxiliaram na compreensão do mecanismo de funcionamento e organização dos TFBS humanos e indicaram a elevada sensibilidade de suas porções centrais. Não foram encontrados indícios de maior importância das regiões compartilhadas por muitos fatores de transcrição, como sugerido anteriormente. Muitos potenciais marcadores foram identificados ao longo deste trabalho que podem ajudar a explicar os padrões de doenças e mecanismos de seleção atuando sobre a espécie humana. Isto foi demonstrado pela identificação da mutação rs139999735 como potencial marcador de resposta ao tratamento do câncer e a infecção.
  • FABIANO CORDEIRO MOREIRA
  • Análise in Silico da Expressão Ddiferencial de microRNAs no Câncer Gástrico
  • Data: 02/09/2014
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  • O Câncer Gástrico (CG) é uma doença complexa e heterogênea que resulta de múltiplas alterações epigenéticas e genéticas, com alta incidência e mortalidade; no entanto, o uso de biomarcadores para o seu manejo clínico permanece limitado. MicroRNAs são pequenas sequências não-codificantes de nucleotídeos que regulam a expressão gênica e formam uma complexa rede de sinalização e regulação celular. Essas estruturas são fundamentais para vários processos biológicos e são biomarcadores com aplicações potenciais na identificação do risco, prognóstico e alvos terapêuticos. Com o objetivo de investigar a expressão dos miRNAs no Câncer Gástrico, nove tecidos da região do antrum do estômago humano foram caracterizados a partir de dados gerados de sequenciamento de alto desempenho. A análise diferencial foi executada para a identificação de biomarcadores e os resultados foram validados por qRT-PCR. Para o estudo de genes alvos in silico foram desenvolvidas ferramentas usando Redes Neurais Artificiais e linguagem de programação Java. Após a caracterização dos tecidos, observou-se que um pequeno conjunto de miRNAs foram responsáveis por aproximadamente 80% do total de expressão de miRNAs em todos os tecidos estudados, o que pode representar uma assinatura tecido microRNA. Além disso, foram identificados vários miRNAs significativamente diferenciados em tecidos de câncer quando comparado com o antro sem câncer, sugerindo potenciais biomarcadores, e notou-se uma diferença significativa entre o antro sem câncer e os tecidos adjacentes ao câncer. As ferramentas desenvolvidas foram capazes de identificar, in silico, genes alvos simultâneos, reduzindo substancialmente o número de genes putativos. Adicionalmente, a ferramenta agrupou miRNAs que possuem funções regulatórias mais próximas baseado no conjunto de genes alvos simultâneos.
  • WENDEL DE OLIVEIRA CASTRO
  • DRAFT DO GENOMA HALOFERAX SP. ISOLADO NO SOLO BRASILEIRO DA CAATINGA

  • Data: 04/08/2014
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  • Os organismos do gênero Haloferax são halofílicos extremos, crescendo em ambientes de salinidade que variam de 10% a 37%, valor de pH entre 4 e 12, e temperatura de 0ºC até 60ºC. Devido às características descritas, é um potencial modelo a ser utilizado em astrobiologia. A Haloferax sp. ATB1 utilizada no presente estudo foi isolada no solo da região do Cariri no bioma Caatinga (Paraíba - Brasil), o genoma foi sequenciado pela plataforma de sequenciamento de terceira geração Ion Torrent PGM utilizando o chip 318 com biblioteca de “mate-paired”. A análise de qualidade dos dados brutos foi feita no qual as leituras com valor de qualidade Phred superior a 20 foram mantidas, resultando em 8.480,874 leituras (224x de cobertura genômica) considerando o tamanho do genoma de referência Haloferax volcanni DS2 que possui 4.1 Mb. A montagem foi feita através de uma abordagem híbrida com o uso de quatro montadores. Os resultados foram integrados gerando um único conjunto de sequências, que posteriormente foi processado pelo programa CISA a fim de finalizar os gaps, resultando no “draf” do genoma com 120 contigs com N50 de 36.538, e 4.223.705 pb. Os “contigs” foram anotados, no qual foram identificados 4517 CDS (sequências codificantes), 33 RNAs, com conteúdo GC de 61%.

  • CAMILA INAGAKI DE ALBUQUERQUE
  • ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO USO DE AGROTÓXICOS E DE POLIMORFISMOS DOS GENES ABCB1, AHR, EPHX1 E PON1 NA ETIOLOGIA DE FISSURAS OROFACIAIS EM PACIENTES DO ESTADO DO PARÁ
  • Data: 24/04/2014
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  • As Fissuras Lábio Palatinas (FLP) são as anomalias congênitas da face mais frequentes no mundo, pelo fato de este tipo de malformação não impedir completamente o desenvolvimento da criança. No Norte e Nordeste do Brasil observam-se baixas incidências desse tipo de anomalia, fato que pode ser atribuído às falhas de notificações dos casos, pois boa parte do norte do Brasil é rural e sua principal atividade de trabalho envolve a utilização de agrotóxicos, o que nos faz perceber a importância de investigar características genéticas que possam influênciar no biometabolismo destes compostos e assim, procurar elucidar que variantes gênicas possam estar envolvidas em mecanismos de teratogênese, mais especificamente na gênese de fendas orofaciais. Baseando-se nisso os genes com seus respectivos polimorfismos, escolhidos no nosso trabalho foram: ABCB1 (rs1128503), AHR (rs2066853), EPHX1 (rs1051740) e PON1 (rs662 e rs854560). Os objetivos desse trabalho foram verificar a incidência de fissuras labiopalatais em indivíduos com parentais expostos e não expostos a agrotóxicos, avaliar as frequências das diferentes variantes polimórficas dos genes ABCB1, AHR, EPHX1 e PON1 (rs1128503, rs2066853, rs1051740, rs662 e rs854560 respectivamente) em indivíduos portadores de fendas orofaciais e correlacionar as diferentes variantes alélicas e genotípicas dos respectivos genes, de origem materna e/ou do probando, com a gênese e com os aspectos clínicos das FLP. Em função disso, foram coletadas 83 amostras de sangue de pacientes com fissura lábio palatina oriundos do estado do Pará e 83 amostras de sangue das mães desses pacientes. As técnicas realizadas foram Reação de Cadeia em Polimerase (PCR) e SNaPshot. Em nossos resultados encontramos que o polimorfismo do gene PON1 (rs662), o genótipo AA foi mais frequente na população de acometidos quando comparado a população africana e asiática. Este genótipo também foi associado às fissuras do tipo Labiopalatina (p=0,009). No polimorfismo do gene PON1(rs854560), o genótipo AA, foi mais frequente tanto na população de mães quanto dos acometidos em relação à população global. Adicionalmente, este genótipo teve prevalência maior em pacientes com fissura do tipo palatina (p=0, 039). O Genótipo TT, também teve uma diferença significativa e foi mais frequente somente na população de acometidos, quando comparadas com as populações africanas e asiáticas. Em relação ao polimorfismo do gene EPXH1, entre o grupo de mães expostas ao agrotóxico a maioria era homozigoto AA (p = 0, 019). No gene ABCB1, a frequência do genótipo TT foi significativamente maior para população de acometidos e mães quando comparado a população africana. Na análise do gene AHR, a população de mães houve maior frequência do genótipo GG quando comparada as populações africana e asiática, e uma menor frequência desse mesmo genótipo quando comparado a população caucasiana. Neste trabalho concluímos que estes polimorfismos nestes genes podem estar relacionados de alguma forma com a dificuldade de metabolizar xenobióticos e consequentimente aumentando o risco de gerar uma FLP.
  • THAYSE CRISTINE MELO BENATHAR
  • CITOTAXONOMIA E EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA EVIDENCIADA POR ZOO-FISH EM MORCEGOS DA SUBFAMÍLIA MICRONYCTERINAE
  • Data: 22/04/2014
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  • A subfamília Micronycterinae (sensu Baker et al., 2003) é constituída pelos gêneros Lampronycteris Sanborn, 1949 e Micronycteris Gray, 1866 (stricto sensu), possuindo uma e doze espécies respectivamente, estando distribuída em diversos habitats na região neotropical. Esta subfamília representa um grupo basal dentro de Phyllostomidae, configurando-se pela sua acentuada variabilidade cariotípica e com relações filogenéticas controversas. Dados cromossômicos podem contribuir significativamente para a compreensão das relações evolutivas. Com o auxílio da citogenética clássica atrelada ao uso da pintura cromossômica, podem ser proporcionadas comparações mais detalhadas entre taxa e a identificação de rearranjos entre espécies e/ ou gêneros, permitindo assim uma boa resolução de questões filogenéticas e citotaxonômicas. Dessa forma, nós investigamos as relações cariotípicas entre espécies da subfamília Micronycterinae empregando os bandeamentos cromossômicos e Hibridização In Situ Fluorescente (FISH), utilizando rDNA 18S e sondas teloméricas, bem como a pintura cromossômica multidirecional, afim de estabelecer um mapeamento cromossômico comparativo entre os gêneros que compõe esta subfamília. Os dados evidenciaram que poucos segmentos cromossômicos são compartilhados entre os gêneros Lampronycteris e Micronycteris, como também entre as espécies de Micronycteris, sugerido uma alta taxa de evolução cariotípica dentro deste grupo de morcegos. Rearranjos como translocações, inversões, fissões e fusões devem ter desempenhado um papel essencial na reorganização dos segmentos nos cariótipos desses morcegos. Um novo citótipo foi descrito para M. megalotis com 2n=42 e NF=70 originado por uma fissão do par 4. As associações sintênicas PHA 12q/8p e a fissão do PHA 8 podem ser consideradas como assinaturas cromossômicas que definem a subfamília Micronycterinae e as associações PHA 4q/3q dist e 11p/3p e as fissões do PHA 7, 10, 11 as que definem o gênero Micronycteris. A nossa proposta filogenética mostra-se de acordo com as filogenias prévias usando dados morfológicos e moleculares, corroborando com relação de parentesco entre os gêneros que compõem a subfamília Micronycterinae, assim como a monofilia do gênero Micronycteris.
  • AMANDA BRAGA BONA
  • ANÁLISE GENÔMICA DE FAMÍLIAS PORTADORAS DE CÂNCER GÁSTRICO DIFUSO HEREDITÁRIO DO NORTE E NORDESTE DO BRASIL

  • Data: 22/04/2014
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  • Os tumores gastrointestinais são um dos grupos mais incidentes no Brasil, aparecem em quarto lugar em incidência entre homens e em sexto lugar entre as mulheres, e são um grave problema de saúde pública, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Cerca de 10% destes tumores são de origem familial, com as alterações ocorrendo nas células da linhagem germinativa. Dentre as síndromes de câncer hereditário destacam-se as que ocorrem no estômago, como o câncer gástrico difuso hereditário (CGDH). O CGDH é um tumor infiltrativo que se caracteriza pela presença de alterações no gene CDH1. Os estudos dos fatores genéticos e epigenéticos responsáveis por esta síndrome faz-se necessário devido sua alta penetrância gênica, a idade precoce de desenvolvimento da doença e, principalmente pela falta de métodos efetivos de screening. Para identificar as principais alterações responsáveis pelo desenvolvimento destes tumores foram utilizadas, neste estudo, as técnicas de seqüenciamento direto e array-CGH. A identificação e caracterização das mutações responsáveis pelo aparecimento das síndromes hereditárias gastrointestinais em famílias das regiões Norte e Nordeste do Brasil torna-se essencial, possibilitando o diagnóstico molecular de familiares portadores dessas alterações em risco de desenvolvimento da doença e permitindo o aconselhamento genético dos mesmos, além de culminar com a implementação de um centro de referência em tumores hereditários do trato gastrointestinal nas regiões supracitadas. Um total de 27 pacientes, com histórico de CGDH, provenientes de quatro famílias distintas da região Norte (Amazonas) e Nordeste (Maranhão, Ceará e Piauí) do Brasil, foram analisados geneticamente. Foram realizados experimentos de microarranjo de alta densidade de sondas (array-CGH) para análise de CNV (copy number variation), avaliando o genoma completo dos pacientes e familiares, e nenhum ganho ou perda de DNA foi encontrado em nenhum dos pacientes testados. É possível que em regiões com altas taxas de incidência de câncer gástrico, como o norte e nordeste do Brasil, fatores ambientais ou outros mecanismos moleculares possam induzir alterações genéticas diferentes das alterações analisadas neste estudo. Duas das quatro famílias avaliadas neste estudo apresentaram mutações na linhagem germinativa do gene CDH1, as famílias dos estados do Amazonas e do Piauí. Nas outras duas famílias do estudo, pertencentes aos estados do Maranhão e Ceará, nenhuma mutação para os exons de CDH1 foi encontrada. Analisando a ancestralidade dos pacientes, as mutações detectadas, aparentemente, são originadas da Ásia e Europa, porém é possível que fatores ambientais possam ter causado essas mesmas mutações nos membros afetados das famílias analisadas.

  • LUCIANO CHAVES FRANCO FILHO
  • ANÁLISE PAN-GENÔMICA DO GÊNERO DESULFOVIBRIO
  • Data: 14/04/2014
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  • O gênero Desulfovibrio pertence ao grupo de bactérias sulfato-redutoras (SRB) formado por organismos procarióticos anaeróbicos estritos, os quais usam sulfato como receptor final de elétrons para a degradação de compostos orgânicos. Este gênero pode ser encontrado em uma variedade de ambientes como drenos de água de minas ácidas, esgotos, lagos, sedimentos marinhos, chaminés marinhas, solo e rejeito de água de campos de petróleo. Este táxon possui grande importância, pois está envolvido em diversos processos de interesse ambiental e industrial como: O processo de biocorrosão (através da produção de H2S), o qual causa diversos prejuízos principalmente para indústria petrolífera; e a associação desses organismos com as arqueias metanogênicas, no processo de produção de metano (metanogêneses), onde o metano é o segundo gás de efeito estufa mais prejudicial para a atmosfera. Portanto o trabalho teve como objetivo realizar uma análise geral com uma abordagem pan-genômica de todas as espécies do gênero Desulfovibrio que já possuem o genoma totalmente sequenciado depositados no banco de dados do NCBI. A partir das análises do Pan-genoma, foi possível observar que o grupo de isolados de água salgada não apresentam uma diferença na diversidade genômica quando comparado com o grupo de água doce. Provavelmente essa diferença está ligada com a grande diversidade do grupo e a sua capacidade de adaptação nos dois ambientes. Além disso foi possível observar, na análise filogenética, que as linhagens se agruparam de forma relativamente próxima de acordo com o ambiente de isolamento. Entretanto não foi observado um padrão compartilhado entre os grupos em relação as ilhas genômicas preditas e os três subsistemas que englobam a via do substrato, mostrando que tanto a nível de gênero como de espécie existe uma grande diversidade genômica.
  • MARIA SUELY BEZERRA FERNANDES
  • PERÍMETRO CEFÁLICO NO AUTISMO, NAS DOENÇAS GENÉTICAS E NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO EM CRIANÇAS DE UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO EM BELÉM/PARÁ
  • Data: 11/04/2014
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  • O perímetro cefálico (PC) é um parâmetro antropométrico altamente correlacionado com o tamanho cerebral, sendo que a antropometria do perímetro cefálico, após os dois primeiros anos de vida, no pré-escolar, escolar e na idade adulta, reflete o estado nutricional do início da vida, e pode ser um preditor de saúde e qualidade de vida, apontando as populações de risco para um desenvolvimento neuromotor inadequado. O propósito deste estudo é associar perímetro cefálico com Transtorno do Espectro Autista e Dificuldade de Aprendizagem, nos ambulatórios de autismo e dificuldade de aprendizagem, e descrever a proporção de alterações do PC em doenças genéticas atendidas no ambulatório de genética, em crianças de 0 a 12 anos acompanhadas no Serviço Caminhar do Hospital Bettina Ferro de Souza e estabelecer uma análise comparativa com grupo controle de crianças na mesma faixa etária atendidas em uma Unidade Básica de Saúde. Foi realizado estudo transversal, retrospectivo e prospectivo no qual foram revisados 663 prontuários/fichas de atendimento de crianças de 0 a 12 anos, que foram atendidas entre Dezembro de 2012 a Outubro de 2013, sendo 445 cadastradas no Serviço Caminhar e 218 pacientes atendidos em ambulatório do CSE do Marco/UEPA. No ambulatório de Autismo, foi significativa a proporção de crianças com macrocefalia, chegando a 26% das crianças selecionadas para estudo, porém esta proporção aumenta para 30% nas crianças com diagnóstico estabelecido como Transtorno do Espectro Autista e 18% nos casos suspeitos. Os casos de microcefalia prevaleceram no ambulatório de Genética entre as alterações de PC com 27%, que foram mais significativos que o grupo controle que foi de 5% , com maior contribuição das cromossomopatias entre as quais destacou-se no estudo a Sindrome de Down com 35%. Enquanto a macrocefalia foi encontrada em 12%, próxima aos valores do grupo controle com 8% e no ambulatório de Aprendizagem, onde foi encontrado uma proporção significativa do gênero masculino em 71%, a macrocefalia alcançou valores de 18% com significância estatística de p=0.044 se comparados ao grupo controle.
  • FRANCILIA DE KASSIA BRITO SILVA
  • AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES COM SINDROME DE DOWN
  • Data: 28/03/2014
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  • : A SD é uma cromossomopatia decorrente da trissomia do cromossomo 21. O diagnóstico pode ser realizado durante o pré-natal ou logo após o nascimento. As principais características clínicas são hipotonia, fenda palpebral obliqua, prega palmar transversal, déficit de crescimento de tendência ao excesso de peso. Objetivos: Realizar avaliação nutricional nos indivíduos com Síndrome de Down em acompanhamento da APAE de Belém-PA. Matérias e métodos: Estudo transversal envolvendo 50 indivíduos com SD em acompanhamento na APAE de Belém-Pa, aprovado pelo CEP-NMT/UFPA. A coleta de dados foi realizada por meio de preenchimento de um questionário com perguntadas sobre dados socioeconômicos, clínicos e familiares, assim como avaliação antropométrica e QFA simples. A análise dos dados realizada no programa SPSS versão 20.0 por estatística descritiva simples. Resultados: dos 50 indivíduos avaliados 28 foram meninos e 22 meninas, a maioria pertencente a faixa etária de menores de 5 anos. A Renda familiar mensal referida foi até 2 salários mínimos (80%). Apenas 18% referiam SD na família, mas cerca de 60% possuíam casos de DCNT’s. Pneumonia (49%), infecções frequentes (46%) e problemas cardíacos (52%), foram referidos como patologias associadas. Cerca de 100% realizam as terapias de estimulação, no entanto apenas 20% faz acompanhamento nutricional. Sobre o estado nutricional segundo as curvas da OMS a maioria encontra-se eutrófico, mas um percentual elevado apresenta déficit de crescimento e excesso de peso. Analisando pelas curvas para SD, a maioria cerca de 80% está eutrófico em relação ao peso e altura. No que diz respeito o consumo diário de verduras e legumes é baixo, e existe uma frequência elevada de consumo semanal de alimentos não saudáveis. Conclusão: é necessário o desenvolvimento de curvas de crescimento especificas para SD de âmbito nacional e mundial. Assim como é urgente realizar uma ação de promoção e conscientização da importância do acompanhamento nutricional para indivíduos com SD na APAE de Belém-PA.
  • MARLYSON JEREMIAS RODRIGUES DA COSTA
  • ESTRUTURAÇÃO BIOGEOGRÁFICA DOS CARIÓTIPOS DE Proechimys goeldii (RODENTIA: ECHIMIYDAE) NA AMAZÔNIA ORIENTAL

  • Data: 28/03/2014
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  • Os ratos espinhosos do gênero Proechimys (Rodentia-Echimyidae) possuem ampla distribuição na região amazônica, sendo a taxonomia desse grupo bastante complexa devido à grande similaridade fenotípica entre as espécies. As relações filogenéticas entre os indivíduos desse gênero ainda permanecem incertas. A partir de cinco áreas amostrais na Amazônia Oriental, verificamos a presença de duas formas cariotípicas associadas à espécie Proechimys goeldii, 2n=24/25, NF=42, para populações ocorrentes ao Leste do Rio Xingu e 2n=26/27 NF=42 para populações ocorrentes a Oeste do mesmo. Ambas apresentam sistema de determinação sexual múltiplo do tipo XX/XY1Y2, oriundo de uma fusão cêntrica entre um autossomo acrocêntrico pequeno e X ancestral, sendo esta uma característica sinapomórfica para os dois citótipos. Análises de sequências do gene mitocondrial citocromo b demonstram que essas amostras pertencem à espécie Proechimys goeldii. Os cariótipos apresentados aqui são diferentes do cariótipo já descrito para esta espécie (2n=24 NF=42, XX/XY). Com esses dados, essa representa a segunda espécie com sistema de determinação sexual cromossômico múltiplo para o gênero. O cromossomo X translocado difere no tamanho e morfologia em relação ao descrito para Proechimys cf. longicaudatus (2n=14/15/16/17), pois o autossomo translocado para o X na nossa amostra é um acrocêntrico pequeno e no do P. cf. longicaudatus é um acrocêntrico grande. Os resultados da análise molecular mostram que P. cf. longicaudatus com sistema múltiplo diverge em média, na sequência nucleotídica do gene citocromo b, 11.2% em relação a P. goeldii com 2n=24/25 e 9.3% em relação a P. goeldii com 2n=26/27, enquanto que a média de divergência entre as espécies do Grupo goeldii é superior a 13%. Esses resultados demonstram o quão heterogêneas são as espécies do gênero Proechimys. Do ponto de vista citogenético, as espécies P. goeldii do presente estudo e P. cf. longicaudatus descrito na literatura, ambos com sistema múltiplo de determinação sexual, constituem espécies diferentes. Se estas espécies pertencem ou não ao mesmo grupo é uma questão a ser resolvida. 

  • CASSIO CALDATO
  • ANÁLISE DE MUTAÇÕES GERMINATIVAS NO GENE SUPRESSOR DE TUMOR MEN1 EM PORTADORES DE ADENOMAS HIPOFISÁRIOS

  • Data: 28/03/2014
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  • Introdução: As Neoplasias Endócrinas Múltiplas (MEN) são síndromes autossômicas dominantes que acometem dois ou mais tumores em órgãos diferentes no mesmo paciente, com variabilidade de penetrância e incidência específica para cada tipo de tumor. Na MEN1, o acometimento é predominante em paratireoides, hipófise e pâncreas, podendo acometer ainda duodeno, córtex adrenal, tireoide, tumores carcinoides, tumores cutâneos, dentre outros. O gene MEN1 é um gene supressor de tumor, localizado no cromossomo 11q13 e possui 10 éxons. Codifica a proteína menin, que apresenta-se sob duas isoformas. Interage com várias genes e proteínas da divisão e proliferação celular e na estabilidade genômica, interferindo no processo de apoptose celular. Objetivos: Avaliar presença de mutações no gene MEN1 em pacientes portadores de adenomas hipofisários, identificando o tipo de mutação e caraterísticas clínicas. Resultados: 22 pacientes (15 acromegálicos, três portadores de Doença de Cushing e quatro, prolactinomas) foram considerados suspeitos da síndrome MEN1 e convidados a participar do estudo genético. 14 pacientes acromegálicos, três portadores de doença de Cushing e um prolactinoma, além de um adenoma adrenal e um portador de hiperparatireoidismo (HPT) isolado também foram estudados totalizando 20 análises genéticas do gene. 15 pacientes eram do sexo feminino (75%). 18 pacientes tinham tumores de hipófise (14 acromegalia, 03 com Doença de Cushing e 01 Prolactinoma), sendo 55,5% macrodenomas. Acromegalia esteve presente em 70% dos casos e o HPT em 60% dos pacientes pesquisados. Em 40 alelos, encontrou-se 10 alterações diferentes e cinco pacientes não apresentaram alteração. Nos demais, entre uma a quatro mutações foram encontradas.  Ao se comparar os grupos com e sem mutações detectadas, não houve diferença na idade e no sexo, mas Doença de Cushing e pólipos intestinais só estavam presentes no grupo com mutação. Um elevado percentual de síndrome metabólica foi encontrado. Na população estudada, não foi identificada correlação genótipo-fenótipo.

  • ANTONIO MARCIO GOMES MARTINS JUNIOR
  • Estudo da História Evolutiva dos Gêneros Cebus (Platyrrhini, Cebidae) e Sapajus (Platyrrhini, Cebidae) com base em elementos Alu e região controle do genoma mitocondrial
  • Data: 21/03/2014
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  • Os macacos-prego são um dos grupos de mamíferos neotropicais mais controversos taxonomicamente e com ampla área de distribuição no Novo Mundo. Há pouco mais de uma década um amplo debate acerca da real diversidade de espécies e gêneros de macacos-prego tem sido estabelecido. Recentemente, foi proposto que estes primatas estariam divididos em dois gêneros distintos (Cebus e Sapajus). Porém, ainda não há um consenso acerca desta assertiva e novos estudos, principalmente moleculares, mostram-se necessários para testar esta hipótese. Além disto, estudos moleculares visando entender a diversidade de macacos-prego robustos na região Sul da Bacia Amazônica são ainda inexistentes. Este estudo, foi dividido em dois capítulos distintos visando testar se os macacos-prego estão divididos em dois gêneros e contribuir com o entendimento acerca da diversidade de macacos-prego robustos na região Sul da Amazônia. No segundo capítulo, foram analisadas cinco regiões do genoma nuclear (Alus), enquanto que no primeiro foi analisada a região controle do genoma mitocondrial. Diferentes análises populacionais, filogenéticas e filogeográficas foram feitas para estimar as relações evolutivas entre diferentes linhagens e espécies de macacos-prego, bem como entender o seu histórico de dispersão e diversificação. Para o segundo capítulo, além de confirmar a presença de elementos Alu previamente descritos, foi identificada a existência de uma inserção da subfamília AluSc8 na região genômica Cebidae4 exclusiva dos macacos-prego e uma outra inserção AluSc8 da região genômica Cebidae5 exclusiva do gênero Cebus. As reconstruções topológicas de ambos os capítulos apoiam a separação dos macacos-prego nos gêneros Cebus e Sapajus. No capítulo 1 foram encontradas 10 diferentes linhagens de macacos-prego robustos distribuídos ao longo dos Rios Tocantins, Xingu e Jamari no Sul da Amazônia. Os dados sugerem que o Rio Tocantins é uma barreira geográfica efetiva para os macacos-prego, enquanto que os Rios Jamari e Xingu não são. Foi encontrado que a região Sul da Amazônia teve um importante papel como centro de origem de todos os macacos-prego. Ainda, foi evidenciado que a diversificação das diferentes linhagens sofreu influência das mudanças climáticas do Pleistoceno, apoiando a Teoria dos Refúgios. Por fim, é sugerido aqui que os S. apella do Sul da Amazônia são parafiléticos, sendo oriundos de dois eventos distintos de diversificação: 1. Uma radiação há ~ 2,3 Ma que culminou na origem de nove linhagens de S. apella ao longo dos três rios e 2. um retorno para a Amazônia, após diversificar na Mata Atlântica, a partir do corredor leste há cerca de 0,95 Ma. Portanto, são necessários novos estudos taxonômicos nesta região.
  • ANDERSON JOSE BAIA GOMES
  • EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA E FILOGENIA EM MORCEGOS PERTENCENTES A FAMÍLIA PHYLLOSTOMIDAE (MAMMALIA, CHIROPTERA)
  • Data: 17/03/2014
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  • A família Phyllostomidae é a terceira maior família dentro da ordem Chiroptera, apresentando uma grande diversidade de caracteres morfológicos que, de certa forma, tem dificultado o estabelecimento das relações de parentesco entre os mais diversos níveis taxonômicos. Diferentes conjuntos de dados foram utilizados como intuito de estabelecer as afinidades filogenéticas entre seus integrantes, entretanto poucos trabalhos utilizando caracteres cromossômicos estabelecidas pela pintura cromossômica foram utilizadas nesta família. Neste sentido, a presente tese aprensenta tanto dados de bandeamentos cromossômicos em diferentes citótipos de Rhinophylla pumilio, bem como uma análise através da pintura cromossômica multidirecional em representantes de oito das onze subfamílias de morcegos filostomídeos, objetivando estabelecer as relações de parentesco, tanto ao nível especifico, como uma análise abrangente envolvendo representantes de diferentes subfamílias de Phyllostomidae. Os resultados obtidos permitiram supor que Rhinophylla pumilio provavelmente constitui-se como um complexo de espécie, sendo que o citótipo com 2n= 34 e NF= 62 provavelmente seria o percursor das demais variantes geográficos para espécie. A analise por bandeamentos e pintura cromossômica em representantes de todos os gêneros da subtribo Vampyressina (subfamília Stenodermatinae) permitu estabelecer a monofilia do grupo, corroborar dados prévios quanto a parafilia do gênero Vampyressa e inferir sobre a evolução do sistema cromossômico de determinação do sexo nesta subtribo. A partir de uma análise global dentro da família Phyllostomidae foi possível estabelecer que as subfamílias Micronycterinae, Desmondontinae, Carolliinae e Stenodermatinae apresentaram varias assinaturas cromossômicas (autapomorfias), no entanto a relação entre a maioria das subfamílias não foi possível estabelecer em decorrência de poucos caracteres sinapomórficos existentes. Por outro lado, a relação filogenética entre as subfamílias Carolliinae e Glyphonycterinae pode ser observada, corroborando assim uma perspectiva filogenética amplamente apoiada pelas filogenias moleculares. Finalmente, através da integração dos dados de mapeamentos das espécies analisadas neste trabalho com as associações segmentais de cromossomos humanos, foi possível relacionar as nossas espécies com representantes de outras famílias de morcegos com ocorrência noVelho Mundo e assim propor um cariótipo ancestral para família Phyllostomidae com 2n=46 e NF=60.
  • TALITA FERNANDA AUGUSTO RIBAS
  • Variação cariotípica e mapeamento genômico comparativo em morcegos filostomídeos (Chiroptera – Phyllostomidae)
  • Data: 14/03/2014
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  • Esta dissertação está dividida em três partes: Introdução, Capítulo I e Capítulo II. Introdução. A Introdução faz uma breve revisão da literatura sobre a família neotropical Phyllostomidae, suas classificações taxonômicas propostas, os principais trabalhos filogenéticos, incluindo os preferencialmente utilizados pelos grupos de pesquisa nacionais e internacionais em citogenética, biologia evolutiva e molecular e aspectos morfológicos dos morcegos neotropicais. É dado ênfase aos estudos citogenéticos realizados nesta família, principalmente os estudos de citogenética molecular, e um foco preferencial é dado as subfamílias Phyllostominae, tribo Phyllostomini e Micronycterinae, gênero Micronycteris. Capítulo I. No capítulo I estudei uma espécie do gênero Micronycteris, M. hirsuta, por citogenética clássica e molecular, e descrevi pela primeira vez dados citogenéticos desta espécie na Amazônia brasileira. Com o intuito de investigar a variação cariotípica encontrada em M. hirsuta, os bandeamentos clássicos C, G e NOR, foram realizados, assim como coloração com fluorocromos, Hibridização in situ por Fluorescência - FISH, com sondas de sequencias de DNA ribossômico 18S e telomérico, além de pintura cromossômica com sondas de cromossomos totais dos morcegos filostomídeos Carollia brevicauda e Phyllostomus hastatus. Descrevi dois novos cariótipos para M. hirsuta com 2n=25 e 26 cromossomos, que diferem entre si por uma fusão Robertsoniana. Os resultados de pintura cromossômica mostraram que todo o complemento cromossômico autossômico de M. hirsuta é derivado, corroborando a hipótese de megaevolução cariotípica, em relação a outras espécies de morcegos filostomídeos comparadas no estudo (Desmodus rotundus, Diaemus yongui, Dhyphylla eucaudata, P. hastatus, C. brevicauda, Artibeus obscurus, Uroderma bilobatum e U. magnirostrum). Os cariótipos descritos neste trabalho, adicionados a evidências que sugerem alguma diferenciação geográfica baseada em marcadores morfológicos, moleculares e cromossômicos, reforçam a hipótese de que M. hirsuta não representa um taxon monotípico. Os resultados deste trabalho foram publicados na revista BMC Genetics (2013), 14:119. Capítulo II. No Capítulo II fiz um estudo de filogenia cromossômica em quatro espécies da subfamília Phyllostominae, tribo Phyllostomini: Tonatia saurophila (TSA), Phyllostomus hastatus (PHA), P. discolor (PHA) e Lophostoma silvicola (LSI), com o objetivo de reconstruir as relações filogenéticas desta tribo pelo método da máxima parcimônia. O cariótipo das espécies foram analisados por citogenética clássica (Bandeamentos C, G e NOR) e molecular (FISH com sondas de sequencias de DNA ribossômico e telomérico, e pintura cromossômica com sondas de cromossomos totais de C. brevicauda e P. hastatus). Utilizei os rearranjos cromossômicos como caracteres, codificando em 0 (ausência) e 1 (presença), com base na premissa de que rearranjos cromossômicos tem iguais chances de ocorrer e que são eventos de ocorrência rara no genoma com baixo índice de homoplasia. Todas as espécies possuem 2n constante, embora sejam amplamente distribuídas pela região neotropical. TSA possui um cariótipo altamente rearranjado em relação aos seus congêneres, diferindo por números rearranjos de vários tipos, caracteristíco de megaevolução cariotípica. Por outro lado, Phyllostomus e Lophostoma apresentam extensa similaridade cromossômica, diferindo por somente três pares cromossômicos. Sugiro que a forma acrocêntrica do par 15 é sinapormórfica entre os gêneros Phyllostomus e Lophostoma, e que a forma de dois braços encontrada em PDI e nos demais membros de Phyllostomidae em subfamílias distintas, possuem origens independentes, podendo ser decorrente de hemiplasia ou homoplasia, não tendo portando valor filogenético. Poucas sintenias ancestrais foram conservadas sem rearranjo e a maioria das associações sintênicas são autoapomorfias para TSA ou simplesiomorfias (PHA-11, 14 and 15) para todos os gêneros analisados. A filogenia cromossômica obtida está de acordo com as filogenias moleculares propostas, confirmando a parafilia do gênero Lophostoma em relação a Tonatia, sendo uma prova independente da monofilia da tribo Phyllostomini usando pintura cromossômimca. Este trabalho será submetido à revista Chromosome Research.
  • FERNANDO AUGUSTO RODRIGUES MELLO JUNIOR
  • ANÁLISE MOLECULAR DE FUSÕES GÊNICAS ASSOCIADAS À LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS NO ESTADO DO PARÁ
  • Data: 14/03/2014
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  • O câncer pediátrico (de 0 a 19 anos) corresponde entre 1% e 3% de todos os tumores malignos na maioria das populações. No Brasil, para 2012∕2013, estimam-se 4.570 casos novos de leucemia em homens e 3.940 em mulheres. Dados de registros populacionais do INCA de 2011 revelam que a leucemia linfóide aguda (LLA) é a principal neoplasia que acomete crianças e adolescentes, representando 39% dos casos na região metropolitana de Belém. Até um quarto dos pacientes com LLA ainda apresentam recaída, tendo associação com alterações genéticas recorrentes. O presente estudo se justifica pelo fato de que o conhecimento de características moleculares, como as fusões gênicas, seria de grande utilidade na determinação de um diagnóstico mais preciso e precoce, na colaboração com o direcionamento terapêutico mais adequado e com a avaliação prognóstica mais coerente. Assim, este trabalho teve como objetivo investigar as principais fusões gênicas (TCF3-PBX1, MLL-AF4, BCR-ABL, TEL-AML1 e SIL-TAL) associadas à leucemia linfóide aguda (LLA) em pacientes pediátricos no Estado do Pará. Para isso, foram coletadas 40 amostras provenientes de pacientes do Hospital Ophir Loyola. Foram realizados o isolamento de linfócitos, extração de RNA, RT- PCR, PCR-multiplex e, por fim, a eletroforese em gel de agarose para a possível visualização de produtos amplificados, evidenciando ocorrência de fusão. Foi observado que 50% dos pacientes apresentaram esse rearranjo, sendo que destes 65% SIL-TAL, 20% BCR-ABL, 5% TEL-AML1, 5% TCF3-PBX1 e 5% TEL-AML1 e SIL-TAL simultaneamente. Essas frequências não tiveram associação estatisticamente significativa com os dados clínicos, gênero, idade e resposta ao tratamento, porém teve associação com os grupos de risco, observando-se que essas alterações são mais frequentes em pacientes classificados como grupo de alto risco, sendo a fusão SIL-TAL a mais prevalente nesse grupo. Adicionalmente, tivemos êxito na elaboração de um teste RT-PCR-multiplex, que se mostra uma ferramenta rápida, barata e eficiente para se identificar fusões gênicas, o que é de grande utilidade no auxílio de diagnóstico, prognóstico e tratamento de pacientes de LLA.
  • DARLEN CARDOSO DE CARVALHO
  • INVESTIGAÇÃO DE POLIMORFISMOS ASSOCIADOS À SUSCEPTIBILIDADE E FARMACOGENÉTICA DA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA, NA REGIÃO NORTE DO BRASIL
  • Data: 13/03/2014
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  • A região Norte do Brasil apresenta maiores percentuais de incidência da Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), acima de 39% e é a região com pior taxa de resposta terapêutica no tratamento da LLA infantil, cerca de 70% dos pacientes não respondem ao tratamento convencional para LLA. Dessa forma, eles apresentam uma baixa taxa de sobrevida e séries complicações toxicológicas devido à quimioterapia, o que contribui para um maior índice de mortalidade, se comparado com outras regiões do Brasil e do mundo. Investigamos a relação entre susceptibilidade à LLA infantil, risco de recidiva e toxicidades em pacientes tratados para LLA em 13 polimorfismos funcionais em genes que codificam enzimas metabolizadoras, de reparo do DNA, apoptose e de resposta imune sendo: CYP19A1(rs11575899), NFKβ1 (rs28362491), TYMS (rs16430), IL-1α (rs3783553), CASP8 (rs3834129), UGT1A1 (rs8175347), TP53 (rs17878362), MDM2 (rs3730485), PAR1 (rs11267092), XRCC1 (rs3213239), CYP2E1 deleção 96 pares de base, MTHFR (rs1801133) e ITPA (rs1127354). O estudo abrangeu um total de 148 pacientes com LLA tratados em um hospital de referencia em tratamento Oncológico do Estado do Pará, e 125 indivíduos saudáveis, incluídos como controles nas analises de suscetibilidade genética a LLA. As variantes genéticas dos genes MTHFR e ITPA foram genotipados por PCR em tempo real utilizando ensaios Taqman, enquanto os demais polimorfismos foram investigados por análise de fragmento utilizando o sequenciador automático ABI PRISM 3130. Foi utilizado um painel de 48 Marcadores Informativos de Ancestralidade (MIAs) como método de controle genômico no estudo. Os resultados referentes à suscetibilidade genética mostraram que o risco de desenvolver LLA infantil foi significativamente associado com polimorfismo dos genes CYP19A1 (P<0.0001; OR=7.3072; 95%CI =3.1638– 16.8766) e XRCC1 (P=0.0009; OR=5.1785; 95%CI =1.9618-13.664). Em relação aos aspectos clínicos dos pacientes, o genótipo dominante CC para o polimorfismo do gene MTHFR foi associado a um efeito de proteção de recidiva em crianças em tratamento para LLA (P=0.0401; OR=0.3225; 95%IC=0.1095 – 0.9504). As variantes dos genes MTHFR, TP53, CYP19A1 e IL-1α foram previamente associadas a toxicidades, incluindo neurotoxicidade e infecções, descritas durante o tratamento da LLA infantil. Nossos resultados sugeriram que pacientes infantis com maior contribuição étnica ameríndia têm maior suscetibilidade para desenvolver LLA, assim como maiores taxas de mortalidade e/ou recidiva no tratamento para LLA. Nossos resultados sugerem que a determinação de polimorfismos genéticos e a origem étnica de um paciente são importantes tanto para determinar a suscetibilidade da doença, como para ajudar na previsão clínica no tratamento da LLA infantil.
  • GEISON LUIZ COSTA DE CASTRO
  • ESTUDO CLÍNICO E ANÁLISE DAS PRINCIPAIS MUTAÇÕES NOS GENES LRRK2 E GBBA EM INDIVÍDUOS COM DOENÇAS DE PARKINNSON
  • Data: 13/03/2014
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  • A doença de Parkinson é a segunda desordem neurodegenerativa mais comum e trata-se de uma desordem neurodegenerativa caracterizada pela morte de neurônios dopaminérgicos da parte comparta da substancia negra. Tem seu início por volta da sexta década de vida, porém existem casos precoces que acometem indivíduos até 45 anos e casos juvenis que acomete indivíduos abaixo de 21 anos. Histopatologicamente a doença é caracterizada pela presença de corpúsculos de Lewy. Hoje acredita-se que a doença é causada pela associação de fatores ambientais e genéticos. Vários loci gênicos já foram identificados, apontados como loci PARK, alguns padrão de herança autossômica dominante, como o SNCA e LRRK2, outros com padrão autossômico rcessivo. Além destes, genes não associados aos loci PARK, como o GBA. O trabalho tem como objetivo a identificação das mutações mais frequentes dos genes GBA e LRRK2 e fazer associações com características clínicas e fatores ambientais. Para isto, os será feito um questionário acerca dos fatores clínicos e ambientais. Depois será extraído DNA a partir de sangue periférico pelo método fenol-clorofórmio. Será feita a amplificação dos exons 9 e 10 do gene GBA e dos exons 31 e 41 do gene LRRK2. A identificação das mutações L444P e N370S do gene GBA será feita através de técnica de RFLP. Já as mutações R1441C, R1441G e R1441H e a mutação G2019S do gene LRRK2 serão identificadas através de sequenciamento direto.
  • MARICELI BAIA LEAO BARROS
  • Análise de Mutações e do Padrão de Metilação do gene CDH1 em Pacientes com Câncer Gástrico Difuso Hereditário na População do Norte e Nordeste do Brasil 

  • Data: 12/03/2014
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  • O câncer gástrico (CG) é uma doença com alta prevalência, sendo a quarta neoplasia mais frequente e o segundo tumor maligno mais comum no mundo. A maioria dos casos desse tipo de câncer é esporádico, no entanto em 10% dos casos existe agregação familial e destes, 1-3% surgem como um resultado de síndromes de predisposição hereditária ao carcinoma gástrico, chamado Câncer Gástrico Difuso Hereditário (CGDH). O CGDH é associado a mutações germinativas no gene CDH1 (E-caderina), sendo a hipermetilação do seu promotor o evento epigenético mais associado com a perda da expressão desse gene durante a progressão e invasão tumoral. Com base nesses dados o objetivo geral deste trabalho é avaliar as alterações genéticas, através de um screening molecular, e epigenéticas, através da técnica de Bissulfite Sequencig-PCR , em pacientes com CGDH e seus familiares, provenientes de quatro famílias nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Das 27 amostras analisadas novve (33,4%) eram de pacientes previamente diagnosticados com câncer gástrico do tipo difuso. Duas das quatro famílias analisadas apresentaram mutações na linhagem germinativa do gene CDH1. A família do Norte do Brasil (A) apresentou dois indivíduos, pai e filho, portadores de uma mutação familial no gene CDH1 na posição nucleotídica 185 da sequência precursora do gene (c.185 G>T). A mutação altera a matriz de leitura de aminoácidos de Glicina para Valina. Na família do Nordeste do Brasil (B), foi possível também identificar uma mutação familial de CDH1 em dois irmãos submetidos à análise genética. A mutação em questão foi na posição nucleotídica 1018 (c.1018 A>G) do gene, alterando assim a matriz de aminoácidos de Treonina para Alanina. Não foi observada hipermetilação na região promotora do gene CDH1 em nenhum dos indivíduos das famílias estudadas, pois nenhuma amostra alcançou 20%, dos sítios metilados do fragmento analisado. Apesar disso, 12 amostras apresentaram ao menos um sítio metilado. A frequência de hipermetilação observada em CDH1 varia de acordo com a população estudada ou até mesmo dentro da mesma população, como mostram alguns estudos na população européia e asiática. Essa variação pode ser explicada pela diferença na metodologia aplicada foi utilizada a técnica de MSP (methylation-specific PCR), e esta apesar de ser uma técnica poderosa e sensível para a detecção de hipermetilação do promotor é susceptível a resultados falso-positivos. Também não foi observada nenhuma associação entre o padrão de metilação e as mutações germinativas do gene CDH1. Este é o primeiro estudo que avalia mutações germinativas e hipermetilação do promotor do gene CDH1 em famílias com CGDH no Brasil. É possível que em regiões com alta incidência de CG, como o Norte e Nordeste do Brasil, fatores ambientais ou outros mecanismos moleculares provoquem alterações genéticas diferentes das analisadas neste estudo. Sugerimos também que o processo de metilação não seja o principal responsável pelo desenvolvimento do CGDH nas amostras de pacientes e seus familiares analisados em nosso estudo. Dessa forma, outras alterações genéticas e epigenéticas devem ser investigadas no gene CDH1 ou em outros genes com papel importante na carcinogênese gástrica e relacionados com predisposição hereditária, na tentativa de explicar os mecanismos do CGDH.

  • MICHEL PLATINI CALDAS DE SOUZA
  • ANÁLISE DA VARIAÇÃO DE NÚMERO DE CÓPIAS EM CARCINOMAS PAPILÍFEROS DA TIREOIDE 

  • Data: 06/03/2014
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  • Os tumores da tireoide são os mais comuns do sistema endócrino e dentre estes, os carcinomas papilíferos da tireoide (CPT) são os mais frequentes. Como uma doença multigênica, os CPTs precisam acumular durante o seu desenvolvimento um conjunto de mutações que lhe dêem vantagens seletivas em relação as células normais. Além de mutações nas sequencias de bases do genoma, essas alterações incluem muitas vezes perda e ganho de material genômico, originando as variações no número de cópias (CNVs). O modelo clássico de evolução clonal do câncer propõe que este acúmulo de mutações se dê de forma gradativa, podendo assim levar muitos anos. Porém, pesquisas recentes vem mostrando que o grande número de alterações em células cancerígenas pode surgir a partir de um evento de quebras múltiplas e reordenação em um ou alguns cromossomos, um fenômeno chamado de cromotripse. Seja de maneira gradativa ou não, CNVs no genoma podem acarretar a gênese ou desenvolvimento do câncer. Neste trabalho, avaliamos a ocorrência de CNVs em CPTs ecomparamos os resultados obtidos àqueles de tumores benignos, hiperplasias de tireóide, e de de tecido de tireóide normal. Utilizamos a técnica de aCGH com o uso de arranjos contendo cerca de 160 mil sondas para CNVs, englobando todo o genoma. Ao todo, 24 amostras foram utilizadas, das quais 16 eram de CPT tipo clássico. Destas, 4 amostras (20%) mostraram um alto número de CNVs, com valores de 180 a 335, a maioria delas deleções. Um grande número de CNVs também foi observado em três das quatro amostras de tumores benignos (adenomas foliculares), embora em menor número que nos carcinomas. Alterações em algumas regiões, como por exemplo as deleções de 5q31.2 e 3p25.1, podem ter relevância em uma rota de desenvolvimento de CPTs. As regioes1p35.3 e 3q29 por sua vez, revelaram ser possíveis portadoras de  genes relacionados com a idade de inicio da doença, uma vez que foram as únicas a mostrar diferença estatística quando comparamos pacientes abaixo de 45 anos com aquelas acima de 45 anos. A análise dos resultados de tumores malignos e benignos nos leva a inferir que não apenas um evento de alterações genômicas, mas pelo menos dois ciclos de rearranjos múltiplos podem ocorrer em uma rota de desenvolvimento de CPT. Ressalta-se porém, que mecanismos diferentes (seja no nível gênico ou epigenético) também devem estar envolvidos na gênese e desenvolvimento de tumores de tireoide.

