Dissertações/Teses

Clique aqui para acessar os arquivos diretamente da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPA

2024
Descrição
  • ELIS REGINA CORREA VIEIRA
  • A Cidade dos Lázaros: isolacionismo, políticas públicas e lepra no Pará (1900-1934)

  • Data: 28/06/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • WALTER PINTO DE OLIVEIRA
  • Correndo o risco: Belém do Pará nos anos de chumbo na charge de Biratan Porto (1978-1985)

  • Orientador : ALDRIN MOURA DE FIGUEIREDO
  • Data: 28/06/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • DIEGO RODRIGO GUIMARAES LEAL
  • Ciência, nação e região na Era Vargas: o caso do Museu Paraense Emílio Goeldi (1930-1945)

  • Data: 27/06/2024
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação situa-se na interface da história ambiental e da história
    das ciências. Propõe-se a analisar a relação entre ciência e política entre 1930
    e 1945, período conhecido como Era Vargas. O período é caracterizado pela
    historiografia como uma ruptura no âmbito político, administrativo, social e
    econômico do Estado brasileiro, em relação ao equilíbrio de forças e ao padrão
    de desenvolvimento verificados na chamada Primeira República. Essa
    mudança se refletiu no âmbito cultural e teve consequências no processo de
    institucionalização das ciências e na configuração de um campo patrimonial
    brasileiro. Esse processo será analisado no Estado do Pará por meio de um
    estudo de caso, particularmente, a atuação de Carlos Estêvão de Oliveira
    (1880-1946) à frente do Museu Paraense Emílio Goeldi, por quase 15 anos,
    desde que foi convidado pelo interventor federal major Magalhães Barata, no
    ano de 1930. Nesse contexto, o estado do Pará passava por uma grave crise
    financeira, pois a economia da borracha havia entrado em colapso desde a
    década de 1910, e as instituições públicas, com baixos recursos à disposição,
    enfrentaram inúmeros problemas administrativos. Busca-se, portanto,
    compreender qual foi o projeto institucional adotado por Carlos Estêvão de
    Oliveira em sua gestão, qual a agenda científica construída no período e como
    a instituição foi transformada em um ambiente político centralizador e
    nacionalista.

  • CARLOS EDUARDO COSTA BARBOSA
  • PELO BEM DA AGRICULTURA E DO COMÉRCIO: As dinâmicas sociais e econômicas no mundo rural do Centro-Norte (1780-1820)

     
  • Orientador : FRANCIVALDO ALVES NUNES
  • Data: 26/06/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • LUCAS AYRES CARDOSO
  • A SOCIEDADE PROPAGADORA DE ENSINO: o Lyceu de Artes e Ofícios Benjamin Constant e o
    Opharnato paraense de 1891 a 1900

  • Data: 24/06/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • RAIMUNDO NONATO LISBOA CLARINDO
  • RUMO ÀS TERRAS DE PIMENTAIS: MIGRAÇÃO DE CAMETAENSES PARA TOMÉAÇÚ E OS JAPONESES, DÉCADAS DE 1950 - 1970

  • Data: 21/06/2024
  • Mostrar Resumo
  • Antes da emancipação política de Tomé-Açu em relação ao município de Acará, no Pará,
    essa região era conhecida como colônia do Vale do Acará, ficando com esta nomenclatura
    até 1959. Em meados da década de 50, a economia dessa região já atraia sujeitos de vários
    municípios paraenses, especialmente os cametaenses, devido às oportunidades de
    trabalho na agricultura da pipper nigrum (pimenta-do-reino), introduzida em 1933, pelos
    imigrantes japoneses, que por lá desembarcaram em 1929, mediante incentivo do então
    governador, Dionísio Bentes. Assim, esta dissertação recupera a “saga migratória” dos
    cametaenses para Tomé-Açu: recrutamento, traslado, chegada, contato com os nipônicos,
    cotidiano, entre outros aspectos relevantes nesse processo de deslocamento que levou
    milhares de pessoas a deixar seus lares, no município de Cametá, e descer o rio Tocantins
    em busca de melhores condições de vida, servindo de mão de obra nas atividades agrícolas
    dos nipônicos. Por meio de fontes bibliográficas, imagéticas, relatos orais e legislações,
    tecemos trilhas para a compreensão dos fatores motivacionais que levou essa população
    do Baixo Tocantins a partir para as terras de pimentais.

  • GABRIEL BORGES SOUZA
  • QUANTOS MUNDOS HÁ NA ARTE? Crítica de arte em Belém do Pará (1896-1914)

  • Orientador : ALDRIN MOURA DE FIGUEIREDO
  • Data: 21/06/2024
  • Mostrar Resumo
  • Na virada do século XIX para o século XX, a cidade de Belém do Pará experimentou diversas transformações devido ao boom econômico referente à comercialização da borracha e a experimentação modernizadora que foi característica do período, tempo este que ficou conhecido no campo das artes e da cultura como “Belle Époque Amazônica”. Imbricado a projetos políticos, um circuito de exposições de Belas Artes ganhou notoriedade e se dinamizou, sendo Belém requisitada, à época, por diversos artistas nacionais e internacionais. Damos maior atenção aos salões e exposições que ocorreram principalmente a partir da década de 1900, quando o foyer do Theatro da Paz passou a ser o espeço privilegiado para os vernissagens, saraus e demais eventos artísticos. A presente dissertação visa fazer uma análise do papel da crítica de arte junto a este circuito de exposições e à sua divulgação e debates nos órgãos de imprensa. Acreditamos que a imprensa impressa do período teve influência direta na publicação e na circulação dos textos de crítica de arte como parte de um projeto civilizador, republicano e de formatação de padrões artísticos estabelecidos em diálogo com centros europeus e nacionais. A partir da análise dos jornais A Província do Pará e Folha do Norte, buscamos compreender o papel que os críticos Antônio de Carvalho, Alfredo Sousa e João Affonso do Nascimento desempenharam a partir de sua inserção na arena das letras, assim como de seus posicionamentos políticos, matrizes intelectuais, referências estéticas na consolidação e na propagação do circuito de Belas Artes na Belém do entresséculos. 
     
  • BRUNO DE SOUZA SILVA
  • “HOSTILIDADES DA FLORESTA”: AGRODESENVOLVIMENTO E POLÍTICAS AGRÁRIAS NO NORDESTE DO PARÁ (SÉCULO XX) -1980)

  • Orientador : FRANCIVALDO ALVES NUNES
  • Data: 21/06/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • ESTONE BENTO MIFOLO MATEUS
  • O AVESSO DAS EXPECTATIVAS: EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS E EXCLUSÃO EM
    MOATIZE, PROVÍNCIA DE TETE, MOÇAMBIQUE (2000 A 2020)

  • Orientador : JOSE MAIA BEZERRA NETO
  • Data: 31/05/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • AUGUSTO CESAR PINTO FIGUEIREDO
  • A HISTÓRIA DA PROSTITUIÇÃO EM PROJETOS HIDRELÉTRICOS NA AMAZÔNIA PARAENSE: O lado sombrio do grande capital.

  • Data: 29/05/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • ROBERVAL AMARAL NETO
  • A LUTA PELA TERRA NO MARANHÃO: Lei Sarney de Terras e outras histórias contemporâneas.

  • Orientador : FRANCIVALDO ALVES NUNES
  • Data: 10/05/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • PEDRO ANTONIO DE BRITO NETO
  • O CASO DE KLAUS KELLER: HOMOSSEXUALIDADES, NARRATIVAS POPULARES E A MORTE PELA IMPRENSA OARAENSE (BELÉM-PARÁ, 1983-1990)

  • Orientador : CRISTINA DONZA CANCELA
  • Data: 30/04/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • HIAGO ANDRADE DA ROCHA
  • DITOS E ESCRITOS DE JOAQUIM SERRA: ANÁLISE DA TRAJETÓRIA DE UM ABOLICIONISTA
    MARANHENSE NA CORTE OITOCENTISTA

  • Orientador : JOSE MAIA BEZERRA NETO
  • Data: 25/04/2024
  • Mostrar Resumo
  • Pretende- se analisar a trajetória política e social do sujeito histórico Joaquim
    Maria Serra Sobrinho, a biografia de um abolicionista maranhense da segunda
    metade do século XIX em que atuou no movimento abolicionista, discursando
    sobre o fim do elemento servil, combatendo a ordem escravista imperial,
    transicionado em vários espaços das instituições politicas, entre elas e
    imprensa abolicionista, a Câmara enquanto deputado de Província, entre
    outros. A presente análise focar Joaquim Serra no movimento abolicionista
    para justamente trazer outros discursos e práticas abolicionistas na segunda
    metade do século XIX, além do mais, entender qual abolicionismo defendia que
    liberdade queria aos escravizados, e qual era os meios que dispunha para
    garanti tal feito. Joaquim Serra é um desses sujeitos multifacetados na História
    brasileira, em que ocupou várias instituições políticas dentro da sociedade. E
    portanto, buscamos compreender essas várias nuances de Serra na política
    imperial nos abolicionismos da época, seja na imprensa, na Câmara, por onde
    percorreu.

  • CAIO DE LUCAS OLIVEIRA SOUZA
  • As faces do sindicalismo cutista em Belém do Pará: a trajetória e os embates internos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) (1980-1990)

  • Orientador : PERE PETIT PENARROCHA
  • Data: 12/04/2024
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação tem por objetivo analisar a trajetória da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na capital paraense, Belém, e as discussões e ações das suas principais correntes internas. Sabe-se que, em contexto nacional, a CUT desde o seu projeto inicial, dado ainda em 1978/79, com as greves dos trabalhadores do ABC paulista, manifestaram-se no seu interior diferentes correntes sindicais. Antes da sua fundação em 1983, duas eram as vertentes sindicais que lutavam pela hegemonia na construção de uma Central Sindical no país: as Oposições Sindicais/Autênticos (que em ação conjunta, por certo tempo, lutaram para tomar as direções sindicais dominadas por sindicalistas pelegos) e a Unidade Sindical. No Pará, essa relação dicotômica também se estabeleceu e a partir da atuação das Oposições Sindicais/Autênticos, paulatinamente, observamos a conquista das direções dos principais sindicatos urbanos em Belém, como os Gráficos, os Rodoviários, os Bancários, entre outros. Consequentemente, a partir dessa mobilização, pudemos observar a constituição da CUT Pará, em 1984. Vale ressaltar que falar sobre o movimento sindical no campo não é o objetivo deste trabalho, entretanto é necessário frisar que o crescimento da CUT no Pará caracterizou-se por uma adesão maior às ideias cutistas no âmbito rural, mas a ação nos centros urbanos também foi singular. Além da análise da produção historiográfica pertinente para os objetivos e recorte do tempo histórico da nossa pesquisa, os principais recursos metodológicos para o desenvolvimento da nossa pesquisa serão o estudo de fontes hemerográficas ― principalmente o jornal Resistência e periódicos de Belém ―, a análise da documentação nacional e estadual da Central Única dos Trabalhadores e a História Oral.

  • EMILY MARIA PANTOJA MAIA
  • PERIFERIA E NEGRITUDE: RITMO E POESIA (RAP) COMO PRODUÇÃO ESTRATÉGICA DO MUNDO PERIFÉRICO EM BELÉM-PA (1996-2023)

  • Orientador : ANTONIO MAURICIO DIAS DA COSTA
  • Data: 08/04/2024
  • Mostrar Resumo
  • Em 1994, tem-se a primeira aparição de um grupo de rap na cidade de Belém do Pará.
    Surgido do bairro da Terra Firme, periferia de Belém, o grupo MBGC – Manos da Baixada do
    Grosso Calibre – revolucionou com um novo estilo musical para a retratar a realidade da
    periferia belenense. Desde a década de 80, momento de grande mudança de representação
    cultural, incluindo o âmbito historiográfico, o rap divulgou-se mundialmente como forma de
    espelhar a cultura popular e as insatisfações sofridas nos bairros afastados do centro. Surgido
    na década de 1970, nos Estados Unidos, após um panorama de grande crise, veio como forma
    inovadora para denunciar os problemas sociais vivenciados pelos jovens dos bairros
    marginalizados. Já no cenário brasileiro, o rap se inicia como forma de divertimento e
    posteriormente, revela-se politizado. Thaide e DJ Hum dão início ao rap nacional e logo
    outros nomes surgem, ganhando destaque, como Racionais Mc’s, que deram ao rap uma
    forma engajada. A partir desses eventos e da visibilidade nos jornais em Belém que
    retratavam o “rapping” e a cultura Hip Hop, o estilo musical ganhou força e influenciou
    novos sujeitos na região, atentando-se ao cenário amazônico e as dificuldades sofridas nos
    bairros da cidade, incluindo os artistas paraenses como Pelé do Manifesto e o Th091, com
    grande visibilidade em “poemas abolicionistas”. Desse modo, o objetivo geral desse trabalho
    é perceber as possibilidades do estilo musical rap como suscetível para análises e
    compreensão histórica, no que alberga os sujeitos da periferia – Pelé do Manifesto, Th091 e
    outros que deram início ao movimento como Mc Negro Edi, Bruno BO, Marcelo Muslim, Dj
    Morcegão – com suas rimas carregadas de aspectos da cultura diaspórica. O rap é um estilo
    caracterizado como “canto falado”, que busca contrapor as injustiças sociais, econômicas,
    culturais e históricas, e assume o papel de retratar realidades enfrentadas, estritamente, do
    povo preto, portanto, pode ser caracterizado como um efeito da colonização. Diante disso, é
    perceptível o estímulo aos pensamentos contrários a uma hegemonia formada, para confrontar
    as tensões culturais e o racismo.

  • ALESSANDRA PATRICIA DE OLIVEIRA DIAS CAMPOS
  • “Equilíbrio precário”: corpo e gênero em Bragança/PA (1916-1940)

  • Orientador : CRISTINA DONZA CANCELA
  • Data: 20/03/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • WESLEY DAVID SILVA DO NASCIMENTO
  • AGOSTINHO DE SOUZA MOREIRA, COMANDANTE DOS RIOS GUAMÁ E CAPIM: trajetória de uma
    liderança cabana do interior da Amazônia (1829-1837).

  • Data: 14/03/2024
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação analisa a trajetória de Agostinho de Souza Moreira, uma liderança do interior do Grão-Pará nos anos iniciais da Cabanagem (1835-1836). Através da pesquisa em torno desse sujeito, este trabalho visa abordar os desdobramentos da guerra cabana nos rios Capim e Guamá, que compreende a freguesia de São Domingos da Boa Vista e São Miguel da Cachoeira,e a vila de Ourém; além de exercer influência na vila de Bragança e no lugar de Viseu. Nessas localidades, Agostinho Moreira atuou enquanto Comandante Geral com a responsabilidade de legitimar a autoridade do governo cabano na região. Anteriormente, esse sujeito teve passagens pela Câmara Municipal, pelo Juízo Ordinário e a Guarda Nacional, que permitiu conhecer muitas pessoas, a fiscalização da produção da região, além da geografia local. Marcada historicamente pelas fugas, pela ação dos mocambos, da resistência indígena e as deserções militares, essa região conhecida como o meio do caminho entre Pará e Maranhão convulsionou em muitas lutas protagonizadas por esses povos, que lutavam por melhores condições de vida e de suas liberdades, durante a década de 1820. Assim, a partir de 1836 quando a Cabanagem começa a se radicalizar para os interiores do Pará, Agostinho Moreira garantiu notoriedade por possuir o controle de uma região que detinha os gêneros necessários para uma economia de guerra que ameaçava o controle das autoridades interprovinciais que se muniram fortemente em caçada ao líder cabano. Nesse sentido, apresentaremos a região de atuação de Agostinho Moreira marcada por travessias e refúgios. E em seguida analisaremos sua trajetória em busca por um lugar no poder local até sua ascensão como líder cabano, evidenciando sua organização, suas estratégias de guerra e as suas fugas durante a repressão anticabana. Fizemos isso através da busca pelos rastros documentais que nos levassem a Agostinho Moreira encontrados em ofícios e correspondências trocadas entre autoridades, termos de vereação e notícias de jornais que circulavam no Império, utilizando a metodologia do paradigma indiciário para identificar a ação dos amocambados e indígenas no período de maior radicalidade da guerra cabana.

  • TAYANNÁ SANTOS DE JESUS SBRANA
  • CIÊNCIA E CONSTRUÇÃO DO CONSENSO DESENVOLVIMENTISTA NA AMAZÔNIA A PARTIR DE QUATRO CIENTISTAS DURANTE A DITADURA MILITAR (PARÁ, 1964-1985)

  • Data: 08/03/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • MATHEUS GOMES DE LIMA
  • A POLÍTICA FAROLEIRA NA COSTA NORTE-ATLÂNTICA DO BRASIL: Sinalização, segurança e vigilância a partir dos faróis de Salinas e Bragança – Pará (1852-1890)

  • Data: 29/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • JOANDERSON CALDEIRA MESQUITA
  • POR RIOS E TERRAS: A ATUAÇÃO DOS COMERCIANTES ESTRANGEIROS NO COMÉRCIO DO BAIXO AMAZONAS (c.1838-c.1870)

  • Data: 28/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • MARCOS BEZERRA LIMA
  • Paulo Maranhão X Magalhães Barata: censuras, intervenções e políticas no Pará durante a Era Vargas (1930-1945)

  • Data: 28/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • MATHEUS DE SOUSA OLIVEIRA
  • ENTRE O CINEMA E A LOCOMOTIVA: Os documentários de Edivaldo Moura como escrituras fílmicas de um passado castanhalense (1940-1995).

  • Orientador : PERE PETIT PENARROCHA
  • Data: 26/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • JULIA RAFAELA SILVA DA SILVA
  • O Flagelado é o flagelo? Migração cearense e epidemias de varíola em Belém.

  • Data: 26/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • BRUNO SILVA MONTEIRO
  • Mulheres e trajetórias psiquiátricas: Juliano Moreira (Belém-PA, 1941-1953)

  • Data: 23/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • ELIELTON BENEDITO CASTRO GOMES
  • Pela margem da cidade: lazer, sociabilidades e controle social no subúrbio belenense em meados do século XX

  • Orientador : ANTONIO MAURICIO DIAS DA COSTA
  • Data: 23/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • Esta é uma pesquisa situada no campo da história social da Amazônia. Seu foco são as experiências de lazer e sociabilidade dos moradores de bairros suburbanos de Belém do Pará, em meados do século XX, especificamente nos bairros do Guamá, da Condor e do Jurunas, os três contíguos e localizados à margem do rio Guamá. Além das práticas e percepções dos moradores no campo do lazer e da sociabilidade, destacam-se também as ações de agentes de segurança pública dedicados ao controle e à repressão aos modos pelos quais os moradores fruíam e participavam dos eventos de lazer e entretenimento promovidos pelos moradores. As fontes históricas consultadas foram recortes jornalísticos – disponíveis para pesquisa em bibliotecas e arquivos públicos de Belém –, crônicas e romances de caráter memorialístico que produzem versões sobre a cidade do passado, bem como relatos orais de homens e mulheres que viveram na capital paraense em meados do século XX e experimentaram nesse período, aos seus modos, no quadro urbanístico e no contexto sociocultural, a efervescência da vida urbana em festas de santo, cabarés, terreiros juninos, agremiações carnavalescas, casas de festas dançantes, dentre outros.

  • BRENO DOS SANTOS SANTANA
  • Envelhecimento: corpo, saúde e sexualidade (Belém-PA, 1920-1930)

  • Data: 20/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • MARCOS ALEXANDRE ARAUJO RIBEIRO
  • MLPA – HISTÓRIA E MEMÓRIA DO MOVIMENTO PELA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS DO ARAGUAIA: Pluralidade, Resistência e Fé

  • Orientador : PERE PETIT PENARROCHA
  • Data: 16/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • .

  • EJHON LUCAS DIAS COSTA
  • "DOUTOR LIMONADA": um médico oficial entre as práticas de cura populares na
    Amazônia Oitocentista

  • Data: 02/02/2024
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem como objetivo construir a biografia de Francisco da Silva Castro (1815-1899), um médico de longa e intensa atuação que ficou conhecido em sua época pela alcunha de “Doutor Limonada”. Através de sua carreira, procuramos identificar ao longo de sua produção indícios da transição do saber médico, isto é, os impactos gerados com o advento das teorias microbianas e evolutivas em oposição ao seu pensamento de formação, a teoria miasmática. Além disso, analisaremos os conflitos gerados entre seus pares de profissão e as práticas de cura resultantes do envolvimento com sujeitos do vasto universo da cura, diante de tantas mudanças epistemológicas. Identificaremos seus principais temas de estudos; suas relações científicas estabelecidas entre instituições nacionais e internacionais; e, principalmente, a repercussão de trabalhos científicos no Brasil e no exterior. Para tanto, usamos uma ampla documentação, como os ofícios e relatórios acessados no Arquivo do Estado do Pará (APEP); dicionários biográficos consultados na Biblioteca Pública Arthur Vianna (CENTUR) e no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG); dicionários médicos e botânicos verificados na Biblioteca virtual José Mindlin (USP); artigos publicados nas Gazetas Médicas da Bahia e de Paris; os relatórios dos presidentes de Província encontrados no Center for Research, da Universidade de Chicago; assim como o inventário post mortem, obtido no Centro de Memória da Amazônia (CMA); e, principalmente, os jornais e periódicos do acervo da Hemeroteca Digital Brasileira.

  • ENOS BOTELHO SARMENTO
  • PARA ALÉM DA BAÍA DE GUAJARÁ: migrações em Arapiranga e Ilha das Onças (1905-1950)

  • Data: 19/01/2024
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho apresenta as dinâmicas de migração entre Belém e sua fronteira insular (a ilha das Onças e a ilha Arapiranga) na primeira metade do século XX (1908-1950). Através de uma crítica historiográfica e documental, busca-se explicar mobilidades que ocasionaram o transcurso do povoamento dessas regiões varzeiras a partir da chegada dos migrantes nos territórios paraenses, agregar este estudo às pesquisas sobre deslocamentos migratórios no estuário amazônico, resgatando trajetórias de estrangeiros, nordestinos e de deslocamentos internos, investigando nas fontes selecionadas, a origem dessa população que atualmente reside nesse estuário. A investigação busca contribuir com a historiografia paraense e amazônica para introduzir as ilhas na perspectiva e reflexões históricas, refutando discursos estigmatizantes sobre as mesmas, comumente imaginadas como regiões vazias de memória, sem interesse de reflexão histórica econômica ou política.

  • MARCELO COELHO DO AMARAL PINHEIRO
  • ASSINADO, PIERRE BELTRAND. POR UBIRATAN DE AGUIAR (1957-2023)

  • Data: 10/01/2024
  • Mostrar Resumo
  • É a história do colunista social mais longevo do Brasil de sua época. Escrita pelo decano da imprensa paraense nas páginas dos jornais O Estado do Pará, A Província do Pará, O Liberal e Amazônia; na Rádio Clube do Pará e na Rádio Difusora; e nas tevês Marajoara, Guajará e Liberal. E agora contada a partir da trajetória do jornalista Ubiratan de Aguiar - o filho de papel passado da mãe de santo do governador do Pará tio da esposa do patrão dono do grupo de telecomunicações desde a agência de publicidade de poste e lista telefônica da Belém onde meninas são “New Faces”, garotas “Glamour Girl”, moças e rapazes entre “10 Mais Elegantes”, jovens d’ “Os Mais Cobiçados” e senhoras pontificam como “Hostess do Ano” -  em pseudônimo... heterônimo... nome artístico... personagem... figura... duplo... por sessenta e cinco anos Assinado, Pierre Beltrand.

2023
Descrição
  • BARBARA LEAL RODRIGUES
  • Feminismo do extremo Norte: trajetórias e reivindicações do Departamento Paraense pelo Progresso
    Feminino (Belém-PA, 1931-1937)

  • Data: 15/12/2023
  • Mostrar Resumo
  • A dissertação visa analisar as trajetórias e as reivindicações do Departamento Paraense pelo Progresso Feminino (DPPF), em Belém, entre 1931 a 1937. Em específico, tem como argumento central a formação e a caracterização de um feminismo extremo-nortista, a partir da diversidade e das particularidades do grupo e das suas integrantes. Compreendê-lo em sua complexidade, a partir das estratégias empregadas, dos desafios enfrentados e das diversidades internas, além de problematizar os temas propagados e os direitos pleiteados. Filial Estadual no Pará da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), organização feminista do Rio de Janeiro, o grupo paraense apresentou características semelhantes da instituição matriz e singularidades locais, de acordo com as experiências e as oportunidades vivenciadas, definidoras de um Feminismo do Extremo Norte. O período demarca os anos de maior atividade e publicidade do Departamento, desde sua fundação em 1931 até a reestruturação política com a instalação do Estado Novo, em 1937, onde ocasionou o enfraquecimento e o esvaziamento das mobilizações feministas nacionais. Dessa forma, têm-se em perspectiva as movimentações do DPPF em múltiplos âmbitos, nacional/local e individual/coletivo. Como representante estadual da FBPF, o Departamento Paraense estava em constante comunicação com a matriz e direcionava suas ações às campanhas nacionais, com destaque para os momentos de
    reformulação legislativa, na ampliação e na consolidação dos direitos às mulheres: o Código Eleitoral (1932) e a Assembleia Nacional Constituinte (1933/1934). Em contrapartida, conciliava com suas atividades e demandas locais, na consolidação e propagação do feminismo em Belém, pelos meios de comunicação – jornais e rádio – e pelas tentativas de articulações sociopolíticas, com grupos filantrópicos, operários e políticos. Nesses momentos, utilizavam- se de inúmeras estratégias para conseguir o almejado e enfrentavam dificuldades oposicionistas, identificadas como antifeministas. Em paralelo, ressalta-se a individualidade das integrantes, tanto por meios das cartas escritas, quanto por suas atuações feministas, políticas e profissionais, principalmente nas áreas educacionais e artísticas. Tais questões tornam-se intrínsecas à coletividade, ao reivindicarem pela tríade do feminismo – voto, educação e trabalho – atrelado com suas demandas e outros eixos pleiteados; demonstrando a diversidade feminista, na composição de suas associadas, nas temáticas requeridas e nos conflitos vivenciados.

  • LUCILVANA FERREIRA DOS SANTOS BARROS
  • ENTRE A NAÇÃO E A REGIÃO: OS INSTITUTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS DO PARÁ E DO AMAZONAS NA ESCRITA DA HISTÓRIA DO BRASIL A PARTIR DA AMAZÔNIA (1917-1953)

  • Data: 15/12/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese de doutorado busca analisar a atuação dos Institutos Históricos e Geográficos do Pará e Amazonas e de seus membros na construção do campo historiográfico da Amazônia e sua integração à História do Brasil no contexto de 1917 a 1953, com vistas a compreender as intenções, estratégias e o contexto histórico em que esse campo funcionou, sobretudo na relação região e nação. Investigamos, a partir das revistas dos Institutos Históricos, estatutos, atas, cartas, correspondências, artigos de jornais, relatórios e os anais dos Congressos de História Nacional realizados pelo IHGB, obras, capítulos e artigos, a atuação dos institutos históricos e seus historiadores na construção do campo historiográfico regional. Teórico-metodologicamente, esta tese se baseia na teoria dos campos de Pierre Bourdieu, especialmente o conceito de Campo Intelectual e sua articulação com o Campo do Poder. A concepção de campo historiográfico aqui utilizada serve para designar um espaço relativamente autônomo, um microcosmo dotado de suas próprias leis, formado por sujeitos e instituições envolvidos em uma zona de forças e lutas, cujas disputas por lugares e saberes ocorrem nessa zona. Assim, duas questões se sobressaem: qual o papel dos institutos históricos e geográficos da Amazônia e de seus historiadores na elaboração de uma história regional? E mais, qual a relação entre a região (amazônica) e a nação (brasileira) a partir da historiografia produzida angularmente a partir da Amazônia? A leitura inicial dos documentos e o aparato teórico e metodológico nos possibilitaram compreender a construção de um regionalismo histórico, disseminado por meio das publicações, do envio e recebimento de correspondências, participações em eventos, entre outros mecanismos, que privilegiavam acontecimentos, personagens e narrativas da história da Amazônia, especialmente as origens da região, as efemérides locais, regionais e nacionais, a biografia de nomes considerados exemplares, a economia amazônica, a história das cidades e dos estados, a cultura e a terra da Amazônia, dentre outros. A argumentação principal desta tese volta-se para demonstrar que a partir da formação de um campo historiográfico regional não ocorreu um processo de fechamento desse campo em torno da história da Amazônia, mas sim um processo de escrita da História do Brasil a partir da Amazônia. Assim, esta tese busca demonstrar que a História do Brasil não foi escrita unicamente sobre os desígnios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), mas foi também escrita a partir dos espaços regionais a partir da zona de contato entre a instituição matriz e suas congêneres, sobretudo em função das lutas de representações e negociações da intricada relação entre região e nação, vista a partir da historiografia.

  • FLAVIO WILLIAM BRITO MATOS
  • A FORMAÇÃO DA ARENA E DO MDB PARAENSES: cultura política e Ditadura Militar na Amazônia (1964 – 1970)

  • Data: 14/12/2023
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta dissertação é compreender – a partir das trajetórias político-partidárias
    – como se formaram e constituíram os quadros políticos da Aliança Renovadora Nacional
    (ARENA) e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Pará. Dois eixos norteiam
    a análise dessa trajetória: o conceito de cultura política empregado pelo historiador
    Rodrigo Motta e o discurso sobre o lócus onde ocorre essa atuação política, a Amazônia.
    O recorte temporal da pesquisa se inicia com a derrocada do governo democrático em
    1964, ainda em um ambiente pluripartidário, e se encerra com os efeitos do Ato
    Institucional no 5, momento no qual se decretou o fechamento da Assembleia Legislativa
    do Estado do Pará. Utilizou-se de uma gama variada de fontes documentais escritas e
    orais, em especial os Anais da Assembleia Legislativa, os jornais da Biblioteca Pública
    Arthur Viana e as informações do Serviço Nacional de Informações ora depositados no
    Arquivo Nacional. Como conclusos desse trabalho, ressalta-se a continuidade nos
    arranjos políticos antes e após o golpe, mesmo por parte dos militares teoricamente
    recém-chegados à política. Destaca-se a atuação da classe política na construção do
    consenso social em torno dos Governos Militares. E, por fim, apresenta-se a hipótese do
    discurso sobre a Amazônia enquanto meio para compreensão nas negociações e
    acomodações políticas no âmbito do estado.

  • MARCOS DA SILVA VALADARES
  • LUZES E SOMBRAS NA BELLE ÉPOQUE: PERCURSOS E DESIGUALDADES SOCIOESPACIAIS NA ILUMINAÇÃO ELÉTRICA EM BELÉM (1893-1912)

  • Orientador : FRANCIANE GAMA LACERDA
  • Data: 12/12/2023
  • Mostrar Resumo
  • Os percursos da implantação da iluminação elétrica em Belém-PA nos permitem compreender a urbanização da capital paraense na virada do século XIX para o XX e as conexões da Amazônia com empresas internacionais responsáveis pelo serviço. A aliança em prol de anseios reformistas estabelecida entre a classe política local e os setores aburguesados da cidade, norteia os fatos aqui analisados entre as discussões que antecederam o projeto de iluminação elétrica em 1894 e a fase de expansão do serviço, a inserção do transporte elétrico e o consumo de produtos elétricos e de eletricidade. A presente dissertação de Mestrado, analisa sob uma perspectiva da História Social e História Vista de Baixo, as crises do serviço de eletricidade implantado entre os anos de 1896 e1900; suas articulações para a troca de contrato em 1905; e por fim, as consequências desencadeadas por essa abrupta metamorfose nas ruas e casas iluminadas. Desse modo, por meio de documentos dos governos estadual e municipal, bem como de jornais paraenses discute-se a instalação e os usos da eletricidade, bem como as denúncias e reclamações acerca do controverso e icônico processo de eletrificação da cidade de Belém, no contexto da economia da borracha amazônica.

  • THAIS ZUMERO TOSCANO
  • Augusto Montenegro e o mundo das artes em Belém do Pará (1867-1915)

  • Orientador : MARIA DE NAZARE DOS SANTOS SARGES
  • Data: 11/12/2023
  • Mostrar Resumo
  • .

  • JOAO AUGUSTO DA SILVA NETO
  • O meio-tom do sensível: criação, crítica e relações artísticas na pintura de Manoel Santiago (1920-1938)

  • Data: 07/12/2023
  • Mostrar Resumo
  • A tese discute a arte do pintor amazonense Manoel Santiago e a crítica artística sobre suas obras. A abordagem pretendida está diretamente ligada aos desdobramentos teórico-metodológicos referentes às experiências de críticos e artistas, bem como as suas diferentes demandas, apropriações e entendimentos sobre a arte. Nesses termos, é feita uma análise das condições de criação artística de Santiago a partir de seu entendimento sobre arte e de suas interações sociais e artísticas durante sua atuação no Rio de Janeiro entre os anos 1920 e 1938. Várias críticas publicadas em jornais, livros e revistas são analisadas com o objetivo de compreender as interações do pintor e a percepção sobre suas obras, com destaque para a relação entre sensibilidade e os usos da cor. É defendida a tese de que a ideia sobre arte e o processo de criação artística de Santiago se desenvolveu a partir de interesses e relações dentro dos mundos da arte, nos quais tanto o próprio pintor quanto os críticos colaboraram para construir determinada imagem e reputação artística.

  • MARCOS RODRIGO DA CONCEICAO NASCIMENTO
  • O HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO: UMA HISTÓRIA DE INOVAÇÃO E ENSINO PARA A SAÚDE (1976-1990)

  • Data: 05/12/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação possui como objetivo construir a história hospitalar da instituição, Hospital Universitário João de Barros Barreto, evidenciando que o longo processo históricoque caracterizou sua criação e institucionalização estevepermeado pelo diálogo entre a história das ciências médicas, a história das instituições, e a história das políticas de saúde, no contexto da política governamental de integração da Amazônia à economia nacional e internacional, que caracterizou o período da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985). Nos dois capítulos que compõem a dissertação, em fase de qualificação, foi analisado o processo social de atuação da instituição de saúde, o Hospital Universitário João de Barros Barreto, no desenvolvimento do ensino, da pesquisa e na extensão, na área da assistência e educação médica na Amazônia paraense, do século XX.Nosso interesse residiu em demonstrar através dos questionamentos lançados do presente ao passado do HUJBB enquanto instituição, oacompanhamentoda construção, as mudanças e as continuidades no campo científico, médico, político e social, que se desenrolaram durante o contexto tratado, porque o hospital tratou-se de um instrumento de política que contemplou as propostas de interesse e discursos contidos nos planos de integração da Amazônia aos planos nacionais de desenvolvimento. A partir do período da Redemocratização até o tempo presente, o HUJBB pode ser considerado o resultado dos projetos passados de cunho político e social (alguns ainda em vigor como o SUS), que desenrolaram-se para os campos científicos e de interesse das políticas de atendimento à saúde, segundo os parâmetros nacionais e mundiais.

  • FELIPE WILLIAM DOS SANTOS SILVA
  • Pelos campos, matas, ilhas, sertões, rios e baías: a espacialidade das povoações do Diretório dos Índios e as dinâmicas territoriais na capitania do Maranhão (1757-1774)

  • Data: 13/11/2023
  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem como foco discutir as dinâmicas espaciais na Capitania do Maranhão, através das experiências das fundações de Vilas e Lugares de Índios, política decorrente do Diretório, implantado na Capitania a partir de 1757. O reaproveitamento da malha eclesiástica para a implementação de novos núcleos coloniais inaugurou um outro momento na organização territorial, na medida em que o rastro das Vilas e Lugares perseguiram os dois lados da fronteira da Capitania do Maranhão, a oeste, com o rio Turiaçu, e a leste, com o Parnaíba. Neste sentido, advoga-se a perspectiva de que o Maranhão entre os anos de 1757 e 1774 verificou uma posição ambígua quanto à sua situação geográfica, pois ao mesmo tempo que pertencia jurisdicionalmente à Capitania do Grão-Pará, igualmente se constituía como uma passagem para o Piauí, este representando um caminho para o Estado do Brasil pelos sertões. Em conjunto com as ilhas, as baías, os sertões, as matas e os campos, que igualmente constituíam-se em nós territoriais, as Vilas e Lugares se constituíram em vetores da expansão colonial em direção aos sertões do Piauí, logrando conexões não apenas com o Estado do Grão-Pará e Maranhão, mas igualmente com o Estado do Brasil. Sendo assim, a hipótese central deste trabalho consiste em mostrar que as lógicas espaciais, tendo como polos de irradiação as Vilas e Lugares, resultaram das experiências históricas vivenciadas no cotidiano dos próprios núcleos, na qual engendraram-se indígenas, diretores, militares e administradores coloniais, revelando-se as dinâmicas territoriais um fator de conflito que permite revelar diversos interesses.

  • TUNAI REHM COSTA DE ALMEIDA
  • DA NÉVOA FLAMENGA À CLARIDADE TROPICAL: PERCURSOS E PINCEIS DE GEORGES WAMBACH NA AMAZÔNIA EM TEMPOS DE GUERRA E PAZ (1939 – 1965)

  • Data: 23/10/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese tem como finalidade pensar a narrativa tecida por meio das telas de Georges Wambach, o “pintor andarilho”, sobre sua vida e carreira quando de sua passagem em solo brasileiro, destacando sua estada em Belém. O recorte cronológico adotado se inicia com a chegada do artista no país, em 1935, até o ano de seu falecimento em 1965. As imagens – tomadas como objeto central e principal documentação – produzidas por ele (e sobre ele), não se apresentam em um percurso linear e estritamente cronológico, foram traçando o caminho e as problematizações sugeridas ao longo da pesquisa. O Atlas Mnemosyne, desenvolvido por Aby Warburg, serviu como referência para analisar as possibilidades que o tema ofereceria, dessa maneira, as imagens são tomadas como dotadas de significados e representações, conectando-se entre si e contando uma história que, com o apoio da literatura e dos jornais da época, além da documentação do poder público, permitiram o acompanhamento da recepção dos trabalhos de Georges Wambach, de seus jogos de interesses, de suas relações e das tensões desenvolvidas ao longo de sua trajetória no Brasil e na Amazônia.

  • CAROLINA FERREIRA BARBOSA
  • TRABALHADORES DOS CASTANHAIS DO SUDESTE PARAENSE NOS PROCESSOS JUDICIAIS ENTRE 1960-1980.

  • Data: 05/10/2023
  • Mostrar Resumo
  • A floresta, com toda a sua riqueza e complexidade, desempenha um papel central nesta história. É nesse ambiente que os personagens deste relato emergem: trabalhadores e trabalhadoras, empregadores, fazendeiros, donos de terras, juízes e juízas. Todos eles contribuem para a construção desta pesquisa, que se desenvolve através de uma análise minuciosa de processos judiciais trabalhistas advindos dos castanhais do Sudeste do Pará, na Amazônia Oriental, entre as décadas de 1960 e 1980. Temos por objetivo compreender as relações de trabalho na região, com base na documentação jurídica disponível no Centro de Referência em História e Memória do Sudeste do Pará, compreendendo um total de 70 processos trabalhistas, 68 processos possessórios e 15 autos de reclamação, provenientes do Centro de Memória da Amazônia (CMA), localizado em Belém do Pará. Ao todo, essas fontes documentais somam um conjunto de 153 processos judiciais, que oferecem base para a pesquisa e análise das relações de trabalho e questões de posse na região do Sudeste do Pará, na Amazônia Oriental. O foco recai sobre homens e mulheres que vivenciaram e moldaram suas vidas laborais, buscando amparo e justiça no sistema judiciário diante das complexas relações trabalhistas que enfrentaram. Os documentos analisados trazem nomes, lugares, datas, e principalmente histórias inteiras de indivíduos e comunidades, marcadas pelas peculiaridades da vida na floresta. As informações presentes nesses registros são inestimáveis, fornecendo percepções sobre conflitos, negociações e estratégias utilizadas diante do Tribunal de Justiça do Estado do Pará. O estudo é embasado em inúmeras questões que norteiam a análise, retratando apenas uma entre as diversas histórias vividas na floresta, um ambiente que passou por transformações ao longo do tempo. Neste estudo ressaltamos a importância de preservar e valorizar as histórias de homens e mulheres que moldaram suas vidas e relações de trabalho na floresta. Buscamos dar voz a esses protagonistas e entender as nuances e desafios de suas experiências, contribuindo para uma compreensão mais ampla da história social e econômica do Sudeste do Pará e da Amazônia. Dentre os resultados, destacamos que o papel da lei, embora significativo, frequentemente não se mostrava totalmente eficaz em corrigir as injustiças que permeavam o cenário. Isso realça a crucialidade de levar em conta as particularidades locais e as práticas enraizadas ao examinar a história e a dinâmica do trabalho nos castanhais do Sudeste do Pará.

  • JULIO FERRO SILVA DA CUNHA NASCIMENTO
  • Projeto: O Diário das trans: representações de mulheres trans e travestis no Diário do Pará (1980-1990)

  • Orientador : CRISTINA DONZA CANCELA
  • Data: 05/10/2023
  • Mostrar Resumo
  • .

  • ELIS NEGRAO BARBOSA MONTEIRO
  • FAZENDAS CAPAZ E UBÁ: REFLEXÕES HISTÓRICAS ACERCA DA VIOLÊNCIA NO CAMPO E A DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS NO ESTADO DO PARÁ (1977-1985)

  • Data: 04/10/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação de mestrado tem como principais objetivos refletir sobre os conflitos pela terra, a
    violência no campo, a luta pela reforma agrária e pelos Direitos Humanos no estado do Pará. Para
    isto, pontuarei como estudos de caso, o conflito ocorrido na Fazenda Capaz (1976) e a chacina
    ocorrida na fazenda Ubá (1985). Dois casos emblemáticos de lutas pela terra que contaram com o
    engajamento de movimentos sociais, sindicatos e entidades de apoio aos trabalhadores rurais como
    a SDDH, a CPT e a FASE. Dentre estas entidades, darei um pouco mais de ênfase à atuação da
    Sociedade Paraense de Direitos Humanos (SDDH), entidade que assumiu no Pará um destacado
    papel em defesa da reforma agrária, os direitos humanos e contra a violência sofrida pelos
    trabalhadores do campo e da cidade. Os conflitos no campo ainda fazem parte do cenário violento
    no campo paraense, e suas origens são resultantes de uma construção social e política conturbada e
    violenta. Compreender os processos que envolveram e resultaram nos embates ocorridos nos dois
    estudos de caso que integram este estudo, auxilia também o entendimento de uma série de outros
    conflitos de origens e consequências semelhantes, bem como a formação e fortalecimento de
    movimentos sociais que agiam e agem em prol da garantia dos direitos humanos no campo.

  • MARIA DA PAZ CORREA SAAVEDRA
  • INDÍGENAS, QUILOMBOLAS E TERRITÓRIOS DE EXCEÇÃO - OS MEGAEMPREENDIMENTOS DA DENDEICULTURA NA AMAZÔNIA: expropriações e relações de poder no Alto do Vale do rio Acará no município de Acará/PA (1980-2021)

  • Data: 26/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • Na área rural da Amazônia paraense, territórios são apropriados para os interesses do grande capital sem identificação com o entorno em que se estabelecem, configurando o crescimento da insegurança territorial em função de grandes empreendimentos, culminando com cercamentos, cerne da expropriação de comunidades tradicionais, tornando explícitas as contestações à institucionalização de reconhecimento étnico contemplado em instrumentos normativos e, contribuindo para a permanência do processo histórico de invisibilização de populações que pleiteiam direitos territoriais. Neste trabalho, utilizando a memória oral como elemento principal da metodologia, pretende-se buscar, apresentar e referendar as lutas cotidianas, os campos de
    atuação, as resistências e vivências bem como a luta política que na atualidade famílias autoidentificadas como quilombolas e indígenas experimentam ao narrar a usurpação de seus territórios e as situações de conflito desencadeadas pelo plantation do dendê da empresa Agropalma S. A., no Vale do Alto rio Acará, no município do Acará/PA. As evidências históricas e as narrativas construídas em torno de um pertencimento étnico indicam a constituição de territorialidades especificas, indicadoras de uma existência coletiva. Os registros orais recorrem à memória para detalhar fatos que imprimem formas materiais e simbólicas ao território, traçando
    uma estreita relação entre memória e território, já que, nestes, estão gravadas as imagens fortes dos lugares. Ainda que se apresentem no presente, todas essas questões são profundamente históricas e objetivam contribuir para os estudos da historiografia regional, em especial, estudos sobre comunidades tradicionais no estado do Pará.

  • DANIELLE FIGUEREDO MOURA
  • Aqueles que merecem a opinião pública: justiça de paz, cidadania e mobilização política nas primeiras eleições no Grão-Pará (1827-1841)

  • Data: 25/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • .

  • WELLINGTON JHEMERSON COSTA DA CONCEIÇÃO
  • A Luta pela Reforma Agrária no Sudeste Paraense nas páginas do jornal O Grito da PA 150: Terra e Liberdade (1980-1987)

  • Data: 22/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta dissertação de mestrado foi analisar a luta pela reforma agrária no sudeste
    paraense, tendo como fonte principal o jornal O Grito da PA 150: Terra e Liberdade. O jornal
    alternativo era editado pela Diocese de Marabá (PA) entre 1980 e 1987, sendo uma das principais
    vozes nesse período de informação, mobilização e formação política dos trabalhadores rurais. Por
    conta do seu conteúdo em favor da reforma agrária durante o processo de transição da ditadura
    militar (1964-1985) para a Nova República do país, O Grito da PA 150 acabou despertando o ódio e
    a perseguição de fazendeiros, jagunços, autoridades civis e militares que atuavam na região. No
    entanto, isso não impediu que o jornal alternativo continuasse divulgando os conflitos e mobilizasse
    os camponeses em campanhas pela reforma agrária, nas Assembleia do Povo de Deus, Associações
    de Bairros, CEB’s, Oposições Sindicais e nos partidos de oposição à ditadura. Além de analisar o
    jornal O Grito da PA 150 e a bibliografia especializada sobre o tema, outras fontes de interesse para
    o desenvolvimento da pesquisa foram inseridas, como as fontes hemerográficas (jornais e revistas),
    a documentação produzida pelo Serviço Nacional de Informações (SNI), documentos judiciários,
    boletins, cartilhas, atas de reuniões, cartas e relatos orais.

  • JERUSA BARROS MIRANDA
  • Igreja e Abolição: o lugar da crítica liberal à Igreja e sua representação no processo abolicionista na Amazônia (1860-1889).

  • Data: 21/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • Minha intensão neste trabalho é compreender como as disputas travadas na sociedade brasileira do século XIX geraram discursos de defesa ou ataque entre campos litigantes. Entendendo-as dentro de um cenário político nacional com um poder monárquico que buscava afirmar-se enquanto nação, relacionando-se com grupos e partidos políticos que também buscavam seus espaços de poder. Essa disputa também pode ser percebida através da relação com os principais assuntos que estavam sendo discutidos amplamente na sociedade do Oitocentos, e como, a partir deles, cada grupo foi construindo um ideal sobre seus adversários. No século XIX, os debates eram gerados a partir da relação de proximidade ou distância entre abolicionismo, liberalismo e ultramontanismo. Neste sentido, percebi que os políticos do Partido Liberal construíram um discurso moral sobre a Igreja Católica.  Colocaram-na como ausente do processo abolicionista e conivente com o sistema escravista. A construção desse discurso de omissão do catolicismo na libertação dos escravos acabou lançando uma cortina de dificuldade para a percepção de que, para além da instituição religiosa, parte do clero seja ultramontano ou não, se posicionou contra a escravidão na Província do Grão-Pará e em outras partes do Brasil. De certo, que foi uma relação diferente dos abolicionistas. Mas, precisamos entendê-las dentro do seu espaço e do seu tempo para compreender a complexidade daquela sociedade. Seja pelo prisma ultramontano conservador ou pelo prisma dos abolicionistas radicais da segunda metade do século XIX. Por fim, busquei mostrar como as críticas liberais tecidas contra a Igreja Católica, eram políticas e não de cunho moral. E estavam dentro de um contexto de disputa por espaços de poder entre campos adversários. E mais, como a historiografia do século XX absorveu as perspectivas e visões de mundo dos escritores e políticos liberais do século XIX sobre a participação da Igreja Católica no processo de emancipação da mão de obra cativa negra sem levar em consideração tais contendas.

  • LETICIA PEREIRA BARRIGA
  • O QUADRILÁTERO CABANO E AS CABANAGENS NOS SERTÕES DA AMAZÔNIA: GUERRA, ÍNDIOS, RIOS E MATAS (1790-1841)

  • Data: 18/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • Este estudo compreende a participação indígena na Cabanagem. A partir de uma narrativa histórica, esta tese se propõe a entender a guerra cabana que se fez nos sertões da Amazônia partir do protagonismo indígena em torno das ações de três etnias, os Mura, os Munduruku e os Mawé. Habitantes e senhores de uma imensa área, interflúvio dos rios Madeira, Tapajós e Amazonas, estes indígenas imprimiram suas marcas culturais, com suas artes de guerra e interesses próprios, conduzindo as batalhas cabanas no interior da província para rumos cada vez mais radicalizados, conformando seu território em um Quadrilátero Cabano. Por meio de um conhecimento ancestral da floresta, os indígenas souberam atuar de forma imperativa, determinando, em grande medida os avanços e reveses da luta cabana. Nesse sentido, dentro de um arranjo cronológico, a tese desenvolve sua narrativa sustentando seu principal argumento que, a Cabanagem perdurou tanto tempo, levando a um processo de difícil resolução por seu nível de radicalização pela efetiva participação indígena. Ao longo dos oito capítulos a tese se fundamenta, mostrando como as ações indígenas à partir da segunda metade do século XVIII, mas sobretudo 1790, e nas duas primeiras décadas do século XIX, passaram por um processo de reelaboração quanto às suas formas de se contrapor ao projeto colonial. Desse modo, na década de 1830, por uma radicalização de suas ações, romperam com as vias institucionais para a resolução de questões, decidindo-se pela luta armada, protagonizando-se na guerra civil que se instalou no Grão-Pará. Utilizando-se do método do paradigma indiciário e a metodologia da Etno-História, localizamos por meio dos vestígios deixados na documentação a evidência indígena nas Cabanagens que se fizeram nos sertões da Amazônia.
  • REGINA CELIA CORREA BATISTA
  • Gente, natureza e colonização: fabricação e comércio de madeiras na capitania do Grão-Pará (1755-1808).

  • Data: 15/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • O potencial da vasta cobertura florestal do Estado do Grão-Pará e Maranhão, região que abarca a maior parte do território da atual Amazônia brasileira, gerou interesse desde cedo ao colonizador europeu. A partir de meados do século XVIII a documentação do período registra uma intensa atividade de produção de madeiras na capitania do Grão-Pará, produzidas em fábricas instaladas nas proximidades dos rios Moju, Acará, Igarapé-Miri, Abaetetuba, Barcarena, vila do Conde, Maguari e Caraparú. Apesar de percebida desde cedo, o tema ainda tem sido pouco visitado pela historiografia. Esse estudo busca analisar essa intensa fabricação de madeiras na capitania e sua intrínseca participação no processo de colonização. Argumentamos que a atividade madeireira favoreceu o processo de colonização na capitania do Grão-Pará, sendo evidente a sua utilização no abastecimento dos Arsenais Reais da Marinha e do Exército na Corte, bem como esteve presente nos diversos aspectos da vida dos moradores como na construção de casas, móveis e embarcações, principal meio de circulação de pessoas e mercadorias naquele período. 

  • BRUNO CARLOS OLIVEIRA NEVES
  • A "MÁQUINA PARA O MELHORAMENTO DA NAVEGAÇÃO" DE JOÃO FRANCISCO DE MADUREIRA PARÁ: A engenhosa história de uma fraude (1825-1832),

  • Data: 14/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem por objetivo compreender e elucidar o processo de fabricação da
    “Máquina para o Melhoramento da Navegação” do inventor paraense João Francisco de
    Madureira Pará sob a ótica da cartografia das controvérsias e da Teoria Ator-Rede. Tendo
    como fio condutor os escritos publicados por Madureira Pará, tornando assim o inventor o
    protagonista deste trabalho. E buscando cartografar a rede sociotécnica que se formou ao
    redor da sua “Máquina” inicialmente em Portugal, mas com maior ênfase no período em que
    trabalhou no seu invento no Rio de Janeiro, entre os anos de 1825 e 1832, este trabalho leva
    em consideração o contexto social e político nos dois reinos, os interesses particulares e o
    entendimento científico do inventor, da época e a formação dos grupos antagônicos que, por
    conta da descoberta de novas fontes, nos obrigou a fazer uma revisão da trajetória de vida de
    Madureira Pará. Dessa forma, e com uma análise mais criteriosa dos seus escritos, acabamos
    por descobrir que o “engenhoso inventor”, como era considerado por alguns historiadores e
    pesquisadores, foi, na realidade, um plagiador, um ladrão de ideias, um falsificador de
    documentos e alguém que, por meio de uma fraude muito bem elaborada, enganou o governo
    imperial do Brasil, em especial o Imperador Pedro I, com a promessa de uma “máquina de
    navegação revolucionária” que nunca existiu. A descrição das controvérsias nas quais o
    “inventor” esteve envolvido nos permitiu não somente a descoberta da fraude, mas também
    nos mostrou a partir da sua relação com os diferentes contextos políticos, sociais e culturais,
    como o Primeiro Reinado lidava com questões relacionadas ao desenvolvimento científico do
    Império que, sendo ainda pautado por antigos alvarás publicados por D. João VI, não
    conseguiu perceber que Madureira Pará, munido de todas as suas mentiras, foi realmente
    muito “engenhoso”, exceto para fabricar o seu “grande invento”.

  • MARIA ROSA CUNHA DA COSTA
  • ABREM-SE AS CORTINAS: Arte, Política e Teatro Experimental na Trajetória do Grupo Cena Aberta em Belém (1976-1990)

  • Data: 12/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa se propõe a compreender o teatro experimental contemporâneo em Belém, a partir da experiência de formação do grupo Cena Aberta, durante a década de 1970 até o final dos anos 80, do século XX. Marcado pela forte expressão corporal em cena, o grupo Cena Aberta encontra-se dentro de um recorte temporal de discussões, movimentos e pressões pelo fim da ditadura. Sendo assim, buscou-se descortinar o “não dito” deste movimento cênico e perceber as relações entre o teatro e a sociedade, distanciando-se de abordagens dicotomizadas. O teatro, nesta investigação, emerge como uma arte subjetiva de representação e ressignificação da própria sociedade. A narrativa foi construída com as memórias orais, escritas e imagéticas do grupo Cena Aberta, transitando pela construção, amadurecimento e luta política desse grupo que marcou a história do teatro experimental em Belém. Para isto, buscou-se dialogar com conceitos da memória, da cultura e da arte como modos de vida em sua totalidade, além de perceber as redes e práticas coletivas dos “mundos da arte “presentes no grupo, para só assim, compreender como o Cena Aberta se configurou como um espaço de luta política da categoria do teatro experimental. 

