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CHRISTIANE PATRICIA OLIVEIRA DE AGUIAR
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PLANEJAMENTO in silico DE NOVOS INIBIDORES COM POTENCIAL ATIVIDADE INSETICIDA CONTRA Aedes aegypti A PARTIR DA PIPERINA EXTRAÍDA DO Piper nigrum LINN.
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Data: 20/12/2019
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O Aedes aegypti é o principal vetor de transmissão da dengue, febre amarela, zika e chikungunya em regiões tropicais e subtropicais e é considerado causador de riscos à saúde de milhões de pessoas no mundo. A piperina, encontrada na espécie Piper nigrum Linn apresenta uma variedade de atividades biológicas, dentre as quais, atividade larvicida contra o Ae. aegypti. Neste estudo, foi realizada um estudo computacional da piperina por meio de análise conformacional e avaliação da influência do anel piperidínico na estabilidade e reatividade química. Também buscamos obter novas moléculas com potencial inseticida contra Ae. aegypti via triagem virtual a partir da piperina. Os resultados do estudo computacional mostraram que os confôrmeros 1 e 3 da piperina exibiram maior estabilidade conformacional e menor barreira de energia para o sistema butadieno. As conformações com o anel benzeno no plano (1, 3, 5 e 7) apresentaram menor estabilidade que as conformações com anel benzeno fora do plano (2, 4, 6 e 8). As barreiras de energia de todos os confôrmeros do ácido pipérico foram mais baixas quando comparadas a piperina, e todos os 1,3-butadieno s-trans foram mais estáveis que todos os 1,3-butadieno s-cis. Em relação as propriedades eletrônicas, o ácido pipérico mostrou maior eletrofilicidade quando comparado a piperina, e esta apresentouse mais nucleofílica em relação ao ácido pipérico. O ácido pipérico mostrou-se mais reativo que a piperina. Em resumo, estabilidade química da piperina está relacionada ao anel piperidínico através de propriedades estéricas e eletrônicas. Em relação a triagem virtual, I40, JHIII, piriproxifeno e o temefós foram escolhidos como compostos controle para pesquisa de moléculas no banco de dados Zinc_Natural_Stock (ZNSt) e MolPort. Após a triagem virtual das 626 estruturas obtidas dos bancos de dados, oito compostos resultantes do docking molecular foram submetidos a predição de atividade inseticida pelo servidor PASS e de propriedades farmacocinéticas e toxicológicas pelos softwares PreADMET e ProTox-II. As moléculas NESBio_01 e NESBio_02 apresentaram previsões satisfatórias e tiveram suas propriedades toxicológicas determinadas pelas plataformas ProTox-II e DEREK. Após análise, o composto NESBio_01 apresentou melhor perfil para atividade inseticida por atuar na esterase da acetilcolina, com o maior resultado de afinidade de ligação (-13,14 kcal/mol), superior a afinidade de ligação dos controles I40 (-13,10 kcal/mol), piriproxifeno (-9,70 kcal/mol) e temefós (-4,80 kcal/mol) para a enzima acetilcolinesterase do inseto Drosophila melanogaster, mosca da fruta (PDB ID 1QON, I40). Além disso, o composto NESBio_01 demonstrou propriedades farmacocinéticas e toxicológicas satisfatórias e melhor quando comparado ao composto NESBio_02 para a saúde humana no estudo in silico. Nesse sentido, NESBio_01 mostrou-se promissor em todas as etapas do estudo e pode ser considerada a molécula eleita resultante da triagem virtual como agente inseticida.
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EDILSON FREITAS DA SILVA
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DINÂMICA E COMPOSIÇÃO DA ASSEMBLEIA POLÍNICA E SUA RELAÇÃO COM INTERPRETAÇÕES PALEOCLIMÁTICAS NA SERRA NORTE DA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS, PARÁ.
