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LEONARDO SÁVIO DA SILVA CREÃO
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Metamorfose microglial na encefalite viral em modelo murino: Um ensaio quantitativo baseado em reconstruções microscópicas tridimensionais em CA1/CA2
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Data: 22/12/2020
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Todas as doenças neurológicas têm seu progresso patológico influenciado pelas células microgliais, que reagem aos insultos com múltiplos fenótipos morfofuncionais que são modulados por estímulos ambientais, idade e natureza do insulto. O vírus Piry causa doença febril em humanos e encefalite em modelos murinos neonatos e adultos. Em trabalho anterior usamos este modelo de vírus para induzir encefalite subletal e medir a influência da idade e do ambiente na resposta morfológica da micróglia de CA3 do hipocampo do camundongo. Aqui nós expandimos a investigação original e quantificamos a resposta morfológica reativa da micróglia na área CA1/CA2 de camundongos fêmeas adultas mantidas em gaiolas padrão de laboratório. Para este fim, uma suspensão de homogenado de cérebro infectado e igual volume de homogenado de cérebro não infectado foram inoculados através das narinas de 10 camundongos suíços albinos fêmeas adultas (5 infectados e cinco não infectados) e após 8 dias pós-infecção, todos os indivíduos foram sacrificados e tiveram seus cérebros processados para imunomarcação de IBA1, um marcador seletivo para micróglia. Encontramos que a reatividade da micróglia foi mais intensa ao longo das vias olfatórias, septo, amígdala e CA3 ventral e camada polimórfica do giro denteado ventral. Empregando amostragem estereológica sem viés aplicado a CA1/CA2, selecionamos micróglias dessa região e realizamos reconstruções microscópicas em três dimensões submetendo-as à análise estatística multivariada em busca de famílias morfológicas. Esse procedimento permitiu distinguir entre a morfologia microglial de indivíduos infectados e controles. Encontramos três grandes grupos morfológicos, dois dos quais relacionados à micróglia de animais infectados e outro associado a micróglia de animais controle. A análise da função discriminante mostrou que o volume total do ramo, o volume do convex hull e a complexidade morfológica foram às características morfométricas que mais contribuíram para a formação dos aglomerados. Nossos resultados mostraram que a micróglia reativa tem árvores mais complexas e ramos mais grossos que cobrem um volume maior de tecido do que a micróglia dos animais controle. No entanto, coerentemente com análise transcriptômica anterior, a dispersão dos dados relacionados àscaracterísticas morfométricas e o espectro de morfotipos encontrados nos grupos controle e infectado no presente estudo sugerem que um caleidoscópio de alterações morfológicas reativas da micróglia é gerado durante a fase aguda da encefalite.
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MARCELLA VIEIRA BARROSO MONTENEGRO
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Marcadores clínicos e genéticos para a Doença de Parkinson em indivíduos portadores de mutações no gene GBA
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Data: 18/12/2020
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A Doença de Parkinson (DP) é uma doença complexa que conta com múltiplos fatores genéticos e ambientais. Mutações no gene GBA são responsáveis pela Doença de Gaucher (DG) esão o principal fator de risco genético para DP, portanto indivíduos portadores de tais mutações são um grupo de risco para desenvolver a doença. Atuais esforços para o diagnóstico precoce e modificação da progressão da DP se encontram em identificar indivíduos de risco através de marcadores clínicos, genéticos ou bioquímicos. O objetivo deste trabalho foi estimar a prevalência de DP em famílias de portadores de mutações GBA e identificar alterações cognitivas que possivelmente predisponham a DP no futuro. O grupo amostral consistiu de famílias de pacientes com DG e um grupo controle para o teste cognitivo, estes últimos não apresentavam DP. A metodologia consistiu da utilização do heredograma tabulado e um questionário validado para a investigação de casos de DP nas famílias e a utilização do teste Montreal Cognitive Assessment (MoCA) para avaliar a função cognitiva. No heredograma tabulado foram registradas nove famílias de pacientes com DG, totalizando 191 indivíduos. Dentre os 182 familiares 1% apresentava DP (2/182), sendo estes parentes de primeiro ou segundo grau de pacientes com DG. Houve um caso de uma paciente com DG apresentar parkinsonismo, entretanto avaliações adicionais serão necessárias para confirmar ou não como sendo DP. No teste MoCA, dois indivíduos apresentaram pontuação muito abaixo da média dos controles com idade e escolaridade similares, caracterizando um possível início de demência de acordo com o teste. Os subtestes do MoCA afetados nesses indivíduos foram: funções executivas e visuoespacial, atenção e cálculo, fluência verbal, memória e abstração. A baixa prevalência de DP na amostra desse estudo pode ser parcialmente explicada pela falta de histórico familiar de DP, visto que este fato por si só é um fator de risco para DP. Outro ponto seria contribuições genéticas adicionais que talvez justifiquem por que alguns portadores convertem para DP e outros não. O comprometimento da função cognitiva é um dos sintomas não motores que pode estar presente até anos antes do início de sintomas motores e, por consequência, do diagnóstico. Portadores de mutação GBA possuem maior risco de desenvolver disfunção cognitiva e apresentam maior frequência desse sintoma associado com DP em comparação ao DP idiopático, por isso essa função deve ser atenciosamente monitorada. Variações em genes adicionais que interajam com a enzima codificada pelo gene GBA devem ser investigadas em portadores de mutações GBA para entender a conversão para DP em tais indivíduos, da mesma maneira testes para sintomas não motores devem ser incluídos em um acompanhamento longitudinal de tais grupos de risco a partir dos 40 anos.
