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EDILBERTO LEONARDO COSTA RODRIGUES
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“Papel ecológico dos peixes como dispersores de sementes nas florestas inundáveis do rio Xingu."
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Data: 30/11/2023
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A dispersão de sementes é um processo chave que determina a persistência daspopulações e a distribuição das espécies de plantas. Estudos indicam que a passagem pelotrato digestivo de vertebrados frugívoros provavelmente influencia a quebra de dormência e as taxas de germinação das sementes. Os efeitos da passagem intestinal na germinação de sementes têm sido extensivamente investigados entre aves e mamíferos frugívoros, no entanto, poucos estudos se concentraram em peixes frugívoros. Neste sentido, o objetivo deste estudo éinvestigar o papel de peixes como agentes dispersores de sementes de plantas em áreas deflorestas inundáveis no rio Xingu. Para isso, conduzimos experimentos com duas espécies depacu (Myloplus rubripinnis, Tometes kranponhah) e um bagre (Tocantinsia piresi). Cincotipos de frutos foram ofertados aos peixes que ficaram em aquários individuais: sarão(Myrciaria dúbia), açaí (Euterpe oleracea), muruci (Byrsonima crassifólia), socoró mole (Strychnos xinguensis) e mumbuca (Cordia tetrandra). Com exceção da mumbuca, todos os outros frutos foram capturados pelos peixes. O açaí foi mordiscado, mas não ingerido e nenhum fruto foi danificado. A taxa de consumo de frutos e tempo de retenção das sementes variou entre as espécies de peixes, sendo geralmente menor para o bagre que tem intestino mais curto. Observamos evidências de aumento na taxa de germinação e redução do período de germinação em frutos de sarão e murici que foram ingeridos. Nossos experimentos evidenciam a intrincada interação entre ictiocoria e dispersão de sementes e demostram comoesta relação depende do tipo de fruto e das características dos consumidores.
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ARTHUR PACE DE CARVALHO STEHLING
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Plantio direto do camu-camu, Myrciaria dubia (H.B.K) McVaugh (Myrtaceae), em áreas alagáveis na Volta Grande do Xingu, PA.
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Data: 29/09/2023
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O rio Xingu vem sofrendo efeitos adversos em consequência da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A redução da vazão é o principal deles, pois todo o ecossistema associado ao rio depende dos pulsos de inundação periódico. Nas vegetações tipicamente pioneiras das planícies de inundação, encontra-se frequente o camu-camu, Myrciaria dubia (Myrtaceae), espécie importante na alimentação da fauna aquática e para o extrativismo pelos ribeirinhos. Com a redução da vazão, grande parte dos indivíduos hoje estão em partes não acessíveis à fauna aquática, sendo importante a adoção de medidas que possibilitem a restauração da função ecológica da espécie como recurso alimentar. A semeadura direta é uma técnica de restauração debaixo custo e facilidade logística. No entanto, pouco se sabe sobre a viabilidade do uso das sementes do camu-camu na semeadura direta para restauração das vegetações pioneiras. Neste estudo apresentamos os resultados de um experimento em campo avaliando a viabilidade de do uso técnicas de semeadura direta do camu-camu em áreas de vegetações pioneira da Volta Grande do Xingu. As sementes foram semeadas diretamente em três tratamentos (A - controle, B - com substrato, C - com substrato + gel) em 12 áreas sujeitas a inundação periódica. Um ano após o plantio, não foi observada a emergência de plântulas nas covas marcadas. As sementes foram então escavadas e recuperadas para análise de emergência. Considerando-se o crescimento das estruturas primárias não houve diferença significativa entre os tratamentos testados. No entanto, a massa seca das plântulas foi significativamente maior nos tratamentos com substrato. O método de semeadura direta é mais econômico quando comparado com o plantio tradicional, e pode ser viável para a restauração.
“Plantio direto do camu-camu, Myrciaria dubia (H.B.K) McVaugh (Myrtaceae), em áreas alagáveis na Volta Grande do Xingu, PA”,
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THAIS SANTOS SOUZA
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USO DE RECURSOS NATURAIS POR SEIS COMUNIDADES RIBEIRINHAS DA VOLTA GRANDE DO XINGU.
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Data: 29/09/2023
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A bacia Amazônica possui um potencial de aproveitamento de seus recursos hídricos, que vem sendo explorado por construções de hidrelétricas para atender à crescente demanda na geração de energia. Contudo, as hidrelétricas causam grandes transformações, no uso dos recursos naturais, como na pesca e nos usos dos recursos florestais. É o caso da construção da hidrelétrica (UHE) Belo Monte no Rio Xingu, oeste do Pará. Na pesquisa, estudamos quais as mudanças que ocorreram no uso de plantas medicinais, pesca e caça após a construção da UHE Belo Monte, em seis comunidades na região da Volta Grande do Xingu. Foram feitas 45 entrevistas semiestruturadas, com a aplicação de questionários com famílias que vivem próximas ao rio após a construção da UHE de Belo Monte e que exercem ou já tenham exercido atividade utilizado a flora, caça e a pesca, tanto para fins comerciais ou para consumo doméstico. Foram obtidas a frequência de uso de cada espécie tanto da caça, de plantas medicinais e da pesca. Houve uma redução de espécies apreciadas para o consumo de peixes e de animais silvestres (caça). No uso de plantas medicinais, andiroba foi a espécie com maior frequência de uso. Assim, tendo em conta os resultados, que o uso de plantas medicinais nas famílias ribeirinhas reduziu após a construção da UHE Belo Monte, para a pesca e caça houve redução de espécies apreciadas para o consumo, e consequentemente esses fatores provocam mudanças no modo de vida das famílias ribeirinhas.
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TARITA RAFAELA ZAHLUTH FERREIRA
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“PADRÕES MORFOMÉTRICOS E EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE PSIDIUM RIPARIUM MART EX. DA VOLTA GRANDE DO XINGU”,
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Data: 29/09/2023
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Psidium riparium é uma espécie pertencente à família Myrtaceae que teve a dispersão frutífera impactada devido a construção de barragens na jusante do rio Xingu. A espécie tem grande importância ecológica e na comunidade ribeirinha, pois serve como alimento para a ictiofauna e é utilizado na pesca na região. O objetivo deste trabalho foi estudar a morfometria de frutos e sementes de P. riparium e identificar possíveis padrões de emergência, associando a fatores ambientais, dendrométricos e das plântulas. Para a análise, coletamos 30 frutos de 9 árvores, cujas quais fizemos a coleta de dados ambientais (luz, umidade e temperatura), além de dados dendrométrico (CAP e altura). Selecionamos 10 frutos da espécie e 15 sementes de cada fruto, totalizando 1.350 sementes, que foram postas para germinar, após serem submetidas à aplicação de 3 tratamentos: escarificação + hidratação, hidratação e testemunha. O delineamento adotado foi o inteiramente casualizados. Calculamos a velocidade de emergência, índice de velocidade de emergência diário, tempo médio de emergência e porcentagem de emergência. Ademais, também fizemos a tentativa de identificar o efeito que as características ambientais desempenham sob características dendrométricas das matrizes, morfometria dos frutos e sementes, emergência de P. riparium e plântulas, utilizando uma análise de redundância (RDA). Também analisamos variáveis morfométricas em função da quantidade de sementes por fruto, aplicando o teste de regressão múltipla. Por último, utilizamos a MANOVA, para avaliar os tratamentos de quebra de dormência aplicados em função dos índices de emergência. Econtramos que a RDA apresentou baixo valor de associação entre os dados morfometricos e de emergência de plântulas, por isso realizamos então uma análise Envfit, que identificou a baixa correlação entre as variáveis propostas. Tendo isso em vista, submetemos os dados a uma PCA (análise do componentes principais), relacionando apenas os dados biométricos de frutos e sementes, a dados de emergência, plântulas e dendrométricos das matrizes, resultando na explicação de 45,7% desse conjunto de dados. A regressão múltipla não deu resultados significativos, assim como a MANOVA também não identificou diferença significativas entre os tratamentos aplicados e os índices de emergência. Isso indica que a espécie não apresentou nenhum padrão de emergência. Dessa forma, podemos inferir que dada a rusticidade da espécie não necessita de tratamentos para aceleração da emergência de plântulas.