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Data: 20/12/2019
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Na Floresta Nacional de Carajás são encontradas diferentes fitofisionomias, como por exemplo, a canga. Neste tipo de formação são encontrados diversos lagos e apesar da expressiva diversidade de ambientes lacustres, poucos são os estudos que avaliaram a variedade de palinomorfos em seus sedimentos. Estes dados, atrelados ao conhecimento dos padrões de dispersão dos grãos de pólen, são fundamentais para compreensão das variações climáticas, bem como da influência da bacia de drenagem e dos padrões climáticos na dispersão destes. Estas informações são essenciais para calibrar as interpretações paleoclimáticas do Quaternário Tardio no Sudeste da Amazônia. Desta maneira, o objetivo neste trabalho de pesquisa é compreender os padrões de dispersão, diversidade e origem dos palinomorfos, analisando a chuva polínica moderna e testemunhos sedimentares da Lagoa da Trilha da Mata (LTM), localizada na Serra Norte da Floresta Nacional de Carajás. Para caracterização das fitofisionomias, foram instaladas parcelas nas áreas de floresta (FO), vegetação de canga (VC) e vegetação hidromórfica (VH). Para se entender os padrões de dispersão e conhecer a diversidade e origem dos palinomorfos foram também instalados coletores artificiais de grãos de pólen nas diferentes fitofisionomias e para reconstrução da paleovegetação, foram coletados testemunhos sedimentares da lagoa. Nas parcelas instaladas foram identificadas 90 espécies de 34 famílias botânicas sendo que, a VC é caracterizada principalmente por Mimosa acutistipula var. ferrea Barneby, Miconia sp. e Panicum sp., enquanto FO por Matayba guianensis Aubl., Myrcia multiflora (Lam.) DC. e Pseudopiptadenia suaveolens (Miq.) J.W.Grimes, a VH por Mauritiella armata (Mart.) Burret e Hydrochorea corymbosa (Rich.) Barneby & J.W.Grimes. A coleta de dados de chuva polínica compreende o período total de um ano, desde setembro de 2015 a agosto de 2016. Houve dois períodos de baixa pluviosidade (setembro-dezembro 2015 e maio-agosto 2016) e um período de precipitação elevada (janeiro-abril 2016). Sob condições úmidas, a floresta foi bem representada pelos tipos polínicos de Schefflera, Anthurium lindmanianum, Pseudopiptadenia suaveolens e Glycydendron, e a vegetação de canga por Poaceae indiferênciado, Miconia, Mimosa acutistipula var. ferrea e Psychotria. Os testemunhos de sedimentos apresentam um ciclo de preenchimento com padrão granodecrescente ascendente, em três fácies sedimentares. A matéria orgânica da LTM tem origem local relacionada principalmente ao carbono orgânico dissolvido de plantas C3, macrófitas e algas. Foi descrito um período de temperaturas mais baixas e clima úmido (18000-14000 anos calibrados Antes do Presente), seguido de um longo período de seca (13500-4000 anos cal A.P.) e por volta de 3000 anos cal A.P. aconteceu aumento da umidade. Sendo assim, concluímos que o aumento no influxo de grãos de pólen de Poaceae indif. foi determinada por variações na extensão de área alagada, indicando um aumento na quantidade de precipitação e não o caso oposto, auxiliando as interpretações de variações da assembleia polínica encontrada no testemunho da lagoa, onde foi encontrado o registro de um período relativamente seco de 13500-4000 anos cal A.P. retomando as condiçoões úmidas a cerca de 3000 anos cal A.P.
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ANDREX AUGUSTO SILVA DA VEIGA
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ANALOGIAS ESTRUTURAIS ENTRE MANGIFERINA E ÁCIDO ASCÓRBICO COMO ANTIOXIDANTES.
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Data: 29/11/2019
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Mangifera indica L. (Anacardiaceae), conhecida como manga no Brasil, Espanha, Malásia, mango na Alemanha, Nova Guiné, Egito, Espanha, Guatemala, Guiana, Haiti, Índia, Islândia, Itália, México, Paquistão, Perú e pais de língua inglesa. A planta é utilizada no tratamento de processos diarreicos, desordens gástricas, infecções do trato urinário, anemia, reumatismo. Os estudos farmacognósticos e fitoquímicos desta espécie demonstraram a presença de ácido triterpênicos manglanostenóico (A, B, C e D), ácido 3-oxo-lanostano-26-oico, 3-oxo- 20S,24R-epoxi-dammarane-25-ξ-26-diol, 5-(12-heptadecenil)-resorcinol, ácido 29-hidroximangiferônico; triterpenos tetracíclicos: cicloart-24-en-3β,26-diol, 3-ceto dammar-24(E)-en- 20S,26-diol; mangiferina entre outras substâncias. Em ensaios utilizando a xantona Cglicosilada mangiferina atestou-se atividades antiviral, antitumoral, anti-inflamatória, imunoestimulante, antioxidante, antialérgica, entre outras. Este trabalho, inicialmente visa avaliar a correlação das estruturas da mangiferina, presente na espécie M. indica, e do ácido ascórbico através dos estudos de estabilidade e reatividade química usando métodos de modelagem computacional com a perspectiva de desenvolver um insumo ativo com propriedades que favoreçam a incorporação deste a produtos farmacêuticos ou alimentícios. O estudo teórico da mangiferina, análogos e derivados semissintéticos foi realizada usando os pacotes computacionais ChemOffice 7.0 e Gaussian 09 para se obter descritores moléculas que embasem o estudo. A partir destes foi evidenciado a maior influência da transferência de hidrogênio do que a de elétrons, as hidroxilas vicinais (orto) são mais favorecidas que as localizadas na posição meta, e, consequentemente, os compostos com porção catecólica são mais ativos quando comparados com outros derivados naturais relacionados. A mangiferina mostrou maior similaridade estrutural com o ácido ascórbico que outros derivados catecólicos relacionados tanto pelo mecanismo de transferência de elétrons quanto hidrogênio.