    Palavras-chave: câncer, array-CGH, rearranjos, mutações

  • WILLAM OLIVEIRA DA SILVA
  • EVOLUÇÃO CROMOSSÔMICA EM ROEDORES DO GÊNERO Neacomys (CRICETIDAE, SIGMODONTINAE), DA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA
  • Data: 06/03/2014
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  • Neacomys é um gênero da subfamília Sigmodontinae composto por oito espécies, com distribuição predominantemente amazônica. Os escassos estudos citogenéticos somados à alta convergência de caracteres entre as diferentes espécies fazem a identificação de exemplares deste grupo um desafio, sendo necessárias abordagens multidisciplinares para elucidação de questões taxonômicas e melhor delineamento de suas espécies e sua história evolutiva. Neste estudo fizemos duas abordagens: a primeira voltada para a diversidade cariotípica, com a descrição de cinco novos cariótipos para o gênero (Neacomyssp. 1, 2n=58/NFa=64 e 70; N. paracou, 2n=56/NFa=62 e 66; N. dubosti, 2n=64/NFa=68) através de citogenética clássica e molecular. Além de elaborar uma filogenia com oito espécies (sete já descritas e uma nova espécie, Neacomyssp. 1), utilizando sequências parciais do gene mitocondrial Citocromo b, na qual plotamos os dados cromossômicos. A análise da distribuição dos cariótipos na filogenia molecular sugere que o 2n=56 e um grande número de pares acrocêntricos são traços ancestrais para o gênero. Essas condições são encontradas no ramo mais basal (N. paracou) e pode ter sido retido pelas formas ancestrais de outras espécies aqui estudadas (N. spinosus, N. dubosti,Neacomyssp. 1, N. tenuipes, N. guianae, N. musseri e N. minutus), com um aumento em 2n ocorrendo independentemente em N. spinosus e N. dubosti. Alternativamente, um aumento no 2n pode ter ocorrido no táxon ancestral das outras espécies aqui estudadas, seguido por eventos independentes de redução do 2n em Neacomyssp. 1 e na espécie ancestral de N. tenuipes, N. guianae, N. musseri e N. minutus. Finalmente, um evento de redução drástica no número diplóide ocorreu na espécie ancestral de N. musseri e N. minutus, que apresentam os valores mais baixos de 2n para o gênero. As variações cariotípicas (intra e interespecíficas) encontradas em ambas as amostras, associados à filogenia molecular, sugerem uma evolução cromossômica com amplificação/deleção de heterocromatina constitutiva e rearranjos, incluindo fusões, fissões e inversões pericêntricas. Nossa segunda abordagem foi voltada para o mapeamento genômico comparativo dos cariótipos de N. paracou(NPA-A, 2n=56/NFa=62 e NPA-B, 2n=56/NFa=64), Neacomyssp. 1 (NSP-A, 2n=58/NFa=64) e Neacomyssp. 2 (NSP-B, 2n=54/NFa=66), utilizando sondas cromossomo-totais de Hylaeamysmegacephalus (HME). Além de confirmar que as diferenças cromossômicas são decorrentes de fusões, fissões e inversões peri e paracêntricas, as associações 20/[13,22]/4, 12/[16,17] e a fissão do 1 (em 1a e 1b) são sinapomorfias para Neacomys, suportando a monofilia do gênero, enquanto que as associações 6/21, 7/[9,10] e 20/[13,22] são provavelmente traços ancestrais da tribo Oryzomyini. Além disso, cada espécie apresentou uma série de autapomorfias. A partir desses dados uma filogenia cromossômica foi elaborada, onde Cerradomyslangguthi (CLA) foi utilizado como grupo externo. Nessa filogenia NSP-A ocupa a posição mais basal do gênero, enquanto que NSP-B e NPA (A e B) estão mais proximamente relacionados por possuírem mais sinapomorfias entre si, do que com NSP-A. NPA (A e B) ocupam o ramo mais derivado.
  • KAUÊ SANTANA DA COSTA
  • ANÁLISE ESTRTURAL DO FATOR DE INFECÇÃO VIRAL E SUA INTERAÇÃO COM AS PROTEÍNAS ELOB, ELOC E A3G
  • Data: 24/02/2014
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  • O Fator de infecção viral (Vif) é uma proteína acessória, essencial para o ciclo de vida do HIV em células hospedeiras. A Vif apresenta diversas funções importantes para o HIV, no entanto a principal corresponde à neutralização das proteínas antirretrovirais APOBECs através do recrutamento do complexo E3 ubiquitina ligase. Neste estudo cinquenta mil modelos foram gerados usando o protocolo ab initio Relax do Rosetta que utiliza um conjunto fragmentos de três e nove de resíduos, e realiza a montagem destes através de pesquisa que emprega o algorítimo Monte Carlo; na modelagem utilizou-se também um arquivo de aproximação que definiu a relação espacial entre as cadeias laterais dos resíduos Cys /His e o íon zinco que, juntos, formam um motivo zinc-finger essencial para a atividade da Vif. Para a seleção dos modelos foi realizado análise de centroides e também análise estrutural com relação à formação do zinc-finger e disposição dos resíduos nos domínios de ligação às proteínas do complexo E3 ubiquitina ligase. Dinâmica molecular, análise mutacional e docagem molecular foram utilizados para analisar o modelo teórico. A ligação do zinco ao domínio HCCH altera significativamente o dobramento da Vif e muda a dinâmica estrutural da região HCCH. O zinc-finger da Vif possivelmente exibe geometria tetraédrica, tal como sugerido inicialmente por Mehle et al. (2006). Mutações de alguns resíduos conservados da região N-terminal alteram o mapa eletrostático da Vif e estas alterações podem explicar a interrupção das interações entre os subtipos F1 e F2 com A3H, previamente verificados experimentalmente. O presente modelo demonstrou também que o motivo BC-box liga-se à EloC através dos resíduos Leu146 e Leu149 por interações hidrofóbicas como previamente demonstrado experimentalmente. Este trabalho apresenta o primeiro modelo completo da Vif desenvolvido por modelagem ab initio, bem como sua interação com as proteínas APOBEC3 e o complexo E3 ubiquitina ligase. Esse modelo poderá, portanto, fornecer futuramente informações estruturais para o desenho racional de fármacos antagonistas da Vif.
  • IGOR ANDRADE PESSOA
  • ANÁLISE DE ALTERAÇÕES MOLECULARES DOS GENES TP53, PTEN, IDH1 E IDH2 EM AMOSTRAS DE GLIOMAS
  • Data: 18/02/2014
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  • Glioma é o termo utilizado para designar os tumores derivados das células da glia. São divididos em subgrupos baseados na morfologia histológica e similaridade das suas células com células da glia diferenciadas. Desta forma, são classificados, segundo a Organização Mundial da Saúde, em: astrocitomas, oligodendrogliomas, oligoastrocitomas e ependimomas. Como a maioria dos cânceres, gliomas se desenvolvem como resultado de alterações genéticas que se acumulam com a progressão do tumor. Tendo em vista a importância das mutações nos gene TP53, PTEN, IDH1 e IDH2 nas diferentes propostas da gênese e progressão de gliomas, este trabalho teve como objetivo geral analisar a ocorrência de mutações nesses genes através de PCR/SSCP seguida de sequenciamento direto, comparando os resultados obtidos entre tumores de diferentes graus de malignidade e avaliando a presença de associações estatísticas entre as diferentes variáveis estudadas. O gene TP53 apresentou mutação em 12,2% (6/49) das amostras, cometendo principalmente os éxons 5 e 7. Não houve associação estatística entre a presença de mutação nesses genes e as variáveis sexo, idade e gradação tumoral. No entanto, todas as mutações foram identificadas nos astrocitomas, evidenciando assim um importante papel na gênese e progressão desse subtipo tumoral. O gene IDH1 se apresentou mutado em 17,6% (6/34) dos casos, enquanto que nenhuma mutação no gene IDH2 foi identificada. Os testes estatísticos não mostraram relação significante entre as mutações identificadas em IDH1 e as variáveis estudadas. Em relação ao PTEN, apenas uma mutação no íntron 4 foi identificada em 1 caso. Considerando-se o estadiamento dos casos que apresentaram mutações, sugere-se que mutações nos genes TP53 e IDH1 são eventos precoces na progressão dos gliomas, o que pode ser útil do ponto de vista clínico no que se diz respeito ao acompanhamento dos pacientes e desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais específicas.
  • ADJANNY ESTELA SANTOS DE SOUZA
  • INVESTIGAÇÃO DE MARCADORES GENÉTICOS ASSOCIADOS AO DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM SANTARÉM-PARÁ
  • Data: 20/01/2014
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  • O diabetes mellitus (DM) é a doença metabólica mais comum no mundo e é considerado um grave problema para a saúde. Estudos de associação genômica ampla (GWAs) têm identificado genes de suscetibilidade para o DM2 em diferentes populações e tem se observado que essas populações podem não compartilhar fatores de risco similares. Em uma amostra de 209 diabéticos e 201 não diabéticos residentes em Santarém-Pará, foram analisados oito SNPs (polimorfismos de nucleotídios simples) em cinco genes: Calpaína 10 (UCSNP-19 rs3842570; UCSNP-43 rs3792267; UCSNP-63 rs5030952); ADRB3 (rs4994); ABCC8 (rs1799854); FTO (rs8050136); TCF2L7 (rs7901695 e rs12255372), a fim de buscar a associação com o DM2. Observou-se que a frequência do alelo T do gene ABCC8 (rs1799854) representa risco para o desenvolvimento do DM2 (OR=1,3419; p=0,0422). Em pacientes diabéticos observou-se associação entre os polimorfismos dos genes: Calpaína 10 UCSNP-19 (rs3842570) e: idade atual (p=0,0022); idade de diagnóstico (p=0,0285), nos indivíduos heterozigotos a idade de diagnóstico foi maior; Calpaína 10 UCSNP-63 (rs5030952) e: idade atual (p=0,0170); idade de diagnóstico (p=0,0321); pressão arterial sistólica (p=0,0477) Indivíduos heterozigotos (CT), apresentaram maiores valores de: idade de diagnóstico e pressão arterial sistólica; TCF7L2 (rs7901695) e índice de massa corporal (p=0,0276). Portadores do genótipo CC apresentaram baixo índice de massa corporal em relação aos portadores do genótipo TT e CT. No grupo controle observou-se associação dos polimorfismos dos genes: Calpaína 10 UCSNP-63 (rs5030952) e LDL-colesterol (p=0,00001), portadores do genótipo TT apresentaram níveis mais elevados de LDL-colesterol; ADRB3 (rs4994) e circunferência da cintura nos indivíduos do sexo feminino (p=0,0265), mulheres com o genótipo TT apresentaram valores mais elevados de circunferência da cintura; TCF7L2 (rs12255372) e pressão arterial diastólica (p=0,0364), indivíduos portadores dos genótipos GT e TT apresentaram maiores valores de pressão arterial diastólica. A chance de DM2 é cerca de 1,6 vezes (p=0,0436 OR=1,5952) se o indivíduo apresenta o genótipo TT ou CT do gene ABCC8 (rs1799854). Os polimorfismos presentes nos genes da CAPN10 UCSNP-19 (rs3842570-alelo Del) e ABCC8 (rs1799854-aleloT) foram os que mais explicam a variação da glicemia nos participantes da pesquisa, bem como índice de massa corporal e triglicérides. A associação entre esses polimorfismos e o DM2 pode ser usada como marcador de risco para a doença e suas complicações. Estudos futuros de investigação de outros polimorfismos associados ao DM2 são necessários para avaliar a contribuição genética no risco de desenvolvimento dessa doença na população.
  • RAFAEL RIBEIRO BARATA
  • ANÁLISE GENÔMICA DO MICROBIOMA CULTIVÁVEL ENDOFÍTICO DE FRUTOS DE DENDÊ (Elaeis guineensis Jacq.)
  • Data: 10/01/2014
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  • O dendê, fruto da palmeira Elaeis guineensis Jacq., é mundialmente conhecido pela produção e utilização de seus óleos - óleo de dendê ou de palma (palm oil), extraído da polpa, e o óleo de palmiste (palm kernel oil), extraído da semente. O microbioma endofítico associado aos frutos de dendê pode conter um grande potencial biotecnológico ainda pouco estudado. O presente trabalho objetivou caracterizar a comunidade bacteriana presente no microbioma cultivável endofítico do dendê e analisar genes adaptativos destes microrganismos ao nicho planta. Para isso, frutos de dendê foram desinfectados para a remoção de microrganismos epifíticos, a polpa foi removida e cultivada junto ao meio TSB + emulsão com óleo de dendê. Após a incubação, uma amostra foi filtrada, o DNA total foi extraído e sequenciado, com o 454 FLX (Roche). Utilizando ferramentas de bioinformática foi possível detectar sequências associadas à utilização de carboidratos, metabolismo do nitrogênio e de compostos aromáticos, funções relatadas como ligadas ao estilo de vida endofítico. Quanto à diversidade, foram identificadas 13 espécies que estariam presentes no microbioma, distribuídas em dois filos - Firmicutes e Proteobacteria. Sendo as mais representativas (maior cobertura de sequenciamento) utilizadas para a montagem dos scaffolds genômicos. Quatro scaffolds de diferentes espécies foram obtidos – Lactococcus lactis, Enterobacter cloacae, Serratia marcesens e Klebsiella pneumoniae. Genes relacionados ao estilo de vida endofítico foram encontrados nos quatro scaffolds analisados. Também foram detectados clusters de transporte e metabolismo de carboidratos complexos associados aos vegetais como: sacarose, alfa-galactosideo, glucano, frutose e manose. Estas análises sugerem que as bactérias endofíticas presentes nos frutos de dendê possuem adaptações à planta hospedeira
2013
Descrição
  • MAISE GOMES QUEIROZ
  • “Estudo e Caracterização dos Elementos Genéticos Móveis que conferem Resistência às Carbapenemas em Klebsiella pneumoniae”
  • Data: 11/12/2013
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  • Foram obtidas as sequências de dois plasmídeos que contém blaKPC-2 carregados por duas cepas clínicas de Klebsiella pneumoniae ST442, causadoras de bacteremia em pacientes do estado de São Paulo, Brasil, isoladas com intervalo de tempo de 52 meses entre uma e outra. Os plasmídeos contendo blaKPC-2 foram isolados por transformação da Escherichia coli Top10 e seleção dos transformantes em meio contendo Imipenem. Ensaios de conjugação foram realizados utilizando E. coli J53Azr como receptora. Os plasmídeos foram sequenciados usando a plataforma 454 GS-FLX. Após montagem da sequência, os features foram preditos usando do servidor RAST e curados manualmente. As sequências nucleotídicas para os plasmídeos pFCF1305 (53, 082 bp) e pFCF3SP (54, 605 bp) foram depositadas no GenBank, sob os números de acesso CP004366.2 e CP004367.2, respectivamente. Ambos plasmídeos apresentam um arcabouço característico IncN e com duas regiões adquiridas, uma sendo o Tn4401, o qual carrega blaKPC-2, e outra região relacionada à estabilidade, também encontrada em outros plasmídeos que carregam blaKPC-2. E também, o gene tnpA, o qual codifica uma transposase do Tn4401b, encontra-se truncado no plasmídeo pFCF1305 por um novo e desconhecido elemento móvel, assim caracterizando uma nova isoforma do Tn4401. Surpreendentemente, deleções em duas regiões ricas em iterons e uma região que codifica para anti-restrição no arcabouço IncN foram encontradas na sequência de pFCF1305 (isolada em 2005), quando comparada a do mais recente (2009) pFCF3SP, sendo que, deve haver um ancestral comum para ambos plasmídeos no pool genético anterior a 2005, ou a linhagem ST442 deve ter adquirido esses plasmídeos similares independentemente em eventos diferentes.
  • CAROLINA ROSAL TEIXEIRA DE SOUZA
  • ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE O PERFIL DE ALTERAÇÕES DO GENE MYC, EM CÂNCER GÁSTRICO NO ESTADO PARÁ, COM PARÂMETROS DE DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO: POSSÍVEL IDENTIFICAÇÃO DE ALVOS TERAPÊUTICOS
  • Data: 10/12/2013
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  • A proteína Myc, é um fator de transcrição, e tem efeito em aproximadamente 15% do genoma. Alterações em MYC já foram descritas em vários tipos de câncer, incluindo o câncer gástrico. Elementos externos, como infecção por Helicobacter pylori e vírus Epstein Barr (EBV), são fatores de risco a transformação malígna das células da mucosa gástrica. O presente trabalho teve por objetivo associar alterações genéticas e epigenéticas de MYC em amostras de adenocarcinoma gástrico e corespondentes não neoplásicos, e sua correlação com as características clínico-patológicas dos pacientes participantes. Adicionalmente, mucosas gástricas de pacientes submetidos a endoscopia digestiva alta foram avaliadas quanto a presença de H.pylori e EBV. Observamos que a infecção por H. pylori foi associado a presença de gastrite, e o antígeno cagA foi associado a gastrite moderada/grave como também um fenótipo tumoral mais agressivo. Nos tumores, apesar de não ter ocorrido associação significante entre os patógenos e os fatores genéticos de MYC, todos os tumores apresentaram níveis elevados de expressão e amplificação. EBV elevou significativamente o número de cópias de MYC por qPCR. A desregulação de MYC não se restringe a alterações genéticas puras, tendo sido identificado hipometilação na região promotorada desse gene nos tumores. Nas amostras endoscópicas, a frequência de EBV foi menor que a relatada na literatura e não está associada a nenhum outro fator clínico-patológico. Esses resultados sugerem que a bactéria H. pylori está envolvida na patofisiologia de gastrite moderada a severa, como também é um fator contribuinte no desenvolvimento do câncer gástrico. Assim, o desenvolvimento de vacina contra H. pylori pode levar a prevenção do câncer gástrico por esse patógeno. Complementarmente, a hipometilação, amplificação gênica e aumento na expressão de MYC e mutações podem ser usadas para detectar ou predizer o risco de câncer, e também como alvo para outras estratégias terapêuticas.
  • FABIO PACHECO ESTUMANO DA SILVA
  • ALTERAÇÕES GENÔMICAS EM CÂNCERES DE SISTEMA NERVOSO: ESTUDOS EM MEDULOBLASTOMAS E MENINGIOMAS
  • Data: 06/12/2013
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  • Os cânceres do Sistema Nervoso Central (SNC) são pouco frequentes e muito heterogêneos. No sistema de classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 100 neoplasias distintas são reconhecidas. Entre estas, os meduloblastomas (MBs) apresentam-se como os tumores cerebrais pediátricos mais comuns e os meningiomas como o segundo tipo de tumor primário mais comum do SNC. O progresso nas técnicas e no conhecimento sobre a biologia dos tumores pode gerar marcadores úteis no diagnóstico e no prognóstico, que ajudam a estratificar as variantes histológicas e permite correlações com o sucesso ou a falha dos tratamentos (tradicionais ou personalizados). Sendo assim, nosso trabalho objetivou compilar os dados sobre alterações genômicas, principalmente cromossômicas, que se relacionem com implicações clínicas para os tumores cerebrais e realizar um estudo em meduloblastomas e em meningiomas. Para isso, aplicamos as técnicas de SSCP (Polimorfismo Conformacional de Fita Simples), BSP (Modificação por Bissulfito de Sódio e Sequenciamento) e iFISH (FISH interfásico) para investigar mutações no gene TP53 e no cromossomo 17 em meduloblastomas e a técnica de aCGH (Hibridização genômica comparativa por microarranjos) para investigar variações no número de cópias (CNVs) em meningiomas. Na revisão sobre as alterações cromossômicas de relevância clínica, concluímos que as alterações cromossômicas são muito importantes e que podem auxiliar diretamente na tomada de decisões médicas. Os experimentos em meduloblastomas revelaram ausência de mutações significativas no gene TP53 em meduloblastomas e correlacionou esta ausência com uma alta taxa de sobrevida livre da doença. Os meningiomas, preponderantemente benignos, apresentaram um número muito grande de CNVs detectados por aCGH, contrastando com dados publicados anteriormente, indicando possível correlação com a presença da codeleção de NF2 e CHEK2 (ambos em 22q) e alta instabilidade cromossômica. A busca por marcadores genéticos para os cânceres do SNC é um trabalho contínuo que exige muitos estudos para validar os achados, que podem ter grande importância diagnóstica e prognóstica.
  • LUCIANA GONCALVES QUINTANA
  • ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE SITIOS FRÁGEIS E PONTOS DE QUEBRAS CROMOSSÔMICAS EM PACIENTES COM ANEMIA DE FANCONI
  • Data: 05/12/2013
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  • A ANEMIA DE FANCONI CARACTERIZA-SE POR SER UMA DOENÇA HETEROGÊNEA, PODENDO SER CAUSADA POR 15 GENES SEUS RESPECTIVOS GRUPOS DE COMPLEMENTAÇÃO. ATRAVÉS DO USO DE AGENTES CLASTOGÊNICOS, HÁ UM AUMENTO DAS QUEBRAS CROMOSSÔMICAS EM CÉULAS DE PACIENTES COM ESSA DOENÇA. HÁ ESTUDOS QUE MOSTRAM A CORRELAÇÃO DESSAS QUEBRAS COM CERTOS TIPOS DE CÂNCER E EM CÉLULAS DE PACIENTES COM ANEMIA DE FANCONI. POR ISSO, HÁ A NECESSIDADE DE PORMENORIZAR NOVOS SÍTIOS FRÁGEIS E CONFIRMAR A COLOCALIZAÇÃO NO NÍVEL MOLECULAR–CITOGENÉTICO ENTRE AS QUEBRAS CROMOSSÔMICAS EM ANEMIA DE FANCONI E SÍTIOS FRÁGEIS JÁ PREVIAMENTE DESCRITOS NA LITERATURA. ESSA CORRELAÇÃO FOI FEITA ATRAVÉS DA TÉCNICA DE FISH, USANDO SONDAS LOCO-ESPECÍFICAS DERIVADAS DE BACS, ALÉM DE M-FISH E Mmcb. OS RESULTADOS MOSTRARAM QUE OS PONTOS DE QUEBRA DE PACIENTES DE AF SÃO COINCIDENTES COM SITIOS FRÁGEIS ESTRUTURAIS, NÃO OCORRENDO AO ACASO NOS CROMOSSOMOS HUMANOS.
  • JERSEY HEITOR DA SILVA MAUES
  • Abordagens de bioinformática para detecção de microRNAs intrônicos diferencialmente expressos do miRnoma gástrico tumoral.
  • Data: 04/12/2013
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  • MicroRNAs (miRNAs) são uma grande família de pequenos ncRNAs endógenos com aproximadamente 18 a 22 nucleotídeos, reguladores de expressão de genes em nível pós-transcricional e capazes de mediar o silenciamento gênico. Esse trabalho de bioinformática, da classificação destes pequenos RNAs humanos, é com base na procedência genômica do locus de seus precursores. E utilizando o banco de dados miRBase versão 20 foi possível identificar 55% dos microRNAs da classe intrônica. Essa análise foi usada como referência para a classificação do miRnoma gástrico tumoral, onde foram detectados 55% de microRNAs intrônicos. Ao analisar essa classificação em tipos histológicos gástricos Extra tumoral (E.T) e tumoral (T) de quatro pacientes, foram identificados os seguintes resultados: 54% de microRNAs intrônicos como exclusivos de E.T e T respectivamente; 55% somente em (T) e 49% simultaneamente, compartilhados nos dois tecidos gástricos. Esses resultados corroboram os dados da literatura, que descreveram mais da metade de microRNAs incorporados dentro de íntrons de genes codificadores de proteínas ou em unidades de transcrição não codificante a partir de seus promotores. Além do mais, investigou-se a expressão diferencial desses microRNAs intrônicos, que foram identificados simultaneamente em dois tipos histológicos gástricos do miRnoma tumoral dos pacientes, revelando os seguintes perfis de expressão: 12 de expressão aumentada e 16 de expressão reduzida, representados por meio do fold-change e estatísticas de ponto de corte, agrupamentos hierárquicos e a implicação em diversos tipos de cânceres. Além disso, foram projetados dois grupos como superexpressos e subexpressos pelo ranking do fold-change da expressão individual de 15 microRNAs intrônicos. Foram caracterizados nos tipos histológicos os perfis de expressão relativa de 11 microRNAs intrônicos com a expressão aumentada (miR-135b, miR-141, miR-215 e miR-342) e a expressão reduzida (miR-141, miR-342 e miR-4284). Estes resultados sugerem que a classe intrônica pode ser fisiologicamente ativa em doenças como o câncer gástrico.
  • LAINE CELESTINO PINTO
  • POTENCIAL CITOTÓXICO E GENOTÓXICO DO MEBENDAZOL EM CÉLULAS TUMORAIS GÁSTRICAS
  • Data: 29/11/2013
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  • O câncer gástrico é a segunda causa mais comum de mortalidade por neoplasia ao redor do mundo, principalmente devido ao início tardio dos sintomas clínicos e do diagnóstico, sendo um dos principais motivos que levam a doença a ser frequentemente diagnosticada em um estágio avançado, limitando as abordagens terapêuticas. Neste sentido, fica clara a necessidade do desenvolvimento de estratégias mais eficazes para tratamento. O Mebendazol (MBZ) é um fármaco utilizado para o tratamento de helmintíases em humanos e animais atuando através da despolimerização da tubulina e posterior desestruturação da função dos microtúbulos. Recentemente, o MBZ tem demonstrado a capacidade de inibir o crescimento de diferentes células cancerosas in vitro e in vivo. Com base nisso, o objetivo do nosso estudo foi avaliar o potencial citotóxico e genotóxico do MBZ in vitro em linhagens tumorais gástricas. Para tal, foi avaliado a citotoxicidade do MBZ e dos quimioterápicos 5-fluororacil, oxaliplatina, gencitabina, irinotecano, etoposídeo, cisplatina, paclitaxel e doxorrubicina nas linhagens tumorais gástricas (AGP-01, ACP-03 e ACP-02) através do ensaio colorimétrico do MTT, o mecanismo de morte celular (apoptose ou necrose) desencadeada pelo MBZ através da coloração diferencial de brometo de etídio/laranja de acridina em AGP-01, o status de polimerização da tubulina através da técnica de imunofluorescência indireta após o tratamento com MBZ, avaliação do potencial de invasão e migração da AGP-01 após o tratamento com MBZ, a atividade das metaloproteinases MMP 02 e MMP 09 após o tratamento com MBZ através da técnica de zimografia e o potencial genotóxico do MBZ usando o ensaio cometa (versão alcalina). Os dados revelaram que o MBZ apresentou elevada citotoxicidade nas linhagens tumorais gástricas, sendo que a maior atividade citotóxica foi conferida na linhagem ACP-02 com a CI50 de 0,3864 µM, seguido da linhagem AGP-01 com a CI50 de 0,5891 µM e da linhagem ACP-03 com a CI50 de 1,252 µM e ao associá-lo com o quimioterápico 5-FU demonstrou uma atividade aumentada com a CI50 de 0,3810µM. Além disso, o MBZ induziu apoptose na linhagem AGP-01 após 24 horas de tratamento, demonstrando uma morte celular significativa nas concentrações 0.5 µM e 1.0 µM quando comparado ao controle negativo (p<0,001). Após o tratamento por 14 horas com o MBZ nas três concentrações observou-se uma tendência a despolimerização da tubulina provocando um rompimento da estrutura dos microtúbulos. MBZ inibiu a invasão celular de forma significativa na concentração de 0,1 µM (p<0,0005) e nas concentrações de 0,5 µM e 1,0 µM (p<0,0001) e a migração celular após 12 horas de tratamento nas concentrações de 0,5 µM (p<0,01) e 1,0 µM (p<0,05) e após 24 horas de tratamento em todas as concentrações testadas 0,1 µM (p<0,01), 0,5 µM (p<0,001) e 1,0 µM (p<0,001). E a atividade da MMP 2 ativa reduziu significativamente (p<0,0001) em todas as concentrações testadas em relação ao controle negativo. Em relação ao potencial genotóxico houve um aumento significativo do indice de dano (p<0,05) em todos os tratamentos realizados em relação ao controle negativo. Diante do exposto, consideramos que o MBZ apresenta um potencial anticâncer bastante promissor para pacientes com câncer gástrico avançado. No entanto, estudos clínicos devem ser realizados para avaliar a eficácia no tratamento do câncer gástrico, buscando a melhoria da sobrevida dos pacientes.
  • FABIANO REIS DA SILVA
  • MODELAGEM COMPARATIVA E DINÂMICA MOLECULAR DA PROTEÍNA DE ENVELOPE DA CEPA BE AN423429 (GU808548) DO VÍRUS DA ENCEFALITE DE SAINT LOUIS ISOLADA DE ARTRÓPODE EM BELÉM DO PARÁ,1984.
  • Data: 27/11/2013
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  • O virus da encefalite de Saint Louis (SLEV), pertencente a família Flaviviridae, gênero Flavivirus, é amplamente distribuído nas Américas ocasionando surtos em algumas regiões. O vírus após infectar o homem, pode evoluir e causar doença apresentando sintomas como febre, dor de cabeça, tonturas, mal-estar e náuseas e em alguns casos pode levar o indivíduo a morte. No estado do Pará, este vírus tem sido isolado desde o ano de 1960. Algumas espécies de aves silvestres, bem como de mosquitos, principalmente do gênero Culex são hospedeiros desse vírus. O genoma do SLEV é constituído de uma fita simples de RNA, de polaridade positiva, com aproximadamente 11 kb de comprimento. Esse genoma produz uma poliproteína que posteriormente é clivada formando assim três proteínas estruturais, sendo uma delas a proteína de envelope (E) que apresenta capacidade de fusão com membranas da célula hospedeira e segundo evidências desempenha um papel na patogenicidade do vírus, e outras sete proteínas não estruturais envolvidas na replicação viral. No presente trabalho foi realizada a modelagem comparativa e a dinâmica molecular da proteína de envelope (E) a partir da seqüência de nucleotídeos da cepa viral BE AN423429 (GU808548) do SLEV cedida pela Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas. Diferenças estruturais foram observadas entre o modelo construído para a cepa viral em estudo ao obtido para o molde (4FG0) selecionado a partir da busca empregando o programa BLAST apresentando valores de e-value igual a 0 e similaridade de 97,5% estando disponível no banco de dados de estruturas (http://www.rcsb.org/pdb/home/home.do). Na análise foram constatadas duas diferenças na estrutura primária de aminoácidos na posição 51 (Molde = Ala; BE AN423429=Thr) e 156 (Molde = Phe; BE AN423429=Ser), que foram visualizadas utilizando o programa UGENE. Um modelo tridimensional da proteína E da cepa do SLEV, construído por homologia a partir da seqüência fasta de aminoácidos da cepa BE AN 423429 sendo esta submetida no servidor da web SWISS-MODEL (http://swissmodel.expasy.org) . A estrutura foi avaliada utilizando dados gerados pelo PROCHEK (Com o gráfico de Ramachandran apresentando 83.3% dos aminoácidos a proteína modelada em regiões esterioquimicamente favoráveis), ANOLEA (Apresentado valores de energias dos aminoácidos baixos), QMEAN (Com um valor de 0.582). As representações gráficas e a medição do valor de RMSD (0.055) foram geradas pela leitura dos arquivos pdb com auxílio do software PYMOL. A minimização de energia, dinâmica equilibração e dinâmica de produção está sendo feita com o pacote de programas GROMACS.
  • ANDREZA PINHEIRO MALHEIROS
  • Análise filogenética e morfológica de Echinococcus oligarthrus procedentes do Brasil
  • Data: 29/10/2013
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  • Muitos esforços têm sido feitos para elucidar e definir a taxonomia das espécies do gênero Echinococcus e para atingir esse objetivo mais recentemente tem sido utilizado estudos moleculares para a reconstrução das relações filogenéticas entre as espécies do gênero. Esses estudos permitiram a identificação de espécies crípticas e a separação destas em espécies distintas. Praticamente nenhum estudo foi conduzido nas duas espécies endêmicas das América Central e do Sul, E. vogeli e E. oligarthrus. O objetivo desse trabalho foi contribuir para o conhecimento da diversidade de E. oligarthrus através da análise molecular e morfológica de espécimes procedentes da Amazônia brasileira. No total foram analisados dez espécimes sendo nove procedentes do hospedeiro intermediário natural (cutia – D. leporina) e um do hospedeiro acidental (homem). A análise molecular da sequência parcial de cinco genes nucleares e dois mitocondriais revelou elevada similaridade entre os espécimes deste trabalho. A filogenia obtida com esses marcadores utilizando os métodos de máxima verossimilhança, parcimônia e análise bayesiana mostraram que os espécimes agrupam com E. oligarthrus, porém formam um clado distinto. Os dados da morfometria dos acúleos rostelares dos espécimes procedentes do Brasil são muito diferentes dos descritos para esta espécie em outras regiões geográficas. Todos os espécimes procedentes do Brasil também mostraram elevado organotropismo em contraste à característica localização periférica das lesões císticas descritas na literatura para E. oligarthrus. Sendo assim as informações obtidas quanto ao tropismo tecidual, a morfometria dos acúleos e a filogenia permitem inferir que os espécimes analisados neste trabalho constituem uma espécie distinta de E. oligarthrus.
  • PABLO DIEGO DO CARMO PINTO
  • SUSCEPTIBILIDADE GENÉTICA DA HANSENÍASE EM PACIENTES DO ESTADO DO PARÁ
  • Data: 03/10/2013
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  • A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria intracelular obrigatória Mycobacterium leprae que afeta a pele e nervos periféricos, causando uma infecção granulomatosa crônica. Os pacientes podem ser classificados de acordo com a Organização Mundial de Saúde em PB (com cinco lesões de pele ou menos) e MB (com mais de cinco lesões de pele). Alternativamente, Ridley-Jopling classificaram esses pacientes de acordo com os critérios clínicos, histológicos e imunológicos, estes critérios classificam os pacientes em dois polos, o polo TT (tuberculóide-tuberculóide) com pacientes que exibem uma forte resposta imune celular (RIC) e um teste de baciloscopia negativa, e o polo LL (lepromatosa-lepromatosa) com pacientes que têm uma fraca ou ausente RIC e um esfregaço de pele altamente positivo. No presente estudo investigamos polimorfismos nos genes CYP2E1 [including 1053 C>T, 1293G>C (CYP2E1*1A, CYP2E1*5); 7632T>A (CYP2E1*1A, CYP2E1*6); 96-bp INDEL, CYP2E1*1C (DEL) e CYP2E1*1D (INS)] e GSTM1 (GSTM1*1 e GSTM1*0) como possíveis fatores de proteção para pacientes com hanseníase. Trinta e três polimorfismos nos genes IL1B, IL2, IL4, IL4R, IL6, IL8, IL10, IL12α, IL12β, IL12Rβ1, SP110, TNFα, TNFRSF1α, IFN-γ, IFNγR1, VDR e PTPN22 foram investigados para a associação da susceptibilidade a hanseníase e aspectos clínicos. Os resultados do trabalho sugerem que os alelos CYP2E1*5, CYP2E1*6 e GSTM1*0 podem ser considerados como marcadores de susceptibilidade para a hanseníase, e sua distribuição deve ser melhor investigado, pois sua presença parece conferir proteção contra o M. leprae. Os alelos IL6*-174G, IL12β*458G, IFNGR1*-56C e VDR*BsmIA foram sugeridos como marcadores de resistência a hanseníase e os alelos IL10*-819T, IL10*-592C e TNFα*-1031T e os haplotipos derivados de genes IL1β, IL12β, e TNF foram sugeridos como fortes fatores de risco para o desenvolvimento da hanseníase. O alelo IL4R*1902G mostrou um efeito protetor contra o crescimento bacilar e os alelos IL12Rβ1*1094G, IL12Rβ1*641G e TNFα*-863C foram associados com a progressão aos tipos graves da doença.
  • MARIANA DINIZ ARAUJO
  • Análise do padrão de metilação e expressão de genes envolvidos na via P14/MDM2/P53 em tumores astrocíticos
  • Data: 27/09/2013
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  • Os tumores do Sistema Nervoso Central (CSN) constituem menos de 2% de todos os casos de neoplasias malignas no mundo, entretanto, mesmo com esta baixa taxa de incidência, este tipo de tumor contribui significativamente para o aumento de taxa de mortalidade global por câncer. Os tumores primários do SNC mais comuns são os gliomas (40% a 60%), e englobam os tumores astrocíticos, que de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) são classificados em Grau I e II (baixo grau) e III e IV (alto grau). Estudos têm revelado que alterações genéticas e epigenéticas na via p14/MDM2/p53 auxiliam o desenvolvimento de diversos tipos de tumores, incluindo astrocitomas. Tendo em vista o exposto acima, o objetivo do presente trabalho foi avaliar comparativamente o perfil de metilação e expressão de genes envolvidos na via p14/MDM2/p53 em tumores astrocíticos. Para isso foi realizada a PCR em tempo real de 61 amostras de tumores astrocíticos, sendo feito também sequenciamento de 36 amostras modificadas com Bissulfito de Sódio, para a análise de metilação. Os resultados encontrados demostram que os genes MYC e MDM2 encontram-se significativamente hiperexpressos (p<0.0001 para ambos os genes), enquanto os supressores tumorais p14 e TP53 estão significativamente hipoexpressos (p<0.0001 para ambos os genes). Além disso, para todos os genes foram encontradas associações positivas entre os níveis de expressão e o alto grau de malignidade (p=0.015 para MYC; p=0.0001 para p14; p=0.019 para TP53) e a menor sobrevida (p<0.0001 para p14, TP53 e p=0.028 para MYC). Os resultados da metilação revelaram hipometilação para ambos os genes analisados (MYC e p14). Estes resultados sugerem que nas amostras analisadas o gene p14 não encontra-se regulado pelo processo de metilação, pois embora hipometilado, o mesmo está hipoexpresso. Já a expressão do gene MYC pode estar sendo regulada pelo processo de metilação. Além disso, em decorrência de seus baixos níveis de expressão, p14 pode não está exercendo a função de ligação à MDM2, que está por sua vez hiperexpresso. Logo, MDM2 pode desempenhar seu papel na ubiquitinação de p53, impedindo que o mesmo realize seu papel na indução da apoptose. Dessa forma, podemos concluir que a expressão dos genes investigados no presente estudo está associada com a progressão tumoral e sobrevida, podendo, juntamente com outros marcadores genéticos e epigenéticos, auxiliar no prognóstico dos tumores astrocíticos.
  • GUSTAVO MOARES HOLANDA
  • Investigação da ocorrência de Vírus da Hepatite C em primatas não-humanos.
  • Data: 24/09/2013
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  • O gênero viral Hepacivirus é constituído pelo Vírus da Hepatite C (VHC), além de possíveis classificações dos Vírus GB A, Vírus GB B e Vírus GB C; desses, os Vírus GB A e GB B apresentam como reservatórios primatas não-humanos do Novo Mundo e o VHC e GB C apresentam como reservatórios seres humanos. Ainda não foi identificado em animais silvestres o vírus VHC, nem outros vírus diretamente relacionados a ele, diferentemente de vírus semelhantes ao vírus da Hepatite B e os novos possíveis Hepacivirus de cavalos, cães e roedores. Devido as infecções causadas pelo VHC serem graves, há a necessidade de uma investigação sobre Hepacivirus em outros animais, os quais possam infectar seres humanos. Este trabalho teve como objetivo pesquisar a presença de Hepacivirus, o VHC ou outras espécies virais semelhantes a ele, em soros de primatas não-humanos. Foram utilizados iniciadores que promovem a amplificação da região IRES do VHC, tendo sido analisadas amostras pertencentes a 35 espécies de primatas. Não foram detectados Hepacivírus semelhantes a do VHC em espécies de primatas não-humanos. Dessa forma, estudos que visem solucionar os mecanismos de processos evolutivos que possibilitaram o VHC infectar seres humanos devem concentrar-se em espécies semelhantes aos Vírus GB ou os novos possíveis Hepacivirus descobertos recentemente em cachorros, cavalos e roedores, visto que estes parecem ser o elo de ligação entre o VHC e espécies virais encontradas em primatas não-humanos.
  • ADENILSON LEAO PEREIRA
  • Organização genômica em Necromys lasiurus (Cricetidae: Sigmodontinae) revelada através de Pintura Cromossômica: Uma abordagem genômica comparativa
  • Data: 26/08/2013
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  • Rodentia representa 42% de todos os mamíferos atualmente viventes, possuindo o maior número de suas espécies contidas dentro de Muroidea. Os muroideos da subfamília Sigmodontinae são restritos ao continente Sul-americano e são representados por roedores com ampla distribuição geográfica e grande diversidade morfológica. O gênero sigmodontineo Necromys, representante da tribo Akodontini, é amplamente distribuído no território brasileiro, sendo encontrados em regiões de áreas abertas como o Cerrado. Este gênero é bastante estudado citogeneticamente, possuindo alta estabilidade cariotípica, com 2n=34 e NF=34. Além das análises de citogenética clássicas tradicionais, a espécie N. lasirus tem sido estudada pela técnica de FISH com sondas de Mus musculus, que tem revelado extensiva reorganização cromossômica. Apesar disso, algumas regiões em seu genoma permaneceram sem identificação nesse mapeamento. Esse fato é atribuído à dificuldade na utilização destas sondas entre estas espécies, que são nitidamente distantes filogeneticamente. A utilização de sondas de espécies próximas filogeneticamente à N. lasiurus, podem melhorar as análises eliminando essas lacunas. Neste estudo nós mapeamos o cariótipo de N. lasiurus com sondas de cromossomos totais de Hylaeamys megacephalus, com objetivo de refinar o mapeamento cromossômico e fornecer novas e adicionais informações sobre a organização do genoma nesta espécie. Além disso, realizamos uma ampla análise comparativa entre nossos dados e dados disponíveis na literatura, a fim de avaliar a forma de organização do genoma neste grupo. Nossos resultados revelaram 28 regiões de homologia entre as duas espécies, onde foi possível eliminar lacunas deixadas por estudos anteriores. Nossa análise comparativa entre espécies mapeadas por sondas de H. megacephalus, revelaram 5 blocos sintênicos compartilhados que sugerimos ser comum a maioria das espécies Sigmodontinae. Já nossa comparação entre diferentes espécies utilizadas neste estudo, revelou 10 blocos sintênicos de M. musculus compartilhados entre elas, remetendo a novas e adicionais informações sobre a organização do genoma em Muroidea. Por fim, nossas observações sobre o padrão de quebra evolutivo dos principais blocos compartilhados entre estes roedores, revela que a seleção natural pode estar atuando na forma de organização e manutenção desses blocos durante a evolução do genoma nestes roedores.
  • INGRID REALE ALVES
  • AVALIAÇÃO TOXICOLÓGICA AGUDA E DO DESENVOLVIMENTO DE Eleutherine plicata Herb EM Mus musculus

  • Data: 21/08/2013
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  • Eleutherine plicata é uma planta da América tropical utilizada com vários fins medicinais. Na Amazônia brasileira é utilizada no combate à injúrias relacionadas ao trato gastrointestinal e em outros países da América tropical é empregada como agente abortivo e anti-implantação, assim como no combate de cólicas. Trabalhos anteriores já isolaram constituintes químicos presentes nessa planta que são responsáveis por levar ao estresse oxidativo e que podem interagir com proteínas nucleares como a Topoisomerase, direcionando a célula à apoptose. Para análise da toxicidade aguda, camundongos Suíços fêmeas foram tratadas com o extrato hidro-alcoólico de E. plicata de forma aguda (administração única) em três tempos de coleta biológica. Foi realizado a coleta de  sangue periférico e medula óssea para ensaios de genotoxicidade (ensaio do cometa), mutagenicidade (teste de MN), hematoxicidade e lipoperoxidação (TBARS). Nossos resultados mostraram que o extrato de E. plicata só é genotóxico na maior dose (2120 mg/Kg) e no menor tempo de exposição (24hs), mas esse dano não foi responsável pela formação de danos mutagênicos. O extrato não foi responsável por causar estresse oxidativo, no entanto apresentou uma tendência biológica à hematotoxicidade. Para análise da toxicidade materna, fêmeas prenhes foram expostas ao extrato hidro-alcoólico de E. plicata durante o desenvolvimento embriofetal (D6 – D 17). Para isso, fêmeas nulíparas foram pareadas com machos por um período de quatro horas e, posteriormente, observadas quanto à presença de tampão copulatório (Dia 0). Todas as fêmeas tiveram seu peso e consumo de ração monitorados durante o período de prenhez e vários parâmetros reprodutivos e de toxicidade materna foram analisados. Parâmetros bioquímicos, hematológicos e de fragmentação do DNA (%ID) também foram obtidos das fêmeas ao final da gestação. Nossos resultados mostraram que o extrato de E. plicata não gerou
    toxicidade materna nas fêmeas prenhes. Nossos resultados iniciais mostram que o extrato
    de
    E. plicata possui efeito genotóxico apenas na maior dose (2120mg/Kg) após 24hs da
    administração. No entanto, sugerimos que possa existir um possível efeito compensatório
    de hormese que possibilite o processamento e compensação desse dano. Acreditamos que
    mais testes serão necessários para determinar a segurança da utilização dessa planta
    medicinal pela população.
    a.