  • ELISÂNGELA SOCORRO MACIEL SOARES
  • ENTRE O TIBRE E O AMAZONAS: A ROMANIZAÇÃO SERPENTEIA A

    IGREJA DE MANAUS (1916-1958)

  • Data: 11/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • A tese intitulada “Do Tibre ao Amazonas: a romanização serpenteia a Igreja de Manaus
    (1916-1958)” apresenta um resgate histórico da trajetória da Diocese/Arquidiocese de
    Manaus, partindo da inquietação da relação Igreja/Estado, das ações do Episcopado e do
    Laicato durante a segunda e a terceira fases do processo de romanização, projeto que
    ganhou mais força durante o Papado dos Pios, aqui enfatizado nos governos de Pio XI
    (1922-1939) e Pio XII (1939-1958). As ações romanizantes são aqui visualizadas, em
    três capítulos, na administração do Episcopado dirigente da Igreja de Manaus, nas suas
    três fases diocesanas, sendo a primeira apresentada de forma introdutória, e na primeira
    fase arquidiocesana: Dom José Lourenço da Costa Aguiar (1894-1905) e Dom
    Frederico Benício de Sousa Costa (1907-1913), a primeira Fase do Episcopado; Dom
    João Irineu Joffily e Dom Frei Basílio Manuel Olímpio Pereira (1926-1941), a segunda
    Fase do Episcopado; Dom João da Mata Andrade e Amaral (1941-1948) e Dom Alberto
    Gaudêncio Ramos (1949-1952), a terceira Fase do Episcopado; sendo este último
    elevado a Arcebispo pela mesma bula de elevação de Manaus a Arquidiocese, em 1952,
    constituindo a primeira fase arquidiocesana, até o início de 1958. O último capítulo, traz
    a outra face eclesiástica da Diocese/Arquidiocese, em consonância com o Episcopado e
    com as diretrizes da Santa Sé, o laicato, que assume um protagonismo diferenciado
    nesse período recortado pela tese, e, que no casso da Igreja de Manaus, foi dado
    visibilidade, para as duas de maior atuação: a Pia União das Filhas de Maria, com
    liderança expressiva de 1913 até a década de 1930; e a Ação Católica, que assumiu a
    liderança das associações católicas desta década em diante, e com seus setores atingindo
    diversas instâncias da sociedade. Assim, as duas faces eclesiais que compõem a Igreja
    de Manaus, são apresentadas historicamente, dentro do recorte, da problematização e do
    contexto trazidos por esta tese.

  • RAFAEL ROGERIO NASCIMENTO DOS SANTOS
  • "Melhores mestres ...": saberes indígenas e ciência colonial no Vale Amazônico (século XVIII).

  • Data: 05/09/2023
  • Mostrar Resumo
  • Essa tese analisa os papéis que os povos indígenas do Vale Amazônico exerceram na circulação/construção do conhecimento, durante a segunda metade do século XVIII,encarando-os como sujeitos que estiveram envolvidos ativamente nesse processo, considerando-os protagonistas históricos. Demonstro, por meio da documentação, que
    seus conhecimentos fizeram parte da constituição das ciências naturais em construção naquele período, e, como, em grande parte, seus saberes foram apropriados pela ciência moderna então em construção. Aponto sobre como a ideia “Ciência” sofreu uma inflexão na historiografia e passou a englobar povos nativos ao redor do mundo considerando suas contribuições para o conhecimento em distintos tempos e contextos. Apresento e analiso fontes que me permite inserir os povos indígenas no Vale Amazônico na história do conhecimento científico ocidental.

  • SANDRA LETICIA MAGALHAES GAUDENCIO
  • DE PROFESSORES CIVIS A OFICIAIS MILITARES: EXPERIÊNCIAS SOCIAIS DA FORMAÇÃO DE MILITARES TEMPORÁRIOS PARA O MAGISTÉRIO DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA (2011-2019)

  • Data: 31/08/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação analisa o processo de contratação temporária de professores como Oficiais Militares, considerando as demandas voltadas para o ensino básico numa estrutura militarizada. O objetivo é compreender o processo de formação e atuação dos oficiais militares temporários convocados para o quadro de ensino (magistério e pedagogia) da Força Aérea Brasileira – FAB, entre os anos de 2011 e 2019, no Colégio Tenente Rêgo Barros (CTRB). Assim sendo relevante compreender o cotidiano da formação desses Oficiais temporários, “os cotonetes” e a dinâmica de um “espírito militar” cujo alcance era determinado pelas relações sociais internas. As hipóteses levantadas são que as diversas experiências dos sujeitos sociais, homens e mulheres que atuavam nessa área perpassaram por estranhamentos, resistências, mediações, conflitos que se iniciam desde o processo de seleção até a atuação no CTRB. No que se refere às fontes, ressalta-se a relevância da oralidade a partir da utilização da técnica de entrevistas, autorizadas e gravadas através de google meet, feitas com os Oficiais temporários, suas memórias e esquecimentos, assim como, documentos oficiais, jornais, revistas e fotografias. Buscar-se-á compreender o processo de entrada dos professores civis em 2011 que se tornaram militares temporários e são profissionais da área de Ensino e Pedagogia, considerando as demandas voltadas para o ensino em uma escola assistencialista e o perfil dos profissionais que buscava alcançar convocados e formados para a “carreira” temporária na Força Aérea Brasileira-FAB, o chamado Quadro de Oficiais da Reserva de 2ª classe Convocados - QOCON.

  • ANDRE LUIS DOS SANTOS ANDRADE
  • A preservação ancestral: a mobilização indígena pelo patrimônio arqueológico

  • Data: 31/08/2023
  • Mostrar Resumo
  • Apiaká, Munduruku e Kayabi entre os anos de 2010 e 2019 reivindicavam à posse de doze urnas funerárias, referente aos seus ancestrais, que estavam na área afetada diretamente pela construção da hidrelétrica Teles Pires e foram guardadas no Museu de  Alta Floresta (MT). Sua disputa pelo direito às urnas está no escopo de uma luta mais ampla: o direito a seu modo de preservar o patrimônio arqueológico. Desse modo, em diferentes manifestos e entrevistas, indígenas questionam como foi e é pensada a preservação do patrimônio cultural no Brasil. Por isso, esse estudo também investiga como, a partir da criação SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional), em 1937, são estabelecidos marcos temporais e conceituais acerca da origem da política de preservação e do patrimônio cultural. No recorte proposto pelo primeiro diretor do  SPHAN, Rodrigo Melo Franco de Andrade, a genuidade do Brasil estaria na arte barroca e na arquitetura colonial, pois seriam produções de uma civilização com “superioridade técnica”. Esse entendimento, contudo, não era consenso entre os intelectuais que davam relevância ao patrimônio arqueológico. No âmbito dessa disputa subjacente em torno das hierarquias do patrimônio, construíram-se silenciamentos historiográficos, em relação à importância dos Museus, e sociais, na exclusão dos indígenas no processo de formação das coleções arqueológicas e etnográficas que materializavam a narrativa nacional. Não obstante, ao analisarmos as reivindicações de povos indígenas pela devolução de urnas arqueológicas, notamos que os Museus ou iniciativas de musealização não oficiais, como o Centro de Preservação da Arte e Ciência Indígena, que existiu em Alter do Chão, na década de 1990, buscam, desde meados do século XX, novas formas de atuar junto à sociedade, nas quais práticas racistas e etnocêntricas perdem espaço para novas perspectivas teóricas, como a decolonial e mesmo a indígena. Nesses termos, os povos originários fazem questão de estabelecer uma distinção em relação ao patrimônio cultural do não índio: o patrimônio indígena mantém uma relação viva com a natureza e a ancestralidade.
  • KELVYN WERIK NASCIMENTO GOMES
  • BELÉM, UMA HISTÓRIA DA CHUVA (1890 – 1920)

  • Data: 29/08/2023
  • Mostrar Resumo
  • A Amazônia e seu clima, rios e matas destaca-se em relatos de viagem, memórias, relatórios de governo e editoriais periodísticos nacionais e internacionais. Este interesse traduz-se em ricas fontes as quais associam o ecossistema da região com relações pessoais e sociais definidoras de identidades próprias. São modos e meios de vida, saberes e práticas das populações da floresta, das cidades, dos campos, dos rios e das várzeas, cada qual atrelado ao clima e, dentro dele, a sua característica mais marcante: as chuvas constantes e abundantes. Foi sobretudo no período do boom da borracha e o seu fim com a crise desse sistema na região (1890-1920) que muitos olhos estiveram voltados para esta característica de forma indelével. Trabalhando com diferentes discursos e vozes presentes na documentação produzida por governantes, cientistas e agentes ligados à imprensa local (proprietários, editores, articulistas e escritores) que essa dissertação se constrói. Ela objetiva entender as percepções destes diferentes grupos, suas dúvidas, seus estudos e encaminhamentos políticos, sociais e culturais para o fenômeno das chuvas locais. Analiso que ora o fenômeno era percebido como algo característico e peculiar (social e culturalmente), ora como aspecto político/civilizacional, pois as chuvas abrandavam o caloroso termômetro comum na região amazônica, estimulando correntes migratórias e fomentando a prosperidade da região. Neste sentido, poder público e ciência caminhavam de mãos dadas na implantação de técnicas de medição pluviométrica em tempo e espaço pioneiros. Desta forma, este estudo contribui tanto para a história da ciência, quanto para a história social, buscando entender que estes dois campos devem caminhar unidos. 

  • MARCELA GOMES FONSECA
  • Quando a aldeia se torna vila: o processo de secularização da Missão de Trocano no baixo rio Madeira (1730-
    1790)

  • Data: 17/08/2023
  • Mostrar Resumo
  • .

  • ANDRE LUIS BEZERRA FERREIRA
  • As memórias dos sertões: as práticas de cativeiro, escravid ã o e liberdade de índios e mestiços na Amazônia portuguesa (séculos XVII-XVIII)

  • Data: 28/07/2023
  • Mostrar Resumo
  • .

  • ROBERG JANUÁRIO DOS SANTOS
  • DO GRÃO-PARÁ À AMAZÔNIA: A INVENÇÃO DA REGIÃO AMAZÔNICA FRENTE À CENTRALIZAÇÃO DO IMPÉRIO BRASILEIRO

  • Data: 27/07/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese de doutorado aborda a emergência da Amazônia como um recorte regional na nação brasileira durante a segunda metade do século XIX, sendo delineada, em grande medida, no campo político, sem perder de vista o intercâmbio de ideias, imagens e práticas à época relacionadas à economia local. Este trabalho contribui para a compreensão da história do Brasil a partir da diferenciação regional e das relações de força entre o Império/Governo Central e as elites políticas ditas regionais, sobretudo as amazônicas. A partir do Segundo Reinado, intensificou-se o movimento para que as elites da Corte assumissem considerável peso político e econômico no cenário brasileiro, acompanhadas, por sua vez, pelas elites políticas baianas e pernambucanas, acarretando uma maior acentuação da diferenciação regional no país. Por outro lado, nas províncias banhadas pelo rio Amazonas, a economia da borracha ampliava-se em um contexto de reorganização política das elites após a Cabanagem. O cenário político e econômico criou a ambiência para que as elites amazônicas gestassem um regionalismo político em prol de seus interesses, de maneira a canalizar a percepção de “atraso” da região para a falta de atenção do Governo Central e de alcançar maior influência na política nacional, tida pelas províncias do Norte, inclusive as amazônicas, como dominada pelos interesses das províncias do Sul. Defendemos que esse movimento, perceptível a partir da década de 1870, acarretou novas configurações regionais e incentivou a construção de uma identidade política, expressa, principalmente, na substituição do nome pelo qual a região era identificada até então – Grão-Pará – por um novo nome: Amazônia. O argumento principal desta tese é o de que o regionalismo político das províncias banhadas pelo rio Amazonas, frente à centralização administrativa do Império brasileiro e em diálogo com as ideias da época, contribuiu decisivamente para a emergência da Amazônia como região diferenciada em termos territoriais, políticos e culturais.

  • CAROLINA SILVA DA COSTA
  • DA ANISTIA À REDEMOCRATIZAÇÃO: O PROCESSO DE ESQUECIMENTO DA 5ª COMPANHIA DE GUARDAS

  • Data: 10/07/2023
  • Mostrar Resumo
  • .

  • LEDIANE ARAUJO PIRES DEMETRIO
  • "SUFRAGISTAS PARAENSES: A BUSCA POR EMANCIPAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL

    DAS MULHERES NO PARÁ NOS ANOS DE 1919 A 1932."


  • Data: 04/07/2023
  • Mostrar Resumo
  •  

    A presente pesquisa, intitulada “Sufragistas Paraenses: a busca por emancipação política e
    social das mulheres no Pará nos anos de 1919 a 1932”, tem como recorte espacial a cidade
    de Belém do Pará, onde se procurou investigar os caminhos de lutas que as mulheres da
    sociedade paraense tiveram que percorrer na busca por isonomia política e social, em um
    panorama que também abarcava o âmbito nacional. Classificada como o gênero apolítico que
    deveria se resguardar somente ao seu lar, marido e filhos, sem direitos de opinar nas questões
    da sociedade ao qual estavam inseridas, elas vão trilhar um caminho de luta para romper com
    tais conceitos, e assim adquirir em primeiro lugar o direito emancipação política,
    posteriormente a social.

  • LEONARDO RAIOL JUNIOR
  • O mundo do trabalho colonial e a construção da Fortaleza de São José de Macapá (1760-1775)

  • Data: 30/06/2023
  • Mostrar Resumo
  • .

  • ENIL DO SOCORRO DE SOUSA PUREZA
  • CIDADE E EDUCAÇÃO: Memórias e Experiências do Ensino Primário e Ginasial em Breves, Marajó das Florestas (1943-1985)

  • Data: 30/06/2023
  • Mostrar Resumo
  • .

  • ANTONIO IGO PALHETA SOEIRO
  • Os humildes peregrinos da civilização cristã: grupos letrados da cidade de Vigia de Nazaré, Grão-Pará (1866-1883)

  • Data: 29/06/2023
  • Mostrar Resumo
  • Na pequena urbe de Vigia de Nazareth na Província do Grão-Pará nas décadas finais do século XIX, um grupo letrado de vida simples que denominamos de “humildesperegrinos” almejou concretizar um projeto sociopolítico, que tinha como base o desenvolvimento da instrução como estratégia de luta por direitos. Liderados pelos professores Araújo Nunes, Vilhena Alves e Bertoldo Nunes criaram escolas, Entidades literárias, beneficentes e teatrais e escreveram periódicos, práticas culturais que mediaram a sonhada civilização cristã, moldada a partir do catolicismo popular e a apropriação e ressignificação de ideias do movimento civilizador no Brasil. A iniciativa de um novo projeto sociopolítico chocou-se com os objetivos dos demais grupos letrados liderados pelas elites econômicas no campo cultural da cidade, em um contexto social de miséria, analfabetismo e escravidão que o grupo encontrava meios de combater, buscando a formação de um indivíduo instruído, ativo politicamente e com consciência social.

  • DANIEL MONTENEGRO LAPOLA
  • Entre as Terras do Rio Branco e a Guiana Inglesa: relatos de viajantes sobre povos indígenas (1835-1899)

  • Data: 12/05/2023
  • Mostrar Resumo
  • A tese se ampara na linha historiográfica de Peter Burke sobre a história cultural das representações e na história indígena para analisar os relatos de viajantes a serviço da Europa sobre os indígenas na região entre o extremo norte brasileiro e a Guiana Inglesa no século XIX. Trabalhamos os relatos do explorador prussiano Robert Hermann
    Schomburgk (1804-1865), do geólogo canadense Charles Barrington Brown (1839- 1917), ambos a serviço da Royal Geographical Society da coroa britânica; em sequência, o explorador francês Henri Anatole Coudreau (1859-1899), em missão, através do ministério da marinha, das colônias francesas e do governo do estado do Pará. Como objetivo central, analisei a relação dos europeus junto aos indígenas, as alianças e estratégias utilizadas através da investigação científica para servir aos interesses demarcatórios e de ocupação de terras do país patrocinador do empreendimento na fronteira do extremo norte brasileiro entre 1835 e 1899.

  • LEONARDO AUGUSTO RAMOS SILVA
  • Na "pátria das sublevações": descontentamento e revoltas da gente de guerra no sertão do rio Negro (1754-1777)

  • Data: 26/04/2023
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação volta-se para o estudo do processo de militarização do rio Negro, no noroeste da capitania de São José do Rio Negro, durante o reinado de D. José I (1751-1777). Trata-se, portanto, da problemática em torno dos fatores e das manifestações do descontentamento de soldados (e, por vezes, outros praças) que compunham as tropas pagas destacadas em guarnições ao longo do rio Negro. A partir de 1754, o processo de militarização deste rio obteve notoriedade diante da ocupação, defesa e demarcação das áreas de fronteiras entre o Estado do Grão-Pará e Maranhão (mais tarde, Grão-Pará e Rio Negro) e do Vice-Reino da Nova Granada. Em decorrência deste contexto geopolítico, manter e prover os corpos militares em áreas de fronteiras tornou-se necessário e, ao mesmo tempo, um desafio à Coroa portuguesa, implicando significantemente no cotidiano das tropas pagas; por outro lado, os soldados manifestavam seus descontentamentos com as crises de seu tempo por meio das revoltas; a articulação entre estes dois aspectos do processo de militarização do rio Negro é uma tentativa de compreender as várias interseções entre soldados e a sociedade amazônica colonial. Vale ressaltar que, juntamente às deserções e saques, as revoltas da gente de guerra tornaram-se uma das principais e mais recorrentes manifestações do descontentamento da “gente de guerra” na guarnição da capitania do Rio Negro. Para o cumprimento desta abordagem, houve uma incursão em acervos nacionais e internacionais, examinando correspondências entre autoridades da capitania do Rio Negro, do Estado do Grão-Pará e Maranhão (mais tarde, Grão- Pará e Rio Negro) e da metrópole.

    A presente dissertação volta-se para o estudo do processo de militarização do rio Negro, nonoroeste da capitania de São José do Rio Negro, durante o reinado de D. José I (1751-1777).Trata-se, portanto, da problemática em torno dos fatores e das manifestações dodescontentamento de soldados (e, por vezes, outros praças) que compunham as tropas pagasdestacadas em guarnições ao longo do rio Negro. A partir de 1754, o processo de militarizaçãodeste rio obteve notoriedade diante da ocupação, defesa e demarcação das áreas de fronteirasentre o Estado do Grão-Pará e Maranhão (mais tarde, Grão-Pará e Rio Negro) e do Vice-Reinoda Nova Granada. Em decorrência deste contexto geopolítico, manter e prover os corposmilitares em áreas de fronteiras tornou-se necessário e, ao mesmo tempo, um desafio à Coroaportuguesa, implicando significantemente no cotidiano das tropas pagas; por outro lado, ossoldados manifestavam seus descontentamentos com as crises de seu tempo por meio dasrevoltas; a articulação entre estes dois aspectos do processo de militarização do rio Negro é umatentativa de compreender as várias interseções entre soldados e a sociedade amazônica colonial.Vale ressaltar que, juntamente às deserções e saques, as revoltas da gente de guerra tornaramseuma das principais e mais recorrentes manifestações do descontentamento da “gente deguerra” na guarnição da capitania do Rio Negro. Para o cumprimento desta abordagem, houveuma incursão em acervos nacionais e internacionais, examinando correspondências entreautoridades da capitania do Rio Negro, do Estado do Grão-Pará e Maranhão (mais tarde, Grão-Pará e Rio Negro) e da metrópole.

  • FLAVIO PEREIRA COSTA JÚNIOR
  • História, ciência e natureza na política ilustrada de D. Rodrigo de Sousa Coutinho para o meio-norte da
    América Portuguesa (1796-1801)

  • Data: 18/04/2023
  • Mostrar Resumo
  • A ciência foi elemento importante na construção política do Império Português no
    século XVIII. Seria por meio desse conhecimento que as potencialidades econômicas da
    natureza das possessões seriam avaliadas, no intuito de desenvolver o comércio em
    benefício da Coroa. Compreende-se assim que a ciência era um instrumento colonial
    útil para manter a união entre o centro europeu desse Império com suas demais porções
    no Globo, especialmente com os Estados coloniais na América Portuguesa, assegurando
    territórios e desenvolvendo projetos para atingir economicamente os demais impérios,
    sobretudo para competir em mercados já estabelecidos. Seriam objetos desse
    conhecimento a fauna, a flora e os minerais, e para tanto foram enviados homens
    gabaritados para tais pesquisas, adentrando os sertões em busca de espécimes novos e
    avaliando os já conhecidos. A agricultura também fazia parte desse rol de estudos, no
    interesse em expandir a produção. Caso exemplar desse tipo da simbiose entre política e
    ciência foi o do Dom Rodrigo de Sousa Coutinho no período em que era ministro da
    Marinha e do Ultramar (1796-1801). Pela formação acadêmica e conjuntura em que tal
    indivíduo estava envolvido, nota-se a atenção que ele dedicou à natureza. Como estudo
    de caso, a tese se foca nos Estados do Maranhão e do Piauí. O objetivo desse trabalho é
    apresentar como a visão política, por meio da ciência na administração de Dom Rodrigo
    de Sousa Coutinho, tinha como projeto inserir o Maranhão e o Piauí no comércio
    internacional.

  • RAISSA SANTOS BARBOSA
  • O Diabo na Carne de Belém: o circuito exibidor de filmes pornôs durante a decadência dos cinemas de rua em
    Belém do Pará (1985-1997)

  • Orientador : ANTONIO MAURICIO DIAS DA COSTA
  • Data: 05/04/2023
  • Mostrar Resumo
  • Os cinemas de rua foram um dos principais lugares de lazer entre os belenenses durante
    o século XX. Em torno desta prática estavam elementos fundamentais para sua
    realização como a produção dos filmes, a distribuição, a exibição, a propaganda, o
    comentário da crítica especializada nos jornais e a procura do público. Todos esses
    elementos formavam um circuito exibidor de filmes que a cidade de Belém vivenciou
    naquele século. O circuito se modificou na década de 1980, quando cinemas de rua
    passaram por uma fase de decadência e alguns fecharam. Os donos do Cine Ópera,
    Cine Nazaré, Cine Iracema, Cinema Dois e Cine Cassino optaram por exibir filmes
    pornográficos, material que já era produzido em ritmo industrial nos EUA desde a década
    de 1970, mas tardou a entrar no Brasil por conta da censura ditatorial. Logo, os trajetos
    do público em busca desses filmes determinaram as dimensões de um novo circuito
    exibidor especializado na exibição de pornôs entre 1985 e 1997. É importante ressaltar
    que o novo circuito existiu em paralelo ao circuito exibidor convencional e decadente.
    Nossa questão norteadora buscou compreender quais teriam sido as condicionantes que
    permitiram e possibilitaram a existência desse circuito pornô. Os resultados da pesquisa
    em fontes periódicas e orais, apontaram para o desgaste dos órgãos ligados a censura,
    o fim da ditadura, a crise econômica da década de 1980, a entrada massiva de filmes
    pornôs soft e hard core no país, a expectativa de lucro dos exibidores, as curiosidades
    (carnal knowledge) e oportunidades sexuais do público, além de uma tolerância moral da
    sociedade, como fundamentais para sua consolidação.

  • DINAH REIKO TUTYIA
  • ERNESTO CRUZ: UM DIÁLOGO ENTRE HISTÓRIA, ARQUITETURA E PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL (DÉCADAS DE 1940 A 1960)

  • Data: 31/03/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese analisa as contribuições do historiador paraense Ernesto Horácio Cruz para a preservação patrimonial no Pará. Seu nome, dentre as várias associações culturais paraenses as quais pertenceu, encontra-se sempre atrelado à direção da antiga Biblioteca e Arquivo Público do Estado do Pará (BAP) e ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), permanecendo sua face preservacionista, não evidenciada ao longo de sua trajetória de vida, mas exposta nos livros, em notas de jornais e homenagens, assim como nas falas de seus confrades. Porém, nos processos de tombamento de bens patrimoniais, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Pará (IPHAN/PA), ao longo dos anos 1940 a 1960, sua figura encontra-se presente, fato que motivou a incursão da história da preservação patrimonial paraense a partir da figura de Ernesto Cruz. Este trabalho tem como finalidade compreender as práticas e o conjunto de ações operados por esse sujeito nas ações de patrimonialização das décadas iniciais de atuação do IPHAN no Brasil, logo, propõe um estudo histórico da política de preservação patrimonial paraense. Nesse sentido, a originalidade desta tese é apresentar a dimensão preservacionista de Ernesto Cruz, aspecto ainda não explorado no campo da Historiografia amazônica nem na Arquitetura. A partir de sua atuação enquanto delegado do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), Ernesto Cruz tornou-se uma figura fundamental no processo de institucionalização do patrimônio histórico no estado do Pará. A investigação encontra-se embasada em fontes do século XX, como a produção intelectual do historiador, o que inclui livros e artigos em jornais, além da documentação presente nos processos de tombamento do SPHAN e fontes que dialogam com os temas que emergiram do material, tais como a transformação da cidade, arquitetura e história de Belém.

  • LEANDRO CARLOS MELO DA SILVA
  • "[...] vamos com o seculo"? A recepção da modernidade filosófica, modernização e modernidade política nas páginas do Synopsis Ecclesiastica (1848-1849) e d’A Trombeta do Sanctuario (1851-1854)

  • Data: 03/03/2023
  • Mostrar Resumo
  • Ir ou não ir com o século, eis a questão. Este trecho de um artigo intitulado NECESSIDADE DA RELIGIÃO PARA A FELICIDADE PUBLICA, publicado no Synopsis Ecclesiastica em 1849, no qual o autor discorre sobre os riscos que a sociedade correria pela difusão da máxima "ir com o século",5 propagada por representantes das "más doutrinas", nos serve como síntese para entender o tipo de relação ambivalente com que a imprensa ultramontana oitocentista travou com a modernidade. Nele estão presentes alguns elementos que compuseram um tipo de consciência coletiva sobre a modernidade oitocentista e um tipo mais específico de consciência, adstrita ao grupo católico conservador. A vertigem diante da força destruidora da modernidade foi mais ou menos comum a todos que naquela época presenciavam ou recebiam as notícias sobre as aceleradas transformações pelas quais passava o mundo. Contudo, diferentemente dos entusiastas do progresso, a Igreja adotou uma postura mais desconfiada e, em certos pontos, intransigentes quanto a elas.

  • MÁRCIO DOUGLAS DE CARVALHO E SILVA
  • Emigrados do sertão: secas e deslocamentos populacionais Ceará-Piauí (1877-1891).

  • Data: 28/02/2023
  • Mostrar Resumo
  • Na segunda metade do século XIX, algumas províncias do Norte do Império brasileiro enfrentaram sucessivas secas, que provocaram a migração da população residente nas áreas atingidas para outras onde se acreditava existirem recursos que possibilitariam a sobrevivência. No ano de 1877, iniciou-se uma seca no Ceará que se estendeu até 1879. No final na década de 1880, o fenômeno mais uma vez visitou as terras cearenses, deixando suas marcas visíveis, principalmente em 1888 e 1889. Nesses dois momentos, grande foi o deslocamento de homens e mulheres cearenses para outras províncias brasileiras, entre elas, a vizinha, Piauí, que em certa medida também já era afetada pela seca na forma de fenômeno climático, passando a experimentá-la também enquanto produto social. O objetivo desta tese é analisar a migração de cearenses para o Piauí, entre os anos de 1877 e 1891, considerando esses deslocamentos um ato de protagonismo de homens e mulheres, pobres e ricos que empreenderam as jornadas migratórias como possibilidade de vencer as dificuldades impostas pela seca no seu local de origem, elegendo o Piauí como rota e também destino. Toma-se como base para o recorte de tempo, o ano em que o fluxo de cearenses passou a ser mais intenso em direção a província vizinha, até o início da década de 1890, quando ainda eram realizadas as práticas assistencialistas através dos socorros públicos, e já era possível encontrar cearenses constituindo novas famílias no Piauí. Do ponto de vista metodológico, recorro aos conceitos da micro-história, na tentativa de conhecer as relações possíveis entre os sujeitos envoltos nesse processo no espaço em que agiram. Entre as fontes definidas para a realização da pesquisa, estão os diferentes jornais editados no Piauí e no Ceará, além de relatórios, mensagens,
    discursos, atas, bem como ofícios e outros documentos da Comissão de Socorros Públicos. Com isso, na presente tese investiga-se o fato de que, para além dos fluxos migratórios ocorridos no oitocentos, já conhecidos na historiografia, existiram outros destinos migrantes empreendidos pelos cearenses, entre eles, o Piauí, que também afetado pelas secas, era visto como um polo receptor, seja daqueles que a essa região se destinavam, à medida em que ela oferecia melhores condições de sobrevivência que o Ceará, ou os que estavam tentando uma travessia para o Maranhão e o Pará. Por ser intensa em muitas épocas, a migração trouxe para o Piauí o agravamento das consequências da seca, exigindo medidas de combate aos seus efeitos pelo governo local, que instituiu as Comissões de Socorros Públicos, promovendo o assistencialismo e deslocando parte dos migrantes para as frentes de trabalho, seja em obras públicas ou nos Núcleos Coloniais. Ao chegarem ao Piauí, os migrantes quase sempre encontravam dificuldades para sobreviver, porém, muitos conseguiram se estabelecer nessa região e não voltavam para o Ceará após o fim da seca. Desse modo, defende-se a tese da importância do Piauí nos contextos migratórios do século XIX, como um espaço receptor de migrantes cearenses e gerador de múltiplas experiências sociais.

  • TELMO RENATO DA SILVA ARAUJO
  • ENTRE RÉUS, VÍTIMAS E TESTEMUNHAS: REDES DE RELAÇÕES E CRIMES DE PORTUGUESES NA CIDADE DE BELÉM (1900-1925)

  • Data: 16/02/2023
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese tem como objeto de investigação histórica os crimes cometidos por imigrantes portugueses na capital do estado do Pará, a cidade de Belém. O problema que tento perscrutar é: o que os processos judicias da 4ª vara da capital Belém revelam em relação aos crimes cometidos por imigrantes portugueses no primeiro quartel do século XX? Na direção desse questionamento, levantei como hipótese central desta investigação que os crimes cometidos por imigrantes portugueses, ocorridos no primeiro quartel do século XX, produziram no contexto da capital paraense, Belém, redes de relações ambíguas, ora marcadas pela solidariedade e cumplicidade, ora por conflitos e tensões. Assim, o objetivo geral desta pesquisa consistiu em compreender os sentidos que os crimes cometidos por imigrantes portugueses, no primeiro quartel do século XX, produziram no cotidiano da capital paraense, a cidade de Belém. As fontes utilizadas foram: a) Autos de processos criminais; b) Registros de ocorrências e denúncias; c) Relatórios criminais; d) Ofícios da Chefatura de Polícia; e) Jornais; f) Código penal brasileiro de 1890; g) Mensagens de governadores do Estado do Pará; h) Atos da Intendência Municipal. Os resultados não só confirmam a hipótese da produção das redes de relação, mas também a tese de que os crimes articularam redes específicas e demarcadas, particularmente, por quatro grupos: 1) Menores de idade e jovens; 2) Compatrícios; 3) Deportados; 4) Mulheres. Estes grupos constroem tais redes por conta de condições econômico-financeiras e institucionais pouco favoráveis aos imigrantes deslocados para a região.

  • DANIELA REBELO MONTE TRISTAN
  •  Os trabalhadores têxteis e sua fábrica em Santarém: experiência operária, justiça do trabalho e indústria de sacaria no Baixo Amazonas, 1951 -1990

  • Data: 25/01/2023
  • Mostrar Resumo
  • O recorte cronológico desta pesquisa abrange os anos de 1951 a 1990. A primeira data corresponde ao ano em que a Companhia de Fiação e Tecelagem de Juta de Santarém foi fundada, e a última, ao momento em que a fábrica, conhecida como Tecejuta, o maior empregador do Baixo Amazonas, encerrou suas atividades. Busca-se fundamentalmente compreender as relações sociais, econômicas, políticas e de gênero que tinham a Tecejuta como referência, no espaço da cidade de Santarém, no que diz respeito a direitos dos trabalhadores, atuação sindical, condições de vida e trabalho e construção da memória. São investigadas também as relações entre a Tecejuta e as instâncias responsáveis pelo planejamento do desenvolvimento da Amazônia no período em que a fábrica esteve em atividade: a SPVEA e a SUDAM. Fontes: entrevistas com ex-trabalhadoras e ex-trabalhadores da fábrica, documentos produzidos pela Tecejuta, processos trabalhistas da Junta de Conciliação e Julgamento de Santarém, documentação do arquivo FINAM e imprensa de Santarém e Belém.

2022
Descrição
  • LUIZA HELENA MIRANDA AMADOR
  • “Vergonhosas Saturnais”: a experiência prostibular em Belém do Pará (1900-1945)"

  • Data: 14/12/2022
  • Mostrar Resumo
  • .

  • MARCUS VINICIUS CUNHA OLIVEIRA
  • Conversa de pescador: tradição, modernidade e cultura política na praia de Ajuruteua, Pará (1970-2005)

  • Data: 09/12/2022
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese investiga a agência de pescadores e pescadoras frente aos impactos socioambientais da construção da rodovia PA-458 e às mudanças geográficas do processo de erosão e avanço do mar na ilha de Ajuruteua. Com base em documentosoficiais, jornais, fotografias, teses, dissertações e relatos orais foram analisadas as ações de moradores, lideranças locais e pescadores e pescadoras em relação às mudanças provocadas pela rodovia e às ameaças ao seu modo de vida. Conclui-se que os pescadores, ao contrário do que se costuma afirmar, estão atentos às transformações do seu tempo e da natureza, criam estratégias de adaptação, atualizando seus saberes, práticas e crenças, produzem cotidianamente novos conhecimentos ecológicos, aceitam ou rejeitam as inovações da “modernidade” de acordo com seus interesses, estabelecem relações complexas com a sociedade circundante e com a natureza, participam de redes de comércio nem sempre desfavoráveis, se apropriam de leis e linguagens fora do seu universo cultural e se organizam politicamente para defender seu território e seu modo de vida de acordo com a legislação vigente.

  • FERNANDO ROQUE FERNANDES
  • ETNOGÊNESES E CIDADANIZAÇÃO NO BRASIL: MOVIMENTOS INDÍGENAS E EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA NO TEMPO PRESENTE (1964-2021)

  • Data: 28/11/2022
  • Mostrar Resumo
  • Os povos indígenas não foram receptores passivos das políticas indigenistas gestadas pelo Estado brasileiro na segunda metade do século XX. Ao contrário, protagonizaram a luta pela igualdade de direitos, mesmo quando o contexto de crise política e social que caracterizou o Regime Civil-Militar, entre os anos 1964-1985, avançou sobre o futuro da questão indígena através de tentativas de emancipação compulsória que punham em risco a sobrevivência de diversos povos. O objetivo desta tese é apresentar uma análise que auxilie na compreensão sobre as estratégias indígenas que dimensionaram as articulações de sujeitos e coletivos étnicos em defesa de suas especificidades e diferenças, contribuindo para a ocorrência de emergências políticas e sociais caracterizadas pelos fenômenos de etnogêneses, os quais informam aspectos da cidadanização indígena nos termos estabelecidos pela Constituição Brasileira de 1988. É também verificar de que modo os movimentos  indígenas contemporâneos, através de suas agências, baseadas em exemplares iniciativas, se apropriaram das associações de representação civil e da educação escolar enquanto instrumentos à serviço da formação para o exercício da cidadania plena no contexto da luta, ainda em curso no tempo presente, pela garantia e conquista de direitos que considerem as especificidades socio- históricas que informam o multiculturalismo no Brasil.

  • EGLISON DA CONCEIÇÃO SILVA
  • 3.724/1919: Expectativa, realidade, acidentes de trabalho, estivadores e marítimos na Belém de 1919 a

    1934.

  • Data: 14/10/2022
  • Mostrar Resumo
  • O cerne da análise desta pesquisa insere-se nas táticas de apropriação da primeira lei de acidentes de trabalho promulgada no Brasil pelos trabalhadores de movimentação de carga e de transporte fluviomarítimo de mercadorias na cidade de Belém, durante os anos de 1919 a 1934, período em que estava em vigor o Decreto 3.724/1919. No Brasil como todo, a expectativa de quando fosse sancionada a lei era a melhor possível; todavia, a realidade foi que, devido sua constituição sofrer interferência dos líderes das Organizações empresariais que desejavam manter a disciplina no trabalho sem a interferência do Estado no ambiente laboral, seu alcance para reparar os prejuízos físicos e econômicos do acidentado foi incompleto. No entanto, os estivadores e marítimos serviram-se da lei em grande medida e com táticas próprias influenciadas pelas experiências do cotidiano que vivenciavam em torno do Porto de Belém.

  • JULIANA DO NASCIMENTO MEDEIROS
  • NOS SERTÕES DA PROVÍNCIA DO GRÃO-PARÁ: ESCRAVIDÃO, ENGENHOS, ENGENHOCAS E ATIVIDADES ECONÔMICAS NO OITOCENTOS (1810-1850).

  • Data: 30/09/2022
  • Mostrar Resumo
  • A pesquisa tem como objetivo principal investigar as propriedades agroextrativistas, sobretudo os sítios, os engenhos e engenhocas, utilizando como pano de fundo a escravidão negra. Em decorrência desse objetivo analisar-se-á a estrutura de posse de cativos, empenhando-se em desvendar o universo das propriedades agrícolas dos quais esses sujeitos eram elementos fundamentais. Em vista dessa finalidade, irei traçar o perfil dos senhores escravistas, dos escravos e das propriedades, desvendando as atividades realizadas em seus interiores que de antemão são peculiares, isto é, próprias da região Norte desse imenso país. O locus da pesquisa é o mundo rural amazônico, aqui chamado de sertão. Entende-se por sertão as regiões interioranas da província que margeavam as cercanias de Belém, sendo destacadas as localidades que compunham a Zona Guajarina (Belém, Acará, Capim, Bujaru) e o Baixo Tocantins (Cametá, Moju, Abaetetuba e Igarapé-Miri), em virtude de serem nesses espaçosmais tradicionais que se consolidou as atividades agrícolas. Espaço complexo, heterogêneo e plural. Das propriedades investiga-se as atividades produtivas e os meios pelo qual se produzia, técnicas, ferramentas, mão-de-obra. Do produto dos engenhos e engenhocas, se enfatiza o papel da produção de cachaça de cana e aguardente; em paralelo às atividades ligadas ao abastecimento provincial e ao mercado externo. Utiliza-se como fonte principal os inventários post-mortem, de forma complementar os testamentos, relatos de viajantes, fontes do arquivo histórico ultramarinos e os jornais.

  • JESSICA MARIA DE QUEIROZ COSTA
  • CANTOS DA FLORESTA: TEMÁTICAS INDÍGENAS NA PRODUÇÃO DE CANÇÃO POPULAR DE
    ARTISTAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA (1988-1992)

  • Data: 30/09/2022
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa investiga temáticas referentes aos povos indígenas na produção de canção popular de Nilson Chaves (PA), Raízes Caboclas (AM) e Trio Roraimeira (RR) da Amazônia, entre 1988 e 1992. Período em que se estava em voga discussões sobre uma nova Constituição, tendo os povos indígenas como um dos novos sujeitos em cena. Ao mesmo tempo que o debate ambiental se acentuou no Brasil, por conta da realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) ou popularmente chamada de “ECO-92”, realizada na
    cidade do Rio de Janeiro em junho de 1992. Para tanto, a pesquisa se ateve principalmente em apurar os periódicos do período estudado dos estados desses artistas, como o Diário do Pará (PA), o Jornal do Commercio (AM) e o Folha de Boa Vista (RR). Ademais foram realizadas entrevistas com os artistas Nilson Chaves (PA), Celdo Braga (AM) e Eliakin Rufino do Trio Roraimeira (RR) para cruzarmos dados e entendermos suas trajetórias como artistas e seus envolvimentos com as demandas e pautas indígenas. O estudo das canções e trajetórias desses artistas permite a compreensão de abordagens que reforçam e/ou reconstroem concepções sobre os povos indígenas no meio musical amazônida a depender de interesses políticos socioculturais.

  • LUIS AUGUSTO BARBOSA QUARESMA
  • De imigrantes na Amazônia a nobres em Portugal: Visconde de Monte Redondo, Visconde de Penedo e Visconde de Nazaré


  • Data: 30/09/2022
  • Mostrar Resumo
  • De imigrantes na Amazônia a nobres em Portugal: Visconde de Monte Redondo, Visconde de Penedo e Visconde de Nazaré.

    As dinâmicas presentes na trajetória das cidades as apresentam como elementos em constantes transformações, efervescências, movimentos, interrupções e continuidades que se (re)escrevem ao longo do tempo. Tal cenário se encontra presente na cidade de Belém, capital do estado do Pará, que no período de 1870 a 1914, se insere no denominado período da Belle Époque, quando ocorrem mudanças significativas que marcam a trajetória da urbe e dos que nela vivem em direção à modernidade que se concretiza do século XIX para o século XX. Neste cenário há um fluxo significativo de imigrantes europeus que se deslocam para a Amazônia, principalmente, no caso deste estudo, de portugueses. Neste contexto esta dissertação tem como objetivo compreender a trajetória de Joaquim Antonio de Amorim (Visconde de Monte Redondo), Antonio José Antunes Sobrinho (Visconde de Penedo) e Bernardo Antonio Antunes (Visconde de Nazaré) que se estabeleceram na capital paraense no apogeu do comércio gomífero. Dialogou-se com uma base teórica diversificada, que deu suporte à construção da trajetória desses indivíduos, utilizou-se de pesquisa bibliográfica, documental e iconográfica, a partir de jornais e fontes oficiais como relatórios, testamentos, inventários em instituições com acervos que colaborassem com o estudo. Os resultados evidenciaram que tais sujeitos tiveram papeis relevantes na dinâmica socioeconômica de Belém, se envolveram com as modificações culturais, estruturais e sanitárias da cidade, o que os levou à prosperidade econômica e sociopolítica. Deixaram marcas na cidade e em seus sujeitos, a dissertação revela assim a importância de tais indivíduos para a própria comunidade portuguesa existente no Pará e demais pessoas que transitavam na urbe amazônica entre a segunda metade do século XIX e início do século XX.

  • ALANA ALBUQUERQUE DE CASTRO
  • SEXUALIDADES DISSIDENTES EM PROSA: As representações das homossexualidades masculina e das travestis
    na década de 1970, nos jornais de Belém PA.

  • Data: 28/09/2022
  • Mostrar Resumo
  • .

  • JESSICA MARIA PASTANA MOREIRA
  • “BEATRIZ ERA MAIS FÊMEA QUE MULHER”: FEMINILIDADE E MASCULINIDADE PELA IMPRENSA DE BELÉM (1940).

  • Data: 27/09/2022
  • Mostrar Resumo
  • .

  • DIEGO SANTOS DA SILVA
  • “TOCADOS D’AQUELLE VENENOSO MAL”: as epidemias em Belém na primeira metade dos oitocentos: 1800 - 1850

  • Data: 22/09/2022
  • Mostrar Resumo
  • Objetiva-se com a presente pesquisa a análise e as relações histórico-sociais das incidências das epidemias e das doenças infectocontagiosas que impactaram a vida dos habitantes da cidade de Belém, a capital do Grão-Pará, durante a primeira metade do século XIX. Analisa-se as relações entre desenvolvimento econômico e populacional o surgimento das epidemias de varíola, de febre amarela, e suas relações e implicações para o desenvolvimento econômico e populacional da Cidade de Belém. A estrutura da dissertação está composta por três capítulos. O primeiro capítulo faz uma breve apresentação sobre uma cidade de Belém e de como ela era um grande palco de mobilidade, tanto de mercadorias quanto de pessoas, em função da presença de portos. O segundo capítulo, analisa a compreensão médica acerca das epidemias e suas linhas de interpretação. E o terceiro capítulo aborda sobre a mensuração estatística dos mais atingidos pelas epidemias, buscando identificar os padrões e níveis de mortalidade durante os assaltos epidêmicos de varíola e febre amarela, mais especificamente. A metodologia utilizada foi a pesquisa documental, e os documentos foram pesquisados e disponibilizados em diversos acervos de Belém como: Arquivo Público do Estado Pará (APEP), Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP) e Biblioteca Central da UFPA/acervo de obras raras e Biblioteca Fran Pacheco do Grémio Literário e Recreativo Português.

  • ERONICE VISGUEIRA SAMPAIO CATUNDA
  • TESTEMUNHOS ESCRITOS DA AMAZÔNIA: A GESTÃO DE ACERVOS DO PODER JUDICIÁRIO NO PARÁ (1991-2021).

  • Data: 22/09/2022
  • Mostrar Resumo
  • A pesquisa desta dissertação objetivou analisar o processo de gestão, organização e tratamento do acervo judiciário do Tribunal de Justiça do Pará-TJPA, considerando os convênios com instituições públicas e sociedade literária como estratégia de garantia da preservação do acervo e democratização do acesso a documentação à sociedade em geral. O problema central da pesquisa é demonstrar a importância dos documentos históricos judiciário do TJPA, sob a guarda da Universidade Federal do Pará considerando as ações desenvolvidas nos três pilares de sustentação desta Instituição de Ensino: ensino, pesquisa e extensão. Neste sentido, no decorrer do trabalho há ênfase em algumas ações, considerando linhas de atuação, seus alcances e percalços. As implicações de uma gestão documental administrativa adequada podem enriquecer a construção democrática a partir da preservação dos acervos judiciários, que mais do que informar, trazem em seus registros modos de vidas, culturas, economia, política e sociedade, e geram discursos necessários que se revelam no presente e são atualizados como fontes históricas para o ensino, pesquisa e extensão. Portanto, é possível perceber que este leque de possibilidades vem sendo desenvolvido por discentes, técnicos e docentes de diferentes instituições de ensino demonstrando o estreitamento das relações entre acervos documentais, ensino, pesquisa e extensão.

  • ANDRE YVES PIERRE
  • Militantisme noir : fondation et actions du Centre d’Étude et de Défense du Noir du Pará (CEDENPA) entre 1980 et
    2002


    Militância negra: fundação e atuação do Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA) entre 1980 e 2002

  • Data: 29/08/2022
  • Mostrar Resumo
  • A presente tese trata da fundação e da organização de defesa dos direitos dos negros no Pará, o Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA). É a primeira organização negra fundada em Belém e até mesmo na região Norte do Brasil. Estudamos a luta desta organização no final do século passado (1980-2002) através de suas ações nos campos de protesto, arte, cultura e educação. A luta contra o racismo é central para este estudo. Focalizamos as diferentes realidades sociais e setores afetados pelo racismo e também analisamos as diferentes ações em detalhes. Neste trabalho, as ações das mulheres são destacadas, já que organização é quase inteiramente composta por mulheres. De fato, em 22 anos de luta (1980-2022), a organização conseguiu forjar um lugar importante na região Norte e em toda a Amazônia como a principal organização que abarca as demandas da população negra em sua totalidade. Neste sentido, a organização se estabeleceu como líder incontornável; mas também em nível individual, muitos ativistas se destacaram no local. Nosso trabalho mostra que o CEDENPA parte da concepção de uma sociedade brasileira onde impacta o racismo sob várias formas e que, sendo oculto, as vezes é difícil de perceber. Para realizar esta tese, utilizamos o método misto, com uma abordagem experimental, entrevistando certos membros fundadores do CEDENPA e também utilizando documentos audiovisuais, além de fontes institucionais e externas do CEDENPA. Concluímos que as ações entre 1980 e 2002 visavam criar uma forma de consciência entre os negros e também de lutar pela defesa de seus direitos no contexto da reconfiguração do país após a ditadura civil-militar.

  • RENAN NASCIMENTO REIS
  • A HIDRA DE MIL OLHOS”: VIGILÂNCIA E ENTULHO AUTORITÁRIO NA UFPA (1964-1994).

  • Data: 26/08/2022
  • Mostrar Resumo
  • Nossa pesquisa procurou acompanhar as atividades de vigilância promovidas pelo regime militar, através do Serviço Nacional de Informações (SNI), no âmbito daUniversidade Federal do Pará (UFPA). Tomamos como objeto de pesquisa a produção de dados a respeito da comunidade acadêmica durante diversas fases da ditadura, os
    usos que o Estado fez desse material e, em particular, como o SNI se comportou diante das mudanças que fizeram parte da chamada “abertura política”. Para isso, lançamos mão de documentos de acesso restrito no contexto de sua produção, cujo sigilo foi “quebrado” há poucos anos, além de fontes orais, fotografias e notícias divulgadas em
    jornais, relatórios e textos normativos. As fontes permitem identificar a permanência de mecanismos autoritários durante e após a transição democrática e a manutenção da estrutura de vigilância dos governos militares nesse período.

  • RODRIGO CAETANO SILVA
  • LEIS, MORTES E FUGAS: O PROCESSO DE ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO E A ENTRADA DOS IMIGRANTES NO PIAUÍ
    (1872 – 1887).

  • Data: 19/08/2022
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo da tese é defender que foram vários os fatores que contribuíram no processo de diminuição da população escrava que vivia na província piauiense. Ademais, acastela se que a entrada no Piauí dos imigrantes que fugiam da seca contribuiu no processo de transição da mão de obra escrava para a mão de obra livre. Dentre os fatores que defendemos terem contribuído para o processo de diminuição da população escrava, neste texto, apontamos: a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários. Ao analisar as ditas leis focamos principalmente na criação do Fundo Emancipado r, nos critérios utilizados para libertar escravos via fundo e como este mecanismo foi empregado. Também estão inseridos no processo de diminuição da população escrava: as mortes e as fugas. O recorte espacial da pesquisa é a província do Piauí, sobre o qu al persiste carência de verificação científica sobre o processo de diminuição e da libertação dos escravos. O recorte cronológico é o espaço de tempo entre os anos de 1872 a 1887. Tal recorte é justificado por ter sido na segunda metade do século XIX a intensificação no combate à escravidão no Brasil. Para além disso, foi durante esse recorte cronológico que ocorreu uma diminuição abrupta do número de escravos na província piauiense. Ao selecionar o objetivo proposto, algumas questões ainda se tornaram pert inentes e, por isso, norteadoras dapesquisa: o processo de diminuição do número de escravos no Piauí estava inserido dentro de um contexto nacional? No processo de decrescimento do número de escravos na província piauiense, os cativos estavam cientes do q ue estava ocorrendo? Houve característica sui generisno processo da abolição da escravidão no Piauí? A base teórica do texto foi estabelecida nas argumentações do historiador inglês E. P. Thompson, que aponta para uma interlocução dos diferentes agentes com as ações existentes no meio.

  • ERNESTO PADOVANI NETTO

  • Diálogo de Surdos: Estigmas, oralismo, Língua de Sinais e escolarização de surdos em Belém (1960-2019)

  • Data: 11/08/2022
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho foi desenvolvido a partir da análise de vivências de pessoas surdas na capital do estado do Pará. Tais vivências enfocadas dizem respeito fundamentalmente às práticas de oralização de surdos, a partir de terapias implementadas em ambientes escolares, que objetivavam estimulá-los a desenvolver a fala, a leitura orofacial (leitura labial) e os resquícios auditivos, com a intenção de que pudessem identificar determinados sons e, assim, serem integrados à sociedade majoritária ouvinte. Essas práticas terapêuticas apresentam-se como um projeto repleto de concepções médicas, que adentraram os espaços escolares e foram impostas aos surdos, entre as décadas de 1960 e 1980, sendo que, a partir da década de 1990 e os anos iniciais do século XXI, houve o fortalecimento de movimentos sociais surdos, que passaram a contestar este modelo estabelecido e propor a valorização da que compreendem ser sua língua natural, a Língua de Sinais, no caso, a Libras. Neste contexto, destacam-se os estigmas atribuídos aos indivíduos com surdez por meio do desconhecimento e da incompreensão das idiossincrasias desse grupo social minoritário, que acabou sendo extremamente desrespeitado e, consequentemente, prejudicado ao longo dos anos, nas relações estabelecidas entre pessoas surdas e pessoas que ouvem. Assim, a pesquisa buscou destacar a agência dos sujeitos surdos enquanto protagonistas nos processos sociais investigados. Para tanto, fez-se uso de publicações em redes sociais e entrevistas, as quais conceituei como História Sinalizada, procurando historiar as memórias destas pessoas acerca de suas experiências, com maior destaque para as experiências escolares, embora também sejam analisadas outras situações vivenciadas no cotidiano dos surdos que evidenciam seus dilemas comunicacionais.
  • DIANA PRISCILA SA ALBERTO
  • EMÍLIA SNETHLAGE E HELOÍSA ALBERTO TORRES: Gênero, Ciência e Turismo na Amazônia do século XX

  • Data: 04/08/2022
  • Mostrar Resumo
  • A presença das mulheres na história da ciência, em especial no mundo Ocidental, confunde-se com a própria constituição dessa área do saber, contudo, por muito tempo elas ficaram nas sombras da atuação masculina. A ciência histórica desde seu nascimento, demarcou o “homem” como o personagem central das narrativas e, mesmo que alguns estudiosos assinalassem que a mulher estava inclusa nesse ser histórico, o campo disciplinar da história as afastou do palco de formação sociocultural da humanidade. As viagens cientificas a partir do século XIX mostraram-se caminho rico para problematizar essa visão e sentidos dos seus silêncios, permitindo conexões interpretativas entre ciência, gênero e turismo. A história da participação feminina na história das ciências na Amazônia no século XX, focalizando a atuação e legado de duas mulheres cientistas, uma alemã e uma brasileira, Emília Snethlage (1868-1929) do Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG e Heloísa Alberto Torres (1895-1977) do Museu Nacional do Rio de Janeiro – MNRJ, é a temática central dessa tese. Essas cientistas ao vivenciarem experiência em regiões do Brasil, especialmente na Amazônia, utilizaram-se de táticas para construir um caminho importante em suas áreas de atuação nas ciências naturais (ornitologia) e humanas (antropologia). As expedições por elas realizadas deixaram pistas importantes para a investigação da história do turismo na região, por apresentar elementos que compunham o fenômeno turístico moderno, tais como: hospedagem, alimentação e transporte. A partir dessa contextualização, o objetivo desse trabalho foi investigar, à luz dos estudos da história das ciências, do gênero e do turismo, a participação feminina desempenhada, em particular, por Emília Snethlage e Heloísa Alberto Torres, na construção do conhecimento científico na Amazônia no começo de século XX, adentrando em suas trajetórias profissionais, estratégias e seus respectivos universos. Com relação a problemática questionou-se qual  a importância da atuação das mulheres na história das ciências no Brasil e como se deu a participação específica dessas cientistas na Amazônia? A pesquisa fundamentou-se em Edward P. Thompson com a História Social e suas reflexões sobre a experiência e as táticas no cotidiano; Carlo Ginzburg com a Micro-História ao adentrar nos indícios de outros caminhos feitos por elas; Michelle Perrot, Londa Schiebinger e Anne McClintock ao referendarem o papel da mulher no campo científico, ajudando a inquirir formas de colonialidade vivenciadas no cotidiano de vida e trabalho de Emília e Heloisa. No que tange aos estudos do turismo, dialogou-se com Paulo de Assunção, Alexandre Panosso Netto e Helena. Doris. A. B. Quaresma ao tratarem acerca da reflexão do fenômeno turístico e suas aberturas na história e pesquisa na Amazônia. O percurso metodológico rastreou pistas da atuação dessas mulheres da ciência no Museu Paraense Emílio Goeldi, Arquivo Guilherme de La Penha. Buscou-se também arquivos sobre Emília Snethlage em meio virtual na Biblioteca Nacional Digital e no Museu de Astronomia e Ciências Afins, onde foi encontrado acervo sobre Heloísa Alberto Torres. A pesquisa documental encetou em 2018 e foi até meados de 2022, principalmente por ambiente virtual, em virtude da pandemia de Covid-19. Para responder a problemática da tese, a pesquisa mapeou e analisou evidências em jornais, artigos produzidos por essas cientistas, cartas pessoais, institucionais e romances, que visibilizaram vivências e práticas dessas cientistas em suas instituições e no cotidiano de pesquisas na Amazônia. Com base nesses achados, a tese demonstra que Emília e Heloísa tiveram papel fundamental na construção da ciência na Amazônia, por suas ações e “sensibilidades de mundo”, numa época de plena hegemonia do domínio masculino no campo científico. Essas mulheres construíram suas trajetórias na ornitologia e na antropologia de forma que suas publicações e realizações científicas espraiaram-se para além de suas instituições, marcando espaço na história das ciências no Brasil e no exterior. Outrossim, as viagens revelaram novos rumos para se compreender o fenômeno turístico na região amazônica, já que se utilizaram de elementos constituintes da prática na atividade. Assim, contribuíram para pensar a emergência de uma nova epistemologia sobre viagens turísticas.

  • ELIDA MOURA FIGUEIREDO

  • O Ramal Do 40: Histórias e Memórias de Comunidades da Reserva Extrativista Marinha Maracanã, Nordeste do Pará (1960-2020)

  • Data: 28/06/2022
  • Mostrar Resumo
  • .