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MARINA PEREIRA DA SILVA
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REPRODUÇÃO E LARVICULTURA DE Myloplus rubripinnis (CHARACIFORMES, SERRASALMIDAE).
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Data: 28/09/2023
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Resumo: Os peixes da bacia Amazônica apresentam grande diversidade e se destacam pela sua relevância quanto a economia, segurança alimentar e ecológica. As comunidades ribeirinhas dependem destes recursos, que por vezes tiram seu sustento e fonte de proteína animal através da pesca, destacando as ordens Characiformes e Siluriformes, entre elas a espécie da ordem Characiformes: Myloplus rubripinnis, conhecido popularmente como pacu-branco. Que assim como outras espécies, depois de barramentos, poluições, pesca, mudanças climáticas tiveram seus estoques pesqueiros afetados. Esta espécie em questão ainda não se encontra em extinção, mas moradores da região da Volta Grande do Xingu relatam a redução na captura do pacu branco, notando–se um impacto no consumo e comercialização. Assim, a piscicultura vem oferecendo técnicas como a da reprodução em cativeiro, como um das soluções mitigadoras para conservação e comercialização dos peixes. Sendo assim, o objetivo desse presente trabalho é elaborar a reprodução e larvicultura em cativeiro do M. rubripinnis, caracterizando o manejo reprodutivo e inclusão da espécie na produção comercial. Obtendo dados sobre as doses hormonais, taxa de fertilização, fecundidade, eclosão, sobrevivência durante a incubação artificial e dados do crescimento e sobrevivência dos indivíduos na primeira alimentação exógena. Até então foi possível realizar apenas um desova induzida com sucesso, junto a etapa de larvicultura, onde foi possivél avaliar o crescimento e sobrevivência dos indivíduos na primeira alimentação exógena durante 15 dias. No entanto, acredita-se que os resultados aqui encontrados servirão como base preliminar para futuras pesquisas em relação ao manejo de reprodução em cativeiro do M. rubripinnis, e que contribuam com a elaboração de biotecnologias que possibilitem a sua conservação e produção.
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MICHEL MARTINS BANDEIRA
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BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Cichla melaniae (CICHLIFORMES, CICHLIDAE), NO TRECHO DE VAZÃO REDUZIDA NO MÉDIO RIO XINGU.
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Data: 28/09/2023
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A instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte na região da Volta Grande do Xingu alterou significantemente o ciclo hidrológico nesta localidade, gerando um impacto possivelmente à fauna aquática local que ainda está sendo avaliado. O trecho original da Volta Grande sofreu dois tipos de impactos: o represamento do rio a montante da barragem de Pimental e uma diminuição da vazão natural no trecho à jusante desta, denominado de trecho de vazão reduzida (TVR). Estudos em hidrelétricas no Brasil apontam que espécies do gênero Cichla costumam se adaptar bem aos ambientes de reservatórios, entretanto, estudos abordando o ciclo reprodutivo em condições como as encontradas no TVR ainda não existem. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo descrever os parâmetros reprodutivos de Cichla melaniae no TVR da Volta Grande do Xingu. As coletas foram realizadas quinzenalmente no período de julho de 2022 a junho e 2023. No total foram capturados 40 exemplares de C. melaniae, sendo 28 machos e 12 fêmeas. A proporção sexual para o período total e para estação de menor vazão mostrou que houve predominância de machos, não apresentando diferença estatística para a estação de maior vazão. O índice gonadossomático, hepatossomático e o fator de condição apresentou diferença entre os períodos estipulados de vazão (P=0,004, P=0,003 e P=0,006) respectivamente. O tamanho médio dos oócitos vitelogênicos presentes em uma fêmea capaz de desovar foi de 1053 µm. Na investigação histológica das gônadas, as fêmeas apresentaram três estágios de desenvolvimento gonadal (desenvolvimento, capaz de desovar, regeneração) e o machos quatro estágios (desenvolvimento, capaz de espemear, regressão, regeneração). O período de maior atividade reprodutiva ficou nos meses de maior vazão no trecho (fevereiro a junho) entretanto, também foi observado ação reprodutiva pelos machos durante o período de menor vazão (julho a janeiro). Durante o período de coleta houve dificuldade de captura da espécie, a dinâmica encontrada na região foi um dos entraves encontrados para a captura. As informações do presente estudo servirão para o uso dos órgãos fiscalizadores visando a manutenção deste recurso na área de influência da barragem do Pimental.
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ALICE XAVIER SOARES
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REPRODUÇÃO ASSISTIDA E LARVICULTURA DE Prosomyleus rhomboidalis (CUVIER, 1818) (CHARACIFORMES, SERRASALMIDAE).
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Data: 28/09/2023
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Prosomyleus rhomboidalis é uma espécie de pacu que ocorre em vários rios de
corredeiras da bacia amazônica e das Guianas. No rio Xingu é conhecida como pacu-de-
seringa, considerada reofílica com importância para a pesca comercial, de subsistência e
esportiva, com alta relevância regional e possível potencial aquícola. Entretanto, pouco se
conhece sobre sua bioecologia. Diante disso, este estudo tem como objetivo descrever a
amostragem, reprodução e larvicultura de P. rhomboidalis. Adultos selvagens desta espécie
foram capturados no rio Xingu na região da Volta Grande do Xingu e divididos em dois
grupos: o de reprodução espontânea e o de reprodução induzida em condições laboratóriais.
Após a indução hormonal, a extrusão ocorreu em 314,7 ± 10 horas-grau, o peso médio das
fêmeas de desova espontânea variou de 1.336 kg a 2.000 kg com média de 1.619 kg,
fecundidade absoluta 1.136 ± 381,146, fecundidade relativa 7,01e -4 ± 2,46e -4 , percentual de
fertilização 84,57 ± 14,52% e eclosão 66,24 ± 17,14%. Já para as fêmeas de desova induzida
variou de 1.381 kg a 1.820 kg com média de 1.647 kg, fecundidade absoluta 1.258 ± 661,731,
fecundidade relativa 7,30e -4 ± 3,55e -4 , percentual de fertilização 95,33 ± 2,84% e eclosão
69,26 ± 5,06%. O diâmetro do oócito não hidratado foi de 2,15 ± 0,02 mm e pós hidratação
2,51 ± 0,02 mm. A eclosão aconteceu 69h39min pós fertilização. A absorção completa do
saco vitelínico ocorre por volta de dose dias pós eclosão, ocorrendo a transição alimentar de
endógena para exógena. O experimento de primeira alimentação foi feito com três
tratamentos, T1: artêmia, T2: ração e T3: ração e artêmia, durante 15 dias. No qual a condição
do tratamento 3 (ração e artêmia) indicou os melhores reultados, esta condição resultou em
um percentual de crescimento padrão diario de 0,246497132 mm até o décimo quinto dia de
experimento, onde o comprimento padrão médio final 17,03 ± 0,22 mm também foi
significativamente maior neste tratamento. A análise dos resultados de sobrevivência das pós-
larvas de P. rhomboidalis não apresentou diferença significativa (p<0,05) entre os
tratamentos. Os dados obtidos neste estudo são importantes, possibilitanto o entendimento
biológico e contribuindo para a produção e conservação da espécie em questão.