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WHITNEY ABBA MUNROE
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Epidemiological profile of women seen in public gynaecological routine clinic in Pará, infected with HPV of high and low oncogenic risk
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Data: 18/12/2020
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O câncer do colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte por câncer entre as brasileiras. Porém, apresenta a segunda maior incidência na região Norte, compreendendo as maiores taxas do país (21,20 / 100.000). No Brasil, a prevalência da infecção cervical pelo HPV varia de 13,7% a 54%. O objetivo geral foi descrever o perfil dos pacientes infectados pelo Papilomavírus Humano (HPV) e as alterações citológicas associadas em série de casos no estado do Pará. Especificamente, observar a variação do HPV, investigar o HPV de Alto Risco e sua associação com alterações do colo do útero, determinar se há relação com a idade e infecção pelo HPV, investigar o estado civil e a frequência de infecção por HPV no grupo de estudo, avaliar a idade do primeiro coito em relação às alterações no colo do útero e analisar se o número de parceiros sexuais aumenta o risco de infecção pelo HPV. A população do estudo incluiu 253 mulheres, atendidas em ambulatórios públicos de rotina ginecológica do estado do Pará entre 2012-2017. Cento e setenta e um (171) desses pacientes estavam infectadas com um papilomavírus humano de baixo ou alto risco que foram identificados usando Captura Híbrida 2 (CH2) e “Linear Array” (LA). As mulheres incluídas neste estudo foram aquelas com 15 a 65 anos, que eram sexualmente ativas. O exame citológico foi realizado em pacientes acompanhados por detecção viral de DNA molecular para HPV, usando Captura Híbrida (HC2) e / ou Matriz Linear. Para a coleta de dados epidemiológicos foi utilizado um questionário clínico, armazenado no banco de dados do laboratório de papilomavírus do Instituto Evandro Chagas, juntamente com os resultados citológicos e moleculares. A variação do genótipo do HPV no grupo de estudo foi vasta, embora noventa e três (93) dos casos não tenham sido tipados, trinta genótipos do HPV foram identificados, incluindo todos os tipos de alto risco. Os genótipos mais frequentes encontrados foram HRHPV-16 (6,7%), HR-HPV-58 e HR- PV-59 (4,3%), HR-HPV-18 (3,6%) e LR-HPV-61 e pHR- 66 (3,2%) respectivamente. Das setenta e oito (78) infecções de HPV tipadas, cinquenta e cinco (55) eram infecções únicas e vinte e três (23) eram mistas. Neste grupo de estudo, o houve associações estatisticamente significantes entre HPV de alto risco e as alterações citológicas, idade das mulheres e infecção por HPV, estado civil das mulheres e infecções por HPV, sendo as mulheres solteiras infectadas em maior número. Não foi detectada associação estatística entre a idade do primeiro coito (mais frequente entre 15-20 anos) e as alterações citológicas e a infecção pelo HPV e o número de parceiros sexuais ao longo da vida, sendo o grupo mais frequente <5 parceiros. Estudos adicionais relacionados à infecção e genotipagem do HPV com avaliação da citologia cérvico-vaginal são necessários para o conhecimento dos genótipos de HPV mais prevalentes nesta região, escolha do programa de vacinação mais adequado para a população feminina-alvo, que pode variar no futuro, e a prevenção da evolução para Carcinoma de colo uterino.
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EWERTON DO NASCIMENTO MIGLIO
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PREVALÊNCIA DE PAPILOMAVÍRUS HUMANO DE ALTO RISCO E DE ATIPIAS CITOLÓGICAS EM MULHERES INDÍGENAS ARARA-VERMELHA, TUPAIU E TEMBÉ, ESTADO DO PARÁ
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Data: 02/12/2020
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A infecção pelo Papilomavírus humano (HPV) está entre as infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns do mundo. Estima-se que mais de 290 milhões de mulheres estejam infectadas por HPV, e esta seja a causa de aproximadamente 530 mil casos de câncer de colo de útero e 275 mil mortes por ano. O câncer de colo de útero é o quarto câncer mais comum em mulheres e o sétimo câncer mais comum em geral. O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência de infecção pelo Papilomavírus humano e de atipias citológicas em mulheres indígenas AraraVermelha, Tupaiu e Tembé, no estado do Pará. Foram analisadas 84 amostras cérvico-vaginais por colpocitologia e captura híbrida, em três etnias indígenas: 42 Tupaiu, 07 Arara-Vermelha e 35 Tembé. A prevalência total de CH com Colpocitologia foi de 31 (36,9%) casos. Entre as atipias celulares duas (2,4%) amostras apresentaram caraterísticas de Carcinoma Epidermóide Invasor (CEI). Para os Tupaiu o exame de captura híbrida (CH) revelou três (7,1%) casos com DNA de HPV de alto risco, enquanto o exame citológico revelou 29 (69%) casos com atipias celulares. Para os Arara-Vermelha o exame de CH foi negativo para todas as amostras, da mesma forma que o exame citológico não encontrou atipias celulares em nenhuma das indígenas. Para os Tembé o exame de CH revelou uma (2,9%) indígena com DNA de HPV de alto risco, enquanto que o exame citológico revelou 10 (28,6%) amostras com atipias celulares. O teste Exato de Fisher com (p>0,05) e resultado de p= 0,128, revelou que não há diferença estatística significativa dentre os resultados das técnicas aplicadas. Conclui-se que os dois casos de Carcinoma Epidermóide Invasor são significantes e evidenciam a vulnerabilidade das populações indígenas estudadas ao HPV, sendo susceptíveis ao desenvolvimento de lesões precursoras do câncer de colo de útero. Assim, medidas de prevenção primária como ducação sexual das comunidades e rastreamento populacional sistemático para o Câncer de Colo Uterino e imunização de adolescentes contra o HPV são necessárias nessas comunidades indígenas.