  • DARIO BENEDITO RODRIGUES NONATO DA SILVA
  • SÃO BENEDITO NO BANCO DOS RÉUS: alianças e conflitos no catolicismo em Bragança (PA), no século XX.

  • Data: 06/06/2022
  • Mostrar Resumo
  • A busca pelo controle do patrimônio físico, financeiro e cultural da extinta Irmandade do Glorioso São Benedito de Bragança pela Igreja Católica, representada pela Prelazia do Guamá, resultou numa teia complexa de relações sociais, alianças e tensões na cidade de Bragança, Nordeste do Pará, na segunda metade do século XX, especialmente entre as décadas de 1960 a 1980. Esses lados se complementaram em ambientes da tradicional Festividade do Glorioso São Benedito e se rivalizaram em tantos outros, envolvendo sujeitos sociais que enredaram tramas e desavenças, o que culminou em um processo judicial movido pela Igreja Católica para a reintegração de posse do patrimônio material da Irmandade de São Benedito e no controle das práticas culturais do chamado Ciclo de São Benedito, sua festa e seu simbolismo. Neste trabalho, coube a releitura desse cenário de luta, seus sujeitos (em especial, leigos e clérigos) e suas ações, além do reconhecimento do ambiente social e cultural vivenciado à época, com a análise de fontes documentais pertencentes ao Processo de Reintegração de Posse (de 1969 a 1988), dos Livros de Tombo da Prelazia do Guamá (de 1947 a 1988), jornais e periódicos da cidade de Bragança (com deferência ao Jornal do Caeté), textos, estudos, livros e outras fontes que tem no cerne dessas querelas o seu principal tema. Dentre alguns problemas, o questionamento de quais motivos levaram a Igreja Católica, já tendo garantida sua gerência sobre os ofícios religiosos relacionados à devoção a São Benedito, a recorrer à Justiça para reintegrar-se na posse definitiva dos bens da irmandade, por conta do registro desta associação religiosa como sociedade (ou entidade civil) em 1947. Tais tensões estiveram sombreadas por um ambiente cultural associado aos festejos de São Benedito, numa variedade de datas e eventos festivos que ocorrem anualmente em Bragança no mês de dezembro. Estas questões demandaram o uso do aporte teórico e metodológico da História Social e da História Cultural, dentre tantas contribuições e leituras, para entender estes sujeitos, reler os fatos e analisar o contexto em que foram construídas, vivenciadas e em parte concluídas estas querelas, que ainda permaneceram vivas na memória e marcaram a história de parte da população bragantina no século XX.

  • VANICE SIQUEIRA DE MELO
  • Caminhos fluviais e mobilidade: os rios Guaporé, Mamoré e Madeira e a rota entre o Mato Grosso e o Grão-Pará (séculos XVII e XVIII)

  • Data: 28/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • Em meados do século XVIII, os rios Guaporé, Mamoré e Madeira transformaram-se em um caminho fluvial utilizado para estabelecer a comunicação entre a Capitania do Mato Grosso e o Estado do Grão-Pará e Maranhão. A historiografia que analisou o assunto apontou, notadamente, a importância da coroa portuguesa na constituição desse caminho e a relevância das atividades comerciais para a sua consolidação. Embora esses eixos de reflexão sejam importantes, acredita-se que eles não são suficientes para analisar a composição desse caminho fluvial. Nesse sentido, esta tese argumenta que esse caminho foi constituído, também, a partir da mobilidade e interesse dos sujeitos que, em expedições, navegaram por esses rios e como esse deslocamento estava conectado a outras demandas e se constituía, igualmente, a partir da interação com o ambiente.

  • RODRIGO NEVES GOMES
  • Belém na imprensa ilustrada: Uma análise das representações fotográficas da cidade (1910-1920).

     

  • Data: 25/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • A pesquisa tem como objetivo fazer uma análise de fotografias publicadas em jornais e outros impressos como álbuns e revistas que circulavam pela cidade de Belém-PA, nas primeiras décadas do século XX. Os principais jornais do período como Estado do Pará, Província do Pará e a Folha do Norte, passam a trazer retratos de pessoas e do espaço urbano que acompanhavam as matérias, ajudando na compreensão e na ideia de credibilidade das notícias veiculadas. Muitas dessas fotos traziam aspectos da cidade que eram diferentes da forma como a capital paraense era representada no período áureo das exportações de látex. Sendo assim, as imagens publicadas nos periódicos destacam outros ângulos da cidade. Diante disso, a dissertação discute como as representações de alguns aspectos urbanos de Belém e seus moradores registrados por meio de fotografias, nos ajudam a entender o contexto econômico, político e social em que essas produções foram publicadas, quando da chamada crise da borracha.

     

  • FRANCISNALDO SOUSA DOS SANTOS
  • “GUIADOS PELO RACIOCÍNIO E PELA RAZÃO”: Ciência e modernidade a serviço da agricultura paraense (1908-1929)

  • Data: 20/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • A presente tese busca discutir a implantação de um novo modelo de desenvolvimento pensado para a agricultura paraense no início do século XX. Especialmente a partir do segundo mandato do governador Augusto Montenegro se observa uma mudança de orientação não mais voltada exclusivamente para a criação de núcleos coloniais e a consequente ocupação dos mesmos por colonos estrangeiros, mas voltado também para a qualificação desse trabalhador agrícola. Em outras paralvras, a qualidade na mão de obra para o campo ganhava cada vez mais importância. Com o auxílio da ciência os agentes públicos pretendiam então a qualificação técnica do lavrador por meio do ensino agrícola em instituições como estações experimentais e campos de demonstração ou por meio do ensino agrícola ambulante. Essa nova metodologia exigiu a criação, em 1908, de uma seção voltada exclusivamente para a agricultura e a pecuária dentro da Secretaria de Obras Públicas, Terras e Viação, mostrando uma estreita aproximação entre estado e elite agrícola paraense, uma vez que o representante desse patronato, o fazendeiro marajoara José Ferreira Teixeira, assumiu a direção da 4ª Secção de Agricultura. A publicação da revista A Lavoura Paraense, que circulou entre 1908 e 1912, retratou bem esse novo momento em suas páginas. Um dos objetivos dos agentes públicos era superar a monocultura e desenvolver outros produtos, principalmente quando a exportação da borracha mostrava sinais de crise, fazendo com que a agricultura ganhasse cada vez mais relevância para a economia paraense das primeiras décadas do século XX. Para além do receio em sustentar toda uma economia com base em um único produto, podemos apontarnão apenas os resultados pouco satisfatórios com o antigo modelo de desenvolvimento agrícola que vinha sendo adotado desde meados so século XIX, mas também todo o incremento pelo qual passou o Museu Paraense a partir da chegada do suíco Emílio Goeldi e de seu sucessor na direção dessa instituição, o também suíco Jacques Huber. Contudo, a promissora expectativa em relação à onda modernizadora para o campo, pautada na racionalização das práticas agrícolas a partir dos atuais preceitos agronômicos da época, não se efetivou de fato, visto que o setor extrativo manteve-se em alta frente aos setor agrícola, com destaques, no final da década de 1920 para alguns produtos como o arroz e o algodão.

  • ELIZANE GONCALVES MIRANDA
  • DANÇANTES DAS ÁGUAS: o carnaval dos ribeirinhos da Amazônia Tocantina

  • Data: 12/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • As linhas que lerão a seguir, são de uma historiadora e aspirante a pesquisadora, que tenta trazer a análise das fontes coletadas e das entrevistas realizadas, através dessa singelapesquisa de uma ribeirinha lá de Rio Furtados, Cametá (PA), que desde criança ama ver o carnaval passar pelos rios. E pensando a multiplicidade de elementos festivos existentes no carnaval, pretendo analisar esses dançantes das Águas, a partir de suas relações heterogêneas como pensadores, organizadores e dançantes do carnaval, além de suas sociabilidades carnavalescas. Analisar as territorialidades carnavalescas, visto que grupos pertencentes ao município de Mocajuba, também integram este carnaval cametaense. Além, de analisar os espaços criativos e as sociabilidades das comunidades em torno do carnaval. Neste sentido, como tudo é pensado, organizado e elaborado por eles: as fantasias, as máscaras, as comédias, os ensaios, os barcos, até os brincantes, especialmente, os comediantes são indicados pelos mais experientes dançantes da folia. Surge a problemática que gira em torno de Quais os usos da memória festiva, o “falar dos outros”, como herança do passado no presente, considerando os aspectos organizativos e performativos do festejo como a confecção das fantasias, máscaras, comédias, ensaios? Neste sentido, temos questões importantes a serem destacadas aqui. A primeira delas, é a ideia de um carnaval feito nos rios, que fugiria, consubstancialmente, do que estamos acostumados a ver ou encontrar em tempos de carnaval. A regionalização é outro elementos que os tornam únicos, a exemplo, do uso do barco e do rio como passarela. Falarei, também, da comunidade que transforma em barracão suas residências, tornando público o seu espaço doméstico, isto é, suas casas tornam-se barracões domésticos dos
    dançantes e da folia. Contudo, as primeiras considerações gerais que temos é que para além das convenções clássica e tradicionais sobre o carnaval, há diversas formas de brincá-lo e festejá-lo no Brasil, no Pará e na Amazônia Tocantina. E pensando nessas multiplicidades e formas de festejar, que o Carnaval das Águas faz parte dessa diversidade das festas carnavalescas e não está desconectado das demais festas nacionais e internacionais, especialmente, as escolas de samba e os festejos medievais, respectivamente. Mas a partir de suas particularidades regionais, compreendê-lo em sua lógica própria, a do mundo rural e ribeirinho da Amazônia.

  • DAVISON HUGO ROCHA ALVES
  • Estudo(s) de Problemas Brasileiros: A história de uma disciplina acadêmica vigiada e conflituosa (1969-1993).

  • Data: 12/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese teve como objetivo estudar a história de uma disciplina acadêmica Estudo(s) de Problemas Brasileiros (EPB). Sua criação ocorreu durante a ditadura militar passando por diversos momentos curriculares, perdurando até o início da redemocratização dentro do currículo universitário. A pesquisa tem como recorte cronológico o período de 1969-1993. Ela está inserida no modelo explicativo denominado interpretação, onde foram apresentadas diversas experiências assumidas pela disciplina EPB na sociedade brasileira. O trabalho de tese está no campo da História da Educação, com ênfase na História das disciplinas curriculares. A disciplina EPB foi  estudada a partir dos pressupostos teórico-metodológicos de André-Chervel (1990, 1999), Ivor Goodson (1997, 2020), Thompson (1981), entre outros. Seguindo as trilhas de discussões da Escola Superior de Guerra (ESG) e de sua criação no ano de 1969 a partir do Decreto-Lei no 869, de 1969 queremos compreender as intervenções no ensino de humanidades que redimensionaram o saber histórico acadêmico em torno das pretensões curriculares legitimadas pela ditadura militar. No período de 1969-1979 tentou-se construir uma disciplina em torno do nacionalismo, da moral e do civismo para a juventude universitária, nesse contexto a disciplina EPB tinha uma perspectiva conservadora. As ações extensionistas desenvolvidas pelo Projeto Rondon serviriam para compreender os problemas brasileiros a partir da realidade social pensada pela ditadura militar. A disciplina EPB foi sempre vigiada pelo governo militar, sendo uma tentativa de tutelar a juventude universitária ao projeto de poder pretendido pelo regime vigente. Após dez anos de implementação ocorreu uma reformulação dentro da disciplina EPB no período de 1979 até 1993, é o momento de Anistia e o início da redemocratização, quando começaram a desenvolver dentro da sociedade brasileira debates em torno dos efeitos da ditadura militar para educação, e no nosso caso específico para o ensino de humanidades dentro das universidades. Durante a redemocratização EPB perde a adesão e começa a ser contestada pela sociedade civil (associações universitárias, discentes e docentes). A disciplina acadêmica passou a ser estigmatizada entre os estudantes universitários, bem como entre os docentes, exigindo a volta das disciplinas História e Geografia no currículo escolar. Era necessário remover o entulho autoritário das universidades e foram colocados outros problemas brasileiros para debater nas instituições de ensino superior, a saber: racismo, cidadania, direitos humanos, a questão do mercado de trabalho, desigualdades sociais, entre outros. A disciplina EPB era vista como espaço de contradição que precisava ser extinta do currículo universitário.

  • OTTO OSVALDO DA SILVA VASCONCELOS
  • TRANSAMAZÔNICAS: Memórias, experiências e trajetórias de pessoas trans na segunda metade do século XX

     

  • Data: 18/03/2022
  • Mostrar Resumo
  • .

2021
Descrição
  • ANDRE CUTRIM CARVALHO
  • A DINÂMICA DO CAPITAL E O AVANÇO DA FRONTEIRA NO PARÁ: uma perspectiva de compreensão histórica a partir da “Operação Amazônia” em 1966-1979

  • Data: 01/12/2021
  • Mostrar Resumo
  • .

  • THAMIRES BEATRIZ BRAGA BARROS
  • Vestindo a Santa: Narrativa e Representação sobre os Mantos de Nossa Senhora de Nazaré em Belém do Pará (1973-2000)

  • Data: 29/10/2021
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho apresenta um estudo sobre um dos símbolos mais significativos do Círio de Nazaré em Belém do Pará: os mantos que vestem a santa durante a festividade. Ele objetiva analisar seu processo de construção referencial para representar a padroeira do estado, e como ele se propagou para além dos moldes da festa, pois sua representação se dá por conta da dimensão sagrada, por ser um item religioso, mas também adentra os demais espaços urbanos da cidade de Belém, como lojas, comércios, bares e casas dos devotos. A relevância acadêmica da pesquisa se dá por conta da necessidade de estudos que trabalhem com vestes de santos na área da história e das ciências sociais, pois este é um campo ainda pouco explorado e que necessita de pesquisas para compreender esse elemento que, como aparece no Pará, acaba tomando tanto destaque quanto a santa. A análise dessa pesquisa partirá do período em que Ester Paes Franco bordava os Mantos, uma tradição que foi passada a ela pelas irmãs residentes no colégio Gentil Bittencourt, e após seu período como bordadeira de mantos, função que passou para as mãos de outras pessoas, porém sempre com inspiração em sua confecção. Para além desse período, a pesquisa objetiva também compreender o processo de transformação que esses Mantos passaram ao longo dos anos e como eles moldaram também as formas de ver a festa. Eles deixaram o lado manual do processo de bordados, no qual apenas uma pessoa ficava responsável pela produção, passando a ser artigo industrial, em que várias pessoas ficam responsáveis pela produção, deixando assim os bordados mais carregados de brilhos e pedras preciosas. Assim, a própria entrega desse Manto para a santa se transformou. O estudo trata-se de uma pesquisa em Micro-História, partindo do micro, que é essa produção, doação e propagação dos Mantos, para se compreender o macro, revelando por meio desse objeto como a festa se organiza em torno dessa representação. A pesquisa se deu através da coleta de fontes, tanto escritas quanto imagéticas para a melhor compreensão do contexto histórico, bem como lidou com entrevistas orais para contextualizar o processo através das pessoas que o viveram para um diálogo mais aprofundado entre as fontes escritas, imagéticas e o referencial teórico-metodológico. Nesse processo compreendeu-se a importância que esse símbolo tem e repassa para os devotos que participam da festa, adquirindo um espaço cada vez maior na festividade e na vida dos paraenses, bem como a influência que ele tem nos meios artísticos através dos seus bordados e como a sua propagação faz parte de um processo de evangelização da religião católica.

  • LAÉCIO ROCHA DE SENA
  • “UM PAÍS SELVAGEM” Os Mebêngôkre-Irã Amrayré e a fronteira Araguaia na segunda metade do século XIX

  • Data: 14/10/2021
  • Mostrar Resumo
  • A presente tese analisa a relação dos Irã amrayré (grupo Mebêngôkre-Kayapó) com os diferentes agentes da política indigenista da segunda metade do século XIX, na província de Goiás, que tinha como objetivo a ocupação e colonização dos vales dos rios Araguaia e Tocantins, com vistas a ocupar as suas margens e construir uma rota comercial ligando o norte da província a Belém, no Pará, sobretudo através do rio Araguaia. Esse processo conformou a região enquanto uma fronteira, um lugar marcado pelo contato interétnico. A partir da análise da documentação oficial, relatos de viajantes, mitos e narrativas Irã amrayré, e em diálogo com a etnografia contemporânea dos Mebêngôkre, a tese pretende demonstrar que os Irã amrayré experimentaram a construção da fronteira Araguaia a partir de sua própria cultura, e segundo os seus interesses. Por outro lado, ressalta ainda que o contato com o outro (o kupẽ) operou transformações entre os Irã amrayré.

  • ADRIANE DOS PRAZERES SILVA
  • AS TERRAS DE USO COMUM E OS CASTANHAIS DO VALE AMAZÔNICO: Luta, Resistência, Permanência na terra, e a lei dos posseiros (1930 - 1991)

  • Data: 27/09/2021
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho insere-se no debate sobre terras comuns ou terras coletivas, mais especificamente sobre os castanhais de serventia pública e o processo de resistência, permanência e luta pela terra na Amazônia, partindo do início do século XX e indo até 1990. O Principal argumento desta tese é que as experiências de homens e mulheres vivenciadas no cotidiano da mata, em especial nos castanhais de uso comum, fomentou a luta, a resistência, a premência na terra e a construção da lei dos Posseiros no vale amazônico do baixo Tocantins (1930-1991). De 1930 a 1961 alguns sujeitos no interior da floresta Amazônica vivenciaram cotidianamente a experiência em terras coletivas como os castanhais de uso comum, e em nome desse costume de habitar a terra, conflitaram-se, lutaram, resistiram, algumas comunidades conseguiram permanecer nesses territórios. Nos idos de 1966, após a interferência dos governos militares na Amazônia, o número de terras que foram vendidas ou griladas aumentou dentro do estado do Pará. A partir dessa espoliação, em parte, promovida pelo Estado brasileiro, as populações atingidas, homens e mulheres das matas, foram obrigados a organizar-se e a lutar pelo seu chão. Dentro desse processo complexo construíram uma cultura de resistência, não aceitaram perder seus direitos, articularam-se, montaram redes de relações e parcerias. O escopo desse processo foi: a permanência na terra; a construção da sua própria lei (A Lei Anilzinho: a Lei dos Posseiros); os 10 encontrões Anilzinho; as conquistas dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR); os cursos de formação de lideranças; os cursos de parteiras; as cantinas comunitárias; os sítios experimentais; e a conquista de alguns mandatos eletivos, de prefeitos e vereadores.

  • ANDRÉ JOSÉ SANTOS POMPEU
  • As drogas do sertão e a Amazônia colonial (1677-1777)

  • Data: 20/09/2021
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho é centrado na atividade econômica das drogas do sertão, consideradas como a principal atividade econômica da Amazônia durante o período colonial. Durante o século XX, se convencionou em boa parte da historiografia que essa atividade econômica estava sob um monopólio missionário, principalmente, dos integrantes da Companhia de Jesus. E que, após a expulsão dos jesuítas, essa predominância recaiu sob os povoamentos de índios criados durante o reinado de D. José I, quase como herdeiros diretos do monopólio jesuítico. A presente tese propõe uma revisão dessa perspectiva, buscando demonstrar a participação ativa de outros sujeitos nessa atividade econômica, sobretudo, os particulares. A partir da análise das fontes, é possível destacar a participação desses sujeitos na atividade das drogas do sertão, sendo que, em diversos momentos é possível visualizar a predominância desses particulares em detrimento tanto de missionários, quanto das canoas das povoações de índios. O presente trabalho está focado nas relações, exercidas na atividade das drogas do sertão, dentro da própria colônia, em um espaço, comumente, conhecido como Amazônia portuguesa.

  • MARTHA LUIZA COSTA VIEIRA
  • “OS DONOS DO RIO ESTÃO SEM RIO”: PERDA DE TERRITÓRIO E DE VIDA

  • Data: 14/09/2021
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação consiste em um estudo a partir do caso da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHEBM), no Estado do Pará, na Amazônia brasileira. Este estudo teve como objetivo geral analisar, através de narrativas, como os Xipayas, que têm uma singularidade própria e viviam na região da UHEBM, se expressam em face aos problemas que ocorreram, localizando os sentimentos, emoções e ações que sentiram e realizaram quanto ao processo de perda de seus modos de vida. A pesquisa iniciou com uma apresentação do histórico do projeto da obra no rio Xingu, em meados dos anos 1970. Dos primeiros estudos da bacia hidrográfica do Xingu até o início da obra de Belo Monte,passaram-se aproximadamente trinta anos e, durante esse período, muitas polêmicas e disputas  envolveram as populações atingidas, políticos, intelectuais, artistas, cientistas, ativistas e movimentos sociais. A partir dessa primeira abordagem ao megaprojeto, passei a dar ênfase à perspectiva das populações atingidas por Belo Monte, especificamente os povos indígenas Xipayas. Para tanto, foi necessário, primeiramente, conhecer melhor o universo das populações atingidas, compostas por populações urbanas, rurais, comunidades ribeirinhas e indígenas. Foi utilizada a pesquisa bibliográfica e documental, em que foi possível conhecer e reconhecer a diversidade dessas populações e, assim identificar algumas questões relevantes que não foram objeto de debate com o poder público e o empreendedor. É o que Boaventura de Sousa Santos (2006) chama de produções de não existência, ou invisibilidades. Assim, foi identificado como um dos problemas relevantes decorrentes da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte a relação entre o sofrimento sentido pelas populações atingidas e o surgimento de novos modos de vida, em que interessa inserir ao estudo a História dos sentimentos, também conhecida por História das Sensibilidades, em que o que se tem é a possibilidade de abordar algo para além do materialmente palpável, algo inserido na ordem das subjetividades. Nada mais insólito que as emoções de um indivíduo ou, o que é ainda mais difícil de compreender, de uma coletividade; isso não foi percebido como uma situação merecedora de atenção por parte do órgão fiscalizador responsável pela conceção das licenças que permitiram Belo Monte ser construída, o Ibama, isto porque não foi previsto ou discutido como uma possibilidade, nem no Estudo de Impacto Os Atingidos de Belo Monte Ambiental (EIA), nem no seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Do ponto de vista metodológico, a pesquisa revelou sua dimensão qualitativa, pois essa perspectiva é capaz de captar as intensidades fenomênicas do real em suas múltiplas determinações presentes no cotidiano. Trivinos (1987) ajudou neste esforço, ao abordar que a pesquisa com enfoque qualitativo tem o ambiente como fonte, por excelência, dos dados e o pesquisador é um sujeito importante nesse processo. Foi realizada a pesquisa documental através da análise de depoimentos em relatórios, documentários e documentos de indígenas Xipayas diretamente afetados com a construção da UHEBM, feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos e páginas de web sites. Ademais, o presente trabalho fez também o uso de análise do tipo exploratória e buscou o maior número possível de informações, sendo que o corpo documental foi composto por fontes manuscritas, documentais e impressas, isto é, foram utilizadas fontes historiográficas e hemerográficas, imprescindíveis para a compreensão do tema em estudo. A dissertação concluiu que houve uma contínua violação de direitos praticada durante a implantação do projeto, que é projetada na realidade por meio de diversos tipos de violência contra o meio ambiente e os povos Xipayas, restando apenas memórias singulares e a resistência das lutas e forças sociais. Neste campo de forças heterogêneas, a resistência é estruturante, pois forja o agendamento público da questão, denunciando para a sociedade o projeto energético brasileiro, que representa uma das facetas de mundialização do capital sobre os territórios, que ameaça o projeto civilizatório de humanidade.

  • DAVID RODRIGUES FARIAS
  • O comércio de escravizados no Vale do Tocantins/PA, 1842-1887

  • Data: 31/08/2021
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação analisa o comércio interno de escravos no Vale do Tocantins entre 1842 e 1887, uma região eminentemente escravista e com todos os elementos para o desenvolvimento de um importante comércio de escravos. Buscamos compreender  aspectos importantes desse comércio, como a naturalidade dos cativos revelada nas escrituras, a distribuição dos senhores pelas diversas localidades da região, os lugares onde possivelmente a concentração de trabalhadores escravizados foi maior, assim como as conexões que essas localidades estabeleciam entre si e com outras regiões da Província e Império brasileiro no âmbito do comércio de escravizados.  Empreendemos a construção do perfil de senhores e escravos, destacando  idades,  sexo,  preço entre outras características dos cativos, considerando também as ocupações no âmbito econômico e politico dos proprietários, e a relação entre senhores e escravizados. Abordaremos ainda as outras transações comerciais envolvendo escravos tais como, permuta, troca, hipoteca, doação, entrega, e concessão que revelam um comércio que ia além da mera compra e venda.

  • ALINE LUIZA FERNANDES GOMES
  • A GUERRA TÃO PERTO DE NÓS: REPRESENTAÇÕES DA I GUERRA MUNDIAL EM JORNAIS DE BELÉM-PA (1914-1918).

  • Data: 20/08/2021
  • Mostrar Resumo
  • A Primeira Guerra Mundial (1914-1918), se desenvolveu na Europa, marcada por disputas imperialistas entre nações do século XX. Foi um conflito essencialmente europeu, mas acabou por envolver vários países do mundo, como por exemplo, o Brasil, e até mesmo, o espaço alvo desta pesquisa, a cidade de Belém no estado do Pará. Essa cidade amazônica, mesmo estando tão distante do front não deixou de expressar em seu cotidiano, marcado pela chamada crise da borracha, reflexos desse conflito. Nesse contexto, a mobilização da imprensa foi significativa no processo de difusão das mais variadas notícias, das tomadas de decisão e posicionamentos sobre a guerra e igualmente sobre vida em Belém. A presente dissertação investiga assim, de que forma esta Guerra foi representada nas páginas dos jornais Estado do Pará e Folha do Norte, e igualmente analisa como esse evento expressou-se no cotidiano da capital paraense.

     

  • ALLAN AZEVEDO ANDRADE
  • A imprensa a serviço de Deus: os protestantes nas páginas dos jornais do Pará (1860-1890)

  • Data: 11/08/2021
  • Mostrar Resumo
  • A presente tese se propõe a analisar o protestantismo na província do Pará, entre 1860 até 1890, por meio dos discursos dos propagandistas protestantes e as repercussões geradas por estes na imprensa. Os sujeitos em questão são os missionários Richard Holden, o comerciante James Henderson e o pastor metodista Justus Nelson. Estes ganharam destaque, pois não eram apenas adeptos às religiões protestantes, mas também faziam questão de propagandeá-las nos periódicos paraenses do século XIX, gerando impactos no cenário religioso do Pará, sobretudo, ao desafiar a hegemonia católica. Além dos discursos, também procuro analisar o cotidiano tipográfico dessas publicações, isto é, os bastidores que motivavam, integravam, influenciavam e viabilizavam as mensagens protestantes contidas na imprensa periódica.

  • EDIVANDO DA SILVA COSTA
  • Nascido na guerra e para a guerra: o SESP e a interiorização da saúde pública na Amazônia
    paraense (1942 – 1945).

  • Data: 05/08/2021
  • Mostrar Resumo
  • A tese, ao longo de seus quatro capítulos, analisa as medidas adotadas pelo SESP, –Serviço Especial de Saúde Pública –, entre 1942 a 1945 e as ações sistematizadas de saneamento básico e educação sanitária na Amazônia. A reflexão intenta problematizar as variadas atividades do Serviço, que se valiam do convencimento e, ao mesmo tempo, de envolvimento dos moradores locais. Ainda que essa instituição criticasse profundamente o modo de vida e as práticas de higiene e saúde dos habitantes do interior do Pará, sem a participação dessa população com os programas da agência, o mesmo seria fadado - logo nos seus primeiros momentos - ao fracasso. Esta tese defende como argumento central a ideia de que o SESP foi fundamental para a interiorização da saúde pública na Amazônia paraense, a partir de atividades que envolviam os moradores locais nas funções de visitadoras e guardas sanitários, da construção de postos de saúde e de hospitais, da instalação de abastecimentos de água, bem como estratégias de comunicação e propagandas pelo interior do Pará.

  • MATHEUS CAMILO COELHO
  • Objetos entre contextos e significados: as coleções etnográficas do Museu Paraense Emílio Goeldi (1894-1905)


  • Data: 30/07/2021
  • Mostrar Resumo
  •  

    A presente pesquisa investiga o processo de musealização de quatro coleções etnográficas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), denominadas Lauro Sodré (1897), Henri Coudreau (1898), Frei Gil de Vilanova (1901) e Theodor Koch-Grünberg (1905). Não apenas centrada no protagonismo do coletor/colecionador e compreendendo o colecionamento como uma prática polissêmica, a pesquisa considera o contexto social e político, os interesses dos museus, a agenda científica da época, a trajetória e as concepções das comunidades produtoras e dos colecionadores, as redes de colaboração e circulação de objetos na região amazônica. As quatro coleções possuem relevância para a Reserva Técnica Curt Nimuendajú do MPEG em razão de terem sido adquiridas durante um período de reestruturação e reorganização da instituição, e também, de certa forma, por representarem três contextos diferentes de coleta de artefatos indígenas na Amazônia do final do século XIX e início do XX, protagonizados por um explorador francês, um missionário dominicano e um etnólogo alemão. O estudo dessas coleções certamente permite analisar como diferentes contextos políticos, sociais e culturais, incluindo princípios religiosos, filosóficos, científicos e as relações entre povos indígenas e coletores, atuaram na seleção (e rejeição) dos objetos que compõem as aludidas coleções.

     

     

     

     


  • GABRIEL NAPOLEAO VELLOSO NETO
  • ENTRE O NORTE E O SUL: A "TERRA DO AMANHÃ" DE JOSEPH ORTON KERBEY E A VIAGEM
    ATRAVÉS DA "CALIFÓRNIA DA AMÉRICA DO SUL"

  • Data: 13/07/2021
  • Mostrar Resumo
  • Procuro, através desta dissertação, compreender a construção de uma representação sobre a Amazônia na segunda metade do século XIX através do prisma de um agente estado-unidense que narrou suas aventuras em livros e jornais de alcance nacional nos Estados Unidos. Para tanto, primeiro procuro compreender as representações até então narradas sobre a região e os seus padrões de estereótipo, ou o cânone, por assim dizer, para entender de onde o autor partiu e o seu universo cultural para a produção de uma representação ianque para a Amazônia, a partir da concepção de Destino Manifesto do país de origem e os seus eventuais desdobramentos para a América Latina. Neste percurso histórico, deve-se perguntar: Como o contato com a natureza, a geografia e o território justificaram o discurso de dominação do país sobre a região? Que representações o jornalista produziu sobre as populações da amazônia, e sobre o seu eventual papel neste processo dicotômico entre civilização e barbárie? De que maneiras seus modos de vida foram absorvidos pelo autor, em contraponto ao modo de vida ianque? Quais relações de convívio afetaram estes encontros, considerando sua trajetória no relato analisado, da foz até a nascente do Amazonas? Pretendo, portanto, revelar o “Empreendimento do Conhecimento” exercido pelo autor que demonstre os padrões escolhidos para a representação da realidade que encontrou na Hiléia. Divido a dissertação, portanto, ao fazer este argumento, em três capítulos: No primeiro, defendo a necessidade de compreender o cânone estado-unidense de relatos de viagem sobre a Amazônia, buscando dentre eles os elementos comuns, ou como Richard Salvatore postula, o empreendimento do conhecimento que cria os estereótipos delimitados para a região próximos às preocupações político-econômicas do jornalista, assim como o desdobramentos destes na política externa estado-unidense antes e depois de Kerbey. No segundo, procuro explorar a biografia de Joseph Orton Kerbey para compreendê-lo
    como um agente imperial – A partir do momento em que reflete os interesses da pátria sobre o “outro” - no contexto de seu “lugar de enunciação” e universo cultural, proporcionando dados biográficos inéditos. E por fim, no terceiro capítulo, procuro analisar o livro 'A Terra do Amanhã: Uma exploração jornalística subindo o Amazonas e sobre os Andes para a Califórnia da América do Sul.” (1906), partindo dos elementos que dialogam com a produção do discurso estado-unidense sobre a região, assim como compreendendo o projeto particular da perspectiva do jornalista para a região.

  • DANIELLA DE ALMEIDA MOURA
  • A IMPRENSA PERIÓDICA A SERVIÇO DA REPÚBLICA PARAENSE

  • Data: 25/06/2021
  • Mostrar Resumo
  • A presente tese analisa a ideia de que a imprensa periódica estava a serviço da República no Pará, de 1886 a 1898. A pesquisa revelou que os partidos políticos possuíam órgãos de imprensa, que vinculavam notícias escritas sobre o progresso e a civilização, associadas à República, bem como, usavam litografias repletas de simbologias. Soma-se a estes eventos, a inauguração da imprensa oficial do Estado e a escolha da bandeira do clube republicano (órgão fundador do jornal A República), para representar o pavilhão do Estado do Pará. Nesta perspectiva, em que a imprensa periódica oitocentista está em foco, optou-se em investigar os jornais como fonte e objeto de pesquisa, visando estudar a imprensa em suas diversas faces, identificando-a como um veículo de comunicação, cujo fim é informar, apresentar discursos, instruir, educar e ser condutora do progresso e da civilização. Para tanto, o findar dos oitocentos foi esmiuçado, destacando o processo de urbanização e os avanços tecnológicos, a partir das diferentes perspectivas e possibilidades de pesquisa acerca da imprensa periódica. Assim, debruçou-se na materialidade dos jornais aqui investigados, buscando analisar sua estrutura editorial, entender sua produção, distribuição e circulação, pontuando as notícias mais recorrentes, interpretando as imagens da capa, verificando os usos atribuídos aos folhetins, sem perder de vista os contextos envolvidos e de que forma a sociedade recebia ou se relacionava com estas folhas diárias. Nesta investida, a imprensa periódica escrita é evidenciada como um espaço de sociabilidade dinâmico que revela o cotidiano da cidade e dos sujeitos nela envolvidos em suas múltiplas relações, em especial naqueles que estão por trás das penas, visto que neste momento variados eram os papéis daqueles que escreviam, visando entender a relação concomitante destes sujeitos nos cenários da imprensa, República e instituições. 

  • CÍCERO PEREIRA DA SILVA JUNIOR
  • Os que chegam e os que saem: memória e identidade nos deslocamentos provocados pela UHE de Estreito - MA/TO (2007-2012)

  • Data: 28/05/2021
  • Mostrar Resumo
  • Os que chegam e os que saem: memória e identidade nos deslocamentos provocados pela UHE de Estreito - MA/TO (2007-2012)

  • ALEXANDRE RODRIGUES DA SILVA NUNES
  • "A Amazônia já era...”: Operação Amazônia, da Exposição Amazônia brasileira aos PDAs: natureza e sociedade (1969-1980)

  • Data: 10/05/2021
  • Mostrar Resumo
  • Dado o golpe em 1964 os militares se viram à vontade para materializar seus planos de desenvolvimento nacional e se voltaram para a Amazônia com discursos de integração frente as ameaças de perda da soberania, para isso lançaram a “Operação Amazônia” e investiram em propagandas e outros, para congregar apoios. Esta tese de doutorado trata de analisar os discursos dos militares, intelectuais e seus pares que vão influenciar a elaboração dos planos de desenvolvimento da região amazônica, a partir da Exposição Amazônia brasileira ocorrida no ano de 1969 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que basicamente teve dois objetivos: avolumar apoios e dar legitimidade técnica e intelectual aos planos de desenvolvimento. Os relatórios e produções bibliográficas da “Operação Amazônia”, o catálogo da Exposição Amazônia brasileira e as obras divulgadas na exposição, e, ainda, os Planos de Desenvolvimento da Amazônia, foram as principais fontes utilizadas. Os discursos, bem como, definições e conceitos elaborados foram alterando conforme as necessidades dos militares e estiveram presentes nos planos de desenvolvimento. Apesar de possuírem informações das instituições de pesquisas e dos intelectuais, os militares as utilizavam quando convinham, deste modo, sociedades, natureza e desenvolvimento foram sendo redefinidos a partir de perspectivas de quem pouco conhecia a região e suas dinâmicas. A floresta dada como maior impedimento ao “progresso” fora demasiadamente impactada com a perda de percentagens expressivas e inéditas da cobertura vegetal, a economia extrativista, considerada “primitiva” não fora superada e permaneceu, os fracassos dos planos de desenvolvimento foram atribuídos, mais uma vez, a natureza e as populações locais. O legado se deu pela precarização das vidas das populações da região e aumento das desigualdades sociais.

  • JEAN PAUL GOUVEIA MEIRA
  • A MOBILIDADE SOCIAL DAS LIDERANÇAS INDÍGENAS TABAJARA E POTIGUARA NA PARAÍBA E DEMAIS CAPITANIAS DO NORTE DO BRASIL (SÉCULOS XVI – XVIII)

  • Data: 04/05/2021
  • Mostrar Resumo
  • Essa tese teve como objetivo analisar o papel desempenhado pelas lideranças Tupi, pertencentes aos povos Tabajara e Potiguara, no processo de inserção dos indígenas na sociedade colonial a partir da conquista e colonização da Capitania Real da Paraíba, e demais capitanias do norte do Brasil, ao longo dos séculos XVI – XVIII. Durante os primeiros contatos entre indígenas e colonizadores, estes últimos tiveram a necessidade de se inserir na lógica das guerras travadas entre as sociedades Tupi para contrair alianças e conquistar o território. Os europeus foram inseridos no “universo” indígena a partir das relações de concubinatos estabelecidas com as filhas dos chefes Tupi. Os acordos matrimoniais entre indígenas e colonizadores foram fundamentais para o povoamento das capitanias de Pernambuco e Itamaracá na primeira metade do século XVI. Ao longo do referido século, muitos indígenas aliados foram escravizados, e tal conjuntura fez com que os chefes indígenas reestabelecessem os acordos de paz com os colonizadores através da prestação de serviços, notadamente de guerras, para não somente evitarem a escravização da sua gente, mas, também, para a preservação das terras coletivas a partir da inserção de tais indivíduos nos aldeamentos missionários. Muitos indígenas foram protagonistas nas guerras que resultaram na fundação da capitania da Paraíba e demais capitanias do norte do Brasil, assim como na conquista dos sertões, ao longo dos séculos XVI e XVIII. A prestação de serviços resultou em inúmeras recompensas, principalmente para as lideranças Tabajara e Potiguara, as quais puderam obter mobilidade social.

  • CLAUDETE DO SOCORRO QUARESMA DA SILVA
  • MESTRES DA MEMÓRIA: Aprendizagem, Trabalho e Economia nas Artes de Miriti (Abaetetuba-PA).

  • Data: 03/05/2021
  • Mostrar Resumo
  • MESTRES DA MEMÓRIA: Aprendizagem, Trabalho e Economia nas Artes de Miriti (Abaetetuba-PA).

  • LUCIANO ANDRES SILVA GONZALEZ
  • Los Primeros Obispos de Maranhão (1677-1700): Religión, Poder y Discordias

  • Data: 19/03/2021
  • Mostrar Resumo
  • Los Primeros Obispos de Maranhão (1677-1700): Religión, Poder y Discordias”

  • RAISSA CRISTINA FERREIRA COSTA
  • “NÓS, OS EDUCANDOS ARTÍFICES PARAENSES”: PERFIL E TRAJETÓRIA DOS APRENDIZES DO INSTITUTO PARAENSE DE EDUCANDOS ARTÍFICES (1872-1905).

  • Data: 12/03/2021
  • Mostrar Resumo
  • Em 1872, era inaugurado na província do Pará o Instituto Paraense de Educandos Artífices, um projeto pensado para atender meninos desvalidos da fortuna. Idealizado com o objetivo de “livra-los das garras da pobreza” por meio da instrução voltada para o trabalho, o instituto também correspondeu a uma demanda de trabalhadores especializados em artes de manufatura que se tornavam cada vez mais necessários no contexto de crescimento fabril, comercial e desenvolvimento urbano decorrentes do auge da extração da borracha. Durante seus 25 anos de existência, esta instituição que tinha caráter de internato, abrigou centenas de meninos pobres da cidade de Belém. Saber quem eram estes meninos além de números no relatório da presidência é o objetivo deste trabalho. Privilegiando as turmas ingressantes nos quatro primeiros anos, a análise perpassa pela construção de um panorama das condições de vida destes sujeitos, durante e depois de sua passagem pelo internato profissional, sem deixar de lado as concepções que nortearam a criação do instituto. Sendo assim, utilizo de falas e relatórios dos administradores, discursos da elite intelectual a nível imperial e provincial; ofícios do diretor do instituto; jornais de orientação conservadora, liberal, republicana e eclesiástica. Também faço uso dos alistamentos eleitorais dos anos de 1892 e 1898 afim de obter informações acerca da vida adulta dos educandos egressos. De maneira geral, a metodologia aplicada é a prosopografia. Também denominada de biografia coletiva, teorizada por Laurence Stone, o foco em grupos populares é um desafio ao qual se propõe. Sua práxis exige a definição de perguntas-chaves sobre grupo/objeto, neste caso os educandos do Instituto paraense da primeira metade da década de 1870, afim de elaborar um perfil coeso. De onde eram? Quantos anos tinham? De que se alimentavam? Onde dormiam? Quais aulas frequentavam? Que ofícios aprenderam? Atuaram como artífices? Tornaram-se eleitores? Essas e outras questões formam o rol de reflexões desta pesquisa que delimita o perfil e trajetória dos alunos egressos do Instituto Paraense de Educandos Artífices.

  • TÚLIO BRENNO BRITO DE SOUSA
  • HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA: A disputa pelo mercado da cura no Pará. (1914-1924)

  • Data: 11/03/2021
  • Mostrar Resumo
  • HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA: A disputa pelo mercado da cura no Pará. (1914-1924)

  • ANNDREA CAROLINY DA COSTA TAVARES
  • “Partindo mais ou menos pobre, voltando mais ou menos rico”: A emigração de aveirenses ao Pará
    (1882-1918)

  • Data: 10/03/2021
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho analisa a emigração de portugueses, naturais do Distrito de Aveiro, ao
    Pará entre os anos de 1882 e 1918, com o qual o Pará manteve longos períodos de afinidades.
    A temporalidade sobre a qual desenvolvemos as análises é marcada por diversos e
    significativos movimentos de desterritorialização das populações mundiais, especialmente a
    europeia, conjugados ao desenvolvimento socio econômico do continente americano – e
    notadamente o regional, no Pará –, reestruturações permissivas à emigração e igualmente
    alinhadas aos interesses particulares dos emigrantes. Partindo do uso de fontes privilegiadas e
    ainda pouco utilizadas na historiografia regional – os registros de passaportes –, pudemos não
    apenas quantificar essa emigração, analisando-a sobre o prisma de outros contextos nacionais
    como São Paulo e Rio de Janeiro, como também qualificar os emigrados, dentro de suas
    naturalidades, formação profissional, condição matrimonial, faixa etária e instrução. Tendo o
    nome como fio condutor, rastreamos diversas trajetórias que materializaram os infortúnios e
    os sucessos no processo migratório. Condições aprofundadas no estudo da trajetória dos
    irmãos Amador Leite no Pará que, em uma série de solidariedades e animosidades, abalizaram
    a história da imigração portuguesa na região, retrataram a pluralidade em torno desse grupo e
    reforçaram a diversidade como marca das sociedades amazônicas.

  • MARCELO BARGE RODRIGUES
  • Aporomomboé ucár çupé (Faço com que seja mestre, e ensine a gente): missionários jesuítas e os usos da Língua Geral na Amazônia portuguesa (1622-1693)

  • Data: 02/03/2021
  • Mostrar Resumo
  • Aporomomboé ucár çupé (Faço com que seja mestre, e ensine a gente): missionários jesuítas e os usos da Língua Geral na Amazônia portuguesa (1622-1693)

  • VICTOR RUSSO FROES RODRIGUES
  • DO CÓDIGO AO CÂNONE: cultura jurídica e modernismo literário no Pará nos anos 1950

  • Data: 26/02/2021
  • Mostrar Resumo
  • O modernismo paraense na década de 1950, em suas diversas vertentes, é marcado pela
    ampla presença de estudantes de Direito e bacharéis formados pela Faculdade de Direito
    do Pará, como é o caso de Benedito Nunes, Haroldo Maranhão, Maria Sylvia Nunes e
    Mário Faustino, todos ligados ao chamado “Grupo dos Novos”. Diante dessa percepção,
    a presente dissertação tem como objetivo compreender a influência da formação
    intelectual no campo jurídico propiciada pela Faculdade de Direito do Pará para a
    construção da identidade do “Grupo dos Novos” e para o debate sobre modernidade em
    Belém nos anos 1950, percebido o entrecruzamento das letras e da cultura jurídica no
    movimento modernista paraense. Revisita-se o itinerário do modernismo no Pará,
    jogando luz para a ampliação de perspectivas propiciada pela sociabilidade no meio
    jurídico, sobretudo a partir do ambiente de cultura jurídica propiciado pela Faculdade de
    Direito do Pará. Coloca-se em evidência, a partir de referenciais da História do Direito,
    o contexto cultural e institucional vivido nessa instituição a partir dos anos de 1930 e,
    com base nos dossiês acadêmicos albergados pelo Arquivo da atual Faculdade de
    Direito da Universidade Federal do Pará, analisa-se a formação jurídica de Benedito
    Nunes e Maria Sylvia Nunes, dando ênfase aos estudos realizados em Introdução à
    Ciência do Direito e em Direito Constitucional, disciplinas ministradas pelos
    professores Daniel Coelho de Souza e Orlando Bitar, respectivamente. Nota-se que a
    Faculdade de Direito do Pará, além de um marco para a cultura jurídica regional, foi um
    ambiente que contribuiu para a formação das visões de mundo desses intelectuais,
    sobretudo por meio da formação filosófica e político-constitucional propiciada a seus
    estudantes.

  • ALINE DE KASSIA MALCHER LIMA
  • Em “auxílio dos seus”: Mutualismo espanhol numa cidade Amazônica (Belém-Pará, 1890 – 1920)

  • Data: 26/02/2021
  • Mostrar Resumo
  • Em “auxílio dos seus”: Mutualismo espanhol numa cidade Amazônica (Belém-Pará, 1890 – 1920)

  • PABLO NUNES PEREIRA
  • Os almirantes dos rios: relações sociais, poder e combate na Amazônia (1868-1924)

  • Data: 25/02/2021
  • Mostrar Resumo
  • Os almirantes dos rios: relações sociais, poder e combate na Amazônia (1868-1924)

  • CRISTIANE PINHEIRO SANTOS JACINTO
  • COMERCIANDO GENTE: o tráfico de escravizados no Maranhão (1801-1850).

  • Data: 24/02/2021
  • Mostrar Resumo
  • COMERCIANDO GENTE: o tráfico de escravizados no Maranhão (1801-1850).

  • RENATA DO SOCORRO MACHADO DE JESUS
  • Dom José Afonso: Dogma da Imaculada Conceição, visitas pastorais e a renúncia
    (1844-1857)

  • Data: 05/02/2021
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo do trabalho é demonstrar os passos do bispo D. José Afonso no contexto da reforma
    ultramontana, no período do seu bispado que inicia em 1844 e vai até 1857, no sentido de entender suas ações,
    seus esforços voltados para a promoção e propaganda da doutrina e do Dogma da Imaculada Conceição de
    Maria, assim como as visitas pastorais e a catequese, análise essa feita a partir das notícias e instruções
    expressas nas linhas de alguns jornais mais relevantes para a temática trabalhada, são eles: Treze de Maio,
    Synopsis Ecllesiastica, Estrella do Amazonas, A Trombeta do Sanctuario, Voz de Nazaré e alguns jornais de
    fora da província paraense.
    Seguindo o longo caminho da Igreja Católica, de repensar muitas atitudes perante o mundo moderno,
    assinala-se como uma recuperação da tradição e seu alinhamento, a proclamação do Dogma mariano em 1854.
    Antes da proclamação oficial, a sua doutrina e devoção é estimulada pelo mundo, e na região amazônica esse
    estímulo chega a partir dos esforços do bispo D. José Afonso, que em sua diocese demonstra estar atualizado
    aos debates mundiais acerca da doutrina dogmática e inicia a divulgação com maior ênfase do culto e devoção á
    santa Imaculada. Sua postura nos permite perceber os interesses de se manter atrelado ao que a Santa Sé
    divulga como resolução de ações religiosas, frente ao avanço da modernidade.

  • LEANDRO CALDAS DA SILVA
  • Iracema – uma Transa Amazônica. Entre a censura e a aclamação. Experiências e representações sobre a
    Amazônia (1974-1981)

  • Data: 08/01/2021
  • Mostrar Resumo
  • Em 1968, um jovem fotógrafo chamado Jorge Bodanzky se deparou com casos constantes de
    exploração sexual de meninas entre doze e quinze anos, que se prostituíam nas proximidades
    da rodovia Belém-Brasília. Nesse contexto de desigualdades sociais existentes na Amazônia,
    que, na percepção de Bodanzky, representavam contradições ao dito “progresso” que os
    militares prometeram entregar para região através do PIN (Plano de Integração Nacional), que
    o jovem fotógrafo, que havia estudado cinema em uma Universidade na Alemanha Ocidental,
    partiu para construir o projeto cinematográfico de Iracema – Uma Transa Amazônica. Um
    resultado criativo, não apenas de Bodanzky, mas também da direção de Orlando Senna e da
    produção de Wolf Gauer. Inspirado na etnoficção dos documentários de Jean Rouch e na
    verossimilhança do Neorrealismo Italiano, a obra apresenta um discurso sobre a Amazônia
    pautada nas desigualdades socioambientais causados pelo desmatamento desenfreado devido
    à liberdade de exploração concedida, principalmente, às agroindústrias pelo governo militar.
    Devido sua temática controversa, o filme foi censurado no Brasil em 1975. Durante seis anos,
    foi aclamado por críticos e festivais na Europa, enquanto no Brasil circulava de forma
    semiclandestina em cineclubes e era visibilizado nas manchetes da imprensa brasileira entre
    notícias sobre o seu sucesso no exterior e narrativas sensacionalistas que, de certa forma,
    buscavam desqualificar os realizadores do filme. Este trabalho busca compreender como
    Iracema – Uma Transa Amazônica estava inserido em conjunturas de transformações
    sociopolíticas na Europa, e como sua censura no Brasil representava uma reação às ideias
    emergentes que contradiziam as concepções conservadoras e nacionais-desenvolvimentistas
    do regime militar.

2020
Descrição
  • JULIANA DE KASSIA DE OLIVEIRA ANGELIM
  • A Nona Arte na Amazônia: Um estudo sobre a representação da cultura amazônica nas histórias em quadrinhos belenenses (2004-2017)

  • Data: 29/12/2020
  • Mostrar Resumo
  • Belém, capital do Pará e metrópole amazônica, consta como um polo produtor da forma de
    expressão artístico-cultural que chamamos de histórias em quadrinhos (“quadrinhos” ou
    “HQs”, simplificadamente). A cidade não somente é morada de quadrinistas como, com
    frequência, participa das narrativas desses sujeitos, sendo recorrentes as obras que retratam
    aspectos da cultura local/regional. Esses aspectos, longe de suscitarem uma interpretação
    única, são percebidos de acordo com as bagagens de vida individuais: as HQs sem dúvida
    remetem aos sentidos dotados pelo artista e ao seu processo de criação, mas também são
    continuamente ressignificadas a cada leitura. À vista disso, o presente estudo fundamenta-se
    na pluralidade de percepções sobre os elementos regionais/locais contidos em quadrinhos
    belenenses publicados entre os anos de 2004 e 2017. A partir da realização de entrevistas
    presenciais com artistas e do envio, via internet, de um questionário para leitores, analisamos
    como a cultura amazônica é representada nessas histórias.

  • RONALDO ALMEIDA CARNEIRO
  • Intérpretes da vontade nacional? Quais as perspectivas apresentadas pela coletânea “1964 – 31 de março: o movimento revolucionário e sua história” para o golpe civil-militar de 1964

  • Orientador : EDILZA JOANA OLIVEIRA FONTES
  • Data: 28/12/2020
  • Mostrar Resumo
  • Durante a década de 1990, os militares das Forças Armadas sentiram a necessidade de lançar, para a sociedade as suas memórias sobre o Golpe civil-militar de 1964 e os governos militares, como ferramenta para contrapor a produção historiográfica, considerada por eles “revanchista”. As forças Armadas, por intermédio da Coletânea “1964-31 de março: o Movimento Revolucionário e a sua História” se lançaram, de forma institucionalizada, na disputa pelas memórias daquele período. Essa dissertação de mestrado tem como objetivo analisar as memórias dos depoentes da coletânea buscando compreender como os militares procuram construir uma narrativa legitimadora para a deflagração do golpe, em 31 de março de 1964

  • ALAN CHRISTIAN DE SOUZA SANTOS
  • O senador militar – poder, sociabilidade e escrita de si na trajetória parlamentar de Lauro Sodré (1897-1930)

  • Data: 22/12/2020
  • Mostrar Resumo
  • A proposta deste trabalho é analisar a trajetória política de Lauro Sodré (1858-1944), um republicano
    histórico e militar paraense, conhecido pela intelectualidade e pelos posicionamentos radicais, que
    passou quase três décadas com assento cativo no Legislativo nacional (1897-1916 e 1921-1930).
    Apesar de tamanha longevidade e da colocação privilegiada nos espaços de poder, a historiografia
    dedicou pouca atenção para a atuação parlamentar do chamado senador militar. Neste sentido, a tese
    que ora apresento busca se colocar no campo da história política e contribuir para a renovação dos
    estudos dedicados à Primeira República. A ideia é compreender o perfil de atuação senatorial de Lauro
    Sodré, os principais temas com os quais esteve vinculado, como conseguiu migrar do campo político
    paraense para o da capital federal e as tensões inerentes ao seu exercício de poder. Para tanto, utilizo
    os conceitos de campo, capital, habitus, representação política e poder simbólico tais quais enunciados
    pelo sociólogo Pierre Bourdieu. Acredito que estes instrumentos analíticos favoreçam a compreensão
    tanto das regularidades e conflitos do mundo político, como dos aspectos relacionais de Sodré com
    quem legitimava o seu poder. Do ponto de vista documental, o trabalho foi constituído principalmente
    da análise, problematização e cruzamento de informações recolhidas dos Anais do Senado Federal, de
    grupo de jornais do Rio de Janeiro e Belém e da coleção de cartas pessoais do senador militar. O
    primeiro tipo documental aponta para o exercício do poder institucional, o segundo para a mediação
    entre políticos e sociedade feita pela imprensa e a terceira para as operações de escrita de si que Lauro
    Sodré utilizava. Há, na realidade, uma diversidade maior de fontes, mas estas são as principais. Em
    torno delas, estruturei o trabalho em três capítulos. Os dois primeiros são mais voltados para a atuação
    política institucional e tendem a apontar o contraditório lugar que Sodré ocupou frente ao jogo das
    hegemonias oligárquicas. O último capítulo procura dar conta da atuação do senador fora dos espaços
    oficiais de poder, onde, a meu ver, principalmente por meio da sociabilidade, mas não apenas, ele
    arregimentava as suas bases de sustentação política entre civis e militares, e, neste caso,
    fundamentalmente por meio do Clube Militar, da maçonaria e do Grêmio Paraense. Desse modo, a
    presente narrativa oferece uma interpretação acerca deste personagem e daquilo que ele reunia em
    torno de si.

