O Curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Pará foi instalado em sessão solene realizada no dia 28 de Outubro de 1954 e, inicialmente esteve vinculado a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Sua estrutura e funcionamento traziam as marcas da dicotomia presente no campo da formação do educador, materializado na idéia bacharelado versus licenciatura (esquema 3 + 1). Assim nos três primeiros anos, tinha-se a formação do bacharel e, no último ano, a formação para a licenciatura para o exercício do magistério secundário e normal. Essa configuração de formação do Pedagogo, na Universidade Federal do Pará, estendeu-se até o início da década de 1960. Em 1962, a partir do Parecer CFE nº 251, que teve como relator o Conselheiro Valnir Chagas, algumas pequenas alterações ocorreram no curso de Pedagogia. Essa mudança teve como objetivo organizar o curso de Pedagogia para formar profissionais para funções não-docentes do setor educacional, ou seja, para formação do “técnico de educação”. Nesta concepção de formação do Pedagogo técnico e docente, ainda se mantinha a dicotomia bacharel (técnico em educação) versus licenciatura para a formação professor para as escolas normais. Em 1969, ocorreu a terceira regulamentação do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Pará. Esta mudança trouxe as marcas da reforma universitária ocorrida na época por meio do Parecer CFE nº 252/69 do mesmo relator do Parecer 251, Valnir Chagas. Assim, a Faculdade de Educação subsidiada pelo Parecer 251, alterou a organização curricular do Curso de Pedagogia visando tanto à formação de professores para o ensino normal e de especialistas para o exercício de funções técnicas da atividade educacional, implantando para esta formação as habilitações em Administração Escolar, Orientação Educacional e Supervisão Escolar. Esta concepção de formação do curso de pedagogia perdurou até os anos 1980. Em nível nacional, a década de 1980 contextualiza um período de defesa à formação única para os profissionais da educação, seja o Pedagogo ou o Docente, argumentando que a formação dos profissionais da educação deve contemplar o princípio da indissociabilidade, de forma a não permitir a existência de um dualismo formador entre os mesmos. Na UFPA, essas discussões chegam ao Colegiado de Pedagogia em meados da década de 1980, e subsidiaram uma nova proposta de reestruturação do curso consubstanciada na Resolução 1.234/85 – CONSEP. Cabe ressaltar que essa década marca na Universidade Federal do Pará a modificação da oferta de ensino de alguns cursos de licenciatura, entre eles o curso de Pedagogia que passa a ser ofertado no interior do Estado no sistema intervalar, vinculado a estrutura política e pedagógica aos cursos de Belém. É por meio desta política que o curso de pedagogia chega ao município de Bragança, juntamente com os cursos Letras, Historia e Matemática. Na década de 1990 o curso de Pedagogia da Universidade Federal do Pará passa por duas situações que modificam não apenas a sua organização e estrutura, mas também a sua oferta de ensino no Estado do Pará. Do ponto de vista da estrutura e organização curricular, após um processo de avaliação iniciado em 1994, o curso de Pedagogia da UFPA passou novamente por reformulação que culminou com a Resolução nº 2669/99- CONSEP, que visava a formação generalista ao egresso do curso de Pedagogia com habilitação para atuarem tanto na docência da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental como também, na gestão educacional e coordenação pedagógica. Desse modo, são assumidos como princípios curriculares: o trabalho pedagógico como eixo da formação; sólida formação teórica; a pesquisa como forma de conhecimento e intervenção na realidade social; trabalho partilhado e coletivo; trabalho interdisciplinar; articulação teoria-prática e flexibilidade curricular. Assim, nesta concepção de organização e currículo de formação do pedagogo foram criados núcleos temáticos ou optativos, nas modalidades de educação especial, educação de jovens e adultos, educação a distancia, educação indígena, educação rural, educação ambiental e etc. Já do ponto de vista da oferta o ano de 1994 também é marca histórica da implantação da oferta permanente (período regular) do curso de Pedagogia em vários municípios do Pará, inclusive Bragança. Cabe ressaltar que nesse período, apesar do curso Pedagogia da Universidade Federal do Pará ser ofertado nos nove campi Universitários ele possui uma única organização curricular, com uma organização nuclear definida em um núcleo básico, um núcleo de conteúdos específicos e um núcleo eletivo (cada campus organizava a partir de sua realidade histórico/social e cultural da região), constituídos de disciplinas, seminários, estágios, monitoria, participação em eventos da área educacional, projetos de ensino, pesquisa e extensão, além de outras atividades admitidas e validadas pelo Colegiado do Curso. Esse projeto curricular visa formação do Pedagogo com a perspectiva de atuar na docência em diferentes níveis de ensino: Educação Infantil, Séries Iniciais do Ensino Fundamental e Ensino Médio – modalidade Normal – nas disciplinas de formação pedagógica, além da gestão e coordenação do trabalho pedagógico e atuação em espaços educativos não-formais. Somente com a autonomia política dos Campi dos interiores é que a realidade do curso de pedagogia começa a ter uma organização diferenciada a do campus Universitário de Belém, impulsionada pela Resolução do Conselho Nacional da Educação, Conselho Pleno nº 1 de 15 de maio de 2006 que Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.
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