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ANA LUISA LANGANKE PEDROSO
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Estudo de potenciais fatores que interferem na celularidade de unidades de sangue de cordão umbilical e placentário, coletadas e processadas para fins de transplante de células tronco hematopoiéticas
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Data: 24/11/2020
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A descoberta de fontes alternativas de células tronco trouxe grandes avanços para terapia celular. O transplante de células tronco hematopoiéticas (CTHs) utiliza a infusão destas células para obter enxerto transitório ou permanente no receptor, com a finalidade de corrigir defeitos quantitativos ou qualitativos da medula óssea e restaurar a hematopoiese normal. Após a década de 90, novas fontes de CTHs foram descobertas: células tronco mobilizadas, e células tronco de sangue de cordão umbilical e placentário (CTHSCUP). Para a seleção de CTHSCUP, é considerado tanto o total de células nucleadas (TCN) quanto a compatibilidade HLA entre doador e receptor, entre outros fatores. Exige-se um valor mínimo de células / kg de peso do receptor que garanta a enxertia da unidade e por isso é importante coletar unidades com maior celularidade. Este estudo visa estudar unidades de SCUP coletadas pela Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA) para identificar fatores de interferência no TCN pré e pós processamento, que possam ser ajustados. Materiais e métodos: Foram analisados 1.346 cadastros para doação voluntária não aparentada de SCUP no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2017, captados em maternidades públicas do estado do Pará - Brasil. As unidades de SCUP tinham TCN inicial ≥ 5x108 células nucleadas e volume mínimo de 70 ml. As seguintes variáveis foram avaliadas: idade materna, idade gestacional, volume coletado, via de parto, momento de coleta e recuperação celular por método de processamento. Resultados: de 1.346 cadastros, 1.246 doaram (93,9%) sendo 655 doações feitas via parto vaginal (52,5%) e 591 via cesárea (47,5%). Cento e sete coletas (8,6%) ocorreram no período intra útero, 591 (47,4 %) no período extra útero e 548 (44%) nos períodos intra e extra útero. Observou-se que: a idade materna e o momento de coleta não influenciaram no TCN inicial. A idade gestacional previu 1,5% do TNC inicial (p=0,0002; rs=0,16); o volume coletado interferiu positivamente no mesmo predizendo 47 % dos valores (p-valor< 0,0001); houve diferença entre o TCN inicial das diferentes vias de parto (p-valor=0,003) sendo maior nas coletas de partos via cesárea; o método de processamento interferiu na recuperação celular (p-valor = 0,0001) que foi melhor nos processos automatizados. Houve uma interferência negativa de 1,6% do volume na recuperação do sistema automatizado SEPAX® (p-valor = 0,0048) e 6,37% na recuperação do método manual (p<0,0001). Conclusões: idade gestacional, volume, via de parto e método de processamento foram fatores independentes que influenciaram no TCN do SCUP. Os métodos automatizados tiveram melhor rendimento inclusive para unidades de maior volume. Estes resultados ajudarão a padronizar a rotina de processamento, melhorar a qualificação das unidades estocadas e ampliar seu potencial terapêutico.
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CLAUDIA MARQUES SANTA ROSA MALCHER
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Data: 23/11/2020
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INTRODUÇÃO: Na doença de Parkinson (DP) as duas principais alterações quanto as disfunções sexuais relatadas são o aumento e a diminuição do comportamento sexual, os quais são temas ainda muito negligenciados no tratamento médico e de poucos estudos na literatura, sendo também escassos os estudos com hormônios sexuais na DP. Além disso, Essas alterações no funcionamento sexual, configuram-se em sinais não-motores da DP, podendo repercurtir no prejuízo da qualidade de vida (QV). Por sua vez, as avaliações motoras, que são a base do diagnóstico da DP, permitem importante contribuição monitorando a evolução da doença. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi pesquisar alterações no comportamento sexual na DP, aliado a correlação hormonal para verificar possíveis associações utilizando escalas de avaliação para o comportamento sexual, e além disso sugerir estratégias de apoio necessárias ao acompanhamento destes indivíduos na região amazônica. METODOLOGIA: Utilizaramse na avaliação dos indivíduos com DP, primeiramente as escalas cognitiva de Montreal (MoCA), MDS-UPDRS e Hoehn e Yahr, seguido da coleta de sangue para as dosagens de estradiol em mulheres, testesterona total e livre em homens, e prolactina, em ambos os sexos. Na segunda etapa, foi usada a escala da qualidade de vida pela PDQ-39, satisfação com a vida, comportamento sexual compulsivo e inventário de triagem de transtorno hipersexual. Na evolução da doença, os indivíduos foram divididos em 3 grupos quanto a duração da DP, ou seja, menos de 4 anos de DP, entre 3 a 4 anos de DP e mais de 8 anos de DP. RESULTADOS: Foram avaliados 68 indivíduos portadores de DP, sendo 40 homens, entre 52-68 anos (mediana de 63 anos) e 28 mulheres, entre 53-70 anos (mediana de 60 anos). Nas mulheres, foi encontrada alteração importante no desconforto corporal (p=0,03) na PDQ-39. Nos homens, houve o prejuízo nas atividades de vida diária (p=0,03) na MDS-UPDRS II, e o uso de altos níveis de dose diária equivalente de levodopa (LEDD) (650mg/dia) (p=0,002). No grupo de indivíduos acima de 8 anos de DP, houveram o prejuízo na comunicação (p=0,01) na PDQ, e também na atividade de vida diária (p=0,01) e relacionada a complicação da terapia medicamentosa (p=0,006), respectivamente na MDS-UPDRS II e IV. O estágio 2 de Hoehn e Yahr foi o mais prevalente na duração da doença e ambos os sexos. Na escala de satisfação de vida, as mulheres tiveram maior satisfação com a vida com os scores de 23,1, e os homens 21,6. O sexo masculino foi o que apresentou mais casos de transtorno hipersexual, e maior uso de LEDD na dose de 650mg/dia (p= 0,002). Não houve correlações significativas entre os níveis dos hormônios sexuais e as variáveis clínicas. CONCLUSÃO: Tanto o tratamento farmacológico da DP como a doença em si, podem vir interligadas frequentemente, tanto com disfunções sexuais e mesmo com outros sintomas não motores como a tentativa de suicídio relatada neste estudo. Há a necessidade de protocolos e diretrizes específicas para manejo clínico e orientações sobre as disfunções sexuais a estes indivíduos, ainda carentes na literatura. Houve maiores prejuízos à QV em homens na DP.
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CARLA DE CASTRO SANT''''''''''''''''ANNA
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Estudo de vírus em receptores de transplante renal no Estado do Pará
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Data: 13/11/2020
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A infecção pelo Citomegalovírus humano (HCMV) é reconhecida como uma das principais causas de morbidade e mortalidade em receptores de transplante renal. Atualmente, existem quatro fármacos antivirais (Ganciclovir, Valganciclovir, Foscarnet e Cidofovir) para prevenir e tratar a infecção e doenças causadas pelo HCMV. Contudo, uma terapia antiviral prolongada pode levar à resistência antiviral associada ao desenvolvimento de mutações nos genes virais fosfocinase (UL97) e/ou DNA polimerase (UL54). A identificação das mutações de resistência aos fármacos antiHCMV é importante no sentido de melhorar o tratamento dos doentes. Este estudo teve como objetivo pesquisar mutações nos genes UL97 e UL54 em receptores de transplante renal. O estudo foi realizado no Hospital Ophir Loyola (Belém-PA) em receptores de transplante renal no ano de 2016 a 2018. Foi realizado o acompanhamento da carga viral de CMV e vírus BK (BKV). Os genes foram amplificados por PCR em tempo real e sequenciados pelo método de Sanger. A informação genética foi comparada com estirpes CMV de referência e descrita como mutações de resistência, polimorfismos ou mutações de fenótipo desconhecido. As mutações foram observadas em 15 amostras (22.72%) de 66 amostras de pacientes analisadas. A maioria dos casos envolveu mutações no UL97 com 13 amostras analisadas, e em quatro amostras houve mutação em ambos os genes. Mutação única do gene UL54 foi observada em apenas uma amostra analisada. Mutações de resistência de alto nível no UL97 como M460V, L595S, duas mutações conjuntas (S472N + C495W e D465R + Del524) e uma deleção de 3 códons (del598-601). A pesquisa de mutações nos genes do CMV identificou mutações que conferem resistência a antivirais padrões como ganciclovir e cidofovir utilizados no tratamento desses pacientes. Adicionalmente, foram identificadas mutações de fenótipo desconhecido, as quais poderão ser importantes no aparecimento da resistência antiviral. As mutações de resistência observadas nas análises não levaram a uma resposta inadequada à terapia com impacto no outcome dos pacientes. Outros fatores podem também ter sido importantes para a resposta dos receptores de transplante de rim. Curiosamente, a maioria dos indivíduos apresentava carga viral indetectável sugerindo que essas alterações independem da alta carga viral.