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LEYDIANE DA PAIXÃO SERRA
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DESENVOLVIMENTO INICIAL DE Prosomyleus rhomboidalis (CHARACIFORMES, SERRASALMIDAE): UMA ESPÉCIE AMAZÔNICA.
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Data: 28/09/2023
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O objetivo deste estudo foi descrever o desenvolvimento inicial de Prosomyleus rhomboidalis, uma espécie de pacu amazônico. Para a caracterização e descrição do período embrionário, larval e juvenil, foram capturados no rio Xingu três casais adultos, e realizada a reprodução mantendo-se a incubação dos ovos a 27,5°C. Os oócitos não hidratados apresentam tamanho médio de 2,12 mm, cor amarela, formato esférico, não adesivos, demersais, com pequeno espaço perivitelino. Foram caracterizados os principais estágios de desenvolvimento. A formação do blastodisco foi observada 55 minutos após fertilização, finalizando com a eclosão com o rompimento do córion pelas larvas 69 horas e 39 minutos após a fertilização. Após a eclosão, foram realizadas coletas nas fases larval e juvenil. Um total de 135 larvas e 23 juvenis foram analisados quanto às variáveis morfométricas e merísticas, além do coeficiente de crescimento alométrico em relação à cabeça, tronco e cauda durante o período de desenvolvimento inicial. O comprimento padrão (CP) dos indivíduos variou de 5,03 a 57,02 mm com a maioria das medidas apresentando aumento proporcional ao longo do desenvolvimento. Inicialmente as larvas recém eclodidas possuem olhos e o corpo alongado despigmentados, boca fechada, membrana embrionária e trato digestivo indiferenciado. Durante a fase larval os indivíduos sofrem mudanças morfológicas significativas, na locomoção e organogênese do trato digestivo. Nos estágios finais do desenvolvimento larval, o corpo assume um formato romboidal, com presença de cromatóforos dendríticos e puntiformes por todo o corpo, as nadadeiras são formadas na seguinte sequência: caudal, dorsal, anal, pélvica e peitoral. O número total de miômeros varia de 35 a 39 (19-22 pré; 15-17 pós-anal). Os juvenis a partir de 38,15 mm de CP apresentam características morfológicas semelhante aos adultos com o corpo completamente coberto por escamas e nadadeiras formadas e segmentadas. Estes resultados contribuem para o conhecimento da biologia reprodutiva dos serrasalmídeos e são relevantes como suporte básico para estudos dos mecanismos de desenvolvimento inicial, determinação de modelos experimentais nessa e em outras espécies de teleósteos, permitir a definição da larvicultura que poderia ser empregada em larga escala servindo como ferramenta para recomposição dos estoques naturais, além de auxiliar na correta identificação dos espécimes em ambiente natural diferenciando de seus congêneres, e dessa forma, possibilitar que os estudos de ictioplâncton realizados na bacia do rio Xingu, determinem períodos e áreas críticas à conservação da espécie, ações fundamentais para manutenção dos recursos pesqueiros.
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LORENNA CRISTINA GALVAO DA SILVA
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MICROPLÁSTICOS EM ÁGUAS SUPERFICIAIS DA ZONA COSTEIRA BRASILEIRA: DO AMAPÁ AO DELTA DO PARNAÍBA.
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Data: 01/09/2023
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Os microplásticos são pequenas partículas plásticas com menos de 5 milímetros de diâmetro que são considerados uma preocupação emergente nos ecossistemas costeiros em todo o mundo. São encontrados em abundância em ambientes costeiros, incluindo praias, estuários e manguezais. E podem ser transportados e acumulados nesses diversos ambientes por diversos fatores e caminhos. Embora os microplásticos tenham recebido atenção em âmbito global, os estudos específicos sobre sua ocorrência e efeitos na costa Amazônica e delta do Parnaíba ainda são limitados. Assim, esse estudo tem como objetivo avaliar a distribuição da forma, tamanho e abundância de microplásticos em águas superficiais costeiras ao longo das praias do litoral norte e parte do nordeste durante o período de seca. A amostragem foi realizada em 32 pontos localizados desde a costa do Amapá até a costa do Piauí, através da captação da água superficial e filtração em uma rede de plâncton com malha de 68 µm. Os pontenciais microplásticos foram filtrados, quantificados, medidos, classificados de acordo com tipo, forma e cor e analisados em microscopia óptica. Os Mps foram dominados por fragmentos (48%) e fibras (39%), com uma variação de tamanho de 70 – 2000 μm (80%) para fragmentos e fibras variaram entre 70 – 1000 μm (39%). As cores pretas e azuis apresentaram maior porcentagem em todas as amostras. As análises multivariadas demonstraram que a salinidade, associada à região geográfica, foram as variáveis responsáveis pelo padrão de distribuição dos tipos de microplásticos encontrados. Os resultados aqui descritos são os primeiros para as águas costeiras da região, com relevância para futuros estudos sobre microplásticos e para a gestão e mitigação de impactos causados por tais resíduos.
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MARIA LUARA RODRIGUES DA COSTA
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CARACTERIZAÇÃO FENOLÓGICA DA ASSEMBLÉIA DE ESPÉCIES CONSUMIDAS POR PEIXES E QUELÔNIOS DA VOLTA GRANDE DO XINGU.
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Data: 28/08/2023
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Alguns dos efeitos ambientais da instalação da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHE) são o barramento dos rios, desvio de corpos d’água e a inundação de áreas com florestas nativas ou a redução do volume de água em outros locais como na região da Volta Grande do Xingu. Tais alterações podem gerar dificuldades na alimentação da fauna aquática, como peixes e quelônios, e isso leva à implementação de florestamento dessas áreas para evitar o desaparecimento de espécies. Este estudo tem como objetivo investigar a relação entre os principais ambientes da Volta Grande do Xingu com relação ao comportamento fenológico da assembleia de espécies consumidas por peixes e quelônios dessa região e dessa forma apoiar programas de restauração de florestas aluviais. A hipótese propõe que os diferentes ambientes influenciam no padrão fenológico da assembleia de espécies vegetais que habitam a Volta Grande do Xingu. Para tal foram feitas coletas de informações fenológicas, quinzenalmente, no período de setembro de 2021 a agosto de 2022, nos ambientes Beiradão, Ilha e Sarobal. Para testar os padrões sazonais para cada ambiente, foi realizada uma análise estatística circular com base na frequência de indivíduos nas datas de pico das fenofases, onde foi analisado o teste de Rayleigh para de verificar se o padrão é sazonal. Além disso, foi realizado o teste de Watson-Williams para observar se havia sincronia entre o pico de atividade entre os ambientes. Analisamos na Ilha aluvial e Beiradão floresceram no mês de agosto, com 54 e 24 indivíduos, respectivamente. Enquanto no Sarobal com 48 indivíduos no mês de setembro de 2021. Na frutificação o pico ocorreu no mês de fevereiro de 2022 com a maior quantidade de indivíduos na Ilha aluvial, com 83 indivíduos. Seguido de Sarobal com 49 indivíduos, e Beiradão com 25 indivíduos. Com isso, observamos que o pico de floração dos três ambientes ocorre no período seco do ano, enquanto a frutificação ocorre no período chuvoso, devido a sua sazonalidade, já na foliação ocorre durante o ano todo. Com a análise estatística comprovou-se que são ambientes sazonais, e que isso influência na fenologia das espécies vegetais que habitam a Volta Grande do Xingu, concluindo que a disponibilidade de recursos alimentares para peixes e quelônios é maior no período chuvoso, onde ocorre um maior número de indivíduos frutificando.