  • JEDSON FERREIRA CARDOSO
  • MONTAGEM “DE NOVO” DE PROCARIOTO SEQUENCIADO PELA PLATAFORMA FLX 454: ESTUDO DE CASO MICRORGANISMO ENDOFÍTICO EXTRAÍDO DO AÇAI
  • Data: 13/08/2013
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  • O açai (Euterpe oleracea Mart), palmeira nativa da região Amazônica, vem sendo o alvo de diferentes estudos que visam à descrição e caracterização de produtos bioativos oriundos do fruto desse vegetal. Os estudos em bioprospecção têm como enfoque caracterizar a microbiota bacteriana endofítica do açaí associada a novos biocatalisadores com ação sobre compostos fenólicos e antioxidantes, bem como para melhor compreender quais vias metabólicas participam potencialmente do processo de fermentação bacteriana natural da polpa de açaí. Neste contexto, dados de sequenciamento de próxima geração (Illumina, GS FLX 454, SOLID) e suas respectivas estratégias de montagem têm sido amplamente usados para a obtenção de genomas bacterianos completos auxiliando consideravelmente os estudos em genômica funcional. O presente estudo tem por objetivo definir uma estratégia de montagem híbrida do isolado AÇAI05. Dez isolados bacterianos foram obtidos oriundos do fruto do açai, dos quais o isolado AÇAI05 foi utilizada para obtenção do genoma completo empregando a plataforma NGS FLX 454 (Roche, Life Science). Para a montagem do genoma a partir dos dados gerados pelo sequenciador, utilizou-se uma etapa de pré-processamento empregando o software cd-hit objetivando a remoção de leituras duplicadas. Para o processo de montagem, dois algoritmos (Newbler e Celera) combinando parâmetros diferentes foram aplicados na busca de sobreposição e geração de contigs. A comparação entre contigs foi realizada pelo programa Crossmatch, enquanto que a extensão dos contigs foi realizada pelo programa Minimus. O programa BlastN (http://blast.ncbi.nlm.nih.gov/Blast.cgi) foi usado para avaliar o percentual de similaridade do genoma obtido para a amostra AÇAI 05 com genomas disponíveis no banco de dados do GenBank (www. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/). Sequencias com menor valor esperado (e-value), maior valor de escore (score) e maior percentual de cobertura (coverage) foi utilizada como modelo para gerar o Scaffold empregando o programa Projector2. O fechamento de gaps foi realizado in silico utilizando o programa computacional CLCBio. A validação do Scaffold foi feita mediante aplicação dos programas GPARD e RCAT2. A Anotação genômica automática de todos os produtos gênicos e demais características funcionais foram obtidas utilizando o algoritmo RAST em sua versão web, e para curadoria da anotação, objetivando gerar o mapa genômico, utilizou-se os softwares Artemis e BlastP. Por fim, para disponibilizar o genoma no Genbank, utilizar-se-á a ferramenta Sequin disponível no sítio do NCBI (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/Sequin/). Com os dados gerados pelo GS FLX 454, obteve-se 220.924 leituras e 87.831.937pb, que após pré-processamento pelo cd-hit, foram reduzidas para 184.218 leituras e 72.844.988pb. O total de 60 e 63 contigs foram obtidos (N50=262.887; menor contig= 17; maior contig= 396.664;) aplicando os algorítimos disponíveis nos programas Newbler e Celera, respectivamente. A análise dos contigs pelo programa BlastN evidenciou maior similaridade dos mesmos com a bactéria da espécie P. mirabilis HI4320 (Número de acesso: AM942759) mostrando valores significativos (e-value: 0.0, score: 3.025e+04, coverage: 84%). O comprimento total do genoma foi de 3.912.254pb (17 x de cobertura) com um conteúdo GC de 38,1%. A Anotação automática foi realizada e identificou mais de 3512 sequências codificantes com 14 loci de rRNA e 76 tRNA. Os produtos gênicos estão sendo curados manualmente para que o genoma seja posteriormente disponibilizado no Genbank. A estratégia hibrida de montagem proposta no presente estudo, mostrou-se uma eficaz ferramenta no auxilio para estudos futuros de genômica estrutural e funcional de bactérias.
  • CINTHIA CUNHA MARADEI PEREIRA CAMPOS
  • MODELAGEM ABINITIO E DINÂMICA MOLECULAR DA PROTEÍNA TRANSPORTADORA hMATE1

  • Data: 08/07/2013
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  • A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma neoplasia maligna de células hematopoiéticas resultado de uma translocação recíproca entre os cromossomos 9 e 22, que dá origem ao oncogene bcr-abl. O mesilato de imatinibe é atualmente o tratamento de primeira linha da LMC, mas, apesar dos excelentes resultados, não elimina a doença residual mínima. Estudos realizados em amostras de sangue e medula de pacientes em remissão molecular maior tratados com o Imatinibe e grupo controle, objetivando encontrar genes expressos nas linhagens celulares CD34+ e CD66b+, identificou proteínas de membrana candidatas ao transporte de inibidores de quinase, cujo gene se expressava exclusivamente na medula. Entre estes, genes da família MATE, responsáveis pelo efluxo de diversos fármacos em alguns tipos celulares. SLC47A1 ou hMATE1 é uma proteína transmembranar de 570 aminoácidos, membro da família SLC47, que tem função de efluxo celular e desempenha um importante papel no processo de resistência a fármacos, sendo expressa predominantemente no rim e no fígado. hMATE1 é uma proteína de transporte ativo secundário, que utiliza Na+ acoplado a proteína para o transporte de substâncias para o exterior da célula. O objetivo deste estudo é modelar a estrutura tridimensional da proteína hMATE1. Utilizou-se a técnica de modelagem ab initio com o suíte de aplicativos Rosetta. O modelo resultante foi validado e estabilizado por dinâmica molecular, apresentando uma alta qualidade estereoquímica, com 99,3% dos resíduos em regiões favoráveis e 100% dos resíduos em regiões permitidas. O modelo tem características estruturais compatíveis com membros da família MATE, e apresenta em sua topologia uma 13ª hélice transmembranar não relatada em procariotos. Espera-se, com este modelo, favorecer estudos sobre o mecanismo de efluxo da hMATE1, ainda pouco compreendido.

  • MAURICIO FIGUEIREDO MASSULO AGUIAR
  • PREVALÊNCIA DE DELEÇÕES NO GENE CYP21A2 NA HIPERPLASIA CONGÊNITA NO ESTADO DO PARÁ
  • Data: 27/06/2013
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  • A hiperplasia adrenal congênita (HAC) é um distúrbio genético autossômico recessivo resultante de disfunções enzimáticas da via metabólica do colesterol, cuja etiologia está ligada a deficiência da enzima 21-hidroxilase (21OH) em 95% dos casos. Este processo resulta em pseudohermafroditismo feminino, por acúmulo de substrato da enzima 21OH e aumento de síntese de androgênios nas glândulas adrenais. Mutações convertendo um gene ativo em inativo ocorrem em 65% a 90% dos casos clássicos da deficiência de 21-hidroxilase (isto é, perdedores de sal ou virilizantes simples) e em todas as formas não-clássicas. A deleção de genes é responsável por 10 A 35% das mutações restantes que produzem a deficiência de 21-hidroxilase. PCR (reação em cadeia da polimerase) em tempo real, método baseado para a deteção com a utilização de sondas fluorescentes, permite a detecção destas deleções. A investigação da deleção do gene que causa deficiência da enzima 21OH realizada em 43 indivíduos com diagnóstico clínico de hiperplasia adrenal congênita da população do estado do Pará revelou a presença de seis (6) indivíduos com a deleção. A frequência genotípica foi de 86% para indivíduos normais sem deleções e de 14% para indivíduos com deleções sendo 12% (5/43) indivíduos heterozigotos e 2% (1/43) de indivíduos homozigotos, com uma freqüência alélica de 8% para essa deleção.
  • TANIA MARIA DE SOUZA RODRIGUES
  • POLIMORFISMO EM GENES DE CITOCINAS E DOENÇAS PERIODONTAL EM UMA POPULAÇÃO INDÍGENA DA AMAZÔNIA
  • Data: 21/06/2013
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  • Periodontite crônica (PC) é uma doença infecciosa imune inflamatória modulada por interleucinas (ILs). Polimorfismos nos genes de alguma ILs parecem desempenhar um papel importante no fenótipo dessa doença. O objetivo desse estudo foi investigar se o polimorfismo genético nos genes das IL1α, IL1β, IL1, IL6, IL8, IL10 e TNFα pode estar associado à forma de manifestação de doença periodontal crônica em uma população indígena da Amazônia, comparando o uso do fumo, a idade e o uso de adorno labial. Foram examinados 90 índios, divididos em um grupo com doença periodontal(26) e outro sem doença (64). O DNA foi extraído e PCR e digestão enzimática foram realizados para análise da presença de SNPs e comparado entre os grupos, cuja a significância estava presente com P<0,05. Os resultados não mostraram significância estatística entre os grupos comparados em nenhuma das ILs estudadas, mostrando que a frequência de doença periodontal foi maior em homens acima de 30 anos e que usavam adorno labial. Portanto, conclui-se que o polimorfismo genético nas ILs estudadas não contribui para a presença de doença periodontal nessa população, estando a mesma associada ao gênero, uso do adorno e idade. Porém, estudos com amostra maior poderá ser desenvolvido futuramente.
  • TEREZA CRISTINA DE BRITO AZEVEDO
  • Influência do Diagnóstico Tardio da Leucemia Mieloide Crônica na Resposta Molecular ao Mesilato de Imatinibe
  • Data: 04/06/2013
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  • A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença mieloprolferativa que se origina na célula tronco hematopoética que sofreu mutação resultante no cromossomo Philadélphia (Ph), cuja primeira linha de tratamento é constituída pelos inibidores da tirosina-quinase (ITQ) mesilato de imatinibe. O diagnóstico molecular e monitoramento de resposta ao tratamento da LMC é feito através do gene BCR-ABL pela técnica de reação em cadeia de polimerase em tempo real (RT-PCR), sendo este o exame de escolha em pacientes tratados com ITQ. O RT-PCR tem importância desde o diagnóstico, bem como na avaliação da resposta ao tratamento, recaída molecular precoce ou intolerância ao tratamento com mesilato de imatinibe. O prognóstico em pacientes com LMC é realizado através dos escores de Sokal e Hasford que utilizam critérios clínicos e laboratoriais. É imprescindível a avaliação do impacto da LMC quanto ao tempo de curso da doença até a confirmação diagnóstica e o tempo de demora para início do tratamento com imatinibe, através dos índices preditores da LMC e o cálculo de Kamada & Uchino (1978). Esses fatores, em associação com RQ-PCR, darão o perfil desses pacientes portadores de LMC frente ao tratamento instituído. Avaliar associação do tempo de demora no diagnóstico aos escores de Sokal e Hasford na resposta sustentada ao mesilato de imatinibe (MI). Foram estudados 71 pacientes com LMC na fase crônica em tratamento com MI na dose padrão de 400mg/dia, atendidos no Hospital Ophir Loyola no setor de Onco-hematologia Os níveis de transcritos BCR-ABL foram medidos no diagnóstico e periodicamente, através da técnica de reação em cadeia da polimerase. O grupo de pacientes que iniciou o tratamento com mesilato de imatinibe e foram responsivos foi de 45 pacientes (63,38%), enquanto os 26 pacientes (36,62%) não foram responsivos devido ao diagnóstico tardio da doença. A relevância deste estudo demonstra que o tempo de demora no diagnóstico da doença influencia diretamente no tipo de resposta hematológica, citogenética e molecular, quando tratados precocemente com mesilato de imatinibe.
  • TAISSA MAIRA THOMAZ ARAUJO
  • ANÁLISE DE ALTERAÇÕES GENÔMICAS QUANTITATIVAS EM ADENOCARCINOMA GÁSTRICO DO TIPO INTESTINAL EM PACIENTES COM IDADE IGUAL OU INFERIOR A 50 ANOS
  • Data: 09/04/2013
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  • O câncer gástrico é a quarta causa mais frequente de neoplasias no mundo. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de estômago é o segundo mais frequente na região Norte em homens e o quarto em mulheres. O adenocarcinoma gástrico tem um pico de incidência em pacientes com idade entre 50 a 70 anos. O adenocarcinoma, tumor originado na camada mucosa, é o tipo mais comum de câncer do trato digestivo. Segundo a classificação histológica de Lauren, os adenocarcinomas gástricos podem ser subdivididos nos tipos intestinal e difuso. O adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal é a variante histológica comumente presente em populações de alto risco, sendo resultado da ação de vários fatores ambientais, incluindo a infecção por H. pylori. O tipo intestinal é geralmente precedido de lesões pré‐neoplásicas progressivas, como gastrite crônica, atrofia gástrica, metaplasia intestinal e displasia. Aberrações cromossômicas numéricas são comumente observadas em tumores humanos. Presume‐se que estas alterações são os eventos genéticos de maior prevalência dentre mais de vinte mil tumores sólidos analisados. Neste contexto, análises citogenéticas de tumores objetivam identificar alterações cromossômicas a partir das quais os estudos moleculares de genes envolvidos na patogênese do câncer possam ser desenvolvidos. Estudos envolvendo a Citogenética e a Biologia Molecular (Citogenética Molecular) podem elevar o poder de análise necessário para identificar as várias aberrações que uma célula normal sofre para adquirir um comportamento tumoral agressivo. A aplicação de aCGH em amostras extraídas de vários tipos de tumores, tem revelado recorrentes ganhos e perdas cromossômicas que não foram detectadas por análise citogenética tradicional. Assim, o objetivo deste estudo consistiu em pesquisar as alterações quantitativas do material genômico de adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal em pacientes com idade igual ou inferior a 50 anos, utilizando a técnica de Hibridização Genômica Comparativa por Array. O sistema utilizado foi o Affymetrix® CytoScanTM HD Array, que apresenta no total cerca de 1,9 milhões de sondas para a detecção de CNV e 750.000 marcadores moleculares para SNP. Através da técnica de aCGH utilizada neste estudo, foi possível identificar diversas alterações quantitativas no genoma do adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal. Não foram encontradas associações estatisticamente significantes entre os resultados obtidos e as características clinico‐patológicas dos pacientes estudados. Entre as alterações encontradas, 22 delas apresentaram-se mais frequentes em pacientes com idade igual ou inferior a 50 anos, destacando a amplificação dos genes SEC62, SEC61G, EGFR e TRPV2, que foram significativamente mais frequentes neste grupo de pacientes (p<0,05). Desta forma, essas alterações quantitativas no material genético dos tumores podem estar envolvidas na carcinogênese gástrica destes pacientes e podem ter um papel importante no desenvolvimento da neoplasia em faixas etárias mais baixas, onde o câncer gástrico não é tão frequente.
  • WALLAX AUGUSTO SILVA FERREIRA
  • ANÁLISE DA EXPRESSÃO DOS GENES ENVOLVIDOS NA VIA RB/E2F EM TUMORES ASTROCÍTICOS
  • Data: 08/04/2013
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  • Os tumores do sistema nervoso central representam aproximadamente 2% de todos os tipos de cânceres. Embora a incidência dos tumores do SNC seja pequena, comparada com outras neoplasias, estes tumores estão entre as mais graves malignidades humanas, pois afetam o órgão responsável pela coordenação e integração de todas as atividades orgânicas. Os gliomas são os tumores cerebrais primários mais frequentes, representando mais de 80% de todas as neoplasias do Sistema Nervoso Central e são, atualmente, classificados, pela Organização Mundial de Saúde, em astrocitomas, oligodendrogliomas, tumores mistos e ependimomas. Os gliomas astrocíticos são derivados de células da glia denominadas astrócitos. São considerados as neoplasias primárias mais comuns do SNC e histologicamente mostram diferentes graus de malignidade e podem ser classificados como de baixo (I -II) e de alto (III – IV) grau Estudos recentes demonstram que a formação dos astrocitomas é uma consequência de desregulações em diversas vias, tais como a RB/E2F, sendo esta última comumente desregulada em vários cânceres humanos através de mecanismos genéticos ou epigenéticos. Considerando a premissa de que o estudo dos mecanismos de controle do lócus INK4/ARF pode ajudar no entendimento da patogênese molecular dos tumores astrocíticos, além de sua utilização como marcador diagnóstico e prognóstico e de auxiliar na escolha adequada do tratamento a ser recebido pelo paciente, o presente estudo tem como objetivo geral avaliar e comparar o perfil de metilação, por meio da técnica BSP, e a expressão, usando a técnica de PCR em tempo real, dos genes p16Ink4a, p15Ink4b, CDC6, Bmi1, Ciclina-D1 e RB1 em tumores astrocíticos. Nossos resultados de metilação mostram que todos genes avaliados estão hipoexpressos em todos os graus tumorais. No entanto, os resultados de PCR em tempo real mostram que todos esses genes estão desregulados apenas nos tumores de alto graus, e que hiperexpressão de CDC6 e Bmi-1 em glioblastomas, reprimiu os membros do lócus INK4/ARF (p16Ink4a e p15Ink4b), que por sua vez influenciaram na hiperexpressão de Ciclina-D1 e hipoexpressão de RB1.
  • DEBORA CHRISTINA RICARDO OLIVEIRA FERNANDES
  • PERFIL FARMACOGENÉTICO DOS GENES CYP2B6 E CYP3A5 NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA A RIFAMPICINA EM PACIENTES COM TUBERCULOSE NO ESTADO DO PARÁ
  • Data: 08/04/2013
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  • A tuberculose (TB) é uma patologia que pode apresentar uma evolução grave, causada pelo Mycobacterium tuberculosis.É considerada a segunda causa de morte ocasionada por doenças infecciosas e a primeira causa de morte nos indivíduos portadores de SIDA/HIV (Síndrome da Imunodeficiência Humana/Vírus da Imunodeficiência Humana). O tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil utiliza como esquema padrão três fármacos combinados: Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida. Nos indivíduos coinfectados com TB e SIDA/HIV o tratamento é o composto contendo rifampicina, efavirenz e mais dois inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa. Dentre os efeitos adversos mais graves destaca-se a hepatotoxicidade caracterizada por danos no fígado. Diferentes investigações sugerem que o desenvolvimento de hepatotoxicidade medicamentosa causada por administração da rifampicina com isoniazida e com o efavirenz em pacientes com tuberculose e coinfectados com SIDA/HIV está associada à polimorfismos nos genes CYP2B6 e CYP3A5. Dessa forma, neste estudo investigamos um SNP no gene CYP2B6 e um no gene CYP3A5, além de utilizar um painel de 48 Marcadores do tipo INDEL para estabelecer o controle genômico de ancestralidade, uma vez que a população investigada é miscigenada. A amostra foi composta de 220 pacientes portadores de tuberculose do Estado do Pará, todos eles tratados com o fármaco rifampicina. Estes pacientes foram agrupados segundo a resposta medicamentosa ao tratamento: i) Grupo I, formado por pacientes que não desenvolveram hepatotoxicidade medicamentosa (189 indivíduos, sendo que, sete são coinfectados), (ii) Grupo II, formado por pacientes que desenvolveram hepatotoxicidade medicamentosa (31 indivíduos, sendo que, oito são coinfectados). A análise molecular dos polimorfismos foi realizada por Real Time PCR, utilizando o sistema TaqMan. Para as análises de ancestralidade foi utilizado a técnica de PCR multiplex (três reações de PCR, seguidas de eletroforese capilar). Foram realizadas análises de regressão logística múltipla (SPSS v20.0), para testar prováveis associações desses polimorfismos com as interações medicamentosas nesses pacientes; e o programa STRUCTURE v2.0 para estimar as freqüências referentes a subestruturação populacional da amostra. Os nossos resultados mostraram que trinta e um pacientes (14,1%) dos 220 indivíduos incluídos no estudo desenvolveram hepatotoxicidade medicamentosa. Ao analisamos o homozigoto mutante TT do polimorfismo 516T>G do gene CYP2B6 em conjunto com outras variáveis importantes, que podem explicar a hepatotoxicidade avaliada no estudo, o resultado foi significativo (P= 0,046; OR= 0,063; 95% CI 0,004 – 0,955). Os resultados obtidos do modelo estatístico univariado para a associação do polimorfismo 6986A>G do gene CYP3A5 com os fármacos investigados não diferiram entre as amostras de indivíduos com e sem hepatotoxicidade (P=0.176; OR 0.562; IC 95% 0.255-1.238). Na amostra analisada observamos um aumento significativo de hepatotoxicidade nos indivíduos portadores de tuberculose coinfectados com SIDA/HIV em relação aos indivíduos não coinfectados (p < 0.001). Concluímos que o gene CYP2B6 é um importante gene preditor de resposta terapêutica ao tratamento com rifampicina.
  • STELLA MIRANDA MALCHER
  • Oecomys catherinae (Cricetidae – Sigmodontinae): caracterização cromossômica e mapeamento genômico comparativo com sondas de Hylaeamys megacephalus
  • Data: 04/04/2013
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  • A Ordem Rodentia constitui-se como a ordem de mamíferos com maior número de espécies, com aproximadamente 42% das 5.419 espécies de mamíferos conhecidas atualmente. Na ordem Rodentia está inserida a Família Cricetidae e nesta a subfamília Sigmodontinae, que é representada, em sua grande maioria, por roedores sul-americanos, e entre estes estão os representantes do gênero Oecomys, que é constituído por 16 espécies, e destas, 11 ocorrem no Brasil. Os cariótipos das espécies desse gênero apresentam grandes variações cariotípicas, com conjuntos cromossômicos que variam de 2n=58 à 2n=86, sugerindo elevado grau de rearranjos cromossômicos ocorrido no cariótipo dessas espécies. Por apresentar essa grande variação cariotípica, se fazem necessárias análises mais refinadas, como por exemplo, o uso da técnica de Hibridização in situ Florescente (FISH), para realizar o mapeamento genômico comparativo, que poderá ser utilizado no auxilio de identificação das espécies, juntamente com a Taxonomia, uma vez que os cariótipos podem ser usados como marcadores para a definição de espécies. Neste trabalho foi analisado, por citogenética clássica e molecular, quatro exemplares da espécie Oecomys catherinae (2n=62 e NF=62). Este cariótipo difere dos já descritos na literatura. Pelo padrão de bandeamento G foi possível agrupar corretamente os pares homólogos no cariótipo. O padrão de bandeamento C mostra a Heterocromatina Constitutiva (HC) na região pericentromérica do cariótipo. A FISH com sondas telomérica humana, mostrou marcações em todos os telômeros, com ausência de marcação intersticial. A FISH com sondas de cromossomo total de Hylaeamys megacephalus (HME) no cariótipo de O. catherinae (OCA) revelou 37 segmentos de homologia. Quinze cromossomos de HME (HME 2, 3, 4, 7, 8, 11, 12, 15, 18, 20, 21, 24, 25, 26 e X) apresentaram sintenia conservada. Cinco sondas (HME [9,10], 14, [16,17], 18 e 23) hibridizaram em 2 regiões, e outras quatro (HME 1, 5, 6 e [13,22]) hibridizaram em 3 regiões de OCA. Quatro pares de OCA (7, 8, 10, 17) hibridizaram com duas sonda de HME, mostrando as associações 19/23, 20/13, 26/11 e 22/21
  • LUIS CARLOS GUIMARAES
  • MODELAGEM POR HOMOLOGIA DO PROTEOMA PREDITO DE Corynebacterium pseudotuberculosis E DINÂMICA MOLECULAR DA METALOENDOPEPTIDASE DESTE ORGANISMO
  • Data: 28/03/2013
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  • Quase 100 anos após a descoberta da Corynebacterim pseudotuberculosis, agente etiológico da Linfadenite Caseosa, não existem tratamentos efetivos para esta doença. Neste trabalho é apresentado um estudo em grande escala das proteínas preditas a partir de sequências genômicas de três linhagens de C. pseudotuberculosis, através de técnicas de bioinformática e modelagem molecular comparativa, visando investigar e discutir os seguintes aspectos: (i) quais sequências podem ter suas estruturas tridimensionais (3D) geradas e qualificadas por técnicas de modelagem por homologia, usando o workflow MHOLline; (ii) associar a estes modelos proteicos uma classificação enzimática (EC), através da ferramenta ECNGet (implementada no MHOLline); (iii) inferir possíveis funções biológicas às sequências inicialmente anotadas como hipotéticas, e/ou sugerir uma possível reanotação funcional; (iv) comportamento dinâmico da proteína metaloendopeptidase através do programa fDynamo, (v) identificar o genoma central, acessório e linhagem específico. Analisando 2059, 2053 e 2110 sequências proteicas preditas a partir de sequências genômicas de três linhagens de C. pseudotuberculosis, Cp1002, CpC231 e CpFRC41 respectivamente, foram gerados 1085 modelos proteicos tridimensionais para a linhagem Cp1002, 1077 para a CpC231 e 1119 para a CpFRC41. Destes modelos, 357 da Cp1002, 352 da CpC231 e 373 da linhagem CpFRC41 foram associados a um EC. Nos estudos de dinâmica molecular realizados, o principal resultado obtido indica que a presença do zinco induz certa estabilidade a proteína, uma vez que o modelo que possuí o zinco ancorado em sua estrutura apresenta um nível de energia menor e os resíduos que interagem são os mesmos descritos na literatura. Para o estudo do genoma central, temos que 1905 genes compõem o mesmo, contudo, a tendência é que a quantidade de genes reduza à medida que novas linhagens sejam adicionadas aos estudos comparativos.
  • KARINA MOTTA MELO LIMA
  • Avaliação do efeito tóxico, genotóxico e mutagênico da rotenona usando duas espécies de peixes como organismo teste.
  • Data: 12/03/2013
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  • A rotenona é um composto derivado do gênero Derris e Lonchocarpus usado como pesticida e piscicida. Estudos relatam que seu mecanismo de ação provoca o bloqueio da cadeia respiratória e pode contribuir com a formação de espécies reativas de oxigênio, podendo causar danos a diferentes tipos de moléculas, inclusive o DNA. Além disso, investigações a respeito do seu potencial mutagênico, mostram que a substância pode causar aumento na formação de micronúcleos, sendo sugerido por muitos autores que seu mecanismo de formação seja por aneuploidia. Embora a rotenona já tenha sido bastante estudada, a grande maioria dos trabalhos foram feitos em cultura celular. O presente trabalho investigou o potencial mutagênico da rotenona usando peixes como organismo teste, tendo em vista que in vivo uma substância pode agir de forma diferenciada devido ao processo de metabolização. O trabalho usou duas espécies de peixes como organismos modelos: Poecilia reticulata e Orecochromis niloticus. A espécie P. reticulata foi exposta a testes que permitiram avaliar a toxicidade aguda da rotenona em diferentes concentrações de exposição. Os resultados mostraram um aumento da mortalidade dos peixes expostos tanto em relação a concentração quanto ao tempo de exposição. Dos organismos que sobreviveram a este ensaio foram feitas análises histopatológicas das brânquias e do fígado; os dois órgãos analisados apresentaram alterações após a exposição, embora isso tenha ocorrido em maior escala nas brânquias. Os ensaios relacionados a genotocixidade foram feitos na espécie O. niloticus. Houve um aumento na formação de micronúcleos, mas não observou-se aumento na fragmentação do DNA. O uso da técnica de FISH (hibridização in situ) mostrou que a substância é aneugênica, confirmando o que havia sido proposto anteriormente na literatura. Os resultados atentam para os perigos potenciais da rotenona para indivíduos continuamente expostos.
  • ADAUTO LIMA CARDOSO
  • Diversidade cariotípica em uma assembleia do gênero Brachyhypopomus (Gymnotiformes: Hypopomidae) da Amazônia central.

  • Data: 26/02/2013
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  • Brachyhypopomus constitui um dos mais diversos gêneros de peixes elétricos da ordem Gymnotiformes, com registros do Panamá ao Uruguai. Na região de Tefé foi identificada uma assembleia deste gênero constituída por onze espécies. O número diploide (2n), fórmula cariotípica (FC) e localização da heterocromatina constitutiva (HC) dessas espécies, exceto B. n. sp. ROYE, foramdescritos por coloração convencional e bandeamento C. Análise dos cromossomos durante a meiose também foi realizada em B. pinnicaudatus e B. n. sp. FLAV. Grande diversidade interespecífica foi registrada: B. n. sp. HAMI (2n=36; 6m-sm/30st-a), B. brevirostris (2n=38; 38st-a), B. n. sp. HEND (2n=38; 34m-sm/4st-a), B. n. sp. REGA (2n=38; 14m-sm/24st-a), B. n. sp. BATE (2n=40; 38m-sm/2st-a), B. beebei (2n=40; 8m-sm/32st-a), B. bennetti (2n=40; 2m-sm/38st-a), B. walteri(2n=40; 2m-sm/38st-a), B.pinnicaudatus(2n=41♂/42♀; 1m-sm/40st-a♂/42st-a♀) e B. n. sp. FLAV (2n=43♂/44♀; 1m-sm/42st-a♂/44st-a♀). Essa grande diversidade cariotípica é consequência de rearranjos cromossômicos ocorridos durante a história evolutiva deste grupo. Fusões/fissões explicam a variação no 2n, e inversões e translocações explicam a variação na morfologia dos cromossomos. O padrão de distribuição de heterocromatina constitutiva foi bastante divergente entre as espécies, indicando o importante papel desta classe de DNA na evolução cariotípica. Os sistemas X1X2Y surgiram independentemente entre as duas espécies em que foram identificados.A diversidade cariotípica encontrada valida a identidade de cada espécie.Identificamos maior diversidade cariotípica entre espécies irmãs simpátricasque entre espécies irmãs em alopatria. As diferenças cariotípicas podem estar envolvidas no processo de especiação deste grupo, atuando como barreria reprodutiva pós-zigótica.