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MICHELLE CARVALHO DE ABREU
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AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA E PROTEICA DE TWIST E AKT EM AMOSTRAS DE CARCINOMA EPIDERMOIDE BUCAL E SUA CORRELAÇÃO COM ASPECTOS CLÍNICO-PATOLÓGICOS
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Data: 06/10/2020
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O Carcinoma de células escamosas oral (CCEO) é o câncer mais comum de cabeça e pescoço e apresenta uma complexa rede de vias de sinalização molecular. Este estudo teve como objetivo avaliar a expressão dos genes TWIST-1, TWIST-2 e AKT e suas proteínas no CCEO e sua correlação com fatores clínico-patológicos e sobrevida. Os dados clínico-patológicos foram recuperados dos prontuários médicos de noventa e seis pacientes. As reações de imunohistoquímica para Akt e Twist foram realizadas e os níveis de expressão gênica de AKT, TWIST-1 e TWIST-2 foram avaliados por PCR em tempo real. A análise estatística foi realizada por meio da estatística R e o valor de p ≤ 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. A imunoexpressão para Twist-1 foi significativamente associada com tabagismo, tamanho do tumor, metástase de linfonodo e estágio da doença e diferenciação do tumor. A imunomarcação de Akt foi significativamente correlacionada com tabagismo, etilismo, tabagismo e etilismo concomitantes, tamanho do tumor, metástases em linfonodos e estágio da doença. A expressão gênica para AKT, TWIST-1 e TWIST-2 evidenciou resultados significativos quando o tecido saudável foi comparado com amostras de CCEO. Além disso, AKT foi significativamente aumentado no tamanho do tumor e metástases linfonodal. TWIST-1 em metástases linfonodais e TWIST-2 no tamanho do tumor e estadio da doença. O tamanho do tumor, metástases em linfonodos, estadio da doença, tratamento e expressão da proteína Twist-1 positiva foram independentemente associados à sobrevida. O estudo atual mostrou o papel potencial de fatores de transcrição da TEM na diferenciação tumoral, progressão e estadiamento do CCEO. Também encontramos estadiamento e tamanho do tumor, metástases nodais e expressão e tratamento da proteína Twist-1 como determinantes independentes de prognóstico.
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RAIZA MARTINS FONTOURA
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Análise de mutações germinativas no adenocarcinoma gástrico
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Data: 02/10/2020
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Introdução: Tratamentos baseados em fluoropirimidinas, representadas pelo 5-fluorouracil (5- FU) e seus derivados orais, têm sido amplamente utilizados em diversas neoplasias malignas, incluindo tumores do trato gastrointestinal. No entanto, até 30% dos pacientes desenvolvem toxicidade severa e aproximadamente 1% destes evoluem a óbito devido toxicidade. A identificação de polimorfismos em genes que fazem parte da via de metabolização do 5- FU podem contribuir para o desenvolvimento de protocolos de tratamento personalizado, principalmente aplicáveis em populações miscigenadas, como a brasileira. O objetivo deste trabalho é analisar e descrever as variantes encontradas nos genes TYMS, ENOSF1, CDA e CES2, após investigação do exoma em pacientes com câncer gástrico ou colorretal que evoluíram ao óbito devido tratamento com 5-FU. Métodos: Foram avaliados sete pacientes que desenvolveram toxicidade letal ao tratamento com fluoropirimidinas. O sequenciamento do exoma dos genes estudados foi realizado pela plataforma Illumina®. Foi realizada a genotipagem das amostras. Resultados: Um total de 24 polimorfismos foram identificados nos genes estudados. Dentre eles, a variante rs11280056 em TYMS/ENOSF1, extensivamente associada pela literatura com a eficácia e toxicidade a fluoropirimidinas. Outros três polimorfismos foram observados em CDA, dois deles relacionados a deficiência enzimática. Uma variante nova foi encontrada em CES2. Conclusão: O sequenciamento dos genes investigados, nos permitiu ampliar o conhecimento sobre o perfil global de variantes genéticas envolvidas em vias farmacocinética e farmacodinâmica das fluoropirimidinas em pacientes de elevada miscigenação, que evoluíram à toxicidade letal relacionada à terapia com 5-FU.