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ELZAMARA DE CASTRO OLIVEIRA
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DESENVOLVIMENTO INICIAL DO PACU-BRANCO MYLOPLUS RUBRIPINNIS (CHARACIFORMES: SERRASALMIDAE) DA BACIA DO RIO XINGU.
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Data: 22/08/2023
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A espécie Myloplus rubripinnis (Müller & Troschel, 1844), popularmente conhecida como pacu-branco, possui grande potencial ecológico como dispersora de sementes e representa importante recurso alimentar e econômico para diversas famílias ribeirinhas. Entretanto, pouco se conhece sobre a bioecologia dos adultos e não existem investigações relativas ao desenvolvimento inicial desta espécie. Neste contexto, este estudo teve como objetivo caracterizar morfologicamente as primeiras fases do ciclo de vida do M. rubripinnis, capturados no trecho médio do rio Xingu e identificar as principais mudanças nos padrões de crescimento através de diferentes modelos de regressão. Os indivíduos foram coletados com rede de plâncton em diversos habitats presentes no rio Xingu, durante as quatro fases do ciclo hidrológico local (enchente, cheia, vazante e seca) entre os meses de janeiro de 2021 a abril de 2022. Os espécimes depois de identificados foram classificados de acordo com o estágio de desenvolvimento em período larval (larval-vitelino, pré-flexão, flexão e pós-flexão) e período juvenil. Foram analisados 55 indivíduos com comprimento padrão variando de 7,21 a 35,53 mm. Durante o período larval os olhos são grandes e esféricos, a cabeça varia de pequena a grande e o corpo fusiforme variando de longo a moderado com perfil dorsal convexo. O intestino alcança a região mediana do corpo e a boca é terminal. As larvas são altriciais, e inicialmente a pigmentação é escassa no corpo restringindo-se a uma faixa linear ao longo da notocorda com intensificação na parte posterior do pedúnculo caudal. Em estágios iniciais (flexão) observa-se pequenos agrupamentos de cromatóforos puntiformes na região occipital, na lateral do focinho, nos primeiros raios da nadadeira dorsal e anal, na base do ânus e dos raios da nadadeira caudal, e em estágios mais desenvolvidos (pós-flexão) formam faixas verticais irregulares pelo corpo. O número total de miômeros varia de 41 a 42 segmentos. A sequência completa da formação das nadadeiras e o número de raios não ramificados e ramificados são: caudal (superior iiii+9-7+iiii inferior), dorsal (iii,20), anal (iii,32), ventral (i,5) e peitoral (i,10). Os modelos de crescimento indicaram maiores modificações na transição dos estágios de flexão para pós-flexão, com mudanças abruptas nas taxas crescimento relacionadas à cronologia de eventos importantes na história inicial de vida dessa espécie, como alteração no hábito alimentar, posição na coluna da água e ocupação de novos habitats. O padrão de pigmentação associado a dados merísticos são caracteres eficazes para distinguir as fases iniciais de M. rubripinnis de seus congêneres. Os achados desse estudo possibilitam a correta identificação de larvas e juvenis de M. rubripinnis em ambiente natural e, em última análise, contribuem para a compreensão dos locais e períodos de desova, bem como nas ações de manejo, conservação e sustentabilidade deste peixe Neotropical.
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ISABELA DE CAMPOS FREIRE
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MORPHOLOGY OF THE OROPHARYNGEAL CAVITY OF Hypanus RAFINESQUE RAYS, 1818 (DASYATIDAE, MYLIOBATIFORMES) IN THE ESTUARY AMAZON.
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Data: 14/08/2023
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This study intends to evaluate the pattern of morphological variation of the oropharyngeal cavity and dental structure among the populations of Hypanus berthalutzae and H. americanus, considering the contiguous geographic limit between the species at the mouth of the Amazon River. Recently, two studies revealed findings that influenced the allocation of Hypanus americanus forms, previously referred to all forms of the Western Atlantic. Through molecular analysis, two distinct lineages were identified within H. americanus, with the Amazon delta region being a possible delimiter of the geographic distribution. Next, a new species was described, Hypanus berthalutzae, based on integrated molecular, morphological and ecological data. The oropharyngeal cavity is composed of several structures that integrate the chemosensory gustatory system, such as the oral papillae and oral denticles. Additionally, the dentition of elasmobranchs has great importance in the identification of species and in many species of rays, sexual dimorphism occurs. In this way, specimens of Hypanus berthalutzae and H. americanus will be analyzed from the collection of scientific collections and samples to be obtained from fishing landings in the coastal Amazon, as well as in Municipal Markets in Pará. The dental arch will be analyzed by scanning electron microscopy, while the oral epithelium of the oropharyngeal cavity will be analyzed by SEM and light microscopy. The images obtained will be analyzed using the ImageJ software. It is expected to recognize the polymorphism of the structures of the oropharyngeal and dental cavity, in order to evaluate its contribution to the studies of morphological and taxonomic diversity of this group of rays in the Amazon estuary.
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ARTHUR GUTEMBERG ANDION FARIAS MOURA
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Identificação de Infraestruturas de Exploração Florestal em uma área de Manejo Sustentável por meio de imagens OLI/Landsat 8 e MSI/Sentinel-2.
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Data: 06/07/2023
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O Manejo Florestal Sustentável (MFS), é uma das principais ferramentas para o uso sustentável dos recursos florestais utilizando técnicas de exploração de impacto reduzido. A infraestrutura para exploração florestal é essencial para as atividades de exploração de madeira, e corresponde por uma grande parte dos impactos ambientais dessa atividade. Assim, esse trabalho buscou analisar por meio de dados de sensoriamento remoto e técnicas de geoprocessamento a viabilidade de identificação de infraestruturas da exploração florestal em uma área de MFS. Foram aplicadas dez técnicas, sendo cinco índices de Vegetação (NDVI, TDVI, TVI, RATIO, SAVI), duas Componentes do Modelo Linear de Mistura Espectral (fração solo e vegetação) e dois componentes da Transformação Tasseled Cap (Wetness e Greeness), em imagens Landsat 8 e Sentinel-2, para detecção de infraestruturas florestais, como estradas primárias, secundárias e pátios de estocagem construídos em uma área de manejo florestal sustentável na Floresta Nacional (FLONA) Saracá-Taquera, Pará. Como resultado a componente Wetness da Transformação Tasseled Cap aplicada a imagem sentinel-2, teve um melhor resultado para o índice kappa e acurácia global, com um valor de 0,93 e 83,60 respectivamente. Em relação a fotointerpretação, as técnicas que melhor apresentaram um resultado comparado ao real em campo foram: Wetness da Transformação Tasseled Cap e o NDVI aplicados a imagem Sentinel-2, o TVI na imagem Landsat 8 e a fração Solo do Modelo Linear de Mistura Espectral. Com base nesses resultados foi possível detectar com sucesso algumas infraestruturas florestais como estradas primárias, usando essas técnicas aplicadas em imagens de média resolução.