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IGOR CHAMON ASSUMPÇÃO SELIGMANN
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VARIABILIDADE CROMOSSÔMICA EM ESPÉCIES AEQUORNITHES (AVES): UMA ANÁLISE EVOLUTIVA E FILOGENÉTICA
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Data: 30/09/2019
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A Super ordem Aequornithes reúne sete ordens de aves aquáticas, das quais os Ciconiiformes e Pelecaniformes se destacam por serem encontrados em quase todo o mundo. Hoje, os Ciconiiformes se resumem à família Ciconiidae; e os Pelecaniformes, além de Pelecanidae, incluem as famílias Threskiornithidae, Ardeidae, Scopidae e Balaenicipitidae, originalmente pertencentes aos Ciconiiformes. Esta classificação não tem sido contestada, porém incertezas sobre as relações filogenéticas entre os gêneros destas ordens ainda permanecem. Para contribuir com a elucidação da filogenia dentro de três destas famílias, o presente trabalho analisou o cariótipo de oito espécies, cinco das quais por citogenética molecular: Jabiru mycteria e Ciconia maguari (Ciconiidae); Cochlearius cochlearius e Syrigma sibilatrix (Ardeidae); e Eudocimus ruber (Threskiornithidae). Dentre os resultados encontrados, a pintura cromossômica comparativa utilizando sondas de Gallus gallus (GGA) sugeriu que cada uma destas famílias é monofilética e possui rearranjos característicos: as espécies de Ciconiidae apresentaram a fusão GGA8 com GGA9; as de Ardeidae a fusão GGA6 com GGA7; e de Threskiornithidae a fusão GGA7 com GGA8, além da fissão de GGA1 acompanhada da fusão de GGA1p com GGA6. Também foram realizadas análises por citogenética clássica nas espécies de Ardeidae Casmerodius albus e Egretta thula, além da espécie Threskiornithidae Mesembrinibis cayennensis, e tais resultados, somados aos encontrados em literatura, auxiliaram na inferência de um cariótipo ancestral para cada uma das três famílias abordadas neste trabalho. Assim sendo, uma filogenia baseada em citogenética pôde ser proposta às referidas famílias: Ciconiidae dividida em quatro tribos, Leptoptilini, Mycterini, Ciconiini e Ephippiorhynchini; Ardeidae com cinco padrões cariotípicos significativamente distintos, representados pelos gêneros Tigrisoma, Cochlearius, Botaurus, Ardeola e Ardea; e Threskiornithidae dividida nas subfamílias Plataleinae, Ibisinae e Eudociminae.
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THAIS GLEICE MARTINS BRAGA
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CULTIVO DO DENDÊ (Elaeis guineensis) E A INTEGRIDADE DA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE FLORESTAL: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MOJÚ-PA
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Data: 11/09/2019
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A relevância ambiental das bacias hidrográficas no contexto da manutenção e conservação da biodiversidade tem se tornado cada vez mais notória, e quando relacionado com as áreas de consolidação do cultivo da espécie ELAEIS GUINEENSIS – DENDÊ é possível compreender os impactos gerados na biodiversidade florística ocorrida nestas regiões. O entendimento técnico cientifico das ações antrópicas para fins econômicos e larga escala, em regiões de bacias hidrográficas, servem para subsidiar políticas públicas que visem minimizar os danos ambientais. Por isso, a referida tese objetivou, dimensionar as áreas de fragmentos florestais remanescentes, em uma paisagem com cultivo de dendê e identificar áreas destinadas à atribuição legal da área de preservação permanente, de modo a projetar uma ampliação da conectividade entre os fragmentos na Bacia Hidrográfica do Rio Moju, que apresenta extensão territorial de 15.662,097 km² e é constituída predominantemente pelo município de Moju, estar presente a montante os municipais de Breu Branco e Jacundá, apresenta forma geométrica alongada, o que favorece a ação da drenagem sobre o relevo, sendo divida da seguinte forma, Baixo Moju (BMj), Médio Moju (MMj) e Alto Moju (AMj). O AMj, a vegetação é do tipo Floresta Tropical de Terra Firme ou Floresta Ombrófila Densa com espécies arbóreas de grande porte, com altura de 25 a 30m. Este estudo compreende especificamente a dinâmica de alterações na paisagem com cultivo do dendê com base nas transições, permanências e vulnerabilidades das classes de cobertura vegetal e uso da terra na bacia hidrográfica do rio Moju, a distribuição espacial dos remanescentes florestais gerados pela fragmentação de uma paisagem com cultivo de dendê na bacia hidrográfica do rio Moju, o conflito de uso da terra nas Áreas de Preservação Permanente na bacia do rio Moju, e por fim, Indicou-se