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OSVALDO RODRIGUES DE SOUZA NETO
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ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA E IMUNO-HISTOQUÍMICA DA ADAMTS-1 E PROTEOGLICANOS NO AMELOBLASTOMA E CERATOCÍSTO ODONTOGÊNICO
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Data: 18/08/2020
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Apesar do ameloblastoma e do ceratocisto odontogênico (CO) serem lesões odontológicas benignas, estas apresentam comportamento biológico localmente invasivo e com uma taxa de recorrência significativa. Porém, os mecanismos pelos quais essas lesões apresentam tais comportamentos biológicos não estão completamente elucidados e continua sendo um desafio para os pesquisadores. ADAMTS-1 é uma metaloendopeptidase, pois é dependente de zinco em seu domínio catalítico. Possui ampla atividade catalítica contra uma variedade de substratos como agrecano, brevicano e versicano, que estão presente na matriz extracelular (MEC). Exibe função crucial em vários processos como proliferação, adesão, invasão e sinalização celular. E tem sido correlacionada com diversos processos patológicos, como na tumorigênese de algumas neoplasias como no câncer de mama, pulmão e pâncreas. Neste trabalho foram estudadas a expressão de ADAMTS-1, agrecano, brevicano e versicano no ameloblastoma, CO e folículo dental (FD), utilizado como controle, através da qRT-PCR e imuno-histoquímica. No presente estudo a expressão gênica de ADAMTS-1 foi maior no FD, enquanto que na imuno-histoquímica obteve alta imunoexpressão no ameloblastoma. Já a expressão gênica e imuno-histoquímica para agrecano foi maior no CO. Para brevicano a expressão gênica e imuno-histoquímica foi maior nas amostras de CO. Já versicano, mostrou expressão gênica e imuno-histoquímica maior no FD. Houve correlação na expressão gênica entre ADAMTS-1 e BCAN no ameloblastoma, porém não houve associação entre eles na regressão linear. Portanto, estes resultados sugerem que ADAMTS-1 possa contribuir no comportamento biológico do ameloblastoma, que é um tumor benigno localmente invasivo, através da degradação de seus substratos presentes na MEC.
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LAIS HELENA RESCINHO MACAMBIRA
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Avaliação comparativa das técnicas de hibridização in situ fluorescente e variação no número de cópias através de marcadores de prognósticos em pacientes acometidos pela leucemia linfocítica crônica
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Data: 17/08/2020
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A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é um câncer hematológico de crescimento lento, caracterizado pela proliferação e acúmulo de linfócitos B monoclonais maduros na medula óssea, no sangue periférico, nos linfonodos e no baço. A LLC possui maior prevalência em pessoas idosas, com média de idade de 64-70 anos, sendo mais frequente em homens. O objetivo deste estudo é avaliar o número de cópias dos genes TP53, ATM, ENOX, MDM2 e região 13q34 através da técnica de variação de números de copias (Copy Number Variation - CNV) por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em tempo real e comparar com o número de cópias obtido pela técnica de Hibridização in situ Fluorescente (FISH) em pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica. Os indivíduos com o diagnóstico de LLC atendidos no Hospital Ophir Loyola (HOL) encaminhados ao Laboratório de Biologia Molecular, no período de Janeiro de 2017 a outubro de 2020, foram submetidos a avaliação dos genes pela técnica de FISH para as regiões 11q22, 13q14, 13q34, 17p13 e a CEP 12. Em seguida, foi feita a análise pela técnica de CNV para os genes TP53 (17p13), ATM (11q22), ENOX (13q34), MDM2 (CEP 12) e região 13q34 (sonda não gênica). Investigaram-se 47 pacientes pela análise de FISH, foi detectado 34,04% (16/47) alterações citogenéticas em 15 amostras de pacientes, sendo um paciente com duas alterações citogenética. Através da técnica de FISH foram diagnosticados 10,6% (5/47) pacientes com deleção no gene Tp53, 4,25% (2/47) com mutação no gene ATM, 8,5% (4/47) del.13q14.3 e 2,54% (2/47) del. 13q34. Verificou-se CNV=1 em 9,30% (4/43) das amostras investigadas para Tp53, CNV=O em 2,32% (1/43) dos pacientes para o gene ENOX, também para ENOX observou CNV=1 em 6,97% (3/43) das amostras, CNV=3 em 34,88% (15/43) das amostras investigadas para MDM2 e CNV=1 em 6,97% (3/43) das amostras avaliadas para 13q34. Obteve-se, 20% (1/5) de concordância para a deleção no gene TP53, entre FISH e q-PCR e a correlação de aproximadamente 67% (2/3) para trissomia do cromossomo 12. As amostras que foram detectadas com alteração pela metodologia de FISH para qualquer um dos marcadores estudados não tiveram correlação para a metodologia de biologia molecular para a mesma amostra e marcador, não havendo significância estatística, p>0,05 entre as metodologias.
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NATERCIA NEVES MARQUES DE QUEIROZ
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NÍVEIS DE VITAMINA D NA REGIÃO NORTE DO BRASIL: UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL (VIDAMAZON)
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Data: 15/07/2020
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Níveis normais de vitamina D (VD) permanecem controversos. A Sociedade Americana de Endocrinologia (ES) adota ≥30 ng/mL como valor ideal e classifica indivíduos com 25-hidroxivitamina D (25 (OH) D) baixo em insuficiência (20-30 ng/mL) e deficiência (<20 ng/mL). Por outro lado, o Institute of Medicine (IOM) define como níveis séricos normais aqueles acima de 20 ng/mL. Frente a esta controvérsia, faz-se necessário investigar a real prevalência de deficiência de VD, principalmente em uma população equatorial e pouco suscetível a variações na exposição solar ao longo do ano, por meio de um estudo com amostra populacional representativa. Para este fim, realizamos um estudo transversal com 31.853 indivíduos saudáveis do estado do Pará, cujos níveis séricos de 25 (OH) D e paratormônio intacto (PTH) foram dosados pelo método de imunoensaio. Excluímos da amostra pacientes com história prévia de doenças agudas ou crônicas, níveis anormais de cálcio, creatinina, glicemia ou albumina. As análises mostraram como níveis médios de 25 (OH) D os valores de 29,1 ± 8,2 ng/mL e <12,7 ng/mL como o valor correspondente a <-2 DP da média. A hipovitaminose D esteve presente em 10% e 59% dos indivíduos, de acordo com os critérios do IOM e ES, respectivamente. Os indivíduos foram divididos de acordo com quatro faixas etárias e seus níveis de 25 (OH) correspondentes: (i) 3.801 (12,6%) crianças (0 a 9 anos) que apresentaram valores de 33 ± 9 ng/mL; (ii) 2.150 (7,1%) adolescentes (10 a 19 anos) com valores de 28,5 ± 7,4 ng/mL; (iii) 18.320 (60,6%) adultos (20 a 59 anos) com 28,3 ± 7,7 ng/mL; e (iv) 5.953 (19,7%) idosos (> 60 anos) com valores de 29,3 ± 8,5 ng/mL. Os grupos diferiram nos valores de 25 (OH) D, exceto adolescentes versus adultos. Nosso modelo de regressão mostrou IMC, sexo, zona habitacional (urbana ou rural) e idade como variáveis independentes para níveis de 25 (OH) D (r² = 0,023, p <0,05; r² = 0,023, p <0,05; r² = 0,005, p <0,05; r² = 0,002, p <0,05) para cada faixa etária investigada, respectivamente. Comparando indivíduos com deficiência de VD (<20 ng/mL) e insuficiência de VD (20-30 ng/mL), foi encontrada uma diferença entre os níveis de PTH nesses dois grupos (95,9 ± 24,7 pg/mL vs 44,2 ± 64,5 pg/mL; p <0,01). Além disso, o nível de VD que se apresentou como preditor mais acurado para diagnóstico de hiperparatireoidismo subclínico, na curva ROC, foi de 26 ng/mL. A população equatorial do norte do Brasil apresentou baixa prevalência de hipovitaminose D, variando com a faixa etária. Adicionalmente, nossos dados de PTH corroboram a existência da classificação em insuficiência de VD, proposta pela Endocrine Society.