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BIANCA ARAUJO DE MORAIS SANTOS
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Contaminação ambiental por fármacos em recursos hídricos: uma análise cienciométrica.
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Data: 05/07/2023
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Tamanha é a extensão das mudanças causadas pela ação do homem no planeta que a comunidade científica a considera uma nova era geológica, o Antropoceno, que está mudando profundamente nossa relação com a natureza. Dado ao grande risco ambiental e social representado pela contaminação por medicamentos, uma maneira segura de realizar uma revisão sistemática sobre o tema proposto é através da análise cienciométrica, uma ferramenta de grande valor para permitir investigar e classificar de forma quantitativa as publicações realizadas no assunto. O objetivo da pesquisa foi identificar trabalhos científicos na área de estudo e realizar uma meta-análise com os respectivos resultados. A pesquisa sobre contaminação ambiental em recursos hídricos por medicamentos, utilizando os termos de busca determinados previamente foram inseridos nos bancos de dados WOS e PubMed. A busca foi realizada em 2022 e após utilizar os critérios de exclusão consideramos 51 artigos para analisá-los. Para a meta-análise foi realizada a Matriz de Correlação para verificar a existência de dados de correlação entre os níveis das substâncias encontradas e IDH, número populacional e o PIB no período da coleta. O ano de 2021 apresentou o maior número de artigos publicados, correspondendo a 12 artigos no ano. Dentre os países com maior número de publicações pode-se destacar a China com 14 publicações, os Estados Unidos da América (EUA) com 10 seguido pela Espanha com 9. As substâncias estudadas mais citadas foram sulfametoxazol e cafeína com 38 citações cada. Para os dados gerais, com todas as substâncias, podemos verificar que existe uma correlação entre os níveis encontrados das substâncias com a quantidade populacional do respectivo país, na ordem de 15%.
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JESSICA CONCEIÇÃO DA SILVA
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EFEITO DO USO E COBERTURA DO SOLO SOBRE MORCEGOS INSETÍVOROS-AÉREOS NA ZONA DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO.
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Data: 28/06/2023
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Mudanças no uso e na cobertura do solo são a principal causa das mudanças ambientais e dos serviços ecossistêmicos. Dentre essas mudanças estão a fragmentação de paisagens e de habitat, a diminuição dos recursos alimentares, aumento do efeito de borda e diminuição do fluxo gênico, o que resulta na perda de biodiversidade. A agricultura, a pecuária e o crescimento urbano estão entre as principais causas da fragmentação de paisagens. No Brasil, os biomas Amazônia e Cerrado experimentam uma perda acentuada da sua biodiversidade pela fragmentação de paisagens, principalmente pela expansão da atividade agropecuária. Grupos como os morcegos podem apresentar diferentes respostas a fragmentação de habitat, tornando-os bioindicadores para avaliação da biodiversidade em habitats fragmentados. Representando um quinto de toda diversidade de mamíferos no mundo e maior distribuição, os morcegos possuem habitats diversificados e prestam importantes serviços ecossistêmicos na dispersão de sementes, na polinização e até mesmo no controle de insetos pragas. Nosso objetivo é avaliar os efeitos da mudança do uso e da cobertura do solo sobre a diversidade de morcegos insetívoros e o uso de habitat na zona de transição Amazônia – Cerrado. Serão realizadas coletas através de monitoramento acústico com gravadores automáticos em nove pontos distribuídos em dois municípios da zona de transição Amazônia-Cerrado. As análises das gravações serão realizadas de forma manual utilizando Kaleidoscope Lite (Wildlife Acoustics) versão 5.4.6 e Raven Pro versão 1.6. Para testar a relação entre a comunidade de morcegos insetívoros e os dados de paisagem, realizaremos Análises de Redundância Parcial – RDA com o pacote vegan no ambiente R. Com os resultados, esperamos entender como o padrão de uso e cobertura do solo pode interferir na distribuição de morcegos insetívoros, como este fator interfere no ciclo de vida animal, e como os morcegos se comportam dentro de um habitat fragmentado.
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SÍLVIA MONTEIRO DE ASSUNÇÃO CARVALHO
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PLANTAS MEDICINAIS CULTIVADAS E COMERCIALIZADAS NAS COMUNIDADES DE SAUDADE E ABADE, DISTRITO DE MÉ-ZOCHI - SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
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Data: 30/05/2023
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As plantas medicinais têm sido usadas desde os primórdios da humanidade, sendo passado este conhecimento empírico até os dias atuais. No entanto, o aumento do consumo das mesmas tem trazido uma necessidade crescente de manejo sustentável e conservação. Nesse sentido, realizou-se um estudo etnobotânico no Distrito de Mé-Zochi, nas comunidades da Saudade e Abade, que cultivam plantas medicinais. Para tal, foram entrevistados associados do Projeto Tesouros d’ Obô, sendo a eles aplicados questionários semi-estruturados, coletando dados sobre o seu perfil e conhecimento sobre o uso terapêutico de plantas medicinais. Observou-se que a maioria dos entrevistados são mulheres e agricultoras, que usam mais cascas, recolhidas da floresta, de modo a curar as suas enfermidades de forma natural, e em sua maioria em forma de chá. As espécies mais importantes são a Cinchona pubescens e a Allophylus grandifolius para as comunidades de Saudade e Abade, respetivamente. Nestas comunidades, as espécies são conservadas em sistema agroflorestal.
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ANE EMANUELLE QUEIROGA MENDES
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CÁDMIO, COBRE E CHUMBO NO XINGU EM ÀREAS SOB INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA BELO MONTE (AMAZÔNIA)
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Data: 18/04/2023
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Em regiões com grande potencial hidrelétrico como a Amazônia, ecossistemas aquáticos e humanos são constantemente expostos por Elementos Potencialmente Tóxicos (EPTs). Assim, é necessário entender as respostas ambientais e biológicas dos diferentes organismos que vivem em área impactada por uma usina hidrelétrica. Neste estudo, o objetivo foi avaliar as concentrações de cádmio (Cd), cobre (Cu) e chumbo (Pb) em água, sedimento e o músculo de dois peixes com posições tróficas diferentes (Cichla melaniae e Baryancistrus xanthellus) em área de influência da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (UHEBM). Um total de 16 amostras para água, 24 para sedimento e 127 peixes foram coletados ao longo de oito pontos estratégicos do rio Xingu em 2020 no período de seca amazônica. As análises de Cd, Cu e Pb em água, sedimento e no músculo dos peixes foram realizadas por meio de espectrometria de massas com plasma acoplado por indução. Na água, o Pb foi o único elemento detectado no reservatório principal da UHEBM. Em sedimento, o estudo revelou uma forte relação entre as propriedades do sedimento e o comportamento dos elementos. As concentrações de Cd foram maiores a jusante da casa de força principal da usina hidrelétrica, Cu apresentou maiores concentrações na Volta Grande (VG- região em que o rio sofreu desvio para a construção da UHEBM) e Pb apresentou maiores concentrações na região dos reservatórios. Entretanto com a análise da PCA, indicou que a biodisponibilidade para as espécies não estava relacionada a concentração dos EPTs nos sedimentos. Os resultados das análises de Cd, Cu e Pb no músculo dos peixes demonstraram uma resposta especifica da espécie, do tecido analisado e do local de amostragem. Cichla melaniae apresentaram peso e comprimento-padrão maiores que Baryancistrus xanthellus. Cichla melaniae apresentou maiores concentrações de Cd na área do reservatório. Concentrações de Cu foram maiores em Baryancistrus xanthellus em área fora da influência da hidrelétrica. A presença de Pb foi encontrada em maior concentração em Baryancistrus xanthellus da região da VG. As concentrações para os elementos não-essenciais como Cd e Pb estão dentro dos padrões estabelecidos pela legislação, no entanto, observamos que ambas as espécies deste estudo podem estar apresentando deficiência de Cu (valores inferiores a 3 mg/kg-1), uma vez que este elemento, é um micronutriente necessário em processos biológicos de peixes. Os resultados encontrados confirmam a necessidade de uma rede de monitorização contínua desses elementos em regiões sob influência da UHEBM, a fim de fornecer informações amplas sobre o destino dos elementos nesse sistema aquático e consequentemente, reduzir risco de contaminação ou efeitos adversos pela deficiência de nutrientes essenciais a toda cadeia alimentar.