assim, áreas com maior potencial de conectividade entre os fragmentos para formação de corredores ecológicos e consequentemente a manutenção da biodiversidade. Assim, visou-se identificar a integridade ecológica florestal, e o distribuição espacial da biodiversidade vegetal, através do comportamento do desflorestamento ao longo do período de estudo, que se deu nos anos de 2005 e 2017 respectivamente, dessa forma, identificou-se os fragmentos remanescentes de floresta ombrófila densa oriundas do uso da vegetação na paisagem em estudo, tudo isto serviu sobre tudo para subsidiar a criação de corredores ecológicos, analisar o efeito de borda ocorrido na bacia hidrográfica do rio Moju ocasionado pelo cultivo do Dendê, e identificar quais os principais impactos que o cultivo desta espécie gerou. Para realizar tal estudo abordou-se como ferramentas metodológicas o barômetro das geotecnologias, principalmente no âmbito do geoprocessamento e sensoriamento remoto, logo a delimitação da área da bacia hidrográfica foi efetuada utilizando o arquivo digital em formato shapefile da base hidrográfica ortocodificada disponibilizado pela Agência Nacional da Águas – ANA. Baseada em dados georreferenciados do relevo da área em questão, derivados de produtos SRTM, por meio da utilização da ferramenta Hidrology, pertencente ao programa ArcGis 10.2. O trabalho terá inicio com o levantamento e aquisição dos dados e informações sobre as áreas da bacia hidrográfica do rio Moju, sucessivamente será feito a seleção de imagens de satélite dos sensores Landsat 5 e 8, nos anos de 2005 e 2017, além das imagens, utilizará mapas básicos e topográficos de escalas e temas distintos para subsidiar o estudo. Toda a base 9 planialtimétrica utilizada será computada por meio de cartas topográficas do IBGE. O processamento digital e as analises das imagens utilizadas, serão efetuados nos softwares Envi e ArcGis, disponíveis no Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, os quais originaram o sistema informações geográficas. Tal banco de dados criados a partir das imagens de satélite, dos anos de 2005 e 2017 foram processadas, bem como analisadas por etapas distintas, de maneira a gerar todas as informações referentes à cobertura vegetal, fragmentação remanescentes, compreensão da dinâmica da paisagem das áreas de preservação permanentes, levando em consideração as mudanças históricas ocorridas na área de estudo relacionados a cobertura vegetal a partir da expansão da monocultura. Permitindo obter informações como a quantificação de áreas das classes temáticas e a dinâmica da cobertura vegetal e dos fragmentos remanescentes após a consolidação da área de cultivo, tudo isso através da modelagem geoespacial o comportamento dos impactos na vegetação oriundos do cultivo do dendê. Por isso, este estudo foi de fundamental importância, para evidenciar através da modelagem ambiental, dos fragmentos florestais remanescentes, em região de bacias hidrográficas com áreas de consolidação do Dendê, por meio de dados inéditos como que o comportamento do uso da cobertura vegetal e o processo de fomento ao cultivo da monocultura do dendê, provocou o processo de desflorestamento nesta área, o processo de fragmentação florestal e como tais ações antrópicas originaram a dinâmica de alterações na paisagem, com base nas transições, permanências e vulnerabilidades das classes de vegetação, esta tese apresenta o cenário contemporâneo da distribuição espacial dos remanescentes florestais, além de analisar o conflito de uso da terra nas Áreas de Preservação Permanente e Indicar áreas com maior potencial de conectividade entre os fragmentos para formação de corredores ecológicos, para isso, foram executas as operações de análise espacial/álgebra de mapas visando produzir novas informações espaciais (Mapas) a partir do mapa de uso e cobertura do solo, áreas de reserva legal, declividade e das Áreas de Preservação Permanentes existente na bacia hidrográfica. Tais operações detectaram as áreas prioritárias para a geração de corredores ecológicos que interligaram as áreas de florestas com as áreas a serem recompostas. As operações de análise espacial/álgebra de mapas foram executadas com o intuito de produzir informação confiáveis cartograficamente e apresentou uma proposta de delimitação de corredores ecológicos que fosse condizente com os aspectos de conservação e manutenção da biodiversidade.
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PATRÍCIA SUELENE SILVA COSTA GOBIRA
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SELEÇÃO DE MICRORGANISMOS NATURALMENTE OCORRENTES E SUAS APLICAÇÕES NA FERMENTAÇÃO DO RESÍDUO DA MANDIOCA PARA A PRODUÇÃO DE BIOETANOL.