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JULIO GUILHERME BALIEIRO BERNARDES
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Avaliação da expressão de microRNAs e do receptor de andrógeno em adenocarcinoma acinar e hiperplasia nodular da próstata
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Data: 13/03/2020
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Introdução: O câncer de próstata atinge um em cada seis homens e representa 3,8% das mortes por câncer no mundo. A clínica deste tipo tumoral é heterogênea podendo ser silenciosa ou mesmo agressiva, resultando na possibilidade de condução de abordagens terapêuticas inadequadas. Investigações moleculares apontam para um campo promissor, especificamente o miRnoma, onde por mecanismo restritivo dos microRNAs de interferência, ocorre a modulação das expressões genicas pós-transcricionais, determinado possíveis vias oncogênicas e apontando prováveis marcadores. Neste estudo buscou-se esclarecer a associação da expressão relativa de cinco miRNAs e do receptor de andrógeno (AR) como possíveis biomarcadores tumorais para o câncer de próstata em pacientes da região Norte do Brasil. Material e Métodos: Foram investigadas 84 amostras teciduais, sendo 41 de hiperplasia nodular de próstata (HNP) e 43 de Adenocarcinoma acinar de próstata (CaP). Os cinco miRs (27a-3p, 124, 130a, 488-3p e 506) foram quantificados utilizando-se o método de PCR em Tempo real TaqMan® e o AR através de Western Blotting. Resultados: Observou-se uma relação de função supressora tumoral dos miRs 124, 130a, 488-3p e 506, estando estes mais elevados nas amostras de HNP, enquanto o miR 27a-3p apresentou comportamento oncogênico, semelhante ao AR, ambos elevados nos casos de CaP. Conclusão: Nos pacientes CaP houve uma expressão diferencial do AR e superior a 20% em relação a média encontrada dos pacientes HNP, sugerindo um possível marcador diagnóstico a ser validado.
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PATRICIA DA COSTA MODA
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Perfil de alterações no número de cópias dos genes PDGFRA, EGFR, TP53, PTEN, CDKN2A, CDK4, MDM2 e NFKBIA em amostras de gliomas da população paraense
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Data: 02/03/2020
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Os gliomas são os tumores cerebrais que representam um terço das neoplasias do sistema nervoso central (SNC), se originam das células da glia e formam um grupo heterogêneo de tumores. Historicamente, eles foram classificados com base em sua aparência histológica como tumores astrocíticos, oligodendrogliais, oligoastrocitomas e ependimários, foram classificados também de acordo com os diferentes graus de malignidade I-IV. No entanto os aspectos histológicos da lesão são insuficientes para determinar prognósticos e diagnósticos de pacientes com gliomas. Atualmente diversos estudos revelaram alterações moleculares com importância clinica que auxiliaram no diagnóstico e prognóstico dos pacientes com gliomas. Sendo assim há a necessidade de mais estudos que abordem as características genéticas, principalmente na população brasileira devido ao complexo processo de miscigenação. Nesse sentido, destaca-se a população paraense, por sua miscigenação envolvendo a contribuição, principalmente, de ameríndios, fato que implica em um perfil genético potencialmente diferente. Dessa forma, o presente estudo buscou investigar, na população paraense, a influência simultânea de alterações no número de cópias dos genes PDGFRA, EGFR, TP53, PTEN, CDKN2A, CDK4, MIR26A2, MDM2 e NFKBIA através do método de MLPA em 23 pacientes com diferentes subtipos de gliomas. Foi também avaliada uma provável associação dos achados moleculares com os parâmetros clínicos dos pacientes e os dados histológicos dos tumores. Os resultados obtidos pela técnica de MLPA foram validados pela avaliação por aCGH, com 85% de concordância. As análises estatísticas dos resultados moleculares revelaram uma associação significativa entre a idade e o grau de malignanidade dos tumores (p=0.0102), demonstrando que pacientes mais jovens estão associados a graus de malignidade mais baixos e pacientes mais velhos com graus de malignidade mais altos. Além disso foi observado que o gene PTEN possui uma associação significativa com gliomas de alto grau (p=0.0395) sugerindo assim que alterações nesse gene são eventos tardios na progressão malignas dos gliomas. Foram determinadas também as taxas de incidência de todos os genes analisados.