  • PEDRO EDUARDO BONFIM FREITAS
  • Caracterização molecular e avaliação da correlação genótipo-fenótipo em pacientes com hiperfenilalaninemia por deficiência de fenilalanina hidroxilase do estado do Pará.
  • Data: 22/02/2013
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  • A Fenilcetonúria (PKU) consiste em uma doença autossômica recessiva resultante da deficiência de fenilalanina hidroxilase (PAH). As hiperfenilalaninemias (HPA) por deficiência de PAH é acompanhada por uma ampla variedade de características clínicas, bioquímicas e moleculares. Este estudo teve como objetivos principais: realizar a caracterização das alterações moleculares no gene da PAH em pacientes com HPA por deficiência de PAH do estado do Pará e correlacionar as alterações moleculares identificadas aos dados bioquímicos e clínicos dos pacientes. Amostras de sangue total de 32 pacientes (21 pacientes fenilcetonúricos e 11 pacientes HPA não-PKU) foram submetidas à extração de DNA e posteriormente todos os 13 éxons e regiões adjacentes do gene PAH foram amplificados por PCR e analisada através de sequenciamento direto do DNA. Os dados clínicos e bioquímicos (níveis de Phe sanguínea) foram obtidos a partir de um levantamento nos prontuários dos pacientes. A evolução bioquímica (melhora ou piora dos níveis de Phe durante o tratamento) dos pacientes foi avaliada pelo PhiLongitudinal e os valores da atividade residual prevista para PAH (ARP) foram obtidos a partir de uma consulta no Banco de Dados de Análise de Mutações no gene da PAH (PAHdb). A análise molecular destes pacientes identificou 20 alterações diferentes, sendo 17 mutações associadas com a doença e 3 polimorfismos não patogênicos . Neste estudo foram identificados 49,2% dos alelos mutantes, sendo que as mutações mais freqüentes foram IVS10nt-11g>a (7,9%), R261Q (7,9%), V388M (6,3%) e I65T (4,7%). Dos 32 pacientes analisados, 9 tiveram o genótipo definido. As manifestações clínicas e o PhiLongitudinal, não apresentaram associação estatisticamente significante com a presença dos alelos mutantes, porém os pacientes com 1 ou 2 alelos mutantes identificados apresentaram concentrações de Phe significativamente maiores em relação aos pacientes com mutação não identificada. O nível de adesão ao tratamento dos pacientes PKU foi insatisfatório, pois a maioria dos pacientes apresentou níveis de Phe sanguínea acima dos valores recomendados pela literatura. A maioria das mutações identificadas nos pacientes da amostra está associada com o fenótipo bioquímico de PKU clássica (5 mutações) ou PKU moderada (4 mutações). Os pacientes com fenótipo de PKU clássica apresentaram mutações que conferem atividade enzimática baixa ou nula (ARP entre 0 – 10%) e os maiores níveis de Phe pré-tratamento foi observado nestes pacientes. Na maioria dos pacientes com mutação identificada (1 ou 2 alelos mutantes identificados), foram observadas mutações associadas com o fenótipo de PKU moderada. Nestes pacientes a média dos níveis de Phe pré-tratamento foi igual 14,4 mg/dL e a ARP variou de 26 – 43%. Nos pacientes com genótipo conhecido (2 alelos mutantes identificados) foram observadas associações e inconsistências entre o genótipo e o fenótipo metabólico e a ARP (6 pacientes) mostrou associação com os níveis de Phe sanguínea no diagnóstico (pré-tratamento) e durante o tratamento destes pacientes.
2012
Descrição
  • ROMMEL THIAGO JUCA RAMOS
  • Pipeline para obtenção de genomas bacterianos por sequenciamento semicondutor.
  • Data: 28/12/2012
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  • Os sequenciadores de segunda geração revolucionaram a geração de dados biológicos. O primeiro grande desafio destas plataformas foi a manipulação dos dados e o desenvolvimento de algoritmos capazes de realizar a montagem de genomas a partir de leituras curtas. Atualmente, já estão disponíveis as tecnologias de terceira geração de sequenciamento como: Ion Torrent PGM, a qual realiza a identificação da base através da detecção do hidrogênio(H) liberado durante a incorporação de uma base no sequenciamento. Em função de características particulares desta plataforma houve a necessidade de se desenvolver “pipelines” e ferramentas para o processamento destes dados. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um pipeline para obtenção de genomas procariotos completos sequenciados na plataforma Ion Torrent. Identificou-se que o tratamento de dados com apenas baseado no filtro de qualidade Phred é suficiente para que se obtenha a maior representatividade de produtos gênicos completos após a montagem do genoma. Foi definido o “pipeline” para a montagem de genomas procariotos obtidos a partir da plataforma Ion Torrent PGM, no qual foi desenvolvido o programa Quality Assessment Long Reads para realizar o filtro de qualidade, além de um novo método para fechamento de gaps, tendo como modelo o organismo Corynebacterium pseudoturberculosis 316. Além disto, demonstrou-se a alta eficiência da plataforma Ion Torrent PGM, utilizando bibliotecas pareadas, na representação de genomas procariotos e na simplificação do processo de montagem de Corynebacterium pseudotuberculosis 31.
  • ROMMEL THIAGO JUCA RAMOS
  • Pipeline para obtenção de genomas bacterianos por sequenciamento semicondutor
  • Data: 28/12/2012
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  • Os sequenciadores de segunda geração revolucionaram a geração de dados biológicos. O primeiro grande desafio destas plataformas foi a manipulação dos dados e o desenvolvimento de algoritmos capazes de realizar a montagem de genomas a partir de leituras curtas. Atualmente, já estão disponíveis as tecnologias de terceira geração de sequenciamento como: Ion Torrent PGM, a qual realiza a identificação da base através da detecção do hidrogênio(H) liberado durante a incorporação de uma base no sequenciamento. Em função de características particulares desta plataforma houve a necessidade de se desenvolver “pipelines” e ferramentas para o processamento destes dados. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um pipeline para obtenção de genomas procariotos completos sequenciados na plataforma Ion Torrent. Identificou-se que o tratamento de dados com apenas baseado no filtro de qualidade Phred é suficiente para que se obtenha a maior representatividade de produtos gênicos completos após a montagem do genoma. Foi definido o “pipeline” para a montagem de genomas procariotos obtidos a partir da plataforma Ion Torrent PGM, no qual foi desenvolvido o programa Quality Assessment Long Reads para realizar o filtro de qualidade, além de um novo método para fechamento de gaps, tendo como modelo o organismo Corynebacterium pseudoturberculosis 316. Além disto, demonstrou-se a alta eficiência da plataforma Ion Torrent PGM, utilizando bibliotecas pareadas, na representação de genomas procariotos e na simplificação do processo de montagem de Corynebacterium pseudotuberculosis 31
  • TARCISIO ANDRE AMORIM DE CARVALHO
  • Prevalência e Associação de Polimorfismos Genéticos à Hipertensão Arterial em Afrodescendentes do Estado do Pará
  • Data: 28/12/2012
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  • A hipertensão arterial (HA) é um dos fatores de maior mortalidade e morbidade relacionada ao sistema cardiovascular. Influenciada pelo aumento do volume de sangue circulante e rigidez vascular a pressão arterial é considerada elevada quando cronicamente superior a 140mmHg durante a sístole e/ou 80mmHg durante a diástole. Análises moleculares sobre os mecanismos envolvidos na regulação do volume de sangue circulante e aumento da rigidez vascular tem sido comumente realizados. Dentre essas, o sistema renina angiotensina (SRA) é o maior controlador do volume de sangue circulante. Polimorfismos nos genes envolvidos no SRA (AGT, REN, ACE, AGTR1 CYP11B2) e outros como os relacionados aos canais epiteliais de sódio(SCNN1B), alfa-aducina (ADD), proteínas G (GNB3), óxido nítrico sintase (NOS3) tem sido associados à elevação da pressão arterial. Assim esse estudo pretendeu estabelecer um vínculo genético de hipertensão arterial em uma amostra de indivíduos afrodescendente do estado do Pará. Foram amostrados 543 indivíduos, dentre os quais 306 (56,4%) classificados como controles (pressão arterial normal) e 237 (43,6%) como hipertensos. Foram obtidos dados antropométricos e dosagens bioquímicas dos indivíduos participantes. Um total de 54 polimorfismos nos genes selecionados foram genotipados por sequenciamento de DNA e por SNPlex®. A hipertensão apresentou associação direta com a idade e fatores associado à obesidade (elevado índice de massa corpórea, percentual de gorduras e circunferência de cintura). Em relação aos polimorfismos genéticos, após análise pela regressão logística, aqueles que apresentaram associação com elevação da pressão arterial foram os genes AGT (-6a/g, R-30P), REN (-4021 c/t, 5795 t/c), ACE (-239 a/t, 7941 a/g), AGTR1 (44221 a/g), SCNN1B (V434M) e ADD1 (G460T). Alguns polimorfismos somente apresentam risco quando analisados em haplótipos, sendo um desses presentes no REN (C4021 C595 C1037 e T4021 C595 C1037) e no gene ACE (T-239 G7941 T8342). Os resultados indicam que os polimorfismos encontrados em associação com a hipertensão arterial apresentam-se como marcadores de risco para a patologia em populações afrodescendentes da Amazônia.
  • IVES UCHOA DE AZEVEDO
  • “EXPRESSÃO DO GENE MYC EM LINHAGEM PARAENSE DE TUMORES GÁSTRICOS”.
  • Data: 21/12/2012
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  • O câncer é uma desordem, com potencial hereditário, das células somáticas, sendo o resultado do acúmulo de mudanças genéticas múltiplas. O câncer gástrico, especificamente o adenocarcinoma, foi uma das maiores causas de morte no século XX. Hoje é o quarto tumor maligno no mundo. Recentes avanços em análises moleculares de lesões neoplásicas e pré-neoplásicas do estômago tem revelado uma variedade de alterações genéticas e fatores epigenéticos que determinam um processo de múltiplos eventos da carcinogênese gástrica. Na presente tese iremos analisar a expressão do gene MYC, hTERT e TP53 em linhagem paraense de tumores gástricos. Na primeira parte é uma revisão da literatura sobre o assunto incluindo a genética do câncer gástrico com seus genes supressores e de reparo. Considerações anatômicas e histológicas incluindo sistema de classificação, apresentação clínica, tratamento e prognóstico. Na segunda parte estudaremos a expressão do gene MYC, H TERT e TP53 e o estado da arte do câncer gástrico no estado do Pará onde nosso grupo de pesquisa desenvolve há doze anos pesquisa nessa área. As alterações mais consistentes encontradas em tumores gástricos da população paraense envolvem o gene MYC (C-MYC), localizado em 8q24. Células das três linhagens de câncer gástrico estabelecidas no Laboratório de Genética da UFPA - ACP02, ACP03 e AGP01 - serão utilizadas para o estudo da expressão gênica, assim como também utilizaremos a linhagem celular PG100 do Rio de Janeiro Cell Bank, que foi imortalizada a partir de uma amostra de tipo histológico desconhecido de um paciente brasileiro. No nosso conhecimento, essas linhagens de CG do Brasil são as únicas descritas na literatura. Na terceira parte mostraremos a metodologia e estratégia de ação onde fazemos uma comparação entre linhagens tumorais e tecido não tumoral utilizando como parâmetro de comparação uma cultura primária de células de mucosa gástrica normal (MNP01), a qual foi desenvolvida da mistura de tecidos gástricos não neoplásicos de quatro indivíduos, sendo analisados por imunofluorecência e reação em cadeia PA polimerase em tempo real. Em conclusão a expressão de TP53 foi inversamente proporcional à expressão dos genes MYC e HTERT nas quatro linhagens celulares tumorais analisadas no presente trabalho. Nossos resultados apoiam a hipótese de que a desrepressão de HTERT e a inativação da via supressora do tumor de p53 são induzidas pela superexpressão de MYC.
  • ALBERTO MITSUYUKI DE BRITO KATO
  • ANÁLISE MOLECULAR DO EXON 10 DO GENE RECEPTOR DE TSH EM PACIENTES COM TUMORES DA TIREÓIDE
  • Data: 20/12/2012
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  • O câncer da tireoide é a quinta neoplasia mais frequente entre as mulheres. A incidência dessa doença vem aumentando substancialmente nos últimos anos. O objetivo do estudo foi determinar a frequência do polimorfismo D727E no gene tshr e associar aos diferentes fenótipos clínicos de tumores de tireoide. 48 pacientes portadores de tumores da tireoide foram operados em hospital de referência de Belém (Pará, Brasil). O grupo-controle foi composto de 131 indivíduos livres de doenças da tireóide. Foram encontrados 26 pacientes com tumores malignos e 22 benignos. A frequência alélica do polimorfismo D727E foi de 17,7% em pacientes com tumor de tireoide e 8% no grupo-controle (p<0,03). O polimorfismo D727E mostrou-se em heterozigose em seis pacientes dos 23 com carcinoma papilar e em um com carcinoma folicular. Um paciente com carcinoma folicular e um com carcinoma indiferenciado não apresentaram o polimorfismo. Sete pacientes dos 15 com bócio colóide apresentaram D727E (seis em heterozigose e um em homozigose). Dois dos seis pacientes com adenoma folicular apresentaram o polimorfismo. A análise da distribuição da idade de pacientes com câncer mostrou que houve diferença entre os pacientes com diagnóstico de câncer (48,7±14,7 anos) em relação a pacientes com doença benigna (37,8±11,7 anos). A idade de início dos sintomas, que melhor separa os grupos, foi 46 anos. As variáveis gênero feminino, antecedente familiar e idade ≥41 anos foram associadas à presença do polimorfismo D727E (p = 0,026), o que não foi observado nos pacientes que não apresentavam o polimorfismo. A ocorrência simultânea dos fatores: gênero feminino, antecedente familiar e idade ≥46 anos foi relacionada com maior frequência em pacientes com patologia maligna da tireóide (p=0,0047). Estudos adicionais com um maior tamanho amostral são necessários para investigar com mais força estatística a relevância do polimorfismo D727E na gênese do câncer de tireoide e do bócio nodular coloide.
  • EDITH CIBELLE DE OLIVEIRA MOREIRA
  • Análise da Expressão diferencial do transcriptoma de raiz de Piper nigrum L. em resposta a infecção por Fusarium solani f. sp. piperis
  • Data: 19/12/2012
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  • A Pimenta -do -reino (Piper nigrum L.) é uma especiaria consumida mundialmente que possui grande importância sócio-econômica. O Brasil é um dos maiores produtores dessa cultura, sendo o estado do Pará, o maior produtor nacional. Uma das principais limitações para produção da pimenta-do-reino no Brasil é a doença conhecida como podridão das raízes, ocasionada por Fusarium solani f. sp. piperis. Por anos o controle dessa doença vem sendo investigado, porém até então pouco se sabe a respeito da resposta da planta ao ataque do patógeno. Considerando que entender os mecanismos moleculares envolvidos nessa resposta pode representar uma iniciativa para criação de programas de melhoramento genético. Neste trabalho utilizou-se a técnica RNA-seq aliada a plataforma SOLiD de seqüenciamento para criar uma referência para os transcritos de P. nigrum e para analisar os genes diferencialmente expressos em resposta à infecção com Fusarium solani. Foram produzidas mais de 67 milhões de leituras curtas no seqüenciamento com a plataforma SOLiD V-3. A montagem De novo foi feita usando o método Multiple-k e STM- o que possibilitou a obtenção de 16941 unigenes correspondentes a 2.8 Mbp aumentando o número de informação para uma espécie não-modelo com importância econômica. A análise dos transcritos diferencialmente expressos mostrou diversos genes de interesse produzidos em resposta à infecção, incluindo genes em resposta ao estresse, genes envolvidos em processos oxidativos, na transdução de sinal, fatores de transcrição e genes de resistência, abrindo novas perspectivas para a criação e redimensionamento de programas de pré-melhoramento genético da Pimenta-do-reino.
  • NATHALIA OLIVEIRA DE LIMA
  • Análise de Polimorfismos nos genes da rota serotoninérgica em pacientes com transtorno do espectro autista
  • Data: 19/12/2012
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  • Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são desordens do neurodesenvolvimento de etiologia complexa e heterogênea que se iniciam na infância. São caracterizados por manifestações em três áreas (domínios): social, da comunicação e de comportamento O sistema neurotransmissor serotoninérgico exerce uma variedade de funções fisiológicas, incluindo regulação de humor, controle das emoções, funções cognitivas, e atividade motora, representando um candidato promissor na patologia dos TEA, já que alterações neste sistema têm sido associadas a transtornos comportamentais e psiquiátricos. Aqui foram estudados o polimorfismo de inserção/deleção de 44pb (5HTTLPR) no gene do transportador (5-HTT) e o polimorfismo G861C no gene do receptor de serotonina 1B (HTR1B). O objetivo deste trabalho foi investigar a ocorrência dos polimorfismos G861C no gene HTR1B e o 5HTTLPR no gene 5-HTT em pacientes com TEA idiopático. Inicialmente, foram selecionados 120 paciente com TEA e seus pais biológicos no Ambulatório de Autismo, do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza da UFPA e da Casa da Esperança. A associação entre os polimorfismos e TEA foi testada através de estudo caso-controle com 110 indivíduos controle, bem como através de teste de associação baseado em famílias (FBAT). Foi realizada triagem molecular para X-Frágil por PCR para eliminar os casos de TEA secundário. A determinação dos genótipos foi feita por PCR-RFLP. Seis (5%) dos pacientes foram excluídos da análise, por se tratar de TEA secundário. Foram genotipados 71 e 91 pacientes para 5HTTLPR e G861C, respectivamente. Não houve transmissão preferencial de nenhum dos alelos. Já na comparação entre casos e controle, os genótipo LaLa de 5HTTLPR (15,6%) e CC de G861C (16,5%) foram mais frequentes em pacientes do que em indivíduos controle (0,96%; 4,5%). Foi observado também, que o genótipo LaLa esteve mais presente em pacientes com diagnóstico de TEA com grave comprometimento da interação social. Todos os estudos sobre a etiologia dos TEA idiopáticos deveriam iniciar com uma investigação clínica adequada. Essa abordagem é fundamental para identificação dos casos de TEA secundário, bem como para distinguir fenótipos clínicos mais informativos para estudos de associação. Quanto aos polimorfismos 5HTTLPR e G861C, ambos parecem influenciar no risco para TEA, e o primeiro parece também contribuir para variabilidade fenotípica dos pacientes.
  • SHEILA MAYSA DA CUNHA GORDO
  • Análise do Transcriptoma da Raíz de Piper nigrum L. (Piperacea) utilizando sequenciamento com Tecnologia de RNA Seq
  • Data: 19/12/2012
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  • O extrato de piperina é um dos princípios ativos mais conhecidos da pimenta-do-reino e vem sendo utilizada na pesquisa como anticancerígeno e anti-inflamatório. A espécie é o segundo produto agrícola mais exportado no Pará, sendo uma cultura adaptada às condições de clima e solo da região. Sequenciamos o transcriptoma da espécie, com o objetivo de descobrir e anotar transcritos de interesse para a ecologia, agricultura e medicina. Nós usamos o método de RNA-Seq para reconstrução de transcritos sequenciados com NGS SOLiD v3. As reads foram filtradas de acordo com o valor de qualidade Phed. Foi realizada a abordagem de montagem De novo com os algoritmos Velvet e Oases com o método múltiplo K e STM- para reconstrução dos transcritos. O proteoma de Aristolochia fimbriata foi utilizado para realizar a montagem do scaffolds a partir dos contigs. A identificação dos microssatélites foi realizada como script MISA. Geramos 22.363 transcritos e 10.338 unigenes com o programa ortoMCL. Identificou-se 168 microssatélites. Blast2Go e orthoMCL foram usados para anotação. As 4472 proteínas preditas mostraram homologia com 52% do proteoma Arabidopsis. Identificamos 615 proteínas em dois proteomas de raiz. O sequenciamento de plantas não modelo usando Plataforma de Nova Geração produziu o primeiro banco de dados de genes Piper nigrum L. Estes dados aumentam significativamente a informação da genética molecular de plantas do grupo Magnoliids e em particular da ordem Piperales. Estes dados serão analisados com maior precisão e produzirão informações essenciais para a pesquisa nos campos da medicina, genética, melhoramento e ecologia desta espécie.
  • PAULO JOSE SIQUEIRA DO AMARAL
  • ANÁLISE CROMOSSÔMICA EM MAMÍFEROS AMAZÔNICOS DA ORDEM RODENTIA UTILIZANDO BANDEAMENTOS CROMOSSÔMICOS E FISH.
  • Data: 18/12/2012
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  • O gênero Proechimys é o mais diverso grupo de espécies pertencentes a família Echimyidae, com 25 a 32 espécies reconhecidas dependendo do autor, distribuídas em nove grupos. Algumas destas espécies estão entre as mais abundantes em comunidades de pequenos roedores na Amazônia. Apesar de sua riqueza de espécies e abundância na natureza, a similaridade fenotípica dentro do gênero origina grandes problemas taxonômicos. Esta similaridade contrasta com a uma grande variação cariotípica, com constituição diplóide variando de 14 a 62 cromossomos, essas com 57 cariótipos já descritos, apresentando grandes polimorfismos e heteromorfismos. Dados citotaxonômicos sugerem que esse gênero está passando por um intenso processo de fixação de rearranjos, o que torna o estudo da evolução cromossômica de Proechimys muito importante para um amplo entendimento dos processos de especiação. O presente trabalho foi realizado com o propósito de analisar cariotipicamente espécies do gênero Proechimys, encontrados na região da Amazônia brasileira, utilizando principalmente a citogenética clássica, a fim de comparar as homeologias cromossômicas entre as espécies deste gênero, objetivando uma melhor compreensão das modificações cromossômicas que ocorreram ao longo do processo dispersão e evolução cariotípica. Os dados aqui apresentados evidenciam aspectos importantes relacionados aos quatros principais grupos de roedores do gênero Proechimys (guyannensis, goeldii, cuvieri e longicaudatus), principalmente se considerarmos os resultados inéditos obtidos, quando da presença de rearranjos cromossômicos envolvendo os cromossomos sexuais, relacionando essas alterações como mecanismos importantes para o processo de especiação deste grupo.
  • ERIK ARTUR CORTINHAS ALVES
  • Investigação de mutações no gene do receptor de tireotrofina em pacientes com hipotireoidismo congênito.
  • Data: 18/12/2012
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  • O Hipotireoidismo Congênito (HC) é a doença endócrina mais comum, que em regiões iodo suficientes, afeta cerca de 1:3000 a 1:4000 recém-nascidos. O HC é uma doença metabólica hereditária relacionada aos defeitos no desenvolvimento da glândula tireoide e na síntese, secreção e ação dos hormônios T3 e T4. Caso não seja diagnosticado e tratado precocemente, o HC ocasiona distúrbios no metabolismo do indivíduo afetado, como por exemplo, alterações no desenvolvimento do cérebro e do esqueleto (atraso do desenvolvimeto neuropsicomotor). Estudos comprovam que mutações nos fatores de transcrição (TTF2, TTF1 e PAX-8) e no gene do receptor de TSH (TSHR) são responsáveis por essa doença. O TSHR é responsável por ativar o metabolismo da tireoide via proteína G. O presente estudo teve como objetivo investigar as mutações presentes no gene TSHR causadoras de HC em pacientes do estado do Pará tratados na Unidade de Referência Especializada Materno Infantil e Adolescente (UREMIA). As frequências alélicas para os polimorfismos P52T, N187N, A459A, L645L e D727E em pacientes com HC foram 2,22%, 22,78%, 2,22%, 0,55% e 10,0%, respectivamente. 70% (63/90) dos pacientes com HC apresentaram pelo menos um tipo de polimorfismo: P52T (4,44%), N187N (40,0%), A459A (4,44%), L645L (1,11%) e D727E (20,0%). Foram identificados dois pacientes com o genótipo P52T/N187N (2,22%) e cinco com o genótipo N187N/N187N (5,55%). Os demais pacientes foram heterozigotos para pelo menos um polimorfismo (62,23%). Não foram encontradas alterações nos exons 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 9 do gene tshr nos pacientes com HC analisados. Os polimorfismos encontrados nos éxons 1, 7 e 10 do gene tshr não explicam a etiologia do HC nos pacientes analisados. Os achados clínicos e bioquímicos encontrados nos pacientes com HC e que apresentaram pelo menos um polimorfismo são os mesmos achados clássicos de pacientes com HC. O polimorfismo N187N foi associado à presença de icterícia. A hérnia umbilical foi associada ao polimorfismo D727E e a obstrução intestinal à presença do polimorfismo A459A. A ancestralidade não influenciou nos achados clínicos e na prevalência de HC nos pacientes analisados.
  • SIRNOEL JOSE QUARESMA PERNA
  • PREVALÊNCIA DE 4 MARCADORES GENÉTICOS RELACIONADOS COM RESISTÊNCIA E SUSCEPTIBILIDADE À MALÁRIA EM DUAS POPULAÇÕES DO PARÁ - BRASIL
  • Data: 17/12/2012
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  • Foram analisados polimorfismos no gene FY do Sistema sanguíneo Duffy, dois polimorfismos no gene da enzima G6pd , um polimorfismo que condiciona a alfa talassemia e polimorfismo no gene HBB que é responsável pela hemoglobina S, verificando sua relação com resistência e susceptibilidade à malária nas populações de Goianésia e Anajás, no Estado do Pará.
  • ELAINE CRISTINA PESSOA DOS SANTOS
  • ISOLAMENTO E ANÁLISE DA SEQUÊNCIA DE UM cDNA DE UMA MALATO DESIDROGENASE EXPRESSA EM PIPER NIGRUM INFECTADA PELO FUSARIUM SOLANI F. SP. PIPERES
  • Data: 04/12/2012
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  • A Malato desidrogenase (MDH) é uma enzima do ciclo de Krebs que cataliza a conversão de malato em oxaloacetato (usando NAD+) e vice-versa (reação reversível). Plantas superiores possuem múltiplas isoformas de MDH que diferem quanto à especificidade de coenzima, localização subcelular e função fisiológica. Recentemente foi demostrado o aumento da expressão de MDHs durante o estresse oxidativo em interações planta-patógeno. Incluindo a identificação uma sequência parcial de cDNA de MDH, expressada durante a infecção de pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.) por Fusarium solani f. sp. piperis. O objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar o cDNA completo de MDH de pimenteira-do-reino, nomeada PnMDH. O cDNA completo foi obtido amplificando as extremidades 5´ e 3´ com a técnica de Rapid Amplification cDNA Ends (RACE). Uma anotação funcional bioinformática foi realizada para caracterizar a sequência completa obtida. Os resultados mostraram que a sequência de PnMDH obtida possui dois domínios funcionais conservados i) Lactato/malato desidrogenases e II) Domínio de ligação NAD(P) Rossmann-fold, domínios comuns a todas as classes MDHs e MDHs citoplasmáticas respectivamente.
  • BENILSON SILVA RODRIGUES
  • ANÁLISE CROMOSSÔMICA COMPARATIVA EM ESPÉCIES DA FAMÍLIA ANATIDAE (ANSERIFORMES-AVES) ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE CITOGENÉTICA CLÁSSICA E MOLECULAR
  • Data: 29/11/2012
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  • A descrição dos cariótipos de seis espécies pertencentes à família Anatidae foi feita pela primeira vez e revelou números diploides modais variando de 2n=78 a 2n=98: Anas bahamensis, 2n=80 e Amazonetta brasiliensis, 2n=80 (subfamília Anatinae); Coscoroba coscoroba, 2n=98 (subfamília Anserinae) e Dendrocygna bicolor, 2n=78; Dendrocygna autumnalis, 2n=80 e Dendrocygna viduata, 2n=78 (subfamília Dendrocygninae). Essa variação foi devida ao número de microcromossomos. Os pares 1-10 mantiveram uma morfologia semelhante em todas as espécies analisadas, com os pares 1 submetacêntrico e 2 metacêntrico e os outros pares acrocêntricos ou telocêntricos. O par sexual mostrou um Z variando de subtelocêntrico a telocêntrico e um W telocêntrico. Esses dados mostram que esses macrocromossomos apresentam uniformidade morfológica entre as espécies de Anseriformes. O padrão de distribuição das sequências teloméricas em uma espécie representante de cada uma das três subfamílias indicou uma conservação na distribuição dessas sequências em Dendrocygninae (D. viduata), mas localizações derivadas em Anatinae e Anserinae (A. bahamensis e C. coscoroba, respectivamente). A pintura cromossômica comparativa (Zoo-FISH) com sondas de G. gallus dos cromossomos autossomos do par 1 ao 10 nas metáfases de D. viduata, A. bahamensis e C. coscoroba hibridizaram, respectivamente, os mesmos pares nessas três aves, indicando assim, a ausência de rearranjos intercromossômicos envolvendo esses macrocromossomos. As sondas PAL2, PAL4 e PAL26 de P. albicollis hibridizaram em regiões dos pares 2 e 3 correspondentes àquelas observadas em G. gallus, indicando assim, a ausência de rearranjos intracromossômicos envolvendo esses segmentos. Todavia, a existência de outras possíveis mudanças na estrutura cariotípica não pode ser descartada, como eventos de inversão, que não poderia ser identificado com o uso de sondas cromossomo-específicas. A sonda GGA4 hibridizou no quarto par e em um par de microcromossomos com tamanho correspondente entre os pares 11-14. Este fato evidencia um estado mais ancestral do quarto par nessas três espécies, semelhante à maioria das espécies de Aves quando comparadas a Gallus gallus, que apresenta esses dois elementos fusionados em um único par. Embora morfologicamente distintos os cromossomos sexuais Z foram marcados inteiramente pela sonda GGAZ nas metáfases de D. viduata, S. sylvicola, C. coscoroba, A. cygnoides e A. bahamensis indicando assim, para estes a presença de possíveis rearranjos intracromossômicos na evolução dessas aves.
  • GABRIEL IKETANI COELHO
  • Desenvolvimento e aplicação de marcadores moleculares mitocondriais em camarões de água doce do gênero Macrobrachium (DÉCAPODA: PALAEMONIDAE)
  • Data: 26/11/2012
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  • O gênero Macrobrachium é conhecido não apenas pela sua grande diversidade como também pela sua importância econômica. Outra característica também pode ser destacada para o grupo: o conservadorismo morfológico, evidenciada principalmente na fase juvenil. Nessa e em outras fases do desenvolvimento, ferramentas moleculares podem ajudar tanto na identificação dos exemplares quanto na elucidação das relações evolutivas entre as espécies e populações. Mas, em ambos os casos, é necessário o uso de marcadores confiáveis. Estudos moleculares com o grupo, geralmente, utilizam os genes mitocondriais rRNA 16S (16S) e/ou a Citocromo Oxidase C subunidade I (COI). Apesar destes se mostrarem úteis, a presença de heteroplasmia e/ou pseudogenes (Numts - cópias de genes mitocondrial no núcleo celular) vem sendo evidenciada com frequência na COI em diversos crustáceos. Assim, a avaliação de sequências de COI quanto a presença de heteroplasmia/Numts e o desenvolvimento de outros marcadores que possam ser utilizados tanto em análises filogeográficas, mas principalmente, na identificação de espécies é extremamente necessário sendo, portanto, estes os objetivos do presente trabalho. A presença de heteroplasmia/Numts foi avaliada em M. amazonicum, uma espécie nativa economicamente importante. Marcadores para a região controle do DNA mitocondrial (CR) foram desenhados, a variabilidade avaliada e também desenvolvida uma metodologia de PCR multiplex com primers espécie-específicos para identificação de algumas espécies de Macrobrachium da costa amazônica. Além disso, a relação filogenética entre M. americanum e M. carcinus, duas espécie morfologicamente similares, foi analisada com marcadores "clássicos" (16S e COI) e com a CR.
  • AMANDA PAIVA DE BARROS
  • ANÁLISE DE VARIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE MICRORNAS (LET-7B, MIR-148A, MIR-29B, MIR-29C E MIR-192) EM TRÊS LINHAGENS CELULARES DE ADENOCARCINOMA GÁSTRICO (ACP02, ACP03 E AGP01) COMPARADAS A MUCOSA GÁSTRICA NÃO NEOPLASICA
  • Data: 26/11/2012
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  • O câncer gástrico é a quarta malignidade mais comum e a segunda causa de morte por câncer no mundo, desenvolvendo-se por um processo de múltiplas etapas envolvendo alterações genéticas e epigenéticas. A expressão alterada de miRNAs tem sido associada ao processo de desenvolvimento do câncer gástrico e seu perfil de expressão analisado para o desenvolvimento de biomarcadores para diagnostico precoce, terapias alvo e caracterização mais precisa dos subtipos histológicos desta doença. Neste estudo determinamos a variação da expressão de cinco miRNAs (let-7b, miR-148a, miR-29b, miR-29c e miR-192), descritos previamente com alta expressão em tecido gástrico normal, em três linhagens tumorais gástricas (ACP02, ACP03 e AGP01) e em amostras teciduais da mucosa gástricas normal de pacientes da região norte do Brasil, por qRT-PCR, afim de determinar a assinatura de expressão desses miRNAs no câncer gástrico, bem como seu posivel papel no desenvolvimento do mesmo a partir de predição de alvos e analise do GO destes. As analises mostraram variação na expressão dos 5 miRNAs nas linhagens celulares de câncer gástrico em relação as amostras de tecido gástrico normal. Dois miRNAs (miR-29b e miR-29c) apresentaram uma expressão aumentada e 3 (Let-7b, miR-148a e mir-192) expressão diminuida nas linhagem. No entanto apenas os miRNAs miR-29c e miR-148a apresentaram fold change significativamente diferenciado para que possamos afirmar que estes estão respectivamente hiperexpresso e hipoexpresso nas linhagens celulares de câncer gástrico. Porém, é necessária uma abordagem mais global e sistemática do perfil de expressão e das funções destes miRNAs, a fim de desvendar seu papel na carcinogênese.
  • ADRIANA RIBEIRO CARNEIRO NUNES
  • GENÔMICA E TRANSCRIPTÔMICA ESTRUTURAL DA BACTÉRIA PSICROTRÓFICA Exiguobacterium antarcticum LINHAGEM B7
  • Data: 09/11/2012
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  • A bactéria Exiguobacterium antarcticum é um extremófilo capaz de sobreviver em temperaturas de -3°C e 42°C. Até o presente momento foram registrados três isolados desta espécie: dois de biofilmes de lagos da Antártica e um do deserto frio na Índia. Micro-organismos que crescem e sobrevivem no ambiente antártico são expostos a alta incidência de radiação UV, variações em seu regime térmico, água, salinidade e escassez de nutrientes. Desta forma, elucidar os atributos genômicos deste organismo será de extrema importância para conhecermos o repertório gênico relacionado à adaptação a ambientes extremos. No presente trabalho, realizamos a montagem do genoma completo de E. antarcticum linhagem B7, além de análises comparativas com duas espécies do gênero, bem como de transcriptoma estrutral para validação de sRNA e correção da anotação. E. antarcticum B7 possui um genoma de 2.815.863 pares de bases (número de acesso no Genbak: CP003063) e apresentou alta sintenia da ordem gênica com E. sibiricum 255-15. A anotação do genoma revelou 2772 CDS, onde 760 são proteínas sem função conhecida, o que demostra a necessidade de estudos futuros. As três espécies compartilham elevado número de genes (2029) e os relacionados à resposta ao estresse térmico, osmótico, oxidativo e reparo de DNA são mais conservados com homólogos de E. sibiricum 255-15 do que com a bactéria termofílica Exiguobacterium AT1b. Dentre os genes de resposta ao estresse oxidativo e reparo de DNA, observamos alvos importantes de estudos que visam conhecer melhor a adaptação microbiana a ambientes extremos como a Antártica. Além disto, alguns genes codificantes de proteínas podem ter propriedades de interesse biotecnológico. Nas análises de transcriptoma, identificamos a expressão de 51 sRNA, 4 genes falso-positivos que foram deletados e 5 anotados por não terem sido preditos na anotação automática. A montagem de novo identificou 6 novos transcritos não representados na sequência genômica, demonstrando que a técnica de RNA-seq além de ser uma ferramenta importante para correção da anotação também pode ser usada para refinar a montagem de genomas.
  • LILIANE SOUZA CONCEIÇÃO TAVARES
  • ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DO GENE QUE CODIFICA PARA UMA PROTEÍNA PR-4 DA PIMENTEIRA-DO-REINO (PIPER NIGRUM L.)
  • Data: 23/10/2012
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  • A pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.), pertencente à família Piperaceae, é a especiaria mais importante e difundida no mundo. Este cultivo é originário do sul da Índia e hoje é extensivamente cultivado nas regiões tropicais. O Brasil é um dos mais importantes produtores desta cultura, sendo o Estado do Pará o principal produtor nacional. Atualmente, a principal doença limitante da produção da pimenta-do-reino no Brasil é causada pelo fungo Fusarium solani f. sp. piperis. Este patógeno provoca a fusariose, que causa sérios prejuízos na produção de pimenta-do-reino na região amazônica. Um estudo recente realizado para identificar os genes expressos durante a interação pimenteira-do-reino - F. solani f. sp. piperis revelou algumas seqüências parciais de cDNA que codifica para proteínas relacionadas à patogênese (proteínas PR). Entre elas, uma proteína PR-4 putativa, considerada um potente antifúngico devido a sua atividade quitinolítica, catalisando a hidrólise da quitina presente na parede celular dos fungos. Diversos estudos mostram que a proteína PR-4 exibe uma forte atividade antifúngica e de amplo espectro contra vários fungos patogênicos de interesse agronômico. Neste trabalho, foram isoladas as sequências de cDNA e genômica que codificam para uma nova proteína PR-4 da pimenteira-do-reino, a PnPR-4. O alinhamento entre as sequências de cDNA e genômica revelou a ausência de íntrons na sequência codificante do gene PnPR-4. A proteína PnPR-4 consiste de um polipeptídeo de 141 aminoácidos, com massa molecular e ponto isoelétrico preditos de 15.6 kDa e 8.71, respectivamente. Análises no “Blast” mostraram que essa proteína exibe uma alta identidade com a proteína PR-4 de Brassica rapa subsp. pekinensis. A proteína PnPR-4 pertence à classe II da família de proteínas PR-4 e tem uma localização extracelular. Este trabalho é o primeiro passo para a compreensão do papel da PnPR-4 na interação pimenteira-do-reino - F. solani f. sp. piperis.
  • MAGALY DO BOM PARTO LOPES VIEIRA LIMA
  • Elevação do consumo de fator VIII em pacientes hemofílicos A moderados dos grupos sanguíneos não -O
  • Data: 16/10/2012
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  • A hemofilia A é uma desordem hemorrágica de expressividade variável causada por mutações no gene do Fator VIII (FVIII) da coagulação sanguínea, localizado no braço longo do cromossomo X (Xq28). No Brasil, o tratamento de pacientes com hemofilia A consiste na terapia de reposição com concentrados de FVIII derivado de plasma humano, o qual pode ser administrado para controle de um episódio hemorrágico (sob demanda) ou profilaticamente com o objetivo de prevenir os sangramentos e consequentes sequelas como as artropatias. Estudos recentes demonstraram que, após a infusão de concentrados de FVIII, em pacientes hemofílicos A graves do grupo O, a meia-vida do FVIII é mais curta do que aqueles dos grupos não-O. Uma provável justificativa para este fato seria a maior concentração de fator von Willebrand (FVW) plasmático em indivíduos do tipo sanguíneo não-O. É importante, mesmo no caso dos hemofílicos moderados, distinguir aqueles com alto risco de sangramentos daqueles que demoram mais a apresentá-los, pois a profilaxia nesses casos também é importante, já que os níveis residuais de FVIII não são os únicos que determinam o fenótipo. O objetivo do presente trabalho foi investigar a associação entre o grupo sanguíneo O e o consumo anual de concentrados de FVIII (UI/Kg/ano) em pacientes hemofílicos A moderados e leves atendidos no Hemocentro do Pará e Hemocentro da UNICAMP.
  • RONALDO CORREIA DA SILVA
  • Calpaína-10: Análise Estrutural e sua Interação com o Inibidor de Protease SNJ-1715
  • Data: 10/10/2012
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  • A calpaína-10 (CAPN10) é uma cisteíno-protease ativada pelo cálcio intracelular (Ca2+). Está envolvida em diversas doenças, como Acidente Vascular Encefálico, Câncer e Diabetes. A hiperativação da enzima é capaz de iniciar uma série de ciclos destrutivos que podem causar danos irreversíveis às células. O inibidor sintético SNJ-1715 é um conhecido inibidor de outras isoformas da calpaína. Atualmente, a relação do Ca2+ com a calpaína-10 é pouco compreendida. Além disso, apenas dois estudos descrevem inibidores específicos para esta isoforma. Nesta dissertação, descreveu-se a estrutura do nucleo proteolítico da calpaína-10A humana através da técnica de modelagem por homologia e sua relação com o Ca2+ através do Mapa de Potencial Eletrostático (MPE). Realizou-se simulações do método híbrido QM / MM e Dinâmica Molecular para estudar as interações enzima-inibidor e estruturais no SNJ-1715. A análise dos MPE’s revelou que existem pequenas diferenças na distribuição de cargas e na superfície molecular da enzima. Também observou-se a reação de formação do par iônico Cys-/His+ no alvo e no molde 2G8E e várias interações com o inibidor SNJ-1715, além de modificações estruturais no SNJ-1715 através de interações intramoleculares, modificando a forma aldeído livre para a formação hemiacetal cíclica reversível, fundamental para a eficiência do composto. Através das técnicas utilizadas confirmou-se a conservação do sítio ativo da calpaína-10 e que, provavelmente ela seja menos dependente de cálcio que as isoformas típicas. O comportamento de seu sítio catalítico durante a simulação foi semelhante ao sítio ativo do molde 2G8E, além de ter sido observadas diversas interações com o SNJ-1715. Esses resultados podem contribuir para o entendimento, em nível molecular, da função biológica da calpaína10 e para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de futuros inibidores específicos para esta isoforma.
  • DANILO LEONCIO AGUIAR PEREIRA
  • Estudo molecular de fissuras orais: investigação de marcadores polimórficos no gene candidato IRF6
  • Data: 14/09/2012
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  • As fissuras orais (FO) são malformações congênitas que podem afetar o palato primário e/ou o palato secundário do recém-nascido. A prevalência dessa malformação varia de acordo com a origem ética e geográfica, gênero e status socioeconômico da população. Vários fatores ambientais podem estar relacionados à etiologia das FO por interferirem ou desempenhar algum papel durante o desenvolvimento craniofacial. Esse estudo teve por objetivo analisar dados epidemiológicos relacionados gênero e tipos de FO, exposição a fatores ambientais e associação dos SNPs rs2235371(C>T), rs2013162(C>A) e rs642961(G>A) do gene IRF6 com FO. Este estudo foi realizado em uma amostra de 130 indivíduos com FO e 205 indivíduos controles (sem FO); uma ficha para a coleta de dados epidemiológicos foi desenvolvida para o estudo; o material biológico coletado para análise foi sangue e saliva; A análise estatística foi realizada com os softwares bioEstat 5.0, STATA 9.0 e PLINK 1.07. Em relação ao perfil epidemiológico 58% da amostra foi composta por indivíduos do gênero masculino e 42% do gênero feminino; com relação ao tipo de FO: 75% foram acometidos por FL±P e 25% por FP; 45% dos participantes relataram pelo menos mais um caso na família; 10% dos pais entrevistados relatou ter parentesco com o cônjuge; em torno de 43% das mães entrevistadas relataram exposição a pelo menos um dos fatores ambientais relacionados ao aumento do risco de FO; 63 % das mães confirmaram a ingestão de suplementos alimentares. Em relação aos aspectos moleculares no grupo casos os 3 SNPs estão em desequilíbrio de Hardy-Weinberg, e nos controles o SNP rs642961(G>A) está em desequilíbrio. A análise realizada através dos testes: genotípico, Cochran-Armitage (trend), alélico, modelo dominante e recessivo não detectaram associação entre FO e os polimorfismos (SNPs) avaliados no estudo. Nenhuma associação foi encontrada entre os SNPs testados e o aumento do risco de FO na população estudada. Um maior tamanho amostral pode ser necessário para substanciar a análise da influência dos fatores genéticos e ambientais na etiologia das FO.
  • BRUNO MOREIRA SOARES
  • Avaliação dos possíveis efeitos citotóxicos e genotóxicos do corante alimentar amarelo tartrazina em linfócitos humanos
  • Data: 13/09/2012
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  • A tartrazina pertence a um grupo de corantes bastante utilizados pela indústria alimentícia, denominado azóico. Esta classe de corantes é caracterizada quimicamente pela presença de radicais aromáticos unidos através de uma ligação azo. A presença de aminas aromáticas nesses compostos ou no produto de sua metabolização os confere um potencial mutagênico, sendo relatado que a exposição a doses baixas ou elevadas destas substâncias tem sido associada ao desenvolvimento de doenças como o câncer. Estudos sobre sua atividade mostram-se controversos e em alguns casos insatisfatórios, fazendo-se relevante a análise proposta. Neste estudo, avaliamos, in vitro, os efeitos citotóxicos e genotóxicos do corante alimentar amarelo tartrazina em linfócitos humanos. Para avaliação da citotoxidade utilizamos o ensaio do MTT e para avaliar a genotoxidade utilizamos o ensaio cometa versão alcalina. Foram testadas diferentes concentrações do corante que variam entre 0,25 a 64 mM, sendo estas comparadas com um controle negativo (não tratado) e um controle positivo, a doxorrubicina, droga que comprovadamente causa danos na célula. Os resultados mostraram que a tartrazina não interferiu na viabilidade celular. No entanto, observou-se um aumento estatisticamente significante no índice de danos no DNA em todas as concentrações testadas. Desta forma, estudos adicionais são pertinentes, no intuito de investigar se os danos ao DNA induzidos pela tartrazina são passíveis de reparo, ou se podem ser perpetuados como uma mutação, de modo que se possa questionar, com segurança, sobre o uso deste corante como aditivo alimentar.
  • SILVANA DE SOUZA PINHEIRO
  • “Estudos de Docking e Dinâmica Molecular da Enzima O-GlcNAc Transferase Humana (hOGT)”
  • Data: 31/08/2012
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  • A enzima O-GlcNAc transferase – OGT detecta níveis de nutrientes para o crescimento de todas as células, participa da regulação de muitas proteínas, como também de vias de sinalização de muitos eventos celulares. Ela catalisa a transferência de GlcNAc da UDP-GlcNAc para resíduos de serina ou treonina de proteínas substratos. Defeitos ou deficiências genéticas nesta enzima estão associados a graves desordens no metabolismo de carboidrato, ao câncer, doenças neurodegenerativas, diabetes e obesidade. A enzima hOGT humana foi melhor caracterizada por Lazarus et al (2011) por difração de raios-X. No entanto, o detalhe de como a hOGT reconhece e promove a modificação O-glicosilação em proteínas substratos ainda não está claro. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi determinar as principais interações químicas no complexo hOGT/UDP-GlcNAc através de simulações computacionais, tais como: Docagem Molecular e Dinâmica Molecular empregando híbrido QM/MM. Para descrever o modo de ligação do complexo hOGT/UDP-GlcNAc foram usados os programas AutoDock e MVD de Docagem. Para avaliar a estabilidade conformacional gerada pela Docagem foi usado a Dinâmica Molecular através da biblioteca fDynamo durante 3 ns. Pelos resultados de Docagem foi possível prever o melhor modo de ligação do complexo hOGT/UDP-GlcNAc pelo programa AutoDock com maior precisão, no qual os principais resíduos catalíticos permaneceram conservados no sítio ativo da hOGT. E pela Dinâmica Molecular foi também possível avaliar a estabilidade conformacional do complexo hOGT/UDP-GlcNAc, onde os resíduos de Lys320, His498 e Lys842 da hOGT e a Ser21 do peptídeo substrato foram os que mais contribuíram com a energia livre de interação para a estabilidade do sistema em estudo.
  • CRISTINA MICHIKO YOKOYAMA CARDOSO
  • “BebZIP de castanha-do-Brasil: caracterização molecular e estudos de trans-ativação do promotor Be2S1”

  • Data: 27/08/2012
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  • A castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.) é nativa da região amazônica e contém a albumina 2S rica em metionina, codificada pelo gene Be2S1, com expressão altamente regulada durante o desenvolvimento da semente. Foram identificados no promotor do gene Be2S1 três elementos denominados F1, F2 e F3 similares às sequências reconhecidas pela proteína bZIP Opaco-2 (O2) de milho em promotores do gene da zeína. Estudos têm sugerido proteínas reguladoras bZIP similares a O2 possivelmente regulando a expressão do gene Be2S1. A partir daí, duas sequências de cDNA foram isoladas, denominadas BebZIP1 e BebZIP2, codificando proteínas putativas bZIP com 326 e 403 aminoácidos, respectivamente. As duas isoformas são, possivelmente, produtos de “splicing” alternativo. Estudos de trans-ativação em ensaios de expressão transiente com o gene repórter gus indicam que as BebZIPs podem participar da regulação da expressão do gene Be2S1.

  • ADONIS DE MELO LIMA
  • MODELAGEM POR HOMOLOGIA DA PROTEÍNA METIL COENZIMA M REDUTASE DA Methanosarcina mazei ISOLADA DO RESERVATÓRIO DA UHE TUCURUÍ-PA.
  • Data: 27/08/2012
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  • O metano é o segundo na lista dos gases capazes de causar efeito estufa, tendo um potencial de aquecimento global 25 vezes maior que o gás carbônico. As arqueias metanogênicas são responsáveis por 74% do metano liberado em nossa atmosfera. Conhecer os aspectos da biogênese do CH4 é importante, pois este fator torna tais organismos interessantes no aspecto ecológico e biotecnológico. O processo de biossíntese engloba várias proteínas, e o peptídeo mais importante usado no metabolismo energético das arqueias é a metil coenzima M redutase, que é responsável por catalisar a metanogênese. Neste trabalho, a modelagem por homologia foi empregada para a construção da estrutura tridimensional, da metil coenzima M redutase, da espécie Methanosarcina mazei encontrada no lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Com o uso do servidor SwissModel e o programa DeepView, o modelo foi construído por homologia tendo como molde o polímero da MCR de Methanosarcina barkeri de código PDB 1E6Y. O hexâmetro obtido apresentou aproximadamente 92% de identidade sequencial em comparação ao molde. A modelagem por homologia mostrou coerência em relação aos dados experimentais conhecidos e mostra que as estruturas proteicas da MCR em diferentes ordens tendem a ser bem conservadas. A validação do hexâmetro obtido foi feita através da análise da qualidade estereoquímica, da energia livre do sistema e do mapeamento do potencial eletrostáticos molecular. Além disso, dados referentes à distribuição de cargas pela superfície da proteína apresentaram regiões semelhantes nas estruturas molde e alvo. A construção da estrutura proteica tridimensional da MCR da espécie Methanosarcina. mazei e seu padrão de enovelamento fornecem informações complacentes sobre sua plausível função biológicas e, por conseguinte, na identificação desta como um potencial alvo molecular.
  • TALITHA FARAG DE OLIVEIRA
  • Investigação no gene da calpaína-10 em ameríndios na Amazônia Brasileira e associação com parâmetros bioquímicos e antropométricos 

  • Data: 13/08/2012
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  • O gene da calpaína-10 (CAPN-10) vem sendo associados em várias populações com diabetes mellitus do tipo 2 (DM2) e com outras doenças como mal de Alzheimer, Síndrome do ovário policístico, câncer de laringe e doença de Huntington. Apesar da função deste gene ainda não estar claramente definida, ele é expresso em quase todos os tecidos do corpo e, entre suas várias funções, está a regulação da secreção de insulina nas células beta pancreáticas. Com o objetivo de identificar a variabilidade genética de quatro populações indígenas da Amazônia brasileira (Parakanã, Xikrín, Assuriní and Gavião), em relação aos polimorfismos UCSNP-43, UCSNP-19 e UCSNP-63 no gene da CAPN-10 e a possível associação desses polimorfismos com parâmetros bioquímicos e antropométricos (triglicerídeos, glicemia, colesterol, porcentagem de gordura corporal, circunferência da cintura e IMC), foram investigados os genótipos de 280 indivíduos pertencentes às tribos. A extração do DNA foi realizada pelo método fenol/clorofórmio, a genotipagem determinada por meio da PCR, qPCR e RFLP-PCR. As frequências alélicas e genotípicas foram encontradas com a utilização do método de simples contagem. O programa Arlequin 3.1 foi utilizado para o cálculo dos valores de Fst e o escalonamento multidimensional foi formado por meio do programa SPSS. O programa Poptree2 gerou a árvore não enraizada determinada pelo método Neighbor-Joining (NJ). As frequências haplotípicas foram calculadas utilizando o programa Mlocus e as análises de associação realizadas por meio do programa SPSS. Os valores de Fst revelaram que as tribos indígenas mostraram-se próximas entre si, com exceção da tribo Assuriní que parece apresentar uma diversidade genética diferenciada. Houve também divergências significativas entre os grupos indígenas e as demais populações. O escalonamento multidimensional também separou o grupo indígena das demais populações, onde apenas a população de Belém se encaixa no mesmo quadrante dos ameríndios bem como na árvore gerada pelo método NJ não enraizada o grupo indígena ficou separado dos demais grupos e Belém encontrou-se em posição intermediária entre os indígenas e outros grupos populacionais. Nas análises haplotípicas foram identificados 08 haplótipos diferentes, o qual o grupo Parakanã apresentou os haplótipos 112 (0,3982) e 221 (0,2621) como os mais frequentes. O grupo Xikrín apresentou suas frequências variando de 0.0212 (121) à 0,4843 (112). A tribo Assuriní apresentou sua frequência haplotípica variando de 0,01649 (222) à 0.3546 (221). O grupo Gavião teve como haplótipos mais frequentes 112 (0,4192) e 221 (0,3827). Entre as combinações haplotípicas, as mais frequentes foram: 112/221 nas tribos Gavião (0,320) e Parakanã (0,344), enquanto que nas tribos Assuriní e Xikrín a combinação mais frequente foi 111/222, apresentando uma frequência de 0,228 e 0,243. As análises de associação feitas entre os SNPs e seus haplótipos com parâmetros bioquímicos e antropométricos mostraram-se significativas para análise univariada em 17 resultados encontrados, no entanto na análise de regressão logística múltipla apenas 03 resultados significativos foram encontrados, sendo que os resultados mais completos são da regressão logística múltipla, pois se obtém uma análise mais robusta, uma vez que a associação é controlada por um número maior de variáveis. Desta forma, considerando-se as análises de regressão logística múltipla, nenhum fator de risco foi encontrado relacionado aos parâmetros bioquímicos e antropométricos, mas sim fatores de proteção (OR < 1) nesta população.

  • EDUARDO SOUSA VARELA
  • DIVERSIDADE E ESTRUTURA GENÉTICA DAS POPULAÇÕES DO CARANGUEJO-UÇÁ DO GÊNERO Ucides (BRACHYURA: UCIDIDAE) COM BASE EM LOCI NUCLEARES E MITOCONDRIAIS
  • Data: 14/07/2012
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  • O presente trabalho investigou três janelas evolutivas de diversidade genética caranguejo-uçá, Ucides sp. Na primeira, foram identificadas as taxas de substituições linhagem-específica de loci mitocondriais entre as populações de Ucides do Atlântico e do Pacífico. A segunda janela evolutiva investigou o efeito das flutuações glaciais de nível do mar com o polimorfismo genético nas populações de Ucides cordatus. A partir do mtDNA, foi possível recuperar eventos de expansão demográfica recente segundo uma curva de crescimento logístico, com ponto máximo de expansão pós-glacial, há pelo menos 25 mil anos. Por último, a utilização de marcadores microssatélites nucleares permitiu uma avaliação das causas e consequências de estrutura populacional contemporânea. Parte dessa variação genética foi atribuída ao isolamento por distância. O efeito da Pluma do Amazonas associada aos padrões recentes de circulação oceânica foi também um argumento plausível provedor de estrutura populacional em curtas distâncias.
  • FABIO DANIEL FLORENCIO DA SILVA
  • Diversidade Molecular de Cianobactérias do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí
  • Data: 13/07/2012
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  • As cianobactérias outrora conhecidas como algas azuis ou algas verde-azuladas compreendem o maior, mais diverso, e o mais amplamente distribuído grupo de procariotos fotossintetizantes. Esses micro-organismos apresentam uma extensa distribuição, sendo encontradas em todos os tipos de ecossistemas terrestres e aquáticos, incluindo desertos, florestas úmidas tropicais e manguezais. Nos últimos 50 anos, produtos microbianos, como por exemplo, pigmentos, toxinas, antibióticos, conhecidos como metabólitos secundários, têm sido isolados e suas estruturas caracterizadas e a partir de 1970 as cianobactérias ganharam atenção como uma rica e promissora fonte de compostos de valor biotecnológico e médico-sanitário. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivos: analisar a diversidade de cianobactérias das estações de coleta M1, M3 e M5 do lago de Tucuruí, nos períodos de seca e chuva; realizar um levantamento dessas espécies do reservatório e avaliar possíveis alterações de parâmetros físico-químicos da água, correlacionando-os com a diversidade cianobacteriana. Para tal propósito foi utilizada uma abordagem independente de cultivo, na qual foram construídas bibliotecas genômicas utilizando o gene RNAr 16S como marcador filogenético e posterior análise das sequências com ferramentas computacionais. Foi obtido um total de 600 sequências oriundas dos pontos amostrais dos dois períodos de coleta. Com uma distância evolutiva de 0,03 as sequências de todas as bibliotecas foram agrupadas em um total de 275 UTOs, sendo que 218 UTOs continham sequências únicas. Porém, os índices de cobertura e curvas de rarefação sugerem que novas UTOs ainda podem ser encontradas no reservatório. O ponto M5 da segunda coleta (junho 2011) registrou o maior índice de diversidade de Shannon (3,88) e foi o mesmo ponto que apresentou o menor índice (2,77) da primeira coleta (dezembro 2010). Pela análise de agrupamento baseado na composição de filotipos dos pontos amostrais, o ponto M5, no período chuvoso, foi o mais dissimilar, ressaltando que foi o ponto que apresentou o maior índice de diversidade de Shannon e riqueza de ACE. A turbidez do lago diminuiu consideravelmente entre os períodos seco e chuvoso, o que poderia ter influenciado no aumento da diversidade e riqueza nos pontos M3 e M5. O ponto M1 apresentou o maior índice de diversidade no período seco, e registrou a menor turbidez e maior concentração de NO3-, resultados estes que poderiam estar correlacionados. As sequências de DNA provenientes do reservatório foram comparadas com sequências publicadas no banco de dados GenBank com o auxílio da ferramenta de busca BLASTn. Dessa forma, foi possível detectar no reservatório de Tucuruí 11 gêneros cianobacterianos distribuídos em cinco ordens: Chroococcales, Synechococcales, Prochlorales, Oscillatoriales e Nostocales. Além de uma grande parcela de cianobactérias não cultivadas. Por meio da construção e análise de árvores filogenéticas, pôde-se verificar que várias sequências do presente estudo se agruparam com espécies de potencial biotecnológico, como por exemplo, Synechococcus sp, Microcystis aeruginosa e Cylindrospermopsis raciborskii. Os dados do presente estudo indicam que futuros empreendimentos de isolamento de linhagens e bioprospecção de produtos bioativos de cianobactérias colonizadoras do lago serão promissores.
  • PABLO HENRIQUE CARACCIOLO GOMES DE SÁ
  • FunSys: Programa para Análise Funcional de Transcriptoma e Proteoma de Procariotos

  • Data: 04/07/2012
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  • As novas tecnologias de sequenciamento continuam revolucionando as pesquisas genômicas e pós genômicas, através destes sequenciadores é possível produzir uma quantidade de dados nunca antes vista, com alta confiabilidade e cobertura quando comparadas ao método de Sanger. Contudo, para analisar a grande quantidade de dados produzidos pelos sequenciadores NGS, faz-se necessário desenvolvimento de novas ferramentas computacionais. Desta forma, este trabalho apresenta o software DBTransProt: Gerenciador para Análises de Transcriptoma e Proteoma de Procariotos, utilizado para analisar a expressão diferencial de dados de transcriptoma, obtidos através da técnica RNA-seq, associando estas informações aos resultados obtidos por experimentos de proteoma, produzidos pelas técnicas de eletroforese 2D e espectrometria de massa.

  • THIAGO SOUZA LOPES
  • O GENOMA DA CORYNEBACTERIUM PSEUDOTUBERCULOSIS LINHAGEM 267

  • Data: 04/07/2012
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  • Corynebacterium pseudotuberculosis é de grande importância veterinária e econômica por causar linfadenite caseosa em diversos rebanhos, principalmente em ovelhas e cabras. Apesar de existir  em todo o  mundo, sua ocorrẽncia é maior em países como a Australia, Brasil e Canadá, o que provoca perdas significativas devido ao elevado custo no tratamento, bem como a inexistência de testes de diagnósticos específicos. Neste trabalho, nós apresentamos o genoma de Corynebacterium pseudotuberculosis linhagem 267 isolado de Lhama.

  • HIVANA PATRICIA MELO BARBOSA DALL AGNOL
  • ANÁLISE TRANSCRIPTÔMICA DA EXPRESSÃO DIFERENCIAL TÉRMICA DE Exiguobacterium antarcticum linhagem B7

  • Data: 05/06/2012
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  • Exiguobacterium antarcticum é uma bactéria psicrotrófica Gram-positiva, descrita como capaz de crescer em temperaturas entre -3°C e 42°C, sendo 37°C sua temperatura ótima de crescimento. A sobrevivência e crescimento microbiano em baixas temperaturas requer uma série de modificações celulares que podem ser primariamente percebidas através de alterações nos níveis de transcrição. Assim, o referido organismo é considerado como um interessante modelo para estudar o processo de adaptação térmica microbiana ao frio. A recente introdução da tecnologia de RNA-seq permitiu a análise de transcriptomas bacterianos totais através do sequenciamento de cDNA. No presente trabalho analisamos os transcriptomas da linhagem B7 de E. antarcticum, obtidos nas temperaturas de 0°C e 37°C através do sequenciamento na plataforma SOLiDTM. Do total de regiões transcricionalmente ativas preditas no genoma da espécie (2773 genes codificantes de proteínas, CDS), os transcriptomas confirmaram a expressão de 88,20% (RPKM≥10) destas. Identificamos que 38,73% dos genes foram considerados como diferencialmente expressos, sendo 593 hiperexpressos (fold change ≥ 2 e p-value<0,001) e 481 hipoexpressos (fold change ≤ -2 e p-value<0,001) no frio (0°C). Dentre os genes diferencialmente expressos muitos estavam relacionados a proteínas anotadas como hipotéticas, sem função predita, demonstrando o quanto este organismo e a adaptação térmica em si ainda são pouco conhecidos. E. antarcticum B7 apresentou uma resposta em 0°C característica da adaptação microbiana ao frio, confirmando o papel de genes codificantes de importantes proteínas como: Proteínas de choque frio (CSP), RNA helicases e a chaperona Trigger factor. A mudança no perfil transcricional desta bactéria, decorrente da variação da temperatura, também revelou genes que podem ser utilizados como novos alvos de trabalhos que busquem compreender mais da adaptação térmica microbiana, bem como das aplicações biotecnológicas decorrentes desta.