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CLEONICE TEIXEIRA DE SOUZA
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ANÁLISE DA ATIVIDADE FUNGICIDA DE EXTRATOS DE Mimosa setosa.
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Data: 24/03/2023
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Fitopatógenos de solo representam uma ameaça às lavouras em função de sua facilidade de propagação e poder de infecção. O aumento deste fitopatógenos é devido, principalmente ao uso exacerbado de defensivos agrícolas sintéticos, ocasionam mudanças substanciais no ambiente. Plantas apresentam substâncias capazes de combater fitopatógenos com igual ou maior eficiência que defensivos sintéticos, sem causar muitos danos. Desta forma, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a atividade antimicrobiana de extratos de Mimosa setosa Benth var paludosa sobre os fitopatógenos Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici e Phytophthora spp. Que ocasionam doenças no tomate e cacau, respectivamente. Os extratos brutos (folha e raiz) e as frações (hexano, diclorometano, acetato de etila, metanólica e aquosa) foram solubilizados em dimetilsulfóxido (DMSO) a 2% e água destilada e, em seguida, incorporados ao meio Batata Dextrose Ágar (BDA) fundente para obtenção das concentrações de 1mg/mL (1%), 0,75 mg/mL (0,75%), 0,5 mg/mL (0,5%), 0,25 mg/mL (0,25%) e 0,1 mg/mL (0,1%). Para cada tratamento, foram preparadas três Placas de Petri (Ø = 9 cm) contendo 13 mL de meio e 13 µL de cada antibiótico, amoxilina e tetraciclina na concentração de 50 mg/ml. Sobre o meio foi depositado um disco de micelio (Ø = 5mm) de cada isolado de fitopatógeno e incubado em estufa a 28 °C. Foram utilizadas para controle negativo placas com BDA, placas com BDA+DMSO e para controle positivo placas com BDA+fungicida Rovral 0,299 mg/ml. Foram observados alteração inibitória no crescimento micelial de Fusrium oxysporum submetidos às frações aquosa, hexano, diclorometano e ao extrato bruto da folha. Não houve efeito dos extratos sobre o desenvolvimento de Phytophthora spp. O resultado obtido pode estar associado aos metabólitos presentes nos extratos como flavonoides, saponinas e terpenos, o sinergismo e a polaridade, tanto dos solventes quanto dos metabólitos extraídos, atribuindo à espécie visibilidade como potencial fungicida, vista que os extratos apresentaram atividade mesmo em baixas concentrações.
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FELIPE BAIA RODRIGUES
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LACUNAS PARA CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES E DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DE MORCEGOS DO BRASIL.
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Data: 10/03/2023
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Com uma diversidade de aproximadamente 1.400 espécies, 181 com ocorrência no Brasil, a ordem quiróptera é a segunda ordem mais diversa do mundo. Esses organismos desempenham diversos papéis ecológicos, provendo importantes recursos ecossistêmicos aos humanos. Entretanto, mudanças no clima e no uso da terra, mineração, alteração e fragmentação de habitats e outros distúrbios ocasionados por questões antrópicas estão potencializando processos de extinção, mudanças de distribuições geográficas e alterações fenológicas das espécies em ritmo acelerado. Diante disso, Modelos de Distribuição de Espécies (SDM’s) têm sido utilizados como método para lidar com uma variedade de problemas relacionados à conservação biológica, somado ao empenho global para assegurar a biodiversidade e seus serviços ecossistêmicos através da criação e estabelecimento das Unidades de Conservação (UC), acrescido das Terras Indígenas (TI). Porém, lacunas de conhecimento, como o taxonômico ou de distribuição geográfica são desafios para efetivação de estratégias de conservação nas áreas destinadas à conservação (UC’s + TI), além do que a localização desses espaços era definida de forma arbitrária ou baseada em interesses econômicos e/ou políticos. Dessa forma, avaliamos a contribuição das UC’s brasileiras, diferenciando as Unidades de Proteção Integral (UPI), Unidade de Uso Sustentável (UUS) e Terras Indígenas (TIs) para a proteção das espécies e dos serviços ecossistêmicos prestados por morcegos com ocorrência no Brasil, além de espacializar através de mapas os valores de riqueza de espécie total e por guilda trófica e a distribuição potencial das espécies classificadas como Data Deficient pela International Union for Conservation of Nature (IUCN). Nossos resultados apontaram distribuição de morcegos em todo território brasileiro, com maior riqueza na Amazônia e Mata Atlântica, justificado a partir da heterogeneidade dos habitats encontrados nos biomas supramencionados, chamando atenção para conservação desses ambientes; Notamos baixos valores (%) de UC’s e TI’s em áreas potencial distribuição de morcegos, sobretudo para guildas de insetívoros, nectarívoros e frugívoros, além de morcegos do Cerrado e classificados como Near Threatened, colocando em risco os recursos ecossistêmicos a eles atribuídos. Concluímos a necessidade de um Planejamento Sistemático da Conservação com intuito de subsidiar tomadas de decisões para criar e/ou expandir Unidades de Conservação para a manutenção da diversidade e serviços ecossistêmicos providos por morcegos.