  • ANNA RAQUEL DE MATOS CASTRO
  • Ciência, Política e Propaganda: a representação paraense na Exposição das Indústrias e do Trabalho em Turim (1911)

  • Data: 21/12/2020
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho analisa a representação do estado do Pará na Exposição Internacional das
    Indústrias e do Trabalho em Turim, ocorrida na Itália no ano de 1911. A análise compreende a
    problemática em torno da intenção do governo paraense em buscar estratégias que viessem a
    contribuir para o restabelecimento econômico do estado, que, em 1911, ficou historicamente
    marcado pelo alerta econômico que vivenciara, em virtude da forte desvalorização, no
    mercado internacional, do seu principal produto de exportação: a borracha. A partir da análise
    das fontes, é possível afirmar que, mesmo diante de uma conjuntura de séria crise econômica,
    o governo paraense organizou a sua melhor representação em um evento internacional,
    considerando os vultosos investimentos públicos para a participação neste certame em um
    momento onde os discursos oficiais do governo apontavam para um colapso financeiro.
    Diante disso, o principal argumento desta tese é o de que o estado forjou uma imagem de
    território em franco progresso material, moderno e de acordo com o padrão de civilização que
    a “bela época” européia exigia, utilizando a ciência, através da figura de um cientista (Jaques
    Huber) e de uma instituição cientifica (Museu Goeldi), como principal “recurso” de
    convencimento e legitimação no processo de construção da referida imagem.

  • LENON VICTOR XAVIER BRASIL
  • TAPANÃ: MEMÓRIAS E CRÔNICAS DA URBANIZAÇÃO BELENENSE NOS ANOS 1980 E 1990

  • Data: 18/12/2020
  • Mostrar Resumo
  • TAPANÃ: MEMÓRIAS E CRÔNICAS DA URBANIZAÇÃO BELENENSE NOS ANOS 1980 E 1990

  • ALMIR TRINDADE SOUZA
  • Vozes Forenses: A atuação dos Conselheiros da Seção do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PA) durante o golpe civil-militar de 1964, no Ato Institucional– AI-5 e na Lei da Anistia de 1979

  • Data: 16/12/2020
  • Mostrar Resumo
  • Vozes Forenses: A atuação dos Conselheiros da Seção do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PA) durante o golpe civil-militar de 1964, no Ato Institucional– AI-5 e na Lei da Anistia de 1979

  • WANESSA CARLA RODRIGUES CARDOSO
  • Arautos da civilização: Circuito De Livros De História Pátria No Pará (1890-1920)

  • Orientador : FRANCIANE GAMA LACERDA
  • Data: 10/12/2020
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho de tese, que está inserido no campo da História da Educação, na História do Livro, e na História do Livro Escolar e das Edições Escolares, tem como preocupação investigar o circuito de comunicação do livro escolar paraense republicano, sobretudo, livros de História, Geografia, Educação Moral e Cívica e Livros de Leitura com conteúdo de História Pátria, que circularam no ensino público primário, nos grupos escolares e escolas isoladas do interior e da capital, no final do XIX e primeiras décadas do XX. O Circuito dos livros a Pátria Brasileira (1905) e Mosaico Infantil de Virgílio Cardoso de oliveira, Paraenses Illustres (1896 e 1900) de Raymundo Cyriaco Alves da Cunha, Noções de Educação Cívica (1898) e Alma e coração (1900 e 1905) de Hygino Amanjás e Noções de História Pátria (1920), de Silvio Nascimento e Raymundo Proença, foram estudados a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da História do Livro e da Leitura e dos estudos de Robert Darnton (1990; 2010) e Roger Chartier (1999, 2007;2011), das pesquisas empreendidas sobre História do Livro e das Edições Escolares feitos por Alain Choppin (2009;2004). Seguindo as trilhas da sua produção, edição, prescrição, mecanismos regulatórios para sua seleção, aquisição e distribuição pelo estado, e seus possíveis usos no projeto de escolarização republicano em curso, bem como o entendimento das contradições que permearam esse percurso, por meio das práticas dos sujeitos desse processo, autores, livreiros, livreiros-editores, a oficialidade (diretores do ensino primário, membros do Conselho Superior de Instrução Pública, diretores dos grupos escolares e inspetores), alunos e professores das escolas primárias paraenses. Tem-se em vista o lugar ocupado pelo livro escolar com conteúdo pátrios, e a dimensão da resistência ao projeto hegemônico de escolarização no Pará republicano.

  • ARCANGELO DA SILVA FERREIRA
  • Narrativa de uma cidade encantada ou alegoria de uma história trágica: diálogos entre História & Literatura em Órfãos do Eldorado, de Milton Hatoum

  • Data: 13/11/2020
  • Mostrar Resumo
  • Narrativa de uma cidade encantada ou alegoria de uma história trágica: diálogos entre História & Literatura
    em Órfão do Eldorado, de Milton Hatoum

  • MARLEY ANTONIA SILVA DA SILVA
  • NAS CORRENTES DO ATLÂNTICO NORTE E SUL: TRÁFICO DE ESCRAVIZADOS PARA BELÉM DO GRÃO-PARÁ (1777-1841)

  • Data: 10/11/2020
  • Mostrar Resumo
  • Este é um trabalho sobre o tráfico transatlântico de escravizados africanos destinados ao porto de Belém do Grão Pará (1777-1841). Dentre os aspectos aqui analisados, está o fim do monopólio da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão e seus impactos em Belém e nas regiões que operava diretamente, com o comércio de gente tornada cativa, como Cabo Verde, Cacheu, Bissau, Angola e Mato Grosso. No período de estudo o tráfico se intensificou e elementos internos, contribuíram para o aumento na demanda de escravizados africanos, a exemplo das mortes por doenças epidêmicas, a necessidade de trabalhadores para demarcações, os motins, revoltas, o desejo dos moradores de ampliar a agricultura utilizando africanos escravizados, assim como as isenções de imposto sobre o tráfico, concedidas pela Coroa Portuguesa, impulsionaram o tráfico entre os portos de África e Belém do Grão Pará. O processo de captura e transporte de pessoas africanas tornadas escravas, os sujeitos envolvidos nas redes comerciais no litoral africano, bem como navios e sujeitos implicados na travessia atlântica, foram abordados. Se tais navios viessem de Angola a viagem era mais longa, dispendiosa e haviam mais cativos mortos, todavia, em fins do século XVIII o tráfico entre Angola e Belém se intensifica, em detrimento do comércio que era realizado com Cacheu e Bissau, os motivos dessa viragem do Norte para o Sul do Atlântico são apontados; também foram estabelecidas estimativas numéricas para estas pessoas retiradas de África. A organização e o financiamento deste comércio mereceram também análises. Para explicar esse comércio foi levantado, sistematizado e analisado um denso e extenso conjunto documental, presente em diversos arquivos, no qual buscou se deslindar diversos aspectos essa atividade comercial, e sempre que permitiu a documentação, refazer alguns caminhos, apontar um rosto, um nome, uma história.

  • OSIMAR DA SILVA BARROS
  • “Foi Algo que Nunca Aconteceu” Por Uma História Social de Castanhal (1978-1987)

  • Data: 30/10/2020
  • Mostrar Resumo
  • “Foi Algo que Nunca Aconteceu” Por Uma História Social de Castanhal (1978-1987)

  • ANDRESSA DA SILVA GONCALVES
  • As narrativas didáticas sobre as entradas e bandeiras nos livros didáticos consumidos na região norte. (1996-2016)

  • Data: 16/10/2020
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem como objetivo o estudo de coleções didáticas aprovados pelo Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) entre os anos de 1996 e 2016, tendo como objeto de estudo as narrativas sobre as Entradas e Bandeiras na literatura didática. Realizamos o esquadrinhamento de diversas coleções didáticas para determinar como a narrativa didática bandeirante se constitui na literatura escolar. Inferimos a presença de diversos saberes e perspectivas no livro didático, estas ligadas à tradição, à historiografia e a abordagens pedagógicas. Neste sentido, pudemos comprovar que, embora o livro didático se constitua em uma mescla dos mais variados saberes, um especificamente se impõe: a tradição. A narrativa sobre as Entradas e Bandeiras é exposta destacando aspectos cristalizados por uma tradição e historiografia concebida entre o final do século XIX e começo do século em XX. Tal perspectiva é delineada preponderantemente no texto principal do livro didático, sendo ainda presente na exposição da mesma temática outra perspectiva que critica esta tradição, exposta nas caixas de texto, periféricas em relação ao texto principal. Assim, detectamos duas narrativas opostas usadas para explanar o mesmo tema. Contudo, pelo espaço e destaque dedicado a narrativa presente no texto principal, afirmamos que preponderantemente é a tradição que conduz a exposição sobre as Entradas e bandeiras.

  • ROBERTO BORGES DA CRUZ
  • AGRICULTURA NO ESTADO DO GRÃO-PARÁ E RIO NEGRO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII

  • Orientador : LEILA MOURAO MIRANDA
  • Data: 14/10/2020
  • Mostrar Resumo
  • Esse trabalho abordou reflexões acerca da agricultura no Estado do Grão-Pará e Rio Negro, no último quartel do século XVIII. Tendo a metrópole portuguesa, nesse período, vivenciado significativas experiências no campo do conhecimento científico, direcionado para a prática agrícola, especialmente por meio de pesquisas de campo e da produção dos memorialistas, no âmbito da Real Academia de Ciências de Lisboa, se tratou de realizar uma história social da agricultura, permeada pelos princípios do reformismo ilustrado português. Assim, dentro de uma perspectiva social, se analisou como a agricultura passou a ser tratada pelas autoridades políticas coloniais, como os governadores e ouvidores, e ainda as relações de trabalho estabelecidas entre os sujeitos que habitavam o universo colonial, como colonos, índios e africanos escravizados, e suas respectivas relações com esse setor econômico. A agricultura também foi abordada no interior das relações de índios, colonos e africanos escravizados em face às dificuldades impostas por uma realidade geográfica constituída por densas florestas e caudalosos rios que percorriam toda extensão do Estado. Foi também analisada a administração de D. Francisco Maurício de Sousa Coutinho, governador que tentou, ao longo de seu governo, promover a agricultura, elemento fundamental para os interesses econômicos da Coroa, orientados pelos parâmetros vigentes do reformismo ilustrado português desse período.

  • GERALDO MAGELLA DE MENEZES NETO
  • Da "História do Pará" aos "Estudos Amazônicos": os livros didáticos regionais entre produções e usos (séculos XX-XXI)

  • Data: 25/09/2020
  • Mostrar Resumo
  • Em vários livros didáticos e paradidáticos regionais publicados no Estado do Pará, nas primeiras décadas do século XXI, encontramos um discurso comum de que estas obras estão “preenchendo a lacuna do regional”, apontando um suposto vazio acerca dos conhecimentos sobre a história do Pará e da Amazônia. Contudo, este discurso não é novo, pois podemos encontrá-lo também em livros publicados ao longo do século XX e em relatos de professores do Pará, que se queixam de que há poucas obras voltadas para o ensino regional. Indo em direção contrária a esta ideia bastante disseminada, esta tese de doutorado busca demonstrar que há, sim, uma produção escolar regional no Pará, desde as primeiras décadas do século XX, iniciando por aquelas denominadas de “História do Pará”, a partir de obras de Arthur Vianna e Theodoro Braga, passando por autores como Raimundo Proença, Ernesto Cruz, Jorge Hurley, Dionísio Hage até os livros mais recentes de “Estudos Amazônicos”, publicados pelas editoras Paka-Tatu, Estudos Amazônicos e Samauma. Assim, nosso objetivo é analisar o processo de produção de livros didáticos e paradidáticos regionais, publicados nos Estado do Pará, nos séculos XX e XXI, e os usos dos livros pelos professores da disciplina de Estudos Amazônicos, na segunda década do século XXI. Entendemos que o discurso do “preenchimento da lacuna do regional” trata- se mais de uma estratégia de propaganda das editoras e dos autores do que de fato um vazio sobre o ensino regional no Pará, embora reconhecendo as dificuldades das obras regionais chegarem às escolas devido à concorrência com as grandes editoras. Nossa intenção é investigar como se construíram os conteúdos escolares regionais, quais os critérios para as suas escolhas, qual a relação com os currículos escolares e a historiografia da época, quais as relações entre editores e autores. Além disso, direcionamos o nosso olhar também para os professores da disciplina regional de Estudos Amazônicos no Estado do Pará, buscando entender, a partir de seus relatos, quais fatores influenciam na utilização dos livros regionais, como os professores têm acesso a eles, quais conteúdos os professores trabalham com os alunos. Utilizamos como fontes nesta pesquisa os livros didáticos e paradidáticos regionais, entrevistas com editores, autores e professores, os sites das editoras e materiais produzidos pelos professores de Estudos Amazônicos.

  • CLÁUDIO LÍSIAS MOREIRA XIMENES
  • Um homem de “sciencias” no vale do Amazonas: etnografia no Rio Tapajós e busca por reconhecimento na obra do naturalista João Barbosa Rodrigues (1872-1909)

  • Data: 28/08/2020
  • Mostrar Resumo
  • A dissertação analisa aspectos da trajetória intelectual e profissional do naturalista brasileiro João Barbosa Rodrigues (1842-1909). Iniciada em 1872, o cientista foi comissionado pelo Governo Imperial para chefia da “Comissão de Exploração do vale do Amazonas” a fim de proceder estudos a respeito da flora e da população indígena da região. Como resultado, produziu vasta documentação botânica iconográfica, recolheu inúmeros artefatos arqueológicos, registrou o contato com diversos povos indígenas e publicou inúmeros trabalhos, entre estes, 5 relatórios relativos aos rios que visitou entre 1872 e 1875, o Tapajós, o Urubú e Jatapú, o Trombetas, o Yamundá e o Capim. Nesta dissertação iremos analisar a sua primeira viagem de exploração, realizada no Baixo e Alto Tapajós, no Baixo-Amazonas. Nesse rio, o cientista realizou extensas investigações etnográficas, discorreu sobre diversos assuntos como a origem dos “antigos Tapajós” e registrou características particulares dos sobreviventes do processo de colonização, entre eles os “Appiacás”, os “Parintintins”, os “Mauhés” e os “Mundurucús”. A partir de seus relatórios, assim como inúmeras outras publicações e fontes impressas, como jornais, revistas científicas, documentos governamentais, entre outros, tentamos reconstruir suas primeiras incursões no meio científico da época, sua aproximação com personalidades que o apoiariam em suas empreitadas – caso de Guilherme Schüch de Capanema, barão de Capanema (1824-1908) e da própria Princesa Isabel (1846-1921) –, seu esforço para ser reconhecido como homem de “sciencias” tanto no Brasil como no exterior, além de sua associação, em 1876, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). O discurso “civilizatório” desta instituição moldou suas reflexões, levando-o a pintar (literalmente) o indígena brasileiro como um ser primitivo, mas inventivo, afetuoso, habilidoso, aberto ao progresso, enfim. À documentação primária, somou-se a este texto um aporte teórico a partir da análise do discurso de Mikhail Bakhtin, entre outros autores que se debruçaram na narrativa sobre o “outro”, possibilitando um olhar mais acurado da escrita de Barbosa Rodrigues.

  • JOAO VICTOR DA SILVA FURTADO
  • Na estrada para a cadeia de São José: reforma prisional na Belém do Oitocentos (1830-1850)

  • Data: 13/08/2020
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação analisa o processo de instalação da cadeia pública de Belém no edifício de São José ocorrida em 1843. Nesse contexto, o império brasileiro passava por um processo de reforma prisional pensada a partir da Constituição de 1824 e do Código Criminal de 1830. Analisando os desdobramentos da nova política prisional na capital paraense, observamos que, internamente, as autoridades provinciais se esforçavam para conter os avanços da Cabanagem na província, fator que contribuiu para alterar os rumos das modificações prisionais empreendidas na região. Apenas nos anos iniciais da década de 1840, as reformas nas prisões ganhariam materialidade na capital e nos interiores do Grão-Pará. Num diálogo com a reforma prisional, abordamos as experiências históricas dos sujeitos que vivenciaram a prisão nesse contexto.

  • JOAO ANTONIO FONSECA LACERDA LIMA
  • "Deseja servir a Deus e este Santo Tribunal": Comissários, Notários e Familiares do Santo Ofício no Estado do Grão-Pará e Maranhão (c. 1731-1805)

  • Data: 23/06/2020
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho discute como o Santo Ofício se fez presente na Amazônia colonial, através de seus agentes habilitados. Partindo das trajetórias, evidenciaremos a edificação da máquina burocrática e o modo de atuação desta Instituição. Sem, com isso, perder de vista as trajetórias individuais dos agentes, descortinando aspectos de suas vidas e como eles se articularam com o contexto. Sendo assim, apresentaremos o descompasso que se tinha entre o perfil e a atuação esperada dos agentes inquisitoriais, expressa pelos Regimentos do Santo Ofício, e a atuação efetiva, acessível através da documentação levantada.

  • ELIAS DINIZ SACRAMENTO
  • É muito triste não conhecer o pai. A herança da violência e os familiares de Gringo, Benezinho e Paulo Fonteles

  • Data: 17/06/2020
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese faz uma abordagem sobre a violência que tomou o Estado do Pará depois do golpe militar no Brasil em 1964. Nesse trabalho analiso três casos, de três lideranças que foram assassinadas na década de 1980 por conta dos conflitos que se estabeleceram nessa parte da Amazonia por conta do modelo de desenvolvimento que se constituiu nos anos que seguiram a frente com os militares. A primeira parte do trabalho procura mostrar uma Amazônia que foi ocupada por migrantes e nesse período mais recente sendo apresentado um debate de estudos já produzidos academicamente sobre o tema, além de uma produção cinematográfica que retratou denúncias sobre a situação de diversos conflitos já estabelecidos, principalmente nas décadas de 1970-1980. A segunda parte da tese, destino falar sobre a história e memória das lutas de cada uma dessas três lideranças que marcaram de forma atuante com suas ações, os espaços onde viveram e conviveram. Procuro mostrar que Raimundo Ferreira Lima, conhecido por "Gringo", assassinado no ano de 1980 deixou um legado na região do município de Conceição do Araguaia, bem como Benedito Alves Bandeira, conhecido por "Benezinho", morto em 1984 e que teve sua atuação no município de Tomé-Açú e Acará, além de Paulo César Fonteles de Lima, que teve sua vida ceifada em 1987, foi um marco na luta pelos direitos humanos na capital paraense, região nordeste paraense e principalmente teve atuação marcante no sul do Pará. A terceira parte deste trabalho procura mostrar a herança que ficou da memória dos familiares, como lidaram com a perda, como ficaram depois das mortes, se houve ajuda do Estado, de movimentos sociais, da igreja católica, se houve algum tipo de reparação, se são revoltados, se há traumas ainda nos dias de hoje? São alguns dos questionamentos que esta tese se propõe em trazer à tona nesses tempos tão sombrios que se vive a sociedade brasileira e a própria região amazônica.

  • HERALDO MÁRCIO GALVÃO JÚNIOR
  • Quem não pode morder não mostra os dentes: modernistas e antropofágicos entre São Paulo e Belém do Pará nos anos 1920.

  • Data: 19/03/2020
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese tem por objetivo central analisar histórico-comparativamente o modernismo paulista e o modernismo paraense para compreender de que maneira o primeiro, essencialmente via o movimento antropofágico, se apropriou de uma ideia de Amazônia enquanto berço histórico, econômico, político e de tradições brasileiras. Os principais pontos mais conhecidos de entrada da Amazônia no modernismo ocorrem via Mario de Andrade, com Macunaíma, e via Raul Bopp, com Cobra Norato, isto é, por um viés relacionado ao folclore e lendas. Talvez por um excesso de cristalização ou uma miopia historiográfica, pouco se tem falado ou pensado sobre a participação de autores paraenses na construção da antropofagia e sobre a inserção da Amazônia via Oswald de Andrade a partir de sua genealogia e reminiscências, fatores que podem ter contribuído sobremaneira para a construção do movimento antropofágico e criação da Revista de Antropofagia. Nessa revista, além de haver menções à Amazônia relativas à natureza, folclore e indígenas, há a presença de autores provenientes do modernismo paraense que fogem das características regionais fundamentalmente idílicas, edênicas ou exóticas e trazem questões históricas, políticas, sociais e culturais a partir de uma perspectiva modernista e de devoração antropofágica, tornando-se um grande eixo interpretativo e de leitura do que seriam as tradições nacionais. Nesse processo de (re)descoberta da nação, a ativa participação de paraenses como Abguar Bastos, Oswaldo Costa, Clóvis de Gusmão e Eneida de Moraes geraram campos de estudos que versaram sobre revisionismo histórico, arte brasileira, religiões populares, folclore, legislação, comunismo primitivista, normatização do comportamento feminino, entre outras questões que formariam um ethos verdadeiramente nacional. A formação de um Clube de Antropofagia do Pará, com centralidade no jornal O Estado do Pará, foi importante para discussões e delineamento do movimento antropofágico nacional sob a perspectiva regional. Dessa maneira, não há como falar em modernismo brasileiro sem considerar a Amazônia na medida em que, além das discussões regionais sob um prisma nortista, entre os próprios modernistas paulistas o ângulo de leitura do país passava pelo interior do Brasil, isto é, a Amazônia possui centralidade como campo de visão da antropofagia brasileira.

  • JESSICA CRISTINA AGUIAR RIBEIRO
  • De “Terra da Macumba” a “Cidade de Deus”: as lutas de classificação, o conflito dos estereótipos e a polissemia das representações acerca da cidade de Codó-MA (1930-2000)

  • Data: 28/02/2020
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho partiu do esforço em compreender como se formulou um arquivo de imagens e enunciados, ou seja, “verdades”, que deram visibilidade e dizibilidade à cidade de Codó-MA a partir da polissemia de representações, a saber, “terra da macumba”, “cidade de Deus”. A pesquisa se embasa em fontes de arquivo-processos-crimes, fontes orais, periódicos, imagens, cartografia, audiovisuais. Inicialmente, apresento a cidade de Codó, sua história e a teia de representações que ela congrega; a partir de uma cartografia dizi/visibilizo os locais de culto, terreiros, igrejas católicas e evangélicas a fim de refletir sobre as lutas de classificações existentes na urbe. Posteriormente, a partir da história de longa duração, analiso o processo de formulação de estereótipos acerca de sujeitos e práticas, partindo da análise de Códigos de Postura, Penal, Sanitário e processos-crimes que versavam sobre “curandeiros, pajés, feiticeiros”. Por fim, investigo os mecanismos discursivos usados pela mídia impressa e audiovisual que fizeram a cidade de Codó ser conhecida nacionalmente, ou seja, que dispositivos transformaram uma pequena cidade do interior do estado do Maranhão em “capital da magia negra”. Metodologicamente, a pesquisa fora construída por uma arqueogenalogia do saber, bem como embasada no paradigma indiciário. O trabalho foi construído dentro do métier histórico, mas teve diálogo interdisciplinar com a antropologia, geografia e sociologia. Destarte, esta produção acadêmica alcançou os objetivos de compreender como uma cidade do interior do Maranhão passou a ser ao mesmo tempo material e simbólica, além de realizar uma análise de discursos e imagens que fizeram de Codó um espaço de polissemia de representações, estigmas, estereótipos e lutas de classificações, logo, fora necessário lançar mão de uma grande quantidade de fontes, métodos, técnicas e diálogo disciplinar.

  • DECLEOMA LOBATO PEREIRA
  • FOLIÕES DO AMAPÁ: FESTAS RELIGIOSAS DO EXTREMO NORTE DO BRASIL.

  • Data: 27/02/2020
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho é o resultado do estudo de um conjunto de festas de santos católicos realizadas em comunidades tradicionais: negras, quilombolas, ribeirinhas e indígena, no estado do Amapá, norte do Brasil. A partir da metodologia da história cultural e da história oral, se faz uso de fontes orais: entrevistas e narrativas memoriais de seus fazedores; bem como a tradição oral viva, as festas e as folias religiosas. O texto pretende mostrar que as festas que fazem folias consistem em um fenômeno espiralado rizomático, posto que se propagam a partir de qualquer ponto. E promovem a manutenção, a renovação e a difusão de valores, crenças e saberes na região. Apresentam sentidos e significados importantes para seus fazedores os quais explicam a continuidades dessas práticas culturais oriundas da colonização, segundo a historiografia e a memória oral. Entre esses sentidos, se destacam as concepções de herança tradicional familiar, portanto, um patrimônio cultural. Trata-se de uma noção própria visto que está associada à relação entre as gerações passadas e presentes das famílias e das comunidades. As relações sociais impõem-se como valor em si, como compromisso moral entre as pessoas e das pessoas com os santos, as santas e outros seres divinos. Discute-se na tese a construção e os conflitos de sentidos e a manutenção
    e ampliação de redes de relações e de memórias ligadas, aos grupos, às famílias e às comunidades. Esses elementos são fundamentais para a compreensão da continuidade dessas práticas tradicionais no presente como resultado de insurgências culturais populares.

  • VICTOR HUGO DO ROSARIO MODESTO
  • “COMO SE FOSSEM ESCRAVOS”? MENORES DE IDADE POBRES TUTELADOS NA AMAZÔNIA (BRASIL, GRÃO-PARÁ: 1871-1900)"

  • Data: 27/02/2020
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem por objetivo discutir as tutelas de menores de idade pobres na
    Amazônia, a partir da análise dos processos de tutelas produzidos no âmbito do juizado de
    órfãos. Ainda que estes processos sejam as fontes principais deste trabalho, é utilizado, também,
    a Legislação emancipacionistas de 1871, assim como a legislação orfanológica em vigor no
    império, seja a partir das Ordenações Filipinas ou de compilações realizadas a partir desta por
    juristas do período estudado; além de incursões pontuais em alguns jornais do período. Dividida
    em quatro capítulos, a dissertação demonstra, no primeiro, a inflexão que as tutelas sofreram
    na década de 1870, sobretudo devido ao horizonte de fim gradual da escravidão que emergiu
    com a Lei do Ventre Livre, cenário este que teve ingerência decisiva nas experiências dos
    menores de idade tutelados, além de mostrar as prerrogativas dos agentes do juizado de órfãos
    e como em decorrência da Lei de 1871 eles ganharam novas atribuições, estando envolvidos
    cada vez mais em contendas no âmbito da escravidão e da liberdade. O segundo capítulo, por
    seu turno, analisa uma peça específica dos processos de tutelas: os pareceres emitidos pelos
    curadores gerais de órfãos; demonstra-se neste capítulo quais foram as indicações realizadas
    pelos curadores em relação ao futuro dos menores que estavam na iminência de serem tutelados,
    o que foi circunscrito por apontamentos no sentido da educação, tratamento e principalmente
    dos trabalhos e serviços que poderiam ser executados pelos menores. Estes, por sua vez,
    apresentavam diferentes condições jurídicas e marcas sociais bem específicas, sendo ingênuos,
    libertos, indígenas e “livres pobres”, que devido a condição de pobreza em que viviam acabaram
    compartilhando experiências contíguas enquanto menores tutelados, o que será visto nos dois
    últimos capítulos, o terceiro versando sobre quem requeria as tutelas, além do envolvimento de
    parentes dos menores nestes expedientes, sobretudo o empenho das mães dos menores em
    conseguir formas de mantê-los consigo; mulheres pobres que mesmo em meio a uma série de
    limitações materiais e legislativas, não deixaram de lutar pela prática da maternidade. O quarto
    e último capítulo, por sua vez, trata da questão da vadiagem e dos discursos que relacionavam
    os menores a esta prática, além de apresentar as diversas modalidades de serviços que foram
    executadas por eles, sobretudo no âmbito do trabalho doméstico; por fim, busco demonstrar
    que a escravidão se tornou uma espécie de baliza para as relações de trabalho que poderiam
    ocorrer entre tutor-tutelado, ao que coevos se reportaram dizendo que os menores tutelados
    eram tradados “como se fossem escravos”.

  • LIVIA LARICA SILVA FORTE MAIA
  • "De costas para o mar”: o descaminho, a transgressão e o contrabando no comércio de cativos indígenas na Amazônia Colonial (1730-1777).


  • Data: 27/02/2020
  • Mostrar Resumo
  • A dissertação trata do comércio ilegal de escravos índios na Amazônia colonial e de como este comércio envolvia não só moradores, mas também autoridades coloniais civis e militares.


    A dissertação trata do comércio ilegal de indígenas escravizados nos sertões do Estado do Maranhão e Pará na primeira metade do século XVIII, sendo que uma das hipóteses defendida pela autora é a de que havia um liame tênue entre o comércio legal e o ilegal, como também a de que as illicitudes eram praticadas por elementos situados em todas as esferas da sociedade do estado.

  • LUCAS AYRES CARDOSO
  • O LYCEU DE ARTES E OFÍCIOS BENJAMIN CONSTANT E A FORMAÇÃO DE TRABALHADORES NO ALVORECER REPUBLICANO NO PARÁ (1891 – 1897)

  • Data: 27/02/2020
  • Mostrar Resumo
  • Objetivou-se com esta pesquisa compreender a atuação do Lyceu de Artes e Ofícios Benjamin
    Constant e a formação de trabalhadores no alvorecer da República no Pará no período de 1891
    a 1897, e investigar a atuação da Sociedade Propagadora de Ensino, criada para tentar a
    melhoria de educação pública e formação, e tendo como uma de suas principais medidas a
    criação do Lyceu de Artes e Ofícios Benjamin Constant, instituição voltada à formação de
    trabalhadores jovens e adultos no estado do Pará. A Sociedade Propagadora de Ensino foi
    fundada pelo governador do estado que também era oficial do Exército brasileiro, Lauro Nina
    Sodré, formado em Engenharia Militar e Bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas pela
    Escola Militar da Praia Vermelha do Rio de Janeiro, nos anos finais da Monarquia. Portanto, a
    Sociedade implantou um sistema de formação através de um currículo, cujo foco era o
    engendramento de uma mão de obra qualificada e o Lyceu Benjamin Constant teria que
    atender à demanda definida pela Sociedade. Neste sentido, a dissertação procura entender a
    relevância dos tipos de formações direcionadas a esta escola, analisando os currículos, perfis e
    atuação dos professores e alunos dentre outras questões importantes à compreensão acerca das
    ações e propostas dirigidas pela SPE. Na perspectiva de responder a esses questionamentos,
    utilizou-se o método prosopográfico, a partir da análise e do cruzamento de informações,
    obtidas com a documentação pesquisada, como, por exemplo, as obras raras e os periódicos
    de acervos da Fundação Tancredo Neves, e de legislação, currículos e outros documentos do
    acervo do Arquivo Público do Estado do Pará, e também das obras raras da Biblioteca Central
    da Universidade Federal do Pará.

  • KELLY CHAVES TAVARES
  • Padre Eutíquio: Clérigo, Maçom e Político no Pará do Século XIX

  • Data: 21/02/2020
  • Mostrar Resumo
  •  O objetivo desta dissertação é realizar uma fotografia histórica do padre Eutíquio Pereira da Rocha, este foi um padre nascido em Salvador, na província da Bahia a 15 de maio de 1817, e falecido na cidade de Belém, província do Pará em 20 de agosto de 1880. O padre Eutíquio vivia como padre secular e padre mestre quando migrou para o Pará em 1851, onde na cidade de Belém se tornou adepto do Liberalismo aderindo ao program político do Partido Liberal. Ele também iniciou na Maçonaria em 1857 alcançando importantes espaços de poder dentro do grupo como o grau 33, tornado Delegado do Grão-Mestre da Maçonaria da Província do Pará. A historiografia da igreja no século XX discutiu o padre Eutíquio por um longo tempo como o padre suspenso do ofício de sarcedote pelo bispo D. Antônio de Macedo Costa e tido como nunca mais restituído às ordens religiosas. Sobre isso discutiremos a ser a suspensão de padre Eutíquio motivada por questões políticas na forma de divergências com o bispo D. Antônio de Macedo Costa e validadada pelo grupo político do Partido Conservador na forma principal figura à época  o Visconde de Arari, Antônio de Lacerda Chermont, presidente de província que acatou a Portaria de Suspensão do bispo exonerando o padre Eutíquio da CAdeira de Direiro Canônico do Seminário Episcopal. Discutiremos os discursos construídos sobre o padre Eutíquio na imprensa católica de A Boa Nova , observando as construções de categorias religiosas de modo a projetar sobre ele discursos de apostasia, rebeldia, impureza e excomunhão, criando memórias sobre ele até hoje presentes no espaço social da Igreja Católica. Demonstraremos que os discursos da Igreja Católica sobre o padre legaram à historiografia da Igreja a memória do padre Eutíquio unicamente como o inimigo do bispo D. Antônio de Macedo Costa e da Romanização negando ser ele o sujeito portador de agência capaz de atuar como o sujeito de sua história e também possuindo histórias para o historiador investigar e compreender sobre uma fração da realidade religiosa e política no Pará do século XIX.

  • TAISSA CORDEIRO BICHARA
  • A Cidadania da Tolerância: As representações do Índio brasileiro nos livros didáticos de História aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (1996-2016)

  • Data: 19/02/2020
  • Mostrar Resumo
  • A dissertação tem como objetivo analisar a construção discursiva das representações sobre o Índio brasileiro nos livros didáticos de história destinados aos Anos Finais do Ensino Fundamental, publicados entre 1996 e 2016, aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e distribuídos na cidade de Belém, no estado do Pará. A investigação pauta-se pela categoria de conhecimento histórico escolar, discutida pelo campo do ensino de história. Considera, portanto, que o saber histórico na educação básica possui conformações e especificidades que lhe são próprias. Neste sentido, os conteúdos dos livros didáticos seguem a mesma lógica, de modo que as representações sobre o Índio brasileiro são conformadas de acordo com os objetivos da história ensinada. Esses objetivos são definidos pelo aparato legal e normativo expresso na documentação do PNLD, principalmente, os Editais de convocação para o processo de avaliação. Assim, a pesquisa consiste na identificação dos critérios avaliativos do processo e de que maneira estes interferem na literatura didática e no tratamento da temática indígena. Argumenta-se que as representações sobre o Índio brasileiro são pautadas pela função da histórica na Educação Básica: formar para a cidadania. Esta, por sua vez, têm bases nos preceitos de respeito e tolerância, os quais inviabilizam o protagonismo indígena nos eventos narrados pelos livros didáticos, pois a ênfase no combate à discriminação e ao preconceito étnico-racial produz um paradoxo nas histórias narradas pelos livros didáticos. O Índio brasileiro torna-se a personagem que ensina lições de respeito às diferenças e repúdio às injustiças, sendo então contemplado em sua diversidade ao mesmo tempo em que é submetido ao sistema colonial como vítima dos processos históricos.

  • LEONARDO CASTRO NOVO
  • OS ÍNDIOS NO ENSINO ESCOLAR DE HISTÓRIA DO BRASIL: SEUS LUGARES, SUAS REPRESENTAÇÕES (XIX-XXI).

  • Data: 17/02/2020
  • Mostrar Resumo
  • Neste trabalho de dissertação de mestrado para o Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia, da Universidade Federal do Pará, busco compreender, a partir de uma análise diacrônica, como o ensino escolar de História do Brasil abordou a temática indìgena em alguns momentos específicos entre meados do século XIX ao início do XXI. O objetivo principal é entender que lugar e que representações foram atribuídos aos povos indígenas, no ensino escolar de História do Brasil. Enquanto recorte temporal específico, estabeleço o período de ingresso da disciplina de história na educação básica brasileira por volta de meados do oitocentos até o ano de 2015 (ano de publicação das últimas obras didáticas analisadas). Utilizo, com fontes de análises, as propostas curriculares, a legislação educacional e sobretudo, os livros didáticos de História do Brasil, publicados no país. As obras didáticas ocupam um lugar de destaque nesta pesquisa, pela sua grande importância no processo de ensino e aprendizagem no país e coo fonte histórica nos últimos tempos.

  • FILIPE MENEZES SOARES
  • A Amazônia da ditadura: discursos, políticas e personagens na colonização do tempo presente.

  • Data: 14/02/2020
  • Mostrar Resumo
  • Amazônia da ditadura é um texto que a princípio pretende desvendar a maquinaria discursiva criada pelos militares para acompanhar a sua intervenção naquele espaço regional. O período que se estende entre 1964 e 1985 é um definidor da história amazônica, constituindo uma ruptura fundamental nas concepções sobre o território em questão. Durante esse recorte, um sem número de intervenções invadiram as fronteiras da floresta, transformando radicalmente o seu espaço e as pessoas ali residentes. Mas não considero o trabalho que aqui se desenrola uma mera expressão da história regional. Parte do intento é tentar aproximar a Amazônia das dinâmicas nacionais e internacionais. Aqui, esse esforço se traduz na maneira com que interpretamos o papel e importância da região na elaboração das políticas públicas da ditadura, seus imperativos de Desenvolvimento e Segurança Nacional. Tanto os objetivos da ditadura como o protagonismo amazônico em sua gestão, estão apresentados nos documentos oficiais que congregam os sucessivos planejamentos nacionais e, por conseguinte, da Amazônia. Por último, se o objetivo é fazer uma espécie de etnografia institucional do regime militar no Brasil, parte fundamental das análises é destacar os personagens de governo. Esses sujeitos não são apenas aqueles que ocuparam os postos de comando da ditadura, mas sobretudo os milhares de trabalhadores que se relacionaram diretamente com as políticas propostas pelos generais-presidentes. Nesse sentido, aponto a colonização dirigida como política-síntese da ditadura militar na Amazônia. Através dela, teremos contato com a perspectiva das pessoas que foram agenciadas por aquele governo para ocupar as margens da rodovia Transamazônica, apresentando os objetivos gerais da gestão militar naquele território e reconstruindo as relações entre um dado governo e uma dada população governada. Enfim, entendo, dessa forma, que o sentido comunicativo é parte fundamental dos mecanismos de legitimidade utilizados pela ditadura. Ao longo das linhas que se seguem, o leitor terá contato com uma metodologia e narrativa histórica contundente, onde separo não só os documentos de Estado como fontes, mas também um conjunto de depoimentos analisados com o rigor da história oral. Além disso, algumas fotografias também serão apresentadas e serão tratadas junto aos debates sobre a importância da cultura visual na História. Privilegiaremos então uma leitura política do fenômeno social que foi a ditadura militar no Brasil, mas também não nos esquivaremos de suas implicações econômicas e culturais.

2019
Descrição
  • MARCEL ROLIM DA SILVA
  • A Colonização Morubixaba: a construção do Principalato Indígena na Amazônia Colonial (século XVII e XVIII)

  • Data: 20/12/2019
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação se debruça sobre a construção do Principalato indígena, instituição oficializada com a publicação, em 1757, do Directorio que se deve observar nas povoaçoens dos índios do Pará e Maranhão enquanto Sua Majestade não mandar o contrário. Neste trabalho, parte-se da premissa de que a compreensão sobre quem é o Principal Indígena referido no texto do Diretório demanda a análise de um longo processo, iniciado nos primeiros contatos entre os colonizadores europeus e os povos indígenas da Amazônia nos alvores do século XVII, no qual foram condicionantes fundamentais as concepções dos índios e não-índios sobre o papel e a importância da chefia indígena, as conjunturas locais e metropolitanas, bem como a interferência dos diversos agentes que atuaram na Amazônia do Seiscentos e do Setecentos – dentre os quais se incluem as próprias chefias qualificadas como Principais Indígenas. Na apresentação desse processo, buscou-se apontar o protagonismo da chefia indígena, que se impôs a despeito das tentativas de interferência da administração colonial sobre os mecanismos de sua edificação e contribuiu decisivamente para a constituição do significado do termo “Principal Indígena”, uma invenção colonial, dando a ele existência concreta em meio às fricções entre a Política Indigenista e a Política Indígena. Além disso, o presente trabalho demonstra que a efetiva aplicação dos dispositivos do Diretório, no que tange à atuação e prerrogativas dos Principais, respaldava-se sobre diversos elementos estabelecidos pelos costumes construídos ao longo do um século e meio da ocupação portuguesa da Amazônia, mas nunca expressos em forma de legislação.

  • MARCELO FERREIRA LOBO
  • "Apesar de preto é cidadão...": Trabalho, família e mobilidade de libertos no Brasil (Grão-Pará, 1790-1910).

  • Data: 13/12/2019
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho apresenta o conjunto de experiencias de libertos no Grão-Pará ao longo do século XIX. À medida que a escravidão africana passou a ganhar folego na província paraense, foi sendo introduzida por meio de mecanismos de alforria um contingente significativo de libertos na comunidade local. Ao analisar 1.866 testamentos pude identificar significativo percentual de alforrias entre os escravos arrolados. Neste sentido, a prática da manumissão ao longo do século XIX adquiriu diversos significados de acordo com cada contexto, ainda assim pode ser tomada como uma prática da ambiguidade, de um lado reforçava o domínio senhorial e por outro criava brechas de ação, mobilidade e luta por direitos entre os egressos da escravidão. Neste sentido pude recorrer aos testamentos, registros de casamentos e batismos, assim como jornais para traçar breves trajetórias de libertos e seus respectivos processos de mobilidade. Constatei que a presença da família senhorial foi continua ao entorno da vida de grande parte destes egressos do cativeiro, o que não impedia tensões entre estes. A liberdade vivenciada por libertos possuía limites conferidos por estruturas matizadas pela escravidão, racialização, hierarquias, a possibilidade de retorno ao cativeiro, na contramão eles tomavam rumos de distanciamento da antiga condição ao recriar suas identidades, ingressando em redes verticais de solidariedade, também teciam solidariedades com escravos criando redes de proteção. Longe de viverem apenas sob os signos da precariedade, a participação da população de libertos e seus descentes na sociedade paraense oitocentista conferia novos sentidos para a noção de cidadania, como destacou uma nota publicada em 1857 no jornal Diário do Gram-Pará ao ironizar a ascensão de um liberto no interior da província, pois segundo o articulista; “apesar de preto, é cidadão”.

  • MAURILA BENTES DE MELLO E SILVA
  • EM DEFESA DE UMA CIDADE DE LANDI E DE LEMOS: Augusto Meira Filho e suas memórias

  • Data: 28/11/2019
  • Mostrar Resumo
  • A partir da análise do arquivo pessoal e obras publicadas por Augusto Meira Filho, a presente tese busca traçar a trajetória do engenheiro a fim de montar o quebra-cabeças da vida de um homem multifacetado que percorreu inúmeros caminhos como técnico, memorialista, político, escritor, poeta, jornalista, preservacionista e dedicado à valorização do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico de Belém do Pará. Partindo de obras do biografado, como Evolução histórica de Belém do Grão-Pará: fundação e história, 1616-1823, apresenta a fundação e história da cidade; realça as marcas deixadas na urbe pelo arquiteto bolonhês Antônio José Landi, em especial a construção do Palácio e Residência dos Governadores do Grão-Pará, momento em que entra em cena o livro O Bi-secular Palácio de Landi, e as descobertas de um outro Landi refletido na obra Landi, esse desconhecido: o naturalista. São estudos que possibilitam entender uma dada ”cultura histórica” em que o autor procura capturar um passado da cidade.

  • ADRIANO CRAVEIRO DE OLIVEIRA
  • Trabalhadores na Primeira República no Pará (1860-1930): estudos sobre organizações e greves de uma classe em formação.

  • Data: 04/11/2019
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo historiográfico pretende analisar e interpretar as instituições e as greves trabalhistas para elaborar a história do movimento operário na Primeira República brasileira no Estado do Pará. Nesse sentido, procurou-se investigar as sociedades mutualistas, os sindicatos, o motim de protesto e as greves na perspectiva da formação da classe operária. Dessa forma, o estudo em questão se pautou pela pesquisa das culturas operárias e pelo registro histórico das identidades operárias.

  • PATRICIA CARVALHO CAVALCANTE
  • LABIRINTOS DE RIOS E GENTE HISTÓRIA SOCIAL DA POPULAÇÃO EM ANAJÁS (1890-1920).

  • Data: 01/11/2019
  • Mostrar Resumo
  • O processo de imigração para a Amazônia, durante o período de auge dos preços da borracha no mercado internacional, foi marcado pela entrada significativa de imigrantes provenientes das mais diferentes paragens. Neste sentido, com este estudo procuramos observar o cenário da economia gomífera no Marajó; perceber a relação entre a dinâmica populacional e a economia gomífera marajoara, observar a população e produção da borracha no Marajó nos períodos de auge e decadência da borracha no mercado internacional. Dentro do espaço denominado “Marajó”, delimitamos a pesquisa em Anajás, município localizado no centro do arquipélago do Marajó, que surge como freguesia no ano de 1869 subordinada ao município de Breves; em 1870 passou a ser denominado Menino Deus do Rio Anajás. Anajás, a partir do século XIX, tornou-se um dos maiores produtores de látex do Pará na região das ilhas, constituindo um polo de atração para homens e mulheres em busca de riqueza e trabalho na então emergente e pujante economia gomífera. O movimento das pessoas que fizeram de Anajás um dos maiores expoentes da economia gomífera marajoara é o grande mote deste trabalho.

  • LUIS RIBEIRO DA ROCHA
  • TERRAS DE MANDO, DOMÍNIO DO PATRONATO NO PARÁ: A grande propriedade e o Núcleo Sindical da Região do Tocantins.

  • Data: 01/11/2019
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação é direcionada ao estudo do patronato rural no Estado do Pará com abordagem específica sobre o Núcleo do Tocantins que junto com outros nove núcleos regionais corporificam a presença da Federação da Agricultura do Estado do Pará – FAEPA em quase todos municípios do vasto território paraense. O estudo busca compreender as motivações que levaram à criação do Núcleo. Para essa compreensão foi necessário abordar um a história da FAEPA no Estado e as motivações que induziram seu processo de descentralização, momento em que a Federação estende seus “tentáculos” para o interior do Estado. A descentralização ocorreu como estratégia para conter o avanço das organizações dos movimentos sociais, em especial o Movimento dos Sem-Terra - MST que cotidianamente lutam pela posse da terra no interior da Amazônia. A criação do Núcleo meses depois do Massacre de Eldorado dos Carajás, reforça a tese de que a classe patronal rural do Tocantins resolveu se fortalecer para fazer front a tais movimentos sociais. Através de documentações produzidas por estes núcleos e entrevistas com agentes envolvidos neste processo foi possível entender que esse avanço em direção ao nordeste paraense causou certo “temor”, gerando “medo” do “fantasma” – invasões que rondavam o setor rural paraense. Este estudo demonstra também a forma como o Núcleo está dividido do ponto vista da produção no campo, evidenciando as diferenças e semelhanças entre os municípios que constituem no Núcleo do Tocantins. A partir desse levantamento foi possível delinear o perfil social da classe patronal rural que compõe o Núcleo e como estão distribuídos e organizados em torno do setor produtivo no campo.

  • MARCOS FELIPE DE LIMA MONTEIRO
  • A Companhia Geral do Grão -Pará e Maranhão e a política Josefina para a Amazônia

  • Orientador : JOSE ALVES DE SOUZA JUNIOR
  • Data: 01/11/2019
  • Mostrar Resumo
  • A Companhia Geral do Grão -Pará e Maranhão e a política Josefina para a Amazônia

  • LAISA EPIFANIO LOPES
  • SONORIDADES URBANAS: A Produção, Circulação Fonográfica e Crítica Musical Em Belém De 1975 A 1989.

  • Data: 27/09/2019
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação objetiva destrinchar a atuação dos sujeitos que participaram do mercado fonográfico de Belém entre os anos de 1975 a 1989. A principal questão aqui levantada é discutir como as relações entre os sujeitos que compunham o mercado fonográfico local e nacional abriram espaço dentro do mercado de consumo para determinados gêneros musicais e artistas emblemáticos, cujos êxitos consolidam o mercado regional na década de 1980. O mercado fonográfico de Belém se inicia com a criação do estúdio Erla, da empresa de som Rauland, em 1975. Esse evento, marco inicial das gravações de áudio na cidade de Belém, e facilitou a gravação de artistas populares da cidade, ocasionando uma eclosão de gravações diversas e empreendimentos de áudio e fonografia no estado. Assim, pretende-se analisar as seguintes questões: Como foi construído um mercado fonográfico local? De que forma ele se comportava e como os indivíduos que trabalhavam nele interagiam entre si e outros espaços musicais? Como eram as redes de interações não apenas artísticas, mas empresariais? Como eram definidas ou se davam as tendências musicais? Quais e como os gêneros musicais eram trabalhos nesse mercado? O corte cronológico se justifica pelo citado marco da introdução de empreendimentos fonográficos na cidade até o período de efervescência desse mercado na década de 1980. Desse modo, trata-se de entender as relações e interações artísticas e mercadológicas que se deram naquele momento em Belém, e como essas interações se comportavam nos âmbitos locais, nacionais e transnacionais.

  • PRISCILA FERREIRA BENTES
  • Registros devocionais: iconografia e memória nas ruas de Belém (1950-2018)

  • Data: 27/09/2019
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo sobre os registros devocionais da cidade Belém. Tem-se como ponto de partida os registros devocionais localizados nos bairros Cidade Velha, Jurunas, Batista Campos e Campina, o núcleo urbano mais antigo da capital paraense. A partir dos registros e da sua relação com os sujeitos, realiza-se uma análise iconográfica, promove-se uma reflexão sobre estes objetos como manifestação da religiosidade popular e estuda-se sua natureza sociossimbólica, além de compreendê-los como artefatos de valor memorialístico, patrimonial e urbano. Como metodologia de pesquisa, adotou-se a construção de um itinerário urbano espacial, entrevistas com os sujeitos que habitam os imóveis, realização de registros fotográficos e mapeamento, somados a uma reflexão teórica acerca de temas como iconografia, religiosidade popular, sistema simbólico, memória, patrimônio e urbanidade. Tomam-se como fontes para esta pesquisa os registros devocionais, os sujeitos, jornais impressos e obras literárias.  A partir desta experiência de pesquisa, é possível concluir que os registros devocionais são expressões de natureza religiosa, mediadores de sentido social e memorialístico e produto sociocultural no ambiente urbano. 

  • CARLOS DENIZAR DE SOUZA MACHADO
  • FESTEJOS DO ABOLICIONISMO: Tecendo memorias e representações da liberdade em Belém (1881-1888).

  • Data: 26/09/2019
  • Mostrar Resumo
  • As festas do abolicionismo enquanto tema historiográfico traz à tona o debate da liberdade numa perspectiva de compreensão de símbolos, alegorias, rituais em meios a cortejos e reuniões em que diversos sujeitos estabeleceram escritos e memorias em torno do processo de liberdade no Brasil.

    As festas constituíam uma das estratégias no qual parcelas da população que não estavam envolvidas nos processo decisórios da política passaram a se identificar e transitar em torno da causa da liberdade. Para Walter Fraga filho[1], o escravismo se constituiu elemento comum de insatisfação das camadas urbanas. No Pará, especificamente em Belém, estas comemorações foram amalgamadas a uma variedade de ações que associavam ideias como patriotismo, construção de uma nacionalidade, subscrição popular, ato de caridade e filantropia num discurso de “regeneração social” do “redentor” que beneficiava o redimido, empregando um caráter amisto e até mesmo piedoso para estas comemorações, o que Seymourd Drescher classificou como um “batismo da liberdade”.

    Os festivais da liberdade estiveram entre as considerações, reflexões e temas da historiografia da abolição que elencava a festa como componente demarcador da adesão popular e do “clima” que estava em volto à Campanha Abolicionista.

    Neste trabalho, analiso as comemorações como eixo catalisador que possibilitou a formação de um repertório em torno do processo de liberdade, perspectiva de criar sentidos e significados a rituais, interação de redes de informações e de sociabilidades entre diversos grupos sociais que usaram repertórios morais com temática humanitária e piedosa, sobre tudo, um ato político.



    [1] FRAGA Filho, Walter. Encruzilhadas da liberdade: Histórias e trajetórias de escravos e libertos na Bahia, 1870-1910. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Tese (doutorado). Orientador: Robert W. Slenes. PP 41-97.

  • ROSA MARIA LOURENÇO ARRAES
  • O Palácio Antônio Lemos: história, Arte e representação do poder em Belém do Pará (Século XIX e XX).

  • Data: 30/08/2019
  • Mostrar Resumo
  • Este estudo desenvolveu uma investigação e sistematização da história do Palácio ANTONIO Lemos, conhecido como “Palacete Azul”, monumento central do poder executivo do município de Belém. Os estudos compreenderam uma análise deste monumento histórico, avaliando sua construção, percorrendo sua trajetória e a presença dos homens que estiveram no poder executivo municipal ao longo destes 136 anos. O período estudado estabeleceu-se considerando desde o planejamento e posterior construção, até a exposição realizada em 2013, que foi parte das efemérides dos 100 anos de morte de Antonio Lemos. Evidenciamos os anos de construção, os agentes que contribuíram para a mesma, sua inauguração em 1883, a posse do intendente ANTONIO Lemos em 1897, as festas cívicas, que aconteciam em frente ao palácio, e as restaurações de 1900, 1911, 1926 e 1973. Esta última chama a atenção por ser a que recebeu os restos mortais do Intendente Lemos, que vieram para o Palácio e foram inumados ali, ano também em que a denominação de Palácio Antonio Lemos se consolidou, pois, anteriormente era chamado de Palácio Municipal ou Palacete Azul. Destaque maior ainda teve a última grande restauração feita de 1989-1994, quando o palácio também se transforma em um símbolo da arte, ao abrigar o Museu de Arte de Belém (MABE), que dentre várias ações inventariou, tombou e ampliou o acervo da antiga Pinacoteca Municipal, consolidando a coleção no Palácio e se transformando em uma referência nas artes na cidade de Belém. O Palácio representa um lugar da memória, um lugar das práticas culturais e com isso podemos inferir que este monumento histórico, pelos aspectos da trajetória percorrida e por todos os outros que ele representa e absorveu em seu repertório historiográfico, se constitui como um símbolo do poder e da arte, por abrigar a sede do executivo municipal e a maior coleção de artes sobre a cidade de Belém.

  • MACKENDY SOUVERAIN
  • Arthur de Gobineau aux tropiques : la réception des pensées raciales du théoricien français au Brésil e en Haïti (1880-1930)

  • Data: 12/08/2019
  • Mostrar Resumo
  • No contexto da disseminação do pensamento racial no século XIX e início do século XX, muitos países ocidentais inciaram a construção de suas identidades nacionais. Para isso, homens de letras e cientistas começaram a estabelecer uma classificação que englobaria todas as populações humanas em vista de um ideal civilizatório nacional. O presente estudo, intitulado “Arthur de Gobineau aux tropiques: recepção dos pensamentos raciais do teórico francês no Brasil e Haїti (1880-1930)” analisa esse processo em dois países das Américas com grandes contingentes de pessoas “de cor”. Estes, apesar de suas recepções divergentes do pensamento raical em voga na época, baseado na idéia de pureza, fizeram da miscigenação as principais características de seus povos. A miscigenação, tão marcante no Brasil e, a um grau menor, em Haiti, seria uma resposta ao racismo através de uma reinterpretação, uma adaptação ou uma total rejeição das teorias raciais vindas da Europa. Pretende-se mostrar aqui o quanto pensadores brasileiros e haitianos debruçaram-se sobre o fenômento da miscigenação para compreender a complexidade da “mistura” de culturas e pessoas de diversas origens, reultante da dinâmica de uma primeira globalização entre os séculos XVI e XVIII.

  • FABIO TADEU DE MELO PESSOA
  • “AO CRISTÃO É PROIBIDO TER MEDO” A Trajetória da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Sul e Sudeste do Pará durante a Ditadura Militar (1975/1985).

  • Data: 05/07/2019
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho se propõe a discutir a trajetória da Comissão Pastoral da Terra no Sul e no Sudeste do Pará durante a ditadura militar, entre 1975, ano da fundação da CPT, até 1985, marco para o fim do período militar. Meu argumento é o de que a criação da Comissão Pastoral da Terra é parte de um processo de longa duração de atuação política da Igreja Católica no Brasil, ainda que os discursos de religiosos adeptos de uma linha mais conservadora, políticos e militares acreditassem que o papel dos religiosos seja o de “cuidar da sacristia”. A CPT foi fundada num momento em que os projetos de intervenção econômica a partir do uso dos recursos naturais da região amazônica teve impactos decisivos nas formas de apropriação e de trabalho relacionados à terra, modificando as relações sociais e gerando, como consequência, a concentração fundiária e inúmeros conflitos agrários. Por um lado, a violência física e simbólica cometida contra camponeses e religiosos marcou as dinâmicas sociais e políticas dessa região, no período aqui analisado. Em contraposição, a CPT contribuiu com a constituição de uma cultura política da resistência, fundamentada em práticas político-litúrgicas surgidas nas relações estabelecidas entre religiosos, agentes pastorais e sujeitos sociais atuantes nas Comunidades Eclesiais de Base, no Movimento de Educação de Base, nos Sindicatos de Trabalhadores Rurais e nos espaços religiosos que foram ressignificados a partir de determinadas interpretações acerca da natureza, da terra e do trabalho enquanto “bem comum”, influenciadas por um “cristianismo de libertação”, cuja radicalidade de pensamento vai à raiz de uma ideia segundo a qual a terra é uma criação de Deus e que por isso não pode ser separada de quem nela trabalha. Procurei também analisar a trajetória da CPT a partir da constituição de um campo político-religioso da luta pela terra, marcado pelo encontro, ainda que por vezes contraditório, entre intelectuais, religiosos, militantes de esquerda, advogados e camponeses.