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Data: 20/08/2019
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Estudos de investigação sistemática estão sendo executados neste trabalho para a busca de novas linhagens de leveduras naturalmente ocorrentes nas raízes de Manihot esculenta Crantz, com potencial de fermentar amido da mandioca, de modo a se otimizar as etapas do processo de fermentação, além da obtenção de enzimas desconstrutoras do amido, a partir de fungo filamentoso naturalmente ocorrentes, visando a obtenção de bioetanol. A estratégia de seleção baseou-se na adaptabilidade dos microrganismos em assimilarem substratos naturais com alta taxa de conversão. Para a produção de bioetanol de amido e/ou resíduos de mandioca, duas etapas são importantes: Na primeira etapa, a hidrólise da amilose e amilopectina gerando açúcares fermentescíveis, por concentrado de enzimas hidrolásicas produzidas por fungo filamentoso naturalmente ocorrente na raiz de mandioca, e na segunda etapa, o potencial destas leveduras de fermentar os açucares gerados in loco. Com base nestes aspectos, este trabalho foi direcionado para isolar e identificar leveduras predominantes na fermentação espontânea do amido de mandioca, fazendo uso de técnicas de análise micro-estruturais e morfológicas, e técnicas moleculares para identificação, como a caracterização dessas leveduras quanto ao perfil de assimilação de carbono. O concentrado enzimático a ser usado na hidrólise do amido foi obtido por cultivo submerso do fungo filamentoso Aspergillus aculeatus, naturalmente ocorrente da mandioca; a confirmação do potencial de desconstrução do amido foi realizado por monitoramento durante o cultivo e após atingir o momento ótimo de produção de proteínas que coincidiu com a máxima descontrução do amido por análise de amido residual, foi realizado também a análise de atividade enzimática em gel de eletroforese - zimograma. A identificação das proteínas constituintes desse concentrado enzimático iniciou com a separação das proteínas mais abundantes por gel de eletroforese unidimensional e bidimensional, após separadas as proteínas foram submetidas a análise por espectrometria de massas em MALDI-TOF. Além disso a otimização do potencial de desconstrução amilácea do concentrado enzimático, do fungo filamentos Aspergillus aculeatus naturalmente ocorrente desse substrato, também foi realizado, utilizando o planejamento experimental com delineamento Box-Behnken e Metodologia de Superfície de Resposta, usando três fatores e 3 níveis e, o delineamento foi composto de 12 ensaios fatoriais e 3 repetições no ponto central. Da seleção de leveduras foi possível a identificação de representantes de quatro espécies e duas possíveis espécies ainda não descritas, pertencendo a quatro diferentes gêneros: Candida, Meyerozyma, Pichia e Yamadazyma. No concentrado enzimático foi identificado 8 proteínas (6 glucoamilases, 1 RNase e 1 endoxilanase). Através da matriz de planejamento foram encontrados valores confirmando uma desconstrução de 70% m/m. Os gráficos de superfície de resposta demonstraram melhores resultados obtidos com decréscimo do pH e tendência de tempo e temperatura para o ponto central. As condições ótimas do estudo foram T=45ºC, t=60 min e pH=5,5.
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RAIMUNDO JUNIOR DA ROCHA BATISTA
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CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL QUÍMICO DE AROMA E EXTRATOS ORGÂNICOS DA FOLHA, PECÍOLO, CAULE, RIZOMA, RAIZ, BROTO E INFLORESCÊNCIA DE Montrichardia linifera (Arruda) Schott.
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Data: 28/06/2019
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Montrichardia linifera (Arruda) Schott, família Araceae, é popularmente conhecida como aninga e amplamente disseminada nas várzeas amazônicas e encontrada em diversos ecossistemas inundáveis como igapós, margens de rios, furos e igarapés. São consideradas tóxicas, causando queimaduras de pele e em contato com os olhos pode causar cegueira. Apesar disso, são muito utilizadas na medicina tradicional por suas propriedades cicatrizantes, possível ação anti-inflamatória e antinociceptiva, tratamento de impingem e frieira, diurética e atividade antiplasmódica. Com base nestas informações, este projeto tem como objetivos: determinar a composição mineral (Ca, Mg, Cu, Fe, Zn e Mn) das folhas, pecíolo, caule, rizoma, raiz e broto de Montrichardia linifera e com esses dados, determinar o potencial de bioacumulação e fator de translocação; realizar a prospecção fitoquímica nos extratos oriundos das folhas, pecíolo, caule, rizoma, raiz e broto; realizar a caracterização química dos extratos brutos (hexano, acetato de etila, metanol e etanol) das folhas, pecíolo, caule, rizoma, raiz e broto de Montrichardia linifera e identificar os constituintes voláteis (aroma) das folhas, pecíolo, caule, rizoma, raiz, broto e inflorescência por cromatografia gasosa acoplada à espectrômetro de massas (CG-EM). Os resultados da composição mineral demostraram que os maiores teores de Ca, Mg e Mn foram observados nas partes aéreas da planta, folha, pecíolo, caule e broto e dentre os micronutrientes, concentrações elevadas de Mn, Fe e Cu nas raízes. Montrichardia linifera se mostrou eficaz em bioacumulação de metais em seus tecidos. Na prospecção fitoquímica do extrato etanólico foi detectada a presença de ácidos orgânicos e esteroides e triterpenos (folha, pecíolo, caule, raiz, rizoma e broto), açúcar redutor (pecíolo, caule, raiz e rizoma) e saponinas (pecíolo, raiz e rizoma). Na prospecção por CCDAE foi detectada a presença de terpenos nos extratos hexano, acetato de etila e etanol (folha, pecíolo, caule, raiz, rizoma e broto), flavonoides nos extratos metanol e etanol (folha), compostos fenólicos nos extratos metanol e etanol (folha) e acetato de etila (folha, pecíolo, caule, raiz, rizoma e broto) e atividade antioxidante no extrato hexano (folha e broto), acetato de etila e etanol (folha, caule, raiz e broto) e nos extrato metanólico (folha, pecíolo, caule, raiz, rizoma e broto). No perfil químico de Montrichardia linifera, foi possível a identificação total de 133 compostos. Nos extratos hexânico e acetato de etila foram identificados 45 compostos (31 no hexano e 25 no acetato de etila) e apresentaram como componentes majoritários, o ácido palmítico, octacosano e etil palmitato. Nos aromas foram identificados 114 constituintes químicos com o Ácido palmítico como principal constituinte majoritário (pecíolo, raiz e rizoma) hexanal (caule e broto) e (Z)- jasmona e álcool veratril em todas as amostras da inflorescência (in natura e seca).