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ANA GABRIELLE NASCIMENTO DOS SANTOS
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EFEITO DAS VARIÁVEIS LIMNOLÓGICAS NA COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DE OVOS E LARVAS DE PEIXES NA VOLTA GRANDE DO RIO XINGU (PARÁ – BRASIL)
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Data: 03/03/2023
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Variáveis limnológicas podem determinar a estruturação e a densidade da comunidade íctia em ambientes de águas doce. Tendo em vista que o rio Xingu sofre variação na elevação de suas águas durante o ano, e que consequentemente influencia na densidade de ovos e larvas de peixes endêmicas, o objetivo do nosso trabalho é avaliar os efeitos das variáveis limnológicas sobre a riqueza, densidade e composição de ovos e larvas na Volta Grande do Xingu. As coletas ocorreram no período noturno e diurno. O material biológico se deu por meio de uma rede de formato cônico com 1,50 m de comprimento, 0,50 m de diâmetro e malha de 300 µm, com um fluxômetro acoplado na boca da rede para calcular o volume de água filtrada, um copo coletor na sua extremidade posterior para armazenamento do material e uma placa de ferro para dar firmeza durante os arrastos. Logo em seguida o material coletado foi colocado em frascos, fixado em formol a 5 %, e etiquetados com o ambiente (canal fundo), horário e data. Em laboratório, as amostras foram triadas, as larvas foram separadas, contabilizadas e identificadas ao menor nível taxonômico possível e classificadas quanto ao estádio de desenvolvimento. Nossos resultados mostraram que houve diferença na composição de larvas entre o Médio e Baixo Xingu, sendo que no último setor houveram duas espécies específicas (Gelanoglanis sp. e Amazonsprattus scintilla); as variáveis, pH, temperatura e vazão tiveram influência na densidade de larvas; o pH e a profundidade foram variáveis que foram relacionadas com algumas espécies como Paracanthopoma sp., Gelanoglanis sp., Auchenipteridae gen02 e Amazonsprattus scintilla e Tatia sp01; e a densidade de ovos e larvas de peixes não apresentaram diferença entre o Médio e Baixo Xingu. Portanto, pôde-se concluir há forte relação das variáveis limnológicas com a densidade e algumas espécies de larvas de peixes, e que há diferença na composição entre o Médio e baixo, sendo a importante nos primeiros ciclos de vida dos peixes.
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ELNATAN FERREIRA FEIO
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ESPÉCIES ARBÓREAS PRESENTES NA ZONA URBANA DE ALTAMIRA - PARÁ: ÍNDICES ESPACIAIS E DIVERSIDADE FLORÍSTICA
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Data: 28/02/2023
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Nas últimas décadas, o interesse por estudar o processo de urbanização nas cidades tornou-se um assunto de extrema importância, visto que, quando esse fenômeno não é trabalhado com planejamento e sem considerar as diferenças regionais, torna-se muito distante projetar cidades mais sustentáveis. Uma das formas de promover cidades mais sustentáveis é fortalecer através de incentivos governamentais a inserção da arborização que consiga surtir efeitos positivos, tal como a amenização do calor decorrido do asfaltamento e concretização dos espaços urbanos. Assim, a promoção da arborização nas cidades é um dos meios de minimizar os efeitos adversos do clima nas cidades e melhorar a qualidade de vida dos habitantes. Este estudo foi realizado na sede do município de Altamira, que está localizada na região Sudoeste do Estado do Pará. As análises dos dados foram realizadas utilizando o software QGIS 3.24.1, no qual as imagens foram reprojetadas para o DATUM SIRGAS 2000. Dividiu-se o trabalho em duas etapas: Primeiramente houve o mapeamento da arborização a partir da vetorização para a geração de uma nuvem de pontos que possibilitou analisar a distribuição espacial utilizando a Estatística de Densidade Kernel. Posteriormente, foram realizadas estimativas de parâmetros ambientais tais como: Índices de Cobertura Vegetal (ICV) e Percentual de Cobertura Vegetal (PCV). Na segunda etapa foram selecionadas imagens de sensoriamento remoto orbital dos anos 2011 e 2021 dos Satélites Landsat 5 sensor TM e Landsat 8 Sensor Tirs, respectivamente. Foram selecionadas capturas com baixa nebulosidade, durante o período de estiagem. Procedeu-se ao censo arbóreo em três bairros da cidade para determinar os Índices de Diversidade de Shannon-Weaver, Simpson e Equabilidade de Pielou. Observou-se que a distribuição da arborização da cidade de Altamira é muito variável e escassa, a maioria dos bairros da cidade apresenta um déficit na densidade de árvores. Os bairros centrais são os mais consolidados e apresentaram maiores densidades de indivíduos. O PCV foi de 0,49% e ICVH de 1,72 m² de copa/habitante, valores abaixo do recomendado. O Índice de Shannon-Weaver (H’) nos bairros Premem, Jardim Uirapuru e Esplanada do Xingu, atingiram os valores de 1,734, 1,816, 2,287, respectivamente. Os índices de Equabilidade de Pielou (J’) obtidos para os três bairros foram os seguintes valores 0,6569, 0,5791, 0,7208. Já o Índice de Simpson (C) apresentou os valores 0,6914, 0,7111, 0,8529, respectivamente. Quanto maior o valor de C, menor é a diversidade de espécies, portanto, a maior diversidade distribuída encontra-se no bairro Premem. Em relação às condições térmicas terrestres da cidade de Altamira analisadas no ano de 2011, variou entre 23,97°C a 34,80°C, mantendo uma constante em torno de 32°C na área urbanizada, destoando da temperatura máxima registrada de 34°C em poucos pontos da cidade. Em 2021, a temperatura da cidade de Altamira variou de 23,35°C a 33,89 °C. Observa-se que em 2011 a temperatura alcançou 34,80°C, e que na maior parte das áreas urbanizadas da cidade, principalmente, a área central, a temperatura média foi de 32,09 °C. Comparado ao ano de 2021, a máxima atingiu 33,89°C para as mesmas áreas, portanto, é perceptível o aumento da temperatura após a expansão urbana. Observa-se que a organização da arborização urbana não acompanhou o crescimento da malha urbana em Altamira. Dessa forma, verificou-se que a arborização de Altamira necessita de atenção por parte do poder público, onde se aplique o planejamento técnico para favorecer o acompanhamento das áreas não arborizadas, e incentivar políticas públicas e subsidiar decisões relacionadas ao desenvolvimento urbano. Este estudo pode apoiar no planejamento urbano em ações que visem a promoção do conforto e a atenuação de mudanças microclimáticas.
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WEMERSON SHIMON LADEIRA DA COSTA
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DIVERSIDADE DE CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DE FRUTOS DA REGIÃO DA VOLTA GRANDE DO XINGU
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Data: 28/02/2023
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A construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, modificou a hidrologia da região da Volta Grande do Xingu (VGX), transformou a dinâmica do rio Xingu e alterou as épocas de cheia e seca. A mudança afetou todo o ecossistema da região da VGX, pela morte de diversas árvores nos leitos dos rios e pela falta de alimentação para peixes e quelônios da região. Essas arvores são responsáveis por alimentar a fauna frugívora da VGX. Os frutos possuem características como cor, morfologia e composição química que são consideradas adaptações aos seus principais meios de dispersão. A hidrocoria e a ictiocoria geralmente originam eventos de dispersão de sementes de longa distância que são importantes para a estruturação de comunidades. Com isso, nosso objetivo foi analisar a diversidade de características funcionais (físicas e químicas) em frutos de espécies ribeirinhas da VGX. Os frutos foram coletados na região da VGX um trecho de aproximadamente 150m do rio Xingu, localizado no estado do Pará. O material foi coletado ao decorrer de todo ano 2022, foram realizadas análises químicas (água, proteínas, carboidratos, lipídios e cinzas) análises morfométricas (peso, comprimento, largura e espessura) e observamos a cor de cada fruto. Nossos resultados mostraram que as características químicas influenciam nas características morfométricas, e que a coloração dos frutos da VGX indicam padrões de características químicas.