  • MARCIMIANA DE OLIVEIRA SILVA FARIAS
  • ÍNDIOS, AGENTES PÚBLICOS E AS TERRAS DO ALDEAMENTO DE SANTA TEREZA DO ALTO TOCANTINS (Província do Pará, décadas de 1840-1860)

  • Data: 05/07/2019
  • Mostrar Resumo
  • Torna-se nítido o crescimento de estudos a respeito dos aldeamentos indígenas do século XIX. Em virtude disso, esse trabalho pretende contribuir ainda mais com essas pesquisas, haja vista que se este se propõe analisar o aldeamento de Santa Tereza na Província do Pará, no período de 1840 a 1860. Cabe ressaltar que este foi considerado pelas autoridades como um dos aldeamentos mais prósperos do Alto Tocantins. Além disso, a investigação objetiva analisar as relações e conflitos que cercavam esse projeto de “Civilização Indígena”, produção agrícola e mão-de-obra. A dissertação teve como alicerce uma vasta documentação que constitui diversos aspectos a respeito de Santa Tereza, como também do projeto imperial como um todo. Entre as documentações utilizadas estão os Relatórios dos Presidentes de Província, os Anais da Câmara dos Deputados, as Correspondências dos Presidentes de Província e os Relatórios preenchidos pelos Capuchinhos dentro dos aldeamentos. Esses documentos representam um importante espaço de discussão em torno do assunto, nos permitindo perceber os resultados da política de implantação das colônias indígenas na província, bem como as diferentes percepções relacionadas ao tema. Salvo estes documentos, a pesquisa se respaldou de textos teóricos que abordam o tema aldeamento no que se refere ao âmbito nacional e regional, especificamente a área amazônica quanto ao surgimento dos povoados, a organização e o cotidiano da população desses lugares. Pode-se concluir que nos aldeamentos do Alto Tocantins, particularmente Santa Tereza, houveram vários conflitos entre índios, autoridades e missionários, de inúmeras ordens como religiosa, de costumes, de demarcação de terras e de aceitação. O que se faz necessário um maior número de estudos a respeito do assunto para que dessa forma haja uma compreensão melhor sobre o processo de aldeamentos indígenas no século XIX.

  • BÁRBARA DA FONSECA PALHA
  • ESCRAVIDÃO DE ORIGEM AFRICANA EM BELÉM: UM ESTUDO SOBRE DEMOGRAFIA, MESTIÇAGEM, TRABALHO E LIBERDADE (c. 1750- c. 1850)

  • Data: 27/06/2019
  • Mostrar Resumo
  • Como resultado do afluxo de africanos no Grão-Pará, principalmente devido a atuação da Companhia de Comércio (1755-1778) no tráfico transatlântico, atividade comercial que adentrou o século XIX, levada adiante pela iniciativa particular, sendo praticada mesmo em um contexto de ilegalidade, defendo que houve em Belém entre cerca de 1750 a 1850, um processo de formação e consolidação da escravidão urbana de origem africana. A demografia, a mestiçagem e os mundos do trabalho urbano foram influenciados por este sistema escravista. A demografia da população apontou que em termos percentuais, o grupo de habitantes escravos configurou-se como quase metade da população urbana no setecentos. Adentrando o oitocentos, africanos e afrodescendentes escravizados tornaram-se a maioria dos habitantes da capital, dinâmica demográfica influenciada por fatores como migração, nascimentos e mortes. A participação de africanos no processo de mestiçagem, deu origem a uma população citadina cada vez mais negra e mestiça, classificada de acordo com os termos de cor/qualidade que demarcavam, além do fenótipo, as barreiras sociais, políticas e econômicas impostas a sujeitos libertos e cativos. Os mundos do trabalho urbano estiveram permeados pela mão de obra cativa, que concorria com trabalhadores livres e libertos no mercado de trabalho, além de direcionar os mecanismos de controle social dessa população dentro e fora do trabalho. Paralelo ao processo de formação da escravidão urbana, a busca pela liberdade sempre foi uma constante daqueles que vivam em cativeiro, e o próprio sistema escravista criava os meios de impedimento e ao mesmo tempo os de alcance da alforria, caracterizando as ações de indivíduos escravizados dentro da perspectiva da autonomia e da margem da negociação.

     

  • VIVIANE PATRICIA FITZ GERALD FRAZAO
  • “AVE LIBERTAS!”: UM ESTUDO SOBRE O ABOLICIONISMO A PARTIR DA ASSOCIAÇÃO FILANTRÓPICA, CLUB PATRONI E CLUB AMAZONIA (1881-1888)

  • Data: 24/06/2019
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação apresenta a atuação de três sociedades abolicionistas que (re) apareceram na cidade de Belém com o intuito de solucionar a questão servil nos últimos anos da escravidão no Brasil. O Club Patroni, a Associação Filantrópica de Emancipação de Escravos e o Club Amazônia (re) apareceram num momento de popularização do abolicionismo nas diferentes partes do império. Com base nos periódicos que circulavam na cidade de Belém apresento a forma de atuação por meios das atividades realizadas por estas agremiações. Como estavam organizadas em termos estruturais, sua forma de pensar a liberdade escrava e as estratégias pelas quais procuravam auxiliar na entrega das alforrias estabelecendo semelhanças e diferenças entre elas. Por fim, a materialidade da sua atuação por meio da entrega de cartas de alforria nas festas abolicionistas realizadas para esse fim, bem como a entrega de liberdade por parte dos particulares. Nesse sentido, pensando o perfil emancipador presente nas mesmas no que diz respeito a liberdade dos escravos dentro dos meios legítimos e legais respeitando o direito à propriedade senhoril.

  • RAIMUNDO AMILSON DE SOUSA PINHEIRO
  • Em nome dos Direitos Humanos: História, movimentos sociais e democratização no Pará (1975-1985)

  • Data: 17/06/2019
  • Mostrar Resumo
  • Essa tese se insere na História Social dos direitos humanos na Amazônia entre 1975 e 1985. A pesquisa tem como objetivo mostrar que os direitos humanos no Pará foram a mais importante linguagem utilizada pela sociedade civil para aglutinar os movimentos sociais na luta contra o regime militar e a principal bandeira para a volta do Estado democrático de direito. Desse modo, a tese se dedica ao estudo da história da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, que passou a se utilizar, de forma vanguardista na história brasileira, de uma noção ampla de direitos humanos pelo viés mais social. Demonstrar que em que pese todo o avanço das legislações internacionais e nacionais em relação aos direitos humanos, sobretudo, a partir da segunda metade do século XX, no pós II Guerra Mundial, não havia na Amazônia um consenso em relação a esses direitos, e que a luta da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e seus principais núcleos, tinham um papel decisivo nas disputas culturais em relação ao lugar dos direitos humanos nessa sociedade. Numa história que mesmo com a participação da Igreja Progressista tenha sido essencial como apoio, na Amazônia, a sociedade civil, através da militância nos movimentos sociais do campo e da cidade, foram mais decisivos. Deram início a uma prática social e política inovadora no campo dos direitos humanos no Brasil, criando um importante instrumento de luta social que ampliou a própria noção dos direitos humanos.

  • PAULO SERGIO DA COSTA SOARES
  • 1968, O MOVIMENTO ESTUDANTIL NA UFPA: MEMÓRIA E HISTÓRIA DE UMA GERAÇÃO

  • Data: 14/05/2019
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo tem como objetivo pensar sobre o processo de ações políticas e sociais no movimento estudantil acadêmico da cidade de Belém, no ano de 1968, no Pará-Brasil. Este trabalho também pretende analisar o governo militar de Costa e Silva na Universidade Federal do Pará e as particularidades do movimento estudantil em um contexto em que o presidente endureceu o diálogo com os estudantes, mas estes mantiveram seus atos de protesto. A juventude buscou novos espaços de atuação, demandando uma agenda política, social, econômica e educacional. O estudo teve como fontes as memórias nos jornais universitários, documentos e entrevistas disponíveis no repositório de mídia. Assim, este trabalho pretende catalogar a história do movimento estudantil e da própria instituição.

  • CLAUDIA SUELY DOS ANJOS PALHETA
  • AMAZÔNIAS DESFILADAS: A CARNAVALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA NOS DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA NO RIO DE JANEIRO E EM BELÉM DO PARÁ. (1955 - 2016)

  • Data: 10/05/2019
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa investiga a Amazônia enquanto tema de desfiles carnavalescos realizados pelo grupo principal (especial) das escolas de samba nas cidades do Rio de Janeiro e de Belém do Pará, entre 1955 e 2016. O problema consiste em ver os desfiles de tema amazônicos como histórias amazônicas escritas pelo carnaval. Adota a proposta de carnavalização de Mikhail Bakhtin (1999), enquanto transposição, pelas linguagens da arte, das formas concreto-sensoriais-simbólicas, estabelecidas pela cosmovisão carnavalesca, fazendo de enredo, samba de enredo, fantasia e alegoria, enquanto linguagens textuais, sonoras e visuais dos desfiles, as vias para a defesa de tal carnavalização. Reúne a “Teoria da Formatividade” (PAREYSON, 1993), em que formas formantes do processo criador caminham em direção à forma formada, no final do processo, à práxis criadora do carnavalesco, diretamente influenciada pela vocação mitológica do imaginário presente na região, enquanto experiência estética rica de sensibilidade e emoção (LOUREIRO, 2000). Percorre os diversos tempos existentes dedicados para os desfiles, nas perspectivas de Alain Corbin (2001), unindo trabalho e lazer e de Jacques LeGoff (1996), para quem a imaginação colabora para a criação de tempos passados e futuros. Utiliza as fontes a partir do lugar privilegiado da pesquisadora, imersa nos universos carnavalesco e amazônico. Segue as diretrizes da Nova História Cultural no diálogo com outras ciências, para acionar o uso do método-gráfico-caleidoscópio (PALHETA, 2015) para ver, ouvir e sentir as fontes, enquanto reveladoras de problemas e possibilidades. Apresenta uma história registrada por predominâncias de abordagens em consonância com contextos históricos, sociais e culturais do país e da região. Toma dois desfiles para exemplificar a tese de carnavalização da Amazônia, identificando processos formadores e aspectos amazônicos que predominaram nestes desfiles. A Amazônia se carnavaliza por meio de técnicas e experiências concretas, sensoriais e simbólicas que envolvem artistas carnavalescos, em experiências, que reverberam a história da Amazônia em enredos, sambas de enredo, alegorias e fantasias.

  • GIL VIEIRA COSTA
  • ARTE EM BELÉM, DO ABSTRACIONISMO À VISUALIDADE AMAZÔNICA (1957-1985): TRANSIÇÕES MOVEDIÇAS E TENSÕES GLOBAIS

  • Data: 30/04/2019
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa trata das artes visuais no campo artístico especializado em Belém, especialmente no período compreendido entre 1957 e 1985. Esse período marca, na cidade, o contato e a absorção de valores e práticas das correntes artísticas internacionalistas, como o abstracionismo modernista, as vanguardas pós-modernas e a chamada arte contemporânea. O modo como o campo local estabeleceu relações de abertura e resistência a essas correntes é estudado a partir das teorias da colonialidade. Habitualmente, as décadas de 1960 e 1970 são vistas como o momento em que a arte contemporânea se estabeleceu mundialmente, por isso essa tese pode ser entendida como uma narrativa de ‘história da arte contemporânea’. Em Belém, a consolidação desse paradigma artístico foi vivenciada a partir de transições movediças – lentas, descontínuas e vacilantes – em que houve uma evidente disputa entre valores globais e práticas locais. As tensões entre ‘global’ e ‘local’, na arte produzida na cidade nesse período, condicionaram o surgimento de projetos artísticos importantes e ainda pouco conhecidos e debatidos. Para muitos desses projetos, as ideias e imagens de Amazônia eram componentes fundamentais – tema que pode acrescentar novas informações e abordagens ao debate sobre ‘arte brasileira’ naquelas décadas.

  • FREDERIK LUIZI ANDRADE DE MATOS
  • O comércio das "drogas do sertão" sob o monopólio da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão (1755-1778)

  • Data: 16/04/2019
  • Mostrar Resumo
  • A instituição da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão em 1755 visava suprir duas demandas: a introduaçao de cativos africanos e como consequência fomentar o comércio. Entretanto, uma das grandes preocupaçoes da empresa monopolista se dava com a introduçao dos gêneros amazônicos, mais conhecidos como “drogas do sertão”, sendo o cacau o mais famoso deles, nos circuitos mercantis e europeus através dos leilões que a referida empresa realizava a partir da chegada desses produtos no Reino. O presente trabalho busca analisar o comércio realizado em Lisboa com esses produtos. Partimos do argumento de que esses gêneros eram arrematados por um grupo mercantil mais extenso de negociantes portugueses e estrangeiros, que também tinham por intuito inserir tais produtos nos mercados externos a Portugal. Para isso se valiam de suas redes de negócio já constituídas, aplicando seus cabedais na arrematação dos produtos nos leilões. Uma parte desse grupo se valia dos privilégios de estarem imbuídos na administração da referida empresa para açambarcarem esses gêneros, realizando o comércio de grosso trato.

  • WANIA ALEXANDRINO VIANA
  • GENTE DE GUERRA, FRONTEIRA E SERTÃO: ÍNDIOS E SOLDADOS NA CAPITANIA DO PARÁ (PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII)

  • Data: 25/03/2019
  • Mostrar Resumo
  • Este estudo trata das medidas adotadas pela Coroa portuguesa para a defesa da capitania do Pará durante o reinado de D. João V (1707-1750). Insere-se, sobretudo, na análise da problemática em torno da manutenção e provimento de tropas necessárias para a efetiva defesa de território. Afirma-se que do ponto de vista das forças legais – companhias de ordenanças, regulares e auxiliares – o sistema defensivo da capitania foi frágil durante todo o período analisado. Em decorrência disso, o principal argumento desta tese é que a atuação e participação indígena nas atividades militares qualificaram a tropa lusa e garantiram a defesa e a expansão da fronteira colonial na capitania do Pará. Nesse processo, complexas redes de mobilização de gente para a defesa constituíram-se. Essa gente de guerra, na fronteira e no sertão, desenhou nesta parte da conquista um sistema defensivo particular, que só se explica pelas conexões e relações estabelecidas entre militares e índios, na experiência de defesa do Pará colonial.

  • ISADORA BASTOS DE MORAES
  • Para Ler e ver: Narrativas sobre a Amazônia na Revista O Tico Tico (1914-1945)

  • Data: 18/03/2019
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação objetiva refletir sobre representações da Amazônia na revista infantil O Tico Tico entre 1914 e 1945. A revista O Tico Tico (1905-1962) foi criada pelo jornalista Luiz Bartolomeu de Souza e Silva, responsável pela editora S. A. O Malho, localizada no Rio de Janeiro. Os principais objetivos desse impresso consistiram em “instruir e divertir” as crianças brasileiras através da publicação de textos e imagens igualmente atrativos e educativos. Assim, pretende-se analisar as seguintes questões: Como foi construída a imagem da Amazônia para as crianças brasileiras? De que forma os espaços e sujeitos amazônicos foram apresentados pelos articulistas aos jovens leitores do periódico? Como as crianças residentes na Amazônia apareceram na revista? As narrativas escritas e visuais veiculadas nesse impresso infantil corroboravam com as intenções políticas e econômicas do Estado brasileiro para a região amazônica? O corte cronológico se justifica pelo fato de que em 1914 com a Primeira Guerra Mundial, foi interrompida a importação do material estrangeiro que era utilizado para compor parte do conteúdo da revista, sendo assim, os temas nacionais ganharam mais espaço nas histórias e ilustrações divulgadas às crianças de todo Brasil. Já o ano de 1945 representou o fim do Estado Novo, da Segunda Guerra Mundial e, consequentemente, da Batalha da borracha na Amazônia, compreendida como uma campanha de guerra que envolveu intensamente a imprensa tanto para o público adulto quanto para o público infantil. Além disso, esse período ficou marcado pelo crescimento do consumo de histórias em quadrinhos norte-americanas; esse processo é visto como um dos fatores que deu início ao declínio d’O Tico Tico. Desse modo, trata-se de entender os muitos significados presentes na publicação desse impresso voltado para as crianças, tendo como foco a Amazônia.

  • KAUAN AMORA NUNES
  • A NAU QUEER: uma genealogia da sexualidade no teatro de Luís Otávio Barata (1980-1990).

  • Data: 12/03/2019
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como objetivo construir a História do Teatro Queer de Belém do Pará (1980-1990). Tendo a genealogia foucaultiana como norte metodológico, pretendeu-se identificar as práticas culturais que ofereceram condições favoráveis para a emergência de seis encenações teatrais que discutiram cenicamente questões de gênero e de sexualidade subvertendo suas noções clássicas, na década de 1980, em Belém do Pará, encabeçadas pelo encenador paraense Luís Otávio Barata, um dos membros fundadores do Grupo de Teatro Cena Aberta e um dos principais nomes do teatro contemporâneo paraense. Estas encenações são: Theastai Theatron/Trontea Staithea (1983/1984), Aquém do eu, além do outro (1984), Genet – O Palhaço de Deus (1987), Posição pela Carne (1989), Em nome do amor (1990). Por sua vez, o corpo documental desta pesquisa envolve publicações dos principais jornais da cidade (O Liberal, Diário do Pará, O Estado do Pará e A Província do Pará), coletados em instituições públicas e acervos pessoais de artistas da cidade. Além disso, coletou-se dados através de entrevistas com pessoas envolvidas nesta cena teatral e também através de dramaturgias, folders, cartazes, filmagens e etc. Através disso, identificou-se que as práticas culturais que funcionaram como pontos de emergência para este Teatro Queer na cidade estavam intimamente envolvidas com o movimento de liberação sexual, desde a consolidação do Movimento LGBT moderno até o aparecimento da Teoria Queer, além das diversas formas de repressão durante o regime militar no Brasil e também com os arredores do bairro da Campina, “área erógena” da cidade, lugar onde estas encenações foram apresentadas. Por fim, este trabalho pode contribuir com a ampliação dos estudos historiográficos acerca do teatro paraense e para o fortalecimento do diálogo entre História Cultural, Teatro Contemporâneo e a Teoria Queer.

  • LUANA SULLIVAN BAGARRAO GUEDES
  • Comunidades imaginadas e construídas na diáspora: o caso dos "retornados" portugueses e luso-angolanos (1975-2014)

  • Data: 07/03/2019
  • Mostrar Resumo
  • A pesquisa discute as experiências vividas por pessoas nascidas em Angola, nos tempos coloniais e que durante o processo de independência e posterior guerra civil saíram de sua terra natal em direção a Portugal onde seriam definidas como “retornados”. Estes sujeitos, em sua maioria, residem em Portugal e Brasil. Busca-se compreender, portanto, as relações socioculturais forjadas com o processo diaspórico e a rede de significados construída a partir da vivência em espaços transnacionais na vida dos chamados retornados de Angola na atualidade. Discute-se a temática sob o prisma dos conceitos de memória, identidade e comunidades imaginadas, pois, apesar de terem vivenciado um evento em comum, construíram laços afetivos e sociais em países diferentes. Tendo como base fundamental as narrativas orais, já que, através das memórias narradas por aqueles que vivenciaram a diáspora, poderemos perceber as dinâmicas identitárias, utiliza-se também fotografias da época, jornais e documentos oficiais para colaborar na análise do proposto.

  • EDILSON MATEUS COSTA DA SILVA
  • A INVENÇÃO DO CARIMBÓ MÚSICA POPULAR, FOLCLORE E PRODUÇÃO FONOGRÁFICA (século XX)

  • Data: 28/02/2019
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como objetivo um estudo da trajetória do carimbó, em seu desenvolvimento ao longo do século XX, culminando como um gênero fonográfico nos anos de 1970. Quando foram lançados os primeiros discos desse segmento ocorreram inúmeros debates envolvendo os artistas em torno de seus arranjos musicais. Nesses, eram buscados os elementos que caracterizavam o popular e o folclórico. Este estudo tem como foco compreender as representações sobre o gênero/dança produzidas por diversos sujeitos envolvidos com o carimbó, como intelectuais, folcloristas, críticos musicais, intérpretes, compositores etc. A partir dos diferentes posicionamentos, podemos perceber como foram criadas diversas compreensões a respeito do carimbó e como foi estabelecida uma luta de representações por vários sujeitos. Da mesma forma, em torno desse debate, será investigado como foram criados paradigmas musicais que pretensamente expressavam o carimbó “legítimo”, em detrimento de um “deturpado”. Esta pesquisa também está voltada para um diálogo com a historiografia que se dedicou ao estudo do carimbó. Esta vasta produção intelectual foi, em grande medida, marcada por teses lançadas por folcloristas ao elegerem os modelos paradigmáticos de expressão do gênero musical paraense. Tais estudiosos reproduziram em diversos momentos a folclorização do carimbó dito “legítimo” contra a “modernidade” dos arranjos eletrônicos.

  • RENATO PINHEIRO SINIMBU
  • OS JAZZES DE IGARAPÉ-MIRI: DIMENSÕES CULTURAIS DO ENTRETENIMENTO MUSICAL MODERNO NO BAIXO TOCANTINS (1940-1970)

  • Data: 25/02/2019
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação versa sobre as formações musicais Jazzes que existiram no município de Igarapé-Mirí entre as décadas de 1940 a 1970. Estes grupos musicais formatados para o entretenimento e a dança fizeram parte de um diálogo cultural amplo iniciado nos Estados Unidos e na América Central que a partir da década de 1920, direcionados pela indústria fonográfica, se irradiaram para outras partes do mundo. Em Igarapé-Mirí, particularmente, estes grupos foram “abraçados” pelas elites que os utilizavam para entretenimento, para elevar o nível econômico de seus eventos e para demarcar alguns espaços festivos a este tipo de formação musical. Por outro lado, os músicos, em sua maioria negros e pobres, viam nesses conjuntos um meio de se profissionalizar e adquirir prestígio social e, desta forma, tentar superar os problemas econômicos e os preconceitos raciais que enfrentavam. O trabalho procura demonstrar como os Jazzes – correspondentes a uma dimensão cultural inovadora – se desenvolveram em meio às práticas tradicionais de produção e fruição musical disseminadas a partir dos eventos religiosos do catolicismo popular e da dinâmica festiva difundida a partir das comunidades rurais e urbanas do município. Este estudo foi realizado, em grande parte, utilizando entrevistas com moradores do Baixo Tocantins e se apoiou na história de vida de vários músicos para discutir os processos de formação musical, performance, agência, discriminação, resistência e subsistência. Desta forma, a música foi o meio pelo qual buscamos perceber as relações entre os sujeitos abordados.

  • PAULA DE SOUZA ROSA
  • OS PORTUGUESES NO RIO MADEIRA: IMIGRAÇÃO, ESTRATÉGIAS POLÍTICAS E SOCIAIS (1840-1920).

  • Data: 07/01/2019
  • Mostrar Resumo
  • A proposta desse trabalho é discutir a migração portuguesa para o rio Madeira, entre os anos de 1840 a 1920, período que compreende o avanço da economia da borracha em toda região amazônica. Procurou-se demonstrar o processo migratório de Portugal para o rio Madeira, a partir da análise prosopográfica de um grupo de 91 imigrantes portugueses, reconstruindo trajetórias individuais e de grupo. Com foco nas redes sociais, objetivamos investigar como elas condicionaram o processo migratório, as aglomerações espaciais e opções profissionais. Levando em conta a opção profissional desses imigrantes, destacamos como o comércio esteve intrinsicamente ligado ao avanço da fronteira extrativista e ocupação da terra no rio Madeira. Num segundo momento, se analisou as estratégias de inserção e ascensão social de uma família, considerando os arranjos matrimoniais, de compadrio e os acordos de negócios para manutenção e fortalecimento da riqueza, do prestígio e poder familiar.

2018
Descrição
  • MARINELMA COSTA MEIRELES
  • "Por meio da justiça e das leis": escravos e libertos nos tribunais do Maranhão (1750 – 1822).

  • Data: 17/12/2018
  • Mostrar Resumo
  • Este estudo tem como objetivo discutir as relações de escravos negros e de libertos com as esferas das justiças Régia e Eclesiástica aferidas através dos processos julgados nos tribunais do Maranhão, entre a metade século XVIII e início do XIX. Esses sujeitos não adentravam as regras e as normas das justiças de tradição lusitana de maneira monolítica, muito menos as recebiam passivamente, de cima para baixo e de forma única, pois nesses espaços de disputas, indivíduos estigmatizados pela escravidão figuraram como réus, como informantes e testemunhas e também como agentes centrais ao abrirem processos por meio de seus representantes. Por outro lado, há que se considerar que em uma sociedade hierarquizada como a do Maranhão do período em estudo, os espaços sociais dos grupos estavam claramente demarcados, sobressaindo-se aqueles com legitimação diante da ordem estabelecida, ou seja, as vozes autorizadas, cujos status, discursos, cor e outros marcadores sociais lhes respaldavam diante dos não privilegiados, o que não impediu, todavia, que sobressaíssem falas, impressões e demandas dos chamados sujeitos despossuídos, no caso, escravos e libertos.

  • ALBA BARBOSA PESSOA
  • "Pequenos Construtores da Nação: disciplinarização da infância na cidade de Manaus (1930 – 1954)".

  • Data: 10/12/2018
  • Mostrar Resumo
  • Inserida no âmbito da História Social da Infância, a presente tese se desenvolve no
    período em que o Brasil passava por intensas transformações políticas e sociais advindas
    do Movimento de 1930. Período no qual a criança passou a ser alvo de diversas políticas
    públicas visando minorar o elevado número de óbitos de pequenos ou futuros
    trabalhadores. Defendemos que embora revestido de argumentos humanistas e
    científicos, os discursos que se voltavam para a proteção da infância, traziam no seu bojo
    a preocupação com a manutenção da indispensável mão de obra da criança. A partir da
    compreensão que um projeto de nação foi engendrado no sentido de resguardar essa força
    de trabalho no intuito de evitar que ela perecesse ou se tornasse invalida precocemente,
    procuramos problematizar os percursos dessa trajetória de proteção à infância. Proteção
    esta que envolvia todo um arcabouço científico no sentido de apreender e disciplinar a
    infância brasileira. Nesse sentido, problematizar como se deu o processo de
    disciplinarização da infância no Brasil, durante o período de 1930 a 1945 é a proposta da
    tese tendo como locus de pesquisa a cidade de Manaus.

  • RAIMUNDO NONATO DE CASTRO
  • O lápis endiabrado: Andrelino Cotta e a caricatura em Belém do Pará nos anos 20

  • Data: 29/11/2018
  • Mostrar Resumo
  • A cidade de Belém, dos anos de 1920, carregava no imaginário da sua população a ideia
    de que a urbs era marcada por seus aspectos “modernos”. E o palco ideal para reforçar
    esse imaginário foram as páginas dos periódicos e semanários que circularam na capital
    do Pará nas primeiras décadas do século XX. Justamente neste cenário que a figura de
    Andrelino Cotta conseguiu construir, com as suas análises, imagens que foram capazes
    de questionar a maneira como a Belém “moderna” era vista diante dos diversos problemas
    vividos na capital paraense. Com as representações caricaturais, por exemplo, os
    periódicos tinham as armas capazes de conduzir as interpretações no processo de
    formação simbólica, criando estereótipos, os quais buscavam representar a cidade. Nos
    jornais e revistas construíram representações as mais diversas, como as de caráter
    humorísticas que eram marcadas pelos aspectos breves, concisos, trucados, rápidos e
    revertidos de significados, demonstrando certa familiaridade. Nesse aspecto de disputa
    ideológica, os intelectuais, mostraram-se atuantes no circuito editorial, em especial, os
    humoristas destacaram-se por construir pelo lápis a produção artística recheada de dupla
    interpretação.

  • FILIPE SANTOS DAS MERCES
  • Inquisição, bigamia e sodomia no estado do Grão-Pará e Maranhão.

  • Data: 30/10/2018
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação discute o controle e a vivência da moral e da sexualidade a partir de dois delitos de alçada inquisitorial: bigamia e sodomia. O espaço analisado é o estado do Grão-Pará e Maranhão na segunda metade do século XVIII. A análise da moralidade e sexualidade no referido estado tem por base o uso de documentação diversa, levando em conta a necessidade da compreensão de aspectos culturais que permeiam os valores em torno do casamento e da sexualidade, a compreensão das especificidades econômicas, sociais e políticas locais que influem nestes aspectos, bem como as diversas perspectivas acerca da moralidade e da sexualidade no referido estado. A dissertação evidencia a matização dos valores católicos acerca da bigamia e da sodomia em contato com valores diversos, bem como a matização do controle destes valores diversos a partir da realidade local.

  • JESIANE CALDERARO COSTA VALE
  • ""DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR AO IESP": A FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO PARÁ (1988 a 2014)

  • Data: 26/10/2018
  • Mostrar Resumo
  • A presente tese investiga de que maneira se constituiu a formação de oficiais da Polícia Militar do Pará, no período de 1988 a 2014. Analisa-se que essa formação profissional inicialmente realizada com os oficiais da reserva do Exército brasileiro, sob o paradigma e cultura militares, regida por regulamentos disciplinares, doutrinas, elementos simbólicos, patronos, heróis, cerimônias específicas, na incorporação do ethos guerreiro e do espírito militar, foi redimensionada, no pós-1988, em virtude do processo da redemocratização. Posteriormente, apresentou-se com a perspectiva de amalgamar conteúdos militares aos de polícia comunitária e cidadã, focados na interdisciplinaridade, transversalidade, e na integração das três principais unidades de ensino do Sistema de Segurança Pública: Academia de Polícia Militar, Academia de Polícia Civil e Academia de Bombeiro Militar, pela criação do Instituto de Ensino de Segurança do Pará (IESP). Para analisar o percurso decorrido, optou-se metodologicamente por duas vertentes: a História do Tempo Presente e a História Oral, na perspectiva de 36 sujeitos que consentiram realizar suas narrativas sobre o que viram e vivenciaram, ora como cadetes, instrutores ou comandantes, na Academia de Polícia Militar Coronel Fontoura, dentro do recorte temporal investigado. As questões pertinentes ao mundo social desses sujeitos são interpretadas à luz das acepções teóricas de P. Bourdieu, M. Foucault, E. Goffman, E. Hobsbawm, C. Castro, P. Leiner, W. Gaia Farias, J. Murilo de Carvalho, dentre outros, realizando o cruzamento das fontes orais (entrevistas) e fontes impressas (jornais, portarias, decretos, boletins gerais etc.). Como resultado da tessitura analítica da pesquisa, constatou-se que a formação policial militar sofreu modificações estruturais significativas, advindas da Secretaria Nacional de Segurança Pública, por meio da Matriz Curricular Nacional, e que na primeira década do século XXI, sofreu novas modificações na sua concepção pedagógica, com o propósito de alcançar a chancela de Instituição de Ensino Superior, distanciando-se um pouco mais da cultura preponderantemente militar.

  • DIEGO NAZARENO DE JESUS SANTOS FILGUEIRAS
  • POLÍCIA E POLICIAMENTO NO PARÁ: ORGANIZAÇÃO E ASPECTOS DA ATIVIDADE NA CAPITAL E NO INTERIOR (1886-1901)

  • Data: 25/10/2018
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como tema a polícia e policiamento no Pará, e se encontra no bojo dos eventos políticos e sociais do movimentado século XIX, que trouxeram mudanças sensíveis para a sociedade brasileira. Leis abolicionistas, a crescente industrialização, o desenvolvimento urbano, o advento do trabalho assalariado, e os processos de migração e imigração produziam um novo cenário social sob vários aspectos, e impunham às instituições o desafio de se adequarem ao novo contexto que se estabelecia. Dialogando com esse cenário de transformações, a economia da borracha na Amazônia fazia com que o Pará se tornasse o principal núcleo de abastecimento do mercado mundial voltado para a goma elástica, atraindo ao mesmo tempo uma série de demandas de mão de obra para os mais variados serviços urbanos. Este cenário fazia afluir para a cidade grandes grupos de migrantes e imigrantes, os quais, aliados à população de libertos lançada na sociedade pelas leis emancipacionistas, contribuíam significativamente para o aumento populacional e para mudança em sua dinâmica social, ocasionando aumento da violência e criminalidade, e forçando a modernização das instituições policiais em decorrência. No bojo desse processo, o desnível entre o número de trabalhadores e os empregos disponíveis fazia com que a cidade também congregasse um grande número de desocupados, condição social que fazia com que estes fossem considerados como potenciais riscos à ordem, à moral e aos bons costumes, e à propriedade. Esse cenário fazia surgir à necessidade de se emprestar das nações mais civilizadas as estruturas mais adequadas para se garantir a ordem pública e a salvaguarda de bens e pessoas. Nesse sentido, esta pesquisa terá como objetivo a análise da formação da polícia e da atividade de policiamento no Pará entre os anos de 1885 e 1901, destacando aspectos relativos a organização, limites de atuação, e as rotinas de policiamento.

  • ADMARINO GONÇALVES DE MATOS JUNIOR
  • A EDUCAÇÃO DE MENINOS DESVALIDOS NA COMPANHIA DE APRENDIZES ARTÍFICES DO ARSENAL DE MARINHA DO PARÁ (1871 A 1880).

  • Data: 23/10/2018
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho busca analisar a formação de meninos pobres, órfãos e desvalidos na Companhia de Aprendizes Artífices do Arsenal de Marinha do Pará, escola criada em 1871 para promover ensino, aprendizagem de primeiras letras e a profissionalização de um ofício em carpinteiro, carapina, fundição, ferreiro, calafate, entre outros. Para isso, a análise dos relatórios anuais apresentado pelo Ministro da Marinha à Assembleia Legislativa, os relatórios de Presidente da Província do Pará, as fontes do fundo Arsenal de Marinha do Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) e os ofícios e relatórios de inspeção da escola presente na Série Marinha do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro (ANRJ), onde encontram-se boa parte da documentação relativo a instituição, são fundamentais para compreensão do objetivo proposto. No século XIX, o modelo educacional amplamente difundido pelos governos provinciais no processo de expansão da Instrução Pública Primária do Império, destinado à meninos desvalidos, foi aquele voltado para o ensino de ofícios. A Companhia de Aprendizes Artífices objetivava encaminhar meninos para formação de futuros operários que atendessem as necessidades e demandas das oficinas e construção naval do próprio Arsenal de Marinha que passava por um processo de reorganização e ampliação estrutural, questão que coaduna, portanto, com o projeto político dos dirigentes imperiais e locais em disciplinar a população livre e pobre - principalmente a criança - por meio de uma educação voltada para o trabalho através do ensino de ofícios, com o intuito de torná-los sujeitos úteis a sí e o Estado.

  • THAILANA DE JESUS CORDEIRO PEREIRA
  • A SUSPENSÃO CONSTITUCIONAL NO PARÁ COM A LEI Nº 26 DE 22 DE SETEMBRO DE 1835 E AS MEDIDAS PARA A REPRESSÃO AOS CABANOS (1835 – 1840)

  • Data: 01/10/2018
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação analisa a criação da Lei nº 26 de 22 de setembro de 1835, que
    suspendia na província do Pará os § 6º, 7º, 8º, 9º e 10º do Art. 179 da Constituição pelo
    período de seis meses, como medida extraordinária tomada pelos deputados e senadores do
    Parlamento brasileiro para conter a “revolta” cabana, bem como, o envio de dois conceituados
    Marechais (Jorge Rodrigues e Soares d’Andrea) para restabelecer a ordem imperial na
    província, utilizando a referida Lei, como estratégia na guerra contra os cabanos. Diante disso,
    esta dissertação vai além da compreensão das discussões no Parlamento entre os deputados e
    senadores que levaram a criação da referida Lei, mas também, objetiva perceber como os
    marechais Jorge Rodrigues e Soares d’Andrea interpretaram e utilizaram a Lei na luta contra
    os cabanos. Por fim, analisa as estratégias de “pacificação” e repressão na província do Pará
    criadas por Soares d’Andrea durante seu governo, tais como, o recrutamento para a Guarda
    Policial e para os Corpos de Trabalhadores e a resistência a esses recrutamentos.

  • ROZEMBERG RIBEIRO DE ALMEIDA
  • OCUPAÇÃO E COLONIZAÇÃO ENTRE EXPERIÊNCIAS DE TRABALHO EM TERRAS DA FRONTEIRA ORIENTAL DO GRÃO-PARÁ (OURÉM, 1751-1798).

  • Data: 20/09/2018
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação analisa o processo de ocupação, colonização e as relações de trabalho desenvolvidas na região de Ourém no Estado do Grão-Pará entre 1751 e 1798. Seu território foi de fundamental importância para as relações políticas, econômicas e sociais desenvolvidas entre as capitanias do Grão-Pará e Maranhão. Para alcançar tal pretensão, inicialmente busca-se compreender as motivações que levaram a fundação da vila de Ourém, que assim como tantas outras foram criadas a partir das políticas desenvolvidas pelo Marquês de Pombal para a Amazônia. Sendo que essas buscavam garantir a posse das terras de Portugal que para tal promoveu a concessão de Sesmarias, com isso objetivava povoar seu território, haja vista, que nesse período havia uma intensa disputa, principalmente com a Espanha, pelas terras do extremo norte português. Nesse contexto, é fundamental a ideia de territorialidade entendida como as ações tecidas pelos sujeitos, essa noção se adequa as medidas adotadas por Portugal a partir da segunda metade do século XVIII, isto porque, as mesmas tiveram papel decisivo para fomentar o povoamento do Grão-Pará. Destaca-se que, foi a partir dessas ações que o território amazônico foi concebido. Partindo desse princípio, a vila de Ourém é o produto da territorialidade. Em sua região se processou diversas relações entre diferentes sujeitos, em virtude disso, a concebemos como lugar de fronteira, não no sentido de limite, mas no entendimento de espaço de ocupação e encontro, onde negros escravizados, índios e brancos teceram as mais variadas relações, pautadas pelo trabalho.

  • MARIA JOSÉ DOS SANTOS
  • Arranjos, Lei e Consolidação do Império: Aplicação da Lei das Terras e Apropriação das Fazendas Nacionais do Rio Branco (1830-1880)

  • Data: 18/09/2018
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese investigou o processo de aplicação da Lei nº 601, de 1850, conhecida como Lei de Terras na Província do Amazonas, e seus desdobramentos na fronteira do Rio Branco. Buscou-se compreender a constituição social, política e econômica dos sujeitos que formaram o grupo dos senhores de terra desde a criação das fazendas reais e particulares, analisando, posteriormente, a criação da Comarca do Alto Amazonas, a Cabanagem e o processo de expansão das fazendas particulares após a extinção da Lei das Sesmarias. Historicamente, a região do Rio Branco passou por intensos processos de disputas territoriais e políticas que ameaçaram o domínio Português e, sucessivamente, a consolidação do Império Brasileiro naquela fronteira. As décadas de 1830 a 1870 foram marcadas por tentativas de apropriação de territórios pelo Reino Unido, conhecido como o conflito do Pirara no Rio Branco, e pela pressão dos Estados Unidos, que exigiam do Brasil a abertura para navegação e comércio no Rio Amazonas. Todos esses fatores fizeram que o Império Brasileiro despendesse dimensões diferentes das demais regiões, mais flexíveis com militares e demais sujeitos, mantendo-os como aliados para defender, colonizar e consolidar o império na fronteira do Rio Branco. Neste contexto, as terras das fazendas nacionais, que pertenciam ao Estado, foram paulatinamente incorporadas ao patrimônio particular dos militares e degredados, assim como as terras consideradas devolutas, que também eram bem públicos. A Lei de Terras não foi cumprida, uma vez que, segundo a lei, a única forma de acesso à terra era a compra; porém, foi utilizada politicamente pelo Império, para garantir o apoio da classe senhorial local. Esse processo se estendeu até a década de 1870, quando essa relação passou a ter outra dimensão, muito mais rigorosa, menos presa à elite local, e dispôs de mais cobranças, especialmente por parte da Tesouraria da Fazenda diante da apropriação de bens pertencentes ao Tesouro, como as terras das fazendas nacionais do Rio Branco, indícios claros de que o Império Brasileiro nas fronteiras da Amazônia se reconheceu, finalmente, consolidado.
    Palavras-chave:

  • LAURA MARIELA RODRIGUEZ CALVO
  • MIGRACION FORZOSA, LA CONSTUCCION DE UNA MEMORIA A PARTIR DEL TRAUMA EN REFUGIADOS Y SOLICITANTES DE REFUGIO COLOMBIANOS EN COSTA RICA, 2000 – 2010

  • Data: 13/09/2018
  • Mostrar Resumo
  • En la convulsa coyuntura de inicios de siglo XXI, las oleadas migratorias se tornan parte de la realidad mundial como un fenómeno presente a escala planetaria en diversas culturas y contextos. Costa Rica siendo partícipe de convenios internacionales con la ONU y el ACNUR, se convierte durante la primera década del siglo XXI en el segundo país latinoamericano con mayor índice de recepción de población refugiada y solicitante de refugio. Para la década de 2000 – 2010 los migrantes de nacionalidad colombiana se convierten en el grupo más numeroso de refugiados en Costa Rica seguido por migrantes nicaragüenses y salvadoreños. La guerra civil que ha atravesado Colombia desde finales de siglo XX hasta la actualidad, lo colocan como uno de los países con mayor cantidad de desplazados internos y migrantes trasfronterizos en la región latinoamericana. Los movimientos migratorios desde la perspectiva de la memoria de los desplazados y los estudios del trauma desde su experiencia, plantean una línea de análisis a la que este estudio se aproxima, desde la cual el acercamiento a la memoria individual y la formación de memorias colectivas a partir de eventos traumáticos, convergen para elaborar un planteamiento estratégico de estudio que tome las memorias de los desplazados y la condición migratoria de refugio como estudio de la realidad cultural, social, política y económica costarricense en respuesta a la coyuntura actual. Por lo tanto, desde las teorías del trauma y el estudio de la historia de la memoria se analiza cómo se configura la dicotomía de memoria y trauma en las personas migrantes que solicitan condición de refugiados y solicitantes de refugio en territorio costarricense entre el año 2000 y 2010.
     

  • ROBERTA LOBÃO CARVALHO
  • "A ruína do Maranhão": a construção do discurso antijesuítico na Amazônia portuguesa (1705 – 1759)

  • Data: 30/08/2018
  • Mostrar Resumo
  • O antijesuitismo é um movimento histórico considerado tão antigo quanto a própria Companhia de Jesus, uma vez que praticamente nasceu com a Ordem. Nesta tese estudamos o discurso antijesuítico amazônico construído durante a primeira metade do século XVIII por um dos mais acérrimos inimigos que os jesuítas conheceram, Paulo da Silva Nunes. Esse agente autointitulava-se Procurador dos Povos do Maranhão e empreendeu uma campanha contra os jesuítas na colônia por mais de dezesseis anos e, na Corte, entre os anos de 1724 e 1742, escrevendo documentos em que não apenas elencava denúncias contra a Companhia de Jesus mas apresentava um projeto político para impedir a total “ruína do Maranhão”. No entanto, não compreendemos esse movimento como um fenômeno local, mas como parte integrante e importante de um movimento global, uma vez que defendemos a tese de que o antijesuitismo cunhado na primeira metade do século XVIII na Amazônia colonial por Paulo da Silva Nunes influenciou de maneira determinante as ações, políticas e discursos antijesuíticos da campanha empreendida por Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, na Corte, na Europa e na colônia durante a segunda metade daquele mesmo século, culminando na expulsão da Ordem de todas as terras da Coroa portuguesa em 1759 e na sua extinção total em 1773.

  • RAYNARA CINTIA COELHO RIBEIRO BRITO
  • Ultramontanos e Maçons: o tensionamento da relação entre Igreja e Estado na imprensa paraense (1872-1874)

  • Data: 20/07/2018
  • Mostrar Resumo
  • A partir das tópicas argumentativas construídas pelos jornais A Boa Nova e O Pelicano entre
    1872 a 1874, desenvolveu-se nesta Dissertação uma análise dos principais eixos condutores do
    debate entre a imprensa católica e maçônica, buscando compreender quais eram suas intenções,
    objetivos, discursos, construções, imagens e posturas frente aos conflitos que tensionavam a
    relação entre Igreja e Estado na década de 1870. Dessa forma, por meio das fontes, identificouse
    que a maior parte desses atritos eram travados na arena das palavras propiciando à imprensa
    paraense os mais variados discursos políticos, religiosos, filosóficos e morais, além de expor
    que um dos pontos centrais do debate jornalístico era o conflito de jurisdição, colocando de um
    lado o jornal A Boa Nova, defendendo a atitude dos bispos Dom Vital e Dom Macedo Costa no
    lançamento de interditos contra as irmandades e confrarias religiosas, e de outro, o jornal O
    Pelicano, afirmando em várias de suas publicações que houve usurpação de jurisdição por parte
    do poder eclesiástico, haja vista que as irmandades eram associações mistas e, assim, estavam
    sujeitas tanto à interferência da Igreja como do Estado.
     

  • ALDAIR JOSE DIAS CARNEIRO
  • OS CASTANHAIS DO SUDESTE DO PARÁ: COTIDIANOS E DISCURSOS (1930-1964)

  • Data: 11/07/2018
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo central desta pesquisa é mostrar que os fatores políticos foram determinantes na formação da estrutura econômica dos castanhais do sudeste do Pará, e que o seu desenvolvimento se deu conforme as ideologias e os engajamentos partidários de três lideranças, a saber: Deodoro Machado de Mendonça, Joaquim de Magalhães Cardoso Barata e
    Nagib Mutran. Com eles, os castanhais do sudeste paraense foram regulamentados, e o período
    de maior intervenção partidária na região foi registrado entre 1930 e 1964. Destacamos, inicialmente, a regulamentação empregada aos castanhais em 1930, pelo então interventor paraense Magalhães Barata, atitude que contrariou as pretensões patrimonialistas de governos anteriores, representados por Deodoro de Mendonça. Neste momento, nasceram às disputas políticas que determinaram à dinâmica de funcionamento dos castanhais da região, caracterizadas pelo baratismo e o antibaratismo. Essa rivalidade em âmbito estadual foi adequada aos castanhais do sudeste paraense pelo líder local, Nagib Mutran. Assim, a disputa política em torno dos castanhais permaneceu até 1951, quando Barata foi derrotado nas eleições
    para governador do Pará. A partir de então, os projetos federais para a valorização econômica da Amazônia, iniciados em 1952, aceleraram as apropriações de terras no sudeste do Estado, o
    que gerou o enfraquecimento da economia extrativista e a derrocada econômica dos castanhais
    da região em início de 1960. Porém, os castanhais do sudeste paraense não se resumiram aos discursos e aos projetos econômicos, paralelo a eles, no interior dos castanhais, haviam os castanheiros locais com suas ações cotidianas peculiares ao espaço da floresta. Por ser a economia da castanha uma atividade sazonal, esses habitantes dos castanhais se acostumaram a realizar outras ações que, por sua vez, passaram a fazer parte do dia-a-dia na floresta. Os habitantes dos castanhais, não eram apenas castanheiros, eram também agricultores, caçadores,
    pescadores e devotos. Essas atividades, por serem todas elas importantes e rotineiras, orientavam os habitantes dos castanhais a regularem suas ações cotidianas munidos de certa autonomia, não sempre condizentes com as decisões políticas.

  • LEILA ALVES DE CARVALHO
  • OS CADERNOS DO PROMOTOR: AS AÇÕES DO TRIBUNAL DO SANTO OFÍCIO NO MARANHÃO E GRÃO PARÁ (1640-1750)

  • Data: 25/06/2018
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar como ocorreram as ações do Tribunal do Santo Ofício na Amazônia lusa – Maranhão e Grão-Pará – num recorte temporal mais que secular, entre 1640 e 1750. O intuito é perceber as estratégias empregadas pelo Santo Ofício como forma de espraiar seu poder em um período anterior à Visitação Pombalina de 1763, dentro da realidade da colônia de vasta extensão e diversas populações. Neste contexto, buscamos identificar os agentes do Santo Ofício, assim como, as formas utilizadas para implantar o disciplinamento moral e religioso neste espaço e nesta sociedade. Nos embasamos, como fonte principal, nos manuscritos dos Cadernos do Promotor da Inquisição de Lisboa, para, através deles, detectarmos os procedimentos estabelecidos pelos agentes inquisitoriais; apontar, quantitativamente e qualitativamente quais eram as denúncias mais relevantes do ponto de vista do Tribunal; e, identificar, por qual razão algumas queixas não se tornaram processos.

  • JOSE MARIA DE CASTRO ABREU JUNIOR
  • O vírus e a cidade: Rastros do cotidiano na cidade de Belém durante a gripe espanhola (1918)

  • Data: 25/05/2018
  • Mostrar Resumo
  • Entre outubro e dezembro de 1918 a pandemia de gripe espanhola atingiu o município de Belém, além de morte e medo trouxe uma mudança na rotina da cidade. Através de jornais, relatórios oficiais, relatos de memorialistas e documentos médicos analisamos o cotidiano da capital paraense durante a passagem da Influenza; desde os momentos iniciais, quando o mal ainda não havia chegado, porém as noticias da doença do Rio de Janeiro ecoavam na capital; bem como a atuação do médico paraense Carlos Seidl, diretor geral de saúde pública, cargo equivalente hoje a ministro da saúde; o desembarque da doença em Belém defrontando-se com o frágil estado sanitário de uma cidade que se pretendia moderna, após o “ciclo” da borracha, porém guardava profundas assimetrias sociais; as ações do poder público diante do problema; as práticas culturais e religiosas estabelecidas naquele contexto, bem como as estratégias que a população desenvolveu para sua sobrevivência e enfrentamento da questão, não raro , tirando vantagens econômicas da situação ; as ações de caridade, por vezes com motivações ambíguas, mas que serviam para ressaltar duas cidades paralelas; as propostas de profilaxia e tratamento oferecidos pela medicina e as práticas de cura ditas populares; o debate médico gerado em torno de uma doença que parecia conhecida , mas se apresentava de uma forma diferente, exatamente em um momento no qual os médicos , recém organizados como classe, se percebiam como detentores de soluções para muitas questões sociais, inclusive epidemiológicas; a análise de alguns prontuários e livros de registro encontrados e as discrepâncias dos dados em torno da contagem de óbitos. Por fim, os reflexos após a passagem da epidemia também são observados, bem como seus possíveis desdobramentos no campo médico e no campo social. 

  • RAUL AGUILERA CALDERON
  • LLas danzas entre los xi'oi (pames) de Santa María Acapulco durante el siglo XVIII. Corporeidad, gestualidad e intransigencia

  • Data: 21/05/2018
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo deste trabalho é registrar e analisar as danças para pedir chuva entre os
    xi'oi (pame) de Sta. Mª Acapulco, grupo autóctono que habita na Sierra Gorda, San
    Luis Potosí, México. Através de uma abordagem multidisciplinar, são estudados os
    motivos, as coreografias, as técnicas corporais, a música, a parafernália, os
    personagens, o cenário, de duas tradições dancísticas antagónicas, pelo menos
    durante o século XVIII: Mitote e Malinche. Cada uma apresenta uma estrutura
    própria e está inscrita em um contexto diferente. Dançar em Mitote está fortemente
    enraizado em seu passado pré-hispânico; enquanto a dançar em Malinche
    apresenta as mesmas características do conjunto de festas introduzidas pelos
    colonizadores. Não obstante, a pesar de suas diferenças, ambas tradições são
    configuradas baixo no mesmo princípio. Este trabalho propõe que a linguagem
    corporal dos dançarinos desenha uma narrativa suficientemente ampla, que
    permite-nos entender a evangelização do xi'oi durante o século XVIII e mostra como
    a educação artística cristã impôs uma imagem corporal do renascimento que, pouco
    a pouco, é mesoamericanizado.

  • JAKSON DOS SANTOS RIBEIRO
  • FILHOS DA PRINCESA DO SERTÃO: REPRESENTAÇÕES DA MASCULINIDADE NA IMPRENSA EM CAXIAS/MA DURANTE A PRIMEIRA REPUBLICA.

  • Data: 18/05/2018
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho buscou problematizar as representações acerca da masculinidade na cidade de Caxias/MA, a luz da imprensa no contexto da Primeira República. Nesse ínterim, os jornais, divulgavam através d e notícias sobre violência, moda, propagandas de remédios e alcoolismo as diversas performances masculinas que circulavam em Caxias. As representações masculinas eram assim construídas, compreendidas e classificadas entre o ideal e a desordem em vista das suas práticas. Para discutir essas questões trabalhei com categorias como gênero e masculinidades abastadas e masculinidades dos segmentos populares, como uma maneira encontrada para compreender através da imprensa, a composição das representações dos comportamentos dos homens que eram exaltados e, os que deveriam ser coibidos no bojo das relações sociais marcadas pela classe social e pela cor.
     

  • MARIA ANGÉLICA ALMEIDA DE MEIRA
  • A PAISAGEM COMO ESPÓLIO: ARTHUR FRAZÃO E O GRUPO DO UTINGA (1940-1960)

  • Data: 19/04/2018
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho se propõe a examinar o processo de constituição / atuação dos pintores do Grupo do Utinga e o papel por eles desempenhado no cenário cultural de Belém, nos anos 40 e 50 do século passado. Determinante na condução deste processo, o pintor Arthur Frazão assume posição central nesta discussão. Além de documentos oficiais do Governo do Estado do Pará, jornais e revistas de circulação nacional publicados no século XX, os arquivos privados dos artistas Arthur Frazão e Ruy Meira constituem-se como fontes primárias para esta pesquisa. A arte, a identidade e narrativa visual na Amazônia também serão observadas a partir das obras deste grupo de artistas.

  • BRUNO DE SOUZA SILVA
  • Viveres de maranhenses no Pará: Migração, terra, trabalho e conflito no vale do Acará (décadas de 1960 – 1990)

  • Data: 19/02/2018
  • Mostrar Resumo
  • O texto presente se constitui de uma discursão sobre os fatos que envolvem a sociedade do vale do Acará a partir da década de 1960, analisando o processo de migração que fez da região do Alto Acará principal destino de maranhenses. Esses sujeitos foram os principais do Nordeste a ocupar parte das terras paraenses e se constituírem parte da sociedade em um processo de migração, trabalho e conflitos. O cenário maranhense do período de 1960, o contexto econômico e social do vale do Acará no Pará serão evidenciados, assim como as ações dos sujeitos em misto de solidariedade e conflitos, também as articulações que permitiram o acesso desses sujeitos a terras de colonização na Amazônia.

  • SAMIR LOLA ROLAND
  • Sesmarias, índios e conflitos de terra na expansão portuguesa no vale do Parnaíba (Maranhão e Piauí, séculos XVII e XVIII).

  • Data: 09/02/2018
  • Mostrar Resumo
  • As capitanias do Maranhão e do Piauí foram alvo da expansão da fronteira de conquista e
    ocupação luso maranhense e luso baiana desde o final do século XVII até a primeira metade do
    século XVIII. Esta dissertação trata dessa nova organização territorial que ocorreu durante a
    expansão portuguesa na região. A pesquisa procura analisar como o espaço das capitanias do
    Maranhão e do Piauí é representado no decorrer do processo de conquista e ocupação da região.
    A dissertação discute como as autoridades e os moradores percebiam o espaço que ora estava
    sendo disputado com os diversos grupos indígenas. Outra discussão realizada pela dissertação
    trata dos conflitos fundiários entre sesmeiros e posseiros durante a distribuição de cartas de
    sesmarias pelos governadores do Estado do Maranhão, bem como as ações e decisões da Coroa
    portuguesa no que diz respeito ao ordenamento da ocupação e do povoamento no período
    elencado.