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PAULO HENRIQUE DE OLIVEIRA LEDA
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ETNOBOTÂNICA APLICADA ÀS PLANTAS MEDICINAIS COMO SUBSÍDIO PARA A INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS DO BIOMA AMAZÔNIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DE ORIXIMINÁ – PARÁ, BRASIL.
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Data: 24/06/2019
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A presente tese contextualiza o processo de construção do arcabouço político-regulatório que resultou no reconhecimento oficial da fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) e demonstra a importância da Atenção Primária em Saúde (APS) como lócus de investigação em etnobotânica. Ela aborda resultados de pesquisa realizada em duas etapas. Na primeira, fez análise de literatura especializada em plantas medicinais que abordam o uso de espécies nativas do Brasil. Foram escolhidos sete livros técnicos-científicos presente no anexo III - Lista de Referências para Comprovação de Tradicionalidade da Resolução da Diretoria Colegiada 26/2014 da Anvisa. Para completar as informações, selecionou-se mais onze obras com ênfase em espécies nativas da Amazônia do período de 1854 e 2010, completadas com 18 publicações acadêmicas em etnobotânica divulgadas entre 1983 e 2015. Na segunda etapa, foi conduzido estudo etnobotânico em Oriximiná-PA. Este município serviu como representante territorial das práticas etnomedicinais presentes na Amazônia brasileira. O eixo central da pesquisa apoiouse na recuperação das informações presente na literatura analisada. Para sistematizar o conhecimento disponível nestas obras, fez um apanhado das indicações terapêuticas informadas para espécie citada. Estas indicações foram categorizadas com apoio da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Após a categorização, calculou-se a Concordância de Categoria de Uso (CCU) e selecionou-se as que apresentaram valores iguais ou maiores que 60. A esse conjunto de espécies foi aplicado sete critérios fundamentados nas normativas da Anvisa que somavam no máximo 40 pontos, seguida de uma análise de cluster. Esse grupo foi comparado ao conjunto de espécies presentes no levantamento etnobotânico conduzido em Oriximiná, junto aos Agentes Comunitários de Saúde e moradores indicados por eles. Essa comparação teve como objetivo verificar que espécies nativas da Amazônia são comuns a ambas as etapas. Como resultado da primeira etapa, foram selecionadas 19 espécies endêmicas do Bioma Amazônia. Todas consideradas de uso tradicional da Amazônia brasileira, servindo de parâmetro para a segunda etapa. O levantamento etnobotânico resultou na coleta de 112 amostras de plantas úteis como medicinais, sendo identificados 3 gêneros e 109 espécies, categorizando-as em nativas (62; 56,2%), naturalizadas (22; 20,1%) e cultivadas (25;22,3%). Os táxons estão distribuídos em 49 famílias com predominância de Fabaceae. Para a análise de tradicionalidade foram excluídas as cultivadas e naturalizadas, restando restaram 48 nativas da Amazônia que foram avaliadas, seguindo o mesmo procedimento da etapa 1. A combinação das seleções realizadas nas etapas 1 e 2, resultou em 34 espécies nativas da Amazônia, sendo 18 endêmicas deste bioma e 16 que também ocorrem em outros biomas. Esse grupo de espécies encontram-se distribuídas em 23 famílias botânicas, com predominância de Fabaceae. Esta família botânica é prevalente nos estudos etnobotânicos conduzidos na região amazônica. Dentre estas, 12 são comuns às etapas 1 e 2 que, por sua vez, representam táxons endêmicos do Bioma Amazônia. Por fim, a pesquisa possibilitou a seleção de um grupo de nativas da Amazônia que poderão ser utilizadas por meio de protocolos na APS de Oriximiná, em razão das evidências de segurança e eficácia demonstradas, seguindo os critérios da Anvisa. Os dados encontrados mostraram que há descompasso entre os critérios normativas do SUS e a realidade encontrada quanto ao reconhecimento da tradicionalidade de uso das nativas da Amazônia, cujo resultado servirá para trabalhar ações voltadas para a introdução da fitoterapia no SUS local.
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PAULA FERNANDA VIEGAS PINHEIRO
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"FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL EM ÁREAS PROTEGIDAS NA AMAZÔNIA MARANHENSE E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE"
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Data: 26/04/2019
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A criação de áreas protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) é uma das estratégias mais efetivas na contenção dos processos de desmatamento, fragmentação da paisagem e conservação da biodiversidade. No entanto várias dessas áreas na Amazônia sofrem com pressões antrópicas que não possibilitam alcançar o objetivo para o qual foram criadas. Nesse sentido é importante a geração de informações que avaliem o estado de ocupação e fragmentação de áreas protegidas de maneira a dar subsídios para ações mais efetivas para sua conservação. O presente estudo, a partir de técnicas e produtos de sensoriamento remoto e geoprocessamento, analisar a dinâmica de alterações na cobertura vegetal e uso da terra e da estrutura da paisagem de um conjunto de áreas protegidas incluindo UC (Reserva Biológica do Gurupi) e TIs (Terra Indígena Awá, Terra Indígena Caru e Terra Indígena Alto Turiaçu) em um período de 30 anos, visando com isso gerar subsídios para a implementação de política de gestão compartilhada para a conservação e manutenção da biodiversidade. Para tanto, utilizaou-se imagens digitais dos satélites Landsat 5 e 8, as quais foram processadas e classificadas através do algoritmo de máxima verossimilhança e interpretadas através de estudos de ecologia de paisagem. Obteve-se mapas do estado de conservação dessas áreas protegidas, da fragmentação da paisagem. Espera-se que os resultados gerados nessa, tese, auxilie na busca de soluções para conservação da biodiversidade presente na área de estudo.