  • TANIELLY CRISTINA RAIOL SILVA
  • Perfil de Expressão dos Genes MYC, hTERT e TP53 em Lesões Pré-Malignas Gástricas.
  • Data: 11/05/2012
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  • Avaliação da expressão do RNAm de hTERT, MYC, e TP53 e seus produtos proteicos, além do número de cópias do gene TP53 em lesões pré-neoplásicas gástricas obtidas de amostras de indivíduos do Norte do Brasil. PCR em tempo real foi usada para analisar a expressão do RNAm e métodos imunoistoquímicos foram usados para avaliar a imunoreatividade protéica em amostras de tecidos. Foi observado que hTERT, MYC e TP53 são desregulados em metaplasia intestinal de indivíduos do Norte do Brasil e que estas alterações podem facilitar a iniciação do tumor.
  • FERNANDA DO ESPIRITO SANTO SAGICA
  • “ INSTABILIDADE GENÔMICA E O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO EM CAMUNDONGOS (mus músculos) SUBMETIDOS AO AMBIENTE ENRIQUECIDO (AE)”.
  • Data: 10/05/2012
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  • No presente trabalho investigamos a instabilidade genômica mitocondrial (região D-Loop) de 15 indivíduos fêmea Mus músculos, bem como a expressão da enzima telomerase, um complexo formado por ribonucleoproteína e DNA polimerase responsável pela manutenção do tamanho do telômero. A maioria das células de camundongo apresenta atividade telomerase por toda a vida, reconhecendo e alongando telômeros pequenos, prevenindo fusões terminais e envelhecimento precoce, como um mecanismo de compensação de dose. Para tal analisamos o material genético (mtDNA) proveniente de sangue periférico e tecido cerebral de camundongos divididos em quatro grupos: i) Grupo controle R (CR); ii) Grupo controle jovem (CJ); iii) Grupo de ambiente enriquecido jovem (AEJ); iv) Grupo de ambiente enriquecido senil (AES). Os resultados obtidos no sequenciamento dos camundongos mostraram a presença de 10 mutações distribuídas entre os grupos específicos: i) Duas mutações de ponto presente em um indivíduo controle R (CR) e um controle jovem (CJ); ii) Duas mutações do tipo deleção presente em dois indivíduos de ambiente enriquecido (AE), um indivíduo jovem e outro senil; iii) Seis mutações do tipo inserção presente em três indivíduos do grupo AES. O grupo CR e CJ foram considerados de baixo risco, em função de apresentar uma única mutação de ponto, cada um grupo. Quando se compara a proporção de mutações entre o grupo de baixo risco (CJ) e alto risco (AEJ e AES), observam-se diferenças estatísticas significantes (Teste Binomial para duas amostras independentes, p<0.05). Todos os indivíduos do grupo AES apresentaram mutações significantes, o que contrastou com os resultados observados no grupo CJ (Teste Binomial para duas amostras independentes, p<0.001). Quando se compara a frequência de eventos mutacionais entre indivíduos AEJ e AES, observam-se diferenças altamente significantes (Teste Binomial para duas amostras independentes, p<0.001). A mutação do tipo inserção se restringiu ao grupo AES. Enquanto a mutação do tipo deleção, restrita ao grupo AE, estava distribuída entre um indivíduo jovem (AEJ) e outro senil (AES). A expressão gênica da telomerase foi investigada por quantificação relativa do mRNA de tecido cerebral de 15 fêmeas de Mus musculus (linhagem C57BL/6), por meio do ensaio de PCR em Tempo Real, tendo o gene GAPDH como controle endógeno. ANOVA um critério foi usada para comparação das médias de RQ. As diferenças observadas não foram significantes estatisticamente (p>0.05), sendo que os níveis de expressão não pareceram sofrer alterações nos grupos AEJ e AES, mesmo quando comparados com o grupo CJ. Uma vez que o tamanho dos telômeros parece estar associado à idade, foi avaliada a correlação entre nível de expressão e idade em meses dos indivíduos, o que não foi significante (p>0.05). Os achados sugerem que independente da presença do ambiente enriquecido, o grupo AES apresenta maior instabilidade genômica mitocondrial e que a expressão da enzima telomerase se manteve igual, mesmo em faixas etárias diferenciadas.
  • DAYSE OLIVEIRA ALENCAR CUPERTINO
  • DOENÇA DE FABRY: EFEITO FUNDADOR, ATAÇÃO MOLECULAR E ORIGEM ÉTNICA DA MUTAÇÃO 30delG NO CROMOSSOMO X.
  • Data: 25/04/2012
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  • A Doença de Fabry (DF) é caracterizada como um erro inato do catabolismo dos glicoesfingolipídeos resultante da atividade defeituosa da enzima alfa-galactosidase A sintetizada pelo gene GLA localizado no cromossomo X. Por ser uma doença com herança ligada ao cromossomo X seus pacientes apresentam padrões diferenciados de manifestação clínica, variando de sinais e sintomas leves, enquanto outros apresentam um quadro mais grave. Até o momento, cerca de 500 mutações já foram descritas no gene GLA como patogênicas para a doença de Fabry, dentre estas, uma específica na população brasileira (30delG) foi descrita por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em quatro famílias da cidade de Porto Alegre, todas com pelo menos um paciente do sexo masculino com a doença de Fabry. Estes pacientes, juntamente com suas respectivas famílias foram investigados no presente trabalho, que teve como principais objetivos investigar na mutação 30delG: i) relação de parentesco entre as quatro famílias que se dizem não relacionadas; ii) possível ação de efeito fundador na mutação; iii) tempo de ocorrência da mutação e iv) origem étnica da mutação. Um painel composto por seis marcadores X-STRs situados próximos ao gene GLA foi desenvolvido e analisado na forma de haplótipo para obterem-se as respostas para as questões levantadas. A análise dos dados revelou que as famílias descendem de um único ancestral comum, de origem europeia, que inseriu a mutação em meados de 1700, período de expansão e povoamento da Colônia do Sacramento, atual estado do Rio Grande do Sul.
  • JESSE DE BARROS LOBATO
  • “BANCO DE DADOS BRASILEIRO DO CROMOSSOMO Y”

  • Data: 17/04/2012
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  • A determinação de identidade genética pelo DNA constitui um dos produtos mais revolucionários da moderna genética molecular humana. Em menos de 20 anos a molécula de DNA se tornou uma ferramenta indispensável na investigação criminal. Em parte da Europa e nos Estados Unidos da América (EUA) existem bancos de dados de cromossomo Y estabelecidos, que tem auxiliado o poder jurídico na tomada de decisões. O valor do cromossomo Y, nas análises forenses, restringe-se a identificação criminal envolvendo indivíduos do sexo masculino. Considerando que a maioria dos crimes em que a informação genética se torna útil, particularmente os crimes de natureza sexual, envolve indivíduos do sexo masculino como responsáveis, os testes de DNA desenhados especificamente para examinar a porção masculina da amostra, tornam-se uma ferramenta/prova importante. De acordo com o último censo/2010, a população brasileira apresenta um tamanho de 190.732.694 indivíduos. Esse número demonstra que políticas públicas como a implementação de um Banco de Dados Nacional, principalmente nas áreas urbanas das grandes cidades, é uma ferramenta importante no combate à criminalidade e na diminuição da impunidade. No presente trabalho, desenvolvemos um Banco de Dados Nacional do Cromossomo Y que facilita o armazenamento e distribuição de informações do perfil biológico de marcadores do cromossomo Y, assim como a identificação de perfis genéticos da amostras/vestígios criminais.

  • FERNANDO HENRIQUE RAMOS SILVA
  • Estudos Citogenéticos em três espécies da família Apteronotidae (Gymnotiformes)
  • Data: 03/04/2012
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  • A família Apteronotidae tem o maior número de espécies formalmente descritas entre os Gymnotiformes. Atualmente possui 88 espécies distribuídas em 14 gêneros. Ocorrem desde o Panamá até o norte da Argentina, incluindo rios que desaguam no oceano Pacífico (leste da Colômbia), bacias do Orinoco, de Maracaibo, do Madalena, do escudo Guianense, do Amazonas, do Paraná-Paraguai e do São Francisco, alcançando maior diversidade na região da bacia Amazônica. Estudos citogenéticos na família Apteronotidae se resumem à espécie Apteronotus albifrons, onde o cariótipo desta espécie consiste em 2n=24 cromossomos. Neste trabalho foram realizados estudos citogenéticos nas espécies Sternarchorhamphus muelleri, Parapteronotus hasemani e Sternarchogiton preto (Apteronotidae, Gymnotiformes). As espéciesapresentam 2n=32 (28m/sm+4st/a), 2n=52 (36m/sm+16st/a) e 2n=52 (38m/sm+14st/a), respectivamente. Nas três espécies a heterocromatina constitutiva encontra-se distribuída na região centromérica de quase todos os cromossomos. Sternarchorhamphus muelleri e Sternarchogiton preto apresentam alguns pares onde a marcação pelo bandeamento C não foi detectada. Blocos heterocromáticos em um dos braços cromossômicos e/ou na região pericentromérica adicionais podem servir como marcadores para as espécies. A NOR simples foi encontrada nas três espécies, apresentando heteromorfismo em relação ao tamanho da região. No entanto, em S. preto é mais evidente essa diferença. A NOR encontra-se na região intersticial do par 15 de S. muelleri e na posição terminal do braço curto do par 3 em P. hasemani e na posição terminal do braço longo do par 3 em S. preto. A DAPI e a CMA3 foi coincidente com HC e NOR, respectivamente. A FISH com rDNA 18S evidenciou só um par, mostrando o heteromorfismo existente entre os homólogos. Não foi detectada presença de sequências telómericas intersticiais na FISH com sondas teloméricas. Apesar de poucos estudos terem sido realizados nos Apteronotidae, os resultados apresentados mostram a grande variabilidade citogenética existente. Estes dados vêm somar para estudos futuros dentro do grupo, auxiliando na identificação taxonômica, compreensão da evolução cromossômica e das relações filogenéticas desse grupo.
  • MARCIA BETANIA SANTANA DOS SANTOS
  • “Associação do polimorfismo da região promotora do gene da CASPASE 8 com câncer de mama”
  • Data: 30/03/2012
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  • O câncer de mama compreende o processo biológico que leva uma célula mamária normal a se transformar em uma célula maligna, com capacidade invasiva e metastática. É o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Do total de casos, estima-se que de 5 a 10% sejam hereditários, isto é, causados predominantemente por uma alteração genética herdada que confere ao seu portador um alto risco de desenvolver câncer. Vários genes tem sido relacionados com o câncer de mama, e genes envolvidos com a apoptose são candidatos importantes, dentre eles o gene da caspase 8 (CASP8), que participa no processo de apoptose pela via extrínseca. O objetivo deste estudo foi analisar a influência do polimorfismo -652 6N del, localizado na região promotora do gene CASP8, sobre o risco/proteção ao desenvolvimento de câncer de mama. Cinquenta e sete pacientes do Estado do Pará com carcinoma ductal invasivo de mama tiveram seu genótipo -652 6N del CASP8 determinado por PCR-SSP, sendo comparados com indivíduos de uma amostra controle da mesma população. Ambas as amostras estavam em Equilíbrio de Hardy-Weinberg. A freqüência do alelo com a deleção foi de 37% em pacientes e 43% em controles; em pacientes, 7% foram homozigotos para a deleção e 60% heterozigotos, em comparação com os controles, 16% e 55%, respectivamente. Essas diferenças entre as amostras não foram significativas. Na literatura, tanto trabalhos com populações isoladas como em meta-análises são contraditórios com relação à associação entre CASP8 e câncer. Em conclusão, neste trabalho a -652 6N del CASP8 não foi associada com o câncer de mama em pacientes estudados, o que é apoiado por outros autores que relatam não haver associação desse polimorfismo com câncer de mama ou outros tipos de câncer.
  • MARIA CLARA CANTHE PANDOLFO
  • “ASSOCIAÇÃO ENTRE LLA INFANTIL E UM POLIMORFISMO NA REGIÃO PROMOTORA DO GENE DA CASPASE”.
  • Data: 30/03/2012
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  • As leucemias correspondem a 30% dos cânceres em pediatria e constituem as neoplasias mais frequentes em indivíduos com menos de 15 anos. Dentre elas, a Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é uma doença maligna originada de células progenitoras linfóides da medula óssea caracterizada pelo acúmulo de linfoblastos em numerosos órgãos e tecidos, notadamente na medula óssea e no sangue periférico. A LLA incide mais frequentemente na infância, representando 75-80% de todos os casos de leucemia em crianças. Em adultos, a doença representa apenas 1% de todas as doenças malignas e 20% de todas as leucemias. A incidência varia com a idade, com um pico de incidência na idade de dois a quatro anos. Vários polimorfismos em genes foram associados ao câncer, dentre eles o gene da caspase 8 (CASP8), que desempenha uma importante função no mecanismo de morte celular programada ou apoptose. De fato, a deleção de seis nucleotídeos no promotor desse gene (-652 6N del) destrói o sítio de ligação da proteína 1, diminuindo a transcrição do gene. Esta mutação se encontra descrita na literatura em associação com vários tipos de câncer, incluindo o de pulmão, gástrico, esofágico, colorretal, cervical e de mama. O objetivo deste estudo foi determinar se existe associação do polimorfismo de inserção/deleção de 6pb da região promotora do gene da caspase-8 com a susceptibilidade/proteção à LLA infantil. O trabalho foi realizado com uma amostra de 50 pacientes portadores de leucemia linfoblástica aguda infantil (afecção diagnosticada clínica e laboratorialmente), oriundos de consultórios particulares da região metropolitana de Belém. A seleção faz parte de um banco de amostras coletadas no ano de 2001, utilizadas em projetos anteriores. A genotipagem da deleção CASP8*-652 6N del foi feita por PCR-SSP e eletroforese em gel de poliacrilamida a 10%, corado com nitrato de prata. A frequência do alelo CASP 8 -652 6N del em controles foi a mesma encontrada em pacientes (45%), não tendo sido detectada, portanto, diferença significativa entre as amostras (2 = 0,001/ p = 0,9815). De forma semelhante, a proporção de genótipos (homozigotos com a deleção, heterozigotos e homozigotos sem a deleção) em controles e pacientes também não mostrou diferença significativa (2 = 1,352; p = 0,2449). Apenas a população de pacientes (p= 0,6171) mostrou estar em Equilíbrio de Hardy-Weinberg, contrastando com a de controles (p = 0,0204). Da mesma forma, não houve diferença significativa entre a proporção de indivíduos portadores e não portadores do alelo CASP8*del (homozigotos e heterozigotos) entre pacientes e controles (2 = 0,286; p = 0,5929). Esses resultados são semelhantes aos de alguns outros estudos que mostraram não haver associação desse polimorfismo da região promotora da caspase 8 e câncer. Assim, embora as associações de LLA com polimorfismos genéticos possam apresentar resultados contraditórios é muito importante continuar pesquisando essas associações mesmo que os resultados sejam negativos. O presente estudo descreveu, até onde sabemos pela primeira vez, a variabilidade de um importante polimorfismo genético em pacientes com LLA da cidade de Belém.
  • ALINE MEDEIROS LIMA
  • ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE GENES DE CISTATINAS EXPRESSOS DURANTE A INTERAÇÃO Piper nigrum E Fusarium solani  f. sp. piperis  

  • Data: 09/03/2012
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  • O Estado do Pará é o principal produtor brasileiro de pimenta-do-reino (Piper nigrum L.), no entanto a sua produção tem sido limitada pela fusariose, doença causada pelo Fusarium solani f. sp. piperis. Resultados anteriores obtidos pelo nosso grupo revelaram a identificação de uma sequência parcial de cDNA que codifica um possível inibidor de cisteína protease expressa durante a interação da  pimenteira-do-reino com este patógeno. Inibidores de cisteína proteases são também conhecidos como cistatinas, proteínas com atividade antifúngica contra alguns fungos fitopatogênicos. Portanto, este trabalho teve como objetivo isolar, caracterizar genes que codificam cistatinas de pimenteira-do-reino com expressão durante a interação com o F. solani f. sp. piperis. Nossos resultados mostram que quatro seqüências completas de cDNA, denominadas PnCPI1, PnCPI2, PnCPI3 e PnCPI4, codificando proteínas com 108, 227, 132 e 203 resíduos de aminoácidos, respectivamente, foram isoladas por meio de experimentos de RACE. De acordo com a análise comparativa em bancos de dados estas proteínas apresentaram alta identidade com cistatinas de outras espécies vegetais, tais como: sino de natal (Sandersonia aurantiaca), dendezeiro (Elaeis guineensis) e caruru (Amaranthus hypochondriacus). As análises computacionais revelaram a presença de seqüências conservadas QXVXG e LARFAV, encontradas na maioria dos membros da superfamília cistatina e fitocistinas, respectivamente. Além disto, as análises de predição mostraram que PnCPI-2 e PnCPI-3 apresentam provavelmente um peptídeo sinal na região N-terminal, o que não se observa em PnCPI-1 e PnCPI-4. O alinhamento entre as sequências de cDNA e genômicas revelaram a presença de íntrons  nas região de codificação dos genes das cistatinas PnCPI-2-e PnCPI-3,  enquanto PnCPI-1 e PnCPI-4 não apresentaram estes elementos. Por último, foram iniciados os experimentos de expressão heteróloga de PnCPI-1 e PnCPI-4 em sistema bacteriano. As análises de SDS-PAGE revelaram a expressão apenas da proteína PnCPI-1, nas condições experimentais usadas. Estudos adicionais futuros incluirão o experimentos de inibição in vitro do crescimento do F. solani f. sp. piperis pelas cistatinas  identificadas no presente trabalho.

  • AILTON BORGES SANTA BRIGIDA
  • Isolamento, caracterização e avaliação do padrão de expressão do gene MeTCTP de mandioca (Manihot esculenta Crantz)
  • Data: 09/03/2012
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  • A mandioca (Manihot esculenta), nativa da Amazônia, pertence à família Euphorbiaceae, sendo suas raízes de reserva amplamente utilizadas como fonte alimentar por mais de 700 milhões de pessoas no mundo. A identificação de genes com expressão diferencial na raiz da mandioca contribui para um melhor entendimento dos processos moleculares e celulares envolvidos no desenvolvimento e fisiologia desse órgão de armazenamento; além disto, pode auxiliar também no isolamento de promotores capazes de direcionar a expressão de genes de interesse nesse órgão de reserva em programas de melhoramento genético. Entre os genes possivelmente envolvidos na formação da raiz de reserva está o gene que codifica para uma proteína de tumor controlada traducionalmente (TCTP). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi isolar, caracterizar e avaliar a expressão do gene que codifica uma TCTP de mandioca, denominado MeTCTP. Foi isolada uma sequência completa de cDNA com 813 pb, contendo 78 pb na 5'-UTR e 228 pb na 3'-UTR, sendo que nestas regiões foram identificados motivos relacionados a regulação traducional: AU-rich elements (AREs) e motivos AUUUA, AUUUUA, AUUAA, respectivamente. Este cDNA apresenta uma ORF de 507 bp, codificando uma proteína deduzida com 168 resíduos de aminoácidos que apresenta alta identidade com TCTPs de diferentes espécies vegetais. Análises in silico mostraram que a MeTCTP apresenta seis sítios de fosforilação, um sítio de N-meristoilação, um domínio BH4, duas sequências signatures TCTP1 e TCTP2 e regiões que se ligam a microtúbulos e a íons de Ca+2, além de um sítio para Rab GTPase. A sequência genômica de MeTCTP com 2.157 pb, isolada neste trabalho, inclui a sequência codificante completa contendo 4 íntrons, e parte de sua região promotora com 336 pb, na qual foram identificados sítios putativos de fator de transcrição e elementos regulatórios cis-atuantes de expressão em raiz, e resposta ao estresse abiótico, entre outros. Por último, ensaios in vitro revelaram que os níveis de transcrição do gene MeTCTP foram aumentados em folhas tratadas com cloreto de sódio, indicando uma potencial função na resposta ao estresse salino.
  • LORENA ARAUJO DA CUNHA
  • AVALIAÇÃO IN VITRO DO EFEITO GENOTÓXICO E CITOTÓXICO DO EXTRATO LÍQUIDO COZIDO DA RAIZ DA Manihot esculenta Crantz – “TUCUPI” EM CULTURA DE LINFÓCITOS

  • Data: 07/03/2012
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  • A cultura alimentar da população paraense é bastante característica, incluindo um consumo elevado de sal, além de uma importante ingestão de glicídios, a partir dos derivados de mandioca, como a farinha e o tucupi. A mandioca utilizada na produção destes derivados é a Manihot esculenta Crantz, um arbusto da família Euphorbiaceae que é utilizado tanto na alimentação humana quanto na de outros animais. O tucupi é um extrato líquido fervido da mandioca, obtido de forma artesanal a partir da decantação do líquido retirado da raiz que foi descascada, ralada e espremida. Este extrato antes de ser fervido é conhecido como manipueira, e contém linamarina, um glicosídeo tóxico carcinogênico que origina o ácido cianídrico. Neste estudo avaliamos os efeitos genotóxicos e citotóxicos do tucupi em culturas de linfócitos humanos a partir do Ensaio Cometa e Avaliação de Apoptose e Necrose por marcação fluorescente diferencial com laranja de acridina-brometo de étidio.  As concentrações (v/v) de tucupi foram definidas a partir do teste bioquímico MTT, a análise do pH também foi realizada. A composição deste extrato foi analisada por HPLC. Para a preparação das culturas foi colhido sangue de três indivíduos hígidos. Após 3h do tratamento com tucupi nas concentrações 2%, 4% e 8%, foram coletadas amostras para a realização do ensaio cometa. Foram contadas 100 células de cada concentração, estipulando-se cinco classes de danos 0, 1, 2, 3 e 4, para a determinação do índice de dano de cada tratamento.  As análises de apoptose e necrose foram realizadas após 24h e 48h de tratamento nas concentrações 4%, 8% e 16%; sendo analisadas 300 células de cada grupo de tratamento. Como controle positivo foi utilizado doxorrubicina. Os resultados demonstram que, em nossas condições de estudo, o tucupi não apresenta efeito genotóxico, entretanto foi observado efeito citotóxico, com indução de morte celular, principalmente por necrose. Estes efeitos podem estar relacionados a presença de ácido cianídrico e/ou de flavonóides. Porém, análises mais precisas devem ser realizadas e outros testes, inclusive in vivo, devem ser desenvolvidos para melhor caracterizar os efeitos deste extrato.

  • LAYANNA FREITAS DE OLIVEIRA
  • POLIMORFISMO -336 A/G NO PROMOTOR DE DC-SIGN (CD209) MODULA OS SINTOMAS NA FASE AGUDA INICIAL DA DENGUE CLÁSSICA

  • Data: 06/03/2012
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  • A dengue é a principal infecção causada por arbovírus, causada pelo virus da dengue (Dengue virus – DENV), o qual utilize o receptor de lecitina tipo C DC-SIGN para infectar células dendríticas (CD). O polimorfismo -336 A/G (rs4804803) na região promotora de CD209, que codifica DC-SIGN, tem sido associado a várias doenças infecciosas. Nós investigamos a associação dessa variante com a febre por dengue (FD) e febre hemorrágica da dengue (FHD) e com a patogenia da FD. O polimorfismo rs4804803 foi analisado em amostras brasileiras sendo desenvolvido um rigoroso monitoramento da população controle através de investigações clínicas de sintomas passados de FD. A amostra foi constituída de 210 indivíduos, sendo 72 controles (89% positivos para anticorpos IgM e/ou IgG), 126 FD e 12 FHD. Frequencias alélicas e genotípicas de -336A/G CD209 foram similares entre os grupos amostrais, não apresentando significância estatística quando testados. Um total 16 sintomas foram descritos na amostra FD. A riqueza de sintomas entre portadores do alelo G e não-portadores foi testada por teste de Wilcoxon Pareado (Z=2.56; 0.0105) e teste Mann-Whitney (Z(U)=2.1; p=0.0354). A riqueza de sintomas foi significantemente maior nos indivíduos não portadores do alelo G do que nos portadores. Esses achados sugerem que o alelo G poderia estar associado a uma menor quantidade de sintomas que homozigotos AA. O alelo G induz a alta expressão de DC-SIGN na superfície celular, determinando baixa carga viral regulada por perfis de citocinas/quimiocinas, principalmente IP-10. A forte correlação da produçãode NS1 com a viremia, pode significar que a viremia esteja associada ao perfil de sintomas na fase aguda inicial.O alelo G tem influência protetora na modulação dos sintomas da FD. Esses resultados indicam um modelo onde a viremia e produção de quimiocinas, moduladas pelo polimorfismo -336 A/G, influenciam no espectro de sintomas durante a fase aguda inicial da infecção do DENV.

  • ANDRÉ NICOLAU AQUIME GONÇALVES
  • ALGORITMO E FERRAMENTAS PARA A DETECÇÃO DE BARCODES EM SEQUENCIAMENTO MULTIPLEX DE MIRNOMAS GÁSTRICOS NA PLATAFORMA SOLID
  • Data: 27/02/2012
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  • O câncer gástrico é resultante de várias combinações as quais afetam oncogenes, supressores tumorais, além de mecanismos que controlam a instabilidade genômica. Belém apresentou a taxa mais elevada dentre as outras capitais brasileiras e a doença tornou-se a primeira causa de morte no Pará. A descoberta dos microRNAs, sugere um novo modelo de fator de risco e tratamento de doenças, tais como o câncer. Com isso o sequenciamento de amostras do câncer gástrico são importantes para definir padrões/perfis de expressão no estômago e indicar a presença ou a progressão do câncer gástrico. Contudo, o custo de um único sequenciamento nas plataformas de nova geração reduziu relativamente nos últimos anos em relação ao método Sanger. Porém, o custo eleva quando há a necessidade de sequenciar várias amostras em várias corridas. Dessa forma, para maximizar o sequenciamento, todas as amostras são sequenciadas em uma única corrida. Entretanto, há problemas no uso dessa técnica, pois a detecção das sequências de marcação podem apresentar erros e dificultar a classificação das sequências, além de alterar valor final de expressão dos microRNAs. Desde a concepção do método de sequenciamento com Sanger, as técnicas foram melhoradas surgindo as plataformas de nova geração. Entre elas a plataforma SOLiD, que diferentemente, utiliza sondas di-bases, DNA ligase e codificação em color space para realizar o sequenciamento. Para o sequenciamento de diversas amostras em uma corrida, a SOLiD utiliza pequenas sequências conhecidas, chamadas de Barcodes. Cada sequência de barcode possui cinco color space ou seis bases nucleotídicas. E estas posições possuem valores de qualidade, que associam uma probabilidade daquela posição ser correta. Ao final do sequenciamento quatro arquivos são gerados, o primeiro conterá a informação das leituras das sequências de interesse (*.F3.csfasta) e barcodes (*.R3.csfasta) e os dois últimos arquivos conterão a qualidade associada para cada leitura sequenciada (*.F3_QV.qual e *.R3_QV.qual). E o script, output_by_barcodes.pl, disponibilizado juntamente com o equipamento, efetua a análise nas leituras dos barcodes comparando com a tabela conhecida e classificando as sequências de interesse por amostra. No entanto, os barcodes se encontram no final da template, correspondendo à região que apresentam maior probabilidade de erros segundo estudo de Sasson and Michael, 2010. A ferramenta de detecção e classificação das leituras dos barcodes (output_by_barcodes.pl) não leva em consideração as qualidades associadas de cada color space. Apesar da mesma considerar até 1 mismatch, mas não há um critério bem definido da posição em que o erro ocorre na sequência do barcode. Resultando-se assim na perda de classificação das sequências de interesse, e por consequência, refletindo na detecção dos transcritos dos microRNAs. O algoritmo e ferramentas nesse trabalho propõe a curadoria das leituras dos barcodes pelo valor de qualidade associado a cada posição de color space. A identificação dos barcodes pode ser realizada com até três color spaces incorretos (mismatches). Os mismatches são definidos quando a qualidade da posição for inferior ao threshold definido previamente. Após a curadoria pela ferramenta (barcode_validation.pl) cerca de 14 milhões de leituras de interesse classificadas a mais quando comparadas com o processo padrão sem a ferramenta. Portanto, o valor de qualidade dos barcodes são indicativos de possíveis posições de color spaces aleatórias e responsáveis pela baixa classificação das leituras de interesse. Consequentemente, o valor de expressão dos microRNAs podem sofrer alterações significativas.
  • ALINE MARIA PEREIRA CRUZ RAMOS
  • Perfil de expressão do miR-21, miR-24, miR-26a, miR-31, miR-145, miR-200a, miR-200b em três linhagens tumorais gástricas ACP02,ACP03 e AGP01.

  • Data: 27/02/2012
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  • Esta pesquisa reportou a comparação do perfil de expressão de sete miRNAs em três linhagens tumorais gástricas e em cinco amostras teciduais de cárdia e antro de pacientes submetidos a endoscopia (Tabela 27). Identificou-se a expressão aumentada da maioria dos miRNAs avaliados no tecido não tumoral em relação as linhagens tumorais, cinco destes (miR-21, miR-31, miR-145, miR-200a  e miR-200b) destacaram-se na cárdia, com exceção de miR-26a mais expresso no antro. Sugere-se que miR-31 e miR-200a possam ser caracterizados como biomarcadores na cárdia não tumoral. O miR-24 foi o único com expressão elevada em todas as linhagens tumorais, em particular em ACP02, o que pode conferir característica de biomarcador de adenocarcinoma difuso na cárdia. A expressão aberrante de miR-200b foi maior em cárdia não tumoral, seguida da linhagem AGP01, o que demonstra perfil de expressão variável e o impede de ser caracterizado como biomarcador.

  • SERGIO FIGUEIREDO DE LIMA JUNIOR
  • Avaliação da homocisteina e ácido fólico como possíveis biomarcadores da carcinogênese gástrica induzida por MNU em primatas não humanos Cebus apella
  • Data: 13/02/2012
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  • O câncer gástrico (CG) é a segunda maior causa de mortalidade por câncer em todo o mundo. É a segunda causa mais frequente de morte entre homens no Brasil, e espera-se que em 2012 seja a segunda neoplasia mais incidente entre homens em Belém. A prevalência do CG é influenciada por fatores geográficos, étnicos e culturais. A patogênese desta doença ainda não é bem compreendida, contudo, diversos estudos demonstram que os hábitos alimentares estão relacionados entre os principais fatores de risco que potencializam a carcinogênese gástrica. Na tentativa de elucidar tal processo, utilizam-se carcinógenos e modelos experimentais para evolução e desenvolvimento da referida doença, que estejam o mais próximo possível das características teciduais e orgânicas desenvolvidas pelo câncer gástrico in locus. A homocisteina e o ácido fólico (folato), tem recebido especial atenção pela sua participação em processos essenciais a vida, como metabolismo de aminoácidos (metionina), síntese, e metilação do DNA e RNA. Alguns relatos na literatura têm sugerido a hemocisteina (HC) e o ácido fólico (AF) como possíveis fatores de risco para determinados tipos de câncer. Com o objetivo de avaliar a HC e AF como possíveis biomarcadores da carcinogênese gástrica, estabelecemos modelo experimental de câncer gástrico, induzido por carcinógeno N-metil-nitrosourea (NMU), em primatas não humanos da espécie Cebus apella. Doze animais foram divididos em dois grupos: Controle e tratado com MNU. Seis animais receberam tratamento com MNU durante 940 dias, monitorizados por exames de sangue, endoscopia e biopsias. Todos Cebus apella tratados com MNU, apresentaram lesões pré-neoplásicas: gastrite crônica (6 animais), gastrite atrófica (5 animais) e metaplasia intestinal (2 animais). Observamos também o desenvolvimento de adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal, na região antral do estômago de um animal. A concentração plasmática de HC aumentou enquanto o nível de AF diminuiu significativamente com o surgimento das lesões pré-neoplásicas e o câncer gástrico. Portanto, a HC e AF mostraram-se eficientes como biomarcadores da carcinogênese gástrica, no modelo experimental.
  • ALESSANDRE SANTANA MODESTO
  • Fatores de risco do gene CYP2E1 relacionados ao desenvolvimento do Câncer Gástrico.

  • Data: 20/01/2012
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  • O câncer gástrico é, ainda, uma das doenças que mais acomete a população humana. Responsável por cerca de 700.000 mortes anuais nos dias atuais, mais presente em países em desenvolvimento, como o Brasil, em destaque as regiões mais pobres, como o norte e o nordeste, onde se encontram os estados do Pará e do Ceará, que tiveram amostras analisadas nesta pesquisa.

                Há muito relacionado com a influência dos fatores hereditários (genéticos) e ambientais na sua gênese, o câncer gástrico necessita de um modelo que defina bem os passos dessa gênese e o estudo dos polimorfismos genéticos, que associados às condições de etnias e influências ambientais, parecem ter um grande potencial para explicar essa gênese, tem despertado um interesse, crescente, na comunidade científica.

                  Através de um estudo observacional analítico, resolvemos analisar polimorfismos da CYP2E1, que fazem parte da cadeia do citocromo P450, em particular os polimorfismos CYP2E1*1293 (G→C); CYP2E1*1054 (C→T) e CYP2E1*7632 (T→A) e suas influências, individuais e combinadas, em um grupo de 77 pacientes com câncer gástrico, histopatologicamente confirmados, subdivididos em 2 grupos: 33 pacientes oriundos do estado do Pará e 44 oriundos do Ceará. Foram analisados alguns aspectos gerais, tais como: gênero, faixa etária, estadiamento da doença, tipo histológico segundo a classificação de Lauren; bem como analisadas e quantificadas, a presença dos polimorfismos mencionados e suas relações com estas variáveis.

                Dentre os resultados obtidos, destacamos a combinação dos polimorfismos CYP2E1*1293C e CYP2E1*7632A e sua relação com os tipos histológicos, intestinal e difuso, da classificação de Lauren, sendo observado resultado estatisticamente significativo, uma vez que essa combinação esteve muito mais presente no tipo histológico intestinal, com um OR=9,68, quando comparada com o tipo selvagem do gene. Considerando os vieses da pesquisa, em especial o pequeno tamanho amostral e o não relacionamento de etnias. Mas também, considerando a influência das CYPs, que são enzimas relacionadas com metabolização de inúmeros xenobióticos e endobióticos, constantemente em contato com os seres humanos. Podemos concluir, que uma vez esses resultados reproduzidos em estudos com maior tamanho amostral e livre de outros vieses, bem como relacionados com o impacto de fatores ambientais, poderíamos estar diante de uma nova forma de marcador genético para o câncer gástrico, que ajudaria a população, da região, a definir melhor seus riscos de desenvolvimento da doença e as autoridades, a definirem políticas públicas de prevenção, tratamento e controle do problema.

  • CLEONARDO AUGUSTO DA SILVA
  • AVALIAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE RELACIONADA A MUTAÇÕES DOS GENES VDR, IL10 e SLC11A1

  • Data: 19/01/2012
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  • A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa das mais importantes para o homem, com altas taxas de mortalidade durante toda a história da humanidade. Ela é considerada como de origem multifatorial e poligênica, resultante da interação entre hospedeiro, patógeno e ambiente. No presente estudo investigou-se a relação entre sete polimorfismos nos genes VDR, IL10 e SLC11A1 com susceptibilidade e tuberculose. Um total de 135 pacientes com tuberculose confirmada a 141 indivíduos sadios foram analisados. Amostras de sangue de visualização em gel de poliacrimalida e por PCR em Tempo Real. A ancestralidade genômica entre pacientes e grupos controle foi estimada empregando um painel com 48 marcadores informativos de Ancestralidade autossômicos, todos eles do tipo Inserção-Deleção de pequenos fragmentos de DNA. Os SNPs A-1082G e C-8719T do gene Il10 e o polimorfismo DelTGTG3`ÚTR do gene SLC11A1 não apresentaram qualquer efeito estatisticamente significativo. Observou-se associação significativa de risco para susceptibilidade à tuberculose no gene VDR para o SNP Taql TT ( p=0.002 OR=2.166 IC95%=1.337-3.509); Fokl CC (p=0.009 OR=1.960 IC95%=1.189-3.231) e CC+CT (p=0.000 OR=3.713 IC95%=2.123-6.493) e ainda, Bsml GG (p=0.012 OR=1.853 IC95%=1.149-2989), assim como para o SNP A-592 do gene IL10 (p=0.002 OR=2.665 IC95%1.441-4.930). Observou-se ainda que a somatória dos efeitos dos genótipos, que isoladamente mostraram-se significativos, representa risco superior a três vezes (p=0.001 OR=3.5632 IC=1.9115-6.6418) de desenvolvimento de turberculose aos seus portadores.

  • FRANCISCO JUAREZ FILHO
  • O GENE CYP2D6 E A PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA AO DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER GÁSTRICO E SUAS IMPLICAÇÕES NO MANEJO TERAPÊUTICO
  • Data: 19/01/2012
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  • O gene CYP2D6 é o responsável pelo metabolismo de aproximadamente 20% dos medicamentos utilizados. Portanto, indivíduos que possuem modificações genéticas como por exemplo os metabolizadores pobres, apresentam diferenças farmacocinéticas, em relação aos indivíduos normais. Muitas enzimas CYPs ativam metabolicamente precarcinógenos para intermediários genotóxicos. Desta forma, as modificações genéticas das CYPs podem afetar a capacidade interindividual em converter precarcinógenos em carcinógenos, o que seria um importante fator para o desenvolvimento da susceptibilidade ao câncer. Neste estudo um total de 77 pacientes e uma amostra controle de 196 indivíduos sadios, em relação ao câncer gástrico, foram investigados na cidade de Belém. Os polimorfismos investigados do gene CYP2D6 foram CYPD26*C100T; CYP2D6*1023T;CYP2D6*A1846G;CYP2D6*A2850G,que em conjunto definem haplótipos ligados à fenótipos de metabolismo normal (CYP2D6*1;CYP2D6*2), não funcional (CYP2D6*4) e lento (CYP2D6*17). A análise estatística univariável apresentou um risco significativo para o desenvolvimento do câncer naqueles indivíduos com haplótipos homozigotos mutantes ( O.R. =12,555; P= 0.000) ou homozigoto/heterozigoto ( O.R. = 12,475; P= 0.000 ). De maneira inversa, àqueles indivíduos que apresentam o haplótipo homozigoto selvagem, observou-se um efeito protetor ( O.R. = 0,080; P= 0.000). A bioativação mediada pela CYPD26 é um passo inicial e obrigatório da carcinogênese química, polimorfismos/mutações associados com a alteração de suas atividades enzimáticas, como os analisados em nossos estudos (CYP2D6*17 e CYP2D6*4), podem influenciar a susceptibilidade ao câncer. Adicionalmente, combinações específicas de alelos podem fornecer a capacidade genética de responder a agentes tóxicos químicos, físicos e ambientais.
2011
Descrição
  • CAROLINE DE FATIMA AQUINO MOREIRA NUNES
  • EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE GENES RESPONSÁVEIS PELA IMORTALIDADE DE CÉLULAS CD34+ EM PACIENTES PORTADORES DE LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA EM TRATAMENTO COM INIBIDOR DE QUINASE.
  • Data: 20/12/2011
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  • A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa clonal caracterizada citogeneticamente pelo cromossomo Phildaelphia (Ph) e molecularmente pela formação da fusão BCR-ABL. Este gene codifica a oncoproteína p210, que tem atividade tirosina-quinase, o que confere uma vantagem adaptativa às células Ph+. O mesilato de imatinib (MI) é um inibidor de transdução de sinal que age especificamente na p210. A maioria dos pacientes tem um rápido declínio da carga de células leucêmicas maduras quando em tratamento com MI, mas não é eficiente na eliminação da doença residual mínima. Estudos têm demonstrado que as células residuais fazem parte do compartimento indiferenciado das células leucêmicas. Em 2005, Michor et al., através de modelo matemático, concluíram que o MI reduz a população de células leucêmicas diferenciadas com eficiência, porém não tem o mesmo efeito sobre a população celular que dirige esta doença, as células leucêmicas CD34+/CD33+, que conseguem manterem-se vivas durante o tratamento. O objetivo deste estudo é identificar os genes expressos em células CD34 + e CD66b + células como candidatos para o transporte inibidores de quinase. Amostras de medula óssea (MO) e do sangue periférico (SP) foram obtidos de 5 pacientes com LMC tratados com MI em resposta ótima ,de acordo com os critérios do LeukemiaNet e 1 paciente controle. Células CD34 + foram isoladas da MO dos pacientes com LMC e do controle. Da mesma forma, células maduras do SP (CD66b +) foram isolados dos mesmos pacientes e controle. O RNA obtido de cinco pacientes foi misturado para a obtenção de um pool. As amostras do pool e do controle foram sequenciadas de acordo com protocolos do fabricante do kit SOLiD Total RNA-Seq kit for whole transcriptome. Para caracterizar os genes de transporte mostrando expressão diferencial, utilizamos a Gene Ontology (GO), anotação e o software Cufflinks foi utilizado para identificar a expressão diferencial de genes em ambas as amostras, em pacientes (MO x SP) e no controle (MO x SP). A maior presença de canais de influxo, da família SLC (OCT-1 e OATP-1) nas células maduras (CD66b+) e ausência de canais de efluxo, da família ABC (ABCB1; ABCG2; ABCC1), e o inverso nas células-tronco (CD34+) dos pacientes com LMC analisados nesse estudo, pode ser a resposta do porquê da insensibilidade das células CD34+ ao tratamento com MI e consequente não eliminação da doença residual mínima.
  • MARIA DE FATIMA LOBATO DA CUNHA SAUMA
  • ASSOCIAÇÃO DOS POLIMORFISMOS C677T DO GENE MTHFR, (1729 + 55 del 4) SLC11A1 E CASP8 E ANCESTRALIDADE COM A PREDISPOSIÇÃO E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS AO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E À ARTRITE REUMATÓIDE.
  • Data: 16/12/2011
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  • O Lúpus eritematoso sistêmico (LES) e a Artrite Reumatoide são doenças reumatológicas que têm como causas mais imediatas anormalidades do sistema imunológico, assim são consideradas DOENÇAS AUTO-IMUNES. O LES é uma desordem auto-imune do tecido conjuntivo com um amplo e heterogêneo espectro de manifestações, predomina em mulheres em idade reprodutiva, e alta prevalência e manifestação renal que parecem estar associadas com etnia não-europeia. A Artite Reumatóide é uma doença auto-imune, de caráter inflamatório, caracterizada por poliartrite simétrica, que pode evoluir para deformidades das articulações e diferentes graus de incapacidade. Ambas tem etiologia desconhecida, mas tem sido bem documentada a susceptilidade genética. O presente estudo teve como objetivo investigar a influência da etnia e de polimorfismos dos genes da MTHFR, do SLC11A1 e da Caspase 8 no desenvolvimento do LES e da AR e suas manifestações clínicas. Foram analizadas 880 amostras, sendo: 111 de pacientes com LES, 424 de pacientes com AR e 345 de indivíduos sadios (controles), todos da cidade de Belém, localizada na Região Norte do Brasil. Foram investigados polimorfismos em SLC11A1, MTHFR e CASP8 e 48 marcadores de ancestralidade inserção/deleção para caracterizar ascendência africana, europeia e ameríndia em proporções individuais nas amostras. A média de idade foi de 42,2 anos na AR, 33,9 anos no LES e 41,7 anos no grupo contole. O maior número de pacientes foi observado na faixa etária entre 28 a 60 anos na AR e 17 a 27 anos no LES. Foi encontrada diferença estatisticamente significante na freqüência alélica do SLC11A1*240, mais frequentemente encontrado em pacientes com LES (p=0.0409; X²=4.181), quando comparados à população controle, sugerindo sua participação no desenvolvimento do LES. Portadores do alelo CASP8*171 foram mais frequentes em controles, que em pacientes com AR (p=0.0092; X²=6.78), caracterizando-se como fator de proteção. Quanto à composição étnica, foi possível observar que a população de pacientes com AR e LES tem maior contribuição ameríndia do que controles, e que esses, por sua vez, têm maior contribuição européia, ambos os resultados foram estatisticamente significantes. A etnia ameríndia parece ser um fator de risco, tanto para AR quanto para LES e a européia é um fator protetor para estas duas doenças. Em todas as análises realizadas, apenas o alelo 240 do SLC11A1, parece estar associada à etnia, onde os portadores deste tiveram uma contribuição indígena maior (p=0,029) na amostra de AR. Porém, este gene não foi signiticativamente associado a AR no presente estudo, podendo ser um resultado espúrio. Não houve diferença em termos de contribuição étnica para os alelos associados ao LES e AR, sugerindo que a associação encontrada é real e não foi influenciada pelas diferenças étnicas encontradas entre controles e pacientes. A relação homem:mulher foi 9,2 na AR; 9,4:1 no LES e 4:1 em controles, porém esta diferença não pareceu influenciar os resultados. Não foi observada nenhuma diferença estatisticamente significante entre manifestações iniciais no LES ou manifestações extra-articulares da AR e freqüências alélicas isoladamente. Já quanto a contribuição étnica, foi observada associação entre maior contribuição africana em pacientes lúpicos com acometimento renal, quando comparados aos pacientes sem acometimento renal. A etnia africana também mostrou-se significativamente maior em pacientes com alterações imunológicos (FAN ou outro auto-anticorpo). Esses resultados podem refletir uma associação entre ancestralidade africana e severidade do LES, como tem sido reportado na litaratura. Contudo, essa associação descrita na literatura parece meramente circunstancial, baseada em dados epidemiológicos. Nossos resultados fornecem dados mais consistentes, reforçando a literatura.
  • SAMIR MANSOUR MORAES CASSEB
  • Montagem de genomas do vírus dengue TIPO 4 utilizando dados de pirosequenciamento

  • Data: 12/12/2011
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  • Atualmente a montagem de genomas, sem o uso de referência, é um dos desafios mais importantes para bioinformatas de todo o mundo. Na tentativa de caracterizar novos organismos, o presente trabalho usa duas cepas de vírus dengue tipo 4 (DENV-4) recentemente isoladas no Brasil e que tiveram seus genomas totais seqüenciados usando o seqüenciador GSFLX 454 (Roche, Life Science) pelo método de pirosequenciamento. O dados de GSFLX 454 (conhecido como reads) foram utilizados para testar diferentes estratégias de montagem destes genomas. O manuscrito descreve que foi possivel recuperar mais de 96% do genoma sequenciado em uma única corrida e poderá ser útil para as tentativas de montagem posterior de outros genomas DENV, bem como de outros vírus que possuem genomas de RNA.

  • SAMIR MANSOUR MORAES CASSEB
  • Montagem de genomas do vírus dengue TIPO 4 utilizando dados de pirosequenciamento

  • Data: 12/12/2011
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  • Atualmente a montagem de genomas, sem o uso de referência, é um dos desafios mais importantes para bioinformatas de todo o mundo. Na tentativa de caracterizar novos organismos, o presente trabalho usa duas cepas de vírus dengue tipo 4 (DENV-4) recentemente isoladas no Brasil e que tiveram seus genomas totais seqüenciados usando o seqüenciador GSFLX 454 (Roche, Life Science) pelo método de pirosequenciamento. O dados de GSFLX 454 (conhecido como reads) foram utilizados para testar diferentes estratégias de montagem destes genomas. O manuscrito descreve que foi possivel recuperar mais de 96% do genoma sequenciado em uma única corrida e poderá ser útil para as tentativas de montagem posterior de outros genomas DENV, bem como de outros vírus que possuem genomas de RNA.

  • IGOR GUERREIRO HAMOY
  • DESENVOLVIMENTO DE UM PAINEL MULTIPLEX DE MICROSSATÉLITES PARA O TAMBAQUI (Colossoma macropomum, Characiforme: Serrasalminae): FERRAMENTA EFICIENTE PARA APLICAÇÃO EM MANEJO E CONSERVAÇÃO

  • Data: 02/12/2011
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  • O tambaqui (Colossoma macropomum) é o segundo maior peixe de escamas da ictiofauna amazônica. É de grande importância econômica para pesca comercial e para a criação em cativeiro, porém existem poucos estudos genéticos a respeito da diversidade genética dentro dessa espécie. Quando se pretende averiguar a variabilidade genética de uma espécie, os marcadores microssatélites são extremamente úteis devido ao elevado polimorfismo apresentado por seus loci. A genotipagem de microssatélites dinucleotídeos apresenta artefatos de PCR (stutters) que dificultam sua análise, gerando dados não confiáveis sobre a diversidade genética de uma espécie. A melhor maneira de diminuir os custos de genotipagem e o tempo de análise de marcadores microssatélites é a utilização da PCR multiplex, que permite a amplificação de vários fragmentos em uma única PCR e sua migração em um único capilar. Os objetivos do presente trabalho foram o isolamento e a caracterização de marcadores microssatélites tetranucleotídeos para C. macropomum, o desenvolvimento de um painel multiplex para genotipagem desses marcadores e a análise da estrutura genética e da possível ocorrência de bottleneck em diferentes populações naturais de tambaqui coletadas na bacia amazônica. Foram construídas quatro bibliotecas genômicas parciais enriquecidas em microssatélites. Isolamos 13 marcadores tri e tetranucleotídeos polimórficos, desenvolvemos um painel multiplex de 12 marcadores microssatélites, genotipamos com esse painel em 305 indivíduos de quatro populações naturais de Colossoma macropomum, coletadas nas cidades de Tefé (95), Manaus (89), Oriximiná (58) e Santarém (63). O painel multiplex desenvolvido no presente trabalho apresentou uma genotipagem fácil e precisa, além de uma grande economia de tempo e dinheiro em nossas análises. Esse painel apresentou uma elevada força estatística para parâmetros forenses como o poder combinado de discriminação que foi superior a 0,999. A diversidade genética encontrada foi elevada em todas as populações, resultado similar aos dados descritos na literatura. Essas populações não apresentaram uma diferenciação genética significativa e revelaram um elevado fluxo gênico, sugerindo a existência de uma população panmítica de tambaquis na bacia amazônica. As populações de Tefé e Manaus apresentaram um indicativo de bottleneck. O painel multiplex desenvolvido no presente estudo possibilita o monitoramento dos níveis de diversidade genética de forma precisa nas populações naturais de tambaqui em toda bacia amazônica, gerando subsídios para elaboração de planos de manejo e conservação dessa importante espécie de peixe, além de permitir uma identificação individual de tambaquis utilizados na reprodução em cativeiro impedindo o cruzamento de peixes geneticamente próximos.