2017
Descrição
  • OSVALDO SOARES QUEIROZ JUNIOR
  • Papel (des)dobrado: Diplomacia, memória e civismo nas representações do Barão do Rio Branco no Pará (1900-1912) 

  • Data: 20/12/2017
  • Mostrar Resumo
  • A atuação do Barão do Rio Branco e sua relevância para a política externa nacional já foi tema de diversas obras, pesquisas e representações. Contudo, o homem que transcendeu seu tempo teve duas de suas maiores vitórias encenadas na região Amazônica, a saber, o Amapá, em 1900, e o Acre, em 1903. Este trabalho é uma contribuição no sentido de analisar o período entre 1900 e 1912, concernente a grande produção de representações de imaginários acerca do Barão do Rio Branco no Pará. Outrossim, promover um vislumbre, através dos espectros do chanceler, em torno das diversas nuances e sentidos atribuídos ao pensamento e à prática diplomática, artística e cívica na região. Desde o projeto de avenida, nomeação de praça, coreto comemorativo, têm-se também a aquisição da tela Arte e Pátria, encomenda de um busto, a renomeação do 5º grupo escolar da capital. Por conseguinte, tanto sua morte, vivamente sentida no Pará, quanto a existência de críticas a sua atuação abrem um caminho de entendimento, onde Rio Branco encontra-se aos anseios de grupos locais, ao passo que também suscita conflitos e dissidências. Eis o Barão, sob um olhar das representações criadas na Amazônia.

  • CARLOS EDUARDO COSTA BARBOSA
  • Planta-me no pó e não tenhas de mim dó: Agricultura no Grão-Pará Setecentista (1750-1808)

  • Data: 18/12/2017
  • Mostrar Resumo
  • O século XVIII é um momento importante para a agricultura no Grão-Pará, através de variadas fontes documentais, pudemos evidenciar o processo de ocupação da calha do rio Tocantins, uma região que foi pode ser compreendida como o primeiro círculo agrícola densamente povoado sob o domínio de Belém, uma influência observável pela organização territorial e o rearranjo das unidades familiares em estruturas relativamente autônomas de produção e consumo, como parte do projeto agrário, que foi caracterizado pela introdução de novas técnicas produtivas, incorporação de novas terras à agricultura seguida de novos gêneros e métodos de cultivo. O projeto agrário refletiu sobre os diversos sujeitos que compuseram o mundo rural paraense ao longo dos Setecentos, principalmente na região do Vale do rio Tocantins devido à proximidade de Belém. Nesta região, observamos a migração de colonos, a miscigenação, e o processo de dispersão populacional, como fatores que contribuíram para gestar famílias com pré-condições endógenas para viver e produzir sem dificuldades no meio ambiente amazônico, reproduzindo-se apenas pelo trabalho de seus membros. Nesse sentido, essa população dispersa vai se apropriar dos espaços possíveis e desenvolver atividades agroextrativistas. O que precisamos compreender de forma clara é que a agricultura colonial se equilibrava dentro de uma diversa gama de influências que determinavam suas condições e características, assim como perceber a múltipla composição do mundo rural. Nesse sentido, este trabalho procura enfatizar a participação dessa população dispersa, contribuindo para uma compreensão da complexidade de organização da sociedade colonial e do dinamismo existente na região do Vale do rio Tocantins setecentista.

  • IGOR GONCALVES CHAVES
  • O perto e o longe: os mundos da paisagem nas coleções de arte de Belém do Pará (1901-1929).

  • Data: 18/12/2017
  • Mostrar Resumo
  • Esse texto analisa a produção artística na cidade de Belém do Pará no início do século XX, mais precisamente entre as décadas de 1900 a 1920. O foco principal está no estudo das pinturas de paisagem confeccionadas por pintores do Pará, de outros estados brasileiros, bem como alguns nomes estrangeiros. Essas paisagens apresentadas ao público belenense ao longo de quase trinta anos constituem um conjunto complexo de representações da “terra natal”, o Brasil, e também do exterior. Dentre as paisagens nacionais há as representações da Amazônia (e da própria cidade de Belém), imagens produzidas por artistas locais e estrangeiros. São imagens retratos do espaço amazônico – seja urbanizado ou florestal – que fornecem visões simbólicas sobre a região elaboradas na perspectiva das artes visuais.

  • AMANDA BRITO PARACAMPO
  • AS TRILHAS AMAZÔNICAS DE ETTORE BOSIO: trajetória, música e presença no meio artístico-musical de Belém (1892-1936).

  • Data: 17/11/2017
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho disserta acerca da trajetória do maestro compositor italiano Ettore Bosio, compreendendo o período de vivência do mesmo em Belém (1892-1936) até seu falecimento nesta mesma cidade. Ao traçar sua trajetória, é nosso objetivo analisar também seu círculo social e profissional no meio artístico-musical belenense de fins do século XIX até as primeiras décadas do século XX; assim como a recepção de suas composições líricas pela crítica da imprensa, abordando inevitavelmente o tema da modernidade na música. Evidenciamos igualmente a relação de Bosio com o mercado musical e suas mudanças ao longo do tempo em diferentes contextos históricos, assim como o lugar de Belém dentro de um contexto internacional das artes musicais, especialmente sua interface com a Itália. Portanto, as trilhas amazônicas de Ettore Bosio serão traçadas através de suas relações sociais e profissionais, sua visão acerca da música nos períodos em que vivera e também as daqueles que foram seus contemporâneos, sua compreensão da modernidade, e finalmente, como fora afetado, positivamente e negativamente, pelo mercado musical. Pode-se dizer que Bosio foi, deste modo, um espelho de muitos músicos que viveram naquela sociedade no mesmo período que ele.

  • JOSIANE MARTINS MELO
  • Objetos em Trânsito: a musealização de artefatos arqueológicos no Museu Paraense Emílio Goeldi (1894-1907)

  • Data: 14/11/2017
  • Mostrar Resumo
  • A dissertação analisou o processo de musealização de artefatos arqueológicos no Museu Paraense Emílio Goeldi no período de 1866 a 1907. Os objetos estudados foram as cerâmicas encontradas no rio Maracá e afluentes, ao sul do atual estado do Amapá, e no rio Cunani, ao norte do mesmo estado. Essas cerâmicas foram coletadas em três expedições realizadas pelo Museu Paraense. A primeira ocorreu na década de 1870, sob a gerência de Domingos Soares Ferreira Penna (1818-1888), levando aos primeiros achados de Maracá. A segunda ocorreu em 1895, na região do rios Cunani e Cassiporé, sob a direção de Emílio Augusto Goeldi (1859-1917), resultando na descoberta das cerâmicas Cunani. A terceira ocorreu em 1896, aos rios Maracá e Anauerá-Pucú, liderada por Aureliano Pinto de Lima Guedes (1848-1912), com novos achados cerâmicos feitos na mesma região antes percorrida por Ferreira Penna. As fontes analisadas na pesquisa incluem revistas científicas, periódicos, fotografias, estampas litográficas e correspondências oficiais. Cruzou-se o aporte teórico das áreas da História da Ciência e da Museologia. O processo de musealização foi observado desde a aquisição dos artefatos, nos sítios arqueológicos, até a sua exibição em mostras nas cidades do Rio de Janeiro e de Belém. Esses objetos participaram de dinâmicas museológicas tanto no Museu Paraense quanto no Museu Nacional do Rio de Janeiro, que resultaram em sua requalificação e ressignificação social. Tanto no período imperial quanto no republicano os objetos tiveram tratamentos similares no que tange à salvaguarda e expografia, mas com algumas diferenças de interpretação em razão do desenvolvimento da etnologia de matriz alemã. Observou-se o valor que os objetos adquiriram para o Estado brasileiro, principalmente no que se refere à construção de uma identidade nacional, à idealização do passado, à objetificação das populações indígenas e ao controle do território brasileiro.

  • ROBERTA SAUAIA MARTINS
  • “Do Sarampão as perniciozissimas bexigas”: epidemias no Grão-Pará setecentistas (1748-1800)

  • Data: 14/11/2017
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem por objetivo analisar as principais ações e estratégias acionadas pelas autoridades coloniais e metropolitanas voltadas aos impactos ocasionados por três epidemias específicas, grassadas na capitania do Grão-Pará, na segunda metade dos setecentos. Trata-se de um esforço em discutir como essas estratégias foram sendo gestadas e forjadas a partir do diálogo entre as esferas de poder dos dois lados do Atlântico, bem como nos contornos internos do Grão-Pará. Busca-se a compreensão não apenas das diretrizes realizadas, como também a forma como esses eventos foram narrados, bem como as convergências e tensões trilhadas no rastro das epidemias.

  • ADNE JEFFERSON MOURA RODRIGUES
  • Infâncias Revistas: representações de crianças, saúde e educação infantis em revistas ilustradas (Belém, 1919 - 1930).

  • Data: 05/10/2017
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem por finalidade analisar as representações de infância em revistas ilustradas, que circularam em Belém, durante os anos 1920. O escrutínio dos textos presentes nos periódicos A Semana, Belém Nova e Guajarina acaba por desvelar as preocupações de setores da elite com a formação infantil, que muitas vezes atrelaram a imagem das crianças às noções de “futuro da família”, “futuro da raça” e “futuro da nação”. Nesse sentido, inspirados pelas imagens de sociedade “moderna” e “civilizada”, então em voga, artigos, fotografias e anúncios elucidam discursos sobre a importância de serem formadas crianças saudáveis e educadas para assegurar o futuro do país, transformando, assim, a infância em área fundamental de intervenção política. Ao contrário de definirem uma ideia homogênea e coesa, tais discursos apresentaram diferentes perspectivas e projetos para a formação infantil, elaborando representações distintas de crianças. Desta forma, a partir de diferentes textos produzidos pelas revistas, observamos uma reinterpretação das representações coletivas de infância no período.

  • DOMINGOS SAVIO DE CASTRO OLIVEIRA
  • Entre Garças, Conchas e Tinta de Carajuru: história, arquitetura, arte ornamental e transculturação no Grão-Pará Setecentista

  • Data: 05/10/2017
  • Mostrar Resumo
  • A região do Vale Amazônico viu acontecer, no século XVIII, uma série de encontros culturais e, porque não dizer, desencontros, que provocaram mudanças na cidade de Belém e em sua sociedade. Na primeira metade, os ocorridos entre indígenas, negros africanos, mestiços e religiosos, em que os (des)encontros colocaram saberes tradicionais e acadêmicos em contato; e, na segunda metade, entre o núcleo urbano em formação, sua sociedade, sua natureza e o arquiteto italiano Antônio José Antônio, no qual sua produção arquitetônico-artística precisou ser adaptada às particularidades dos materiais, mão de obra e técnicas autóctones. Em ambos períodos, esses (des)encontros originaram uma obra significativa no que diz respeito às artes ornamentais e à arquitetura. Produtos nada puros, mas cheios de referências das matrizes que dessa mistura fizeram parte - brancos europeus, índios e negros africanos - adaptados à região, produtos da transculturação ocorrida. Dessa temática é que se ocupa esta tese, no sentido de observar esses possíveis encontros/desencontros e seus resultados, nos quais os trânsitos de saberes geraram produtos particulares a essa realidade.

  • LUANA MELO RIBEIRO
  • Missionação e negócios jesuíticos: Acumulação de bens na capitania do Grão-Pará. (1653-1759)

  • Data: 27/09/2017
  • Mostrar Resumo
  • A atuação da Companhia de Jesus na catequese das populações nativas das áreas coloniais sempre provocou polêmicas com as outras ordens religiosas, com as autoridades coloniais e com os moradores, gerando conflitos que atingiram, em muitos momentos, altos níveis de radicalização. Ciosos de sua missão evangelizadora, os jesuítas logo perceberam que não podiam depender dos recursos do Padroado e nem das esmolas de seus benfeitores para o êxito da sua política salvacionista. Nesse sentido, envolveram-se nos negócios coloniais, desenvolvendo as mais diversas atividades econômicas, como criação de gado, coleta e produção das drogas do sertão, agiotagem, aluguel de terrenos e imóveis etc, constituindo, dessa maneira, um expressivo patrimônio material. No Pará colonial não foi diferente. A Companhia de Jesus tornou-se uma séria concorrente econômica dos moradores, sendo isto agravado pelo privilégio por ela recebido da Coroa portuguesa de isenção do pagamento dos dízimos. Além disso, a legislação indigenista portuguesa concedeu, em alguns momentos, à Companhia de Jesus a exclusividade da distribuição da mão de obra indígena entre os moradores e as autoridades coloniais, o que gerou uma acirrada disputa pelo controle da referida mão de obra. Nesta dissertação se pretende analisar a prática da missionação desenvolvida pela Ordem e a sua relação com os negócios jesuíticos, partindo do pressuposto de que eles constituíam uma unidade contraditória, o que custou aos jesuítas inúmeros conflitos com os outros segmentos da sociedade colonial paraense, alimentou e aguçou o sentimento antijesuítico, culminando com a expulsão da Ordem, primeiro do Pará e depois de Portugal e de todos os seus domínios.

  • MAIRA OLIVEIRA MAIA
  • PARA ALÉM DA DECADÊNCIA – A “aristocracia do pé no chão” na Belém de Dalcídio Jurandir

  • Data: 22/09/2017
  • Mostrar Resumo
  • Este estudo tem como objetivo fundamental compreender a cidade de Belém do Pará, nos romances de Dalcídio Jurandir, Belém do Grão-Pará e Passagem dos Inocentes, problematizando o que o escritor marajoara entendia como “decadência” do fausto nos anos de 1920. Com essa finalidade, trilhamos o seu caminho de vida e as escolhas de Dalcídio Jurandir, desde o movimento modernista em Belém, até sua experiência nos periódicos e na militância política comunista no Rio de Janeiro, momento em que ele se envolvia com o Stalinismo e com o Zdhanovismo, sem abandona suas raízes e sua promessa de ser sempre o escritor mais simples possível, revelando a Amazônia a partir da sua linhagem, a “aristocracia do pé no chão”.

  • GABRIEL DE CASSIO PINHEIRO PRUDENTE
  • ENTRE ÍNDIOS E VERBETES: a política linguística na Amazônia portuguesa e a produção de dicionários em Língua Geral por jesuítas centro-europeus (1720-1759).

  • Data: 22/08/2017
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta dissertação é analisar a política linguística da Companhia de Jesus e do governo português para o Estado do Grão-Pará e Maranhão e relacioná-la ao processo de produção de três dicionários em Língua Geral redigidos por jesuítas originários da Europa Central que atuaram na região amazônica no contexto das reformas pombalinas na década de 1750. Primeiramente, buscou-se compreender as diretrizes da Companhia de Jesus para a escolha e padronização de uma língua indígena no Brasil para a catequização dos índios, bem como o posicionamento dos jesuítas e do Estado português em relação à Língua Geral na Amazônia. Em seguida, foi reconstituída a trajetória de um grupo de jesuítas centro-europeus na Amazônia lusa em meados do século XVIII, cujos membros, muito provavelmente, redigiram três dicionários em Língua Geral. Por fim, utilizando o conceito de mediação cultural, os dicionários são compreendidos como produtos de um processo de negociação de sentidos, constituindo-se tanto como textos de tradução e classificação, como instrumentos de aprendizado da Língua Geral. Fora o aspecto meramente técnico ou prático, os vocabulários são analisados enquanto textos continuamente atualizados pelos autores jesuítas a partir de suas experiências adquiridas no complexo convívio com os índios no interior das missões.

  • MARINA HUNGRIA NOBRE
  • Para o governo do sal, tainhas e dos índios. As salinas e o pesqueiro real no Estado do Maranhão e Pará.

  • Data: 21/08/2017
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação de mestrado tratará sobre o abastecimento de sal e de peixe no Estado do Pará e Maranhão de 1640 a 1750, em especial o funcionamento dessas empresas enquanto lugares em que havia dinâmica, interesses e poderes específicos. Isso faz com que possamos compreender o processo de ocupação, a sociedade e a política portuguesa para a Amazônia a partir do abastecimento, do trabalho indígena, das relações sociais condicionadas por essas e dessas empresas reais. O objetivo, assim, é entender a importância que esses gêneros tiveram na sociedade do Estado do Maranhão e Pará.

  • TATIANE DA SILVA SALES
  • GRADUANDAS DA ILHA: um estudo sobre a presença feminina nos cursos de Farmácia, Odontologia e Direito em São Luís/MA (1940 - 1979).

  • Data: 26/06/2017
  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem por objetivo compreender a organização, o processo e a inserção da mulher no ensino superior, sendo a universidade um espaço de educação, instrução e poder, com ênfase nos três primeiros cursos fundados no Maranhão - Odontologia, Farmácia e Direito. Para observar tais processos, analisamos falas de algumas mulheres acerca de suas experiências de vida, de atividades estudantis e universitárias e sobre trabalho, provocadas por meio de entrevistas. Tende a perceber a dinâmica e a importância do ensino superior para as mesmas nos âmbitos acadêmico e profissional, este último no sentido de verificar as experiências que tiveram no exercício da profissão, com as dificuldades e conquistas a repercussão social de presenças femininas em espaços considerados por excelência masculinos e observar as construções de discursos dessas mulheres, observando de que forma eles dialogam com os marcadores sociais de gênero, preferencialmente, mas também, de condição social, origem e raça. A metodologia de pesquisa consiste na utilização de duas tipologias de aportes documentais: fontes impressas e fontes orais. As fontes impressas têm sua base, principalmente, nos documentos oficiais produzidos pela própria Universidade Federal do Maranhão ou pelas Faculdades Isoladas, nas secretarias dos cursos, na pró-reitoria de ensino da universidade e no Memorial Cristo Rei, também vinculado à Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Também tem suporte nos documentos de governo e em fontes relacionadas à mídia da época, usando revistas, jornais e propagandas, encontrados no acervo de Obras Raras da Biblioteca Pública Benedito Leite. As fontes orais baseiam-se nos fragmentos de histórias de vida de cinco mulheres que vivenciaram a experiência de um curso superior (Direito, Farmácia e Odontologia), na Universidade Federal do Maranhão.

  • JOAO MARCELO BARBOSA DERGAN
  • ILHAS ESTUARINAS AMAZÔNICAS: histórias, memórias e apropriação de saberes sobre a flora (1990-2017)

  • Data: 19/06/2017
  • Mostrar Resumo
  • De cheiros populares a perfumes sustentáveis, as essências de sementes e raízes das ilhas
    estuarinas amazônicas foram usadas, significadas e ressignificadas pelos comuns das ilhas e
    por empresas que fornecem insumos para produção de biocosméticos ao mercado global na
    atualidade. As essências de sementes e raízes de cumaru, priprioca, pracaxi, das ilhas de
    Cotijuba, Paquetá, Combu, ilha Grande e ilha das Onças, que fazem parte do estuário
    amazônico próximas a cidade de Belém-Pará-Brasil, tiveram usos e significados muitas vezes
    opostos e contraditórios por empresas e pelos ilhéus ao longo da história, ao mesmo tempo,
    eram utilizados nas diversas atividades como perfumes. Perceber as permanências e mudanças
    dos usos das essências da flora estuarina das ilhas, ao longo da modernidade, e a
    ressignificação de saberes e práticas pelos populares e empresas/coorporações para produção
    de perfurmes para o mercado global dá possibilidades de compreensão do discurso da
    sustentabilidade ambiental nas práticas cotidianas na Amazônia. Através da história oral e da
    etnografia das práticas dos ilhéus nas coletas e "preparo‟ das sementes e raízes para
    fornecimento às empresas de biocosméticos e no cruzamento e diálogo de fontes orais e
    escritas, como relatórios das empresas, atas e planos de governo, foi possível compreender os
    múltiplos saberes e interesses sobre a flora estuarina das ilhas amazônicas e a manipulação e
    apropriação desses saberes por ilhéus e empresas na produção de perfumes ao mercado e na
    busca da sustentabilidade. Entre discursos e práticas, alguns trabalhadores considerados
    atravessadores das raízes e sementes foram retirados em função da maior aproximação das
    empresas com as comunidades dos ilhéus. Os tipos de coletas e armazenamentos das sementes
    e raízes foram refeitos, em função das exigências das empresas. Os "tempos‟ de coletas dessas
    sementes e raízes utilizadas para fabricação de perfurmes e cosméticos naturais foram
    entendidos pelas empresas como "tempo‟ das comunidades das ilhas amazônicas. Produzir,
    utilizar e sentir os cheiros das essências das raízes e sementes da flora estuarina insular nos
    bioprodutos devolve à própria natureza de pertencimento ao planeta, à sensação de se ser
    humano naturalmente, ainda que esta também seja mais uma criação cultural no mundo
    moderno e na globalização contemporânea. A aproximação com os cheiros "naturais‟ dos
    biocosméticos produzidos das essências das sementes e raízes da flora estuarina insular
    devolve a sensação de se estar mergulhados ou envolvidos genuinamente na plena natureza
    biológica, como se se "pudesse‟ ter estado fora dela algum tempo. Ao mesmo tempo não é
    qualquer natureza, pois não se sente os problemas que a quantidade excessiva das essências
    poderia trazer e também não é considerado tão natural quanto às sementes e raízes por si só,
    mas tratadas e cuidadas para serem consideradas convenientes e sentidas como natureza na
    cultura nos cheiros. A cultura na natureza ou a natureza na cultura na produção de
    biocosméticos na Amazônia guarda relação com as próprias concepções de cultura e natureza
    que se acionam à rede de relações na globalização contemporânea com buscas á
    sustentabilidade ambiental.

  • FREDY JOSE MACIAS DIAZ
  • La Caricatura en Honduras: como manifestación artística y su importancia en la crítica socio/política (1960-1980).

  • Data: 12/06/2017
  • Mostrar Resumo
  • El punto de partida de este trabajo es estudiar el desenvolvimiento de la caricatura como manifestcion artística en los periódicos locales de la epoca, haciendo un análisis del discurso implícito en esas caricaturas.
    En una discusión sobre la importancia que ésta tuvo en el pais entre las décadas de 1960 y 1980, se hará un intento por interpretar el contexto sócio/político en el que fueron creadas las caricaturas, estudiando directamente lo que aconteció en este período de la historia de la nación, destacando el papel que tuvo la caricatura como elemento de crítica.
     

  • ANDRE LUIS BEZERRA FERREIRA
  • Nas malhas das liberdades: o tribunal da Junta das Missões e o governo dos índios na Capitânia do Maranhão (1720-1757).

  • Data: 08/06/2017
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a atuação do tribunal da Junta das Missões e o
    governo dos índios na Capitania do Maranhão entre 1720 e 1757. Para tanto, busca-se
    compreender como a implantação do referido órgão no norte da América portuguesa fez parte
    das estratégias sociopolíticas da Coroa lusitana no processo de expansão de sua monarquia de
    caráter pluricontinental na região. De fato, a Junta das Missões foi de suma importância não
    somente para a atividade missionária, cujo intuito era a conversão dos índios em cristãos e
    vassalos do rei, mas também para as metas econômicas, pois constituiu o principal órgão
    deliberativo acerca das formas legais – resgates, descimentos e guerras justas – de
    arregimentação da tão necessária mão de obra indígena. O tribunal em estudo se configurou,
    assim, como uma interface administrativa de constante debate entre os diversos agentes
    coloniais. Composto por representantes da Coroa, dos moradores, das ordens religiosas e da
    autoridade eclesiástica secular, o órgão corroborou a legitimação da expansão do projeto
    colonial por meio da propagação da fé e, mais concretamente, a aplicação da justiça referente à
    (i)legalidade dos cativeiros e, sobretudo, das liberdades dos índios do Maranhão. Neste sentido,
    o presente trabalho enfoca, de forma particular, o recurso de numerosos indígenas à Junta das
    Missões para obter o reconhecimento de sua própria liberdade e/ou a de sua prole.

  • JOÃO ARNALDO MACHADO GOMES
  • Vigiando, divulgando e reprimindo - O papel da imprensa no cotidiano dos moradores de Belém (1897-1910)

  • Data: 01/06/2017
  • Mostrar Resumo
  • Vigiando, divulgando e reprimindo - O papel da imprensa no cotidiano dos moradores de Belém (1897-1910)

  • SÔNIA VIANA DO NASCIMENTO
  • IGARAPÉ-MIRI: A passagem da escravidão ao trabalho livre, numa região de engenhos (Grão-Pará 1843-1888)

  • Data: 16/05/2017
  • Mostrar Resumo
  • Em Igarapé-Miri, ao longo do século XIX, a presença de trabalhadores escravos se mostrou significativa e de grande relevância as atividades da lavoura canavieira e produção de aguardente/ cachaça. A presente dissertação analisa a passagem da escravidão ao trabalho livre, destacando que a proximidade ou o fim da escravidão, não significou a saída dos trabalhadores escravos dos engenhos da região. A partir do uso de fontes diversas como jornais, inventários post-mortem, saldo da câmara municipal de Igarapé-Miri, contratos de trabalho, e outros, dados demográficos, na busca em compreender a importância da escravidão no local assim como, os mecanismos utilizados pelos senhores para assegurar a mão-de-obra.

  • JOÃO NEI EDUARDO DA SILVA
  • Batista Campos: a construção das memórias do cônego-arciprete (1820 - 1830)

  • Data: 05/05/2017
  • Mostrar Resumo
  • A proposta desta dissertação de mestrado foi a de estudar o processo de construção das memórias do cônego-arcipreste Batista Campos. Priorizando as fontes relacionadas a como essa memória foi gestada, entre os paraenses dos anos 20 e 30 do século XIX, nosso trabalho objetivou destacar o quanto os diferentes sujeitos que estiveram envolvidos nesse processo dedicaram imagens sobre Batista Campos que se mostraram bastante polêmicas. Memórias que se relacionavam ao universo social de disputas políticas, a partir do qual ele e os outros sujeitos que as gestaram atuaram. Portanto, foi a experiência de sujeitos envoltos numa cultura política de constantes embates de facções, que permitiu o surgimento das controversas “imagens públicas”, que se tornaram memórias, do cônego-arcipreste. Assim como a verificação de extravasamentos de elementos desse complexo processo, até mesmo para contextos posteriores.

  • ANDRES MAURICIO PLAZAS SIERRA
  • Voces de pervivencia, el territorio de resguardo indígena en la amazonia colombiana, apuesta colectiva para resistir a la violencia política: experiencia del Resguardo Indígena Panuré-Guaviare (1984-1998)

  • Data: 04/05/2017
  • Mostrar Resumo
  • 6
    Resumen.
    El presente trabajo se enfoca en analizar el curso
    de las acciones colectivas que
    permitieron la constitución de los territorios de resguardo indígena en la ama
    zonia colombiana
    ,
    para
    un
    periodo de crisis de la confro
    ntación armada,
    si
    tuado
    entre 1984
    y
    1998.
    Para delimitar
    e
    l
    objetivo, se sustenta
    la
    categoría
    región
    para comprender el proceso de definición
    del
    departamento
    del Guaviare
    ,
    y
    en el mismo ámbito
    se
    detalla
    la
    de
    territorio
    para identificar las
    elaboraciones colectivas que l
    levaron a la co
    ncreción del
    Resguardo Indígena Panuré
    ,
    experiencia específica donde aterrizan las reflexiones históricas
    .
    La propuesta
    investigativa se
    orienta por los principios teóricos de la historia del tiempo presente, por lo que se buscará dar
    releva
    ncia a la actividad
    colectiva
    poco documentada
    de
    las comunidades indígenas
    amazónicas
    contemporáneas
    , profundizando
    en la discusión sobre los efectos de su articulación
    como
    organización
    a la estructura del Estado
    ,
    y en él
    ,
    al seguimiento de los postulado
    s Neoliberales
    de desarrollo sostenible para la región
    .
    Así,
    se acude a la interpretación de fuentes orales
    ,
    rescatadas en espacios de discusión de las organizaciones indígenas
    colombianas
    y en
    entrevistas, además de
    la interpretación
    de
    los efectos de sus
    actividades territoriales en la
    reproducción cartog
    ráfica de la región amazónica
    .
  • DYSSON TELES ALVES
  • O Tempo dos Régulos: o contrabando de índios na Amazônia Portuguesa (c-1700 c -1750).

  • Data: 04/05/2017
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho
    tem como objetivo analisar o comércio clandestino de escravos
    índios no Estado do
    Maranhão e
    Grão
    -
    Pará, durante a primeira metade do século XVIII,
    como uma alternativa econômica utilizada pelos coloniais para promover o
    desenvolvimento econômico interno d
    a região. Um
    comércio
    que se
    caracterizou
    também
    como uma atividade
    polític
    a
    ,
    que permitiu a formação de um
    a rede
    social
    articulada que
    desvirtua
    va
    as orientações da Cor
    oa portuguesa,
    para criar opções
    que
    est
    ivessem
    ligadas diretamente à realidade colonia
    l
    se contrapondo
    ,
    assim, aos
    limites
    administra
    tivos e políticos fixados pela Metrópole
    para a captura, controle, comércio e
    distribuição da mão de obra indígena.
    Como desdobramento, o trabalho
    se propõe a analisar o papel desempenhado
    pelos contrabandist
    as de índios e suas articulações com os agentes régios, criando
    mecanismos políticos que resultaram nas relações de força que se desenvolveram no
    interior da
    Colônia
    e
    m
    torno do comércio de contrabando com destaque para o
    contrabando de gêneros e escravos
    índios. Para tanto, foi necessário contextualizar as
    articulações que havia entre os contrabandistas, lideranças indígenas, representantes
    régios e religiosos em torno do fornecimento de escravos índios, livre de pagamento dos
    impostos.
    Estudar
    as ações ex
    ecutadas pelos contrabandistas de índios fortalecendo um
    mercado, até certo ponto negligenciado por boa parte da historiografia colonial, é
    introduzir uma reflexão sobre a importância que o comércio de contrabando teve para a
    constituição da sociedade colo
    nial amazônica, com certo grau de autonomia.
  • LEONARDO DA SILVA TORII
  • O Guardião da memória do Estado do Pará: acesso à informação e política na criação do Arquivo Público do Estado do Pará (1894-1906).

  • Data: 02/05/2017
  • Mostrar Resumo
  • O Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) foi oficialmente criado em 16 de abril de 1901, já sob o regime republicano brasileiro, anexado à Biblioteca Pública do Estado do Pará. Sua principal função institucional era a preservação dos documentos históricos e o recolhimento sistemático da massa documental depositada nos arquivos das diversas repartições públicas estaduais. Havia uma preocupação muito evidente com a questão da perpetuação da memória do Estado e da região presente nos documentos públicos. Além dessa premissa, havia também uma inquietação muito latente nos planos dos gestores públicos que diz respeito a assuntos muito mais administrativos: proteger uma série de documentos que iriam resolver problemas ligados à terra de particulares e públicas, no que se refere à delimitação do tamanho e da legalidade, assim como solucionar conflitos pautados à questão de fronteiras entre municípios paraenses, de outros estados e com outros países. Diante o exposto, esta Dissertação pretende analisar as tramas políticos e institucionais que estão ao redor da criação dessa instituição arquivística.    

  • CLAUDIA ROCHA DE SOUSA
  • A “enfermidade era dilatada e os enfermos infinitos”: os efeitos epidêmicos no Estado do Maranhão e Grão-Pará (1690-1750).

  • Data: 25/04/2017
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo da presente pesquisa é discutir os efeitos epidêmicos no Estado do Maranhão e Grão-Pará, no final do século XVII e na primeira metade do século XVIII. Trata-se de uma análise pautada na forma como essas epidemias eram descritas por moradores, missionários e autoridades. Nesse sentido, abordaremos questões como: a representação das doenças; o caráter punitivo das doenças, e a subsequente intensidade de rituais religiosos para abrandar a ira divina; as disputas pelo espaço de cura; a falta de medidas preventivas; a mortalidade indígena e suas consequências para as atividades produtivas e na própria defesa do Estado. Em decorrência da elevada mortalidade indígena, e da dependência dessa mão de obra, os moradores queixavam-se de suas mazelas, afirmando que as epidemias deixariam o Estado à beira da ruína. Para remediar essa difícil conjuntura eram constantes as solicitações por resgates, descimentos ou a inserção de escravos africanos. Com base nesses aspectos, nota-se que as epidemias eram percebidas como um fator de desestruturação econômica e social na Amazônia colonial.

  • MÁRCIA CRISTINA RIBEIRO GONÇALVES NUNES
  • Rumo ao Boulevard da República - entre a cidade imperial e a metrópole republicana

  • Data: 05/04/2017
  • Mostrar Resumo
  • A tese tem por objeto investigar a urbanização às margens da Baía do Guajará, do
    Boulevard da República. O objeto da pesquisa será entender qual é o sentido dessa
    transformação e mostrar como esse espaço tomará nova forma. Como essa rua que fica
    ao lado de um porto vai adquirindo sentidos diferentes em momentos diversos na vida da
    cidade. Demonstrar a importância na reorganização do espaço, onde a nova ordem
    econômica formada por comerciantes, seringalistas, financistas e profissionais liberais
    direcionou a remodelação da cidade, sendo o poder público responsável em atribuir a
    tarefa de disciplinar e embelezar a cidade criando mecanismos que interferiram na vida
    cotidiana das pessoas. Um boulevard que está inserido na modernidade de sua época
    sendo equipado com materiais e edificações carregado de significados, se sobrepondo à
    cidade imperial e se pondo à uma cidade civilizada como o próprio período republicano.

  • RAIMUNDO MOREIRA DAS NEVES NETO
  • “Em aumento de minha Fazenda e do bem desses vassalos”. A Coroa, a Fazenda Real e os contratadores na Amazônia colonial (séculos XVII e XVIII)

  • Data: 29/03/2017
  • Mostrar Resumo
  • A presente tese de doutorado versará sobre os planos para o desenvolvimento econômico do Estado do Maranhão e Grão-Pará e crescimento da Fazenda Real, de meados do século XVII a meados do século XVIII, em especial a espinhosa questão da fiscalidade examinada principalmente a partir da figura dos contratadores das rendas reais. O principal argumento desta tese é o de que a administração e a defesa das rendas reais articularam boa parte das ações da Coroa com relação ao Estado do Maranhão e Pará. Nesse processo intervieram diversos agentes, que revelaram ter múltiplos interesses, quaisquer que fossem os objetivos da própria Coroa ao longo desse período.

  • ANA LEA NASSAR MATOS
  • José Sidrim: um capítulo da biografia de Belém

  • Data: 22/03/2017
  • Mostrar Resumo
  • Percorrendo o itinerário do engenheiro arquiteto José Sidrim, auto exilado de
    Fortaleza, Ceará, para se estabelecer em Belém do Pará, no início do século XX,
    procurou-se através da narrativa histórica reconstituir a sua própria fábula, tendo como
    pano de fundo a história da cidade e, ao mesmo tempo, a participação deste personagem
    na sua construção. Tomou-se como ponto essencial a sua relação com o intendente
    Antonio Lemos, na sua condição de funcionário municipal e de amigo próximo, além
    das outras amizades que daí decorreram, enfatizando-se o seu desenvolvimento
    profissional, o repertório de sua produção arquitetônica como um representante do
    ecletismo do Pará.

  • ELNA MARIA ANDERSEN TRINDADE
  • O DESENHADOR DE BELÉM: Antônio José Landi e o movimento das imagens na Amazônia Colonial (1753-1791).

  • Data: 21/03/2017
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta tese é investigar como o arquiteto bolonhês Antônio José Landi, entre 1753 e
    1791, manejou modelos de matrizes italianas de diferentes temporalidades e tradições nos
    seus desenhos em Belém, aproximando a leitura dos testemunhos imagéticos e uma história
    social da arquitetura. As fontes principais desta pesquisa são os desenhos e gravuras do
    arquiteto executados em todas as suas fases, desde estudos realizados na Academia
    Clementina até seus exercícios profissionais na Itália, Portugal e Brasil. Busca-se aqui
    analisar o vigor, a potência e a eficácia do movimento das imagens produzidas por Landi
    como campo da memória, seja no desenho, pintura, gravura ou relato de arquitetura e
    decoração. Nessa operação de armazenamento, manutenção, transmissão e transformação
    entre o visto, o lido, o estudado e o executado, está a base da metodologia que se procura
    seguir na abordagem do presente estudo, em diálogo com obras que, em grande medida,
    estabelecem interlocução com o método proposto por Aby Warburg na interpretação e leitura
    das imagens. Com isso, procuramos construir um ‗portfólio‘ do arquiteto bolonhês, onde,
    acredita-se, está o ponto de partida de suas ideias, do seu aprendizado, assim como o ethos de
    sua arquitetura.

  • PABLO NUNES PEREIRA
  • A MARINHA DE GUERRA NA AMAZÔNIA: SEGURANÇA E MODERNIZAÇÃO (1890-1918)

  • Data: 06/03/2017
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação objetiva discutir o exercício da segurança nacional através do discurso de modernização da Marinha de Guerra na Amazônia no período de 1890 a 1918. O recorte é delimitado pela publicação, em 1890, do livro The influence of sea power upon history 1660-1783, do almirante americano Alfred Mahan, tendo notório impacto sobre a maneira de pensar as marinhas pelo mundo, já que propunha a tese de que o domínio do mar era o elemento essencial para o desenvolvimento das nações, e pelo fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, o que considero marco por tal conflito representar a prova de fogo de todos os projetos de modernização em curso no Brasil e em países como Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Rússia e Japão e que, portanto, o período posterior a esse provavelmente representou uma guinada técnica na ideia de modernização das forças navais. Considerando a hipótese de que o projeto de modernização pensado de Mahan aos programas navais de 1904 e 1906 representam a construção de uma arte da guerra nos mares diferente de todos os períodos anteriores, e avaliando os seus desdobramentos na Amazônia, concluo que paralelamente a isso, houve a construção de uma arte da guerra nos rios, que respeitava a lógica própria dos meandros hidrográficos. Para defender tal argumento, a dissertação está estruturada em três capítulos: no primeiro, analisa-se o processo e a prática da modernização nas forças navais a nível internacional e nacional, sendo este último representado sobretudo pela esquadra do Rio de Janeiro; no segundo, analisa-se a segurança na Amazônia e a consequente construção da arte da guerra nos rios e no terceiro, os desdobramentos sobre o cotidiano dos militares da Marinha na região, analisado através dos ofícios, das relações sociais dentro da força e pelo corpo e sua relação com a saúde.

     

  • CAMILA FERREIRA SANTOS
  • “Ser elegante”: Mulher, moda, corpo e sociabilidade em São Luís/MA (1890-1920).

  • Data: 09/02/2017
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta tese é analisar a moda, vinculada à vestimenta e à máscara fisionômica, observando a elaboração do “ser elegante” em São Luís no final do século XIX e início do XX. Nesse sentido, buscou-se entender de que forma a limpeza e os cuidados com o corpo, bem como o uso das roupas pelas mulheres ludovicenses construíram e foram construídos pelo discurso de feminilidade, e também impregnadas dos ideais e das representações do moderno e do civilizado vinculadas à Belle Époque. Assim, atentou-se para os usos da moda para e pelas mulheres na forma de apresentação e circulação dos corpos, à medida que construía lugares de pertencimento, criando fronteiras, diferenças e associações a grupos, práticas e representações em São Luís. Utilizou-se como fontes na pesquisa os periódicos (jornais e revistas), as obras literárias, analisando as representações neles contidas, em que frequentemente os sentidos do “ser elegante” eram referidos e associados aos fazeres e imagens sobre o corpo, bem como aos significados que a aparência externa dos citadinos remetia. Conclui-se que o “ser elegante” e, portanto, o estar na “última moda”, condição galgada pelas mulheres ludovicenses, especialmente pelas mulheres de elite, estava vinculado a uma necessidade de manutenção da circulação como a e na “fina flor” da sociedade ludovicenses.

  • ALLAN AZEVEDO ANDRADE
  • Entre a igreja e o estado: atribuições e atribulações de um bispo ultramontano na Amazônia (1844-1857)

  • Data: 08/02/2017
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação se propõe a analisar o posicionamento religioso-político de D. José Afonso de Moraes Torres enquanto esteve a frente da diocese do Pará entre 1844 a 1857. Para tanto, é imprescindível compreender suas ações e percalços para administrar espiritual e materialmente o bispado, trazendo consigo a novidade da campanha ultramontana, ao mesmo tempo em que dialogava constantemente com o poder civil em favor da causa católica.

2016
Descrição
  • FERNANDA JAIME ANDRADE
  • O diário íntimo e escrita de si como mulher (1992-1996).

  • Data: 18/11/2016
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação propõe uma análise sobre a escrita de si, a partir da observação de quatro diários íntimos de uma adolescente do município de Castanhal, no estado do Pará, durante os anos de 1992 a 1996. Portanto, os diários desta pesquisa demonstram, a partir dos recortes de revistas, das colagens e outras formas de registro da memória, o processo de construção da identidade pessoal dessa adolescente. Assim como, examina o perfil de mulher dos anos 1990 imposto socialmente com base nas declarações da autora, assim como, dos suportes apresentados por ela, nos quais é possível perceber os principais conflitos enfrentados pela autora na fase adolescente e até que ponto essas divergências pessoais estavam relacionadas com ambiente sócio-cultural da autora. Em “O pacto autobiográfico”, Philippe Lejeune explica que o diário é um vestígio de condutas, dentro dele sensações são guardadas, conservam memórias, sobrevive-se, desabafa-se, conhece-se, delibera-se, resiste-se, pensa-se, escreve-se. A autenticidade do momento marca os registros do diário, deixando vestígios de momentos importantes. Tudo que se marca no diário é o único exemplar, já que o diário é uma série de vestígios. Sendo assim, é possível perceber nos diários muito além de experiências individuais: compreendem-se vivências que estão de acordo com tempo e espaço de quem registra.

  • ANNA CAROLINA DE ABREU COELHO
  • BARÃO DE MARAJÓ: um intelectual e político entre a Amazônia e a Europa (1855 - 1906)

  • Data: 16/11/2016
  • Mostrar Resumo
  • José Coelho da Gama e Abreu, o Barão de Marajó, formou-se em filosofia na Universidade de Coimbra, tornando-se respeitado no círculo intelectual português, inclusive com biografias publicadas na imprensa. Pertencia a uma família rica e com certa tradição no Pará, cujo poder aquisitivo e status foi aumentado com o seu casamento com Maria Pombo Brício. O Barão de Marajó foi um homem que soube se manter no poder ao longo de sua vida desempenhando diferentes cargos públicos durante os períodos imperial e republicano. Iniciou a carreira em 1855 como Diretor das Obras Públicas no Pará, foi presidente das Províncias do Pará e do Amazonas e Deputado; era amigo do Imperador D. Pedro II mas, isso não impediu que se tornasse o primeiro Intendente republicano da cidade de Belém, escolhido pessoalmente pelo governador Lauro Sodré. Terminou sua carreira como Senador estadual em 1906, o ano de sua morte. Divulgador dos interesses da Amazônia na Europa foi representante do Pará na Exposição Universal de Paris em 1889 e na Exposição Universal de Chicago em 1893.
    A despeito de meio século de vida pública, o Barão de Marajó tornou-se mais conhecido como um intelectual que escreveu obras de referência sobre a Amazônia, abordando questões de grande relevância para as definições da nacionalidade brasileira e dos interesses específicos de sua região nas obras: A Amazonia, As Regiões Amazonicas e Um Protesto. Suas viagens, publicadas na obra Do Amazonas ao Sena, Nilo, Bosphoro e Danúbio - Apontamentos de Viagem, fizeram parte de sua formação, sendo que suas reflexões a respeito de cidades europeias e orientais tornaram- se fundamentais no exercício de diferentes cargos públicos contribuindo para o remodelamento urbano da cidade de Belém na segunda metade do século XIX.
    Partindo dessas lembranças e esquecimentos, busca-se perceber a trajetória política e intelectual do Barão de Marajó, um sujeito emblemático para o entendimento da formação nacional na segunda metade do século XIX e início do XX.

  • ELIS REGINA CORREA VIEIRA
  • Manchete do dia: imprensa paraense e saneamento rural (1917-1924)

  • Data: 03/10/2016
  • Mostrar Resumo
  • A partir da década de 1910 ocorreu à configuração de um movimento nacionalista pelo saneamento rural ou saneamento dos sertões, um dos grandes símbolos desse movimento é o discurso do médico Miguel Pereira que em 1916 denunciava que o Brasil era um imenso hospital. No mesmo ano, o Instituto Oswaldo Cruz publicou os relatórios das expedições científicas realizadas no interior do país e ratificavam a imagem de um sertão doente e abandonado. Neste contexto se intensificam nos meios intelectuais os debates sobre o saneamento dos sertões, sendo criada em 1918 a Liga Pró-Saneamento do Brasil. O objetivo dessa dissertação é investigar o saneamento rural a partir do discurso da imprensa paraense, tentando compreender como os jornais foram um importante espaço de debate das ideias sanitaristas e ajudaram a tornar o movimento hegemônico. Desejamos também evidenciar as limitações do saneamento rural no Pará e os conflitos desse processo.

  • FABRICIO RIBEIRO RIBEIRO
  • HISTÓRIA E MEMÓRIA: LEITURAS SOBRE O TRABALHO COM O AÇAÍ E SUAS TRANSFORMAÇÕES

  • Data: 30/09/2016
  • Mostrar Resumo
  • Esta Dissertação avalia as transformações na cultura do processo de trabalho com o fruto do açaizeiro (Euterpe Oleracea mart.). Analisa as formas de produção e preparo da bebida, nas ilhas e na cidade de Belém - PA, entre os anos de 1984-2015. Dessa maneira, tem como objetivo visualizar e compreender as permanências e rupturas provocadas pelo crescimento do mercado trabalho, na relação homem/natureza, e as interpretações que os diversos sujeitos fazem da presença dos novos indivíduos e da inserção das fábricas, nesse universo de trabalho. Percebe-se que as mudanças ocorridas na forma de extração e comercialização sofreram interferências da expansão do consumo e do conhecimento sobre a "bebida amazônica" ou "petróleo negro", os quais fomentaram uma reconfiguração do meio ambiente, nas relações entre os sujeitos e os espaços de trabalho e, consequentemente, interferiram nas vidas dos indivíduos que se relacionam e sobrevivem do trabalho de "apanhar", "vender", "amassar", "bater" e, atualmente, "processar o fruto para exportação". É importante destacar que, para o amadurecimento desta pesquisa, as reflexões e os trabalhos de E. P. Thompson foram importantes e norteadoras, a fim de analisar as experiências coletivas e individuais dos trabalhadores do açaí, as quais permitiram a compreensão e a reconstrução da história de vida desses sujeitos. Dessa forma, ao considerar a história de vida das pessoas sobre seu passado, tentou-se construir uma história social que não tratasse dos acontecimentos importantes, isoladamente, mas da interação desses acontecimentos com a vida cotidiana, a partir das memórias, atentando para o processo de trabalho concernente à cultura de produção e comercialização do açaí.

  • MARIA JOSÉ MORAES MARTINS
  • A Gripe Espanhola em Belém, 1918: Cidade, cotidiano e medicina

  • Data: 30/09/2016
  • Mostrar Resumo
  • Em 1918, os moradores da cidade de Belém/PA testemunham o drama da epidemia de “Gripe Espanhola”, que infectou grande número de pessoas em todo o mundo. Partindo de fontes como ofícios da Diretoria do Serviço Sanitário do Pará, estudos médicos sobre higiene, medicina e saúde publicados em Belém/PA, mensagens apresentadas ao Congresso Legislativo do Pará, Livros de memórias e jornais paraenses, esta dissertação analisa a epidemia de “Gripe Espanhola” que assolou a cidade de Belém no ano de 1918. Assim, investiga-se o contexto socioeconômico dessa cidade no início do século XX, proporcionado pela exploração da borracha, evidenciando as condições de higiene e saúde de seus moradores e a intervenção dos homens das ciências sobre o espaço e as epidemias que faziam parte desse cenário. Ao mesmo tempo, a dissertação volta-se para compreender o cotidiano da população da cidade de Belém a partir dos impactos provocados pela epidemia de “Gripe Espanhola” entre 1918 e 1919. Igualmente, abordamos o contexto científico em que a epidemia eclodiu e as opiniões de médicos divulgadas na imprensa paraense com relação à natureza, tratamento e profilaxia da doença e as divergências decorrentes dessas compreensões.

  • ELIEZER DA ROCHA GONÇALVES
  • De assombros e sonhos: lugares no Tempo Presente para a convergência militar-civil ao discurso de um "Brasil Grande" na Amazônia Paraense (1970-1974).

  • Data: 23/09/2016
  • Mostrar Resumo
  • O discurso do “Brasil Grande” que coincidiu com o período do “milagre econômico” e se inseriu na Amazônia paraense entre 1970 e 1974 como a epopeia de uma “grande aventura nacional”, operou nas falas de cima uma experiência com o tempo dada num percurso presentista, percebido nas estratégias e projetos implementados pelo governo militar-civil que corromperam o futuro para adequá-lo a um presente impositivo que procurou bastar-se em si mesmo. Esse foi o sonho. Nas falas e memórias silenciadas de baixo, de experiências passadistas do minifúndio e latifúndio, vivenciadas por migrantes que acorreram à Transamazônica, passaram a experimentar o presentismo do “Brasil Grande” de um futuro já dado. Essa foi a convergência das falas de baixo às falas de cima. Porém, no momento em que as falas de cima impõem um futuro já presente, mas não dado na realidade, adéquam, forçam e persistem nesse presentismo sem nunca alcançar um futuro-passado. Foi o sonho que se tornou assombro. Os silenciados de baixo ao abandonarem o presentismo criando brechas de liberdade no espaço de experiência imposto como presentismo em que percebem um futuro-passado que ainda não se deu e passam a almejar no horizonte de expectativa esse futuro-passado ainda não dado, se desassombram. Assim, através dessas brechas de liberdade, os silenciados se tornaram vozes audíveis e perceptíveis, que passaram a rejeitar as adequações, reforçamentos e persistências presentistas do “Brasil Grande”, abandonaram o espaço de experiência de um futuro-passado não dado, construíram outro espaço de experiência e passaram a buscar em outros horizontes de expectativa outro futuro-passado, outro sonho. Entre falas e silêncios inverteram-se papeis. As falas de cima que não sonham mais, agora assombram; os silenciados assombrados e tornados vozes, agora sonham, e ainda lutam.

  • EVA DAYNA FELIX CARNEIRO
  • Os "Espectadores”: história, sociabilidade e cinema em Belém do Pará na década de 1950

  • Data: 15/09/2016
  • Mostrar Resumo
  • As sociabilidades constituídas por meio das reuniões promovidas pelo cineclube, às
    longas conversas versando sobre a crítica de cinema ou a respeito de livros de referência, a
    convivência nas redações de jornais e revistas favoreceram a vivência de momentos
    marcantes comuns, com potencial para produzir significados, impressos de forma indelével
    em suas condutas e em suas percepções sobre a arte e a vida. A convivência implicava no
    contato com uma série de referências e modelos próprios da análise cinematográfica, e que
    surtirão efeitos na produção escrita daqueles que compartilhavam desse ritual cinéfilo. Os
    Espectadores dialogavam com aquilo que estava sendo lido e discutido em agremiações com
    características similares em diferentes regiões do país. Uma geração cinematográfica oriunda
    em sua maioria dos meios universitários, e que também estava localizada historicamente. Em
    um momento em que se vivia a plena profusão da cinefilia brasileira, temas caros como o da
    existência de um cinema nacional, bem como as preocupações quanto a uma educação do
    olhar, montagem e neorrealismo italiano, também despertavam o interesse dos cineclubistas
    do Norte. Que da Belém dos anos de 1950, sofriam as mazelas de não dispor de uma estrutura
    que permitisse maior autonomia tanto da Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo,
    quanto do circuito exibidor comercial. Os membros do primeiro cineclube de Belém estavam
    ligados também pelo partilhamento de uma rede de significados, que antes da visualização das
    imagens já estava posto, lançando assim um olhar que sofria interferências de uma série de
    símbolos e significados, bem como de uma noção particular de arte e estética. Maneira de ver
    que por seu turno, também será influenciada por elementos integrantes do universo de
    significações característicos ao cinema, seguindo para isso um fluxo dinâmico em que tanto o
    cinema influencia na escrita, quanto o olhar sobre o filme é influenciado pela formação
    intelectual. As aproximações com a literatura, presente no primeiro cineclube de Belém,
    conduzem a reflexões sobre a forma como seus membros mediavam relações entre cinema e a
    construção literária.

  • ROSANGELA DA SILVA QUINTELA
  • Lugar de joias, memórias e histórias: O Polo joalheiro de Belém no tempo presente

  • Data: 02/09/2016
  • Mostrar Resumo
  • Trata-se de um trilhar pela história da Amazônia, em que apresento um registro
    da história e memória do Polo Joalheiro/São José Liberto, situado em Belém do
    Pará, de maneira entrelaçada com as trajetórias de alguns de seus
    protagonistas, a fim de esmiuçar um caleidoscópio de experiências do mundo
    do trabalho, num contexto de criação e produção de joias artesanais. Neste
    sentido, sigo pelas veredas metodológicas e teóricas, principalmente, de
    Edward Thompson, Walter Benjamin, Paul Ricoeur, Jacques Le Goff, e Michel
    de Certeau, com a pretensão de configurar um voo acadêmico em que a teoria
    não se impusesse ao objeto, mas que dialogasse hermeneuticamente com os
    “rastros”, as “pegadas” que reuni para a pesquisa de meu doutoramento, em
    que a atenção dada foi para a relação entre história, memória, lembrança e
    esquecimento, tendo como cenário os desafios da micro-história,, história oral e
    história do presente. Usei, para tanto, fontes orais e escritas. O objetivo
    principal foi analisar os discursos e as práticas, em sua multiplicidade no
    cenário do Polo Joalheiro e dos seus segmentos sociais, ou seja, a trajetória, o
    saber fazer, a sociabilidade, tensões conflitos entre os atores, mestres, homens
    e mulheres, mestres e alunos (as), artesãos, administração, e a memória de
    implementação do programa. Desse modo, pude compreender o Polo Joalheiro
    como um lugar de memórias e histórias repletas de significados existenciais,
    manifestos nas múltiplas experiências de sucesso de realizações pessoais,
    profissionais e comerciais, no âmbito do criar e fazer joias artesanais.

  • SIDIANA DA CONSOLACAO FERREIRA DE MACEDO
  • A cozinha mestiça. Uma história da alimentação em Belém. (Fins do século XIX a meados do século XX)

  • Data: 29/08/2016
  • Mostrar Resumo
  • A tese parte da percepção de que se faz necessário refletir sobre a ideia da chamada comida regional como mais original, por vincular-se a uma tradição culinária dos grupos indígenas. A pesquisa revelou que, ao contrário do que se pensa, a comida regional que hoje se entende por típica é fruto de mestiçagens ocorridas ao longo do tempo. Aliás, as formas de consumo dos grupos indígenas sofreram inúmeras trocas e misturas nos ingredientes e formas de preparo. Desse modo, a presente tese demonstra como tais hibridismos ocorreram também para além dos pratos regionais. Assim, o trabalho investiga a cozinha paraense de fins do século XIX e meados do século XX, demonstrando como era resultado de inúmeras trocas alimentares. Visando a constituição de nossos argumentos fizemos um contexto dos espaços de venda de produtos e de alimentação na cidade de Belém, através dos estabelecimentos e diversos sujeitos que circulavam pela capital paraense. Seguimos com uma discussão sobre como os livros de receitas e receituários publicados na cidade eram influências das cozinhas e livros europeus, identificando tal realidade a partir das receitas e ingredientes. Por fim, a discussão sobre como a comida paraense é mestiçada e como os cardápios e menus encontrados na cidade neste momento nos mostram hábitos alimentares repletos de mestiçagem em uma cidade que ainda não fazia uso de seus pratos como identificador de sua cultura.