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JULIANA MATOS CATIVO PEREIRA
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Análise dos níveis de IL-10 no soro de pacientes com câncer gástrico associado a marcadores inflamat
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Data: 02/03/2020
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Evidências acumuladas têm elucidado a relação entre inflamação crônica e câncer, demonstrando a importância da resposta imune no microambiente tumoral e a extensão dessa resposta para circulação sanguínea na progressão do tumor. Adicionalmente, estudos reportaram que as citocinas e células imunes detectáveis na circulação sanguínea relacionadas ao câncer são potenciais biomarcadores de prognóstico dos pacientes oncológicos. Particularmente, níveis elevados de IL-10 na circulação sanguínea têm sido associados com pior prognóstico dos pacientes oncológicos. A razão neutrófilos:linfócitos (NLR) e a razão plaquetas:linfócitos (PLR) são utilizadas como uma ferramenta de avaliação do prognóstico, sendo pacientes com razão ≥5 e >198,2 considerados com pior prognóstico, respectivamente. Além disso, o estado nutricional é uma somatória de avaliações nutricionais que poderá refletir as alterações físicas promovidas pelo câncer. O objetivo do presente estudo é analisar os níveis de IL-10 no soro, NRL, PLR, e estado nutricional de pacientes com câncer gástrico. A metodologia consiste na coleta de 5mL de sangue de 43 pacientes com câncer gástrico tratados no Hospital Universitário João de Barros Barreto. A quantificação dos níveis de IL-10 no soro de pacientes antes e 7 dias após a gastrectomia e 16 controles saudáveis foi realizada pelo método enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) em uma placa de 96 poços utilizando o kit BD OptEIA Human IL-10 Set (BD Biosciences). Concomitantemente, foi calculado a NLR e a PLR utilizando os valores obtidos em hemograma no Laboratório de Análises Clínicas, cada razão foi classificada em dois grupos de pacientes ≥5 e <5; e a <198,2 e >198,2, respectivamente. Para a avaliação nutricional realizou-se a coleta de dados dos prontuários correspondente a antropometria com utilização de dobras cutâneas e aplicação de avaliação subjetiva Global Produzida pelo Paciente (ASG-PPP). Para a análise estatística foi utilizado teste não paramétrico Mann-Whitney, e diferenças estatísticas significantes foram consideradas quando p≤0,05. Constatou-se diferença estatística significante entre o nível de IL-10 no soro de pacientes com CG antes da gastrectomia e controles saudáveis (p=0,49). Além disso, o pior prognóstico de NLR e PLR foi associado ao pior estado nutricional de pacientes após a cirugia, tanto dobras cutâneas (p=0,025 e p=0,081, respectivamente), quanto a ASG-PPP (p=0,018 e 0,025, respectivamente). Não houve resultados significativos da associação de IL-10 e dados clinico patológicos, porém esta citocina tem apresentado em muitos estudos função antiflamatória e elevada presença em soro contribuindo para o desenvolvimento do processo cancerígeno e pior prognóstico. É necessário mais novos estudos para complementar a associação da IL-10 e câncer.
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JOSEANE PEREIRA HONORATO
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CARACTERIZAÇÃO CITOGENÔMICA DE UMA LINHAGEM CELULAR DE CÂNCER PAPILÍFERO DE TIREOIDE
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Data: 28/02/2020
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O câncer de tireoide corresponde a 2,1 % dos diagnósticos de câncer no mundo, com incidência crescente nas ultimas décadas. Na Região Norte do Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de tireoide é o décimo quarto mais frequente entre os homens e o nono mais frequente entre as mulheres. Dentre os diversos tipos, destaca-se o Câncer Papilífero de Tireoide (CPT), que corresponde a cerca de 80% de todas as malignidades que acometem a glândula tireoide. Embora a taxa de sobrevida seja alta e de bom prognóstico, o diagnóstico de CPT geralmente ocorre em estágios mais avançados da doença, e o tratamento direcionado geralmente culmina com a tireoidectomia total e terapia adjuvante com iodo radioativo. A tireoidectomia total, bem como o diagnóstico tardio pode comprometer a qualidade de vida e as chances de cura da doença. O CPT apresenta variantes que ocorrem em decorrência do perfil genético dos tumores, exibindo diferentes fenótipos com características histológicas, com biologia do tumor e graus de malignidade distintos. Muitos estudos direcionados à eficácia de novos tratamentos ou mesmo para o entendimento da biologia de tumores vem sendo desenvolvidos em modelos in vitro, em linhagens obtidas a partir de biopsias tumorais. Assim, é de grande importância que se conheça as características genômicas dessas linhagens, a fim de que os resultados obtidos possam ser melhor interpretados. A identificação de Alterações no Número de Cópias (CNAs) é importante para se determinar o perfil genético de linhagens celulares de câncer. No caso do carcinoma papilífero de tireoide, K1 é uma das linhagens mais utilizadas em ensaios in vitro. Essa linhagem expressa a proteína TP53 selvagem, e foi alvo de estudos para análise da participação do gene TP53 no processo de tumorigênese, dentre outros. Entretanto, sabe-se que o perfil genômico das linhagens celulares podem sofrer alterações no decorrer de seu cultivo. Assim, o presente estudo teve como objetivo caracterizar o perfil genômico da linhagem celular K1, identificando alterações quantitativas e perda de heterozigosidade. Os resultados mostraram que a linhagem K1 apresenta importantes alterações relatadas em carcinomas papilíferos de tireoide, incluído regiões que albergam genes que interferem em vias de sinalização e processos biológicos que podem ser importantes para o desenvolvimento da doença, com ganhos de regiões onde se localizam oncogenes, bem como perdas de regiões contendo genes supressores tumorais. Dessa forma, conclui-se que a linhagem K1 é um modelo válido para estudos in vitro que visem o melhor entendimento da biologia do CPT, além de testes envolvendo compostos com potencial anticancerígeno.
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DEJAIR DA SILVA DUARTE
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DESCRIÇÃO DO PERFIL CITOGENÉTICO DE PACIENTES ADULTOS COM LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA DO NORTE DO BRASIL
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Data: 13/02/2020
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O câncer é diverso, apresentando diferença nas células normais de origem, mutações somáticas adquiridas, redes transcricionais alteradas de forma variada e influências de microambientes teciduais locais. Durante o complexo processo de hematopoiese, uma serie de eventos mutacionais pode dar origem a Leucemia, reduzindo a produção de células normais. A leucemia linfoide aguda (LLA) é ocasionada por uma transformação maligna oriunda da proliferação de células progenitoras linfoide da medula óssea, sangue a sítios extra medular. Objetivo deste estudo foi descrever o perfil citogenético dos pacientes adultos com leucemia linfocítica aguda tratados no hospital de referência Ophir Loyola no Estado do Pará. Onde foram avaliados dados do prontuário de 35 pacientes adultos com LLA no caso cariótipos, sexo e idade dos pacientes diagnosticados com Leucemias Linfoides Agudas presente no banco de dados, do laboratório de Biologia Molecular do Hospital Ophir Loyola entre agosto de 2016 e Dezembro de 2019. Os casos foram agrupados em LLA da linhagem B e T de pacientes confirmados com LLA com auxílio dos resultados de imunofenotipagem dos pacientes. Os resultados mostraram que as alterações cromossômicas mais representativas foram t(9:22), del (6q), t(1;19) e del(9p). A média de idade dos pacientes adultos com LLA avaliados foi de 37 anos de idade, media semelhante a estudo em outra região do Brasil. E descrevemos uma translocação que ainda não havia sido registro relacionacionada com a LLA como t(3;12). Sendo assim, este trabalho é um dos primeiros a descrever as alterações cromossômicas dos pacientes adultos com LLA no estado do Pará, identificou uma translocação que ainda não havia sido registro relacionacionada com a LLA como a t(3;12), e tais informações podem servir como um norte no tratamento dos pacientes, uma vez que alterações citogenéticas específicas fornecem informações que podem influenciar diretamente no prognostico em resposta ao tratamento a LLA, podendo ser aplicado na pratica clinica tais informações obtidas neste estudo.