  • CARLOS AUGUSTO LIMA BARROS
  • ESTUDO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS E AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA QUÂNTICA NA REGIÃO PROMOTORA DO GENE TNF-ALFA EM PACIENTES COM MALÁRICA POR PLASMODIUM FALCIPARUM NO MUNICÍPIO DE MARABÁ - PARÁ

  • Data: 25/11/2011
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  • As aves de rapina da Ordem Accipitriformes são extremamente interessantes do ponto de vista citogenético, por apresentarem cariótipos incomuns quando comparados à grande maioria das aves, caracterizando-se por números diploides mais baixos, entre 54-68, e uma pequena quantidade de microcromossomos. Atualmente a Ordem Accipitriformes é composta por quatro famílias, sendo a família Accipitridae a mais diversa em quantidade de espécies. As relações filogenéticas dentro das 14 subfamílias de Accipitridae ainda são um tema controverso. A subfamília Harpiinae é composta por três gêneros monotípicos, sendo dois deles de distribuição Neotropical, representados pelas espécies Harpia harpyja (HHA) e o Morphnus guianensis (MGU), com 2n=58 e 54 respectivamente. A Harpia foi a primeira ave de rapina a ter seu mapeamento cromossômico descrito com a utilização de sondas cromossomo-específicas de Gallus gallus (GGA). No entanto, os resultados isolados com esse conjunto de sondas não são capazes de responder todas as perguntas impostas pela intensa reorganização nos cariótipos das aves de rapina. Logo, o objetivo desse trabalho foi realizar o mapeamento cromossômico por meio de FISH com sondas de GGA, juntamente com sondas cromossomo-específicas de Leucopternisalbicollis (LAL) de Harpia harpyja e Morphnus guianensis, com o intuito de identificar sinapomorpfias cromossômicas e entender sua evolução cariotípica. O uso desses dois grupos de sonda possibilita a detecção de rearranjos que antes passavam despercebidos somente com sondas de GGA, além de identificar pontos de quebra envolvidos nesses rearranjos. Os resultados obtidos mostram que HHA e MGU não compartilham nenhum rearranjo do tipo fusão/fissão apesar de manterem seus pontos de quebra conservados em relação à LAL. O uso das sondas de LAL permitiu determinar o cariótipo ancestral de Harpiinae Neotropicais em 2n=66, no qual 2 fusões em Harpia e 7 em Morphnus, além duas fissões independentes homólogas à GGA2 em ambas espécies,  se apresentam como autapomorfias adquiridas após a divergência das espécies

  • PATRICIA ALEIXO GARCIA
  • INVESTIGAÇÃO DE MARCADORES GENÉTICOS RELACIONADOS COM A SUSCETIBILIDADE E A GRAVIDADE DA HANSENÍASE EM UMA POPULAÇÃO MISCIGENADA DO NORTE DO BRASIL

  • Data: 26/08/2011
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  • Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae que se manifesta através de sinais e sintomas dermato-neurológicos. A intensidade da manifestação tem grande dependência da resposta imune do hospedeiro, diante disso, diferenças étnicas na composição gênica pode ser um fator importante para a interpretação errônea de resultados, desta forma, o controle genômico de ancestralidade se faz primordial em estudos de associação, sobretudo com populações miscigenadas. O presente estudo investigou polimorfismos nos genes INF(T874A), TNFα(G-308A), IL12B(A1188C), IL6(G-174C), IL17A(G-197A), IL4(C-590T) e IL10(A-1082G, C-819T, C-592A), para testar a hipótese de que tais marcadores biológicos possam estar relacionados com suscetibilidade ou formas de manifestações graves da hanseníase, em uma população miscigenada brasileira. Para tanto, um painel de 48 Marcadores Informativos de Ancestralidade (MIA) foi utlizado com o intuito de evitar a relação dos resultados obtidos com substruturação populacional. Observamos, por análise multivariada de Casos versus Controle, que os polimorfismos de TNFα (GA; p=0,037 OR[IC95%]=0,284[0,087-0,926]) e IL6 (CC+CG; p=0,015 OR[IC95%]=0,407[0,198-0,838]) apresentaram-se como fatores de resistência e IL10 -592 (AA+CA; p=0,000 OR[IC95%]=6,857[2,959-15,888]) como fator de suscetibilidade à hanseníase. Resultados significativos também foram observados nas análises relativas a gravidade, entre PB versus MB para os genes IL12B (AC; p=0,038 OR[IC95%]=2,747[1,058-7,137]) e IL10 (CA; p=0,049 OR[IC95%]=0,313[0,098-0,999]). Análise dos haplótipos formados pelos polimorfismos -1082, -819 e -592 do gene IL10 mostrou que genótipo haplotípico ACC/ACC apresentou resultados significativos de proteção para o desenvolvimento de hanseníase (p=0,031 OR[IC95%]=0,2496[0,071-0,879]), assim como ACC/GCC (p=0,002 OR[IC95%]=0,002[0,000-0,040]), enquadrados nos perfis de baixa e média produção da interleucina.

  • PABLO ABDON DA COSTA FRANCEZ
  • VARIABILIDADE GENÉTICA NOS SISTEMAS STR AUTOSSÔMICO, Y-STR E INDEL NA POPULAÇÃO DE MACAPÁ: ASPECTOS POPULACIONAIS E FORENSES

  • Data: 19/08/2011
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  • O povoamento das Américas foi um exemplo marcante de migração em massa com enorme modificação da constituição genética da população receptora. Estima-se que entre 1500 e 1915, 46 milhões de europeus e 10 milhões de Africanos tenham desembarcado na América. Entretanto este continente já era habitado, sendo que estudos indicam que os Paleoíndios chegaram à região Amazônica há cerca de 12.000 anos. Embora o primeiro contato registrado entre europeus e indígenas nas terras do atual estado do Amapá tenha sido datado de 1499, os portugueses só consolidaram seu domínio no século XVIII com a construção da fortaleza de São José de Macapá. Neste estudo foram analisados marcadores STR-Autossômicos, Y-STR, INDELs e avaliadas características fenotípicas (cor da pele e ancestralidade autodeclarada/hetero-classificada) de uma amostra da população de Macapá, com intuito de compreender melhor a utilidade e informatividade destes marcadores e suas possíveis aplicações em investigações populacionais e forenses. Observou-se, com base nos marcadores STR-autossômicos e INDELs, que as estimativas de mistura interétnica obtidas para a população de Macapá eram semelhantes (Africano= 0,19 +0,0262 e 0,21+0,0115; Europeu= 0,46+0,0261 e 0,50+0,0131 e Nativo Americano= 0,35 +0,0264 e 0,29+0,0113, respectivamente). Enquanto que quando avaliados os haplótipos Y-STRs havia um predomínio de linhagens masculinas de origem Europeia (89%). Também foi possível constatar a existência de subestruturação populacional em diferentes regiões da cidade, assim como, foram observadas correlações significativas entre cor da pele e ancestralidade (autodeclarada e hetero-classificada) com ancestralidade genômica. Por último, analisando os eletroferogramas dos três painéis de marcadores INDEL investigados, observou-se um desempenho superior em relação a um kit de STR comercial em estudos empregando amostras forenses. 

  • TERESINHA DE JESUS BRABO FERREIRA PALHA
  • DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE SISTEMA DE GENOTIPAGEM DE STRs DO CROMOSSOMO Y PARA CASOS FORENSES
  • Data: 18/08/2011
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  • A população brasileira é muito heterogênea do ponto de vista genético e o processo de miscigenação ocorrido foi diferente em regiões geográficas distintas do Brasil. Os Y-STRs apresentam elevado polimorfismo em todas as populações já estudadas, oferecendo um grau significante de discriminação entre indivíduos. Um conjunto de nove Y-STR, conhecido como haplótipo mínimo, foi extensivamente utilizado no mundo todo em estudos populacionais e forenses. Adicionalmente, vários marcadores foram sendo relatados com o objetivo de aumentar a capacidade discriminatória desse conjunto. E um painel com 17 loci Y-STR, disponível em kit comercial, passou a ser, então, o mais utilizado. No presente trabalho desenvolvemos um painel com 14 Y-STR (DYS458, DYS439, Y-GATA H4, DYS576, DYS447, DYS460, DYS456, Y-GATA A10, DYS437, DYS449, DYS570, Y-GATA C4, DYS448 e DYS438) e investigamos o poder de discriminação individual em 2.029 indivíduos, das cinco regiões geopolíticas do Brasil. Incluímos a validação de todas as etapas das análises e comparamos com os parâmetros observados nos dois conjuntos previamente mencionados. Um total de 2.002 diferentes haplótipos foram observados, dos quais 1.975 foram únicos, a diversidade haplotípica foi de 99,95% e a capacidade de discriminação de 98,67%. O painel demonstrou parâmetros genéticos elevados em todas as populações investigadas, podendo ser utilizado com segurança em análises forenses. As análises demonstram, ainda, que não existe distância genética significativa entre as populações investigadas, podendo ser utilizado um único banco de dados da população brasileira em cálculos estatísticos. Comparando com as populações parentais foi possível observar que os haplótipos Y-STR dos brasileiros não são significantemente diferentes dos europeus, são pouco diferentes dos africanos e muito diferentes dos ameríndios. Nas comparações de parâmetros forenses a porcentagem de compartilhamento entre os indivíduos da população brasileira foi muito elevada (50%) com o haplótipo mínimo; relevante para o conjunto de 17 Y-STR (6,6%) e para o conjunto de 14 Y-STR (2,5%); e reduzida (0,7%) para o conjunto total formado com 23 Y-STR. Isto significa que, no Brasil, o emprego isolado do painel de 17 loci Y-STR não garante a discriminação individual.
  • DANIELA SOARES LEITE
  • O mtDNA e as interações do passado.

  • Data: 17/08/2011
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  • A maior parte das pesquisas relacionadas com questões sobre a variabilidade genética em populações modernas e ancestrais de nativos americanos tem sido conduzida na molécula de DNA mitocondrial (mtDNA).

    O uso da biologia molecular, no caso deste trabalho, o sequenciamento da região HVSI do mtDNA ancestral, é uma ferramenta valiosa para auxiliar no entendimento das relações biológicas e da história demográfica das amostras aqui investigadas. Todas as amostras  eram   compostas  de remanescentes ósseos e o aDNA foi extraído de osso ou polpa dentária O método estatístico utilizado para mensurar as similaridades e diferenças entre os grupos estudados foi a medida de distância (Fst) e para o cálculo desta distância foi utilizado o programa Arlequin v.3.01.

    O presente trabalho teve como objetivo utilizar a análise do mtDNA ancestral  como  ferramenta  para  investigação  do perfil  paleogenético considerando, de acordo com a população estudada: diversidade genética, dispersão, continuidade  biológica e miscigenação, em populações ancestrais do Brasil, pertencentes a contextos e épocas distintas; são elas: os Sambaquis da região Sul/Sudeste (1,250±30 a 4,250±40 BP); os Guajajara da região Nordeste (140   ±   30 a 210 ± 40 BP); e as populações Amazônicas da região Norte (500 a 4.000 BP). Nas amostras de sítios Sambaquis, foi analisada a possível heterogeneidade biológica, presente entre os grupos Sambaquieiros do litoral e os do interior; nas amostras de Guajajaras foi analisada a presença ou não de miscigenação com outros grupos não ameríndios; as amostras Amazônicas foram utilizadas para analisar a presença ou não de continuidade biológica entre os dois estoques temporais, atuais e ancestrais; bem como diferenças entre estas e os Sambaquis da região Sul/Sudeste.

    A taxa de recuperação foi considerável para todos os grupos (>50%). E o conjunto de haplogrupos ameríndios identificado.

    Nas amostras de Sambaquis, os resultados, até o momento, corroboram a hipótese proposta por Walter Neves (1988) de que os grupos que ocuparam o litoral do Rio de Janeiro (Litoral Norte) constituem uma unidade biológica distinta quando comparadas com os grupos que rumaram para Santa Catarina (Litoral Sul). A presença de haplogrupos africanos nas amostras Guajajara é consistente com os dados históricos, que relatam a aproximação indígena com africanos e afrodescendente utilizados como escravos nas frentes agrícolas da região, nos séculos XVI e XVII. Em relação às amostras ancestrais da região amazônica (Ancestral e Contemporânea) observou-se que compartilhavam as mesmas sequências mitocondriais, o que sugere uma continuidade biológica entre as populações que participaram do processo de povoamento da região em diferentes momentos. Adicionalmente, em relação à comparação entre amostras ancestrais de Sambaquis da região amazônica e os meridionais os resultados sugerem ausência de uma continuidade biológica. Este resultado supõe que a diversidade genética presente nestes dois grupos ancestrais representa dois estoques biológicos distintos de Sambaquis.

    A diversidade genética de populações humanas depende da interação de diferentes fatores, dentre os mais importantes citamos a composição genética inicial de seus fundadores, a história demográfica, o tamanho populacional, bottlenecks, períodos de expansão, grau de isolamento, fluxo gênico, e os efeitos seletivos de fatores ambientais.

  • ILMARINA CAMPOS DE MENEZES
  • Caracterização Genética de espécies do gênero Piper (Piperaceae) utilizando marcadores moleculares

  • Data: 16/08/2011
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  • RESUMO- Capítulo I

     

    O genêro Piper compõe o grupo das angiospermas basais, plantas com características plesiomorficas do grupo das angiospermas. Com uma distribuição em todos os continentes, espécies de Piper têm predominância na America tropical. A morfologia de peças vegetativas e a biologia reprodutiva têm sido as principais características para descrição de espécies e estabelecimento da taxonomia do gênero. Entretanto, trabalhos recentes com a região do DNA ribossomal nuclear - Internal Transcribe Spacer (ITS) - têm estabelecido taxa infragenéricas até então com pouca resolução. A reconstrução filogenética para o gênero, nesse trabalho, foi baseada em seqüências da região do espaço transcrito interno (ITS) do DNA ribossomal nuclear, e da região do intron trnL do cloroplasto, analisadas separadamente. As árvores filogenéticas geradas para a região ITS, revelam a polarização de dois grande grupos, Paleotrópico e Neotrópico, revelando ainda posições claras no Neotropical, das espécies amazônicas amostradas nesse trabalho, em grupos monofiléticos referentes a subgêneros válidos, sobretudo nos agrupamentos Schilleria/Peltobryon, Radula e Macrostachys. A reconstrução filogenética baseada na região cloroplastidial foi limitada, havendo uma distinção dos dois grandes grupos, sem contudo resolver as relações de subgêneros. As espécies P. alatipetiolatum, P. colubrinum e P. divaricatum aparecem fortemente relacionadas em ramos bem suportados para o marcador ITS, assim como as epécies P. aduncum, P. hispidinervium e P. hispidum que mostram em todas as análises alta sustentação.

    RESUMO- Capítulo II

    Desde a década de cinqüenta o Brasil tem dividido com países asiáticos a hegemonia da produção e exportação de pimenta-do-reino - Piper nigrum L. (Piperaceae). Atualmente o Brasil é o segundo maior exportador mundial e o Estado do Pará é responsável por 85% da produção no país. Devido a pimenta-do-reino ser uma espécie exótica, há dificuldade de introdução de material genético no país o que contribui para uma estreita base genética. O objetivo deste trabalho foi desenvolver e caracterizar marcadores moleculares do tipo microssatélites de pimenta-do-reino Piper nigrum L. e avaliar a variabilidade (diversidade genética) contida na coleção de germoplasma da espécie, conservada na Embrapa Amazônia Oriental-PA. Para tanto, uma biblioteca genômica enriquecida de microssatélite foi desenvolvida a partir de um único indivíduo da cultivar Cingapura. Um total de 192 clones foram sequênciados, 57 sequências apresentaram microssatélites, os motivos dinucleotídicos AC/TG e CA/GT foram os mais abundantes e 36 primers foram desenhados. Para este trabalho, nove microssatélites foram caracterizados e vinte acessos da coleção de germoplasma de Piper nigrum L. existentes no Brasil foram avaliados. As análises de variabilidade genética apresentaram heterozigosidade observada de 0,11 a 1,00 e a esperada de 0,47 a 0,87. O número de alelos variou de 3 a 10 com uma média de 5,8 alelos por locus e o padrão de bandas foi nitidamente diploide. A distância genética média de Roger modificada por Wright foi de 0,91 para os genótipos 3 e 19 e nula (0,00) entre os genotipos 4 e 5, 8 e 10, 18 e 20. O teste de transferibilidade mostrou amplificação heteróloga para espécies do gênero Piper ocorrentes na Amazônia, P. hispidinervium C. DC., P. tuberculatum Jacq. e P. colubrinum Link. e uma de origem asiática, P.  attenuatum Buch.-Ham.  

  • ADILANA GOMES SOARES
  • “DISTRIBUIÇÃO DOS POLIMORFISMOS NOS GENES GSTM1 E GSTT1 EM AMOSTRAS POPULACIONAIS DE QUATRO REGIÕES BRASILEIRAS”
  • Data: 03/08/2011
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  • A freqüência dos polimorfismos presentes nos genes das Glutatina S-Transferases apresenta variação étnico-geográfica. Esses polimorfismos têm sido associados à susceptibilidade a diversos tipos de doenças, além de serem alvos de diversos estudos farmacogenéticos. A distribuição das frequências genotípicas/fenotípicas dos alelos nulos dos genes GSTM1 e GSTT1 em populações brasileiras (cuja constituição étnica é uma das mais heterogêneas) variam de 17-55% e 15-44%, respectivamente, quando excluímos das análises as populações ameríndias. No presente projeto investigou-se a distribuição das frequências genotípicas/fenotípicas e alélica para os genes GSTM1 e GSTT1, em indivíduos das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. A presença ou ausência do gene, foi investigada por meio de duas técnicas a PCR clássica e PCR em Tempo Real (utilizando sistema TaqMan) a fim de testar a sensibilidade de ambas as ferramentas. As frequências do genótipo/fenótipo nulo do sistema GSTM1 foram estimadas para as regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul em 35.9, 32.1, 39.0 e 21.2%, respectivamente. Em relação ao sistema GSTT1, as mesmas regiões apresentaram uma freqüência para o fenótipo nulo de 5.5, 17.8, 19.4 e 8.7%. Para o sistema GSTM1, observou-se que a região Sul apresentou diferenças significativas quando comparada as demais regiões (Sul e Norte: p=0.0056; Sul e Nordeste: p=0.0002; Sul e Sudeste: p<0.0001), enquanto que para o sistema GSTT1, as regiões Norte e Sul diferiram significativamente das regiões Nordeste e Sudeste (p<0.05). Desta forma, o presente trabalho corrobora os dados da literatura quanto a variação na distribuição das freqüências dos genes GSTM1 e GSTT1 observadas nas diferentes regiões, de acordo com o componente étnico predominante e a localização geográfica.
  • ELZEMAR MARTINS RIBEIRO RODRIGUES
  • Investigação de 12 X-STRs na população brasileira: Aplicações em genética forense e no estabelecimento de vínculo genético 

  • Data: 21/06/2011
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  • Nos últimos anos, vários trabalhos têm sido publicados sobre a variabilidade dos marcadores X-STRs, mas ainda é incipiente o conhecimento sobre esses marcadores em populações brasileiras. No presente trabalho apresentamos os dados genéticos de 12 X-STRs (DXS9895, DXS7132, DXS6800, DXS9898, DXS6789, DXS7133, GATA172D05, DXS7130, HPRTB, GATA31E08, DXS7423, DXS10011), obtidos de uma amostra de 2234 indivíduos de 16 Estados brasileiros e testamos a hipótese se é mais adequado criar um único banco de dados para todo o Brasil ou se há necessidade de criação de bancos de dados específicos para cada população. Nenhum desvio significativo da distribuição genotípica esperada pelo equilíbrio de Hardy-Weinberg, foi observado para qualquer um dos locos em qualquer população analisada. A diversidade genética por locus variou entre 67% para o marcador DXS7133 e 95% para o DXS10011. A população do Estado do Ceará apresenta a mais elevada média de diversidade genética (79% para os 12 marcadores X-STRs). Considerando a população brasileira total, o poder de discriminação do painel de 12 X-STRs em fêmeas (PDF) é de 0,999999999999994 e o poder de discriminação em machos (PDM) é de 0,9999999969. Estes valores elevados demonstram o potencial desse sistema para a aplicação forense e testes de relações de parentesco entre indivíduos. As comparações entre as populações investigadas revelaram diferenças significativas entre populações brasileiras e entre elas e outras populações da Europa e da América Latina. Nossos resultados apontam para necessidade de criar bancos de dados específicos, para serem empregados nos cálculos de parâmetros forenses em cada população, ao invés de um único banco de dados que possa ser empregado para todas as populações brasileiras.

  • SAULO CORDEIRO PAIVA
  • Desenvolvimento de um painel de marcadores INDEL, associado à susceptibilidade ao câncer
  • Data: 13/06/2011
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  • O câncer é uma doença que tem afligido seres humanos por toda a história. Estima-se que, no Brasil, no ano de 2010, tenham ocorrido cerca de 489.270 casos de câncer, dos quais 236.240 atingiram o sexo masculino e 253.030, o feminino. Na maioria dos casos, o câncer surge em função de um processo de multiplicação celular que se dá de maneira incorreta, tanto pela não eliminação de determinadas células, quanto pela divisão excessiva de outras, formando tumores. O acúmulo de mutações no genoma e mudanças epigenéticas, que desregulam o controle feito por alguns genes, são consideradas as principais causas de câncer. No presente estudo, desenvolvemos toda a metodologia de análise laboratorial de um painel de 7 marcadores INDEL, nos genes TP53, CASP8, NFKB1, IL-1α, CYP2E1, XRCC1 e TYMS, que pode ser genotipado através de uma única PCR multiplex, seguida de uma única corrida de eletroforese capilar. Empregamos o painel para genotipar uma amostra de 225 indivíduos controles e 221 indivíduos com câncer de uma população miscigenada da Amazônia brasileira. Os dados obtidos permitem demonstrar que os polimorfismos INDEL nos genes TP53 e XRCC1 foram significativamente importantes para à susceptibilidade ao câncer, e o INDEL do gene TYMS apresentou uma tendência de risco de desenvolvimento de neoplasia.
  • NEY PEREIRA CARNEIRO DOS SANTOS
  • FARMACOGENÉTICA DOS GENES N-ACETILTRANSFERASE 2 (NAT2) E CITOCROMO P450 2E1 OXIDASE (CYP2E1) NA RESPOSTA A ISONIAZIDA, EM PACIENTES COM TUBERCULOSE NO ESTADO DO PARÁ.

  • Data: 25/05/2011
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  • A tuberculose é um importante problema de saúde publica, principalmente em países emergentes. O tratamento para esta enfermidade recomendado pelo ministério da saúde do Brasil utiliza como esquema padrão três fármacos combinados: Isoniazida (INH), Rimfapicina (R), Pirazinamida (Z). A toxicidade causada pelo tratamento com fármacos antituberculose está associada com elevadas taxas de morbidade, mortalidade e, além disso, está envolvida com o aumento de custos durante o tratamento. Dentre os efeitos adversos mais graves destaca-se a hepatotoxicidade caracterizada por danos no fígado. O mecanismo de metabolização da INH envolve principalmente as enzimas: N-acetiltransferase 2 (NAT2), e o Citocromo P450 oxidase (CYP2E1) que participam de reações de acetilação e oxidação. Diferentes investigações sugerem que o desenvolvimento de hepatotoxicidade medicamentosa causada por administração da INH em pacientes com tuberculose esta associada à polimorfismos nos genes NAT2 e CYP2E1. Com o objetivo de investigar se variantes nos genes de metabolização do INH estavam associadas à hepatotoxicidade em pacientes de Belém, neste estudo investigamos 6 SNPs no gene NAT2 e 4 polimorfismos no gene CYP2E1 (3 SNPs e 1 INDEL). A existência de diferenças interétnicas, em relação à variabilidade encontrada em genes envolvidos com a resposta aos fármacos, pode ser um fator importante para a interpretação errônea dos resultados. Desta maneira no presente estudo, um painel de 48 marcadores bialélicos, informativos de ancestralidade (MIA) foi desenvolvido para ser utilizado como controle genômico em estudos farmacogenéticos. O painel de 48 MIA foi validado através de genotipagem de amostras das populações parentais (243 amerindios , 161 europeus e 189 africanos ) e miscigenadas brasileiras (299 região Norte, 81 região Sul e 103 amostras de quilombos). Os resultados observados para validação do painel de controle genômico demonstram que o painel pode ser empregado para distinguir populações continentais, especificamente europeus, africanos e ameríndios. A amostra do estudo farmacogenômico, foi composta por 12

    276 pacientes com tuberculose tratados com INH, dos quais 18 (6,5%) apresentaram hepatotoxicidade medicamentosa. Foi observado que pacientes que não desenvolveram o efeito adverso apresentavam uma proporção maior de ancestralidade europeia do que naqueles com hepatotoxicidade (p=0,034). Em geral a frequência de haplótipos no gene NAT2 associados com um perfil de acetilação rápida foi de 42%, enquanto que 58% estavam associados com um perfil de acetilação lenta. Embora não significante foi observada uma frequência maior de homozigotos selvagens no gene CYP2E1 no grupo de pacientes com reação adversa. Na analise de regressão logistica multipla ocorrencia de comorbidades, abuso de alcool e homozigoze para os haplótipos selvagens do gene CYP2E1 foram identificados como fatores de risco independentes para hepatoxicidade nessa população brasileira. Enquanto que o perfil de acetilação lenta, após ser controlado por confundidores não permaneceu significantemente associado a esse efeito adverso. A genotipagem para NAT2 e CYP2E1 poderá ser útil para a predição de risco para efeitos adversos do tratamento para tuberculose e poderá auxiliar no melhor manejo terapêutico reduzindo a sua morbidade e a mortalidade.

  • PALOMA DAGUER EWERTON DOS SANTOS
  • História Demográfica de Sulameríndios inferida a partir de marcadores mtDNA e microssatélites conjuntamente com simulações por coalescência e rede neurais artificiais.

  • Data: 14/04/2011
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  • Um capítulo importante da história biológica humana refere-se aos Ameríndios. Para procurar entender melhor sobre a história dos mesmos, o presente estudo conduziu uma meta-análise compreendendo 253 sequências de DNA mitocondrial e 13 microssatélites de diversas tribos da América do Sul, comparando-os com dados gerados por simulações por coalescência, realizadas no programa SimCoal2, com diferentes cenários demográficos de expansão seguida de depopulação, compatíveis com a história dos povos americanos. Uma vez que os dados de simulações permitem recriar uma infinidade de cenários, inúmeros dados são gerados, tornando a análise dos dados em uma tarefa árdua. Para tal, procuramos implementar o uso de Redes Neurais Artificiais como uma ferramenta para discriminação dos cenários simulados e comparação dos mesmos com os dados de DNA mitocondrial e microssatélites para encontrar o melhor cenário que se adéqua como padrão demográfico dos Ameríndios. Os dados de DNA mitocondrial não mostraram sinal expansão recente, enquanto que os dados de microssatélites sugeriram fortemente uma depopulação recente. Este contraste pode ser explicado pelo fato que em situações de oscilação demográfica com alternância de expansão com depopulação os dados de sequenciamento parecem sempre refletir expansão e os dados de microssatélites conseguem detectar a depopulação, demonstrando que para cenários mistos e complexos é necessário utilizar ambos os tipos de marcadores. A comparação entre os dados reais e cenários simulados, feita de forma manual, foi capaz de discriminar dois cenários que adequadamente explicam os dados reais, sendo que esses cenários foram caracterizados com uma população inicial de 100.000, aumentaram a população para 20.000.000 e 25.000.000, respectivamente, em 460 gerações e depois reduziu a população para 1.000.000 em 20 gerações, enquanto que a utilização de Redes Neurais Artificiais não demonstrou ser uma ferramenta capaz de discriminar os cenários simulados. 

  • DIEGO ASSIS DAS GRACAS
  • OCORRÊNCIA DE ARQUEIAS METANOGÊNICAS NO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ

  • Data: 31/03/2011
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  • A região amazônica tem um enorme potencial hídrico que é utilizado para geração de energia. A construção da usina hidrelétrica (UHE) de Tucuruí alagou uma área de floresta de 2400 km2 que, em decomposição, libera gases do efeito estufa, como o metano. Neste trabalho, nós investigamos a ocorrência de arqueias metanogênicas presentes em uma amostra de sedimento do reservatório da usina hidrelétrica de Tucuruí. Uma amostra de sedimento do reservatório foi utilizada como inoculo para o enriquecimento de arqueias metanogênicas. O enriquecimento foi realizado adicionando todas as fontes de carbono utilizadas pelas metanogênicas. Após detecção da produção de metano pela cultura, a diversidade de arqueias foi analisada através de técnicas moleculares, como FISH e seqüenciamento do gene de 16S rRNA, bem como de microscopia. As análises de hibridização in situ com fluorescência revelaram abundância de células cocóides arranjadas em cachos, típicos da ordem Methanosarcinales. O DNA da cultura foi extraído e o fragmento do gene de 16S rRNA de arqueias foi amplificado por PCR, clonado e fracionado em DHPLC e seqüenciado. Todos os 37 clones seqüenciados tinham 99% de identidade com Methanosarcina mazei. A análise de DHPLC detectou apenas um pico em elevada abundância correspondente ao amplicon de M. mazei. As análises de microscopia eletrônica de transmissão revelaram ultra-estruturas típicas de M. mazei como grânulos citoplasmáticos eletricamente densos e vacúolos de gás. Nossos resultados sugerem que o sedimento do reservatório da UHE-Tucuruí possui arqueias metanogênicas da espécie M. mazei que pode ser explicado pela grande quantidade de matéria orgânica em decomposição no sedimento. Este é o primeiro estudo sobre cultivo da diversidade de arqueias metanogênicas realizado num ambiente impactado pela construção de uma usina hidrelétrica na Amazônia.

  • DANUTA SASTRE PHIPPS
  • PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES BOVINOS EM SISTEMAS DE CULTIVO DE ALTA E BAIXA TENSÃO DE OXIGÊNIO: AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE GENES IMPLICADOS NO METABOLISMO LIPÍDICO
  • Data: 30/03/2011
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  • Embriões produzidos in vitro possuem alto conteúdo lipídico estocado em gotas lipídicas (GL), cuja remoção ou redução têm aumentado a viabilidade pós-descongelamento destes. A família de proteínas PAT está envolvida na formação e regulação das GL em muitos tipos celulares e, ainda assim, sua presença não havia sido investigada em oócitos e embriões bovinos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi detectar a expressão de transcritos da família PAT (PLIN1, PLIN2 e PLIN3) em oócitos imaturos e maturados in vitro (MIV) e em embriões produzidos in vitro nos estádios de 2-4 células, 8-16 células, mórula (MO) e blastocisto (BL). Não foi factível avaliar a expressão de PLIN1 devido a possível presença de splicing variantes na amostra. A expressão de PLIN2 e de PLIN3 não foi alterada após a MIV, embora PLIN2 estivesse comparativamente mais expresso que PLIN3 em oócitos maduros (P<0,001). Durantes os estágios iniciais do desenvolvimento, PLIN2 atingiu seu maior pico de expressão no estádio de MO (P<0,001) e decaiu novamente no estádio de BL. Da mesma forma, PLIN3 foi expresso em baixos níveis durante os estágios mais primordiais do desenvolvimento, mas aumentou no estádio de MO (P<0,05) e foi altamente expresso (seis vezes mais) no estádio de BL (P<0,001). Quando comparado com PLIN2, PLIN3 foi mais expresso durante todo o cultivo in vitro (15 vezes mais; P<0,05), exceto no estádio de 8-16 células. Nós especulamos que PLIN3 é a principal proteína PAT durante o desenvolvimento embrionário inicial em bovinos devido à alta demanda para estabilização das GL formadas em consequência do aumento agudo de lipídios que ocorre neste período. Para confirmar os dados de expressão, foi realizada a imuncitoquímica para as proteínas PAT no estádio de BL. O padrão de distribuição de PLIN3 foi semelhante a muitos pontos espalhados pelo citoplasma, enquanto que PLIN2 pareceu estar associada a GL maiores, consistente com o padrão visto em adipócitos. Esses dados sugerem que tanto GL recém formadas (pequenas) quanto GL antigas (maiores), positivas para PLIN3 e PLIN2 respectivamente, coexistem em BL. Este é o primeiro trabalho de nosso conhecimento que provê evidências da expressão de transcritos e proteínas PAT em oócitos e embriões bovinos produzidos in vitro.
  • RAFAEL AZEVEDO BARAUNA
  • Proteômica comparativa da Chromobacterium violaceum linhagem ATCC 12472 durante o processo de metabolização do cianato

  • Data: 30/03/2011
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  • Isolada de diferentes habitat tropicais e subtropicais do mundo, a espécie Chromobacterium violaceum é uma Beta-proteobactéria gram-negativa de vida livre. A linhagem ATCC 12472 teve seu genoma seqüenciado pelo Programa Genoma Brasileiro e apresentou um tamanho de 4,7 Mb. O operon cyn descrito em seu genoma, está evolvido na degradação do cianato, um poluente produzido durante a recuperação do ouro e outros metais em minas e na natureza pela decomposição espontânea da uréia, sendo altamente tóxico para os seres vivos. Visando um maior conhecimento a cerca da capacidade de metabolização deste poluente pela C. violaceum, foi caracterizada a resistência da linhagem ATCC 12472 ao composto. Análises proteômicas foram desenvolvidas utilizando eletroforese bidimensional em conjunto com a espectrometria de massas para verificar a resposta molecular de bactérias expostas ao cianato comparadas com bactérias cultivadas em condições normais de crescimento. A C. violaceum foi capaz de crescer até 1 mM de cianato. Acima desta concentração, houve considerável inibição do crescimento bacteriano. Dezoito proteínas apresentaram expressão diferencial na presença do composto, sendo dezesseis menos expressas e somente duas mais expressas. Outras doze proteínas foram detectadas somente no grupo controle e uma somente no grupo exposto. Quatorze proteínas foram identificadas por MS/MS. O aumento na expressão da enzima superóxido dismutase indica que o cianato induz um quadro de estresse oxidativo, tendo como reflexo a diminuição na expressão das enzimas do ciclo do TCA. Outras proteínas envolvidas no metabolismo e síntese de aminoácidos e proteínas hipotéticas também foram menos expressas pela bactéria em meio de cultivo contendo o poluente cianato. Este trabalho demonstrou que a capacidade de metabolização de altas concentrações de cianato pela C. violaceum envolve várias rotas biológicas e não somente os produtos do operon cyn.

  • DIEGO DI FELIPE AVILA ALCÂNTARA
  • "AVALIAÇÃO IN VITRO DOS EFEITOS CITOTÓXICOS E GENOTÓXICOS DA DROGA ANTIMALÁRICA ARTEMETER EM LINHAGEM CELULAR DE NEOPLASIA GÁSTRICA (PG 100)"

  • Data: 29/03/2011
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  • A artemisinina é uma lactona sesquiterpênica com um grupo endoperóxido,

    extraída de Artemisia annua L., e extensivamente utilizada como droga

    antimalárica. Alguns estudos na literatura mostram efeitos genotóxicos e

    citotóxicos das artemisininas, incluindo o seu derivado, artemeter, sobretudo em

    células neoplásicas. O câncer gástrico é a 4ª malignidade mais frequente e

    responsável por 9% da incidência mundial de câncer, sendo o segundo maior

    causador de morte por neoplasias. Desta forma, o objetivo deste estudo consiste

    em avaliar in vitro os possíveis efeitos genotóxicos e citotóxicos do artemeter, em

    cultura de linhagem celular de neoplasia gástrica (PG 100) e compará-los com os

    resultados em linfócitos de sangue periférico humano expostos as mesmas

    condições. Para os testes de sobrevivência celular, as células foram expostas a

    diferentes concentrações do artemeter por 24 horas. Após este período foi

    realizado o teste bioquímico MTT. Para a avaliação da genotoxicidade foi

    realizado o ensaio cometa versão alcalina. As células foram tratadas por 4 horas

    com as concentrações de 29,85; 119,4 e 238,8 μg/ml de artemeter. Ao término do

    tratamento as lâminas foram confeccionadas e a corrida por eletroforese foi

    realizada para migração dos cometas e posteriormente foi feita análise e

    contagem por microscopia de fluorescência. Para a avaliação do tipo de morte

    celular foi realizada a técnica de marcação fluorescente diferencial com laranja de

    acridina-brometo de etídio. As células foram tratadas, por 24 horas, com

    diferentes concentrações de artemeter (238,8 e 477,7 μg/mL). Após 24, 48 e 72

    horas do fim tratamento, as células foram misturadas a 1 μl de solução aquosa de

    laranja de acridina/brometo de etidio (100 μg/mL) e posteriormente analisadas em

    microscopia de fluorescência. A partir da análise dos resultados, foi observado

    que o teste MTT, para a cultura celular de neoplasia gástrica, mostrou uma

    diminuição nas porcentagens de sobrevivência a partir da concentração de 14,92

    μg/ml de artemeter, sendo esta redução estatisticamente significativa a partir da

    concentração de 477,6 μg/ml (22,2%), quando comparada ao controle. Para os

    linfócitos esta diminuição também ocorreu a partir da concentração de 14,92

    μg/ml de artemeter, sendo esta redução estatisticamente significativa em todas as

    concentrações testadas. O índice de dano (ID) ocasionado pelo artemeter,

    avaliado pelo ensaio cometa, foi estatisticamente significativo nas concentrações

    de 119,4 μg/ml (ID=1,14) e 238,8 μg/ml (ID=1,35) em relação ao controle negativo

    (ID=0,5). Nossos resultados mostraram que o artemeter induziu necrose na

    linhagem PG 100 em todos os tempos avaliados (24, 48 e 72h). Já em linfócitos, o

    artemeter induziu tanto apoptose quanto necrose, sendo tal indução

    estatisticamente significante para todas as concentrações e tempos testados. Por

    fim, este estudo demonstrou que o artemeter apresentou um efeito citotóxico e

    induziu necrose na linhagem celular PG100, em nossas condições experimentais,

    entretanto a utilização desta substância como uma possível droga antineoplásica

    não é recomendada, tendo em vista o seu efeito citotóxico bem mais consistente

    em cultura de células normais.

  • LOUISE TEIXEIRA CERDEIRA
  • Montagem ab initio de um genoma procarioto utilizando sequencias curtas de uma biblioteca pareada: caso de estudo Corynebacterium pseudotuberculosis, linhagem I19.

  • Data: 29/03/2011
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  • As tecnologias de sequenciamento de nova geração geram um grande volume de dados com capacidade de gerar milhões de leituras curtas por corrida, a um custo reduzido, realidade essa inimaginável com sequenciamento de Sanger, e com isso diversos desafios computacionais surgiram, dentre estes a montagem ab initio, um dos desafios que merece destaque, pois logo que as tecnologias de nova geração surgiram com leituras curtas variando de 25 a 100 pb, a comunidade científica se mostrou incrédula quanto a possibilidade de montarmos genomas ab initio utilizando somente essas leituras curtas. O presente trabalho tem como principal objetivo demonstrar que é possível montar um genoma bacteriano utilizando somente leituras curtas pareadas obtidas a partir da Plataforma de sequenciamento SOLiDTM V2. Como estudo de caso foi utilizado o genoma de C. pseudotuberculosis que é uma bactéria Gram-positiva, patógeno intracelular facultativo e um dos membros mais importantes do gênero Corynebacterium. Esta bactéria é o agente etiológico da doença conhecida como Linfadenite Caseosa (LC), que afeta principalmente pequenos ruminantes. Para atingir este objetivo, foi desenvolvido uma estratégia integrada ab initio que combina grafo de Bruijn e Overlap layout consensus, que utilizam, Caminho Euleriano e Caminho Hamiltoniano, respectivamente, e ao final desse processo, o os melhores contigs ab initio (3232 contigs Velvet; 3756 Edena) oriundos das melhores montagens, foram ordenados e orientados, gerando um scaffold preliminar, para que em seguida os gaps presentes no mesmo sejam completamente fechados aplicando uma estratégia in silico. Com base nos resultados obtidos e, na estrátegia in silico aplicada, 585 (24,003 pb) gaps presentes no scaffold preliminar do genoma foram fechados, gerando um scaffold final de 2,337,730 pb, onde foram mapeadas 97.63% das leituras curtas geradas pelo sequenciamento.

  • ROMMEL THIAGO JUCA RAMOS
  • Desenvolvimento de um “suite” de aplicativos computacionais para suporte à montagem de genomas bacterianos a partir de leituras curtas

  • Data: 28/03/2011
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  • O processo de montagem de genomas é composto pelas etapas de tratamentos de dados, geração de “contigs” e finalização da montagem, que consiste na orientação e ordenação das sequências com ou sem o uso de uma referência: “scaffold. Apesar da existência de várias ferramentas para a execução da montagem, os passos citados anteriormente necessitaram de adaptações para tratar dados de sequenciadores de próxima geração - NGS, caracterizados pela geração de grande quantidade de dados, bem como a redução do tamanho da leitura quando comparado com a metodologia de Sanger. Desta forma, este trabalho apresenta as ferramentas “Quality Assessment” para análise e filtro de qualidade de dados NGS, “Simplifier” para eliminar a redundância de sequências quando se utiliza abordagens hibridas de montagem com diferentes algoritmos ou plataformas de sequenciamento, e “Graphical Contig Analyzer for All Sequencing Platforms” - G4ALL para a orientação e ordenação dos “contigs” baseado em um genoma de referência, as quais objetivam otimizar o processo de montagem para dados NGS, possibilitando análises mais precisas além da redução de tempo de processamento, desde o tratamento dos dados até a etapa de geração do “draft” do genoma.

  • CAMILE DE BARROS LOPES
  • INVESTIGAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DE GENES DE CITOCINAS NA RESPOSTA INFLAMATÓRIA DA DOENÇA PERIODONTAL
  • Data: 28/03/2011
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  • A doença periodontal é uma reação inflamatória dos tecidos periodontais e osso alveolar diante das ações de bactérias periodontopatogênicas. As citocinas modulam a resposta imune e alteram a eficiência do combate aos patógenos, aumentando a susceptibilidade à periodontite. No presente trabalho investigou-se por meio da metodologia em PCRRT os polimorfismos dos genes IL-1(C-889T), IL-6(G-597A), IL6(C-572G), IL17(G-197A), TNFα(G-308A), IL-10(G-1082A), IL10(C-819T) e IL10(C-592A) na DP. A amostra será constituída de 109 pacientes da população de Belém (PA). O DNA será extraído pelo método fenol-clorofórmio, seguida da análise por PCRRT.
  • SANTANA LOBATO BAHIA
  • “ANÁLISE FILOGENÉTICA E GENOTÍPICA DO VÍRUS DA HEPATITE B EM DOADORES DE SANGUE DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM-PA”.
  • Data: 24/03/2011
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  • O vírus da Hepatite B (VHB), pertence ao gênero Orthohepadnavirus, família Hepadnaviridae, é um vírus de DNA e o agente etiológico da Hepatite B. O HBV pode ser dividido em oito genótipos principais, designados de A a H, e definidos pela divergência nucleotídica superior a 8% entre os mesmos. Genótipos distintos de HBV apresentam distribuições geográficas características. Com o objetivo de identificar os genótipos virais e a distribuição de suas freqüências de uma determinada amostra de doadores de sangue do HEMOPA de Belém e região metropolitana e estabelecer as relações filogenéticas entre os genótipos virais identificados, comparando-os com os já descritos na literatura, foram feitas análises de dados moleculares e filogenéticos. Neste estudo, também foram avaliados a distribuição dos diferentes genótipos e sua variabilidade genética baseada na estrutura geográfica da população viral. 110 amostras de doadores de sangue confirmados positivos para HBV-DNA através de PCR em tempo real, o seu DNA foi extraído e sequenciada a região da proteína S. Foram encontrados três genótipos de HBV: A (94,54%), D (3,64%) e F (1,82%). Dentro dos genótipos A foi encontrado: A1(92,72%) e A2 (1,82%). Quanto aos subtipos, o mais frequente foi ayw2 (67,27%), seguido por ayw1 (27,27%), ayw3 (3,64%) e adw4 (1,82%). As amostras de HBV apresentaram grande variação intragenotípica e grande variação na sequência nucleotídica da região S. A alta prevalência do subgenótipo A1 nas amostras, corrobora com a hipótese da grande influência de um grupo étnico, os africanos, na formação de nosso povo brasileiro.
  • JANAINA MOTA DE VASCONCELOS MASSAFRA
  • ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DO COMPLEXO DE GENES KIR COM A HEPATITE C CRÔNICA E RESPOSTA TERAPÊUTICA EM UMA POPULAÇÃO URBANA DA REGIÃO NORTE DO BRASIL.

  • Data: 23/03/2011
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  • O virus da hepatite C (HCV) causa um importante problema de saúde no mundo, no qual a taxa de soroprevalência varia de 0,01 a 26%, chegando a 2.12% no Norte do Brasil e apenas metade dos pacientes consegue erradicar o vírus após a terapia antiviral. O objetivo deste estudo foi associar polimorfismos do complexo de genes KIR com a infecção crônica e resposta satisfatória. Foram investigados 125 pacientes e 345 indivíduos controle, a fim de observar a possível associação da infecção crônica pelo HCV e resposta terapêutica com polimorfismos KIR. Todos os pacientes são hepatopatas crônicos e foram positivos para anti-HCV e RNA-HCV no soro. Os indivíduos foram genotipados para 14 genes KIR utilizando PCR-SSP e eletroforese em gel de acrilamida. Adicionalmente, pacientes e controles foram genotipados para 48 marcadores de ancestralidade, fornecendo proporções de contribuição étnica nas amostras e evitando o viés de estratificação populacional. A frequência do gene KIR2DL2 foi maior em pacientes com hepatite C crônica do que em controles (OR=6.4; P=0.0009). Este resultado tem sido fortemente relatado em estudos de clearance viral e SVR. De fato, o KIR2DL3 apresenta ação inibitória mais fraca que o KIR2DL2, o que pode explicar a associação do KIR2DL2 com a infecção crônica. As associações encontradas com o gene KIR2DS2 e KIR2DS3 foram independentes da presença do gene KIR2DL2, associado fortemente à cronificação. O perfil KIR2DL2/KIR2DS2/KIR2DS3 foi também associado à persistência viral. Além disso, KIR2DS5 foi associado à SVR. A análise de ancestralidade em todas as amostras evitou efeito de subestruturamento populacional e não confirmou diferenças na resposta terapêutica, como relatado em estudo anterior.

  • JOANA DE FATIMA FERREIRA BORGES DA COSTA
  • Avaliação dos Efeitos do Bioproduto Método Canova em Modelo Experimental de Câncer Gástrico em Primatas Não Humanos.