  • JOEL SANTOS DIAS
  • "Confuso e intrincado labirinto". Fronteira, território e poder na Ilha Grande de Joanes (séculos XVII e XVIII)

  • Data: 15/08/2016
  • Mostrar Resumo
  • A ilha do Marajó ou ilha Grande de Joanes teve papel importante no processo de colonização da Amazônia portuguesa. Sua posição geográfica foi considerada estratégica para garantir a segurança e o abastecimento das terras localizadas na fronteira norte, além de contribuir direta e indiretamente na expansão da fronteira com os limites espanhóis. Da mesma forma, teve papel destacado no fornecimento de gêneros e de gado para abastecer as áreas vizinhas, sobretudo, a capital do Estado. O contingente de mão de obra disponível era significativo e supriu por um bom tempo as necessidades dos moradores de da própria Coroa, devido a intensa atividade missionária desenvolvida com os índios daquele arquipélago. No período pombalino, os antigos aldeamentos se converteram em vilas e as populações indígenas que ali viviam passaram a ser inserida numa nova relação de trabalho direcionada a garantir a continuidade de seu papel. A resistência dos índios do Marajó e sua constante movimentação na fronteira com o território francês foram sistematicamente contidas pelas autoridades portuguesas em diferentes momentos de tensão com os franceses da Guiana.

  • RENAN BRIGIDO NASCIMENTO FELIX
  • “NOVO PORVIR” - LITERATURA E COOPERATIVISMO EM CANDUNGA E OUTROS ESCRITOS DE BRUNO DE MENEZES.

  • Data: 03/08/2016
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação busca compreender
    Literatura e
    Cooperativismo
    como dois aspectos
    fundamentais da experiência social do literato Bento Bruno de Menezes Costa (1893
    -
    1963).
    Nesse sentido, o engajamento no campo das letras nos serviu de ponto de partida para
    percepção de um sujeito social que fez da exper
    iência constitutiva das suas obras, um grande
    espaço para refletir a condição do povo
    paraense
    . Não se trata
    va
    de um mero adorno aquilo
    que levava aos textos fic
    cionais e as reflexões cultuais, d
    aí que a retratação que mui
    tas de suas
    poesias dinamizavam,
    d
    izia
    m
    respeito à confluência de um poeta que fez da vivência
    acumulada em suas andanças, presente nos termos de um sujeito que não ia simplesmente ao
    povo, mas de fato o era. Com isso, ao analisarmos a produção cooperativista de Bruno de
    Menezes, pesquisam
    os inúmeros textos esparsos, tanto pela sequência dos anos, na primeira
    metade do século XX, com ênfase a década de 1950, pelo desdobramento da atividade pública
    a frente do S.A.C.
    -
    Serviço de Assistência ao Cooperativismo, órgão criado pelo governo
    estad
    ual paraense, o qual ocupou por dez anos, entre 1945 a 1955. Consideramos ainda, que a
    obra
    Candunga
    , publicada em 1954 constitui um importante espaço para divulgação da
    doutrina cooperativista, uma vez que uma reflexão ficcional foi concedida ao assunto.
    A
    criação da “Colonia Novo Porvir” ao final da narrativa demonstrava um horizonte distinto aos
    lavradores da Zona
    B
    ragantina
    ,
    Nordeste do Estado do Pará, através da fomentação do
    associativismo agrícola entre os mesmos. Assim, ao trabalhar com a execução d
    e projetos
    dessa matéria, acrescentava ingredientes de experiência política e percepções acerca da
    natureza, considerando importantes a
    s
    mudanças históricas no espaço Amazônico. O grau de
    especialização que detinha sobre o assunto lhe facultou a multiplica
    ção das ações
    cooperativistas, por conseguinte, a apresentação de resultados práticos a sociedade paraense.
  • LAURA TRINDADE DE MORAIS
  • O poder simbólico das "bugigangas": índios e regatões na Província do Pará (século XIX).

  • Data: 28/06/2016
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa busca entender como se estabeleceu a atividade entre comerciantes de regatão e os indígenas da província do Pará, durante a segunda metade do século XIX. Analiso essas relações em um momento em que o governo imperial buscava diversas formas de obter controle sobre os indígenas, logo a relação entre indígenas e comerciantes se estabeleceram em meio a disputas de interesses, o que em grande medida contribuiu para colocar o regatão como perversor dos indígenas e estes como enganados. Em meio a isso busca-se entender as dinâmicas de trocas entre indígenas e regatões, seus interesses, conflitos e alianças.

  • ELIAS ABNER COELHO FERREIRA
  • Oficiais Canoeiros, Remeiros e Pilotos Jacumaúbas: mão de obra indígena na Amazônia colonial portuguesa.

  • Data: 28/06/2016
  • Mostrar Resumo
  • Na Amazônia colonial praticamente tudo girava em torno dos rios. Os rios eram os caminhos, as vias fluviais por excelência; eram eles que interligavam o sistema de vilas e lugares portugueses; eram o meio de circulação no qual as relações entre os indígenas se davam antes da colonização, e vão ser o meio onde relações entre indígenas e europeus se darão durante e após a colonização. Nesse sentido, e partindo das discussões da Nova História Indígena, esta Dissertação procura perceber como índios (oficiais canoeiros, remeiros e pilotos) estavam inseridos dentro do universo dos rios na Amazônia do século XVIII, como mão de obra para a construção de embarcações e para remar e pilotar as ditas embarcações. Dimensionar a atuação dos indígenas dentro dos três assuntos distintos retratados aqui – rios, embarcações e remeiros e pilotos –, mas que mantêm vinculo umbilical entre si, foi essencial para mostrar que na Amazônia colonial portuguesa a mão de obra indígena foi mais que um mero recurso, ou uma simples porta de escape. Foi fundamental.

  • VINICIUS ZÚNIGA MELO
  • OS DIRETORES DE POVOAÇÕES: SERVIÇOS E TRANSGRESSÕES NO GRÃO-PARÁ DO DIRETÓRIO DOS ÍNDIOS (1757-1798)

  • Data: 28/06/2016
  • Mostrar Resumo
  • Os diretores de povoações, responsáveis pela tutela do indígena aldeado durante a vigência do Diretório (1757-1798), são considerados por parte importante da historiografia como sujeitos que se aproveitaram das atribuições da função para darem conta de seus interesses pessoais, desobedecendo, constantemente, os dispositivos legais. Em razão desse comportamento, alguns autores os responsabilizam pelo “fracasso” do Diretório dos Índios. O presente trabalho, considerando restrita essa visão formulada, tem por objetivo melhor compreender quem eram os diretores que atuavam na capitania do Pará. Mediante análise das fontes, constatamos que tais sujeitos ocupavam as câmaras das Vilas e Lugares, as tropas militares e solicitavam sesmarias e mercês. Em relação a essa última, especificamente, os diretores as requeriam como retribuição a seus serviços prestados na Amazônia portuguesa. Paralelamente a esses serviços, os diretores cometiam uma série de transgressões no interior das povoações visando o acesso de riquezas locais. Dessa forma, argumentamos que servir a Coroa portuguesa e transgredir a uma de suas leis, o Diretório dos Índios, não eram práticas incompatíveis, mas sim, coexistentes no dia a dia dos diretores. Isto, porque o serviço e a transgressão se constituíam em estratégias fundamentais para a obtenção de êxito na região. É em razão de ser usada para esse fim, que argumentamos também que a transgressão continuou a existir em larga escala no Grão-Pará da segunda metade do século XVIII, mesmo sendo uma prática sobre a qual havia críticas morais entre os habitantes dessa sociedade, e mesmo ela ocorrendo em um período no qual Portugal buscou ter um controle político e econômico mais efetivo no reino e no ultramar.

     

  • FRANCISNALDO SOUSA DOS SANTOS
  • Ações colonizadoras em descompasso: legislação, propaganda e atuação de colonos estrangeiros nos últimos anos do Império e início da República no Pará

  • Data: 09/06/2016
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo busca refletir acerca das legislações gestadas com o objetivo de orientar a criação de núcleos coloniais e, consequentemente, a introdução de colonos nacionais e estrangeiros na Região Bragantina, Nordeste do Pará, entre os anos de 1886 e 1902. Procuramos analisar não apenas as pretensões das autoridades provinciais e estaduais por trás desses ordenamentos, mas também as reações dos colonos no interior dos espaços agrícolas frente a essas legislações. Ao mesmo tempo em que esses agentes públicos objetivavam ter um controle sobre aquelas áreas rurais, seus ocupantes e a própria produção agrícola, os imigrantes buscavam a efetivação e ampliação de direitos previstos não somente nas leis, mas também nas propagandas realizadas pelas autoridades paraenses na Europa com a finalidade de atrair imigrantes. Dentro desse universo de ordenamentos, buscamos ainda perceber as diferenças entre os programas de colonização pensados entre o final do período imperial e os primeiros anos da República, nos governos de Lauro Sodré, José Paes de Carvalho e Augusto Montenegro.

  • ANDRÉ JOSÉ SANTOS POMPEU
  • Monções amazônicas: avanço e ocupação da fronteira noroeste (1683-1706)

  • Data: 30/05/2016
  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa versa sobre a ocupação e construção da fronteira noroeste da Amazônia, durante o final do século XVII e início do século XVIII. Partindo da ideia de que o noroeste amazônico se caracteriza como uma “fronteira-zona”, onde diferentes atores – índios, portugueses, espanhóis e holandeses – tiveram a oportunidade de trocar experiências sociais e culturas com a finalidade de obter a supremacia na região em destaque. Objetivando que o noroeste amazônico foi muito mais fruto das relações de poder na esfera local, como o caso das monções portuguesas e da missão jesuítica de Maynas, do que um empreendimento imperial. Levando uma experiência a partir da colônia para ser reafirmada na metrópole.

  • ELISEO MORENO GALINDO
  • Las Dictaduras Militares en América del Sul y la Doctrina de Seguridad Nacional en los años 1960 a 1980

  • Data: 06/05/2016
  • Mostrar Resumo
  • En este trabajo de investigación analizamos la historia política, social y económica de Brasil, Argentina, Chile y Uruguay, antes y durante la dictadura militar instaurada en esos países en los años 1960 y 1970. Examinaremos, preferencialmente: 1) las diferentes coyunturas políticas en esos cuatro países de América del Sur antes y durante los golpes de Estado liderados por las Fuerzas Armadas, con apoyo de sectores civiles y del gobierno de los Estados Unidos; 2) el uso como instrumento de las directivas de la Doctrina de Seguridad Nacional antes y durante de las dictaduras civil-militar en Brasil, Argentina, Chile y Uruguay; 3) los cambios en las instituciones políticas y en las actividades económicas y vida social implementados por los gobiernos militares. A través de una serie de fenómenos que insertamos en el recorte del tiempo histórico que denominamos Historia del Tiempo Presente, también discutiremos en esta investigación las diferentes contribuciones teórico-conceptuales e historiográficas que sean pertinentes para poder realizar el estudio comparativo de las dictaduras en América del Sur y los procesos de transición política. Las principales fuentes que alimentan la investigación son materiales historiográficos que focalizan la historia de esos cuatro países durante los últimos 50 años, sin excluir fuentes hemerográficas (periódicos y revistas) y documentos oficiales.

  • LUIZ ANTONIO VALENTE GUIMARÃES
  • DE CHEGADAS E PARTIDAS Migrações Portuguesas no Pará (1800-1850)

  • Data: 04/05/2016
  • Mostrar Resumo
  • A presente tese discute as migrações portuguesas para a capitania e depois província do Pará,
    entre 1800 e 1850. Nesse período marcado por rupturas políticas
    com Independência do Brasil
    de Portugal e a Adesão do Pará ao novo país
    , de eclosão de um movi
    mento marcadamente
    antilusitano e que ganhou nuances de rivalidade extremada com a Cabanagem, ocupamo
    -
    nos
    em perceber as dinâmicas migratórias lusitanas no Pará. A partir de uma documentação
    privilegiada, que são os registros de passaportes emitidos em Por
    tugal com destino à cidade de
    Belém do Pará, propomo
    -
    nos a quantificar inicialmente o fluxo migratório ocorrido entre esses
    dois espaços no período investigado. Em um segundo instante da investigação, desdobramo
    -
    nos em estabelecer um diálogo entre história
    serial e microanálise: dos 1339 indivíduos que
    imigraram para o Pará, seguimos as trajetórias de vida de alguns desses imigrantes de Portugal
    ao Pará. Negócios comerciais, arranjos familiares e estratégias de inserção econômica e social
    são entre outros t
    emas discutidos ao longo dessa tese.
     
  • ITAMAR ROGERIO PEREIRA GAUDENCIO
  • Football Suburbano e Festivais Esportivos: lazer e sociabilidade nos clubes de subúrbio em Belém do Pará (1920-1952)

  • Data: 29/04/2016
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo trata da análise sobre a prática e a popularização do futebol a partir dos clubes de subúrbio, na cidade de Belém do Pará, durante os anos de 1920 à 1952. Dessa forma, mapeamos a urbe a partir desses clubes de futebol nos seus variados bairros com objetivo de analisar a dinâmica da prática esportiva que construiu um processo de popularização do futebol. Um fato que se alicerçou através da quantidade de clubes de futebol e a experiência dos sujeitos que participavam ativamente da construção do lazer e da prática esportiva nesse espaço urbano. O aumento do número de festivais juntamente com o trabalho da imprensa esportiva, a circulação de diversos grupos sociais, proporcionou ao longo dos anos a construção de um processo de popularização do football na cidade que fortaleceu o esporte em torno do Clube do Remo e do Paysandú. No entanto, ao levantar fontes jornalísticas, consegui perceber que apesar dos discursos serem inerentes a prática de quem escreve nos jornais, existia um ponto em comum, que era a prática de futebol nos variados locais da cidade. Havia indícios de que sujeitos de bairros populares como o Jurunas, Sacramenta, Pedreira e Telégrafo participavam mesmo que indiretamente das partidas realizadas no largo de São Braz ou na Praça Batista Campos. A ideia da tese passa pelo estudo do futebol que se popularizou a partir de um conjunto de fatores que também estava aliado a experiência dos sujeitos nos clubes dos bairros apresentados pela imprensa, durante o contexto histórico da época, como populares ou suburbanos, e não somente pela dupla Re x Pa.

  • JOSE RENATO CARNEIRO DO NASCIMENTO
  • Relações conjugais e amorosas em vigia, Pará:códigos, crime e poder(1890-1945)

  • Data: 12/04/2016
  • Mostrar Resumo
  • Os processos crimes de ferimentos e defloramentos são nossas fontes principais para compreendermos como homens e mulheres manejavam códigos e representações conjugais e amorosas em suas práticas cotidianas entre os anos de 1890 a 1945 na cidade de Vigia/PA. Buscamos compreender como se atualizavam os discursos dessas práticas relacionadas aos afetos nos termos das negociações e violências. Falamos das apropriações e usos de representações e códigos de lavradores, lavradoras, domésticas, pescadores, juristas, delegados, “artistas” e articulistas de jornais que viveram no município. Neste sentido, defendemos a tese de que, para além das dicotomias, compreendemos as narrativas em torno dos relacionamentos situando imagens das práticas masculinas e femininas socialmente consideradas legítimas e ilícitas ativadas no ambiente policial e judicial ao tratarem de suas experiências no cotidiano. Entre as casas, roças, igarapés, quintais e ruas da cidade, os protagonistas dessas narrativas apresentavam múltiplos discursos, tramas e manobras em torno de questões como masculinidade, feminilidade, amor, casamento, namoro, honra, intimidade e moradia. As diversas vozes e situações não viriam à tona sem que fizéssemos análises e comparações de dentro e de fora de cada processo criminal no sentido de atingirmos percursos entre a micro e a macro análise. Os jornais nos possibilitaram a ouvir os discursos oficiais e da Igreja a respeito do feminino e masculino; as mensagens de governo nos deram rastros de aspectos jurídicos e econômicos da cidade; os dados sobre a população retirados dos recenseamentos e dos registros civis e paroquiais de casamento permitiram uma visualização de tendências nos relacionamentos como idade e filiação. Vigia não teve uma modernização ou transformação urbana acentuada que influenciasse decisivamente as mudanças de comportamento, bem como os relacionamentos, os modos de sobrevivência e as moradias, mas nem por isso as mulheres e os homens dessa cidade deixaram de viver e expressar sentimentos experimentados pelos moradores das grandes cidades consideradas lugares de propagação de “bons e maus” costumes.

  • TULIO AUGUSTO PINHO DE VASCONCELOS CHAVES
  • O PLANO DE URBANIZAÇÃO DE BELÉM: CIDADE E URBANISMO NA DÉCADA DE 1940.

  • Data: 05/04/2016
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese associa um significativo Plano de Urbanização de Belém – elaborado na década de 1940 pelo urbanista e prefeito de Belém Jeronimo Cavalcanti – com os embates sociais, políticos e econômicos de uma época de muitas mudanças na Amazônia, no Brasil e no mundo Ocidental. O Plano foi elaborado durante a guerra mundial, no contexto dos Acordos de Washington e em pleno Estado Novo. A Amazônia passou repentinamente a ocupar um lugar central na política Varguista, trazendo de um lado a nostalgia da época áurea da borracha e, de outro, claros sinais de que esse novo momento era muito específico e diferente. Do francesismo ao americanismo, dos bonds elétricos, aos ônibus zepelins, dos trilhos, ao asfalto, dos palacetes, aos arranha céus. Tudo era modernização, mas tudo parecia tão diferente: os modelos haviam se transformado. Se o urbanista que aceitou esse desafio era conhecido nos círculos dos clubs de engenharia e de arquitetura carioca, era, porém, inepto politicamente. Seu Plano previa a completa reestruturação da cidade, indo da modernização no setor de abastecimento e nos mercados, até transformações profundas nos serviços públicos, meios de transporte e vias de circulação. Contudo Cavalcanti e suas ideias não resistiram à crise política mais simples. Apesar do pouco tempo e do precário tato político, o plano deixou raízes e vale ser lembrado especialmente, porque ocorria num momento histórico de construção e afirmação do Urbanismo enquanto campo científico de poder no Brasil e na Amazônia. Suas ideias foram muitas vezes referenciadas e, em momentos chaves, desenvolvidas, mesmo que a contrapelo. Contudo sua história inicial ainda estava quase sem voz. Essa tese, assentada em muitas fontes, mas especialmente em jornais e relatórios de época - discute os debates antigos e novos entre a Belém da Bela Época e a nova Belém do urbanista Cavalcanti.

  • LUCIANO DEMETRIUS BARBOSA LIMA
  • ENTRE BATALHAS E PAPÉIS: A CABANAGEM E A IMPRENSA BRASILEIRA NA MENORIDADE (1835-1840)

  • Data: 28/03/2016
  • Mostrar Resumo
  • Entre batalhas e papéis: a Cabanagem e a imprensa brasileira na Menoridade (1835-1840) propõe uma redefinição metodológica na construção histórica e historiográfica sobre a guerra cabana. Voltando a análise para parte de alguns órgãos de imprensa brasileiros, durante a primeira metade do século XIX, mais especificamente entre os anos de 1835 e 1840. Defendo que a narrativa da história da Cabanagem deve ser ampliada para além dos escritos e fontes retiradas de ofícios e proclamações cabanas e anti-cabanas. Neste estudo, a pesquisa foi feita em um rico e diversificado quadro de editoriais, artigos e notas jornalísticas, publicados ao longo da Menoridade. São jornais tanto de fora do antigo Grão-Pará quando de dentro, derrubando o mito de que – por não existirem jornais circulando em Belém regularmente durante o episódio cabano (1835-1839) – quase não haveria o que pesquisar nesses órgãos de divulgação. Almejo também demonstrar, pela análise de dois jornais do Rio de Janeiro: Correio Official e O Sete d’Abril, e do periódico paraense Treze de Maio (esse nascido imediatamente depois do episódio cabano em 1840), que a narrativa da guerra cabana circulou nacionalmente e que essa divulgação muito contribuiu para a criação de uma memória-histórica desse movimento amazônico nos séculos XIX e XX.

  • IANE MARIA DA SILVA BATISTA
  • A NATUREZA NOS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA (1955-1985)

  • Data: 11/03/2016
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo dessa tese foi analisar como a natureza amazônica foi concebida e apropriada nos planos de desenvolvimento da Amazônia elaborados para execução entre 1955 e 1985. Delineou-se os processos históricos de suas implementações, enfatizando-se suas dimensões ambientais e sociais. A base documental da pesquisa foi constituída pelos planos, relatórios, atos e pronunciamentos governamentais, revistas e jornais, legislações, imagens cartográficas, além da literatura relacionada ao tema. A análise fundamentou-se nos princípios teóricos e metodológicos da História Ambiental. As evidências produzidas revelaram que águas, solos, florestas e subsolos foram ressignificados nos discursos e nas ações preconizadas no planejamento estatal. Esse processo refletiu uma concepção de natureza amazônica como fonte de recursos naturais para a manutenção e expansão do modelo de desenvolvimento adotado, que desconsiderou a dimensão histórica da região. Constatou-se durante a interpretação uma matriz teórico-metodológica nos textos dos planos, que indica uma continuidade e contiguidade entre eles. As medidas de teor ambientalista, incorporadas na elaboração dos planos, a partir de meados dos anos 1970, resultaram das pressões das instituições financeiras multilaterais, para assegurar recursos financeiros aos projetos em curso. Paralelamente, constituíram-se algumas iniciativas em defesa da Amazônia: intelectuais, movimentos sociais, instituições religiosas, camponeses, seringueiros e indígenas, com distintos interesses, recolocaram a discussão sobre a natureza. A compreensão da dimensão histórica que orientou as concepções de natureza nos diversos processos analisados possibilita a emergência de uma história social da Amazônia mais rica e plural

     

  • ANDRÉS FELIPE GONZÁLEZ BOLAÑOS
  • La Revolución Cubana a través de la caricatura política, en los periódicos El Tiempo y El País de Colombia. 1958-1962

  • Data: 07/03/2016
  • Mostrar Resumo
  • Esta investigación, analiza cómo fue representa la Revolución Cubana en la caricatura política de los periódicos colombianos El País y El Tiempo entre 1958 y 1962. Para cumplir con este propósito, el siguiente trabajo se divide en dos capítulos.
    El primero estudia la caricatura política y los intelectuales de la opinión pública como una fuente para la historia. Abordando de manera general, algunos planteamientos teóricos y metodológicos de Erwin Panofsky. De igual forma, se identifica a un grupo de caricaturistas que representaron, cuestionaron y satirizaron con mayor frecuencia los acontecimientos políticos relacionados con la Revolución Cubana. Además se describir los orígenes, posturas políticas e influencias de poder de los periódicos El País y El Tiempo en Colombia.
    En el segundo, identificamos las diferentes formas de representación que los diarios El País y El Tiempo realizaron sobre la Revolución Cubana entre 1958 y 1962 en la caricatura política, señalando las temáticas más recurrentes en estos periódicos. Para ello, estudiaremos la manera de como la opinión pública fue cambiando en la medida en que se consolida el proyecto revolucionario liderado por Fidel Castro y su Movimiento 26 de julio, desde su lucha armada en la Sierra Maestra, hasta la salida de Cuba de la Organización de los Estados Americano (OEA).
    Palabras Clave: 

  • JOSE DENIS DE OLIVEIRA BEZERRA
  • Vanguardismos e modernidades: cenas teatrais em Belém do Pará (1941-1968)

  • Data: 03/03/2016
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho objetiva analisar as práticas culturais teatrais em Belém do Pará (1941-
    1968), a partir de ideologias e ações dos movimentos de teatro amadores e de
    estudantes, fundamentados no princípio de transformar a cena local. O suporte
    documental desta pesquisa constitui-se a partir do levantamento de fontes em
    instituições públicas, acervos pessoais, sites e produção bibliográfica de estudiosos
    brasileiros. Com base nesses documentos, procuramos refletir como os espetáculos
    (produtos poéticos) dialogaram com a conjuntura sociopolítica paraense e brasileira
    da época. Os princípios estéticos dos intelectuais e artistas desse referido movimento
    cultural revelam importantes percepções e ações “modernizantes” e de “vanguarda”
    sobre a cultura e a arte. Por isso, consideramos que a produção proposta pelo Teatro
    do Estudante do Pará (1941-1951), o Norte Teatro Escola do Pará (1957-1962) e o
    Serviço de Teatro da Universidade do Pará (1962-1967) entraram em confronto com
    outras formas cênicas, representantes do que definimos como tradição,
    principalmente as ligadas às práticas do teatro comercial e popular. Por fim, concluise
    que durante três décadas do século XX, a cena teatral paraense vivenciou
    atividades no setor da produção cultural, articuladas e fundamentadas nos princípios
    da erudição, propostos por esses grupos. Os subsídios do Estado, a qualificação dos
    artistas, a potencialidade renovadora da arte, entre outros motivaram os
    “vanguardistas” a pensar e fazer do teatro um campo importante de mobilização
    artística e intelectual na sociedade paraense.

  • ANNDREA CAROLINY DA COSTA TAVARES
  • EM BUSCA DAS "PATACAS": PATRIMÔNIO DE PORTUGUESES NA ECONOMIA DA BORRACHA (BELÉM, 1840-1930)

  • Data: 26/02/2016
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho discute a composição das fortunas dos imigrantes portugueses na cidade de Belém, entre os anos de 1840 a 1930. Através do uso serial de inventários post mortem e de outras fontes, pôde-se analisar quais as principais formas de investimento dos portugueses na cidade, entre os períodos de surgimento, consolidação e declínio da economia extrativa da borracha. Buscando não somente investigar a composição em si das fortunas, mas também as mudanças, ou não, no padrão de acumulação, demonstrando a participação ativa destes sujeitos na dinâmica da cidade.

  • ADRIANE DOS PRAZERES SILVA
  • O Vale do Tocantins e a Lei Anilzinho: A lei dos posseiros (1961-1981)

  • Data: 25/02/2016
  • Mostrar Resumo
  • O golpe- civil de 1964, militar trouxe uma série de problemáticas no que diz respeito à questão do conflito de terras na Amazônia, no Estado do Pará, mais especificamente no Vale do Tocantins denominação usada para o Médio e o Baixo Tocantins, que são as microrregiões que envolve o município de Tucuruí que por sua vez abriga em seu território a hidrelétrica de Tucuruí, a maior usina inteiramente nacional. O período aqui analisado é de (1961-1981), portanto vinte anos, momento que houve mudanças profundas na região. A construção dessa barragem, os incentivos fiscais, as mudanças na Legislação do Estado e mais os projetos de colonização pensados pelos governos militares para essa região, desdobrou uma série de acontecimentos entre eles estava o conflito pela posse da terra, envolvendo vários personagens índios, seringueiros, castanheiros, posseiros, trabalhadores rurais, entidades aliados como a FASE, a prelazia de Cametá, a congregação das Irmãs filhas da Caridade, e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Oeiras e Baião. De acordo com a visão dos trabalhadores rurais do lado oposto a eles estavam os órgãos do governo e seu aparato burocrático, assim como os prováveis grileiros centro- sulistas. Os trabalhadores rurais dessa região perceberam a mudança em seu modo de vida, pois notaram a entrada de outros sujeitos dentro da região que ameaçavam seu modo de vida e sua cultura, perceberem nos momentos dos conflitos que deveriam se unir e organizar-se, pois haviam cansado de perder e para isso construíram sua própria Lei a Lei Anilzinho: A lei dos Posseiros e criaram uma cultura política de resistência que durou mais de uma década na região.
     

  • JOAO ANTONIO FONSECA LACERDA LIMA
  • "Pessoas de vida e costumes comprovados": Clero Secular e Inquisição na Amazônia setecentista

  • Data: 18/02/2016
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho discute a trajetória de um grupo de indivíduos que tem em comum serem padres e funcionários do Santo Ofício no contexto do Estado do Maranhão e Grão-Pará setecentista. Partindo das trajetórias, evidenciaremos a edificação da máquina burocrática e o modo de atuação destas duas instituições na Amazônia colonial. Sem, com isso, perder de vista a individualidade dos agentes, de modo a perceber os usos da condição e dos privilégios de clérigo e membro do corpo burocrático inquisitorial.

  • LUIZA HELENA MIRANDA AMADOR
  • “Degenerados e Contagiantes": A luta contra sífilis no Pará (1915-1934).

  • Data: 22/01/2016
  • Mostrar Resumo
  • A pesquisa tem como objetivo analisar os discursos profiláticos sobre a sífilis no Pará, entre os anos de 1915 e 1934. Na década de 1920 o movimento sanitarista se efetivou no país, acontecia o processo de centralização política da saúde e de ações mais dirigidas ao tratamento e profilaxia das doenças venéreas. Denominada de “flagelo social” a sífilis foi descrita como degeneradora do indivíduo, da família, da sociedade, da raça e da nação. Em torno do perigo venéreo foram criados discursos higiênicos e eugênicos. O medo em torno da doença foi evidenciado nos inúmeros anúncios de remédios que prometiam a cura da enfermidade. Os médicos se apresentaram como a autoridade mais competente para prescreverem normas, condutas e medidas preventivas sobre a doença. A partir do saber médico as prostitutas foram definidas como as maiores propagadoras da sífilis, mecanismos de inspeção, vigilância e controle sobre elas foram colocados em prática.

  • SUENY DIANA OLIVEIRA DE SOUZA
  • Usos da fronteira: Terras, contrabando e relações sociais no Turiaçu (Pará-Maranhão, 1790-1852)

  • Data: 18/01/2016
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese discute a ocupação da fronteira entre o Pará e o Maranhão, de 1790 a 1852. Mais pontualmente, analisa os encontros e embates entre os colonizadores e os diversos moradores que ali estavam ou que chegaram à região nesse período. Destacam-se, primeiramente, as investidas do governo colonial português a fim de tornar a região colonizada por pessoas “úteis” aos interesses Régios. Nesse processo, abriram-se estradas, ergueram-se povoados e vilas, além de terem sido doadas terras por carta de data de sesmarias para a produção de gado e para a agricultura. Todavia, paralela à abundância e riquezas potenciais da terra, sempre havia a busca do pretendido “controle” sobre as populações locais. Este processo “colonizador” ganhou força a partir da administração de Francisco de Souza Coutinho no Pará, mas também recebeu, nesse momento, muitos sujeitos não “desejados”. Eram novos indígenas aldeados e transferidos, negros de origem africana e muitos homens brancos e mestiços pobres, sendo alguns degredados, outros servidores militares, além de fugitivos. Este local – centro de enorme diversidade étnica e cultural – tornou-se um barril de pólvora em dois grandes levantes: o primeiro em 1824, no contexto das lutas de independência; e outro em 1835, com a Cabanagem. A tese finaliza a análise no início dos anos de 1850, não porque os moradores não mais se rebelaram, mas devido à resolução da disputa quando finalmente a administração imperial decide passar a região para a tutela maranhense e os focos de conflitos ganharam novos contornos e dismensões que extrapolariam este trabalho.

  • ELIELTON BENEDITO CASTRO GOMES
  • “Adeus Maio! Salve Junho!”: narrativas e representações dos festejos juninos em Belém do Pará nos anos de 1950.

  • Data: 08/01/2016
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho busca analisar as narrativas e representações dos festejos juninos de Belém do Pará nos anos de 1950. Esses festejos ganharam destaques nas páginas de livros, jornais e revistas que circulavam em Belém no período em questão, onde era possível encontrar anúncios, crônicas e romances que versavam sobre esse momento festivo. As festas juninas, de grande importância para parcela significativa da sociedade belenense, contavam com a participação de diversos conjuntos musicais, grupos juninos e de aparelhos sonoros animando esses eventos realizados em diversos espaços do subúrbio e do centro da cidade. Além disso, vários eram os pontos de vistas de jornalistas e intelectuais sobre essa celebração festiva, sendo esses analisados a partir dos papeis de difusão de valores e de padrões de comportamentos propostos por eles em seus escritos. Nesse sentido, o conceito de representação, proposto pelo historiador francês Roger Chartier, permeará a dissertação em questão, no qual esse autor assinala que os discursos estão entremeados de estratégias e práticas que tendem a impor autoridade e até mesmo induzirem o outro a escolhas e que são construídos dialogicamente num jogo que inclui interesses, embates e negociações. A pesquisa apresentada contou com auxílio de fontes retiradas dos jornais O Liberal, Folha do Norte, A Província do Pará, O Estado do Pará, A Vanguarda e da Revista Amazônia, publicados na década de 1950, assim como romances memorialísticos que falam sobre a temática aqui trabalhada, na segunda metade do século XX.

  • SARA DA SILVA SULIMAN
  • O Capuchinho e os Munduruku: Um estudo sobre a missão do baixo Tapajós (Pará, 1848-1855)

  • Data: 08/01/2016
  • Mostrar Resumo
  • O Capuchinho e os Munduruku: Um estudo sobre a missão do baixo Tapajós (Pará, 1848-1855)

2015
Descrição
  • SILVIO FERREIRA RODRIGUES
  • TODOS OS CAMINHOS PARTEM DE ROMA: ARTE ITALIANA E ROMANIZAÇÃO ENTRE O IMPÉRIO E A REPÚBLICA EM BELÉM DO PARÁ (1867-1892)

  • Data: 18/12/2015
  • Mostrar Resumo
  • Esta tese parte da análise da grande reforma na decoração da Catedral da Sé de Belém do Pará, entre os anos de 1867 e 1892, sob o bispado de Dom Antônio de Macedo Costa, para discutir a forte relação com a política cultural ultramontana e romanizadora gestada pela Cúria Romana e destinada a se propagar pelo mundo em resposta à secularização da sociedade. Se o catolicismo observa o modelo centrado na cidade eterna, a decoração dos edifícios eclesiásticos se inspira nos seus mais famosos templos. Na segunda metade do século XIX, Roma desempenha o papel de capital universal da cristandade e das artes sacras. Inspirado no ambicioso programa iconográfico do pontífice Pio IX, o bispo adotará os temas sacros por ele definido. A mensagem era clara. Depurar o culto e as artes seria parte do amplo processo de reforma do clero e da cultura católica pelo mundo. Diante da perda de espaço na sociedade devido aos movimentos de secularização, a Cúria romana imprimiu um grande esforço para manter intacto o papel de única autoridade moral e religiosa. O efeito dessa política foi o posicionamento de Igreja e Estado em campos opostos. No Brasil, o clero ultramontano se defrontou com as autoridades civis e seculares. Em meio a isso, a Catedral de Belém apresentou um ciclo decorativo conectado com o projeto romanizador de Dom Macedo Costa. Em consequência, a Amazônia estreitou os laços com a cultura italiana, atualizando o ambiente artístico regional dentro de frutífero diálogo com os movimentos estéticos internacionais. Uma arte renovada se produziu, é verdade, mas a serviço da religião romanizada.

  • TIAGO BARROS FERREIRA
  • INTERIORIZAÇÃO DA REPÚBLICA: O JOGO POLÍTICO NO SALGADO PARAENSE DURANTE A REPÚBLICA VELHA (1889-1903).

  • Data: 15/09/2015
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa historiográfica aborda o jogo político empreendido por diversos sujeitos da vida político-partidária na região do Salgado paraense, mais precisamente nas localidades de Vigia de Nazareth, São Caetano de Odivelas, Curuçá, Marapanim, Cintra, Salinas e Bragança, no período de 1889 a 1930. Tendo em vista matérias de jornais, documentos oficiais, obras raras, e imagens que retratam monumentos históricos, busca-se perceber como se constituíam as relações políticas e as diversas formas de relações de poder no âmbito dessa região, entre os vários sujeitos entre si e entre outros espaços, como na cidade de Belém, capital do Pará, em um dos momentos mais significativos da história política do Brasil, na época da instauração e consolidação das instituições republicanas. Ademais, são abordados fatos ocorridos após 1897, relacionados à chamada “Política dos Estados ou Política dos Governadores”, quando a República brasileira já estava consolidada. A pesquisa documental resultou em uma diversidade de fontes de riqueza imensurável, que revelam os conflitos armados, as negociações, momentos de sociabilidades, além da construção de um imaginário pretensamente favorável ao regime republicano junto à população. Tais indícios possibilitaram traçar pequenas biografias desses “iniciados e aprendizes da vida política”, que na maioria das vezes tiveram seus nomes inscritos entre os membros dos antigos partidos monárquicos: Liberal e Conservador, e logo em seguida passaram a figurar entre os “chefes republicanos” ligados aos partidos surgidos com a República, como o Partido Republicano Paraense, o Partido Republicano Democrático, e o Partido Republicano Federal, agremiações que disputaram entre si o controle político dessa região durante o recorte histórico proposto. As análises e reflexões demonstram que, na sua essência, a República nada mais foi do que um novo rótulo novo para uma velha garrafa, visto que os vícios atribuídos ao regime monárquico persistiram após o 15 de novembro de 1889, nos primeiros momentos do regime republicano.

  • LUCIANA MARTINS FURTADO
  • NAS PEDRAS DO CAES: cidade, cotidiano e trabalho (1852-1912)

  • Data: 31/08/2015
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo pretende desvendar a construção de uma cidade moderna, em plena selva equatorial, entre os séculos XIX e XX, através da ótica do seu porto. Nascida e criada às margens dos rios, a cidade de Belém do Pará chega ao século XIX com uma inquietante questão: tornar-se ou não a “rainha do Amazonas”? Com a ajuda de seu cais, Belém transforma-se numa paradoxal cidade moderna que busca seu desenvolvimento através da expansão da navegação interna e internacional, tornando-se parte integrante de um novo mundo que tem os portos como ponto de intersecção. Para tanto, a transformação urbana, tendo foco a sua zona portuária, será imprescindível para o sucesso desse programa de cidade moderna. Contudo, a concepção de uma cidade do futuro que renega seu passado esbarrará numa população que questionará a legitimidade deste projeto. Afinal, uma cidade não é construída por arquitetos, médicos ou administradores; ela é fruto da experiência cotidiana de seus moradores, presentes nas ruas, nas docas, no cais, para quem a construção da cidade baseia-se na tolerância a uma certa desordem.
     

  • YURE LEE ALMEIDA MARTINS
  • DO NORTE DA ÁFRICA AO NORTE DA AMAZÔNIA: EXPERIÊNCIAS DE COLONIZAÇÃO, FAMÍLIAS E FORMAÇÃO DE ELITES EM NOVA MAZAGÃO (1770-1808)

  • Data: 31/08/2015
  • Mostrar Resumo
  • A partir de 1750, quando da ascensão ao ministério do futuro marques de Pombal, a política portuguesa deu maior importância a determinadas colônias como o Brasil e no sul da África decretou a agonia para a gloriosa praça forte de Mazagão. Foi á queda do ultimo bastião cristão luso-marroquino na África. E a rara migração de uma população urbana entre três continentes, África, Europa e América. A praça foi desmontada e embarcada para Lisboa em março de 1769. Destinaram-se os mazaganistas para a Amazônia. Iriam povoar Vila Nova de Mazagão no rio Mutuacá, que estava em construção, além de proteger a fronteira do Cabo Norte com a Guiana Francesa e fortalecer a nova rede de abastecimento do Grão-Pará.

  • JERUSA BARROS MIRANDA
  • IGREJA E ABOLIÇÃO: O CATOLICISMO ULTRAMONTANO E A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO GRÃO-PARÁ (1881-1889)

  • Data: 28/08/2015
  • Mostrar Resumo
  • A segunda metade do século XIX é um momento delicado pelo qual passava a Igreja Católica. Sua relação com o Estado estava estremecida, mesmo com o Sistema do Real Padroado. A Questão Religiosa lhe conferiu muitos desentendimentos com o poder imperial. Isso foi uma oportunidade para os opositores da Igreja colocar em duvida o prestígio que o catolicismo teria como religião oficial do Estado. Com isso, a Igreja se torna um alvo para críticas de muitos setores da sociedade oitocentista. Uma das principais críticas feitas à instituição foi por esta não fazer parte do processo abolicionista, sem tomar partido pela defesa dos escravos e, ainda, por defender o sistema servil. Uma crítica moral e política que foi cristalizada por Joaquim Nabuco e posteriormente por Anselmo da Fonseca e que serviu de mote para muitas pesquisas atuais. Portanto, busco entender de que lugar se faz essa crítica, quem a faz de forma mais consistente em seus trabalhos, tornando-a predominante na historiografia da escravidão. Outro objetivo também seria mostrar que outro caminho poderia estar sendo traçado pelo clero, em relação à escravidão, em relação ao abolicionismo podendo discordar da unanimidade dessa crítica.
     

  • EDIVANDO DA SILVA COSTA
  • CIVILIZAR A NAÇÃO PELA INSTRUÇÃO PÚBLICA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ENSINO PRIMÁRIO NO PARÁ (1891-1909)

  • Data: 07/08/2015
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho discute a formação de professores para o ensino primário no Pará, durante os anos iniciais do regime republicano. Nesse contexto, a educação, de acordo com as autoridades políticas e intelectuais republicanos, seria um dos mecanismos para a construção de uma sociedade que se pretendia: moderna e civilizada. Analisa-se, assim, a formação de professores e professoras, os sujeitos sociais que seriam os responsáveis pela formação dos futuros cidadãos da pátria, bem como um pouco do trabalho docente nas escolas primárias. Tem-se como foco de pesquisa a educação recebida na Escola Normal de Belém do Pará, visando à formação de professores e, igualmente, a formação que estes deveriam repassar nas escolas para seus alunos. Compreendemos que se trata de um processo em que estavam presentes formações diferenciadas bem como resistências e conflitos.

  • JOSÉ IVANILSON DA LUZ RODRIGUES
  • O LABOR FEMININO DO LAR À FÁBRICA: LUTAS, PRÁTICAS E REPRESENTAÇÃO SOCIAL (BELÉM, 1930 - 1935)

  • Data: 15/07/2015
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação ocupa-se do fazer do operariado feminino da capital paraense nos primeiros anos do decênio de 1930. Nos empenhamos em demonstrar os espaços diversos de atuação das operárias: fábricas, serviços autônomos, oficinas, companheiras de labuta, entre outros; além de aspectos cotidianos, como os deslocamentos lar-trabalho-lar, assédios, violência praticada e sofrida, acidentes de trabalho e formas diversas, individuais e coletivas, associativas ou não, de protestar em favor de melhores condições de vida e trabalho, condicionamentos tangenciadores à agência diária destas operárias. Utilizamos ainda a categoria gênero como forma de apresentar a constituição das associações de classe do operariado feminino: ADTF (Associação Defensora do Trabalho Feminino) e CFT (Concentração Feminina do Trabalho), e os constantes diálogos, e, por vezes, incongruências com as associações de classe do operariado paraense, notadamente lideradas pelo operariado masculino: LNP (Liga Nacionalista do Pará) e FBT (Federação Brasileira do Trabalho) e mesmo com associações femininas como a FBPF (Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino). Recorremos ainda, a categoria representação social, como forma de demonstrar a imagem social projetada sobre a mulher operária e tocante aos locais habitados pelo operariado, além disso, demonstramos com o uso da categoria territorialidade, as maneiras diversificadas do operariado de vivenciar as peculiaridades e limitações dos bairros habitados. Nos esforçamos, ainda, em apresentar as celebrações do operariado, como os bailes festivos, homenagens, torneios de futebol, as celebrações como o 1º de Maio, entre outros, e o lugar da mulher operária nestes eventos.
     

  • ROSA CLAUDIA CERQUEIRA PEREIRA
  • PERCEPÇÃO VISUAL DA CIDADE: iconografias da natureza urbana de Belém (1808-1908)

  • Data: 02/07/2015
  • Mostrar Resumo
  • Este estudo propõe uma análise das iconografias urbanas de Belém, produzidas no decorrer do século XIX e início do XX. A tese tem por objetivo, então, analisar a representação da natureza em Belém, especificamente nos anos de 1808 a 1908. O compromisso inicial desse estudo se concentrou em pesquisar os diversos tipos de iconografias sobre Belém no decorrer dos Oitocentos. As questões que se procurou evidenciar tratam sobre a forma como os viajantes apreenderam a cidade, em sua passagem por Belém, tanto sob o ponto de vista narrativo quanto o visual, até os anos de 1890. A partir de então, também identificar como os governantes promoveram a cidade para além da região Amazônica. Observa-se que a natureza brasileira passou a ser representada, a partir do século XIX, por meio de linguagem escrita e iconográfica, isto graças à influência do cientificismo e da sensibilidade artística romântica, que perpassaram pelo conhecimento do país. A sensibilidade romântica realizou a aproximação entre ciência e estética ao apreender e representar a natureza, numa visão totalizante, inaugurando uma nova concepção de paisagem e a tentativa de “inventar” e visualizar uma natureza urbana, a qual é tema principal desse estudo; representa o fenômeno da urbanização que foi registrado, especialmente, por meio da fotografia. Nesse tipo de fotografias, a natureza aparece domesticada, adaptada ao desenho urbano, sua forma artificiosa e geométrica é valorizada. A fotografia urbana do final do século XIX reintroduz o “belo ideal” nas imagens da natureza ordenada segundo o modelo dos jardins franceses, ingleses e italianos. Parto do pressuposto de que a contemplação da natureza é adaptada para a realidade da região Amazônica, embora estivessem presentes modelos provenientes da Europa, mas encontram as suas especificidades a partir de uma natureza exuberante da Amazônia A percepção de natureza na Amazônia da segunda metade do século XIX e a influência de novas formas de conceber a natureza foram projetadas para as cidades na reformulação dos espaços para constituir a área verde, especialmente de Belém. Pensar historicamente a representação da natureza é refletir sobre a sua apropriação pela ação humana ao mesmo tempo em que diferentes indivíduos e grupos sociais circularam e deixaram suas marcas específicas nos lugares construídos a partir de uma natureza domesticada na paisagem urbana.

  • MARÍLIA CUNHA IMBIRIBA DOS SANTOS
  • Família, trajetória e poder no Grão-Pará setecentista: Os Oliveira Pantoja

  • Data: 26/06/2015
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho discute a trajetória da família Oliveira Pantoja durante três gerações, compreendendo os mecanismos econômicos, sociais e políticos que permitiram ao grupo obter poder e influência no Grão-Pará colonial. Através do uso de diversos tipos de documentações, pode-se compreender a importância que a família Oliveira Pantoja vai adquirindo na capitania do Pará, atentando para as estratégias de manutenção e ampliação de poder, as articulações de alianças sociais e os mecanismos utilizados que propiciaram a fomentação do capital simbólico familiar.

  • ANNA MARIA ALVES LINHARES
  • UM GREGO AGORA NU: ÍNDIOS MARAJOARA E IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA

  • Data: 19/06/2015
  • Mostrar Resumo
  • UM GREGO AGORA NU: ÍNDIOS MARAJOARA E IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA

  • MARCUS VINICIUS CUNHA OLIVEIRA
  • A ESTRADA PARA O "PROGESSO": POLÍTICA, CULTURA E NATUREZA EM BRAGANÇA, PARÁ (1970-1996)

  • Data: 12/06/2015
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho estuda a construção da estrada Bragança-Ajuruteua, PA-458, no Pará, Brasil, no período de 1970-1996. A rodovia, que aterrou 26 km de manguezal, provocou alterações no meio ambiente e, consequentemente, à vida de vários indivíduos que vivem dos recursos naturais desse ecossistema. O trabalho tem como objetivo compreender as permanências e as mudanças provocadas pela rodovia na relação homem/natureza e as diversas interpretações dos homens sobre esse espaço por meio da análise de discursos políticos, reportagens da imprensa escrita, fotografias, literatura local, etnografia e relatos orais de mariscadores de caranguejo, sujeitos profundamente envolvidos com o manguezal. A partir disso, constatou-se que o desenvolvimento pensado pelas autoridades políticas e pela elite local, com a exploração turística da praia de Ajuruteua, foi projetado com uma visão de natureza separada da cultura, uma natureza utilitária e contemplativa que negligenciou as comunidades locais e as condições de preservação do ecossistema. Porém, mesmo diante disso, sujeitos que tiveram suas vidas impactadas pelo empreendimento “fabricaram” estratégias para se adaptar a nova realidade e usaram a rodovia a favor da sua vida cotidiana.

  • EDILSON VASCONCELOS DOS SANTOS
  • ATIVISTAS DA LIBERDADE: UMA HISTÓRIA DA SOCIEDADE ABOLICIONISTA 28 DE SETEMBRO (Belém, 1883-1885)

  • Data: 23/04/2015
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como objeto os membros da Sociedade Abolicionista 28 de Setembro, fundada em Belém, em 19 de junho de 1883. Em termos de composição social, faço uma sucinta reconstituição do perfil social desses sujeitos, descortinando suas trajetórias, atuações e intervenções em diversos setores da sociedade, sobretudo nas ações em favor da libertação de escravos. Apresento suas articulações internas e externas com os mais variados sujeitos e grupos sociais, tanto dentro de Belém quanto com abolicionistas de algumas províncias brasileiras. Destaco uma multiplicidade de ferramentas, táticas e estratégias de ação que empregaram para efetivar a libertação de escravos. Apresento uma série de propostas e as práticas de natureza libertadora da entidade. Comparada com várias outras organizações emancipadoras e abolicionistas, a organização apresentou semelhança e diferenças – neste último caso, há medidas e ações singulares. Também contemplei a participação ativa dos escravos e a importância referencial que a 28 de Setembro representava para eles.

  • RAIMUNDO NONATO DA SILVA
  • Um Intrépido Paraense: Veiga Cabral nos jogos políticos no Pará (1884-1905)

  • Data: 18/03/2015
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho analisa as disputas políticas no Pará na transição da Monarquia para a República, buscando entender as redes de “Clientelismo” que permitiram a utilização de mecanismos como a força policial, o uso de Capoeiras, de Jornais e dos partidos políticos nesses conflitos. Para alcançar este objetivo busquei refazer a trajetória política de Francisco Xavier da Veiga Cabral, por entender que sua importância neste momento de transição da Monarquia para a República foi relevante para os embates políticos no Pará. Para compreender estes mecanismos de disputas eleitorais e a relação de Veiga Cabral, o trabalho contou com a análise de um corpo documental variado, entre processos crimes, jornais, relatórios dos governos do Pará e coleção de leis do estado Pará. Partindo desta documentação e do diálogo com bibiografia, buscamos contribuir para o debate e ampliar os conhecimentos sobre o tema, assim como permitir um maior entendimento da História do Brasil e da Amazônia.

  • RAIMUNDO AMILSON DE SOUSA PINHEIRO
  • “'Abaixo o Figueiredo. O povo não tem medo. Mais arroz e mais feijão. Abaixo a repressão': quando professores entraram em cena em Belém (1979-1986)”

  • Data: 16/03/2015
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação de mestrado discute as experiências de resistência, luta e negociações dos professores da educação pública estadual de 1º e 2º graus em Belém durante os governos paraenses de Alacid Nunes e Jáder Barbalho, num tempo de transição democrática vivenciada pelo Estado brasileiro. Tem como objetivo compreender os discursos, tanto dos Governos Estaduais, como dos professores, as experiências educativas e de vida dos docentes, a participação deles no fortalecimento das associações e sindicatos, suas organizações e o processo das greves da categoria nesse momento, para perceber que nesses processos também continham a difusão de projetos de democratização para a educação, como para a sociedade e o Estado paraense e brasileiro, e não apenas reivindicações econômico-corporativistas. De modo que essas lutas tornaram-se um importante espaço de disputa por poder político e partidário na capital paraense, nos tempos finais da ditadura civil-militar brasileira no Pará.

  • MARCELO FERREIRA LOBO
  • LIBERDADE TUTELADA: INGÊNUOS E ÓRFÃOS NO PARÁ (1871-1893)

  • Data: 13/03/2015
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação trata dos conflitos que envolveram escravos, libertos e seus filhos entre os anos que sucederam a promulgação da Lei do Ventre Livre e a promulgação da Lei Áurea no Brasil. Especificamente as questões que envolveram os ex-ingênuos, considerados órfãos depois do treze de Maio. Mostra como houve toda uma discussão sobre o destino dado aos filhos dos ex-cativos, assim como, as disputas judiciais entre os pais dos menores e os seus ex-senhores pela tutela. Em Belém as discussões sobre o destino das crianças perpassaram pela criação de escolas destinadas a estes indivíduos egressos da escravidão, assim como o ingresso destes menores na marinha através das escolas de aprendizes de marinheiros. Também fora muito discutido as constantes concessões de tutela aos ex-senhores de escravos na capital e pelas comarcas do interior da Província. A educação popular passara a fazer parte de maneira mais incisiva dos projetos políticos do Governo Imperial e provincial e propostas de criação de núcleos coloniais e escolas agrícolas são implementadas em várias províncias do império. No Pará a fazenda Nacional localizada no Marajó chegou a ser cogitada como local a ser criado um asilo para menores desvalidos e ingênuos, aos moldes do implementado na Fazenda Nacional do Piauí. O Pará também teve de lidar com a questão dos filhos de escravos nascidos depois da Lei de 1871, e é sobre as diversas dimensões que envolveram libertos, escravos, ingênuos, senhores e o próprio Estado que esta dissertação se debruça.

  • TUNAI REHM COSTA DE ALMEIDA
  • Achsenmächte, Potenze dell'Asse, Sujikukoku na Amazônia: imagens, narrativas e representações da Quinta Coluna no Pará (1939-1945)

  • Data: 27/02/2015
  • Mostrar Resumo
  • Alemães, italianos e japoneses: Representações da Quinta-Coluna no Pará (1939 - 1945)

  • DAVID DURVAL JESUS VIEIRA
  • “A CIDADE E OS 'BICHOS': PODER PÚBLICO, SOCIEDADE E ANIMAIS EM BELÉM (1892-1917)”

  • Data: 09/01/2015
  • Mostrar Resumo
  • Ao longo do século XIX, os governos municipais proibiram determinados usos, tais como a permanência e circulação de animais em Belém por meio de “Códigos de Posturas”. Mesmo após a Intendência de Antonio Lemos (1897-1911), período de apogeu da economia gomífera e consolidação do regime republicano, as proibições permaneceram, e a elas foram adicionadas medidas e ações práticas como a criação de uma Guarda Municipal. A presente dissertação investiga como o poder público queria disciplinar os moradores da capital paraense no uso de animais e resultados práticos disso, focando a análise em três tipos de proibições: maltratar os animais de carga, soltar animais de gado de qualquer espécie pelas ruas e praças, e ter cães sem licença municipal. Para tanto, eu investiguei fontes como os “Códigos de Posturas”, “Relatórios dos Intendentes Municipais”, jornais, literatura e imagens. Analisei esta documentação utilizando conceitos como o de natureza e de civilização, na perspectiva da História Ambiental.

  • ANDERSON ALEXANDRE CRUZ VILHENA
  • AGENTES DA ORDEM E DA DESORDEM: POLÍCIA, POLÍTICA E SOCIEDADE NO PARÁ DE 1879 A 1904

  • Data: 05/01/2015
  • Mostrar Resumo
  • VILHENA, Anderson A. C. Agentes da Ordem e da Desordem: polícia, política e sociedade no Pará de 1879 a1904. Dissertação(Mestrado em História). UFPA. Belém. 2014. Durante os primeiros anos do regime republicano as forças armadas passavam por um processo de reestruturação institucional e de consolidação do movimento de construção de uma pretensa “classe militar”. Nesse movimento é possível perceber a construção da força pública paraense desde o Império como um projeto tacitamente definido que se coaduna com as propostas de civilidade e modernidade da época. O trabalho busca entender a polícia para além do resultado de um esforço do alto oficialato nacional em impor esta agenda a uma força local subordinada ao exército, mas como resultado de um processo histórico no qual os próprios militares paraenses eram atores e agentes. É justamente no intuito de entender esse processo de construção da força policial republicana que essa pesquisa analisa a organização da segurança no Pará, bem como os agentes que corporificaram esse projeto, e de que forma eles se relacionavam com a sociedade paraense na virada do século XIX para o XX. Entendendo as primeiras décadas de República e os levantes, reformas e problemas disciplinares dos militares paraenses nesse período como movimentos de resistências que demonstram a consciência de sua própria agência; considero que, embora incluso em um processo de fortalecimento militar e de monopolização da força, a polícia paraense precisa ser vista como partícipe ativa na criação de uma força militar organizada, bem estruturada e efetiva. 