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LUCAS FERNANDO PERES RAMOS
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DESENVOLVIMENTO OSTEOLÓGICO DE Pseudacanthicus pirarara (SILURIFORMES, LORICARIIDAE)
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Data: 16/02/2023
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A família Loricariidae caracteriza-se por abranger uma grande diversidade de espécies das quais muitas estão presentes na bacia amazônica. Pseudacanthicus pirarara é uma espécie de cascudo de grande porte que possui registros de ocorrência na bacia do rio Xingu, próximo à área de influência da UHE Belo Monte. A espécie apresenta em suas nadadeiras uma cor alaranjada intensa ou quase vermelha, além de fileiras de amarelo recobertas por placas ósseas dérmicas formadas por odontódeos bastante desenvolvidos, são essas características que fazem P. pirarara ser uma espécie de destaque no mercado da aquariofilia, no qual a muito vem atraindo a atenção de aquaristas do mundo todo. Um dos sistemas anatômicos mais estudados nos peixes é o esqueleto, de forma que as características presentes nos ossos dos indivíduos são essenciais para o direcionamento de trabalhos acerca da descrição e da morfologia das espécies. Estudos que investigam o desenvolvimento osteológico de peixes podem ser realizados com indivíduos em diferentes períodos de vida, porém, trabalhos que utilizam exemplares nos estágios iniciais de desenvolvimento são mais detalhados, apresentando dados exclusivos, além de servir como material de comparação para outros Teleósteos. Assim, o objetivo central deste projeto é realizar uma descrição osteológica completa dos representantes de Pseudacanthicus pirarara que se encontram nos estágios iniciais de vida, além de relatar o desenvolvimento osteológico dos indivíduos durante o período larval. Os exemplares utilizados para o estudo são provenientes de reprodução ex situ obtidas no Laboratório de Peixes Ornamentais do Xingu (LAQUAX). Foram obtidos 100 indivíduos em diferentes estágios de vida e graus de desenvolvimento. Para as análises osteológicas, os indivíduos foram submetidos ao protocolo de diafanização de Taylor & Van Dyke com adaptações para larvas. Posteriormente, foram realizadas análises osteológicas através da dissecção dos exemplares, para que fosse possível a elaboração completa da nomenclatura das estruturas ósseas. Durante as análises investigamos o momento de ossificação das estruturas, levando em consideração os estágios de vida e o comprimento padrão dos indivíduos, a fim de registrarmos o desenvolvimento ontogenético inicial, e elaborarmos a primeira descrição osteológica de uma espécie de Loricariidae de grande porte. Por fim, discutimos as homologias e o momento de ossificação dos complexos ósseos em P. pirarara, comparando com os dados ontogenéticos disponíveis de outro representante de Loricariidae, e de outros dois Siluriformes.
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MARIA DO CEU DE LIMA COSTA
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CARACTERIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE UMA ESPÉCIE DE Pseudacanthicus (SILURIFORMES, LORICARIIDAE)
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Data: 16/02/2023
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Este estudo objetiva descrever o desenvolvimento inicial de uma espécie Pseudacanthicus do rio Xingu, bem como as mudanças morfológicas, morfométricas e merísticas que ocorrem durante a ontogenia inicial da espécie. Ovos, larvas e juvenis foram obtidos através de reprodução natural em cativeiro, com matrizes provenientes do rio Xingu, bacia amazônica, Brasil. A ontogenia inicial será descrita nos períodos embrionário (estágios de clivagem inicial, mórula, blástula, gástrula, embrião inicial, formação da cauda, cauda livre e embrião final), larval (pró-larvas e pós-larvas) e juvenil separados . Durante o período embrionário serão obtidas as seguintes variáveis morfométricas: diâmetro total (DO), diâmetro do vitelo (DV) e espaço perivitelino (EP), enquanto para as larvas e juvenis (mm) serão obtidos, quando possível: Comprimento total (CT), comprimento padrão (CP), comprimento do focinho (CF), diâmetro do olho (DOL), comprimento da cabeça (CC), comprimento do tronco (CTR), comprimento da cauda (CCA), comprimento do saco vitelino (CSV), altura do saco vitelino (ASV), altura da cabeça (AC), altura do corpo (ACO), largura da boca (LB), abertura da boca (AB) e distância do focinho à origem das nadadeiras anal (FNA), dorsal (FND), peitoral (FNP) e pélvica (FNV). Para a caracterização merística serão contados, o número de miômeros total (NMT), o pré-anal (NMPA), e o pós-anal (NMPS), os exemplares passaram por diafanização para essa contagem, bem como os raios das nadadeiras peitoral (P), dorsal (D), pélvica (V) e anal (A). Para avaliar o crescimento corporal serão utilizados modelos de regressão analíticos. O nível de significância adotado foi p < 0,05. Essas análises estatísticas foram realizadas no software R versão 4.1.1. Foram analisados 193 ovos que apresentaram diâmetro médio de 4,31 mm, espaço perivitelino restrito (3,59%) com tamanho médio de 0,15 mm e o diâmetro médio do vitelo de 3,99 mm. Foram analisadas 200 larvas (100 pró-larvas e 100 pós-larvas), o comprimento padrão (CP) das larvas variou de 7,08 a 20,80 mm e o número total de miômeros variou de 26 a 28. Foram analisados 100 juvenis, neste estágio, o comprimento padrão (CP) variou de 20,81 a 57,01 mm e o número total de miômeros variou de 25 a 26. A pigmentação inicial é escassa, restrita apenas a alguns cromatóforos na região da cabeça e estendendo-se ao dorso lateral. A partir do estágio de pós-larva ela se intensifica em todo o corpo, exceto região ventral. Nos juvenis essa pigmentação se intensifica, podendo variar e apresentar padrões diferenciados. Sobre o crescimento, com exceção da distância FNV que exibiu desenvolvimento isométrico contínuo (regressão linear), todas as demais variáveis associadas a cabeça e ao comprimento padrão, apresentaram crescimento isométrico descontínuo, portanto, foram melhor representadas pelo modelo de regressão linear por partes.
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MARIA KAROLINE TRAJANO RIBEIRO
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PESCA ARTESANAL DE Podocnemis unifilis (TESTUDINES, PODOCNEMIDIDAE) ANTES E APÓS A HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE
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Data: 20/01/2023
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Quando a vazão do rio Xingu foi alterada em dezembro de 2015 pelo barramento da hidrelétrica de Belo Monte, já havia historicamente a pesca artesanal de quelônios na Volta Grande do Xingu. A partir do Monitoramento Independente Territorial Indígena iniciado em 2014 nas aldeias da Terra Indígena Paquiçamba, foram avaliados impactos sobre a pescaria artesanal de Podocnemis unifilis, a partir da redução da vazão do rio Xingu ocasionada pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O uso da malhadeira e da técnica pulo para a captura do tracajá se correlacionaram negativamente com o aumento da vazão e do nível da água destinada a região da Volta Grande do Xingu. Observou-se uma correlação positiva entre o mergulho e a vazão. Quanto ao número de tracajás capturados antes e depois da UHE observou-se diferença (t-test= 5,670, GL=63,871, p<0,001), os dados demonstram maior captura de tracajás antes da instalação da usina e da alteração de vazão, apresentando menor captura após dez/2015. Da mesma forma, após alteração nas taxas de vazão na região da Volta Grande do Xingu, foram registradas mudanças nos locais de pescarias, gerando mudanças nas rotas de captura dos Juruna (Yudjá) e afetando o modo de vida desses povos tradicionais que vivem a jusante do barramento de Belo Monte, na região da Volta Grande do Xingu.
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