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MARLYSON JEREMIAS RODRIGUES DA COSTA
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DISTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA E EVOLUÇÃO CARIOTÍPICA DE ROEDORES DO GÊNERO Proechimys PERTENCENTES AOS GRUPOS GOELDII E LONGICAUDATUS (RODENTIA: ECHIMYIDAE)
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Data: 25/03/2019
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Os ratos espinhosos do gênero Proechimys (Rodentia-Echimyidae) possuem ampla distribuição na região amazônica com pelo menos 16 das 22 espécies descritas para o gênero ocorrendo na Amazônia brasileira. A taxonomia desse grupo é bastante complexa devido à grande similaridade fenotípica entre as espécies e ao fato das relações filogenéticas entre os indivíduos desse gênero ainda permanecerem incertas. Possuem uma grande variação no número diploide (2n) que vai de 2n = 14 a 62 e algumas espécies apresentam diferentes citótipos. O objetivo deste trabalho é avaliar espécies dos grupos goeldii e longicaudatus dentro do gênero Proechimys no que diz respeito aos seus limites geográficos e ao status taxonômico. Para isso foram realizadas análises de marcadores moleculares (Cytb e COI), citogenética clássica e citogenética molecular (FISH), associando-os aos padrões de distribuição geográfica das espécies. A partir de populações naturais da Amazônia Oriental, foram coletadas amostras de 32 exemplares de Proechimys cuvieri 2n = 28 NF = 46 e 48, 13 de P. gr. longicaudatus 2n = 28 NF = 46 e 50 (ambas do grupo longicaudatus), 4 de P. roberti 2n=30 NF=54 (grupo guyannensis), 2 de P. gr. goeldii 2n=14, 15, 16 e 17 NF=14 e 2 de P. goeldii 2n=24M/25F NF=42 (ambas do grupo goeldii). Os representantes do grupo goeldii foram avaliados utilizando pintura cromossômica com sondas de cromossomos totais de P. roberti 2n=30 NF=54 e P. goeldii 2n=24M/25F NF=42, a fim de estabelecer a origem dos sistemas de determinação sexual múltiplos presentes nas espécies P. gr. goeldii e P. goeldii. Identificamos múltiplos rearranjos cromossômicos e uma origem independente dos cromossomos sexuais presentes nas espécies irmãs P. goeldii e P. gr. goeldii, o que nos possibilitou discutir a importância desses sistemas e rearranjos no processo de especiação dessas linhagens. Análises por citogenética clássica e máxima verossimilhança utilizando marcadores moleculares independentes (Cytb ou COI) e concatenadas (Cytb e COI) foram realizadas nas espécies do grupo longicaudatus. Os resultados demonstraram uma relação de irmandade entre essas duas espécies com bom apoio e vários níveis de estruturação molecular em alopatria, o que pode refletir a presença de um complexo de espécies dentro desse grupo. Assim, sugerimos, a partir de nossas análises, que os dados moleculares e cariotípicos disponíveis para P. longicaudatus e P. cuvieri discordam quanto à monofilia dessas espécies, necessitando de estudos direcionados e detalhados sobre as diferentes linhagens recuperadas no presente estudo.
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MÔNICA FALCÃO DA SILVA
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DIVERSIDADE DE LEGUMINOSAE EM AMBIENTES AMAZÔNICOS: DIVERSIFICAÇÃO IN SITU OU EVOLUÇÃO DE NICHO?