2014
Descrição
  • JOAO AUGUSTO DA SILVA NETO
  • Na seara das cousas indígenas: cerâmica marajoara, arte nacional e representação pictórica do índio no trânsito Belém - Rio de Janeiro (1871-1929)

  • Data: 29/12/2014
  • Mostrar Resumo
  • Nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, a cerâmica marajoara foi utilizada de maneira a atender diferentes e específicos propósitos. De objeto científico à inspiração para a arte brasileira, passando pela arte decorativa aplicada até a bela arte, intelectuais e artistas construíram uma gama de (re) significações do legado cerâmico dos antigos índios de Marajó. Em vista disso, o presente trabalho percorre os caminhos da apropriação da cerâmica marajoara, levando em consideração os estudos de Orville Derby, João Barbosa Rodrigues, Domingos Soares Ferreira Penna, Ladislau de Souza Mello Netto e Charles Frederick Hartt, bem como a trajetória dos pintores Theodoro Braga e Manoel Santiago. Ademais, o trabalho discute, também, a produção da imagem pictórica indígena feita por esses artistas. 

  • ANA CAROLINA TRINDADE CRAVO
  • “HAJA CACÊTES!; HAJA PÃO!” A SOCIEDADE LIBERTADORA DE BENEVIDES: ABOLICIONISTAS, ESCRAVOS E COLONOS NA LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO (1881-1888).

  • Data: 15/12/2014
  • Mostrar Resumo
  • Essa dissertação analisa as ações abolicionistas praticadas pela Sociedade Libertadora de Benevides, uma sociedade que atuou na colônia agrícola de Nossa Senhora do Carmo de Benevides composta em sua maioria por migrantes cearenses. Em 30 de março de 1884, anos antes de promulgada a Lei Áurea, essa localidade resolve libertar-se da mão de obra escrava corroborando para o aumento das fugas escravas em direção à colônia, fato este que vinha se dando desde o início da década de 1880. A crescente presença de escravos fugidos no núcleo acarretou na insatisfação dos senhores de escravos da região, que passaram a requerer junto às autoridades provinciais uma medida que solucionasse a questão. Ocasionando conflitos, forte repressão policial e vigilância constante a colônia. Procura-se demonstrar ainda as conexões abolicionistas existentes entre os membros da Sociedade Libertadora de Benevides e membros de associações e sociedades abolicionistas, tanto da província do Ceará quanto a do Grão-Pará. E perceber quais as implicações que essa rede relacional interprovíncias resultou no modo de ação da sociedade abolicionista em Benevides e sua relação com escravos e colonos.

  • BERNARD ARTHUR SILVA DA SILVA
  • MUNDO METÁLICO BELENENSE E POLÍTICA CULTURAL: DECLÍNIO E REORGANIZAÇÃO DO HEAVY METAL PARAENSE (1993-1996)

  • Data: 05/12/2014
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho busca explicar por quê e como o mundo artístico e circuito underground paraense de Heavy Metal e as ações dos headbangers locais, depois do 3º Rock 24 Horas, entre 1993 e 1996, passaram a entrar em processo de transição, acompanhado de declínio, dispersão e espraiamento, pela cidade de Belém, resultando na diminuição gradativa de eventos de Heavy Metal, junto a eliminação da presença de shows metálicos no Teatro Experimental Waldemar Henrique, Teatro Municipal do Mercado de São Braz, Praça do Artista/Circo do Centur e Praça da República, ao mesmo tempo a configuração de “uma modificação do mapa de metal da cidade” pelo surgimento de outros espaços de shows, espaços privados como Parque dos Igarapés, Boate Rhyno’s, Boate Spectron, Bar Olê-Olá, Boate Escápole e Boate Insânu, debandada intensa dos headbangers dos espaços de desenvolvimento da “sociabilidade metálica”, redução de notícias nas colunas culturais dos principais jornais locais (O Liberal, Diário do Pará e A Província do Pará), tratamento preconceituoso e acusatório dado ao Heavy Metal e Rock paraenses em relação ao 3º Rock 24 Horas por colunas culturais de alguns periódicos paraenses (O Liberal e Diário do Pará), prosseguimento no lançamento de registros fonográficos metálicos (demo-tapes e álbuns em formato de vinil) e a paulatina e definitiva mudança na política cultural estadual voltada para os espaços públicos usados pelo Heavy Metal e Rock locais. Jornais, revistas, fanzines, vídeos de shows, cartazes, flyers, entrevistas registraram tais ações e foram usadas para fazer essa discussão. 

  • ELSON LUIZ ROCHA MONTEIRO
  • MAÇONARIA, PODER E SOCIEDADE NO PARÁ NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

  • Data: 03/10/2014
  • Mostrar Resumo
  • MAÇONARIA, PODER E SOCIEDADE NO PARÁ NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

  • ALIK NASCIMENTO DE ARAUJO
  • DE BÁRBAROS A VASSALOS: OS ÍNDIOS MURA NO OESTE AMAZÔNICO (1714-1786)

  • Data: 26/06/2014
  • Mostrar Resumo
  • Durante o século XVIII, os índios Mura foram constantemente denunciados pelas hostilidades ocorridas ao longo do rio da Madeira e de outros afluentes amazônicos. Ainda que tidos como hábeis navegadores e “bárbaros silvícolas”, os Mura também foram associados a outras representações surtidas no bojo da sociedade colonial portuguesa e modificadas a partir de contextos e interesses que envolviam diferentes agentes coloniais. Com base nisso, esta dissertação visa analisar dos sentidos sociopolítico e geoestratégico das representações produzidas sobre os índios Mura entre 1714 e 1786. A pesquisa parte dos primeiros registros da presença Mura no rio da Madeira e se estende até o contexto de sua “voluntária redução”. A dissertação trata também da participação de outros povos indígenas na formação política do oeste amazônico lusitano, dando enfoque aos mecanismos e interesses de negociação dos grupos nativos enredados nesse processo.

  • RAFAEL ROGERIO NASCIMENTO DOS SANTOS
  • “DIS O ÍNDIO...”: OUTRA DIMENSÃO DA LEI - POLÍTICAS INDÍGENAS NO ÂMBITO DO DIRETÓRIO DOS ÍNDIOS (1777-1798)

  • Data: 16/05/2014
  • Mostrar Resumo
  • Essa pesquisa trata de determinadas estratégias e ações construídas pelos indígenas do Grão-Pará em busca de seus próprios interesses, diante dos limites que o contexto do último quartel do século XVIII lhes impôs. Leva-se em conta que os povos indígenas possuíram e possuem participação fundamental na história do Brasil, souberam lidar com as relações de poder geridas pela sociedade colonial, aprenderam os códigos culturais europeus e os utilizaram para moverem-se e adaptarem-se dentro daquele universo, principalmente em busca de maior autonomia. As políticas indígenas são compreendidas como instrumento de ação dos ameríndios e revelam que aprenderam a lidar com as formas de poder instituídas no Vale Amazônico e, na medida do possível, criaram estratégias de ação procurando satisfazer suas próprias necessidades.

  • LETICIA PEREIRA BARRIGA
  • ENTRE LEIS E BAIONETAS: INDEPENDÊNCIA E CABANAGEM NO MÉDIO AMAZONAS (1808-1840)
  • Data: 04/04/2014
  • Mostrar Resumo
  • ENTRE LEIS E BAIONETAS: INDEPENDÊNCIA E CABANAGEM NO MÉDIO AMAZONAS (1808-1840)
  • DIONE DO SOCORRO DE SOUZA LEÃO
  • O PORTO EM NARRATIVAS: EXPERIÊNCIAS DE TRABALHADORES, MORADORES E FREQUENTADORES DA ÁREA PORTUÁRIA DE BREVES-PA (1940-1980)
  • Data: 27/03/2014
  • Mostrar Resumo
  • O PORTO EM NARRATIVAS: EXPERIÊNCIAS DE TRABALHADORES, MORADORES E FREQUENTADORES DA ÁREA PORTUÁRIA DE BREVES-PA (1940-1980)
  • BRUNO MARIANO SANTOS DA PONTE SOUZA
  • TERRAS, RIOS E IGARAPÉS: ESTRUTURA AGRÁRIA E CONFLITOS NO BAIXO TOCANTINS (1860-1880)
  • Data: 28/02/2014
  • Mostrar Resumo
  • TERRAS, RIOS E IGARAPÉS: ESTRUTURA AGRÁRIA E CONFLITOS NO BAIXO TOCANTINS (1860-1880)
  • PEDRO MONTEIRO NEVES
  • LIBERDADE SEM SUSTOS, NEM INQUIETAÇÕES: SIGNIFICADOS E SENTIDOS DO FUNDO DE EMANCIPAÇÃO NO GRÃO-PARÁ (1871-1888)
  • Data: 26/02/2014
  • Mostrar Resumo
  • LIBERDADE SEM SUSTOS, NEM INQUIETAÇÕES: SIGNIFICADOS E SENTIDOS DO FUNDO DE EMANCIPAÇÃO NO GRÃO-PARÁ (1871-1888)
  • FREDERIK LUIZI ANDRADE DE MATOS
  • OS "FRADES DEL REI" NOS SERTÕES AMAZÔNICOS: OS CAPUCHOS DA PIEDADE NA AMAZÔNIA COLONIAL (1693-1759)
  • Data: 24/02/2014
  • Mostrar Resumo
  • OS "FRADES DEL REI" NOS SERTÕES AMAZÔNICOS: OS CAPUCHOS DA PIEDADE NA AMAZÔNIA COLONIAL (1693-1759)
  • OSIMAR DA SILVA BARROS
  • A 'CIDADE MODELO': REFORMA URBANA, CONFLITOS SOCIAIS E O DISCURSO DE PROGRESSO EM CASTANHAL (1960-1987)
  • Data: 17/01/2014
  • Mostrar Resumo
  • A 'CIDADE MODELO': REFORMA URBANA, CONFLITOS SOCIAIS E O DISCURSO DE PROGRESSO EM CASTANHAL (1960-1987)
2013
Descrição
  • WANIA ALEXANDRINO VIANA
  • “A ‘GENTE DE GUERRA’ NA AMAZÔNIA COLONIAL. COMPOSIÇÃO E MOBILIZAÇÃO DE TROPAS PAGAS NA CAPITANIA DO GRÃO-PARÁ (PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII)”
  • Data: 23/12/2013
  • Mostrar Resumo
  • “A ‘GENTE DE GUERRA’ NA AMAZÔNIA COLONIAL. COMPOSIÇÃO E MOBILIZAÇÃO DE TROPAS PAGAS NA CAPITANIA DO GRÃO-PARÁ (PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII)”
  • VITOR NAZARENO DA MATA MARTINS
  • PARA ALÉM DO TUMUCUMAQUE: PROTÁSIO FRIKEL, ARQUEOLOGIA E HISTÓRIA INTELECTUAL NA AMAZÔNIA
  • Data: 20/12/2013
  • Mostrar Resumo
  • PARA ALÉM DO TUMUCUMAQUE: PROTÁSIO FRIKEL, ARQUEOLOGIA E HISTÓRIA INTELECTUAL NA AMAZÔNIA
  • ANNA RAQUEL DE MATOS CASTRO
  • DO PONTO DE VISTA DO CIENTISTA: JACQUES HUBER E A BORRACHA NA AMAZÔNIA (1907-1914)
  • Data: 13/12/2013
  • Mostrar Resumo
  • DO PONTO DE VISTA DO CIENTISTA: JACQUES HUBER E A BORRACHA NA AMAZÔNIA (1907-1914)
  • RAFAEL AMARO DA SILVA
  • COLÔNIA MILITAR PEDRO II: NAÇÃO E CIVILIZAÇÃO NA FRONTEIRA NORTE DO BRASIL (SÉCULO XIX)
  • Data: 25/10/2013
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação aborda a Colônia Militar Pedro II, fundada em 1840, às margens do rio Araguari, no atual estado do Amapá, limite da região de Contestado entre Brasil e França. A documentação oficial e notícias de jornais da época revelam preocupação com a política de vigilância, conquista e povoação da fronteira norte do Brasil. A partir disso, discute-se a especialidade da Colônia e o cotidiano de seus habitantes, marcado pela precariedade da vida na fronteira da “civilização” e pelos conflitos resultantes disso.
  • DIEGO PEREIRA SANTOS
  • Entre costas brasílicas: o tráfico interno de escravos em direitura a AMAZÔNIA, c.1778 – c.1830
  • Data: 13/09/2013
  • Mostrar Resumo
  • Entre costas brasílicas: o tráfico interno de escravos em direitura a AMAZÔNIA, c.1778 – c.1830
  • FABIO TADEU DE MELO PESSOA
  • O PENSAMENTO RADICAL NO MOVIMENTO CAMPONÊS. HISTÓRIA E MEMÓRIA DA LUTA CAMPONESA EM CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA, 1975/1985
  • Data: 26/08/2013
  • Mostrar Resumo
  • O PENSAMENTO RADICAL NO MOVIMENTO CAMPONÊS. HISTÓRIA E MEMÓRIA DA LUTA CAMPONESA EM CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA, 1975/1985
  • DAVID SALOMAO SILVA FEIO
  • O NÓ DA REDE DE "APANIGUADOS": OFICIAIS DAS CÂMARAS E PODER POLÍTICO NO ESTADO DO MARANHÃO (PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII)
  • Data: 12/06/2013
  • Mostrar Resumo
  • O NÓ DA REDE DE "APANIGUADOS": OFICIAIS DAS CÂMARAS E PODER POLÍTICO NO ESTADO DO MARANHÃO (PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII)
  • ANA TEREZA TOMIKO VICENTE HIDAKA
  • OS INFORTÚNIOS DA IMIGRAÇÃO PORTUGUESA: A BENEMÉRITA LIGA PORTUGUESA DE REPATRIAÇÃO (1908-1949)
  • Data: 07/06/2013
  • Mostrar Resumo
  • Localizada em Belém do Pará, cidade para onde convergia um grande número de imigrantes portugueses, a Benemérita Liga Portuguesa de Repatriação representou para grande leva de miseráveis portugueses a possibilidade de retornar a Portugal. O objetivo desta dissertação sobre a imigração portuguesa é dar maior visibilidade à pobreza dos bastidores da imigração e as possíveis dificuldades internas, no período de 1908 a 1949, com o acompanhar das negociações lusitanas a fim de melhorar e/ou amenizar os problemas e o próprio cotidiano de sua comunidade, estabelecida e vivenciada por sua colônia no Estado do Pará. Com destaque para a associação Benemérita Liga Portuguesa de Repatriação que assumiu a responsabilidade de repatriar os portugueses que estavam em condições piores do que aquelas que o fizeram sair de Portugal. O enfoque ainda tem por objetivo compreender a complexidade das relações entre os imigrantes portugueses e a sociedade belenense e com a própria sociedade portuguesa aqui residente, em um laço de interesses, responsabilidade e solidariedade.
  • REGINA CELIA CORREA BATISTA
  • DINÂMICA POPULACIONAL E A ATIVIDADE MADEREIRA EM UMA VILA DA AMAZÔNIA: A VILA DE MOJU (1730-1778)
  • Data: 15/03/2013
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho pretende se debruçar sobre as estratégias de ocupação/colonização da região de Moju no sentido de tentar compreender as práticas vivenciadas por diversos sujeitos no processo de colonização da Capitania do Pará. Neste cenário a atividade madeireira caminhou paripassu com o extrativismo, a agricultura e as demais atividades manufatureiras catalisando população e proporcionando a fixação de unidades populacionais principalmente as margens dos rios, principais vias de deslocamento de pessoas e mercadorias. Neste recorte da América Portuguesa foram se conformando unidades familiares representadas não somente por senhores de engenhos, como comumente se costuma pensar, mas, principalmente, por diversos pequenos lavradores - índios, mestiços, negros e brancos pobres – alavancando o processo de colonização do espaço.
2012
Descrição
  • MARCELO JOSE PEREIRA CARVALHO
  • AS LETRAS ESCARLATES: REPRESENTAÇÕES E HISTÓRIAS DO SUICÍDIO EM BELÉM DO PARÁ: 1891-1920
  • Data: 20/12/2012
  • Mostrar Resumo
  • AS LETRAS ESCARLATES: REPRESENTAÇÕES E HISTÓRIAS DO SUICÍDIO EM BELÉM DO PARÁ: 1891-1920
  • PATRICIA RAIOL CASTRO DE MELO LOPES
  • OS CORPOS DE TRABALHADORES NA PROVÍNCIA DO GRÃO-PARÁ: OUTROS SIGNIFICADOS PARA UMA POLÍTICA DE ARREGIMENTAÇÃO DA MÃO DE OBRA (1835-1840)
  • Data: 28/11/2012
  • Mostrar Resumo
  • Os anos da primeira metade do século XIX são marcados pelo objetivo principal da Corte em adequar as províncias a seu modelo de civilização e inseri-las ao Estado imperial. No Grão-Pará, a unificação do território e consolidação do Império esbarrou em conflitos causados pelas revoltas Cabanas. A serviço do Império, para combater os cabanos, chega ao Pará o Marechal Francisco José de Souza Soares d’Andréa. Dentre suas preocupações estão questões como as disputas políticas entre autoridades locais, restauração militar, controle da população e soerguimento econômico da região, todas relacionadas à problemática da mão de obra e sua insuficiência para realização de serviços necessários a província. É assim que seus discursos prezarão medidas de controle e civilização da população, defendendo a renovação de hábitos e estímulo ao trabalho. Em 25 de abril de 1838, o presidente Soares d’Andréa, regulamentará no Grão-Pará, a política de arregimentação do trabalhador livre estabelecendo a instituição provincial denominada “Corpos de Trabalhadores”. Durante algum tempo os “Corpos de Trabalhadores” apareceram na historiografia como uma instituição voltada exclusivamente para controle da população revoltosa do Pará, isto é, como uma tática para suprimir cabanos. Mencionada inicialmente por estudiosos da Cabanagem a importância econômica da corporação apesar de reconhecida ainda é um objeto de pesquisa recente. Nesse sentido, os “Corpos de Trabalhadores” possuem outros significados. Além de instrumento de controle da população, a corporação foi a tentativa de paz que por meio da concentração de mão de obra visava alistar homens para os serviços necessários a restauração econômica da província. No projeto político do Marechal Andréa a instituição era a peça-chave no desenvolvimento e reorganização da indústria e do Comércio do Grão-Pará. Além disso, a instituição foi o arranjo político realizado entre o Estado imperial, na pessoa do presidente e o grupo de militares, que por àquela época representavam uma comunidade política de forte influência na região.
  • RAIMUNDO FRANCIEL PAZ
  • NAS CORRENTEZAS E CONTRA-CORRENTEZAS DO RIO CARAPARU: HISTÓRIA E MEMÓRIA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA ORIENTAL (1912-1950)
  • Data: 11/10/2012
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho trata da dinâmica do processo de formação e desenvolvimento de povoados ao longo do curso do rio Caraparu no contexto da primeira metade do século XX, mais precisamente no período de 1912 a 1950, localizados ao sul do atual Município de Santa Izabel do Pará. O objetivo é relacionar a produção agro-extrativa e o comércio de batelões, com a utilização do rio Caraparu, enquanto estrada fluvial. Até 1950 essas populações viviam às margens do referido, e por isso construíram um imaginário de crenças em seres do fundo e do âmago da mata, o que associa com as práticas da pajelança cabocla, ao mesmo tempo em que praticavam o catolicismo de devoção aos santos. Para alcançar o objetivo, optamos em utilizar as técnicas e os procedimentos da história oral, trabalhando na coleta de narrativas nas comunidades de Boa Vista do Itá e vila de Caraparu, ao mesmo tempo em que procedemos à garimpagem de documentos escritos. A proposta é trabalhar as narrativas vindas da oralidade, com fonte indiciária, ou seja, fornecendo as evidências dos fatos, para então fazermos a coleta das outras formas de fontes. A partir do entrecruzamento das fontes, busca-se compreender as complexas relações que tais populações construíram como a relação entre a economia de pequena escala e uma religião popular, típica de áreas rurais, compostas por populações ditas tradicionais.
  • HELDER BRUNO PALHETA ANGELO
  • O LONGO CAMINHO DOS CORRÊA DE MIRANDA NO SÉCULO XIX: UM ESTUDO SOBRE FAMÍLIA, PODER E ECONOMIA
  • Data: 18/09/2012
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho está inserido na temática da História da Família e tem como objetivo discutir a trajetória da família Corrêa de Miranda durante o século XIX, atentando para as suas atividades econômicas, políticas e as relações sociais que foram tecidas ao longo da centúria. Através do cruzamento de diversos tipos de fontes históricas como: inventários, testamentos, jornais, relatórios de presidentes da província, relatos de cronistas, dentre outros documentos, atentaremos para as ações de seus membros em localidades como Igarapé-Miri, Abaetetuba, Belém e Soure. Destarte, serão apresentadas as especificidades que os Corrêa de Miranda apresentaram em comparação a outras famílias tradicionais do cenário paraense oitocentista.
  • MABIA ALINE FREITAS SALES
  • VIAGEM DAS COISAS E DAS IDEIAS: O MOVIMENTO DAS EMBARCAÇÕES E PRODUTOS ESTRANGEIROS NOS MEADOS DA BELÉM OITOCENTISTA
  • Data: 03/09/2012
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho propõe uma análise dos produtos importados da Europa (Portugal, Inglaterra e França) e Estados Unidos para a Província do Pará entre o período de 1840 a 1870. Toma-se como referência que neste período tanto a importação de produtos de primeira necessidade – alimentos, utensílios de trabalho – quanto de bens considerados supérfluos – vestimentas e outros usos – já estavam em alta. O objetivo é discutir o aumento da entrada dos produtos importados através da intensificação das navegações estrangeiras para a Província do Pará a partir de 1840. Partindo desse pressuposto, é possível relacionar o incremento do comércio em âmbito local aos interesses e processos históricos dos países em questão, a fim de em seguida localizar os possíveis consumidores das mercadorias importadas nessa Província do Norte. O enfoque que se pretende atribuir é cultural, reconhecendo os aspectos figurados que permearam a divulgação desses novos bens culturais que adentraram a Província. As noções relacionadas as ideias de civilização e modernidade são inerentes a discussão proposta, sendo esta última um discurso do próprio império brasileiro e que no Pará só encontrou maior recepção no período posterior a 1840, isto é, no pós-cabanagem, quanto mais se deu a ampliação paulatina das navegações de longo curso.
  • SUENY DIANA OLIVEIRA DE SOUZA
  • UM RIO E SUAS GENTES: OCUPAÇÃO E CONFLITOS NAS MARGENS DO RIO TURIAÇU NA FRONTEIRA ENTRE PARÁ E MARANHÃO (1790-1824)
  • Data: 31/08/2012
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação objetiva discutir o processo de ocupação na região do Turiaçu na fronteira entre Pará e Maranhão entre 1790 e 1824. Inicialmente este estudo recupera os esforços colonizadores da administração portuguesa de D. Francisco de Souza Coutinho, o ilustrado governador da Capitania do Pará. Com ele foram intensificadas a cessão de terras e suas formas de controle. Estradas foram abertas, localidades mudaram de lugar ou função e povos indígenas reordenados e deslocados. Legalmente, a região do Turiaçu foi ocupada por meio de doação de terras via concessão e confirmação de cartas de sesmarias ainda em meados do século XVIII. Contudo também existiram outras formas de ocupação e organizações desenvolvidas por índios, negros e homens brancos pobres. Este estudo analisa os múltiplos embates sociais, territoriais e identitários ocorridos entre as diversas populações que se concentraram na região, sobretudo nos anos finais do período colonial até a independência e adesão do Grão-Pará a ela.
  • MARLEY ANTONIA SILVA DA SILVA
  • A EXTINÇÃO DA COMPANHIA DE COMÉRCIO E O TRÁFICO DE AFRICANOS PARA O ESTADO DO GRÃO-PARÁ E RIO NEGRO (1777 – 1815)
  • Data: 20/08/2012
  • Mostrar Resumo
  • Nosso propósito foi estudar o tráfico de africanos para o Estado do Grão-Pará e Rio Negro no período de 1777 a 1815. Para alcançar nosso intento, utilizamos as informações contidas na Base de Dados do Comércio Transatlântico de Escravos (BDCTE), a documentação compilada do Arquivo Público do Pará por Anaíza Vergolino e Napoleão Figueiredo no livro “A presença Africana na Amazônia Colonial: uma notícia histórica”, cruzamos com os documentação do Projeto Resgate – AHU, além disso, consultamos a bibliografia. No primeiro capítulo elaboramos uma apreciação da historiografia para identificar a percepção da mesma acerca do tráfico de africanos para o Grão-Pará, apresentando, questionando e articulando os principais argumentos sobre a questão, além disso, identificamos a produção e as perspectivas da historiografia que trata sobre o tráfico no Estado do Maranhão. Em seguida buscamos apontar os elementos que permitiram a continuidade do comércio de cativos oriundos da África, estando extinto o monopólio comercial. Abordamos alguns aspectos políticos e econômicos experimentados pelo Estado do Grão-Pará. Neste cenário foi possível identificar os impactos do fim do exclusivo comercial, por meio das reações de moradores e administradores do Grão-Pará, expresso nos discursos produzidos pelos mesmos. No final nos detemos em identificar dinâmica e organização do tráfico, os aspectos quantitativos do mesmo. Além disso, observamos que pouquíssimo foi dito pela historiografia sobre os responsáveis em dar continuidade neste comércio após a CCGPM, por isso identificamos quem eram os “homens de negócio”, quem financiava o tráfico para o estado em questão, ressaltando a participação dos moradores do Grão-Pará, como custeadores deste comércio.
  • RAIMUNDO NONATO DE CASTRO
  • SOBRE O BRILHANTE EFEITO: HISTÓRIA E NARRATIVA VISUAL NA AMAZÔNIA EM ANTÔNIO PARREIRAS (1905-1908)
  • Data: 03/08/2012
  • Mostrar Resumo
  • A tela A Conquista do Amazonas de Antônio Parreiras procura representar o domínio lusitano sobre os povos amazônicos, demonstrando a soberania do branco, fato este essencial para o início da república brasileira. Neste caso, o quadro é uma tentativa de reviver as grandes conquistas lusitanas, utilizando-se de uma analogia, como se a implantação Republicana ganhasse uma dimensão grandiosa, característica das conquistas europeias do período colonial. Portanto, ter um fato passado, capaz de gerar uma unidade, era considerado essencial à formação de uma nação. Sendo caracterizada como um princípio espiritual; considerada sagrada e baseada em um passado heroico. Neste caso, a nação era uma solidariedade em larga escala, constituída da percepção dos sacrifícios feitos no passado. O artista desempenhou um papel fundamental, buscando as origens da existência da nação, imaginando-a, de modo a apresentá-la aos cidadãos, confrontando-os, mesmo nos locais mais distantes da nação.
  • WALTER PINTO DE OLIVEIRA
  • MEMÓRIAS DE UMA REVOLTA ESQUECIDA: O BAIXO AMAZONAS NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

  • Data: 28/06/2012
  • Mostrar Resumo
  • A proposta desta dissertação é discutir a formação do primeiro movimento armado de reação ao tenentismo e ao Governo Provisório no extremo Norte, materializado numa revolta de civis e militares, liderada por sargentos de uma pequena unidade do Exército na cidade de Óbidos, interior da Amazônia, em 1932, com o objetivo de analisar os seus significados, as experiências dos sujeitos, as estratégias de luta e a relação da revolta com a Revolução Constitucionalista de São Paulo.  Oitenta anos depois, o acontecimento, que teve trágico desfecho na batalha naval de Itacoatiara, ainda permanece um dos capítulos amazônicos mais desconhecidos da história do Brasil. Em busca de resposta, o trabalho examina o discurso oficial do interventor paraense no sentido de invalidar a legitimidade da ação rebelde e seu reflexo na sociedade da época.

     

     

     

  • JONAS ARAÚJO DA CUNHA
  • As Letras Humanas. Os povos indígenas e o ensino da língua portuguesa na Amazônia Pombalina (1751-1763)
  • Data: 26/06/2012
  • Mostrar Resumo
  • Os povos indígenas que habitavam o Vale do Amazonas durante o período da colonização portuguesa foram submetidos em distintos momentos, por diferentes agentes e por variados instrumentos, a incisivos processos de aculturação visando sua inserção no mundo “civilizado”. Sendo o uso das letras humanas, compreendido pela prática da leitura e da escrita na língua portuguesa sua maior evidencia. Durante um século (1650-1750) a Companhia de Jesus destacou-se entre as ordens regulares que se estabeleceram na região como aquela que mais implantou aldeias missionárias objetivando além da catequese o ensino das letras humanas aos povos nativos. Na segunda metade do século dezoito no contexto da chamada “Era Pombalina” o Estado Luso, a partir especialmente das cartas e relatórios de Francisco Xavier de Mendonça Furtado Governador do Estado do Grão- Pará e Maranhão entre 1751 e 1759, oficializou a visão que denunciava o lamentável “estado do ensino” no Vale do Amazonas evidenciado no descaso das ordens missionárias em geral e dos jesuítas em particular, com o ensino da língua do Rei aos súditos nativos. Prova maior desta incômoda realidade era o uso massificado da chamada Língua Geral em detrimento da língua portuguesa. Em face desta realidade e considerando que o uso da língua portuguesa se constituía a “base fundamental da civilidade” conforme expressava o texto do Directório que se deve observar nas povoações dos índios do Pará e Maranhão, O Estado encampa e assume a tarefa de promover o ensino das letras humanas nas Vilas, Lugares e Povoações do Vale do Amazonas. Tarefa que o sucessor de Mendonça Furtado o Governador Manuel Bernardo de Mello e Castro (1759-1761) envidará grande esforço e particular empenho para cumprir, em face dos enormes obstáculos estruturais e conjunturais que se apresentavam. Esta dissertação tem como objetivo essencial “melhor compreender” estes eventos, perscrutando o seu processo, destacando seus percalços e refletindo sobre suas consequências para os povos indígenas que o vivenciaram.
  • LUIZ CARLOS LAURINDO JUNIOR
  • A CIDADE DE CAMILO: ESCRAVIDÃO URBANA EM BELÉM DO GRÃO-PARÁ (1871-1888)

  • Data: 26/06/2012
  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta dissertação consiste em analisar determinados aspectos da escravidão negra na cidade de Belém, entre 1871 (ano de promulgação da Lei do Ventre Livre) e maio de 1888 (quando a escravidão foi abolida). O foco da pesquisa está voltado para a “experiência humana” e o “cotidiano” de um contingente populacional, que, apesar de expressivo (pelo menos até meados da década de 1880), não costuma aparecer na historiografia sobre a Belém de fins do século XIX, comumente chamada de Belém da Belle-Époque.Elementos componentes deste contexto, como o boom da economia da borracha, a propagação das ideias de “civilização”, “modernidade” e “progresso”, e o crescimento da população livre, acabam não deixando espaço para os escravos que residiam e/ou circulavam pelos quatro cantos da cidade e matizavam sua paisagem. O processo criminal em que foi réu um destes escravos urbanos, Camilo João Amancio, será o fio condutor dos capítulos deste trabalho, que abordam as seguintes problemáticas: a relação dos escravos com a polícia e a justiça; sua inserção no mundo do trabalho e no mercado urbano de escravos; os usos e significados do tempo de não trabalho de que dispunham; e as redes de sociabilidade que teciam com os mais variados indivíduos.

     

  • SHEILA IZOLETE MENDES EVANGELISTA
  • O ARRAIAL DO ESPIRITISMO: A MÉDIUM ANNA PRADO, POSITIVISTAS, ESPÍRITAS E CATÓLICOS EM BELÉM (1918-1923)
  • Data: 20/06/2012
  • Mostrar Resumo
  • ste trabalho teve como principal objetivo discutir e analisar a repercussão das atividades fenomênicas da médium Anna Prado durante os anos de 1918-1923, sua importância na popularização do Espiritismo e os acirrados debates motivados pelos fenômenos. Para fundamentar a discussão e a analise, é avaliada a bibliografia produzida sobre o espiritismo e a médium Anna Prado, os artigos jornalísticos que se ocuparam em divulgar e debater os fenômenos e a atuação da elite letrada em expor suas convicções acerca dos acontecimentos, contribuindo para a produção de mais de uma interpretação específica sobre os eventos mediúnicos.
  • ALESSANDRA REGINA E SOUZA MAFRA
  • O ARAUTO DA CULTURA PARAENSE: UMA HISTÓRIA INTELECTUAL DE VICENTE SALLES

  • Data: 14/06/2012
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação objetiva investigar a trajetória intelectual do pesquisador e folclorista paraense Vicente Salles. Com esse propósito, procura-se apresentar um panorama geral da produção intelectual deste pesquisador, partindo da compreensão dos seus estudos, das suas pesquisas, das experiências profissionais e pessoais, das suas influências e linhas de pensamento. Trata-se de um intelectual polígrafo que, ao longo da sua vida trabalhou, colecionou e escreveu sobre os mais variados temas, como o negro, o folclore e a música, por exemplo. Este estudo se caracteriza por não apresentar o trajeto de um indivíduo como algo preso a acontecimentos lineares e nem delimitado em uma biografia, na forma usual do termo, mas sim a partir de “momentos-chave” da vida de Vicente Salles.

  • ANTONIO IGO PALHETA SOEIRO
  • A SOCIEDADE LITERÁRIA E BENEFICENTE “CINCO DE AGOSTO” DA CIDADE DE VIGIA (1871-1882)

  • Data: 24/04/2012
  • Mostrar Resumo
  • A Sociedade “Cinco de Agosto” foi fundada em outubro de 1871, na cidade de
    Vigia, por um grupo de homens que desejavam dispor de um espaço de sociabilidade
    para compartilhar valores culturais ditos civilizados. Longe de ser um exemplo isolado,
    a Entidade fez parte das efervescências culturais que atingiram as principais capitais do
    Império brasileiro e inúmeras cidades do interior da Amazônia, inspiradas
    principalmente na cultura francesa. Sua denominação remonta à data em que se
    realizava as celebrações do Círio de Nazaré da Vigia. O envolvimento com as
    manifestações da Igreja Católica lhe trouxeram momentos de aproximação e outros de
    tensões. Na trajetória de sua primeira fase de existência, os sócios fundadores
    organizaram uma pequena biblioteca, criaram as aulas noturnas, usaram da cultura
    escrita para divulgar suas iniciativas e praticaram a filantropia. O envolvimento dos
    membros dessa Instituição com a política local e regional foi praticamente inevitável.

  • DANIEL SOUZA BARROSO
  • Casamento e compadrio em Belém nos meados do Oitocentos

  • Data: 04/04/2012
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como objetivo matizar a compreensão das relações familiares na Belém
    oitocentista, por meio de uma análise serial do casamento e do compadrio. A partir de uma
    série composta por 1.379 registros paroquiais de casamento e 2.608 registros paroquiais de
    batismo, investigamos de que modo diferentes grupos sociais experimentaram o casamento e
    o compadrio, num contexto marcado pelo início de um evolver social e demo-econômico na
    província do Grão-Pará.

  • GERALDO MAGELLA DE MENEZES NETO
  • Por uma história do livro e da leitura no Pará: o caso da Guajarina, editora de folhetos de cordel (1922-1949)

  • Data: 14/03/2012
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação analisa a atuação da editora Guajarina na divulgação da literatura de cordel no Pará a partir de uma história do livro e da leitura, tendo como recorte o período de 1922 a 1949. Nesse sentido, procuramos explorar algumas questões relacionadas ao cordel que não se reduzem aos textos, tais como: a problematização da associação entre cordel, cultura popular e folclore; a produção e circulação dos folhetos; e as representações e estratégias dos poetas nas histórias de crimes. Desse modo, a análise da Guajarina e de seus folhetos nos permite entender alguns significados das múltiplas práticas de leitura da sociedade no contexto da primeira metade do século XX. Além dos folhetos, também são utilizadas fontes como jornais, revistas e coleções encadernadas de modinhas.

  • RAIMUNDO MOREIRA DAS NEVES NETO
  • Um patrimônio em contendas: os bens jesuíticos e a magna questão dos dízimos no Estado do Maranhão e Grão Pará (1650-1750)

  • Data: 23/02/2012
  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem por objetivo a ponderação do patrimônio material jesuítico no Estado do Maranhão, durante a segunda metade do século XVII e primeira do XVIII. De modo específico, analisaremos três aspectos: os modos de conquista das propriedades inacianas; a maximização dessas fazendas a partir do gerenciamento direto dos padres (caso do comércio) e a relação entre a administração colonial e reinol com a Companhia no tocante ao pagamento dos dízimos dos gêneros que a Ordem cultivava em suas terras. Nesse sentido, veremos que os três pontos, sobretudo os dois últimos, foram motivos de grandes oposições por parte dos moradores da Amazônia colonial portuguesa.

2011
Descrição
  • CARLOS EDUARDO DOS SANTOS E SANTOS
  • DO PONTO DE VISTA DA CASERNA: MEMÓRIAS DO COTIDIANO E EXPERIÊNCIAS DE MILITARES DA AERONÁUTICA EM BELÉM DURANTE O REGIME MILITAR (1964-1985)

  • Data: 19/12/2011
  • Mostrar Resumo
  • Este estudo discute as percepções da população belenense sobre o período do Regime Militar
    de 1964, centrando a análise no segmento militar: Militares Graduados da Aeronáutica.
    Buscamos compreender a  vivência destes no cotidiano da capital paraense no período de
    1964-1985. Tal se manifesta para além da política e da economia, retratando aspectos da
    sociedade relativos ao trabalho, ao lazer e à vida privada, na qual as diferentes realidades e
    instâncias são vivenciadas e adquirem variados sentidos e significados no dia-a-dia. Temos o
    intuito de compreender os sentidos atribuídos pelos militares a suas atividades diárias, seja no
    âmbito institucional, seja no meio civil. Utilizamos para esta percepção a  documentação
    (registros fotográficos, jornais internos, cartazes) do Primeiro Comando Aéreo Regional
    sediado em Belém (I COMAR), além de entrevistas sistematizadas de militares e seus
    familiares. Essas duas esferas  –  Civil-Militar  –  são cruzadas enfocando  suas vivências no
    âmbito civil e podem ter uma relação direta ou indireta com as esferas políticas, econômicas e
    sociais do Regime Militar.

  • EVELINE ALMEIDA DE SOUSA
  • OS IDEAIS DE CIVILIZAÇÃO NA AMAZÔNIA IMPERIAL - UM ESTUDO SOBRE OS PROJETOS DE CIVILIZAÇÃO INDÍGENA NO PARÁ (1845-1889)
  • Orientador : MAURO CEZAR COELHO
  • Data: 25/08/2011

  • VANICE SIQUEIRA DE MELO
  • CRUENTAS GUERRAS: ÍNDIOS E PORTUGUESES NOS SERTÕES DO MARANHÃO E PIAUÍ (PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII)
  • Orientador : RAFAEL IVAN CHAMBOULEYRON
  • Data: 19/08/2011

  • ERITO VANIO BASTOS DE OLIVEIRA
  • MODERNIDADE E INTEGRAÇÃO NA AMAZÔNIA: INTELLIGENTSIA E BROADCASTING NO ENTRE GUERRAS (1923-1937)
  • Orientador : ALDRIN MOURA DE FIGUEIREDO
  • Data: 16/08/2011

  • TULIO AUGUSTO PINHO DE VASCONCELOS CHAVES
  • ISTO NÃO É PARA NÓS! UM ESTUDO SOBRE A VERTICALIZAÇÃO E MODERNIDADE EM BELÉM ENTRE 1940 E 1950
  • Orientador : MAGDA MARIA DE OLIVEIRA RICCI
  • Data: 16/08/2011

  • EVA DAYNA FELIX CARNEIRO
  • BELÉM ENTRE FILMES E FITAS: A EXPERIÊNCIA DO CINEMA, DO COTIDIANO DAS SALAS ÀS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NOS ANOS 1920
  • Orientador : FRANCIANE GAMA LACERDA
  • Data: 12/08/2011

  • ROBERTO BORGES DA CRUZ
  • FARINHA DE 'PAU' E DE 'GUERRA': OS USOS DA FARINHA NO EXTREMO NORTE (1722-1759)

  • Orientador : LEILA MOURAO MIRANDA
  • Data: 12/08/2011
  • Mostrar Resumo
  • ARINHA DE 'PAU' E DE 'GUERRA': OS USOS DA FARINHA NO EXTREMO NORTE (1722-1759)

  • ALAN CHRISTIAN DE SOUZA SANTOS
  • O QUE REVELAR? O QUE ESCONDER? IMPRENSA & MAÇONARIA NO FINDAR DO DEZENOVE (PARÁ, 1872-1892)
  • Orientador : WILLIAM GAIA FARIAS
  • Data: 11/08/2011

  • BARBARA DA FONSECA PALHA
  • ESCRAVIDÃO NEGRA EM BELÉM: MERCADO, TRABALHO E LIBERDADE (1810-150)
  • Orientador : JOSE MAIA BEZERRA NETO
  • Data: 28/06/2011

  • JACOB BENARRÓS NETO
  • PANAMAZÔNIA: ECOLOGIA E POLÍTICA SOB A ANÁLISE DO TCA EM 1978
  • Orientador : MAGDA MARIA DE OLIVEIRA RICCI
  • Data: 05/05/2011

2010
Descrição
  • MAIRA WANDERLEY NEVES
  • O MUNDO BINOQUIANO: NARRATIVAS, MULHERES E MODERNIDADE EM BELÉM DO PARÁ
  • Orientador : ALDRIN MOURA DE FIGUEIREDO
  • Data: 29/12/2010

  • WESLEY OLIVEIRA KETTLE
  • "UM SÚDITO CAPAZ NO VALE AMAZÔNICO (OU LANDI, ESSE CONHECIDO): UM OUTRO SIGNIFICADO DA DESCRIÇÃO DAS PLANTAS E ANIMAIS DO GRÃO-PARÁ".
  • Orientador : MAURO CEZAR COELHO
  • Data: 27/08/2010

  • EDIVANIA SANTOS ALVES
  • "MARCHAS E CONTRAMARCHAS NA LUTA PELA MORADIA NA TERRA FIRME (1979-1994)".
  • Orientador : LEILA MOURAO MIRANDA
  • Data: 17/08/2010

  • RUI JORGE MORAES MARTINS JUNIOR
  • "VISTO, LOGO EXISTO: MODA, SOCIABILIDADE FEMININA E CONSUMO EM BELÉM NO LIMIAR DO SÉCULO XX".
  • Orientador : FRANCIANE GAMA LACERDA
  • Data: 12/07/2010

  • LUCIANO DEMETRIUS BARBOSA LIMA
  • "OS MOTINS POLÍTICOS DE UM ILUSTRADO LIBERAL: HISTÓRIA, MEMÓRIA E NARRATIVA NA AMAZÔNIA EM FINS DO SÉCULO XIX".
  • Orientador : MAGDA MARIA DE OLIVEIRA RICCI
  • Data: 10/06/2010

  • EDILSON MATEUS COSTA DA SILVA
  • "RUY, PAULO E FAFÁ: A IDENTIDADE AMAZÔNICA NA CANÇÃO PARAENSE (1976-1980)".
  • Orientador : ANTONIO MAURICIO DIAS DA COSTA
  • Data: 14/05/2010

  • MIRTES EMILIA ALMEIDA LIMA
  • "Inhõ Pyka Já, Inhõ Ba Já Djwy Dja Ba Ijôk Me Py o Utà Além do que os olhos vêem: etnogênese, Xikrin-Mebêngôkre e a macrorregião de Marabá".
  • Orientador : MAURO CEZAR COELHO
  • Data: 20/03/2010

2009
Descrição
  • DANIELLE FIGUEREDO MOURA
  • "'MALFADADA PROVÍNCIA': LEMBRANÇAS DE ANARQUIA E ANSEIOS DE CIVILIZAÇÃO (1836-1839)".
  • Orientador : MAGDA MARIA DE OLIVEIRA RICCI
  • Data: 17/12/2009

  • MAIRA OLIVEIRA MAIA
  • "JOGOS POLÍTICOS NA TERRA IMATURA: AS EXPERIÊNCIAS POLÍTICAS DOS MODERNISTAS PARAENSES (1930-1945)".
  • Orientador : GERALDO MARTIRES COELHO
  • Data: 14/12/2009

  • BENEDITO CARLOS COSTA BARBOSA
  • "EM OUTRAS MARGENS DO ATLÂNTICO: TRÁFICO NEGREIRO PARA O ESTADO DO MARANHÃO E GRÃO-PARÁ (1707-1750)".
  • Orientador : RAFAEL IVAN CHAMBOULEYRON
  • Data: 11/12/2009

  • ROBERT MADEIRO DIAS
  • "EM ÁGUAS E LENDAS DA AMAZÔNIA: OS OUTROS BRASIS DE WALDEMAR HENRIQUE E MÁRIO DE ANDRADE (1922-1937)"
  • Orientador : ALDRIN MOURA DE FIGUEIREDO
  • Data: 13/11/2009

  • SINEI SOARES MONTEIRO
  • "FUTEBOL, DITADURA E TRABALHO: UMA ANÁLISE DAS RELAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS NO CAMPO DESPORTIVO PARAENSE (1964-1978)".
  • Orientador : WILLIAM GAIA FARIAS
  • Data: 13/11/2009

  • TARCISIO CARDOSO MORAES
  • "A ENGENHARIA DA HISTÓRIA: NATUREZA, GEOGRAFIA E HISTORIOGRAFIA NA AMAZÔNIA".
  • Orientador : ALDRIN MOURA DE FIGUEIREDO
  • Data: 19/10/2009

  • ELSON LUIZ ROCHA MONTEIRO
  • "A MAÇONARIA E A CAMPANHA ABOLICIONISTA NO PARÁ: 1870-1888".
  • Orientador : WILLIAM GAIA FARIAS
  • Data: 26/09/2009

  • JOSE DO ESPIRITO SANTO DIAS JUNIOR
  • "CULTURA POPULAR NO GUAMÁ: UM ESTUDO SOBRE O BOI BUMBÁ E OUTRAS PRÁTICAS CULTURAIS EM UM BAIRRO DE PERIFERIA DE BELÉM".
  • Orientador : PERE PETIT PENARROCHA
  • Data: 25/09/2009

  • ELANE CRISTINA RODRIGUES GOMES
  • "VIDA MATERIAL: ENTRE CASAS E OBJETOS, BELÉM 1920-1945".
  • Orientador : WILLIAM GAIA FARIAS
  • Data: 09/09/2009

  • SIDIANA DA CONSOLACAO FERREIRA DE MACEDO
  • "DAQUILO QUE SE COME: UMA HISTÓRIA DO ABASTECIMENTO E DA ALIMENTAÇÃO EM BELÉM (1850-1900)".
  • Orientador : ANTONIO OTAVIANO VIEIRA JUNIOR
  • Data: 04/09/2009

  • AMARILIS MARIA FARIAS DA SILVA
  • "SABERES COTIDIANOS E AZEITE DE ANDIROBA: A PRESENÇA DA MULHER EXTRATIVISTA NO CONTEXTO HISTÓRICO DAS PRÁTICAS SOCIOCULTURAIS DOS SUJEITOS DA ILHA DE JUBA, CAMETÁ-PA".
  • Orientador : BENEDITA CELESTE DE MORAES PINTO
  • Data: 31/07/2009

  • JAIRO DE JESUS NASCIMENTO DA SILVA
  • "DA MEREBA-AYBA À VARÍOLA: ISOLAMNTO, VACINA E INTOLERÂNCIA POPULAR EM BELÉM DO PARÁ, 1884-1904".
  • Orientador : MARIA DE NAZARE DOS SANTOS SARGES
  • Data: 09/07/2009

  • ROBERTO ZAHLUTH DE CARVALHO JUNIOR
  • "ESPÍRITOS INQUIETOS E ORGULHOSOS: OS FRADES CAPUCHOS NA AMAZÔNIA JOANINA (1706-1751)".
  • Orientador : RAFAEL IVAN CHAMBOULEYRON
  • Data: 29/06/2009

  • ROSANA DE FATIMA PADILHA DE SOUSA
  • REDUTO DE SÃO JOSÉ: HISTÓRIA E MEMÓRIA DE UM BAIRRO OPERÁRIO (1920-1940)
  • Orientador : MARIA DE NAZARE DOS SANTOS SARGES
  • Data: 13/03/2009
  • Mostrar Resumo
  • O Reduto é uma área contígua ao centro da cidade de Belém surgida na segunda metade do século XVIII com a construção de uma fortificação militar. Foi efetivamente ocupado durante o século XIX, quando viveu um período de intensa atividade comercial resultante da economia da borracha. Na primeira década do século XX com a implantação de um projeto modernizador surgiram obras na cidade que forçaram uma reestruturação do espaço urbano. Enquanto o restante da cidade era embelezado, a área do Reduto, para atender aos interesses capitalistas da economia exportadora, sofria uma descaracterização no seu espaço original: o aterramento da sua doca e a quebra do seu movimentado comércio. Entretanto, novas formas espaciais foram surgindo no bairro. Ocupando uma posição conveniente, a margem imediata da baía, o Reduto tornou-se uma área atrativa para a instalação de fábricas e foi pouco a pouco assumindo ares de bairro industrial. Funcionários, comerciantes e empresários de várias nacionalidades, ou simplesmente operários em busca de trabalho deram ao Reduto até meados do século XX características bem particulares que ficaram marcadas no imaginário coletivo da cidade e ainda hoje são presentes na memória dos seus antigos moradores.
  • ANA PAULA MACEDO CUNHA
  • "ENGENHOS E ENGENHOCAS: ATIVIDADE AÇUCAREIRA NO ESTADO DO MARANHÃO E GRÃO-PARÁ (1706-1750)".
  • Orientador : RAFAEL IVAN CHAMBOULEYRON
  • Data: 13/03/2009

  • ROSANA DE FATIMA PADILHA DE SOUSA
  • "REDUTO DE SÃO JOSÉ: HISTÓRIA E MEMÓRIA DE UM BAIRRO OPERÁRIO (1920-1940)".
  • Orientador : MARIA DE NAZARE DOS SANTOS SARGES
  • Data: 13/03/2009

  • JORGE NASSAR FLEURY DA FONSECA
  • Muralhas invisíveis: cartografia e história visual na Amazônia no século XVIII
  • Data: 18/02/2009
  • Mostrar Resumo
  • MMURALHAS INVISÍVEIS: CARTOGRAFIA E HISTÓRIA VISUAL NA AMAZÔNIA NO SÉCULO XVIII
  • ALDAIR JOSE DIAS CARNEIRO
  • "CORONÉIS, CASTANHEIROS E ÍNDIOS: UM ESTUDO NOS CASTANHAIS DOS MUNICÍPIOS DE MARABÁ E ITUPIRANGA - PARÁ, 1948 A 1980".
  • Orientador : WILLIAM GAIA FARIAS
  • Data: 18/02/2009

2008
Descrição
  • IVO PEREIRA DA SILVA
  • "TERRA DAS ÁGUAS: UMA HISTÓRIA SOCIAL DAS ÁGUAS EM BELÉM, SÉCULO XIX".
  • Orientador : MAGDA MARIA DE OLIVEIRA RICCI
  • Data: 28/11/2008

  • LUIS OTAVIO VIANA AIROZA
  • "CIDADE DAS MANGUEIRAS: representações sócio-culturais da paisagem urbana".
  • Orientador : LEILA MOURAO MIRANDA
  • Data: 31/10/2008

  • DURVAL DE SOUZA FILHO
  • Os retratos dos Coudreau: Índios, Civilização e Miscigenação através das lentes de um casal de visionários que percorreu a Amazônia em busca do "Bom Selvagem" (1884 - 1899).

  • Orientador : MAURO CEZAR COELHO
  • Data: 20/10/2008
  • Mostrar Resumo
  • Os retratos dos Coudreau: Índios, Civilização e Miscigenação através das lentes de um casal de visionários que percorreu a Amazônia em busca do "Bom Selvagem" (1884 - 1899).

  • ALANNA SOUTO CARDOSO
  • "APONTAMENTOS PARA HISTÓRIA DA FAMÍLIA E DEMOGRAFIA HISTÓRICA DA CAPITANIA DO GRÃO-PARÁ (1750 - 1790)".
  • Orientador : ANTONIO OTAVIANO VIEIRA JUNIOR
  • Data: 06/10/2008

  • SILVIO FERREIRA RODRIGUES
  • "ESCULÁPIOS TROPICAIS: A Institucionalização da Medicina no Pará, 1889 - 1919".
  • Orientador : ALDRIN MOURA DE FIGUEIREDO
  • Data: 12/09/2008

  • DAWDSON SOARES CANGUSSU
  • "O EPICENTRO DO HOTEL CENTRAL: Arte e literatura em Belém do Pará (1946-1951)".
  • Orientador : ALDRIN MOURA DE FIGUEIREDO
  • Data: 09/09/2008

  • KAROL DA HORA GUIMARAES GILLET SOARES
  • AS FORMAS DE MORAR NA BELÉM DA BELLE ÉPOQUE (1870-1910).
  • Orientador : GERALDO MARTIRES COELHO
  • Data: 02/09/2008

  • TONY LEAO DA COSTA
  • "MÚSICA DO NORTE: intelectuais, artistas populares, tradição e modernidade na formação da" MPB "no Pará (anos 1960 e 1970)".
  • Orientador : EDILZA JOANA OLIVEIRA FONTES
  • Data: 22/08/2008

  • JOEL SANTOS DIAS
  • Os "verdadeiros conservadores" do Estado do Maranhão: poder local, redes de clientela e cultura política na Amazônia colonial (primeira metade do século XVIII)
  • Orientador : RAFAEL IVAN CHAMBOULEYRON
  • Data: 18/08/2008

  • MARLY SOLANGE CARVALHO DA CUNHA
  • "MATUTOS" OU ASTUTOS? OLIGARQUIA E CORONELISMO NO PARÁ REPUBLICANO (1897 - 1909).
  • Orientador : MARIA DE NAZARE DOS SANTOS SARGES
  • Data: 14/08/2008

  • DECLEOMA LOBATO PEREIRA
  • O CANDOMBLÉ NO AMAPÁ: HISTÓRIA, MEMÓRIA, IMIGRAÇÃO E HIBRIDISMO CULTURAL
  • Data: 09/06/2008
  • Mostrar Resumo
  • Usando como fontes a memória oral, documentos impressos e imagens de vídeos, o presente estudo trata das relações que se estabelecem entre as práticas do Candomblé, Umbanda, Mina e Cura, em terreiros de Macapá, Estado do Amapá. Desde os anos 40 do século passado as religiões afro-brasileiras vêm se instalando na região, trazidas por imigrantes de outras unidades da federação brasileira, e nesse processo vêm se tocando, interagindo, se misturando. O Candomblé embora recente, data dos anos 80 do século XX, adquiriu grande visibilidade e tem crescido bastante as adesões de adeptos de outras religiões afro-brasileiras a essa religião, em virtude das expectativas e concepções de superioridade que se criaram a respeito deste. No entanto, para atender suas necessidades e as demandas da clientela pais e mães-de-santo se utilizam das práticas das várias denominações afro-religiosas. Neste sentido, a ritualística do Candomblé aparece como mais um acréscimo, um elemento a mais no cabedal de conhecimentos religiosos adquiridos ao longo da vida e da trajetória religiosa dos sacerdotes e sacerdotisas responsáveis pelos terreiros de Macapá. Assim sendo, este estudo contribui para repensar a importância dos estudos que envolvem os fenômenos da imigração cultural, com a instalação de um sistema cultural novo em uma dada sociedade em expansão, as alterações que isso provoca no meio cultural em que se insere e no sistema cultural em questão.
  • DANIELLA DE ALMEIDA MOURA
  • "A República Paraense em Festa (1890-1911)".
  • Orientador : WILLIAM GAIA FARIAS
  • Data: 04/04/2008

  • FRANCIVALDO ALVES NUNES
  • "A SEMENTE DA COLONIZAÇÃO: um estudo sobre a Colônia Agrícola Benevides (Pará, 1870-1889)".
  • Orientador : FRANCIANE GAMA LACERDA
  • Data: 20/03/2008

SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - morango.ufpa.br.morango2