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ALINNE LORRANY GOMES DOS SANTOS
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A EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL AO ÁCIDO VALPROICO AUMENTA O NÚMERO DE MICRÓGLIAS NA CAMADA MOLECULAR DO GIRO DENTEADO, ALTERA A ATIVIDADE EXPLORATÓRIA E A AVALIAÇÃO DE RISCO EM NOVOS AMBIENTES EM CAMUNDONGOS FÊMEAS ADULTAS
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Data: 29/01/2020
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transtorno do espectro autista (TEA) é definido como um disturbio do neurodesenvolvimento e sua prevalência está aumentando ao longo do tempo. O modelo de camundongo que emprega a exposição ao ácido valproico durante a gestação para imitar o TEA tem sido amplamente utilizado para investigar o comportamento social anormal em associação com alterações celulares. No entanto, nenhum relato explorou a potencial influência que o enriquecimento ambiental precoce pode ter em tarefas hipocampo-dependentes e na resposta microglial na camada molecular do giro denteado em camundongos fêmeas adultas. Neste estudo, comparamos as atividades exploratórias e locomotoras de camundongos BALB/c adultos expostos in utero ao ácido valproico (VPA), contamos o número de micróglias e estimamos o volume na camada molecular do giro denteado usando a estereologia. Para esse fim, as fêmeas no dia 12.5 da gravidez receberam VPA diluído em soro fisiológico (600 mg/kg de peso corporal) ou volume igual de solução salina. Seus filhotes foram alojados em gaiolas de laboratório padrão ou enriquecidas a partir do 21º dia pós-natal em diante. Aos 5 meses de idade, as fêmeas foram submetidas a testes comportamentais e seguidamente tiveram seus cérebros processados para marcador seletivo microglial (IBA-1 anticorpo). Nas avaliações de campo aberto (distância percorrida, imobilidade, linhas cruzadas e índice de ocupação da periferia vs. centro), labirinto elevado em cruz (distância percorrida, imobilidade e índice de ocupação dos braços fechados vs. abertos) e na quantificação microglial e volumétrica mostraram diferenças significativas entre os grupos VPA e controle, (teste t bicaudal, p ≤ 0,05). Embora a ANOVA de duas vias tenha revelado influência significativa do ambiente nas tarefas comportamentais dependentes do hipocampo, o número de micróglias e o volume da camada molecular do giro denteado, independente do ambiente, foram significativamente maiores nos grupos de ácido valproico. Sugerimos que processos inflamatórios centrais associados à exposição ao ácido valproico durante a gestação estão congruentes às alterações comportamentais do modelo murino de TEA e que a estimulação somatossensorial, motora e cognitiva do enriquecimento ambiental a partir do desmame possa ser benéfica na redução de anormalidades comportamentais na idade adulta.
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DANIELLE BARBOSA TAVARES
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AVALIAÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA DOS PACIENTES COM FENILCETONÚRIA DETECTADOS NA TRIAGEM NEONATAL DO ESTADO DO PARÁ
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Data: 22/01/2020
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A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética e metabólica causada pela deficiência total ou parcial da atividade da enzima fenilalanina hidroxilase, importante no processo de conversão do aminoácido essencial fenilalanina (Phe) em tirosina, que leva ao acúmulo de Phe no sangue. O diagnóstico é realizado precocemente por meio da Triagem Neonatal (TN) entre o 3° e 5° dia de vida do recém-nascido. Com isso é possível iniciar, imediatamente, o tratamento, através do monitoramento dos níveis da Phe no sangue por meio do controle dietético restritivo de proteínas de origem animal e vegetal, evitando que a doença se manifeste, garantindo crescimento e desenvolvimento normais da criança. Este estudo teve como objetivo determinar o perfil clínico-epidemiológico dos casos de PKU detectados na triagem neonatal no estado do Pará. Foi realizado um estudo descritivo do tipo transversal, com base na análise do banco de dados do Laboratório de Pesquisa e Apoio ao Diagnóstico e de prontuários de indivíduos triados para PKU e acompanhados pelo Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Estado do Pará (SRTN/PA), no período de 2013 a 2017. Neste período foram registrados pelo SINASC 697.076 nascidos vivos no estado do Pará, destes 559.126 neonatos realizaram a TN, representando uma cobertura média de 80,2%. Em relação ao período de coleta, o maior percentual (73,61%) foi obtido entre os indivíduos que coletaram entre o 6° e 28° dia de vida. Obtiveram resultados alterados na primeira amostra (N=19), sendo que destes, 11 foram confirmados para a doença através do resultado na segunda amostra. A prevalência da doença durante os 5 anos de estudo foi de 1:50.826 nascimentos, sendo que o ano de 2013 obteve a maior prevalência (1:27.645). Em relação as variáveis sócio demográficas obtidas dos 11 pacientes portadores de PKU no momento do diagnóstico, 55% (N= 6) pertenciam ao sexo masculino, 72,7% (n= 8) tinham entre 6º a 28 º dias de vida no momento da realização da TN, e 72,7% (N= 8) residiam no interior do estado. Em relação ao tempo para o início do tratamento no SRTN, todos os pacientes iniciaram o tratamento 30 dias após o nascimento. O valor médio de Phe sanguíneo, na primeira consulta foi de 18,1 mg/dL (DP= 6,2) e na segunda de 13,6 mg/dL (DP= 6,1). Dentre os principais sintomas relatados pelos pacientes na consulta no SRTN/PA foram: irritabilidade com 45,5%, atraso motor com 18,2 %, microcefalia, vômitos e hiperflexia/hipertonia com 9,1% cada e 36,4% não relataram sintomas. A partir destes resultados é possível concluir que houve uma melhoria na cobertura da TN no estado do Pará em relação ao período recomendado pelo Ministério da Saúde. No entanto, ainda é necessário que haja uma diminuição do tempo de diagnóstico e encaminhamento dos pacientes confirmados com PKU ao SRTN. Este estudo aponta também para a necessidade da introdução de medidas que visem a redução de casos em famílias com risco para PKUs, como, por exemplo, o aconselhamento genético. Além disso, é crucial reforçar que a implementação precoce.
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