  • Data: 11/03/2011
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  • A evolução da carcinogênese gástrica ainda é pouco conhecida. Nós estabelecemos dois modelos de carcinogênese gástrica em Cebus apella, um primata não-humano do Novo Mundo. No primeiro modelo, inoculamos em 18 animais a linhagem celular de câncer gástrico ACP03. No segundo, tratamos seis animais com N-metil-nitrosoureia (MNU).  Animais com câncer gástrico também foram tratados com o imunomodulador Canova. Durante os estudos foram feitas análise clínicas, hematológicas e bioquímicas, incluindo proteína C-reativa, ácido fólico e homocisteína. Foram avaliadas a expressão e o número de cópias do gene MYC. Observamos que os animais inoculados com a linhagem ACP03 desenvolveram câncer gástrico no 9º dia de tratamento e eliminaram totalmente o tumor no 14º dia. No segundo modelo, todos os animais desenvolveram lesões pré-neoplásicas e 5 deles morreram de intoxicação por drogas antes do desenvolvimento da neoplasia. O último animal sobrevivente do tratamento com MNU desenvolveu adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal, observado através de endoscopia no 940º dia. Os níveis de proteína C-reativa e a concentração de homocisteína aumentaram e o nível de ácido fólico diminuiu com a presença de tumores nos animais inoculados com a linhagem ACP03 e tratados com MNU. A inoculação de ACP03 levou ao desenvolvimento de anemia e leucocitose. Os resultados hematológicos e bioquímicos corroboram com as observações encontradas em pacientes com câncer gástrico, provando que os Cebus apella são interessantes modelos in vivo para estudar esta neoplasia. Nos animais inoculados com a linhagem ACP03, detectamos imunoreatividade à proteína MYC, amplificação e super-expressão do mRNA do gene MYC, como observado previamente in vitro. Nos animais tratados com MNU, a expressão do mRNA e o número de cópias do gene MYC aumentaram de acordo com a sequência de etapas da carcinogênese gástrica do tipo intestinal e a imunoreatividade foi observada somente nos estágios de metaplasia intestinal e câncer gástrico. Assim, concluímos que as mudanças na expressão do mRNA do gene MYC tem um papel fundamental nas etapas iniciais da carcinogênese gástrica. Embora não se tenha observado os efeitos do Canova na expressão e no número de cópias da proteína MYC, este imunomodulador restaura o sistema hematopoiético e, portanto, pode ser aplicado durante/após a quimioterapia convencional para aumentar a tolerância aos tratamentos anticâncer.

2010
Descrição
  • GLEICIANE LEAL MORAES PINHEIRO
  • MODELAGEM POR HOMOLOGIA E DINÂMICA MOLECULAR DA PROTEÍNA REGULADORA PhoP03 DE Corynebacterium pseudotuberculosis

  • Data: 15/12/2010
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  • Corynebacterium pseudotuberculosis é uma bactéria Gram-positiva intracelular facultativa que causa a linfadeniti caseosa em ovelhas e cabras, ocasionalmente outras espécies de animais podem ser infectadas, gerando consideráveis perdas econômicas. Este patógeno tem um sistema regulatório de dois-componentes PhoPR, que consiste em uma proteína sensora histidina quinase (PhoR) e uma proteína intracelular reguladora da resposta (PhoP). Este sistema está envolvido na regulação de proteínas presentes em vários processos, inclusive na virulência. A regulação é ativada pela fosforilação da proteína PhoP, um evento dependente de íon magnésio (Mg2+). Neste trabalho é descrito a estrutura 3D da proteína regulatória da resposta (PhoP) de C. pseudotuberculosis através de modelagem molecular por homologia. O modelo gerado prevê a primeira estrutura completa de um membro da subfamília OmpR/PhoP. Além disso, determinou-se através de técnicas de dinâmica molecular combinada com Mecânica Quântica/Mecânica Molecular a energia de interação entre o íon Mg2+ e da estrutura da proteína PhoP. A análise da energia interação por resíduo mostra que o Asp-16 e Asp-59 jogar um papel importante na proteína Mg2+ interações do íon. Estes resultados podem ser úteis para possível mutação em pontos encontrados no gene phoP visando o planejamento uma nova vacina atenuada, a fim de inativar PhoP.

  • FERNANDA ANDREZA DE PINHO LOTT FIGUEIREDO
  • Investigação de Polimorfismos Genéticos Associados ao Diabetes Mellitus Tipo 2 na População de Belém
  • Data: 08/10/2010
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  • O Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) é um distúrbio metabólico crônico, caracterizado por níveis elevados de glicemia devido à deficiência e/ou resistência à insulina. A patogênese do DM2 é complexa, associando fatores genéticos e fatores ambientais. Vários estudos estabeleceram claramente a importância dos fatores genéticos na predisposição ao DM2. Estudos Genômicos de Associação Ampla têm identificado vários genes associados ao DM2 com funções ainda não bem estabelecidas. Neste trabalho foi realizado um estudo caso-controle utilizando sete destes polimorfismos: Pro12Ala (rs1801282) no gene PPAR, UCSNP-43 (rs3792267 - G/A), UCSNP-19 (rs3842570 - ins/del32pb) e UCSNP-63 (rs5030952 - C/T) no gene CAPN10, Trp64Arg (rs4994) no gene ADRB3, exon 18 C/T (rs1801261) no gene ABCC8 e E23K (rs1799854) no gene KCNJ11, com o objetivo de avaliar a influencia destes SNPs sobre a predisposição ao DM2, na população de Belém-Pa. A análise foi feita por meio da técnica de PCR-RFLP e PCR em tempo real em 272 pacientes diabéticos (casos) e 108 indivíduos não diabéticos (controles). As freqüências encontradas, não diferiram significativamente entre os grupos estudados, sugerindo que a presença destas mutações, de forma isolada, não apresenta um risco elevado ao desenvolvimento do DM2 na população de Belém (Pro12Ala OR= 1.022, 95%IC= 0.41 - 2.52, P= 0.8563; UCSNP-43: OR=1.673, 95%IC 0.99 - 2.81, p=0.0673; UCSNP-19: OR= 0.7943, 95%IC 0.50 - 1.24, p=0.3718 e UCSNP-63: OR= 0.936, 95%IC 0.55 - 1.54, p=0.8958; Trp64Arg OR=0.9668, 95%IC 0.53 - 1.71, p =0.9740; exon 18 C/T OR= 0.5372, 95%IC 0.08 - 3.29, p=0.8599; E23K OR= 0.9903, 95%IC 0.58 - 1.66; p=0.9229). Também não foi possível estabelecer correlação entre os diferentes genótipos com os principais fatores de risco para a DM2: IMC, Níveis elevados de colesterol e triglicerídeos, tanto no grupo de diabéticos quanto nos controles. Com exceção ao polimorfismo Pro12Ala que pareceu estar influenciando os níveis de colesterol nos portadores do genótipo Pro/Pro em diabéticos. Em conclusão, nenhum dos SNPs testados foi associado com DM2 ou seus fatores de risco, na população de Belém-Pará. Poder estatístico insuficiente para detectar pequenas diferenças na freqüência de alelos raros, fatores externo-ambientais, tamanho amostral insuficiente e/ou heterogeneidade genética do DM2, entre diferentes grupos étnicos, poderiam explicar esses resultados.
  • CARINNE DE NAZARE MONTEIRO COSTA
  • MeLEA3, uma proteína LEA atípica de Mandioca (Manihot esculenta Crantz). 

  • Data: 29/09/2010
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  • A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é nativa da América do Sul, sendo uma das mais importantes culturas tropicais. Cerca 600 milhões de pessoas na África, Ásia e América Latina dependem desta planta para sua sobrevivência. Em países em desenvolvimento, a mandioca é utilizada com frequência como cultura de subsistência, visto que é facilmente propagada, apresenta alta tolerância à seca e baixa demanda de nutrientes, produzindo razoavelmente bem em condições críticas de clima e solo. Tais características adaptativas foram adquiridas pelas plantas superiores durante o processo de evolução e resultaram de estratégias de sobrevivência às variações ambientais, incluindo respostas anatômicas, fisiológicas, bioquímicas e genéticas. Respostas adaptativas ao nível molecular incluem a expressão de proteínas Late Embryogenesis Abundant (LEA) que estão envolvidas na aquisição de tolerância à seca, frio, alta salinidade e estresse osmótico causado por ácido abscísico. No presente trabalho é relatada a caracterização da proteína MeLEA3 de mandioca através de análises Bioinformáticas. MeLEA3 foi deduzida a partir de uma sequência de cDNA completa de 664pb com uma ORF de 285pb, consistindo em 94 resíduos de aminoácidos, com peso molecular de 10 kDa e ponto isoelétrico de 9,66. O aminoácido mais abundante na MeLEA3 é a alanina (18,09%), seguida de lisina (9,57%) e serina (9,57%). A busca por domínios conservados mostrou que MeLEA3 pertence à Família de proteínas Pfam LEA3, PF03242. Análises com algoritmo Kyte-Doolittle e o Programa MitoProt II mostraram que MeLEA3 é uma proteína LEA hidrofóbica atípica predita por ser exportada para a mitocôndria. MeLEA3 é predita por ser sintetizada como um precursor contendo uma pré-seqüência N-terminal de 46 aminoácidos, a qual é provavelmente clivada após a proteína ser importada para mitocôndria, resultando em uma proteína madura de 5kDa. Ensaios de RT-PCR mostraram a acumulação de transcritos de MeLEA3 em folhas submetidas ao tratamento com NaCl, indicando uma função potencial na resposta ao estresse salino. Os resultados obtidos neste trabalho contribuirão para um melhor entendimento dos mecanismos moleculares envolvidos na resistência da mandioca a estresses abióticos.

  • BRENDA DE OLIVEIRA DA SILVA
  • ANÁLISE MOLECULAR DE POLIMORFISMOS NO GENE DA QUITOTRIOSIDASE EM POPULAÇÕES INDÍGENAS, DE BELÉM-PA E EM PACIENTES COM DOENÇA DE GAUCHER.

  • Data: 24/09/2010
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  • A Quitotriosidase (QT) é uma quitinase, expressa por neutrófilos e macrófagos ativados, com função de degradar quitina, um polímero de N-acetilglicosamina, o segundo maior componente encontrado na natureza. A função atribuída a QT tem sido descrita na defesa contra organismos patogênicos contendo quitina. Vários estudos também correlacionam à elevação de sua atividade no plasma como um marcador bioquímico da Doença de Gaucher e patologias que envolvem a ativação de macrófagos. O gene da QT encontra-se no cromossomo 1q31 – 1q32, contendo 12 exons, originando uma proteína de 50 KDa encontrada no plasma e uma isoforma de 39 KDa armazenada nos lisossomos. Existem alguns polimorfismos no gene da QT que estão associados à deficiência da produção da enzima, um comumente encontrado é a duplicação de 24 pb no exon 10, gerando um sítio de Splice alternativo com deleção de 87 nucleotídeos.Ainda no exon 10 encontramos o polimorfismo 1072 G>A (G354R), e no exon 12 1325 C>T (A442V). A distribuição do alelo mutante da QT é encontrada em freqüências bastante diferentes em vários grupos étnicos. A presença da duplicação de 24 pb é incomum em Africanos, e mais comumente encontrada em Asiático e Europeus. A determinação dos polimorfismos associados à deficiência de QT pode inferir no monitoramento de pacientes com Doença de Gaucher submetidos à terapia e reposição enzimática, já que os níveis plasmáticos de QT é a principal alteração bioquímica avaliada nestes pacientes. Diante disso conhecer a freqüência do alelo mutante da QT torna-se importante para continuar utilizando-a  no monitoramento de pacientes com Doença de Gaucher. Objetivo: Identificar a freqüência de polimorfismos do gene da Quitotriosidase em Pacientes com Doença de Gaucher e em populações Indígenas. Métodos: as amostras serão amplificadas por PCR o genótipo para duplicação de 24pb será determinado pela presença ou ausência de banda 195pb para tipo selvagem e banda de 219pb para mutante os polimorfismos no exon 10 (1072 G>A) e exon 12 (1325 C>T), terão seus produtos da PCR submetidos à análise de seqüenciamento. 

  • CAROLINA ROSAL TEIXEIRA DE SOUZA
  • MODELO EXPERIMENTAL NA GENÉTICA DO CÂNCER GÁSTRICO
  • Data: 10/09/2010
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  • Cebus apella: modelo experimental na genética do câncer gástrico. Carolina Rosal Teixeira de Souza. Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular. 2010. O câncer gástrico é resistente à radioterapia e à quimioterapia atuais e, a cirurgia ainda representa o único tratamento com potencial curativo. Portanto, o desenvolvimento de novas condutas terapêuticas, que não apresente efeitos adversos e seja mais acessível economicamente, permitirá o tratamento de um número importante de pacientes. O bioproduto Canova aumenta a imunidade própria de um indivíduo e induz uma resposta imune contra várias condições patológicas graves como tumores. Primatas não humanos são excelentes modelos experimentais principalmente em projetos que envolvam medicamentos em estágio intermediário de desenvolvimento, como o Canova. Nitrosometilurea (NMU) é um agente alquilante que metila o DNA em sítios nucleofílicos e exerce efeito carcinogênico direto sobre o organismo, sem requerer ativação enzimática. O objetivo do presente trabalho foi investigar genes que podem estar relacionados com um melhor desempenho do Canova, como os genes relacionados com metabolismo de drogas, GSTT1, e genes que estão relacionados com o processo de susceptibilidade a neoplasias, como os genes TP53, KRAS e TNF-α em macacos da espécie Cebus apella previamente expostos ao carcinógeno NMU e posteriormente tratados com o método Canova. Embora não tenha ocorrido o desenvolvimento de tumor nos macacos estudados, a técnica de sequenciamento só foi capaz de apresentar resultados de mutações somáticas em um único indivíduo nos seguintes genes: i) TP53 (quatro pontos de mutações); ii) na região promotora do TNF-α (três mutações); e iii) GSTT1 (uma mutação). Apenas uma das nove mutações foi do tipo transversão e mesmo aquelas que ocorreram dentro das regiões codificantes (éxons 7 e 8 do gene TP53), a sequência de aminoácidos não foi alterada. Observou-se também que o carcinógeno reduziu significativamente a proliferação de células hematopoiéticas na medula óssea. Todas as mutações foram detectadas após a administração de Canova. A indução da proliferação linfocitária, pela Canova, resultou no crescimento da população de células portadoras da mutação, passando a ser detectadas pelo método de sequenciamento, o que sugere que o NMU produz alterações no genoma das células progenitoras da linhagem linfóide. Tendo em vista o resultado do presente trabalho, sugere-se que a utilização do tratamento com o método Canova seja concomitante a radio e/ou quimioterapia, para que estas últimas sejam capazes de eliminar células mutadas/alteradas e o Canova estimule a proliferação de células saudáveis, minimizando os efeitos adversos desses tratamentos.
  • LUCIANA ALMEIDA WATANABE CASTRO
  • Influência dos estuários na estruturação de populações de tralhoto (Anableps anableps, Linnaeus, 1758) da costa Norte Brasileira.

  • Data: 30/08/2010
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  •  Os estuários são ecossistemas costeiros de alta produtividade, que abrigam uma grande diversidade de organismos, e por isso são considerados importantes berçários para muitas espécies. Estudos recentes mostram claramente que esses ambientes podem servir como barreiras e consequentemente promover a estruturação de populações, como por exemplo, da espécie Anableps anableps, conhecida como tralhoto, que é um peixe estuarino residente, vivíparo e que não migra grandes distâncias, características essas que o torna um excelente objeto de estudo para entender processos evolutivos que envolvem a diferenciação genética de espécies e populações em estuários. Para o presente estudo foram analisadas sequências da região controle do DNA mitocondrial de 393 indivíduos pertencentes a estuários de 13 localidades da Costa Norte e Nordeste do Brasil onde a espécie encontra-se distribuída. Os resultados revelaram a existência de 83 haplótipos reunidos em quatro linhagens mitocondriais, com até 3,4% de divergência nucleotídica. As análises de variabilidade, os testes de neutralidade e os de expansão revelaram que as linhagens possuem características distintas, as quais podem ser consequências de diferentes processos evolutivos pelos quais estas populações passaram. As análises de AMOVA mostraram que a maior porção da variância observada é em decorrência da divergência entre as linhagens. Algumas populações apresentam fluxo gênico, que pode ser visualizado pelo compartilhamento de haplótipos. A principal hipótese para explicar esse padrão filogeográfico é o isolamento por alopatria em decorrência de alterações no nível do mar e posterior surgimento dos estuários atuais. Os resultados do presente estudo podem ser muitos úteis para a compreensão da história evolutiva dos estuários da Costa Norte e Nordeste do Brasil. 

  • ANA PAULA LIMA DA SILVA
  • Análise Morfométrica e Molecular das Espécies de Tucunaré (Cichla; Perciformes) do Rio Tocantins, Pará
  • Data: 28/08/2010
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  • O tucunaré, peixe originário da bacia amazônica pertence ao gênero Cichla, família Cichlidae e ordem Perciformes. São peixes carnívoros de água doce adaptados em ambientes lênticos. Possuem ampla distribuição nas bacias Amazônica e do Orinoco, além de ser encontrado em muitos locais fora de sua distribuição natural. Em virtude dessa ampla distribuição geográfica e alta diversidade morfológica encontrada no grupo, a taxonomia de Cichla foi revista recentemente, sendo postuladas 15 espécies válidas para o gênero. Em função das opiniões conflitantes sobre a taxonomia, o objetivo deste trabalho foi realizar uma análise abrangente incluindo a caracterização morfométrica, merística e molecular das duas espécies novas (Cichla piquiti e Cichla kelberi) propostas para o rio Tocantins. Para o presente estudo foram analisadas sequências do gene mitocondrial 16S, gene nuclear TMO-M27, medidas morfométricas e merísticas. As análises genéticas foram realizadas no PAUP* versão 4.0b10 e MEGA 4.0, enquanto que, para as análises morfológicas foi usado o programa BioEstat 5.0. De acordo com a análise discriminante das medidas houve separação dos indivíduos em dois grupos, e uma suposta terceira espécie. Dessa forma as medidas realizadas nos espécimes do rio Tocantins encontram-se na faixa de variação das medidas para Cichla piquiti e Cichla kelberi. A árvore filogenética gerada também separa os indivíduos do rio Tocantins em dois clados, sendo que a árvore obtida através do gene mitocondrial apresentou altos valores de bootstrap, enquanto que para o gene nuclear a separação dos clados foi fracamente apoiada por baixos valores de bootstrap, e a divergência nucleotídica indica a existência de duas espécies no rio Tocantins, e não de três espécies como visto nas análises morfológicas.
  • DIANA OLIVEIRA RIBEIRO
  • Estudos genéticos utilizando dez marcadores moleculares microssatélites em três populações de Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae)
  • Data: 28/08/2010
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  • Neste trabalho, nós analisamos a diversidade genética de três populações de Rhizophora mangle distribuídas ao longo da costa atlântica das Américas usando dez marcadores microssatélites, oito dos quais são inéditos. Nossos resultados indicam que esses locos têm um alto número de alelos por população (uma média de 6.3 a 9.5 alelos por loco entre as populações) e um alto poder de discriminação (Pr (x1) de 0.9982 para a combinação dos locos). Eles também indicam a presença de alelos exclusivos para as três populações e uma significante diferenciação genética (FST) entre as mesmas. Todos os locos apresentaram-se em desequilíbrio de Hardy-Weinberg, indicando excesso de homozigotos. E os elevados valores de alelos nulos em cada loco variaram de 0.22 a 0.80. Esses valores podem ser devido à autofecundação e esta possibilidade deve ser posteriormente testada. Os marcadores foram eficientes na diferenciação genética das populações, e revelaram variações na diversidade genética na ordem Flórida > Pará > São Paulo. Portanto, este trabalho apresentou marcadores microssatélites com alta diversidade genética, capazes também de realizar diferenciação genética das populações, sendo ideais para estudos de genética de populações. Muitas perguntas e questões cientificas a respeito de R. mangle podem ser esclarecidas através de análises da genética populacional, sistema de cruzamento, fluxo de pólen, e estrutura genética espacial, utilizando-se esses marcadores. Tais informações são essenciais para o entendimento da biologia, evolução, biogeografia e reprodução de R. mangle.
  • YASMIN LOBATO COIMBRA
  • Análise Filogenética da Família Achiridae (Pleuronectiformes), baseada em sequências dos genes 12S, 16S e TMO. 

  • Data: 27/08/2010
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  • Por serem os animais com a maior assimetria bilateral na natureza, os Pleuronectiformes são facilmente reconhecidos. A família Achiridae, exclusiva das Américas, possui características que a difere das demais, como margem do pré-opérculo não livre, entre outras. Poucos trabalhos existem sobre a filogenia dessa família, com destaque para o de Ramos (1998) que propôs um arranjo de gêneros baseado em dados morfológicos. O presente trabalho ampliou consideravelmente a quantidade de táxons de Achiridae em uma análise filogenética com dados moleculares, utilizando-se para tal seqüências de DNA de segmentos dos genes mitocondriais rRNA 12S, rRNA 16S e do nuclear TMO. O padrão politômico das árvores geradas indica fortemente que este grupo sofreu uma diversificação explosiva para a origem da maioria de seus gêneros. Foi gerada, também, uma árvore utilizando dados dos três genes concatenados, que mostrou o gênero Catathyridium como do mais basal e Apionichthys como gênero irmão de Achirus e Hypoclinemus, com altos suportes. Foi ainda possível afirmar que Achirus declivis e A. lineatus são espécies irmãs, arranjo este apoiado por altos valores de bootstrap e baixos valores de divergência nucleotídica. Outro achado curioso é que A. achirus apresenta maior similaridade molecular com Hypoclinemus mentalis do que com as outras espécies do mesmo gênero (A. declivis e A. lineatus). Para testar a monofilia do gênero Achirus, foi utilizado o teste de Shimodaira-Hasegawa, que mostrou que a “melhor” árvore inclui H. mentalis na linhagem.

  • CARLOS ONETE COELHO MOREIRA
  • Imunoestimulação com Canova em Primatas não Humanos

  • Data: 18/08/2010
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  • O medicamento homeopático Canova é considerado como uma droga sem efeitos adversos, tendo indicação para melhorar a resposta imune de pacientes imunodeprimidos. Tendo em vista que há publicações demonstrando a ativação de macrófagos tratados com Canova, que indiretamente promovem a proliferação de linfócitos, nosso trabalho pretende elucidar a interação desse composto com o sistema imune. Avaliamos o índice de proliferação de linfócitos de primatas Cebus apella que foram cultivados em meio enriquecido, o qual continha macrófagos desses animais ativados pelo tratamento com Canova in vivo (grupo Canova) e in vitro (controle positivo), comparando com um grupo controle negativo e um meio de cultura puro (meio virgem). Além disso, estudamos o interferon-γ e a interleucina-5, citocinas envolvidas na resposta imune. Os macrófagos ativados produzem citocinas que atuam como sinalizadores intra e intercelulares envolvidos, principalmente, na regulação do sistema imune. Essas proteínas solúveis são ativadas em casos de inflamação e respostas sistêmicas a lesões orgânicas. Promovem também a iniciação da apoptose e a migração celular. Alterações na produção de citocinas são observadas em várias doenças tais como: infecções, imunodepressão, câncer e reações alérgicas. Dessa forma, suas concentrações podem ser usadas como marcadores da resposta à estimulação do sistema imune. Observou-se níveis detectáveis de interferon-γ e interleucina-5 no grupo Canova e no grupo controle positivo, indicando imunoestimulação. O índice proliferativo dos linfócitos cultivados com macrófagos estimulados in vivo (grupo Canova) foi superior em 35%, ao dos linfócitos que cresceram em meio standard, sem macrófagos ativados com o medicamento Canova (controle negativo). Nossos resultados sugerem que o tratamento com Canova ativa os macrófagos e indiretamente estimula a proliferação dos linfócitos. Esses dados sugerem que o imunomodulador Canova possa ser utilizado como terapia adjuvante no tratamento de pacientes com doenças que comprometam o sistema imune, com possibilidade de melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

  • DANIELLE QUEIROZ CALCAGNO
  • ANÁLISE DA DESREGULAÇÃO DO GENE MYC EM ADENOCARCINOMA GÁSTRICO
  • Data: 04/05/2010
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  • Câncer gástrico é o quarto câncer mais freqüente e a segunda principal causa de morte por câncer no mundo. A desregulação do gene MYC é uma ocorrência comum na carcinogênese gástrica, geralmente como conseqüência da amplificação, translocação cromossômicas ou alterações pós-transcricionais. Na presente tese, abordamos a desregulação de MYC em câncer gástrico em quatro capítulos. O primeiro capítulo é uma revisão da literatura sobre o assunto, incluindo a associação com o H. pylori e aplicações clínicas. No segundo capítulo, investigamos o nível de amplificação e a existência de translocação cromossômica envolvendo o lócus do oncogene MYC e sua expressão no câncer gástrico avançado do tipo difuso. Em todas as amostras, observou-se trissomia do cromossomo 8, inserção clonal de MYC e expressão da proteína MYC, com localização nuclear e citoplasmática. A imunorreatividade citoplasmática pode ser o resultado da translocação de MYC que pode incluir ou esta próximo ao sinal de localização nuclear. No terceiro capítulo, avaliamos o número de cópias de MYC e expressão da sua proteína em amostras de tecido gástrico não neoplásico, metaplasia intestinal e tumor gástrico pareados de cinco adultos jovens. Observamos um aumento significativo de amplificação de MYC com a evolução do processo de carcinogênese. Desta vez, a imunomarcação de MYC foi observada somente em metaplasia intestinal e tumor do tipo intestinal. A falta de imunomarcação de MYC no tipo difuso pode ser explicada pela translocação do gene codificar uma proteína que não é reconhecida pelo anticorpo usado neste trabalho. No último capítulo, nós analisamos a expressão de RNAm de MYC, FBXW7 e TP53, e da proteína MYC e p53 em amostras de câncer gástrico e tecidos não-tumorais correspondentes de 31 pacientes para avaliar também a desregulação pós-transcricional. O nível de expressão de RNAm de MYC em amostras de tumor foi significativamente maior do que o tecido não-neoplásico e o nível de expressão de RNAm de FBXW7 e TP53 em amostras de tumor foi significativamente menor do que no tecido não-tumoral correspondente. Além disso, a expressão de RNAm de MYC e FBXW7 foram associados à presença de metástase em linfonodos e estágio III-IV do tumor gástrico. A imunocoloração de MYC foi mais freqüente no tipo intestinal do que no tipo difuso de câncer gástrico e foi associado com expressão de RNAm de MYC. Não foi encontrada associação entre a expressão por imunoistoquímica de p53 e seu nível de RNAm ou características clinicopatológicas. Em conclusão, a presença de translocação cromossômica é um mecanismo de desregulação de MYC comum no subtipo difuso, a amplificação deste gene ocorre nos dois tipos histopatológicos e progressivamente durante a carcinogênese gástrica, e a alteração na expressão de RNAm de MYC e FBXW7 reflete o potencial para comportamento biológico agressivo dos tumores gástricos e pode ser usado como um indicador de mau prognóstico desta neoplasia.
  • LUCIANA PIMENTEL DA SILVA
  • Filogeografia comparativa de marsupiais Amazônicos

  • Data: 19/03/2010
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  • Apesar de inúmeros estudos sobre a biota Amazônica indicarem a presença de espécies endêmicas deste bioma, pouco se sabe sobre os processos que levaram a diversificação desta biota. Na finalidade de inferir sobre os padrões de diversificação para a fauna de marsupiais didelfídeos da região Amazônica, baseados na proposta de vários autores sobre a existência de áreas de endemismo para Amazônia, foi escolhida a área de endemismo Rondônia. Utilizamos sequências do gene mitocondrial codificador do Citocromo b em indivíduos coletados em dois pontos desta área e comparamos a sequências de bancos de dados disponíveis na literatura. Para confirmação da identificação feita em campo foi testada a eficiência da metodologia de DNA barcode através de sequências do gene mitocondrial codificador da Citocromo Oxidase C subunidade I. Esta metodologia mostrou-se eficiente apenas para a identificação em nível de gênero, uma vez que ainda não existem bancos de dados de referência. Quanto às inferências filogenéticas, dos sete gêneros de didelfídeos identificados, quatro foram utilizados em nossa análise (Marmosa, Monodelphis, Micoureus e Marmosops). As filogenias recuperadas corroboram em parte com a Hipótese Paleogeográfica da Tricotomia Basal, que postula que durante as incursões marinhas do Mioceno a biota Amazônica ficou confinada em três áreas de endemismo onde se diversificou e a partir daí colonizou as áreas adjacentes. Três das quatro filogenias indicaram que a área Rondônia está mais proximamente relacionada à área de endemismo Napo/Inambari, apenas o gênero Marmosops, mostrou-se mais relacionado à área do Escudo das Guianas. Os tempos de divergência variaram entre 8 e 3 milhões de anos, no entanto, para o gênero Marmosops este período foi bem mais recente. Desta forma, afirmamos que um único evento vicariante não pode ser capaz de explicar padrões de diversificação para grupos de espécies diferentes.

  • LARYSSE SANTA ROSA DE AQUINO PEDROZA
  • Predisposição genética ao lúpus eritematoso sistêmico.
  • Data: 08/03/2010
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  • O Lupus Eritematoso sistêmico (LES) é uma doença do tecido conjuntivo com um espectro de manifestações amplo e heterogêneo, com envolvimento renal e neurológico frequentemente relatados para prognósticos mais graves. O LES afeta mais frequentemente mulheres em idade reprodutiva. Altas prevalências e manifestações renais parecem estar associadas à etnicidades não Europeias. O presente estudo foca i) a investigaçãoo de loci candidatos para a predisposiçãoo ao LES e ii) avaliação da influência da ancestralidade étnica no risco de doença e heterogeneidade do fenótipo clínico nas manifestações iniciais do lúpus. Amostras constituídas por 93 pacientes e 345 comtroles, provenientes da cidade de Belém, localizada na Região Norte do Brasil, foram investigadas para polimorfismos nos genes HLA-G, HLA-C, SLC11A1, MTHFR, CASP8 e 15 KIR, assim como 89 amostras de Ameríndios genotipadas para SLC11A1. Adicionalmente, 48 marcadores informativos de ancestralidade do tipo inserção/deleção foram investigados para caracterização da proporção individual de ancestralidade Africana, Europeia e Ameríndia nas amostras. A deleção GTGT na 3’UTR do gene SLC11A1, a presença de perfis KIR2DS2+/KIR2DS5+/KIR3DS1+, o aumento no número de genes KIR estimulatórios e a ancestralidade Ameríndia foram associados a predisposição ao LES. A análise de ancestralidade excluiu as diferenças étnicas
  • BARBARA DO NASCIMENTO BORGES
  • AVALIAÇÃO DO PADRÃO DE EXPRESSÃO GÊNICA EM CARCINOMAS GÁSTRICOS DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 05/03/2010
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  • O câncer gástrico é considerado um grave problema de saúde pública, sendo que sua alta incidência aliada aos resultados prévios de alterações moleculares apóiam a hipótese que a população paraense possui um perfil genético e epigenético diferenciado quanto à etiologia desta malignidade, o que torna importante a identificação de marcadores moleculares para esse tipo tumoral. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivos:  -Verificar o padrão de metilação de 15 genes em tecidos tumorais e normais; -Correlacionar os padrões observados com dados histopatológicos e resultados prévios de instabilidade de microssatélites obtidos nas mesmas amostras; -Identificar os genes diferencialmente expressos em tecidos normal e tumoral através da construção de bibliotecas subtrativas; -Validar os achados de metilação e expressão diferenciada por análise de expressão gênica por RT-PCR (Real Time –PCR).

  • PATRICIA CORREA DA SILVA
  • ESTUDOS CROMOSSÔMICOS DE PEIXES ELÉTRICOS DA FAMÍLIA RHAMPHICHTHYIDAE (PISCES: GYMNOTIFORMES)
  • Data: 05/03/2010
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  • A Família Rhamphichthyidae é compreendida por três gêneros: Rhamphichthys, Gymnorhamphichthys e Iracema. Até o momento apenas a espécie Rhamphichthys hanni Meinken, 1937 tem seus dados cromossômicos descritos para a família. No presente trabalho foram estudados os cariótipos de duas espécies do gênero Rhamphichthys: R. marmoratus proveniente do Estado do Amazonas (S03º07’32.5”; W064º46’47.3”) e R. cf. rostratus do Estado do Pará (S01°31'13.39"; W52°38'49.00"). A análise cariotípica indica a conservação do número diplóide (2n=50) para o gênero, associada à diferenciação da fórmula cariotípica: R. marmoratus (44m/sm + 6a), R. cf. rostratus (42m/sm+8a). A heterocromatina constitutiva (HC) tanto em R. marmoratus quanto em R. cf. rostratus se localiza em regiões centroméricas na maioria dos cromossomos, com destaque para grandes blocos intersticiais, localizados nos braços longos dos pares 4 e 14 em R. marmoratus e nos pares 3 e 4 e 19 em R. cf. rostratus, além de heteromorfismo no par 1. Essa HC é DAPI positiva evidenciando que a sua composição é rica em pares de bases AT. As técnicas de Ag-NO3, FISH com sondas de rDNA 18S e CMA3, mostram que ambas as espécies apresentam NOR simples, com heteromorfismo de tamanho e que com os genes ribossomais inter-espaçados por sequencias ricas em GC. Em R. marmoratus a NOR ocorre na região intersticial do braço longo do par 1 e em R. cf. rostratus, na região intersticial do braço longo do par 12, com heteromorfismo de tamanho bem acentuado. Esses resultados podem ser usados como potenciais marcadores citogenéticos para populações de peixes.
  • CARLOS EDUARDO DE MELO AMARAL
  • TRIAGEM MOLECULAR DAS MUTAÇÕES N370S E L444P NO GENE DA GLICOCEREBROSIDASE (GBA) E MUTAÇÃO G2019S NO GENE LRRK2 EM PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON
  • Data: 04/03/2010
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  • Mutações no gene da glicocerebrosidase (GBA - N370S e L444P) e a mutações no gene Leucine rich repeat kinase 2 (LRRK2 - G2019S) são as alterações genéticas mais comuns associadas com aumento de susceptibilidade à doença de Parkinson (DP). O objetivo desse trabalho foi analisar o DNA de um grupo heterogêneo de pacientes com DP (início precoce e/ou historia familiar e, esporádico e/ou historia familiar) com o intuito de rastrear as mutações N370S e L444P no gene GBA e a mutação G2019S no gene LRRK2 e caracterizar clinicamente os pacientes que apresentarem estas mutações. Foram analisados amostras de DNA de 81 pacientes com DP através da técnica PCR-RFLP e posterior confirmação das mutações por sequenciamento direto. Esses pacientes foram diagnosticados conforme os critérios clínicos do United Kingdom Parkinson’s Disease Society Brain Bank, atendidos no Hospital Universitário João de Barros de Barreto (HUJBB) da Universidade Federal do Pará (UFPA). A média de idade de inicio dos primeiros sintomas de DP foi de 55,12 + 11,64 anos. Entre as 81 amostras de pacientes com DP analisados foram encontrados 6 pacientes (7,4%) com mutações no gene GBA : 3 heterozigotos para mutação N370S (3,7%) e 3 heterozigotos para mutação L444P (3,7%). Não foram detectadas essas mutações no grupo controle de 81 indivíduos (P= 0, 0284). A idade média de inicio da doença nesses pacientes foi de 49, 6 + 17,4 anos. Três pacientes apresentaram inicio de sintomas precoce (<50 anos). Dois pacientes relataram historia familiar de DP. Na análise da mutação G2019S no gene LRRK2, 3 heterozigotos (3,7%) para esta mutação foram detectados, incluindo dois com historia familiar de DP. A idade média de inicio da doença nesses pacientes foi de 42 anos. Este trabalho fornece evidência adicional que confirma a associação de mutações no gene GBA como fator de susceptibilidade genética para DP na população brasileira. Esta pesquisa também apóia outros resultados de associação positivas em outros estudos na literatura. Em relação ao gene LRRK2, este resultado amplia o conhecimento da prevalência da mutação G2019S na população brasileira e confirma que esta mutação desempenha um papel importante no desenvolvimento da DP em nossa população.
  • ISABELA GUERREIRO DINIZ
  • DIVERSIDADE NUCLEOTÍDICA DO GENE HBB*S
  • Data: 04/03/2010
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  • O lócus da globina  tem sido intensamente estudado na espécie humana, uma vez que está associado com algumas das doenças genéticas mais comuns do mundo, como a talassemia  e a anemia falciforme. Estudos envolvendo os haplótipos a 5’ do gene  são muito comuns em diversas populações humanas. Entre as informações geradas a partir deles, está a caracterização dos haplótipos clássicos associados à anemia falciforme. Os haplótipos a 3’ , no entanto, não são muito estudados. Nesse sentido, o presente estudo buscou analisar a diversidade genética apresentada em genes S das linhagens Banto e Benin, no intuito de auxiliar em questões particularmente relevantes para estudos antropológicos e de genética de populações. Foram sequenciados os genes da globina  de 40 pacientes com anemia falciforme (28 do haplótipo Banto e 12 do Benin) atendidos pela Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA), para identificação de mutações ao longo do fragmento de 2,6kb e para a determinação da composição do microssatélite (AT)XTY. A variabilidade genética de cada linhagem, bem como entre elas e um grupo externo foi medida por índices de diversidade padrão como o número de haplótipos (K), a diversidade genética (H), o número médio de diferenças pareadas () e a diversidade nucleotídica (n). Além disso, foram realizados testes de neutralidade seletiva baseado no modelo de sítios infinitos (D de Tajima) e para a diferenciação entre linhagens (FST). As associações haplotípicas mais frequentes foram (AT)6T9/A em Banto (0,428) e (AT)9T4/B em Benin (0,334). As linhagens tipo Banto e Benin apresentam-se heterogêneas, compartilhando apenas as associações haplotípicas (AT)6T7/A e (AT)9T5/B. Entre os resultados, pode-se observar que os cromossomos tipo Benin apresentam maior variabilidade que os do tipo Banto. No entanto, quando comparados com cromossomos A, Banto e Benin demonstram maior similaridade entre si. Além disso, cromossomos tipo Banto acumulam maior número de diferenças em relação a cromossomos A do que os do tipo Benin, fato que pode sugerir que o tipo Banto seja anterior ao tipo Benin.
2009
Descrição
  • MARY ELIZABETH MAKLOUF CARVALHO BARROS
  • INVESTIGAÇÃO DE MUTAÇÕES DO GENE DA ENZIMA GLICOQUINASE ASSOCIADA AO DIABETES DE INÍCIO JOVEM (MODY) EM UM GRUPO DE DIABÉTICOS DIAGNOSTICADOS COMO DIABETES TIPO 2 CLÁSSICO.
  • Data: 21/12/2009
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  • “Maturity-Onset diabetes of the Young” (MODY) é um tipo de diabetes mellitus 2 (DM2) geneticamente, metabolicamente e clinicamente heterogêneo. É caracterizado pelo início precoce (geralmente antes de 25 anos de idade), herança autossômica dominante e está associado a um defeito na secreção de insulina pelas células beta do pâncreas. Seis subtipos de MODY já foram descritos, um deles é o regulador da glicoquinase (GCK), enzima chave na secreção de insulina, (subtipo MODY2). Por sequenciamento direto foi realizado o estudo do gene da GCK em 55 indivíduos adultos suspeitos de MODY2, diagnosticados como DM2, participantes do Projeto de Atenção ao Paciente Diabético do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza/UFPA. Foram identificadas seis (06) mutações missenses em 10 indivíduos da amostra estudada (18,18%): D73G e G81S no éxon 3; G178R e R191W no éxon 5; T206M no éxon 6 e S281F no éxon 7. A mutação de maior prevalência foi a T206M (3%), tendo uma freqüência alélica de 2,73%. Não houve diferenças significativas nas variáveis clínicas e bioquimicas entre os indivíduos com e sem mutação, a exceção do estado nutricional, aonde a categoria obeso nos indivíduos com mutação atingiu níveis significativamente diferenciados (p=0.0139). As características clínicas clássicas de MODY2 divergiram das encontradas no grupo estudado. A herança autossômica dominante de pelo menos duas gerações teve uma diferença significativa (p=0.0106) presente em 100% dos indivíduos com mutação, tendo sido o critério determinante para confirmação das mutações MODY2. Esses resultados heterogêneos nos levam a hipótese de uma possível co-ocorrência de MODY2 com DM2 nos indivíduos que apresentaram mutações no gene da GCK. Palavras-Chave: Diabetes mellitus 2, MODY, glicoquinase(GCK), MODY2.
  • SOELANGE BEZERRA NASCIMENTO
  • Piper tuberculatum Jacq.: PROSPECÇÃO DE GENES E BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS COM POTENCIAL USO NO MELHORAMENTO GENÉTICO
  • Data: 28/08/2009
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  • O presente estudo consiste no primeiro esforço para o entendimento da base molecular da interação Piper tuberculatum-Fusarium solani f. sp. piperis, identificando genes com potencial uso, em etapas futuras, no melhoramento genético da pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.), como também, na possibilidade do uso de bactérias endofíticas como agentes de controle biológicos para o manejo adequado de doenças de plantas. A espécie P. tuberculatum é uma Piperaceae nativa da Região Amazônica que tem se mostrado resistente à infecção causada pelo fungo biotrófico de solo F. solani f. sp. piperis, agente causal da fusariose, doença limitante no cultivo da pimenteira-do-reino. Neste sentido, o presente trabalho objetivou estudar em nível molecular esta interação planta-patógeno, por meio de Hibridização Subtrativa de Supressão (HSS) para identificar os genes possivelmente relacionados com a resistência à fusariose. Adicionalmente, bactérias endofíticas de raízes de P. tuberculatum foram isoladas e avaliadas molecularmente utilizando o gene 16S rDNA, considerando-se a hipótese que este tipo de microrganismo possa estar participando também deste mecanismo de resistência. A análise comparativa das sequências diferencialmente expressas na planta inoculada com o patógeno mostrou alta identidade com proteínas que atuam em mecanismos de respostas de defesa de planta, tais como: peroxidase, glicoproteína rica em hidroxiprolina e uma proteína CBLinteracting serine/threonine-kinase. Baseado nas funções conhecidas, descritas na literatura, é possível que estas proteínas participem do mecanismo de resistência à fusariose através da produção de espécies reativas de oxigênio e/ou formação de barreiras estruturais em P. tuberculatum. Por outro lado, a análise comparativa das sequências do gene 16S do rDNA indicou que as bactérias endofíticas isoladas das raízes de P. tuberculatum enquadram-se em três grupos dominantes - Bacillus spp., Rhizobium spp. e Pseudomonas spp. com 38,7%, 25,8% e 12,9% do total, respectivamente. Os resultados são indicativos que estes microrganismos contribuam no aumento das respostas de defesas contra ataque de patógenos e na promoção do crescimento na espécie P. tuberculatum.
  • GREICE DE LEMOS CARDOSO COSTA
  • INVESTIGAÇÃO MOLECULAR DA TALASSEMIA ALFA E TALASSEMIA BETA EM POPULAÇÕES DO ESTADO DO PARÁ: AFRO-DESCENDENTES DE TROMBETAS E SARACURA E PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME
  • Data: 08/06/2009
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  • Trezentos e setenta e nove afro-descendentes e cento e trinta pacientes com anemia falciforme residentes em Belém, PA, foram caracterizados, em nível molecular, acerca de deleções para talassemia alfa (-3,7, -4,2, --MED, -20,5 e –SEA) e mutações Tal (-88, -87, -29, Cd6, Cd15, Cd24, Cd39, IVSI-1, IVSI-5, IVSI-6, IVSI-110), seguida de investigação dessas mutações e possíveis associações com a gravidade das manifestações clínicas em pacientes com anemia falciforme. As freqüências encontradas de mutações, de origem africana e européia, nos genes da alfa e beta globina demonstram padrões de miscigenação que essas comunidades estão sofrendo ao longo do tempo, e principalmente, a presença de mutações comuns em regiões do Mediterrâneo pode ser atribuída à miscigenação desses afro-descendentes com indivíduos de origem portuguesa, uma vez que as mutações observadas são também comuns em Portugal. Dentre as mutações encontradas nos pacientes com anemia falciforme, duas são mais comumente encontradas na região do Mediterrâneo, mas também são encontradas na África, enquanto que as outras duas mutações são mais prevalentes em populações africanas, e estas foram mais prevalentes na amostra de pacientes, um dado que reforça a sugestão da origem predominantemente africana da anemia falciforme no Pará. Além disso a presença de mutações Tal diferentes encontradas no norte e nordeste do Brasil, corrobora indicações previas da existência de diferenças nas rotas do tráfico dos escravos africanos, bem como na origem das mutações Tal encontradas nessas duas regiões. Por fim, não foram observadas qualquer relação de dependência entre a deleção -3,7 (talassemia alfa) e as mutações para talassemia beta em relação ao grau de severidade das manifestações clínicas dos pacientes com anemia falciforme.
  • IGOR BRASIL COSTA
  • CARACTERIZAÇÃO DO GENE TP53 EM POPULAÇÕES EXPOSTAS AO URÂNIO NOS MUNICÍPIOS DE MONTE ALEGRE, PRAINHA E ALENQUER, ESTADO DO PARÁ, BRASIL
  • Orientador : ANDREA KELY CAMPOS RIBEIRO DOS SANTOS
  • Data: 14/05/2009
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  • As radiações ionizantes emitidas por elementos radioativos, como o urânio, podem ocasionar mutações e consequentemente levar ao desenvolvimento de neoplasias em células humanas. O gene TP53 atua na manutenção da integridade genômica celular e constitui um importante biomarcador de susceptibilidade. O presente estudo objetivou investigar as principais mutações nos éxons 4, 5, 6, 7 e 8 do gene TP53 e íntrons adjacentes nas populações de Monte Alegre, Prainha e Alenquer, todas no estado do Pará (Brasil), expostas à radioatividade. Foram coletadas amostras de 163 indivíduos que responderam a um questionário abordando fatores sócio-clínicoambientais de risco para mutagênese e/ou carcinogênese. Houve diferença significante entre a população de Monte Alegre e as demais em relação à idade superior a 50 anos (p<0,01). Foram encontradas: i) uma alteração de troca de AA no éxon 4 (Arg72Pro); ii) duas mutações sinônimas: uma no éxon 5 (His179His) e outra no éxon 6 (Arg213Arg); e iii) quatro mutações em íntrons: três no íntron 7 (C → T na posição 13.436; C → T na posição 13.491, T → G na posição 13.511) e uma no íntron 8 (T → G na posição 13.958). O polimorfismo do códon 72 quando em homozigose, apresentou-se como fator de risco importante para o desenvolvimento de câncer (p=0,023; OR=6,52; IC: 1,29 – 32,94), ajustado pelos fatores idade e tabagismo. Deste modo o TP53 pode ser um importante biomarcador de susceptibilidade à carcinogênese.
  • SAVIO PINHO DOS REIS
  • ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA EM TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO DE Bos indicus e Bubalus bubalis
  • Orientador : MARIA PAULA CRUZ SCHNEIDER
  • Data: 12/05/2009
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  • Os zebuínos (Bos indicus) e os búfalos d’água (Bubalus bubalis) são de elevada importância para o agronegócio nacional. Estudos que envolvam análise da expressão de genes que atuam na musculatura esquelética são de extrema relevância para pesquisas que visam o melhoramento genético animal. A análise seriada da expressão gênica (SAGE) permite avaliar o transcriptoma de um tecido, mas necessita ser validada por outra técnica quantitativa como a PCR em tempo real, que possui maior sensibilidade. Nosso objetivo foi analisar a expressão gênica do tecido muscular esquelético de bovinos e bubalinos usando dados de SAGE e PCR em tempo real. Para isso, vinte amostras do músculo Psoas major de zebuínos da raça nelore e vinte de búfalos da raça Murrah foram utilizadas para extração de RNA total e síntese de cDNA, divididas em dois grupos. As eficiências de amplificação dos genes mostraram-se similares. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os dois experimentos de PCR em tempo real. Além disso, de maneira geral, os dados dos dois experimentos de RQ tomados isoladamente corroboraram as razões obtidas na análise pelo método de SAGE, apesar de haver discordância na validação de alguns genes individualmente. Este fato é comumente relatado na literatura. Além disso, foi verificada a expressão diferencial de dois genes com importante papel no tecido muscular esquelético: MYLC2 e CKM, expressos preferencialmente em bubalinos devido ao menor índice de gordura intramuscular dos mesmos. Já genes com expressão ubíqua obtiveram valores de expressão pouco relacionados. Os resultados obtidos podem auxiliar estudos envolvendo a expressão gênica nestas espécies, servindo de alicerce para a pesquisa em tecido muscular bovino e bubalino.
  • RICARDO LOPES DE SOUZA
  • IDENTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DE SEQUÊNCIAS DE CELULASES NO ECOGENOMA DO RESERVATÓRIO DA UHE- TUCURUÍ, PARÁ
  • Orientador : ARTUR LUIZ DA COSTA DA SILVA
  • Data: 02/04/2009
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  • Os microorganismos e enzimas responsáveis pela degradação de biomassa vegetal têm recebido grande atenção nos últimos anos, visando principalmente a conversão desse material em biocombustíveis. Neste estudo, seqüências parciais de duas famílias de celulases/hemicelulases bacterianas (GH5 e GH43) foram obtidas por PCR independente de cultivo a partir de amostras de água (superfície e 30m de profundidade) e sedimento do reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, Brasil. Os resultados mostraram uma diversidade bem maior para GH5 que para GH43, condizente com a menor freqüência deste último nos genomas conhecidos. Os testes feitos nos programas TreeClimber, ∫-Libshuff, Unifrac e Arlequin detectaram diferenças significativas na comparação entre as três profundidades amostradas. O gene GH5 diferenciouse mais na amostra de sedimento, enquanto GH43 diferenciou-se mais na superfície, demonstrando que diferentes marcadores podem levar a conclusões distintas nas comparações de comunidades bacterianas. A análise filogenética não revelou nenhum novo clado que diferenciasse claramente as sequências deste estudo das anteriormente conhecidas, confirmando que a técnica de ciPCR tende a encontrar somente sequências similares, limitando o acesso à diversidade total. No entanto, similaridades no BLAST mostram que a maioria das sequências encontradas é inédita nos bancos de dados, demonstrando o potencial do ambiente estudado como fonte de novas enzimas, e reforçando a percepção de que apenas uma pequena fração da diversidade genética total é conhecida atualmente.
  • FLAVIO LUIZ NUNES DE CARVALHO
  • CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE PIRARUCUS (Arapaima gigas, CUVIER, 1829) DA REGIÃO DE SANTARÉM, PARÁ, ATRAVÉS DE MARCADORES MICROSSATÉLITES
  • Data: 04/03/2009
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  • Sete locos de microssatélites foram usados no presente estudo para analisar a estrutura genética de duas populações de pirarucus (Arapaima gigas) da região de Santarém, Pará. As duas populações estudadas, Ilha de São Miguel e Costa do Aritapera, apesar de relativamente próximas geograficamente, apresentam diferentes padrões de pesca para esta espécie de peixe (pesca manejada em São Miguel e não manejada na Costa do Aritapera). Na população de pirarucus de São Miguel observou-se 33 alelos e em Costa do Aritapera 27 alelos. O número médio de alelos foi de 4,7 para a população de São Miguel e 3,8 para a população de Aritapera. Sete alelos exclusivos foram observados em São Miguel e apenas um em Aritapera. A heterozigosidade média também foi diferente entre Ilha de São Miguel e Costa do Aritapera, a última com desvio significativo para três dos sete locos. Análise de variância molecular não considera que as duas sejam geneticamente distintas. Uma causa provável das diferenças observadas na população de pirarucu da Costa do Aritapera pode ser a redução do tamanho populacional devido ao padrão de pesca utilizado na captura desta população de pirarucus.
  • CLAYTON PEREIRA SILVA DE LIMA
  • ASSOCIAÇÃO DE KIR2DS5 COM MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS OLIGOSSINTOMÁTICAS DE DENGUE
  • Data: 27/02/2009
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  • O vírus da dengue (DV) é constituído de RNA e pertence ao gênero Flavivirus. Este vírus é um arbovírus o qual apresenta como principal vetor o Aedes aegypti. Cerca de 50 a 100 milhões de pessoas são infectadas pelo DV, onde cerca de 24. 000 são fatais. A primeira confirmação epidêmica de dengue no Brasil foi notificada em Roraima, em 1982, e a primeira notificação no Pará foi em 1995. Desde então, o Pará tem contribuído com 20% a 28% dos casos relatados na região norte nos últimos seis anos. Os sintomas clínicos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, variam desde a forma assintomática até a doença aguda limitada por febre. Mas casos extremos envolvem eventos hemorrágicos. Os aspectos imunológicos da etiologia são alvo de extensivos estudos, entretanto alguns resultados sugerem que as células natural killer (NK) estão envolvidas no processo. Neste contexto, receptores imunoglobulinas símiles de células NK (KIR) emergem como candidato chave no envolvimento da etiopatogenia da dengue, mostrando seu importante papel na atividade de regulação das células NK e sua extensiva associação com outras doenças infecciosas, cânceres e doenças autoimunes, anteriormente relatadas. Então, o presente estudo aponta a investigação de associação do polimorfismo de genes KIR com formas clínicas da dengue. As amostras foram constituídas por 131 indivíduos não aparentados caracterizados como sintomáticos e 89 como oligossintomáticos, de acordo com extensivos critérios clínicos e avaliação epidemiológicas. A presença ou ausência de treze genes KIR foram investigadas por PCR-SSP. As frequências fenotípicas foram comparadas por qui-quadrado e os valores de p foram obtidos por simulação de Monte Carlo, e as freqüências alélicas foram estimadas por máxima verossimilhança. Correção para múltiplos testes foram também aplicadas. A presença de KIR2DS5 foi significativamente associada com a forma oligossintomática (χ ²= 10,89; p=0,0012; pc=0,0156). Uma posterior associação foi observada com KIR2DL5, mas pode ser secundário a KIR2DS5, devido ambos loci estarem em forte desequilíbrio de ligação (χ2 =49,35; p<0,0001). Nenhuma associação com haplogrupos KIR e perfis foi observada. KIR2DS5 foi previamente relatada ter também um efeito protetor contra hepatite C, tendo em vista ser um importante receptor ativatório em algumas situações, assim como no combate a células cancerígenas residuais depois de transplante de medula óssea. Uma vez que, relatos posteriores sugeriam que a ativação de células NK correlaciona-se com formas brandas da dengue, nossos resultados consequentemente permitem propor que a ligação de KIR2DS5 a formas clínicas oligossintomáticas de dengue, provavelmente devido ao aumento da atividade citolítica estimulatória de seus receptores.
  • ANDERSON JOSE BAIA GOMES
  • Variação cromossômica em duas espécies do gênero  Rhinophylla (Chiroptera, Phyllostomidae).