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Data: 25/03/2019
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Os processos que determinam os padrões de distribuição das espécies tem sido um tópico intrigante por várias décadas e, surpreendentemente, pouco ainda se sabe. Em particular, existem evidências conflitantes sobre a evolução de nicho em plantas tropicais. Alguns autores discutem que linhagens de plantas raramente evoluíram entre habitats ecologicamente distintos, o que sugere que o aspecto de nicho é evolutivamente conservado. Em contraste, outros estudos apontaram uma taxa significante de evolução de nicho em linhagens de plantas que diversificaram mais recentemente. Sendo assim, a principal missão desta proposta é obter um melhor entendimento sobre as taxas de evolução de nicho em plantas lenhosas da Amazônia. A modelagem dos nichos e a reconstrução das relações filogenéticas foram realizadas em nível de espécie de Inga Mill. e Swartzia Schreb. (Leguminosae Juss.). O foco em Leguminosae, e mais especificamente nesses dois gêneros, é justificado por: 1) são grupos com grande representatividade em ambientes amazônicos; 2) são gêneros relativamente melhor estudados taxonomicamente e filogeneticamente; 3) estudos demonstram que os padrões ecológicos e evolutivos encontrados em Leguminosae refletem os padrões encontrados em angiospermas como um todo. Nossa matriz final consistiu de 147 espécies de Inga e 53 de Swartzia, totalizando 200 taxa distribuídos nos diferentes hábitats amazônicos. No primeiro capítulo, foram analisados os padrões de diversidade das espécies amazônicas de Inga ao longo de toda a Amazônia e entre outras regiões neotropicais. Nossos resultados revelaram que metade das espécies de Inga utilizadas nas análises é endêmica da região, que maior riqueza e endemismo podem ser encontrados nas florestas de terra firme e que os hábitats marginais merecem atenção em estudos futuros quanto à abundância de suas espécies endêmicas frente à crescente perda da biodiversidade amazônica. Para o capítulo dois, foi quantificada a diversidade evolutiva de todos os hábitats amazônicos, para avaliar se há coerência com os padrões taxonômicos conhecidos para esses ambientes, e calculados os eventos de alternância de habitat nas linhagens ao longo do tempo evolutivo para responder qual processo evolutivo foi mais importante na diversificação de Leguminosae na Amazônia (diversificação in situ ou evolução de nicho). O capítulo três evidenciou áreas com menor redundância filogenética (maior diversidade de linhagens dada sua riqueza de espécies) e que podem apresentar maior probabilidade de perda de diversidade evolutiva em cenários de mudanças climáticas globais. Assim, este estudo contribui para melhor compreensão dos processos relacionados à diversificação e distribuição de leguminosas arbóreas na Amazônia, além de favorecer a elaboração de planos para a conservação da biodiversidade - por exemplo, uma taxa considerável de evolução de nicho sugere que a adaptação a novos ambientes é uma parte importante do processo de especiação, enfatizando, portanto, a importância de estratégias de conservação que incorporam uma perspectiva evolutiva.
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THAYSE CRISTINE MELO BENATHAR
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ESTUDOS EVOLUTIVOS EM MORCEGOS NECTARÍVOROS NEOTROPICAIS (LONCHOPHYLLINAE, PHYLLOSTOMIDAE): UMA ABORDAGEM INTEGRATIVA
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Data: 28/02/2019
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O histórico de classificação taxonômica de morcegos nectarívoros neotropicais (Phyllostomidae: Lonchophyllinae), tem sido debatido desde o seu reconhecimento como uma subfamília na década de oitenta. A subfamília Lonchophyllinae foi recentemente dividida em duas tribos, Lonchophyllini e Hsunycterini. Lonchophyllini abriga os gêneros Lionycteris Lonchophylla, Platalina e Xeronycteris. Hsunycterini abriga o gênero Hsunycteris. Esta subfamília apresenta o maior montante de revisões supragenéricas, diversos estudos filogenéticos e arranjos classificatórios dentro da família Phyllostomidae. As últimas revisões sistemáticas apontam a descrição de sete novas espécies e um novo gênero, aumentando o número de taxa reconhecidos para cinco gêneros e 20 espécies. Um trabalho recente reportou que o gênero Hsunycteris além de abrigar vários citótipos diferentes, também possui elevados níveis de divergência genética entre táxons coespecíficos, sugerindo que a diversidade do gênero está subestimada. Uma abordagem integrativa integrando sistemática molecular e citogenética (clássica e molecular) foi utilizada para investigar a história evolutiva da subfamília Lonchophyllinae, pois acreditamos que a combinação dos dados citogenéticos com dados moleculares fornecem uma melhor abordagem para resolver problemáticas de cunho filogenético e citotaxonômico. Neste contexto, o presente estudo se propõem avaliar o status taxonômico de populações atribuídas à H. thomasi, verificando a existência de possíveis variações intrapopulacionais, como também, avaliar a hipótese do gênero não refletir a real diversidade de espécies existentes, além de investigar as relações evolutivas desta subfamília através da reconstrução filogenética baseada em pintura cromossômica multidirecional (ZOO-FISH). Os resultados sugerem que os representantes da tribo Lonchophyllini (Lionycteris e Lonchophylla) estão intimamente relacionados, baseados nos dados cromossômicos (clássicos e moleculares), compartilhando a mesma morfologia cromossômica, número diploide (2n = 28), número fundamental (FN = 50) e associações sintênicas (PHA 1p/5p/3p, PHA 1q/8inv e PHA 5q/12p/9q). Observamos a presença de variação intraespecífica em Hsunycteris thomasi, com número diploide variando entre (2n=30 a 36) e número fundamental (NF=34 a 50), como também descrevendo mais dois novos citótipos (2n=36 NF=46) e (2n=34 NF=46). As associações sintênicas que apoiariam o clado Hsunycterini seriam PHA 10/13p+qprox, PHA 14/4/14 e inversão PHA 11. A principal causa das variações cariotípicas observadas em Lonchophyllini seriam eventos de translocações e em Hsunycterini são eventos de fusões e fissões envolvendo em sua grande maioria, os menores pares de cromossomos de dois braços.
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