    Evidências por citogenética clássica e pintura

    cromossômica

  • Orientador : JULIO CESAR PIECZARKA
  • Data: 26/02/2009
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  • Os morcegos compreendem uma das ordens de mamíferos com maior índice de

    diversidade, sendo espécies chaves  para a dinâmica dos ecossistemas tropicais e

    subtropicais do planeta. A família Phyllostomidae é a terceira mais especiosa dentro da

    ordem Chiroptera, apresentando maior representatividade quanto à diversidade e

    abundância em florestas tropicais da América  do Sul, especialmente na floresta

    Amazônica. No presente trabalho foram analisados citogeneticamente dez espécimes de

    Rhinophylla pumilio  (RPU) e  seis espécimes de  R.cf  fischerae  (RFI)  da Amazônia

    Oriental. Rhinophylla pumilio apresentou duas formulas cariotípicas: 2n=34 e NF= 62 para

    localidades de Peixe-Boi, Belém (Nordeste do Pará) e Estado da Bahia e 2n=34 e NF=64

    para populações de Itaituba e Juruti (Oeste do Pará). R. cf fischerae apresentou 2n=38 com

    NF= 68. A técnica de FISH (Hibridização  in situ  Fluorescente) com sondas teloméricas

    mostrou marcações distais em todos os cromossomos de RPU e RFI e hibridizações com

    sondas de rDNA 18S e 28S humana e impregnação com Nitrato de Prata evidenciaram dois

    sitios de NOR em RPU do Oeste e Nordeste do Pará e  dois  para  R.cf  fischerae.

    Comparações de homologias cromossômicas entre os espécimes de RPU com

    Phyllostomus hastatus, P. discolor e Glossophaga soricina, bem com aqueles presentes na

    literatura mostram que RPU apresenta vários caracteres cromossômicos plesiomórficos

    para a família Phyllostomidae, sendo o cariótipo com 2n=34, NF=62 o provável percussor

    dos demais citótipos encontrados para RPU. Por outro lado, R. cf fischerae apresentou uma

    extensa variação cromossômica quando comparada com populações provenientes da

    Colômbia (2n=34; NF=56). Tais rearranjos seriam suficientes para permitir um isolamento

    reprodutivo entre elas. Pintura cromossômica utilizando sondas de cromossomo totais de

    Phyllostomus hastatus  (PHA) e Carollia brevicauda  (CBR) revelou 17 e 27  segmentos

    conservados no genoma de RPU e 24 e 29 no genoma de RFI, respectivamente. Nossos

    resultados apóiam a relação de parentesco entre os representantes do gênero Rhinophylla

    aqui estudados e falham ao estabelecer uma proximidade filogenética entre  Carollia  e

    Rhinophylla. Aparentemente o gênero Carollia estaria na base da evolução cariotípica do

    grupo, portanto estudos adicionais, incluindo R. alethina, considerada a espécie mais basal

    para o gênero, seriam necessário para uma melhor discussão da monofilia da subfamília

    Carolliinae.

  • DANILLO DOS SANTOS SILVA
  • ESTUDOS CROMOSSÔMICOS NAS ESPÉCIES DE PEIXES Sternopygus macrurus E Eigenmannia virescens DA FAMILIA (GYMNOTIFORMES, STERNOPYGIDAE), DE RIOS DA AMAZÔNIA ORIENTAL
  • Data: 19/02/2009
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  • Neste trabalho descrevemos os cariótipos das espécies Sternopygus macrurus e Eigenmannia virescens, ambos da Família Sternopygidae, da Ordem Gymnotiformes, de rios da Amazônia Oriental. S. macrurus apresenta o de 2n=46 (30M/16SM) nas amostras das quatro localidades, revelando que o cariótipo é conservado. Porém, quando comparado com populações de outras bacias hidrogeográficas, o cariótipo apresenta diferenças na fórmula cariotípica devido a rearranjos tipo inversão pericêntrica. E. virescens apresenta o com o 2n=38,ZZ/ZW (14M/SM+24ST/A♂ e 15M/SM+23ST/A♀) em vários rios da Amazônia Oriental. O cromossomo W é submetacêntrico de tamanho pequeno e o Z é acrocêntrico do mesmo tamanho do W. Sugerimos que o W pode ter iniciado sua diferenciação por uma inversão pericêntrica seguida de eventos de heterocromatinização. Nas duas espécies, a heterocromatina constitutiva está localizada na região centromérica dos cromossomos. S. macrurrus apresenta também um bloco de HC grande na região pericentromérica do par 1, podendo ser considerado um marcador espécie-específico. O cromossomo W de E. virescens apresenta um bloco de HC na região proximal do braço curto. A NOR está presente no braço curto do par 1 em S. macrurus e do par 15 em E. virescens. Nas duas espécies a marcação com DAPI e CMA3 é coincidente com o bandeamento C e com a NOR, respectivamente; a FISH com sondas teloméricas não detectou a presença de seqüências teloméricas intersticiais. Como primeiro ensaio biogeográfico utilizando dados cromossômicos em S. macrurus, observamos que as diferenças no cariótipo de diferentes bacias hidrográficas isoladas (Amazônia, São Francisco e Paraná) podem explicar a presença dos rearranjos do tipo inversão pericêntrica ocorrida nas populações, possivelmente conseqüentes da quebra do fluxo gênico. Em E. virescens vários sistemas de determinação cromossômica do sexo tem sido relatado nos espécimes de diferentes rios brasileiros, possivelmente originados independentemente. O gênero Eigenmannia apresenta uma grande diversidade cariotípica, inter e intra-específicas podendo constituir um complexo de espécies crípticas. Dados cromossômicos poderão auxiliar na identificação taxonômica, na compreensão da evolução cromossômica e das relações filogenéticas do gênero.
  • FABIO PACHECO ESTUMANO DA SILVA
  • DECODIFICAÇÃO DE MÚLTIPLOS REARRANJOS CROMOSSÔMICOS E DO COMPORTAMENTO DOS GENES TP53 E MYCN EM UM CASO DE MEDULOBLASTOMA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE M-FISH E iFISH.
  • Data: 18/02/2009
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  • Os meduloblastomas (MB) são os tumores cerebrais mais comuns na infância. São tumores agressivos (WHO IV) e possuem cariótipos complexos. A alteração cromossômica mais frequente é o isocromossomo do 17q, i(17)(q). Esta alteração é encontrada em aproximadamente 40% dos casos estudados. O avanço tecnológico ocorrido na citogenética impulsionou o estudo de tais neoplasias, permitindo que alterações complexas fossem mais bem compreendidas. Exemplos destes avanços metodológicos são o CGH (Comparative Genomic Hybridization) e o M-FISH (Multiplex Fluorescent in situ Hybridization), ambas as técnicas visualizam em um único experimento alterações em todos os pares cromossômicos. Sendo assim, nosso objetivo foi decifrar os rearranjos cromossômicos ocorridos em um caso de MB utilizando as técnicas de M-FISH, Pintura Cromossômica, e FISH interfásico (iFISH). O caso reportado é de uma paciente de sete anos de idade com MB, que foi tratada no Hospital Ophir Loyola, Belém-Pa. A amostra foi coletada durante intervenção cirúrgica e a preparação cromossômica foi obtida por preparação direta. Nossos resultados evidenciaram um cariótipo com número modal de 74 e presença de double-minutes (DM). Duas alterações chamaram a atenção por suas freqüências: a translocação 1;8 e a nulissomia do par 10, ambas com 100% de freqüência nas metáfases analisadas por M-FISH, enquanto o i(17)(q) foi observado em apenas uma dessas. As sondas do centrômero do 17 e do gene TP53 mostraram a ocorrência frequente da deleção deste gene em pelo menos um dos cromossomos 17, evidenciando o mesmo efeito biológico do i(17)(q). A pintura cromossômica do par 2 produziu sinais em DMs, porém, a sonda lócus-específica do MYCN (2p24) descartou a possibilidade de este gene estar amplificados nos DMs. A maioria das alterações encontradas já foi associada a um mau prognóstico ou à agressividade de MBs. Por esta razão, os estudos destas anormalidades devem continuar, para que seu valor prognóstico seja esclarecido, assim como seu papel na origem e desenvolvimento desse tumor.
  • TANIELLY CRISTINA RAIOL SILVA
  • Diminuição da Amplificação do Proto-oncogene C-MYC Induzida pelo Pisosterol em Células da Linhagem HL60
  • Orientador : ROMMEL MARIO RODRIGUEZ BURBANO
  • Data: 17/02/2009
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  • Determinar o efeito do Pisosterol sobre a proliferação de células da linhagem HL60 portadoras de amplificação do proto-oncogene MYC. Foi observado que na ausência desse produto, 88% das células HL60 apresentaram amplificação do gene C-MYC. Após tratamento com 1,8 µg/mL de Pisosterol, somente 15% das células analisadas apresentaram a amplificação desse gene e 40% apresentaram poucos sinais fluorescentes (3 ou 4 alelos), sugerindo que o Pisosterol provavelmente bloqueia as células com regiões homogeneamente coradas em interfase.
2008
Descrição
  • EUNICE CARVALHO DO AMARAL
  • INVESTIGAÇÃO DE MUTAÇÕES NOS EXONS 2 E 4 DOS GENES DO FATOR HEPATOCÍTICO NUCLEAR – 1 ALFA (HNF1 ALFA) EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS DO TIPO 2
  • Data: 19/12/2008
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  • Maturity Onset Diabetes of the Young (MODY) é uma forma monogênica de diabetes mellitus, caracterizada por herança autossômica dominante, com idade de começo precoce (antes dos 25 anos de idade), por deficiência da célula β pancreática. O MODY é clínica e geneticamente heterogêneo, com seis subtipos já identificados. Mutações no gene Fator Hepatocítico Nuclear -1α (HNF-1α) é uma causa importante do subtipo MODY3. O presente estudo teve como objetivo investigar mutações nos éxons 2 e 4 do gene HNF-1α/MODY3, em 45 pacientes sem relação de parentesco, diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo 2, com suspeita de MODY3, que eram tratados no Projeto de Atenção ao Paciente Diabético, do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza/UFPA. Foram identificadas três mutações previamente conhecidas, em três indivíduos, representando 6,6% da amostra total. Sendo as mutações: No exon 2 a S142F - TCC→TTC que foi encontrada em um indivíduo, correspondendo a uma frequência de 1,14%. No exon 4, as mutações T260M - ACG→ATG em um indivíduo, apresentando frequência de 1,14% e a mutação P291 finsC na área de policitosina (poly C) que foi encontrada em dois indivíduos. A P291fsinC foi a mais frequente. Nas características clínicas, não houve diferença significativa nas frequências entre os indivíduos com diabetes tipo 2, que portaram mutação e os sem mutação. A glicosúria foi um fator diferencial entre os dois grupos de indivíduos. Os dados apoiam a associação entre as mutações no gene HNF-1α e o desenvolvimento do diabetes de início precoce no grupo estudado.
  • LUCIANA GONCALVES QUINTANA
  • APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE AgNOR E DE SONDAS LOCO-ESPECÍFICAS EM TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
  • Data: 15/12/2008
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  • Os tumores do Sistema Nervoso Central (SNC) possuem especificidades que os fazem diferentes de qualquer outro neoplasma no corpo. A distinção entre tumores benignos versus malignos são menos evidentes no SNC, e independentemente da classificação histológica, eles podem ser malignos, dependendo da sua localização anatômica. Estudos citogenéticos identificaram alterações cromossômicas em cânceres humanos importantes para o desenvolvimento do tumor, entre eles a aneuploidia, que é observada em todos os casos de cânceres humanos sólidos que foram analisados e é uma das suas características determinantes. Um aspecto que pode ser utilizado para a diferenciação entre baixa e alta malignidade é o nível de proliferação celular. Esse aspecto pode ser analisado através da aplicação da técnica de AgNOR. Entretanto, a eficiência dessa técnica ainda se mantém controversa, e poucos estudos incluíram tumores de SNC. Assim, a análise de 50 casos englobando neoplasmas de diferentes graus de malignidades indicou uma alta significância entre as médias de tumores de graus I (1,76) quando comparados com os de grau IV (2,46), reforçando a eficiência e necessidade de se incluir a técnica de AgNOR como parte integrante na caracterização dos tipos tumorais, promovendo um melhor diagnóstico e/ou prognóstico dos pacientes. Entre os casos analisados, foram incluídos dois neurocitomas centrais (NC), um tipo de tumor raro que ocorre principalmente no sistema ventricular supratentorial, caracterizados por núcleos uniformes, lisos e eventualmente espaçados. Concordando com sua classificação como tumor de baixo grau, os dois NCs apresentaram uma média de 1,89 marcações por núcleo. Além disso, foi feita uma análise com sondas loco-específicas em experimentos de iFISH, para uma melhor caracterização do perfil genético desse tipo tumoral. As sondas loco-específicas para os genes TP53, NF2 e NMYC mostraram diferentes níveis de alterações nos números de cópias. Assim, o NMYC apresentou-se quantitativamente normal na grande maioria dos núcleos analisados, enquanto o TP53 apresentou-se levemente modificado, com deleções presentes em 8,5% a 10,5% dos núcleos nos dois casos. Já o gene NF2 apresentou-se modificado em cerca de 50% dos núcleos, nos quais se apresentou com uma cópia única. Os cromossomos 17 e 22, onde encontram-se os genes TP53 e NF2, respectivamente, mostraram o mesmo comportamento que esses genes. Esse baixo nível de modificações nesses genes, geralmente envolvidos na tumorigênese de SNC, pode relacionar-se com o baixo grau de maliginidade que caracteriza os NCs.
  • ANDERSON NONATO DO ROSARIO MARINHO
  • Estudos Paleogenéticos em Amostras de Sítios Arqueologicos da América Latina
  • Data: 28/11/2008
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  • Nas últimas décadas o polimorfismo do DNA mitocondrial (mtDNA) vem sendo utilizado como ferramenta em estudos das populações humanas e da dispersão destas populações no continente americano. Umas das mais intrigantes perguntas acerca da chegada do homem dizem respeito ao tempo de chegada, as possíveis rotas de entrada e o número de ondas de migração. O único consenso que parece existir entre as diferentes áreas do conhecimento é a hipótese de que o homem tenha chegado ao continente americano através do estreito de Bering, oriundos da Sibéria. Após a colonização da América do Norte por via terrestre (estreito de Bering) ou por via marítima (navegação costeira), as populações ameríndios migraram para o sul do continente americano com uma ocupação ocorrido há pelo menos 20.000 anos AP com a principal via de entrada pelo Istmo do Panamá. Estas populações teriam migrado para o oeste (Amazônia central) e, com as populações migrantes colonizando a costa leste do continente (costa do Atlântico) e oeste, ruma a cordilheira dos Andes. O grau de proximidade estre estas populações ainda é tema de discussão na comunidade científica, uma vez que, a utilização de material ancestral é fundamental para responder estas perguntas. A principal dificuldade em estudar material proveniente de sítios arqueológicos ou de museus é o grau de preservação das amostras, bem como seu aDNA. Em nosso trabalho utilizamos amostras provenientes de sítios do Brasil (sítios de Lagoa Santa -MG e Sambaquis – RJ, terras baixas) juntamente com amostras provenientes de San Pedro de Atacama (Coyo Oriental e Catarpe 2, terras altas) para investigar primeiramente como os efeitos tafonômicos atuavam nas amostras compostas de remanescentes ósseos e posteriormente utilizamos técnicas de biologia molecular para estudar os conjuntos de mutações da região HVS-I para caracterização dos haplogrupos presentes e utililzação destes dados para realização de cálculos. Os resultados dos esperimentos demonstraram primeiramente que: na analise tafonômica foi possível identificar diferença na preservação dos amostras ancestrais, com esta preservação atuando diretamente no mtDNA presente nas amostras investigadas. De posse destes dados foi possível avaliar e guiar os experimentos para um melhor aproveitamento do material. Na analise genética foi possível observar que os haplogrupos estavam distribuídos como: haplogrupo A (8,6%), B (40%), C (20%), D (17,1%) e Atípicos (14,3%). Com a distribuição dos haplogrupos não ocorrendo de forma similar em os grupos estudados, nas amostras terras altas o Haplogrupo A não foi observado enquanto o Haplogrupo B apresentava freqüência de 60% e os haplogrupos C e D possuíam baixas freqüências 6,7%. Nas amostras de terras altas todos os Haplogrupos foram observados com uma distribuição para os sítios de Lagoa Santa em Haplogrupo A (18,8%), B (31,2%), C (12,5% e D (31,2%) as amostras provenientes de sambaquis apresentaram apenas o haplogrupo C. As análises de distancia genética demonstraram que as amostras da região de Lagoa Santa (terras baixas) estavam mais proximamente relacionadas as amostras de San Pedro de Atacama (terras altas) (Fst=0.0016) com as amostras de sambaqui apresentando valores altos de distancia genética para San Pedro de Atacama e Lagoa Santa (Fst=0.468, 0.295 respectivamente).
  • DANIELA CRISTIANE DA CRUZ ROCHA
  • ANÁLISE COMPARATIVA POR PINTURA CROMOSSÔMICA EM MORCEGOS DAS SUBFAMÍLIAS STENODERMATINAE E GLOSSOPHAGINAE COM ÊNFASE NOS GÊNEROS Artibeus, Uroderma E Glossophaga (CHIROPTERAPHYLLOSTOMIDAE)
  • Data: 14/08/2008
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  • O emprego da técnica de pintura cromossômica em morcegos, com sondas cromossomos totais de morcegos só teve início no final da década de 90, após a observação de que as sondas humanas, não apresentavam bons resultados ao serem hibridizadas em espécies de morcegos. Esta dificuldade é resultado da distância filogenética entre humanos e morcegos, devido a sequência de DNA ser muito divergente para produzir bons sinais de hibridização. Assim este trabalho teve como objetivo identificar homeologias cromossômicas e possíveis rearranjos ocorridos na diferenciação cariotípica das espécies de morcegos das subfamílias Stenodermatinae (Artibeus obscurus e Uroderma bilobatum) e Glossophaginae (Glossophaga soricina). Pinturas cromossômicas foram feitas usando sondas de cromossomo totais derivadas das espécies de Carollia brevicauda e Phyllostomus hastatus. A hibridização das sondas cromossomo totais de P. hastatus em metáfase de G. soricina, A. obscurus e U. bilobatum revelaram 19, 22 e 30 homeologias incluindo os cromossomos sexuais, respectivamente. Sondas de cromossomo totais de C. brevicauda produziram 27 hibridizações em A. obscurus e G. soricina e 30 hibridizações em U. bilobatum. Isto pode ser reflexo de um maior grau de similaridade entre as espécies G. soricina, A. obscurus, U. bilobatum e P. hastatus. As análises também demonstraram a presença de quatro associações (CBR3/1, 2/5, 4/2 e 2/1) encontradas somente entre Artibeus (cromossomos 1, 2, 10 e 11), Phyllostomus (cromossomos 7, 4, 8 e 9) e Glossophaga (cromossomos 7, 2, 9 e 10). Esses resultados sugerem que os gêneros Artibeus e Glossophaga estariam mais proximamente relacionados à subfamília Phyllostominae. Nossas análises também sugerem que as diferenças cariotípicas entre A. obscurus, U. bilobatum, G. soricina, C. brevicauda e P. hastatus são devido principalmente a fusão in tandem. No entanto, outros rearranjos como translocações, inversões pericêntricas e fissão estão envolvidos na diferenciação cariotípica destas espécies.
  • TIBERIO CESAR TORTOLA BURLAMAQUI
  • Relações Filogenéticas no Complexo Denderocincla merula (Aves, Denrocolaptidae)

  • Data: 16/05/2008
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  • Dendrocincla merula é descrita como um complexo com sete subespécies com relações filogenéticas obscuras, apesar de análises morfológicas e biogeográficas recentes sugerirem a elevação de cinco das subespécies ao nível de espécie. Assim, dada as incertezas quanto à validade de muitos dos táxons do complexo, o objetivo deste trabalho foi o de investigar as relações filogenéticas entre os táxons que compõem o complexo Dendrocincla merula (Aves, Dendrocolaptidae). Para isto, foram amplificados e seqüenciados 2357 pares de bases dos genes mitocondriais citocromo b, citocromo oxidase I e NADH dehidrogenase 2 de cada uma das subespécies do complexo e de Dendrocincla fuliginosa, Dendrocincla homochroa e Dendrocincla tyrannina, usados como grupo externo. As análises filogenéticas foram realizadas no programa PAUP 4.0b8 e PHYML usando os métodos de máxima parcimônia, máxima verossimilhança e de distância. A datação dos eventos cladogenéticos foi realizada no programa BEAST. Foram observadas variações de distâncias não corrigidas (p) e corrigidas segundo o modelo evolutivo (ml) de 0 a 5,4% e 0 a 6,7%, respectivamente, entre membros do grupo de estudo. As análises de máxima parcimônia e máxima verossimilhança foram concordantes, mostrado 1 – A parafilia dos táxons D. m. castanoptera e D. m. merula; 2 – A monofilia de seis táxons: D. m. badia, D. m. castanoptera 1, D. m. castanoptera 2, D. m. olivacens, D. m. batletti/D. m. remota/D. m. merula 1 e D. m. olivacens/D. m. merula 2; 3 – A separação de dois grupos basais, um formado por D. m. obidensis/D. m. merula e outro pelos demais táxons. Esta separação datada em aproximadamente 2,2 milhões de anos atrás, sugere que a hipótese das incursões marinhas tenha um maior peso em sua explicação, enquanto o outro clado mostra influências das alterações climáticas na história evolutiva do grupo. Levando em conta os hábitos de Dendrocincla merula o estudo corrobora que cada táxon deve ser tratado como unidades evolutivas independentes.

  • CLEONILDE DA CONCEICAO SILVA QUEIROZ
  • FILOGENIA MOLECULAR DE CLUPEIFORMES: ÁNALISES COM NOVOS TAXONS DO NOVO MUNDO REVELAM A PARAFILIA DE Pellona E OUTROS GRUPOS
  • Data: 28/04/2008
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  • A taxonomia de sardinhas, ordem Clupeiformes, vem sendo amplamente estudada, porém, as relações filogenéticas entre a maioria dos táxons não é bem resolvida. A presente análise reúne todas as espécies da subordem Clupeoidei com seqüências disponíveis até o presente para o gene mitocondrial 16S rDNA. Foi utilizado um total de 55 espécies de todas as famílias e subfamílias viventes; sequências novas foram geradas pelo nosso grupo para mais de 50 exemplares de 14 espécies neotropicais (marinhas e de água-doce), sendo que 10 espécies aparecem pela primeira vez em uma filogenia molecular. Denticeps clupeoides (Denticipitoidei, Clupeiformes), apontada em estudos prévios como a linhagem irmã dos Clupeoidei, foi usada com grupo externo em todas as análises. Os resultados a partir de análise bayesiana, máxima parcimônia e máxima verossimilhança sugerem fortemente a monofilia das famílias Pristigasteridae e Engraulidae, mas não da família Clupeidae. As famílias Chirocentridae e Sundasalangidae, aqui representadas cada uma por apenas uma espécie, posicionam-se entre as linhagens de Clupeidae. Odontognathus mucronatus, uma espécie do Atlântico ocidental pela primeira vez incluída em uma filogenia molecular, aparece inserida entre espécies de Pellona e Ilisha (família Pristigasteridae), gerando uma grande politomia com estes dois gêneros, não sendo possível demonstrar a monofilia de ambos, e, conseqüentemente da subfamília Pelloninae. Outros casos de parafilia foram observados em algumas subfamílias, como Dorosomatinae, Pellonulinae e Dussumieriinae (família Clupeidae), assim como de alguns gêneros, como Anchoa e Engraulis (Engraulidae), e Sardinella (Clupeidae). Considerando que esta ordem de peixes tem distribuição mundial e grande quantidade de táxons (cerca de 400 espécies), a presente análise esclarece alguns pontos relevantes da taxonomia deste grupo (monofilia das famílias Engraulidae e Pristigasteridae), e aponta à necessidade de se aumentar a densidade de táxons de vários grupos para resolver as situações freqüentes de parafilia.
2007
Descrição
  • JOSE ANTONIO RENAN BERNARDI
  • Analise Filogeográfica em Bufo marinus (BUFONIDAE: ANURA) da Região Amazônica, através de sequência de DNA.
  • Data: 23/11/2007
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  • O sapo cururu (Bufo marinus) é o maior sapo da Região Amazônica. Esta espécie é considerada o anfíbio de maior introdução no mundo e faz parte de um complexo de espécies que tem o seu nome. Na presente tese analisou- se seqüências de DNA mitocondrial (ND3: 470pb; CytB: 328 pb; 16S: 537pb) e nuclear (POMC: 509 pb) de populações de B. marinus das duas margens do Rio Amazonas e comparando com espécies vizinhas ao território brasileiro e de outras regiões. Em relação à ND3 as amostras de Bragança e Santarém se agruparam com as da espécie B. schneideri, enquanto que as de Porto Trombetas agruparam com populações da Austrália, Havaí e Indonésia. As análises com o gene da citocromo b sugeriram a ocorrência de três grupos de haplótipos. A análise filogenética com 16S revelou que um haplótipo (25) agrupa com a espécie B. poeppigii com 99% de bootstrap e com apenas 0,7% de divergência. Com relação ao gene POMC, como esperado, não se observou qualquer resolução entre as amostras de B. marinus, B. schneideri, B. ictericus e B. arenarum, resultando em uma grande politomia. Portanto, os resultados obtidos na presente tese sugerem a ocorrência de hibridização entre B. marinus X B. poeppigii e entre B. marinus X B. schneideri, sendo que no primeiro caso isso teria ocorrido quando da formação do hipotético grande lago na parte ocidental da Amazônia, e o segundo em decorrência dos refúgios pleistocênicos. Os resultados demonstram o quanto pode ser complexa a diversidade de espécies de anfíbios na Amazônia, principalmente quando se trata de espécies de distribuição geográfica próxima como as pertencentes ao grupo marinus.
  • PATRICIA DANIELLE LIMA DE LIMA
  • AVALIAÇÃO DOS EFEITOS GENOTÓXICOS E CITOTÓXICOS DE FATORES AMBIENTAIS DE RISCO PARA DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS: ALUMÍNO, FERRO E MANGANÊS

  • Data: 08/08/2007
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  • Os metais estão entre os mais antigos agentes tóxicos conhecidos pelo homem. Em um mundo industrializado, existem vários tipos de metais usualmente em uso, sendo que estes elementos  químicos podem causar danos no DNA e afetar a saúde humana, causando vários tipos de patologias, como neoplasias e doenças neurodegenerativas. Alumínio (Al), Ferro (Fe) e  Manganês (Mn) são elementos químicos muito comuns e que, em altas concentrações, podem ser extremamente tóxicos,  sendo  relacionados  a  algumas  desordens  patológicas,  principalmente doenças  neurodegenerativas,  como  a  Doença  de  Parkinson  e  a  Doença  de Alzheimer. A habilidade destes metais em provocar danos no DNA ainda não está totalmente  claro,  assim  o  objetivo  do  presente  estudo  foi  avaliar  o  potencial mutagênico  do  cloreto   de  alumínio  (AlCl3),  sulfato  de  ferro  heptahidratado (FeSO4.7H2O) e cloreto de manganês  (MnCl2.4H2O). O Teste do Cometa e a análise de aberrações cromossômicas as  metodologias utilizadas para avaliar, respectivamente,  os  potencias  destes  metais  em  causar  danos  do  DNA  e clastogenicidade nas diferentes fases do ciclo celular. Linfócitos  humanos em cultura foram tratados, separadamente, com cloreto de alumínio (5, 10, 15 e 5

    µM), sulfato de ferro heptahidratado (1.25, 2.5 e 5 µg/mL) e cloreto de manganês (5, 20 e 25 µM) durante as fases G1, G1/S, S (pulsos de 1 e 6 h), e G2 do ciclo celular. Nossos resultados indicaram que todas as concentrações do AlCl3 foram citotóxicas e clastogênicas em todas as fases do ciclo, especialmente na fase S; este metal também induziu alto nível de dano no DNA  detectado pelo Cometa; endoreduplicações e poliploidias foram observadas nos tratamentos realizados na fase G1. Estes achados sugerem que o cloreto de alumínio é clastogênico e indiretamente  afeta  a  construção  do  fuso  mitótico.  Todas  as  concentrações testadas de MnCl2.4H2O foram citotóxicas nos tratamentos das fases G1, G1/S e S (1 e 6 h), enquanto em G2 somente as concentrações mais elevadas reduziram significativamente o índice mitótico. Este metal induziu genotoxicidade apenas na concentração mais alta, durante a fase G2 do ciclo celular e no Teste do Cometa. Este achado pode estar relacionado ao fato de que nos dois casos o tratamento é feito por um curto período (3h) tempo em que o reparo de DNA pode não ocorrer, ou ainda por outros mecanismos não analisados. A ausência de poliploidias indica que  o  Mn  não  afeta  a  construção  do  fuso  mitótico.  Finalmente,  os  testes realizados com o sulfato de ferro indicaram que este metal é citotóxico em todas as fases do ciclo, induz aberrações  cromossômicas durante as fases G1, G1/S and S (1 6 h) do ciclo celular e também induz  poliploidias durante a fase G1, porém não provoca danos no DNA em nível significativo detectado pelo Cometa. Estes achados indicam que o Fe causa alteração e inibição da síntese do DNA apenas  em  células  proliferativas,  o  que  explica  respectivamente,  a  presença concomitante de genotoxicidade e citotoxicidade neste estudo. Em conclusão, de acordo  com  nossos  resultados,  nas  concentrações  testadas  e  nas  técnicas utilizadas, o Al foi o metal que apresentou maior toxicidade sobre a molécula de DNA e o aparelho mitótico, seguido em ordem decrescente pelo Fe e pelo Mn.

  • ADRIANA COSTA GUIMARAES
  • ESTUDO DE ANEUPLODIAS, EXPRESSÃO E STATUS DE METILAÇÃO DO GENE TP16 EM TUMORES GÁSTRICOS NO ESTADO DO PARÁ
  • Data: 15/02/2007
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  • O câncer gástrico é o terceiro tipo mais freqüente de neoplasia e o segundo mais importante em causa de morte no mundo. Este estudo teve por objetivo avaliar a existência de alterações cromossômicas nos cromossomos 9 e X implicadas na carcinogênese gástrica e analisar o status da metilação do promotor e a expressão da proteína do gene TP16, bem como a possível associação com ganho do cromossomo X e a interrrelação destes achados com características clínica e patológica de 15 adenocarcinomas. Nós também avaliamos, por hibridação in situ fluorescente usando sonda-satellite do cromossomo 8, três diferentes passagens (6ª, 12ª e 35ª) da linhagem ACP01. Aneuploidias dos cromossomos 9 e X foram encontradas em todas as amostras, tipos intestinal e difuso. A monossomia do cromossomo 9 e ganho de cópia do cromossomo X (em ambos os sexos) foram observados em 100% dos casos. A hipermetilação e a baixa expressão do gene TP16 foram também observadas em todos os casos analisados. Nossos resultados não revelam qualquer associação de alterações genéticas e epigenéticas com tipo histológico, agressividade do tumor e invasão (P>0.05). Nessa linhagem celular, a trissomia do cromossomo 8 foi detectada em todos os casos, variando de 37% (6ª passagem) a 67% (35ª passagem), e a tetrassomia do cromossomo 8 (também observada em todas as passagens) variou de 2,5% (6ª passagem) a 30% (35ª passagem). Os achados mostraram que os mecanismos que parecem ser a razão para o silenciamento do TP16, em nossas amostras, incluem perda do cromossomo 9 e a hipermetilação da região promotora. O ganho de cromossomo X apresenta uma associação significativa com estas alterações e poderia ser um mecanismo concomitante no processo de carcinogênese gástrica, para ambos os tipos intestinal e difuso. A presença de cinco sinais para o cromossomo 8 foi observada em todas as passagens com a maior freqüência encontrada na 12ª passagem (20%). Nossos resultados confirmam que a trissomia do cromossomo 8 é um fenômeno biológico comum em adenocarcinomas de estômago e pode usado como um marcador de malignidade da mucosa gástrica. É, portanto, necessário conduzir novos estudos que identifiquem características genéticas peculiares deste tumor, e assim ajudar no diagnóstico e prognóstico dessa doença, além de permitir que a conduta terapêutica mais exata seja estabelecida.
  • HEITOR BURLAMAQUI BASTOS
  • ESTRUTURA DE ALOUTTA BELZEBUL (PRIMATES - PLATYRRHINI), DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE - TUCURUÍ

  • Data: 10/02/2007
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  • NÃO INFORMADO

2006
Descrição
  • JOSE RICARDO DOS SANTOS VIEIRA
  • “Identificação de Multações no Gene do Receptor Celular de Lipoproteína de Baixa Densidade por meio do método de SSCP por Eletroforese Capilar luminescente”.
  • Data: 20/12/2006
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  • Mais de 800 diferente mutações foram identificadas no gene do receptor celular da lipoproteína de baixa densidade (LDLR) que causam o aumento da concentração plasmática de colesterol que caracteriza a hipercolesterolemia familiar (HF). Mutações no gene da apoliproteína B (APOB) e PCSK9 também podem levar a desordens genéticas clinicamente similares a HF. Quando a presença de sintomas é detectada, a doença arterial coronariana (DAC) está, freqüentemente, em estágio avançado, o que apóia o desenvolvimento de métodos para o diagnóstico molecular precoce. Para estudar a importância da identificação de mutações funcionais e polimorfismos no gene do LDLR para o diagnóstico molecular de HF, foram investigadas por meio de análise de HD/SSCP em eletroforese capilar, todas as regiões codificadoras e junções intron-éxons do gene do LDLR de 37 pacientes sul-africanos com um diagnóstico clínico de HF bem estabelecido e 12 pacientes da Amazônia brasileira portadores de DAC com hipercolesterolemia (>7mmol/L), mas sem diagnóstico clínico de HF. Seqüenciamento de DNA foi realizado nas amostras que apresentaram diferentes padrões de CE-HD-SSCP. Para ampliar o estudo da relação entre SNPs com HF e fatores de risco para DAC, foram determinadas as freqüências genotípicas de seis SNPs (IVS7 +10, A370T, R450R, N570N, V633V e R723R) em 120 indivíduos brasileiros não portadores de DAC. Um estudo adicional, para determinar a possível relação do SNP A370T com fatores de risco para DAC, foi realizado em uma população de 2.659 indivíduos britânicos saudáveis pertencentes ao um estudo prospectivo de cinco anos. Um total de 46 alterações nucleotídicas foram identificadas, onde oito correspondiam a mutações funcionais presentes somente em 16 pacientes sul-africanos, sendo cinco delas presentes no domínio ligante do gene do LDLR (C146Y, D200G, D206E, Q233P e S285L), duas no domínio homólogo ao precursor do EGF (C356Y e R385Q) e uma deleção de três pares de base na região promotora (-92 del CTC). Dentre as 38 mutações não funcionais, 14 eram silenciosas (36,8%) e 24 estavam localizadas em zonas intrônicas sem correlação a sítios regulatórios (63,2%). Todas as mutações xxi funcionais já haviam sido previamente descritas e sete das mutações não funcionais (18,4%) foram descritas pela primeira vez nesse trabalho. Não foi identificada mutação funcional em nenhum paciente da Amazônia brasileira o que sugere que a hipercolesterolemia desse grupo está relacionada a causas poligênicas ou a mutações funcionais em outros genes. O método CE-SSCP demonstrou alta sensibilidade (97,8%) na triagem de alterações nucleotídicas no gene do LDLR, porém a análise de CE-HD demonstrou-se ineficaz em detectar 71,1% das alterações nucleotídicas. Nenhum caso de caso de falso positivo foi detectado, porém o método de CE-SSCP não foi capaz de identificar o SNP R723R nem a maioria das variantes polimórficas em homozigose, o que comprova a possibilidade de resultados falsos negativos para outras alterações nucleotídicas em homozigose não descritas neste trabalho. Em 33 das 46 alterações nucleotídicas (71,7%) pôde ser estabelecido um padrão gráfico de CE-HD/SSCP específico a ela, contudo em fragmentos com mais de duas alterações nucleotídicas esta relação foi impossível. A análise conjunta da relação dos seis SNPs e de 20 haplótipos identificados nos cromossomos da amostra composta por pacientes e não pacientes portadores de HF e DAC não apresentou resultados significativos em relação à ocorrência dessas doenças, à exceção do SNP A370T e do haplótipo 121111 que apresentaram um risco três e cinco vezes aumentado para HF, respectivamente (também para DAC, no caso do haplótipo), quando analisados isoladamente. Os resultados, entretanto podem estar sob viés da diferente composição étnica da amostragem. O alto número de mutações silenciosas identificadas entre pacientes HF pode significar que haja alguma relação com a patogenia da HF. Não foi comprovada nenhuma associação significante entre os genótipos do SNP A370T e aumento de risco para DAC ou AVC nos indivíduos britânicos. Foi detectada uma interação significante entre o alelo polimórfico do SNP A370T e valores diminuídos de IMC em relação ao risco para DAC, porém sem identificação de mecanismo biológico plausível que justifique tal interação.
  • WILSEA MARIA BATISTA DE FIGUEIREDO READY
  • ESTIMATIVA DE TEMPO DE DIVERGÊNCIA EM PLATIRRINOS E FILOGÊNIA E FILOGEOGRAFIA DOS UACARIS, PARAUACUS E CUXIUS

  • Data: 25/09/2006
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  • NÃO FORNECIDO

  • KARLA VALERIA BATISTA LIMA
  • “Epidemiologia Molecular da Tuberculose Resistente à Rifampicina no Estado do Pará”.
  • Data: 10/02/2006
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  • Epidemiologia molecular da tuberculose resistente a rifampicina O controle da tuberculose no Brasil tem sido dificultado por inúmeros fatores de caráter sócio-ambientais e tecnológicos. Este trabalho tem como objetivo investigar epidemiologicamente a tuberculose, genotipar as cepas de Mycobacterium tuberculosis e avaliar a utilização do “rifoligotyping” como técnica aplicada ao monitoramento da resistência aos tuberculostáticos. Foram investigadas 108 cepas resistentes a rifampicina, obtidas de pacientes com tuberculose pulmonar, diagnosticados no período de 1998 a 2003, no estado do Pará. A amostragem representou 43,7% (108/247) da população de cepas resistentes identificadas nesse período. Toda a população de bacilos investigados foi reidentificada por PCR-multiplex e confirmada como M. tuberculosis. As freqüências de falência e abandono de tratamento para tuberculose foram de 32,4% (35/108) e 22,2% (24/108), respectivamente. Entre os casos com alta por cura 13,8% (15/108) recidivaram. Ao avaliar os sintomas da tuberculose no momento do diagnóstico 72,2% (78/108) dos casos foram caracterizados como crônico-evolutivos. A genotipagem das 108 cepas de M. tuberculosis resistentes a rifampicina por meio de RFLP-IS6110 evidenciou 33,3% (36/108) de agrupamentos, destes 44,4% (16/36) foram confirmados por MIRU. Vinte cepas apresentaram menos de seis seqüências do IS6110 com agrupamento em 95,0% (19/20) destas por RFLP-IS6110. Surpreendentemente, a diversidade genotípica determinada para o MIRU foi maior para as cepas com mais de 6 cópias do IS6110. Seis cepas apresentaram monorresistência a rifampicina, as demais apresentaram resistência associada a outras drogas. O ensaio “rifoligotyping” foi realizado para 70 cepas, permitindo a detecção de 88,6% (62/70) das cepas resistentes. Uma amostra de 12 cepas submetidas a “rifoligotyping” foi seqüenciada para controle de qualidade do ensaio, observando 100% (12/12) de concordância com a análise por seqüênciamento do fragmento mais variável do gene rpoB. As freqüências de mutações nos códons 531, 526 e 516 foram de 54,3%, 18,6%, 5,7%, respectivamente. Os dados de resistência primária, da epidemiologia descritiva e da genotipagem sugerem elevada transmissão da tuberculose resistente no Pará. A técnica “rifoligotyping” apresentou-se promissora, com elevada sensibilidade, podendo ser aplicada como ensaio preliminar para monitoramento da resistência em amostragem representativa da população notificada como caso novo de tuberculose. Os resultados sugerem um alerta aos programas de controle da tuberculose reforçando a necessidade de novo inquérito nacional, incluindo avaliação da resistência por “rifoligotyping” e genotipagem da população de Mycobacterium tuberculosis.
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